1 HERMENÊUTICA Conteúdo da Disciplina: Hermenêutica 1-Definição: ....................................................................................................................01 2-Diferença entre: Exegese e Hermenêutica ............................................................... 01 3-Importância da Hermenêutica ...................................................................................02 4- Objetivos da hermenêutica ........................................................................................03 5-A Necessidade da Hermenêutica ................................................................................04 6-Qualidades de um intérprete das Escrituras .............................................................04 7-Introdução a Hermenêutica Bíblica ...........................................................................06 8-As Divisões da Hermenêutica ....................................................................................06 9-Princípios Gerais de Interpretação ............................................................................06 10-Princípios Discriminativos.........................................................................................07 11-Análise: Histórico-Cultural e Contextual ...............................................................09 12-Métodos Literários Especiais:Metáforas;Provérbios,Parábolas,etc. ....................12 13-Exercícios Práticos......................................................................................................15 2 • Definição: Esse termo “Hermenêutica”,vem do grego, hermeneutikós, que significa interpretação, ou arte de interpretar. Deve sua origem ao nome de Hermes, que na mitologia grega era filho de Zeus e de Maia. Hermes era o deus grego que servia de mensageiro dos deuses; Transmitindo e interpretando suas comunicações aos seus afortunados ou desafortunados destinatários, e também era o deus de eloquência, Os romanos o chamavam de Mercúrio. No N.T. temos referência em Atos 14:12-13. Considera-se a hermenêutica como ciência porque ela tem regras , ou normas, e essas podem ser classificadas num sistema ordenado. Ela nos ensina os princípios, as leis ( regras) e os métodos de interpretação e explanação das Escrituras. Podendo ter emprego também de natureza filosófica , legal, literária,etc. 3 2- Diferença entre Exegese e Hermenêutica: Exegese é um termo técnico teológico empregado para definir o trabalho de exposição de um texto bíblico. A palavra exegese deriva do substantivo grego exegesis, que significa declaração, narrativa, exposição, explicação, interpretação . E´K- de dentro para fora + άγώ = Conduzir Exegese= Conduzir para fora do texto , o sentido original Deve-se aprender a ler o Texto com os olhos, ouvidos e a cultura da época. 4 Aprendendo a Ler a Bíblia: 1- Leitura Devocional- Oração( Alimento espiritual). 2-Leitura Litúrgica- Liturgia( Comunitária/Congregacional). 3-Discipulado– Leitura Catequética( Aprendizado;forma a Fé). 4-Leitura Teológica( Sistematizada)(Fé já formada). 5-Leitura Exegética ou Metodológica (Aplicação científica). Análise: Histórico-Crítico ( Racionalismo/ Iluminismo) Análise : Histórico-Gramatical. 5 A Hermenêutica se utiliza da exegese para chegar-se a um entendimento correto do texto. A palavra exegese, vem do grego, ex, “fora”, e agein, “guiar”, ou seja,extrair para fora;explicar. A palavra portuguesa exegese é usada para indicar: tradução ou interpretação. Dentro do contexto teológico, a ênfase recai sobre a interpretação de modos formais de explicação que podem ser aplicados a um texto, a fim de se compreender o seu sentido. A Bíblia interpreta a própria Bíblia. A Escritura explicada pela Escritura, ou seja: a Bíblia,é sua própria intérprete. 