UNOCHAPECÓ Curso de Agronomia Estrutura de produção Suinocultura no Brasil Cruzamentos Profª. Valdirene Zabot Estrutura de produção É definido como o arranjo comercial = forma de organização ou ligação entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva da carne suína. Estrutura de produção • Processo de integração – iniciou em SC, de onde se espalhou por todo o país. • Responde por, aproximadamente, 65% do montante brasileiro. • 35% – mercado spot, onde não há um contrato de exclusividade com determinada agroindústria. Estrutura de produção • 4 agroindústrias de carne suína: o BRF Brasil Foods, Aurora, Marfrig-Seara e Alibem. o Que são responsáveis por mais de 60% dos abates do Brasil. • Outras empresas de escalas menores, bem como as cooperativas, respondem pela produção industrial de carne suína. Estrutura de produção • Estrutura especializada o Os setores ou componentes são independentes. o Esses suinocultores são de médio e grande porte. o São livres compradores de insumos, contratadores de assistência técnica e comercializam seus animais intermediários ou diretamente com os abatedouros. • Estrutura verticalizada: o É composta por uma empresa única que desempenha a grande maioria das funções produtivas, podendo ir desde o melhoramento genético e produção de reprodutores até a industrialização comercialização dos produtos cárneos. Estrutura de produção • Princípio do sistema de INTEGRAÇÃO Estrutura de produção ESTRUTURA DE INTEGRAÇÃO VERTICAL: • É composta INTEGRADOS. por INTEGRADOR e por ESTRUTURA DE INTEGRAÇÃO HORIZONTAL: • É também chamada de ASSOCIATIVA. • É semelhante a integração vertical, porém é exercida por cooperativas, associações de produtores, podendo apenas comercializar suínos até industrializá-los e comercializar os produtos cárneos. Estrutura de produção • Sistema de INTEGRAÇÃO Surgiu na dec. de 50 com aves, bicho da seda. Na dec. de 80 com suínos no sul do Brasil principalmente em SC. Atualmente com outras espécies. Sistemas de criação de suínos Sistemas de criação de suínos • Criação extensiva o Consiste em criar os suínos sem qualquer instalação ou benfeitorias. o É identificada pela permanente manutenção dos animais no campo – cobertura, gestação, aleitamento, crescimento e terminação. o Os animais vivem exclusivamente na dependência da natureza ou com reduzida alimentação (sobras, quirera) o A maior parte da produção dos animais é destinada ao fornecimento de carne e gordura para a alimentação dos proprietários. o O excedente é comercializado perto da propriedade. Sistemas de criação de suínos • Criação intensiva o Sistema de criação confinado (SISCON). • Todas as fases e utilizado pelas integradoras. o Sistema de criação ao ar livre (SISCAL). • Sistema de criação ao ar livre de ciclo completo. • Produção de leitões de 25kg. SISCON SISCAL Tipos de granjas de suínos • Granjas de ciclo completo. o Possuem todos as categorias. • Vantagens: o Lucros em todas as fases. • Desvantagens: o > complexidade; > nº rações; > dificuldade no gerenciamento; >[dejetos]. o Maior contato entre diferentes fases. o > consumo de medicamentos. Tipos de granjas de suínos • Granjas produtoras de leitões desmamados. o Possuem gestação e lactação. • Vantagens: o Maior rentabilidade/animal. o Menor contato entre fases; < medicamentos; maior especialização. uso de • Desvantagens: o Transporte: > gasto de combustíveis e < bem estar. Tipos de granjas de suínos • Granjas produtoras de leitões 18 – 25 kg. o Possuem gestação, lactação e creche. • Vantagens: o Maior rentabilidade/animal; menor contato entre fases; < uso de medicamentos; maior especialização; leitão é transportado mais maduro. • Desvantagens: o Transporte: > gasto de combustíveis e < bem estar. Tipos de granjas de suínos • Granjas de creche, produz leitões 18 – 25 kg. o Possuem galpões de creche. • Vantagens: o Maior especialização; maior limpeza, menor investimento. facilidade de • Desvantagens: o Transporte: > gasto de combustíveis e < bem estar; o Mistura de lotes. Tipos de granjas de suínos • Granjas de terminação, produz suínos de 100 a 110kg. o Possuem galpões de terminação. • Vantagens: o Maior especialização; maior limpeza, menor investimento. facilidade de • Desvantagens: o Transporte: > gasto de combustíveis e < bem estar no transporte. o Mistura de lotes. Tipos de granjas de suínos • Wean-to-finish – desmame à terminação. o Um único galpão para todas as fases pós desmame. • Vantagens: o Maior facilidade de manejo, menor estresse com mistura de lotes e transporte, < trabalho com limpeza e desinfecção; pode melhorar a CA e GMD. • Desvantagens: o Teoricamente instalações mais caras (> m²/suíno). Tipos de granjas de suínos • Produção de Reprodutores. Melhoramento genético raças puras Produção de matrizes (fêmeas F1) e machos Produtores de animais para o