Proposta de resolução da prova 235 - 1.a fase - 1.a chamada - 2002 1 Proposta de resolução da prova de Matemática - 235. José Paulo Coelho ([email protected]) Junho de 2002. ¯ ¯ 1 1 1 ¯ z1 = + + ¯ i 1 + i i(1 + i) ¯ ¯ 1i 1 ¯ = 1(1 + i) + + ¯ i(1 + i) i(1 + i) i(1 + i) ¯ ¯ ¯ (1 + i) + i + 1 2 + 2i ¯ = = i(i + 1) i2 + i 1.1.1. ¯¯ ¯ ¯ = 2 + 2i = (2 + 2i)(−1 − i) ¯ −1 + i (−1 + i)(−1 − i) ¯ ¯ ¯ −2 − 2i − 2i + 2 −4i ¯ = = 2 2 ¯ (−1) − i 2 ¯ ¯ = − 2i. Portanto, z1 = −2i. determina-se o m.m.c efectuam-se os cálculos multiplicam-se numerador e denominador por −1 + i 1.1.2. Começaremos por colocar o número z = 2√+ 2i na forma trigo√ √ nométrica. Supondo que z = ρcis(θ), vem ρ = 22 + 22 = 8 = 2· 2. Por outro lado, a imagem geométrica deste número situa-se no primeiro quadrante ¢ plano de Argand, o que conjuntamente com o ¡ do facto de arctan 22 = π4 , nos leva a concluir que θ = π4 . Deste modo, √ ¡ ¢ z = 2 2cis π4 . Sendo assim, temos 2 + 2i ¡π¢ z2 = √ 2cis 12 √ ¡ ¢ √ ³π 2 2cis π4 2 2 π´ ¡ π ¢ = √ cis − = √ aplica-se a fórmula da divisão 4 12 2cis 12 2 ¶ µ ¶ µ ³π ´ 2π 3π − π = 2cis = 2cis = 2cis 12¡ ¢ 12 6 π Logo, z2 = 2cis 6 . 1.2. z1 e z2 são raı́zes cúbicas do mesmo número complexo se e só se z13 = z23 (1) É esta igualdade que temos que averiguar. • z13 = (−2i)3 = (−2)3 (i)3 = (−8)(−i) = 8i; ¡ ¢ ¡ ¢ ¡ ¡ ¢¢3 = 23 cis 3 π6 = 8cis π2 = 8i • z23 = 2cis π6 Assim, concluı́mos que a igualdade (1) é verdadeira, e que, com efeito, z1 e z2 são raı́zes cúbicas do mesmo complexo (que neste caso é o 8i). Proposta de resolução da prova 235 - 1.a fase - 1.a chamada - 2002 2 © √ ª 2.1.1 B = x ∈ R+ x ∪ N0 . Vamos resolver, em R+ 0 :x> 0 , a inequação √ |x| > x. √ |x| > x ⇔ √ 2 √ ⇔ ( x) > x √ √ ⇔ ( x)2 − x > 0 √ √ ⇔ x ( x − 1) > 0 √ √ √ x≥0 ⇔ x − 1 > 0 ∧ x 6= 0 porque ∀x ∈ R+ 0 : √ √ ⇔ x > 1 ∧ x 6= 0 já que x = 0 ⇔ x = 0 ⇔ x > 1 ∧ x 6= 0 ⇔ x > 1. Podemos então afirmar que A = ]1, +∞[ Logo, B = A ∪ N0 = ]1, +∞[ ∪ {0, 1, 2, . . . } = {0, 1} ∪ ]1, +∞[ = {0} ∪ [1, +∞[ 2.1.2 Temos int(B)= ]1, +∞[ e fr(B)= {0, 1}, donde vem que a aderência de B será o conjunto {0, 1} ∪ ]1, +∞[, ou seja, ad(B)= B. Por outro lado, só o zero é que é ponto isolado do conjunto B, tendo-se por isso B 0 = [1, +∞[. 2.2.1 Observe-se que un+1 = un × µ ¶n 1 ⇔ un+1 × 2n = un 2 (2) Assim, un+1 − un = un+1 − un+1 × 2n = un+1 × (1 − 2n ) Uma vez que ∀n ∈ N : 2n > 20 = 1, vem ∀n ∈ N : −2n < −1 e, finalmente, ∀n ∈ N : 1 − 2n < 0. Pelo facto de no enunciado ser referido que a sucessão tem apenas termos positivos, tem-se que ∀n ∈ N : un+1 > 0. Conjugando estas duas conclusões, temos que ∀n ∈ N : un+1 × (1 − 2n ) < 0, ou seja, ∀n ∈ N : un+1 − un < 0. Por conseguinte, a sucessão é monótona decrescente. 