6 A hermenêutica usa princípios gerais na interpretação das Escrituras, e que são aplicados na exegese. Por isto,a hermenêutica usa de princípios gerias que são aplicados naturalmente na exegese. Princípios estes que são: A) As línguas originais; B)O tipo de literatura examinada;prosa ,alegoria,simbólica; C)Pano de fundo histórico; D) Condições geográficas ; econômicas;etc. E)Diferenças culturais. Etc. 7 3-Importância do Estudo da Hermenêutica: Uma das primeiras ciências que o pregador deve conhecer é certamente a hermenêutica. Porém,quantos pregadores há que nem de nome a conhecem! Que é, pois, a hermenêutica? "A arte de interpretar textos", responde o dicionário. Porém a hermenêutica, da qual nos ocuparemos, forma parte da teologia exegética, ou seja, a que trata da reta inteligência e interpretação das Escrituras bíblicas. 8 O apóstolo Pedro(2Pe.3:16); admite, falando das Escrituras, que entre as do Novo Testamento "há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras [as do Antigo], para a própria destruição deles". E para maior desgraça e calamidade, quando estes ignorantes nos conhecimentos hermenêuticos se apresentam coma doutos, torcendo as Escrituras para provar seus erros, arrastam consigo, muitos à perdição. Estes textos nos fazem meditar sobre a importância da hermenêutica , para a nossa vida diária; 1 Tm.4:16; e 2 Tim.2:15. 9 O estudo da hermenêutica é importante para o uso no ministério. E pelo ministro, ou pregador; Por que?. 1°-Somente o estudo inteligente da Bíblia lhes fornecerá o material de que necessitam para a construção de sua teologia. 2°-Cada sermão pregado deve repousar em uma sólida fundamentação exegética, e esta é uma das maiores aspirações dos nossos dias. 3°-Auxiliar: Na instrução: a mocidade; a união feminina, a e.b.d. ; e principalmente ,o departamento de evangelismo. Pois estes são frequentemente colunas da igreja, e os seus pastores são frequentemente solicitados a interpretar textos das Escrituras. Neste caso um maior conhecimento da hermenêutica ajuda no esclarecimento de determinado texto, e seu contexto. 4°-Faz parte do ministério de qualquer servo de Deus, defender a Verdade contra os ataques heréticos, e os da alta-crítica. Porém tem de 10 aprender a manuseá-la cada vez mais; e melhor.(2Tm.2:15). 4- Objetivos da Hermenêutica: 4.1. Remover as diferenças e distâncias entre o autor e seus leitores: a."Lá e então" do, b. "Aqui e agora“. 4.2-"Um texto não pode significar o que nunca significou.” (G. Fee,Entendes o Que Lês?).Entender o que pensou o autor ao escrever,o que significou primeiramente no tempo em que foi escrito envolvendo a sua cultura e costumes. Ex.1Cor.14:34. 4.3- Ligar o abismo entre o estudioso e o leigo (leitor) (o intérprete como mediador) -Uma das Funções do pastor ou pregador leigo:explicar (interpretar) a Bíblia - Nee 8.8 -"A missão do intérprete é servir de ponte entre o autor do texto e o leitor." (J.Martínez, Hermeneutica Biblica, p. 34) 11 Cont.: 4.4- Clarificar o sentido do texto: a. Não se trata de ser original (ver o que ninguém nunca viu) b. Seu alvo é chegar ao "sentido claro do texto"-Ex-egesis = tirar do texto; e não Euxegese.( O que eu acho). Deve ser como um obstetra espiritual, "o intérprete por si só não exerce nenhuma função criadora, no sentido de inventar algo novo, senão que somente deve ser um instrumento eficaz para fazer sair à luz o que já existe no texto." (Hermeneutica Biblica,J. Martínez ) 12 5- A Necessidade da Hermenêutica: Quando interpretamos as Escrituras, há diversos bloqueios a uma compreensão espontânea do significado primitivo da mensagem. Há um abismo histórico no fato de nos encontrarmos largamente separados no tempo, tanto dos escritores quanto dos primitivos leitores. A antipatia de Jonas pelos ninivitas,e a resistência a sua missão é um exemplo, de como entendemos melhor a reação negativa dele, pela extrema crueldade do povo de Nínive. 13 A Hermenêutica revela duas necessidades: 4.1-Necessidade Principal: Discernir o que Deus tem dito nas Escrituras, sem acrescentar ou subtrair coisa alguma, e sem mudar o seu sentido de forma alguma. E isto produzirá como fruto: A) Produzirá uma teologia sistemática;B)Preservará o intérprete do erro;C)Vê diferenças entre as verdade do V.T. e do N.T.; D)Definirá o que é ortodoxia ( Ensino reto) 4.2-Necessidade secundária: De Remover as Diferenças ou distâncias entre o tempo dos escritores e o dos leitores. 1600( Tempo levado p/ escrever a Bíblia); 40 homens escreveram as Escrituras. As Diferenças:Linguísticas, Culturais;Geográficas ; e Históricas. 