USO DE LEITE HUMANO PASTEURIZADO
NA ALIMENTAÇÃO DO PREMATURO
Maria José Guardia Mattar
BLH-HMLMB /SES-SP
www.paulomargotto.com.br
Breastfeeding and the use of Human milk.
American Academy of Pediatrics
Work group on Breastfeeding.
Pediatrics 100: 1035-1039, 1997
Recomendações sobre a prática do aleitamento materno:
1) O leite humano é a dieta preferencial para todas as
crianças, inclusive prematuros e recém-nascidos doentes,
com raras exceções ...
Benefícios do leite humano para o pré-termo
 Defesa
Redução de infecção
 Gastrintestinal
Desenvolvimento intestinal
Tolerância alimentar
Nutrição
Perfil lipídico
Perfil de aminoácidos
Antioxidantes
 Desenvolvimento neurológico
 Prognóstico relacionado à duração do uso de leite humano
Schanler RJ, Ped Clin North Am, 48:207, 2001
Nutrição do RNPT
Desenvolvimento intra-útero
Formação TGI – 24-26
semanas
Aspecto morfológico /
imaturidade
enzimática
Nutrição do RNPT
Aspecto nutricional – Terapêutico
Funções
- Respiratória
- Imunológica
- Metabólica
- Hemodinâmica
TERAPIA NUTRICIONAL
ENTERAL
PRINCIPAIS DIFICULDADES
NUTRICIONAIS RNPT
 Imaturidade dos reflexos sucção / deglutição