2.2.2 Já vimos que a sucessão era monótona decrescente, pelo que ∀n ∈ N : un ≤ u1 = 2. Por outro lado, o enunciado refere que a sucessão tem Proposta de resolução da prova 235 - 1.a fase - 1.a chamada - 2002 3 apenas termos positivos, e assim sendo ficamos a saber que ∀n ∈ N : un > 0. Portanto, a sucessão é limitada: ∀n ∈ N : 0 < un ≤ 2 Sendo un monótona (decrescente) e limitada, então é convergente. Passaremos agora ao cálculo do limite. Em primeiro lugar convém observar que pelo facto de (un ) ser convergente, temos lim un+1 = lim un . Utilizando este facto, vem µ ¶n 1 lim un = lim un . 2 ¡ ¢n → 0 e (un ) é uma sucessão limitada, então esUma vez que 12 tamos perante o limite do produto duma sucessão limitada por um infinitésimo, o qual sabemos ser um infinitésimo (por um teorema). Tudo isto leva à conclusão de que lim un = 0 ¯ 0 ¡ ¢ ¯ f (x) = e2x 0 · (2x + 1) + e2x · (2x + 1)0 ¯ ¯ ¯ =2e2x · (2x + 1) + 2e2x ¯ ¯ =2(2x + 1)e2x + 2e2x ¯ ¯ 3.1. ¯¯ =(4x + 2)e2x + 2e2x ¯ ¯ =(4x + 4)e2x ¯ ¯ =4(x + 1)e2x ¯ ¯ ¯ =4e2x (x + 1). 3.2. Iniciamos o estudo pedido pelo cálculo dos zeros da primeira derivada. f 0 (x) = 0 ⇔ 4e2x (x + 1) = 0 ⇔ x + 1 = 0 ⇔ x = −1 Sendo ∀x ∈ R : e2x > 0, o sinal de f 0 (x) = 4e2x (x + 1) depende apenas do sinal do factor (x + 1), o qual é negativo quando x < −1 e positivo quando x > −1. Desta forma, a função f é decrescente no intervalo ]−∞, −1] e crescente em [−1, +∞[. Apresenta um mı́nimo relativo para x = −1, o qual é igual a f (−1) = −e−2 . Proposta de resolução da prova 235 - 1.a fase - 1.a chamada - 2002 4 ¯ 0 ¯ f (x) = f (x) ⇔ ¯ ¯ ¯ ⇔e2x (2x + 1) = 4(x + 1)e2x ¯ ¯ ⇔e2x (2x + 1) − 4(x + 1)e2x = 0 ¯ ¯ ¯ ⇔e2x ((2x + 1) − 4(x + 1)) = 0 ¯ ¯ 3.3. ¯ ⇔e2x (2x + 1 − 4x − 4) = 0 ¯ ¯ ⇔e2x (−2x − 3) = 0 ¯ ¯ ¯ ⇔ − 2x − 3 = 0 note que ∀x ∈ R : e2x 6= 0 ¯ ¯ 3 ¯ ⇔x = − ¯ 2 O¡ ponto tem abcissa − 32 . Para calcular a ordenada determina-se ¢ 3 −3 f − 2 = (−3 + 1)e¡ = −2e−3 ¢ . Logo, o ponto de intersecção dos 3 0 −3 gráficos de f e f é − 2 , −2e . 4.1. Determinemos a expressão de g −1 : y = arccos(5x) ⇒ cos(y) = 5x ⇔ x = Portanto, g −1 (x) = cos(y) 5 cos(x) 5 Pelo exposto acima, µ g −1 2π 3 ¶ = cos ¡ 2π ¢ 3 = 5 − 12 1 =− 5 10 4.2. O cálculo directo do limite leva a uma indeterminação do tipo 00 . Usaremos a regra de Cauchy para a levantar, começando pelo cálculo das derivadas. ³√ ´0 2 1 − 25x = 2√−50x 1−25x2 0 (arccos(5x))0 = − √ (5x) 1−(5x)2 √ 1 − 25x2 lim x→ 15 arccos(5x) √−50x 2 1−25x2 = lim Cauchy x→1/5 − √ 5 2 1−25x 5 = − √1−25x 2 = lim x→1/5 −50x 2 −5 = −50 15 2 −5 = −5 =1 −5 A.1. Sendo (R, ∗) semigrupo comutativo, a operação ∗ é binária, associativa e comutativa no conjunto R. Como R \ { 13 } ⊂ R, ∗ também é binária, associativa e comutativa em R \ { 13 }. Falta provar que existe elemento neutro e elemento oposto para a operação ∗ em R \ { 13 }. Para averiguar a existência de elemento neutro, temos que ver se existe e ∈ R \ { 13 } tal que ∀x ∈ R \ { 13 } : x ∗ e = x, atendendo Proposta de resolução da prova 235 - 1.a fase - 1.a chamada - 2002 5 a que a igualdade x ∗ e = e ∗ x é verificada por ∗ ser comutativa. 