14 4.3-Necessidade de uma aplicação íntima ( Interior): A Interpretação da Bíblia deve apoiar-se primeiramente na observação e, depois, conduzir à aplicação. Ela é um meio que visa a um fim, e não um fim em si mesma. O objetivo do estudo da Bíblia não se limita a apurar o que ela diz e o seu significado. Inclui a aplicação dela à vida. O verdadeiro estudo da Bíblia é a assimilação íntima , não a simples percepção mental. Somente assim poderemos crescer espiritualmente. A maturidade espiritual,é que nos torna mais semelhantes a Jesus Cristo, não decorre apenas de um conhecimento mais amplo da Bíblia; Resulta de deste conhecimento mais amplo, porém de sua aplicação à nossas necessidades espirituais. Paulo visava a esse objetivo para que pudesse incentivar e ensinar outros a se tornarem maduros em cristo. ( Col. 1:28). 15 6- Qualidades de um interprete das Escrituras: 6.1-Qualidades Espirituais: 6.1.a)-Quem não for regenerado não pode compreender totalmente o significado da Bíblia. Quem não é salvo está cego espiritualmente (2Cor. 4:4);(1Cor. 2:14). Isso significa que quem não é salvo não tem condições de entender o que as Escrituras dizem?. Não. Significa que ele não tem a capacidade espiritual de receber e assimilar as verdades espirituais. A respeito disto ,Marinho Lutero nos diz: “Os irregenerados podem entender a gramática de João 3:16; mas eles não agem em decorrência dos atos alí descritos” 16 6.1.b)-O interprete deve ter um profundo e grande amor ; respeito ,reverência e interesse por Deus e por sua Palavra. As Escrituras são chamadas de santas e devem ser tratadas como tal ( 2Tim.3:15). 6.1.c)-Deve ter um espírito de Oração e colocar em prática o que foi aprendido na Palavra. Quando uma pessoa verifica como o Senhor atuou na vida das personagens bíblicas que lhe obedeceram ou desobedeceram e quando compreende os preceitos e as instruções bíblicas para a vida de cada um, ela deve dispor-se a seguir tais exemplos e orientações. 17 6.1.d)-Depender do Espírito Santo; o espírito Santo não é apenas o autor da Palavra escrita; é também seu expositor supremo e autêntico. Pois o Espírito Santo guia- nos a toda a verdade ( João 16:13). 6.2-Qualidades Educacionais: Quando consideramos a extensão e variedade dos assuntos que tratam as sagradas Escrituras, fica patente quão extenso e variados devem ser os conhecimentos do seu intérprete. 6.2.a) Educação secular: É necessário um grau de conhecimento de : História geral , Geografia; Literatura; Filosofia, Linguística, etc. 18 6.2.b) Educação Teológica: História Bíblica ; Geografia Bíblica, doutrinas da Bíblia; e teologia Sistemática. 6.2.c)Certo grau de Maturidade: A Hermenêutica é uma ciência, mas uma arte; e isto requer também certa habilidade intelectual. O estudante da Bíblia precisa aproximar-se da Bíblia com bom senso e equilíbrio, procurando ser o mais objetivo possível , sem prevenções nem opiniões preconcebidas 19 7.- Introdução a Hermenêutica Bíblica: Hermenêutica Bíblica , é a Ciência e a arte de interpretar a Bíblia. Ela nos ensina os princípios, as leis, e os métodos de interpretação. A hermenêutica também é vista como uma arte, porque é necessário ter talentos para aplicar as leis da hermenêutica à Palavra de Deus. A Hermenêutica é como um livro de culinária. A Exegese é o preparo e o cozimento do bolo; e a exposição , é o ato de servi-lo. A Hermenêutica deve levar ao crescimento espiritual no estudo das escrituras, na vida do intérprete; expositor e na dos ouvintes ou leitores. 20 8-As Divisões da Hermenêutica: Divide-se em : Geral e Especial: 8.1-Geral: São as regras que se aplicam a interpretação de qualquer texto bíblico. São usadas para a interpretação de todas a Bíblia, quando não depara com formas literárias ou figuras de linguagem. 