necessidades calóricas

capacidade gástrica

reflexo da tosse
aspiração
 Imaturidade esfincter esofágico

secreção enzimática
 NP
RGE
absorção de nutrientes
bloqueio da resposta hormonal intestinal
Fletcher, 1994
MOMENTO IDEAL PARA INÍCIO DA
NUTRIÇÃO ENTERAL EM UTI
 RNPT > 1500g e RNT: após estabilização
 RNPT MBP ?
 Estudos experimentais: involução das vilosidades
intestinais com 3 dias de jejum
 Deglutição de líquido amniótico
Fletcher, 1994 ; Lucas, 1987
ALIMENTAÇÃO ENTERAL
MÍNIMA
 Utilização precoce, em RNMBP, de pequenos
volumes de alimentos enterais, juntamente
com nutrientes fornecidos pela NPP
 Alimentação sem função nutritiva
 Função trófica do enterócito
 Pequenos volumes:
 suficientes para prevenir atrofia intestinal
insuficientes para  risco ECN
Ziegler, 1999
Imaturidade neurológica X Terapia nutricional
enteral
 Sucção ( 23s) /deglutição – coordenação (±34s)
 motilidade intestinal :
- esôfago - ondas peristálticas fracas
- antiperistalse
 esvaziamento gástrico mais demorado
 < capacidade gástrica
 freqüência, amplitude, duração -  IG
Berseth et al, 1992, 1993
QUANDO INICIAR A ALIMENTAÇÃO
ENTERAL MÍNIMA(TRÓFICA)
 desde 24 horas até 7- 8 dias vida
 não existem dados sobre a melhor ocasião para início
 maioria: início quando RNMBP estável, mas ainda não é possível
utilizar alimentação nutritiva
 RNMBP com pletora e/ou asfixia perinatal grave:
início no mínimo após 72 horas
 utilizada para início alimentação ou para a realimentação de RNMBP, em
especial RNMMBP criticamente doentes
La Gamma;Browne, 1994 / Newell, 2000
COMO INICIAR A ALIMENTAÇÃO ENTERAL MÍNIMA
 volume variável: 1 a 24 ml/kg/dia (média: 4 a 15 ml/kg/dia)
 duração AEM: depende estabilidade / tolerância RN
 SOG: adm.intermitente ou contínua / infusão lenta (BIC)
RN < 34 sem., depressão SNC, insuf. respiratória
Intermitente: + próxima padrão fisiológico digestão
estimula contração vesícula biliar /  colestase
melhor aproveitamento gordura do L.H. ( x contínua)
 medir resíduo antes administração
 decúbito elevado: ventral / lateral E
completar
após mamadas
PROGRESSÃO : < 20 ml/kg /dia
Berseth, 1992 e 1995 / La Gamma ; Browne, 1994 / Ziegler, 1999
QUANDO INICIAR A ALIMENTAÇÃO ENTERAL MÍNIMA
Critérios de “prontidão” intestinal
1) ausência distensão abdominal
2) ausência sinais peritonite
3) ausência fluxo retrógrado: sem drenagem biliosa
por SOG, sem vômitos (nl: 5-8 ml/kg/dia)
4) evidência atividade peristáltica: RHA / fezes
(RN < 1000g : > 70%  fezes após 1 sem !)
5) ausência sinais obstrução / ausência massas abdominais
6) estabilidade respiratória / cardiovascular / hematológica /
neurológica durante V.M. (1-2 alt.ventilador/dia)
La Gamma ; Browne, 1994
NUTRIÇÃO ENTERAL MÍNIMA
Leite a ser utilizado
LM O fresco da própria mãe
Leite pasteurizado de BLH
Observar distensão abdominal,vômitos,evacuações
Medir e descontar resíduos
Resíduos crescentes
Íleo
Obstrução
ECN
ADEQUAÇÕES NUTRICIONAIS DO LEITE MATERNO ÀS
NECESSIDADES DO RNPT
MELHOR QUALIDADE PROTÉICA
prot. soro / caseína: 90:10
60:40
< fenilalanina / metionina / tirosina
> cistina / taurina / glutamina/ arginina
CARBOIDRATOS
lactose
fezes amolec./ > flora bífida
(abs >90%)
> abs. minerais
oligossacarídeos  fator bífido / fat. de defesa
COMPOSIÇÃO LIPÍDICA
melhores digestão
e absorção
organização do glóbulo
padrão AG (16-18C) / distrib. AG
lipase estim. SB (termolábil)
AG cadeia muito longa (20:4 6 / 22:6 3) / carnitina
ADEQUAÇÕES NUTRICIONAIS DO L.M. ÀS NECESSIDADES
DO RNPT
COMPOSIÇÃO DO LMPT
RESULTADOS UNÂNIMES
> proteínas / > energia e lípides
> fatores de defesa (s Ig A )
> sódio / > cloro
primeiras 2 - 4 sem. lactação
RESULTADOS NÃO UNÂNIMES
> % AG cadeias média / intermed. (10-14C)
> AG poliinsaturados / > fosfolípides e colesterol
< lactose ( 15% < )
> vit.A (6º-37º dias) / > vit.D
> vit. E em l. trans. e l. maduro ( 1o mês )
> zinco / > cálcio
Gross et al., 1980 e 1981/ Anderson et al.,1981 / Barros;Carneiro-Sampaio, 1983/ Bitman et al,1983 /
Lepage et al., 1984/ Costa, 1989/ Grumach, 1990 / Schanler,1998 / Schanler et al.,1999 / Atkinson,2000
SUPORTE PARA LACTAÇÃO EM
MÃES DE RN EM UTI
INÍCIO DA ORDENHA
deve ser o mais precoce possível
VOLUME DE L.H  diretamente relacionado à freqüência
do estímulo e ao grau de esvaziamento mamário

EXPRESSÃO MANUAL
< trauma mamilar, < contaminação

BOMBA MECÂNICA (dupla saida ,nas primeiras 72h para aumentar o
estimulo mamário )
Davies, 1945 / Macy,1949 / Hytten. 1954 / Boutte et al., 1985/
Wennergren et al., 1985 / Schanler et al., 1999
TÉCNICA DA EXPRESSÃO MANUAL
ORDENHA MANUAL
ORDENHA MANUAL
ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR
PRODUÇÃO LÁCTEA

Técnicas relaxamento antes da ordenha
(massagem, técn. respirat.,música suave )

Assegurar a freqüência das sessões de ordenha

Prosseguir ordenha por vários min.: após interrupção fluxo

Massagens mamárias periódicas: durante sessões de
ordenha
ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR
PRODUÇÃO LÁCTEA

Considerar uso de preparações seguras à base de
ervas

para aumentar produção láctea
Considerar uso de medicação que  prolactina
( metoclopramida, domperidona, sulpiride)