abate Tipos de granjas de suínos • Produção de Reprodutores. • Granja Núcleo: o Criação de animais de raça pura com alto padrão genético e sanitário. o Comercializam para as granjas multiplicadoras. • Granja Multiplicadora: o É uma criação vinculada a uma granja-núcleo que recebe machos e fêmeas selecionados. o Comercializa para granjas comerciais. • Granja Comercial: o Produzem animais para o abate. Cruzamentos: acasalamento entre animais de raças ou linhagens diferentes Cruzamentos Os cruzamentos são acasalamentos entre raças ou linhas diferentes para produção de animais F1 e suínos para abate. A sua utilização tem como objetivo aproveitar os efeitos da heterose (ação de genes não aditivos) e da complementariedade (ação de genes aditivos). Define-se heterose como sendo a superioridade dos mestiços em relação à média dos pais de raça pura. Esquema de cruzamentos Em suinocultura, existem diversos sistemas de cruzamentos: 1. Cruzamento simples: Cruzamento entre macho e fêmea de raças diferentes, cujo produto é denominado F1. – Os F1 podem ser utilizados para o plantel de reprodutores ou especificamente para abate. • Entre os F1, o mais conhecido é o resultante do cruzamento entre macho e fêmea das raças Landrace e Large-White, muito utilizado para produzir fêmeas e machos híbridos para o plantel de reprodutores. Esquema de cruzamentos 1. Cruzamento simples: Cruzamento entre macho e fêmea de raças diferentes, cujo produto é denominado F1. • Duroc (DR) – são cruzados com fêmeas Landrace (LD) ou Large White (LW). • Os animais produzidos são todos vendidos para o abate. • Permite explorar 100% da heterose individual nos animais para abate. Esquema de cruzamentos Complementaridade (Cruzamento Simples) • Raça A = boa reprodutora • Raça B = boa carcaça Cruzamento: Macho B x Fêmea A Resultado: Muitos filhotes, Boa carcaça. Esquema de cruzamentos 2) Retrocruzamento ou “back cross”: cruzamento entre fêmeas F1 e de machos de uma das raças utilizada para produzir a F1. 3) “Three-cross”: cruzamento de três raças, normalmente cruza-se uma fêmea F1 com um macho de uma terceira raça. • Muito utilizado para produção de terminados, sendo o produto mais conhecido o proveniente do cruzamento de fêmeas F1 Landrace x Large White e machos Duroc. Esquema de cruzamentos 4) Quatro raças: cruzamento de animais F1, sendo que a combinação de raças das fêmeas é diferente da combinação de raças do macho. 5) Cruzamento rotacional: pode ser de duas raças, em que se inicia um cruzamento simples, e a cada nova geração alternase a raça do macho. • E pode ser de três raças, em que nas duas primeiras gerações é semelhante ao cruzamento “three cross”, mas a partir daí alterna-se a cada nova geração a raça do macho entre as 3 utilizadas. Esquema de cruzamento rotacionado de duas raças Esquema de cruzamento rotacionado de três raças Consumo de carne suína no Brasil • Consumo no Brasil – diferenciado do mercado europeu – onde a carne suína é a mais adquirida. • No mercado brasileiro, a proteína mais consumida é a de aves, seguida pela bovina, e a carne suína ocupa apenas o terceiro lugar. Consumo de carne suína no Brasil Fonte: ABCS, EMBRAPA, MAPA (2011) Consumo per capita de carne suína no Brasil comparada com outros países (kg/hab./ano) Fonte: ABCS, EMBRAPA, MAPA (2011) Consumo de carne suína no Brasil • A partir de 2005, a ABCS iniciou um programa intensivo de estímulo ao consumo no mercado doméstico. • Entraves - forma de comercialização da carne suína. Consumo de carne suína no Brasil • Características vendas: limitadoras do aumento nas • Poucas opções de cortes. • Grandes formatos – o tradicional pernil suíno. • Associação com gordura – nos cortes de bacon ou nos preparados para a feijoada. Consumo de carne suína no Brasil • A ABCS lançou, então, a campanha “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína” com o propósito de preparar a carne para uma melhor exposição no varejo. • Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína – 1 • Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína – 2 • Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína – 3 Consumo de carne suína no Brasil • Em 2009, a ABCS lançou um programa de estímulo ao consumo de carne suína no mercado doméstico: – O Projeto Nacional Suinocultura (PNDS), de Desenvolvimento da – Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). – E a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Cortes da carne suína Cortes da carne suína Cortes da carne suína Cortes da carne suína Consumo de carne suína no Brasil • Resultados visíveis: – Aumento do consumo per capita de carne suína. • Após diversos anos estagnado ao redor dos 13,0 kg per capita/ano. – Em 2010 – o consumo chegou a 14,5 kg per capita/ano. – Atualmente o consumo é de 15,6 kg per capita/ano. Fonte: ABCS, EMBRAPA, MAPA (2011)