1 1 x ∗ e = x ∧ x 6= ⇔ x + e − 3xe = x ∧ x 6= 3 3 1 ⇔ e − 3xe = 0 ∧ x 6= 3 1 . ⇔ e(1 − 3x) = 0 ∧ x 6= ¶ 3 µ 1 1 ∧ x 6= ⇔ e=0∨x= 3 3 ⇔e=0 O elemento neutro é o zero. Averiguemos agora se existe elemento oposto, isto é, se para todo o x 6= 13 existe u ∈ R \ { 13 } tal que x ∗ u = e = 0. 1 x ∗ u = 0 ∧ x 6= ⇔ 3 1 ⇔ x + u − 3xu = 0 ∧ x 6= 3. 1 ⇔ u(1 − 3x) = −x ∧ x 6= 3 x 1 ⇔u=− ∧ x 6= 1 − 3x 3 Resumindo, mostrámos que ∗ é binária, associativa, que existe ele- ¢ ¡ 1 mento neutro e qualquer elemento tem oposto em R\{ 3 }, logo R \ { 13 }, ∗ é grupo. A.2.1. O enunciado ¡refere que (R, ¢ θ) é grupo comutativo e na alı́nea anterior provámos que R \ { 31 }, ∗ é grupo. Então para mostrar que (R, θ, ∗) é corpo só falta mostrar que a operação ∗ é distributiva em relação à operação θ. Sejam x, y, z ∈ R, quaisquer. 1 x ∗ (yθz) = x ∗ (y + z − ) = 3 1 1 = x + (y + z − ) − 3x(y + z − ) 3 3 1 = x + y + z − − 3xy − 3xz + x 3 1 = 2x + y + z − 3xy − 3xz − 3 1 = x + y − 3xy + x + z − 3xz − 3 = (x + y − 3xy) + (x + z − 3xz) − 1 3 = (x ∗ y)θ(x ∗ z) Acabámos que provar que ∀x, y, z ∈ R : x ∗ (yθz) = (x ∗ y)θ(x ∗ z), Proposta de resolução da prova 235 - 1.a fase - 1.a chamada - 2002 6 donde ∗ é distributiva em relação a θ 1 e, finalmente, (R, θ, ∗) é corpo. A.2.2. Como (R, θ, ∗) é corpo, então é válida a lei do anulamento do produto. Sendo 13 o elemento neutro de (R, θ) (porque ∀a ∈ R : aθ 31 = a), a lei acima referida permite-nos afirmar que ∀x, y ∈ R : x ∗ y = 13 ⇔ x = 13 ∨ y = 13 . B.1. Pelas coordenadas dos focos concluimos que a elipse tem como eixo de simetria o eixo dos yy e está centrada na origem do referencial. Supondo que 2a é a medida do eixo maior, 2b a medida do eixo menor e 2c a distância focal, sabemos que a2 −b2 = c2 , donde b2 = a2 −c2 . Neste caso,√tem-se 2a = 6 ⇔ a = 3 e c = 2, √ pelo que b2 = 32 −22 = 5. Assim, b = 5 e a medida do eixo menor é 2 5. Em relação à excentricidade, ela é igual a ac = 23 . B.2. Pelo exposto acima, a equação da elipse será ( 53 )2 5 22 x2 5 + y2 9 = 25+20 45 1. Fazendo 4 x = 53 e y = 2, temos + 9 = 1 ⇔ 25 = 1 ⇔ 45 45 + 9 = 1 ⇔ 45 = 1 ⇔ 1 = 1. Portanto, as coordenadas do ponto verificam a equação da elipse, donde se conclui que o ponto A pertence à elipse. B.3. x2 − 8y = 0 ⇔ x2 = 8y. A parábola tem vértice na origem e a 8 distância do foco à directriz é p = 2p 2 = 2 = 4. Logo, o foco é o ponto ¡ p¢ 0, 2 = (0, 2) = F1 , que é um dos focos da elipse. 1 note-se que estamos a supor que ∗ é comutativa e portanto não é necessário averiguar que (yθz) ∗ x = (x ∗ y)θ(x ∗ z)