Grupos de mães: para estímulo
LACTAÇÃO x SUPORTE PSICOLÓGICO

Assim que possível: contato mãe / RN
pegar no colo
Método Mãe Canguru
estimula produção láctea
 termorregulação , sat. O2
produção ac. no LM contra bactérias da unidade
neonatal
observação dos reflexos RN  sucção sonda / busca
POSSIBILITAM INÍCIO TRANSIÇÃO PARA VO
Leite Materno Fresco
Via SOG - nutrição trófica
- alimentação por gavagem
OBS: Todo leite ordenhado em outras unidades ou no
domicílio
- Processamento e controle de qualidade antes da liberação
para o consumo
Cuidados com o Leite Materno in Natura
• Usar o Leite Materno fresco ou
de ordenha imediata,SOB
SUPERVISÃO (4 a 12hs no
máximo)
•
Células do sangue e 100% dos
Fatores de proteção perdem
atividade in vitro após 4 horas.
• Aliquotar de imediato, após a
ordenha.
• Manter sobre refrigeração
OBS: Todo leite ordenhado em outras unidades ou no domicílio deverá
ser pasteurizado e submetido aos controles de qualidade , antes da
liberação para o consumo, mesmo que seja de mãe para filho
Leite Humano Ordenhado
Mama
Embalagem
Processamento
Receptor
LHO manipulado em condições higiênico-sanitárias
insatisfatórias pode ser contaminado secundariamente por
microrganismo ambientais e comprometer a qualidade do Leite
Cuidado na administração por SOG ou BOMBA DE INFUSÃO
Banco de Leite Humano
Pasteurização - 62,5°C 30 min.
Componentes LH
% de atividade preservada
na pasteurização
SigA
65-90
IgM
< 25
IgG
65-85
Linfócitos
0
Macrófagos
78
Lisozimas
61-100
Lactoferrina
27-44
Lactoperoxidase
53
Complemento
0
Lipídeos/ CH/ Pro.
estáveis
OXTOBY, 1988 (modificada)
EFEITOS DA PASTEURIZAÇÃO
Antes
Depois
Gordura(g/l)
18,4 13,2
18,613,1
Proteína (g/l)
14,315,1
12,92,3
Lactose (g/l)
80,18,8
76,417,5
Kcal/l
531124
515107
Ca (mg/l)
26539
26739
P (mg/l)
12522
12723
Fe (mg/l)
0,780,41
0,730,25
Cu (Mg/l)
0,500,10
0,530,13
Zn (Mg/l)
1,611,20
1,351,01
Vit. A (umol/l)
1,220,72
1,010,59
(Goes, 1998 )
MATTAR,MJG;MARIANI NETO, C;KUZUHARA,JSW;GOMES,AMC2001-O uso do Crematócrito em BLH para atender às necessidades do
PT na Unidade Neonatal.
TABELA 1 - CONTEÚDO DE GORDURA(g/dl) E TEOR
CALORICO (kcal/l) NOS DIFERENTES TIPOS DE LEITE
VALOR
MINIMO
MÁXIM
OMÉDIO
D.PADRÃO
MEDIANA
VALOR p*
TOTAL AMOSTRA
n= 2251
* Teste t-Student
COLOSTRO
G
0,5
9,23
7
2,57
1,17
2,57
Cal
384,85
1229,21
579,92
110,96
579,91
0,000
0,000
1261
p<0,05
L.TRANSIÇÃO
G
0,25
7,08
2,65
1,02
2,76
Cal
354,13
1020,00
587,47
99,39
597,94
0,829
0,983
137
L.MADURO
G
0,58
7,65
2,44
1,10
2,39
0,000
Cal
212,4
4
1075,56
567,06
109,16
562,37
0,000
810
BLH-HMLMB, julho 2000-maio 2001
QUADRO 1– Valores médios do Teor de Gorduras
(g/dl) e Conteúdo Energético (kcal/L) nos
diferentes tipos de leite em relação a Idade
Gestacional.
Tipo Leite
Colostro
I. Gestacional
Gorduras
(g/dl)
Calorias
(kcal/L)
Total
Kruskal Wallis*
dp
dp
L. Transição
Maduro
PT
T
PT
T
PT
T
2,78
+1,14
2,25
+1,13
2,70
+0,86
2,65
+1,11
3,00
+1,22
2,34
+1,01
600,14 548,48 588,40 587,89 618,66 556,86
+110,58 +110,14 +84,32 +108,45 +128,77 +100,05
739
271
PT= 0,271
t- Student - G e Cal= 0,000
24
T=0,003
97
p<0,05
97
614
n = 2251
(Mattar e cols,2001)
GRÁFICO 1 – Conteúdo Energético (Kcal/l)
em relação às fases do leite
Distribuição do teor de Calorias em relação as fases do leite
1800
Md 585.44
Dp 55.12
1500
1200
900
600
Md 445.76
Dp 38.77
Md 775.8
Dp 90.87
300
0
< 500
n=2251amostras
<500 kcal/l-L.Anterior
500 - 700
> 700