8.2-Especial: É especial quando fornece as regras que se aplicam a determinados tipos, específicos de produção literária , tais como: Profecias, Parábolas; Poesias, Metáforas, etc. 21 9- Princípios Gerais de Interpretação: 9.1-O Sentido das Palavras: Uma palavra pode mudar o sentido na frase em que está escrita. A Bíblia fala aos homens na linguagem deles, segundo o nosso modo de pensar e falar. Por isto, a 1ª coisa que o intérprete tem que fazer é determinar o sentido das palavras empregadas. Devendo se utilizar de auxílios do tipo: Gramática, dicionários e intérpretes antigos, etc. Além disso, acrescentar toda a luz interna que provem do estudo cuidadoso do Contexto;do uso que o autor faz destes termos em outros lugares, e das passagens paralelas. Ex.: Jão 1:1; e Hb. 4:12-13. João 1:1= Verbo-Logos ; Hb. 4:12= Palavra-Logos 22 9.2-O Significado das palavras que variam de significados de acordo com a frase onde está. Ex . geral: João casa na próxima semana.; O paletó de João tem só uma casa; João vai morar na casa da sogra.. Ex. Bíblico: Js. 24:15; Is. 2:3; João 14:2; João 19:27. I Cor. 8:13 ; Rm. 3:20; Ef.2:3. 23 9.3-O Propósito do Escritor. O Propósito do escritor inspirado: Especial ou Geral. Especial: Sendo especial o seu designo está nas mais diversas partes da sua obra. Lc.1:3; Atos 1-1; I Cor. 7:1. Geral : O seu propósito está em escrever toda a sua obra. João 10:31; Rm. 3:28. Obs: É negligenciando ou pervertendo o desígnio dos escritores, inspirados, que nos leva a pervertermos o sentido e fazemos com que se contradiga. Ex.: Tg. 2:24; Rm . 3:28. É fácil concluirmos que há contradição entre as doutrinas dos Dois Apóstolos ,se não considerarmos que o desígnio de cada um é diferente e bem distinto um dos 24 Paulo: Rm. 3:28. Combatia o erro dos fariseus que confiavam em si mesmos, que eram justos, por causa das obras da Lei, e desprezavam os outros. O objetivo foi mostrar que os homens recebem o perdão e a salvação exclusivamente pela fá em Jesus Cristo; e que esta salvação de modo nenhum provém do suposto merecimento de boas obras. Rm 11:6. Tiago: Tg. 2:24. Esta fé sem obras, que ele condena como morta; é a que consiste na fé em Cristo sem produzir efeito algum; ao invés da sincera confiança, que leva o homem a sujeitar a vida e o coração à autoridade de Cristo. Vida Nova, transformada. 25 9.4- O Contexto Bíblico: O Parágrafo Bíblico: A Palavra contexto ( do Latim=Contextus); significa literalmente tecer; É usado para designar o fio de um discurso. O Desígnio é o fim que o escritor se propõe a conseguir; O Contexto nos dá a forma e o modo de o conseguir. Deve-se sempre analisar onde começa ou termina o parágrafo , para entender o seu contexto. O Contexto do versículo é o parágrafo, e o contexto do parágrafo é o capítulo. Texto Parágrafo Contexto Capítulo Livro Bíblia. OBS: Quando tiver dúvida sobre um versículo, deve-se consultar o contexto do mesmo. Interpretar sem referência ao contexto é deixar a determinação do sentido ao acaso; é fazer interpretação que contradiz o texto, é ensinar o erro em lugar da verdade. 26 10- Princípios Discriminativos: É o princípio que nos leva a fazer a distinção quando Deus estabelece diferença. 1°-Diferença entre Criaturas e Filhos de Deus. Nem todos são filhos de Deus , mas todos são criaturas de Deus. Há mais de um Pai. João 8:41-44 ; Gl. 3:26 ;Mt.13:36-43,João 1:12;João 8:47. 27 2°- Diferença entre a Posição e Conduta do Crente. 2.1-Andai em espírito . Gl. 5:16-25. Quer dizer, atender ao Espírito de Deus, pois este se comunica com o salvo. 2.2-Andai em Novidade de Vida: Rm. 6:4; Pv. 4:18. 2.3-Andai Prudentemente: Ef. 5:15. (Cautelosamente) 3°- Diferença entre Fato e Promessa: Tem muitos crentes que não buscam as promessas de Deus; se apegam ao fato bíblico. -Fato: Mt. 18:20. -Promessas: Mt. 11:28. Fato Bíblico: O crente não precisa orar para ser salvo. 28 5°- Diferença entre Salvação e Galardão: SALVAÇÃO GALARDÃO Salvação é para os pecadores É para os Salvos A Salvação é conseguida É uma Realização A Salvação é uma Dádiva O Galardão é ganho com trabalho É uma dádiva dada no presente tempo Diz respeito à recompensa futura Salvação é imerecida Galardão é merecimento É presente atual Galardão é Futuro Garante o Céu Garante uma posição no Céu Dependeu da Fidelidade de Deus Depende da Fidelidade do Homem Rm. 10:9-10 II Cor. 5:10; Ap.22:12. 