Paraná, 25 desetembro de 2013 Como lidar com pessoas negativas Ser imparcial, não absorver a energia ruim e ter jogo de cintura para mudar de assunto são boas maneiras para se relacionar com indivíduos que só sabem reclamar Getty Images Fofoca é um dos hábitos mais frequentes de pessoas negativas Sabe aquele vizinho que vive falando mal do porteiro? E aquele colega de trabalho que só reclama da vida? E a tia que acha que todos estão contra ela? Todo mundo conhece alguma pessoa negativa. Em resumo, são indivíduos que criticam tudo e todos de forma destrutiva, julgam de forma comparativa, jogam pessoas umas contra as outras e valorizam somente os defeitos dos outros, segundo explica o terapeuta Carlos Florêncio, que também é coach e especialista em desenvolvimento pessoal. Conviver com estas pessoas pode até gerar sintomas físicos, como sensação de mal-estar, cansaço e estresse. “Parece que você não consegue pensar direito, começa a bocejar, fica ansioso e até irritado”, diz Florêncio. Mas nem sempre dá para evitar o convívio. Se ele for necessário, algumas dicas podem ajudar. Apesar da vontade de evitar o contato com pessoas negativas, é importante não ser indiferente. Ignorar ou ser agressivo pode até piorar a situação e, ainda, fazer de você o “alvo” das próximas reclamações. Neste caso, a dica é tentar conviver de forma harmoniosa, manter a integridade e a ética. “É preciso entender que o mau-humor ou a visão de mundo negativista é da pessoa e não sua. Você não pode se deixar afetar nem entrar nessa ‘onda’ negativa”, aconselha o psicólogo Jose Paulo Laganá, especialista em transtornos de humor. Desta maneira, o melhor a ser feito para lidar com pessoas negativas é manter-se impessoal. “Quando uma pessoa fala mal de outra para você, ela está esperando que você entre no jogo, dê sua opinião ou concorde com ela”, explica Florêncio. Sendo assim, a indicação é tentar “neutralizar” a conversa, não se deixar envolver. Portanto, se uma amiga reclama o tempo todo do vizinho, não embarque no assunto. Simplesmente diga que entende a situação e procure mudar de tema ou levar a conversa a outro nível. No trabalho, o problema também é bastante comum. Não raro, o momento do cafezinho se torna a oportunidade perfeita para a pessoa negativa disparar reclamações para todos os lados. “Isso contamina o ambiente e, em alguns casos, chega a desorganizar grupos”, comenta Laganá. O psicólogo explica que isso acontece porque, muitas vezes, a pessoa não sabe lidar com os próprios conflitos, sofre internamente e age de tal maneira. Para a coach Mariella Gallo, consultora pessoal e de carreira, uma pessoa negativa pode afetar signitivamente o ambiente corporativo. Geralmente, um profissional com essa característica encontra defeitos e problemas em todos os projetos, faz comentários pessimistas sobre o trabalho dos colegas e é mais inflexível ao que os outros têm para apresentar. Para não deixar que o comportamento negativo de uma pessoa atrapalhe a equipe, a consultora aconselha aprimorar a autoconsciência, para não se deixar afetar, e também o jogo de cintura. “A cada momento em que o outro traz questões negativas, você deve perguntar qual é a solução que a pessoa vê sob aquele ponto de vista. Deve-se sempre focar na solução e não no problema”, diz Mariella. Getty Images A pausa para um café no trabalho facilmente se transforma em uma reunião de lamentações Café com fofoca Sou negativo? Pior do que lidar com alguém negativo é perceber que você mesmo comete esse tipo de deslize. Para identificar se você é o inconveniente da turma, observe se aquilo que você fala ou faz deixa transparecer um pessimismo constante. Você reclama frequentemente? Fala mal de tudo e de todos, qualquer que seja a situação? Está com a “cara” sempre fechada? Se a resposta foi sim para estas perguntas, é melhor mudar a postura. A coach Mariella Gallo diz que, neste caso, o melhor a ser feito é identificar as atitudes negativas e, a partir daí, determinar ações contrárias a serem feitas. Por exemplo, se você não sorri, vai treinar sorrir. Se reclama do colega de trabalho, vai exercitar o bom relacionamento interpessoal. “É necessário desenhar e praticar comportamentos opostos, até que se atinja um novo hábito”. O terapeuta Carlos Florêncio também recomenda fazer um trabalho de autocontrole, pensar antes de falar, respirar fundo e manter uma postura positiva. “É importante valorizar a realidade, agir com ética e aceitar as diferenças. Diminuir o outro para se sentir superior só demonstra pequenez de espírito”, finaliza. (ALESSANDRA OGGIONI - ESPECIAL PARA O IG SÃO PAULO)