Fonte:BLH-HMLB/2001
>700 kcal/l-L.Posterior
GRÁFICO 2:VALORES DE ACIDEZ TITULÁVEL ( º.D )
DO LEITE HUMANO ORDENHADO
Distribuição dos valores da acidez
120
100
80
60
40
20
N=836 amostras
16
13
10
8,
5
7,
5
6,
5
5,
5
4,
5
3,
5
2,
5
1
0
(Mattar e cols,2001)
Valores superiores à 8,0 ºD desqualificam o produto para consumo
Priorizar leites com acidez < 6.0 ºD para PT
ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGISTICA EM RELAÇÃO À
ACIDEZ ( Mattar,Mariani-Neto;2002 )
Variável
Idade Gestacional
Tipo de Leite
Categoria
Pré-termo
Termo
Pós-termo
C
T
M
Or
Ajustada
p
IC
1,0
1,8
1,97
1,15 ;97
0,88; 4,38
0,O12
0,097
1,0
1,2
1,9
0,51; 2,83
1,17; 3,20
0,673
0,010
0,94; 2,32
0,093
1,43;3,67
0,001
Local de Ordenha
Residência
BLH
1,48
1,0
Tipo de Ordenha
Manual
mecânica
1,0
2,3
Pré-estocagem
Refrigerado
congelado
1,13
1,0
0,65; 1,95
0,660
Volume
continua
1,002
1,001; 1,004
<0,001
Teste de Hosner-Lemeshow:
p: 0,541
Fonte: BLH-HMLMB-2001
Proteínas
• Leite de mães de RNPT - 3,24g/dl
• Leite de mães de RNT - 1,42g/dl
• Colostro - 2,29 g/dl
Gross e cols.,1988
• 15.283 amostras de leite
• 1047 amostras com mais de 700 kcal /L
• 360 amostras com mais de 2g/dl de proteínas (34.3 %)
(Técnica do Biureto )
Aprile; M.M. - H.M.U.S.B.C. , Feferbaum;R –ICRFMUSP , 2004
Prescrição Médica
Equipe de Terapia de Suporte Nutricional
• Respeita as
características
físicas e clínicas do
receptor
• Tipo de leite
• Forma de
administração
Seleção do Leite Humano ou Materno a ser
distribuido para o RN Prematuro
• De acordo com prescrição
médica
• Exclusivo de Mãe-Filho
• L.H.Homólogo IG
 Quanto ao Crematócrito:
• L.H. Hipocalórico (< 500 kcal/L)
• L.H. Hipercalórico (> 700 kcal/L)
Quanto à Acidez Titulável:
• Valores adequados para o Prematuro -
menores que 6,0º D, para o maior
aproveitamento do Cálcio e Fósforo.
RN ou Lactente Estável
• Leite Mãe- Filho
Técnica de Amamentação : Visando atender o aporte calórico e proteíco
Ordenha do L. Anterior
Translactação
Sucção no peito
Complementação com leite anterior
Ganho de Peso do RNPT em AME
• Em torno de
15 g/kg/dia (AAP)
• Atenção na 32 a
34 semanas
-Atentar ao aporte
calórico
- Canal de Crescimento
- Observar a mamada
- Manejo da Técnica
O uso do Crematócrito e da Acidez Titulável em
BLH é importante para atender as necessidades do
prematuro na Unidade Neonatal, adequando a
oferta do leite da própria mãe, às necessidades
inerentes a fase do desenvolvimento, para tal é
necessário um trabalho integrado dos
Neonatologistas com o Banco de Leite Humano.
Sucção
Desenvolvimento Sensório-Motor Oral
(musculatura / lábio / língua /mandíbula)
Trabalho integrado da equipe interdisciplinar
SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA (SNN)
(dedo enluvado, seio materno esvaziado)
Desenvolvimento do SSMO
Coordenação
SDR
Alimentação por via oral mais precoce
TRANSIÇÃO PARA VIA ORAL
Transição para VO mais precoce
Técnicas: copinho; translactação
Favorece : aleitamento materno bem sucedido,
ganho de peso, alta hospitalar mais
precoce, vínculo mãe-bebê,
ganho psicológico
IG: maioria por volta de 34 semanas
+ precoce nos RN estimulados
Programa de alimentação
Programa de alimentação
• Produção de leite
• Capacidade de sucção
• Retirada de leite da
mama
• Presença ou ausência da
mãe
Programa de Alimentação
Imaturidade na sucção
• Presença da mãe
• Sonda oro ou nasogástrica
• Translactação
• Vol. Inicial: 10 a 20
mL/kg/dia