29 6°-Diferença entre Lei e Graça: Lei: É um sistema legal, instituído por Deus, através de Moisés. A Lei exige do homem justiça em seus princípios ( Cumprimento e consequência). Graça: Em seus princípios concede justiça ao homem. Rm. 3:21-22; Rm.8:4; Fp.3:9. -A Lei exige Obras; a Graça exige Fé. -A Lei abençoa os bons e obedientes; -A Graça salva os maus e desobedientes.(Chama a todos). 30 Diferença entre Lei e Graça LEI A Lei veio por Moisés Revela o Pecado Mostra ao homem o seu dever Diz: Faze isto e viverás A Lei apaga a memória Faz a Ovelha morrer pelo Pastor GRAÇA A Graça veio por Jesus Cristo Revela o Amor de Deus Mostra ao homem o que Deus fez Diz: Vive e faz A Graça apaga os pecados Faz o Pastor morrer pela ovelha 31 11- A Análise: Histórico – Cultural e Contextual. Não se pode interpretar o significado de um texto com certa precisão sem as análises histórico-cultural e contextual. Os dicionários traduzem “cultura”como “o conjunto dos moldes de comportamento, crenças, instituições e valores espirituais e materiais característicos de uma sociedade”. Portanto, a cultura envolve o que as pessoas pensam e crêem, dizem , fazem e produzem. Estamos falando de suas crenças, formas de comunicação, costumes e hábitos, e de elementos materiais como ferramenta, habitações, armas, etc. A cultura de um indivíduo abrange vários níveis de relacionamentos e influências; suas relações com as outras pessoas e grupos, a funçao que exerce na família, na classe social, na nação ou governo a que está sujeito; a religião, política, as leis, comércio, economia e a geografia da região, agricultura, isso influencia no modo de vida de uma pessoa, e no caso de um autor bíblico, o que ele escreve. 32 Análise Histórico-Cultural e Contextual: Fazem-se as análises Histórico-Cultural e Contextual, mediante (3) três perguntas básicas. 1-Qual o ambiente histórico geral em que o escritor fala?. 2-Qual o contexto Histórico-Cultural específico e a finalidade de seu Livro?. 3-Qual o contexto imediato da passagem em consideração?. A Interpretação de muitas passagens bíblicas depende do conhecimento de certos aspectos do contexto cultural. 33 Ex: Política:Porque Belsazar concedeu a Daniel a terceira colocação no governo babilônico, e não a segunda?. ( Dn. 5:7-16). Porque segundo a história secular Belsazar era na realidade o segundo no comando, seu Pai Nabonido, ausentara-se do País por grande período de tempo. Qual a razão da inimizade entre Edom e Judá?. A nação de Judá descendeu de Jacó , e os edomitas, de Esaú. Quando Boaz veio à Porta de cidade, falar sobre o terreno de Noemi. A Porta da cidade era o lugar oficial ideal para a realização de negócios e para julgamentos de casos. ( Dt.21:18-21; Dt.22:13-15; Js. 20:4) etc. 34 Religião: Qual a razão de Deus mandar as dez (10) pragas do Egito ?. Com as dez pragas Deus estava atacando e expondo a incapacidade e a falsidade dos deuses e deusas egípcios. Porque Elias propôs que o monte Carmelo, fosse o local de disputa com os 450 profetas de Baal?. Os seguidores de Baal, acreditavam que ele habitava no Monte Carmelo; e que baaal era visto como o deus da chuva, dos raios, do fogo e da tempestade. E Vimos o fracasso deles mandarem fogo do céu. Porque Paulo levantou a questão da carne oferecida a ídolos, em I Cor. 8?. Era porque os Coríntios compravam a carne no mercado, ofereciam uma parte à ídolos pagãos num dos muitos templos e levavam o restante para casa. Com isso alguns cristãos achavam que o fato de comerem aquela carne os tornaria participantes da adoração à ídolos. 35 Economia: Porque o parente mais achegado de Elimeleque deu a sua sandália a Boaz ( Rt. 4:8-17)?. Esse ato simbolizava a cessão de direitos de uma pessoa sobre a terra em que pisava; agia-se assim; quando era concluída a venda de um terreno. Agricultura: Que há de estranho no fato de Samuel pedir chuva ao Senhor na época da colheita do trigo, em 1Sm. 12:17?. A Colheita do trigo acontecia em Maio ou Junho, assim que começavam os seis meses de estio, que iam de abril até o final de Outubro. Se chovesse na estação da seca, ficaria evidente a operação do Senhor. Porque Amós chamou as mulheres de Betel de “vacas de Basã”?. (Am.4:1). As vacas de Basã- área fértil a nordeste do mar da Galiléiaeram conhecidas por serem gordas. As mulheres de Betel, à semelhança daquelas vacas, eram ricas e preguiçosas e pouco faziam além de comer e beber. 