Programa de Alimentação
Imaturidade de sucção
• Ausência da mãe
• Sonda oro ou
naso-gástrica
Programa de Alimentação
Maturidade de sucção
• Ausência da mãe: copinho
• Presença da mãe: seio
materno em livre demanda
ADMINISTRAÇÃO DO LEITE
MATERNO POR COPINHO
ADMINISTRAÇÃO DO LEITE MATERNO
POR TRANSLACTAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DO LEITE PELO
MÉTODO “FINGER FEEDING”
ALEITAMENTO MATERNO
 Possível ao final da transição SOG
VO
 Posições: tradicional, cavaleiro, invertida (bola de futebol americano)
 Representa um ganho psicológico e emocional para a mãe e para o RN
 Sucção regular  estímulo para produção láctea
 Interfere positivamente na evolução do RN
 Acelera o desenvolvimento do SSMO
 Complementos : no início, se necessários (por copinho ou translactação)
 Ordenha do leite anterior para aumentar ganho ponderal ( oferecê-lo no fim,
como complemento)
TRANSIÇÃO PARA VIA ORAL
BEM ORIENTADA
SUPORTE ADEQUADO À NUTRIZ
FUNDAMENTAIS
PARA
ALEITAMENTO MATERNO
BEM SUCEDIDO
Avaliação Nutricional de RNPT
 Os diversos parâmetros antropométricos são os meios
mais adequados para uma avaliação criteriosa do
crescimento dos recém nascidos;
 A utilização das curvas é fundamental para acompanhar
o crescimentos dos RN, podendo verificar os possíveis
desvios nutricionais;
 A avaliação antropométrica fornece informações
preciosas capaz de nortear de maneira satisfatória as
estratégias nutricionais utilizadas no período neonatal;
 Para informações mais detalhadas é necessário a
avaliação bioquímica
Avaliação do Crescimento
Avaliação do crescimento de RN prematuros e muito
baixo peso alimentados com leite humano de BLH,
selecionado segundo teor calórico e proteíco
• Em RNMBP alimentados com leite de banco de leite
humano previamente selecionado quanto ao valor
calórico-protéico e em RNMBP alimentados com o leite
da própria mãe descrever:
– O crescimento pós-natal até o peso de dois quilos
– A evolução clínica e avaliação laboratorial durante a
internação
– Prevalência do aleitamento materno na alta e aos 6m
de IGC
– O estado nutricional aos seis meses de IGC
APRILE,2006:
Características da Casuística
Grupo I
• 10 RNMBP
• Peso nascimento ≤ 1500g
• Sem restrição do crescimento
intra- uterino
• Leite materno cru ou pasteurizado
APRILE,2006:
Características da Casuística
Grupo II
• 30 RNMBP
• Peso nascimento ≤ 1500g
• Sem restrição do crescimento intrauterino
• LH de BLH classificado
• >60% vol. total ingerido
APRILE,2006:
Valor Calórico
• Analisadas 15. 283
amostras de leite humano
• Selecionadas 1370 com
mais de 700 kcal/L sendo:
1. 62 amostras de colostro
(4,56%)
2. 50 amostras de leite de
transição (3,64 %)
3. 1258 amostras de leite
maduro (91,8%)
Aprile,2006
Classificação do leite - Valor
Protéico
• Selecionadas 1370 amostras com
mais de 700kcal/L sendo:
– 827 amostras (60,3%) tinham mais de
2g/dL de proteína
– Técnica do Biureto (Cannon e col. 1974)
Aprile,2006
Seleção do Leite
Seleção do Leite
Enteral mínima:
1. Colostro cru ou
pasteurizado da
própria mãe
2. Colostro
pasteurizado de
BLH
Seleção do Leite
Crescimento estável:
1. Leite da própria mãe cru ou pasteurizado
2. Leite de BLH selecionado segundo o valor
calórico-protéico
3. Meta de oferta calórica:
- 120 a 140 Kcal/kg/dia e
- conteúdo protéico de 3,8g/kg/dia
(Rose,1992)
Avaliação do Crescimento
Idade gestacional
• Data da última menstruação confirmada pela