36 37 38 39 O Obreiro e a Preparação de Sermões: Homilética: A Arte de Preparar Sermões. Para compreender melhor o que é homilética temos de pensar em sua origem na Grécia Antiga quando o discurso, como arte, nasceu com os primeiros filósofos gregos. Eles usavam a retórica,a arte de falar bem, para convencer os ouvintes, assim como fazem hoje os advogados. Os sofistas se utilizavam muito da retórica, eram gregos habilidosos, que persuadiam o público porque tinham um bom discurso. Eles não tinham um compromisso com a verdade, defendiam aquilo que lhes era proposto, tanto que num mesmo assunto dois ou mais sofistas podiam defendê-lo, mostrando duas faces que pareceriam verdadeiras. No cristianismo, a arte de pregar era chamada de oratória sacra quando, no século XII, as disciplinas teológicas ganharam nomes gregos como, por exemplo, hermenêutica e apologética, e a oratória sacra passou a ser denominada homilética. O termo é derivado do substantivo grego homilia que significa, associação, companhia, e do verbo grego homileo, que significa falar, conversar. No dicionário de Língua Portuguesa Aurélio,homilética é a arte de pregar sermões religiosos. Como arte, a homilética deve ser usada para dar beleza e forma aos sermões sem, no entanto,esquecer o artista (pregador) da pesquisa científica que lhe dará os fundamentos, e nem da técnica para sua execução, além e principalmente de buscar, pela oração, a orientação do Espírito Santo. 40 Os Benefícios da Homilética: A homilética auxilia o pregador na coordenação das idéias para conduzir-se dentro do assunto, levando em conta o tempo de pregação sabendo o que e como, irá fazer sentindo-se seguro, sem medo de surpresas desagradáveis. Alguns perigos da Homiletica: Usar técnicas para preparar e pregar um sermão pode levar o pregador a acomodar-se e não buscar: a inspiração divina, esta deve ser procurada por meio da oração. A palavra pura e simples, a técnica, o estudo por si só, mata. O que faz com que as pregações sejam eficazes, transformadoras, animadoras é o Espírito que vivifica (2 Cor.3:6). Outro perigo é a vaidade. Pregadores técnicos preparam sermões bonitos e são impecáveis na sua apresentação, mas o foco principal pode ser desviado que é a transmissão de boas novas,novidades, boas e novas notícias que tornam a mensagem da Bíblia compreensível colocando Deus em primeiro lugar. Em uma pregação, o principal não é o pregador, mas a mensagem. 41 O Preparo do Pregador: a) O Preparo Espiritual – significa, em primeiro plano, amar a Deus e a sua obra; ter intimidade com Ele, o que é alcançada por meio de conversas amigáveis e diárias como a oração contínua com adoração, arrependimento, gratidão, submissão, amor, cumplicidade. Quando amamos a alguém temos uma enorme vontade de fazer tudo o que agrada a tal pessoa. Assim mesmo com Deus, quem o ama faz todas as suas vontades, não peca. É essa outra característica espiritual do pregador eficiente, perfeita comunhão com Deus e, por isso, cheio do Espírito Santo porque na medida em que buscamos comunhão com Ele, recebemos, em troca, a mesma dose de intimidade. É pura amizade, como era com Davi. Esse amor incondicional faz com que o obreiro tenha um testemunho irrepreensível indispensável para que tenha crédito diante daqueles que o ouvem. b) O preparo Social – tem de ser exemplar em toda o seu modo de vida. Evitar ser devedor, saber se relacionar bem, como ensina a Bíblia, com os membros da igreja, com vizinhos, no trabalho, na família. Ser bem educado e não constranger pessoas ou citar casos e palavras constrangedoras. 42 A Relação entre Homilética e as outras disciplinas: Como disciplina teológica,a Homilética pertence à teologia prática. As que mai contribuem são a Hermenêutica e a exegese.( que são pré-requisitos para uma excelente prática da Homilética). Homilética Primitiva: Esta desenvolveu-se após o exílio ( onde passagens das escrituras eram lidas em público ou nas sinagogas(Ne.8:1-8). Tinha caracteristicas simples,de apenas explicar as Escrituras. De 500 a 300 A.C. os gregos: Córax, Sócrates,Platão e Aristóteles desenvolveram a retórica, com objetivo:Político,Forense e Filosófico. Aristóteles e Sócrates defendiam a retórica a serviço da verdade. Diferença entre Homilia e Lição Bíblica: Homilia= Segue a Ordem natural do texto bíblico, sem a participação do público. Lição Bíblica:diferencia-se pela participação do auditório, sendo ideal para p/ principiantes ou certos grupos de estudo bíblico. É o Método ideal p/ cultos de ½ de semana. Gde. Parte da leitura da Bíblia é feita em conjunto, e o dirigente visa a levar o grupo a uma ativa participação ( livro:Pregação Expositiva,p.22). 43 Oratória Cristã: Foi grande a influência da retórica nas mensagens cristãs de Clemente de Alexandria(160-220d.c.);Tertuliano(150-220d.c.) Porém é Orígenes(185-250d.c.)quem dá início à aplicação da retórica nos sermões ou oratória sacra. Depois tivemos Ambrósio,q/ era tão bom orador q/ Agostinho ia ouvirlhe os sermões. A 1* Homilética foi escrita por Agostinho ( Preg. Ao alcance de todos,p.13) c/ sua obra: De Doctrina Christiana, onde a dividiu em: Inveniende ( C/ chegar ao assunto) e De Proferendo( C/ explicar o assunto). Onde foi grandemente utilizada na idade média sob o Título: “A Arte da Pregação”. O sermão , no seu aspecto técnico, estava na forma embrionária,pois era muito fragmentado, em divisões. 44 A Evolução da Homilética na Igreja: Na Antiguidade: Autores de tratados s/homilética: Orígenes;Agostinho, Ambrósio. Na Idade Média:Reavivamento no campo da pregação, despertamento do discurso sacro, entre os franciscanos e dominicanos. A Época Próximo à Reforma:Período de desenvolvimento da pregação c/ crescente uso de ilustrações nos sermões e a atulização das Sagradas Escrituras. Durante a Reforma Protestante: Todos os lideres da reforma foram grandes Pregadores:Calvino;Zwinglio;Savonarola. Homilética Hoje: Através dos tempos, tornou-se a Homilética, sinônimo de retórica ou oratória sacra. Subordinada a Teologia. 45 Os Problemas da Homilética: 1-Falta de Preparo:Pouco tempo de estudo do pregador (acha q/ basta apenas as divisões) •2-Falta de Unidade Corporal:Mera junção de textos bíblicos,muitos desconexos.pulando por varios, sem unidade interior. •3-Falta de Testemunho do Pregador:(Vivência). •4-Falta de Aplicação às necessidades da Igreja. •5-Falta de Equilibrio nos textos bíblicos:+ de 95% estão no N.T. e muitos são evangelisticos. •6-Falta de Priorioridade da Pregação no Culto: Dão mais prioridade ao louvor •7-Secularização dos Sermões:Filosofia , Psicologia,humanismo,antrpocentrismo,etc. 46 Objetivos da Pregação: •A Salvação de Almas perdidas (Rm.1:16).Após a Conversão a ênfase está sobre as coisas q/ acompanham a salvação. ( Heb.6:9). •Também:Doutrinamento;Edificação; •Motivação;santificação;Nutrição;Exortação •Visar Também a ação diaconal de cada membro à Cristo ( Ef.4:11;Tt.3:8;etc.) •Envolver-se com o serviço à Deus(II Cor.5:15; Gl. 2:20). 47 Instruções Práticas p/ a Exegese: 1- Familiarizar-se c/ o Texto Escolhido ( Orar:meditar; atenção as Palavras,aos Verbos;etc.). 2-Passos Metodológicos para a prática da Exegese. 2.1-Ler o Texto várias vezes,ler as diferentes Versões da Bíblia, memorize o texto. 2.2-Esclarecer o contexto:Anote o q/ Precede o Texto; Observe o q/ Segue o texto. Verificar o tema dos Contextos: Imediato e Remoto. 48 Contextos: Imediato e Remoto Imediato: Mesmo Capítulo. Remoto: Dentro de alguns Capítulos, e até do Livro. 49 Instruções Práticas da Exegese: •1- Como a passagem se relaciona c/ o material a seu redor e c/ o contexto remoto? •2-Como a passagem se relaciona c/ o restante do Livro?. •3-Como a passagem se relaciona c/ a Bíblia como um todo?. 4-Como a Passagem se Relaciona com a: A Cultura; O Momento Histórico e o Pensamento Teológico da Época em que foi Escrito?. 