ultra-sonografia fetal até a vigésima semana de
IG
• New Ballard
Antropometria: avaliação semanal
• peso
• comprimento
• perímetro cefálico
Aprile,2006
Avaliação Clínica
• Tempo de internação (semanas)
• Incidência de ECN (critérios de Bell
modificados por Kliegmann, 1986)
• Episódios de sepse (Bone et al., 1991)
• Incidência de Displasia Broncopulmonar
(Ehrenkranz, 2005)
Aprile,2006
Avaliação Laboratorial
• Cálcio, fósforo, creatinina sérica e
urinária entre a terceira e quarta
semana de vida
• Fosfatase alcalina
• Uréia sérica
• Hematócrito
• Hemoglobina
Aprile,2006
Curvas de crescimento
• Dados antropométricos colhidos semanalmente
• Curvas de crescimento para cada criança
• Equações de regressão não linear
• Software CurvExpert 1.3
• Idade exata de cada criança  média dos
parâmetros
• Curvas de regressão para cada grupo
• Coeficiente de correlação menor erro padrão
• Polinômio de terceiro grau
Aprile,2006
Valores estimados do percentil 5, 50 e 95 do
comprimento (comp) dos RNMBP dos grupos I e II
50
Comp GII p95
Comp GII p50
Comp GII p5
Comp (cm)
45
40
Comp p95 GI
Comp p50 GI
30
30
Comp p5 GI
28 29 30 31 32
33 34 35 36 37 38
39
Idade gestacional corrigida
(semanas)
Aprile, Feferbaum,2006
Valores estimados do percentil 5, 50 e 95 do
perímetro cefálico (PC) dos RNMBP do grupo I
(controles) e grupo II (casos),
PC GII p95
PC GII p50
PC GII p5
PC (cm)
34
31
PC p95 GI
28
PC p50 GI
PC p5 GI
25
22
28 29 30 31 32
33 34 35 36 37 38
39
Idade gestacional
corrigida (semanas)
Aprile, Feferbaum,2006
Valores estimados do percentil 5, 50 e 95
do peso dos RNMBP dos grupos I e II
2.500
Peso GII p95
Peso GII p50
2.250
Peso (g)
2.000
Peso GII p5
1.750
1.500
Peso p95 GI
1.250
Peso p50 GI
1.000
Peso p5 GI
750
500
28 29 30 31 32
33 34 35 36 37 38
Idade gestacional
corrigida (semanas)
crescimento
39
Prevalência de aleitamento no
momento da alta nos GI e GII
Grupo I
SLM
0%
AME
90%
Grupo II
SLM
3%
AM
10%
AM
13,3%
AME
83%
AME – Aleitamento materno exclusivo
AM – Aleitamento materno (leite materno + fórmula láctea ou alimentos
complementares)
SLM – Sem leite materno
Alimentação no 6º mês de
idade gestacional corrigida
Grupo I
SLM
13%
SLM
10%
Grupo II
AME
25%
AME
40%
AM
50%
AM
62%
AME – Aleitamento materno exclusivo
AM – Aleitamento materno (leite materno + fórmula láctea ou alimentos complementares)
SLM – Sem leite materno
Crescimento no 6º mês de IGC
• Os dados de peso, comprimento e
perímetro cefálico demonstraram:
– Adequação nutricional
– Ausência de diferença estatística
significativa entre GI e GII
Conclusões
Evolução Clínica
• A incidência de complicações
clínicas foi baixa e semelhante
em ambos os grupos
Conclusões
Avaliação laboratorial durante
a internação
• A deficiência de fósforo deve ser monitorada
em ambos os grupos
• Os níveis de uréia permaneceram dentro dos
limites da normalidade, sugerindo que não há
sobrecarga protéica
• As alterações do hematócrito e hemoglobina
não tiveram correlação aparente com o uso de
leite de BLH
Conclusões
Prevalência do Aleitamento
Materno
• No momento da alta hospitalar e
no 6º mês de IGC foi alta em GI e
GII
Conclusões
Conclusão
• É possível nutrir recém-nascido de muito baixo
peso com leite de banco de leite humano
selecionado quanto ao valor calórico-protéico
IG: 31s
PN: 1080g
ID: 11
meses
IGC: 9
meses
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uso de leite humano pasteurizado na alimentação do prematuro