50 Usando ilustrações: Escolher bem e não usar muitas em um sermão. A ilustração é apenas um meio para explicar a idéia. Precisam ser variadas, mas não longas para não tirar a atenção dos ouvintes do texto principal. Interpretando o texto: Procurar compreender o que o texto relata e estudar todo o contexto, sua importância no momento que foi escrito e sua aplicação no mundo atual. Não dar sentido espiritual a textos que tem somente conotação histórica. Não torcer a interpretação da mensagem colocando sua própria idéia, mas desvendar com os estudos o que o texto diz, passando para o ouvinte a mensagem divina. 51 As diversas partes do sermão: Introdução - serve para preparar o ouvinte para receber a mensagem, estabelece um ponto de contato entre o pregador e o público, deve ser breve para atrair o interesse de quem ouve. Corpo - o sermão é dividido em aproximadamente três partes e nelas poderá haver tópicos, por exemplo: o sermão sobre os dois caminhos terá seu corpo dividido em duas partes e cada uma delas com tópicos. Conclusão - é a parte final e encerra o objetivo final. Nela pode estar uma retrospectiva breve da mensagem pregada, mas não deve ser longa e nem incluir um assunto novo. 52 Classificação dos Principais Tipos de Sermões: •1- Temático ou Tópico: É aquele cuja divisão é extraída do assunto oferecido pelo Tema ou texto..O Assunto é tratado e dividido segundo a sua própria natureza. Divide-se o Tema e não o Texto de onde o tema é tirado. Neste tipo de sermão o foco do pregador está sobre o assunto escolhido. A análise vem do assunto e não do texto. Os apóstolos usaram esse tipo de sermão, mas não esqueciam de usar abundantemente citações do Antigo Testamento. Exemplo: Tema – Amor (Rm 13.10). 1. Amor ao nível da carne (do grego Eros) 2. Amor ao nível humano (do grego Philia) 3. Amor ao nível divino (do grego Ágape) 53 2-Sermão Textual: É o Sermão cuja divisão baseia-se no texto. Neste caso divide-se o texto e não o tema. é o texto bíblico que é dividido em partes e seu sucesso depende do desempenho na análise do texto escolhido. Para se analisar um texto é preciso estudar cada frase, sua significação histórica e todo o contexto que o envolve. Exemplo: O Evangelho de Cristo (Rm 1.16). 1. “Não me envergonho do evangelho de Cristo” 2. “Pois é o poder de Deus” 3. “Para Salvação” 4. “De todo aquele que crê” 54 3- Sermão Expositivo: É a elaboração de uma passagem mais longa. Tirada Palavra de Deus os argumentos principais da exegese e os esclarece de modo mais minucioso,detalhado. É composto de argumentos demonstrados por meio de textos bíblicos. Usando disciplinas auxiliares tais como: Geografia Bíblica,Português(Etmologia das Palavras);História Bíblica e Geral; Economia( moedas, e meios mercantis,etc); Léxico Grego;Dicionário; Costumes e hábitos da época;etc. 55 A Estrutura do Sermão: Título Texto Introdução Desenvolvimento 1-Argumento 2- Argumento 3-Argumento APLICAÇÃO E CONCLUSÃO 56 CÍRCULO HOMILÉTICO 1º passo: Oração.(p. 29) 2º passo: Escolha do texto (pp. 29-30) 3º passo: Exegese do texto (pp. 30-84) 4º passo: Meditação no texto (pp. 79-81) 5º passo: Aplicação do texto (pp. 81-84) 6º passo: Estruturação da mensagem (pp. 89-110) 7º passo: Redação da mensagem (pp. 110-114) 8º passo: Memorização da mensagem (p. 114) 9º passo: Apresentação da mensagem (pp. 114-115) 10º passo: Avaliação da mensagem (pp. 115-116) Neste círculo, recapitulamos todos os passos do nascimento de uma mensagem, desde a fase inicial até a avaliação, depois da entrega do sermão. 57 CONSIDERAÇÕES FINAIS: Existem duas coisas que são imprescindíveis à vida de qualquer obreiro. Comunhão e maturidade. Essas duas qualidades não podem ser confundidas, mas devem ser combinadas para que o obreiro avance e salte os grandes obstáculos de seu ministério. A comunhão nasce da busca, da devoção, do temor e da aplicação pessoal e individual de cada crente. A comunhão nos conduzirá a uma certa intimidade com Deus que nos capacitará a grandes feitos em seu nome. Mas a comunhão não nos isenta das provações e do aperfeiçoamento divino. A comunhão com Deus nos levará a conhecer os caminhos de Deus. Mas a maturidade nos levará a conhecer a nós mesmos. A Comunhão pode chegar a qualquer instante, mas a maturidade só virá com o tempo. As experiências do diaa-dia nos conduzirão a momentos cruciais em nossas vidas. O nosso testemunho e o tempo dirão. 58