USO DE LEITE HUMANO PASTEURIZADO NA ALIMENTAÇÃO DO PREMATURO Maria José Guardia Mattar BLH-HMLMB /SES-SP www.paulomargotto.com.br Breastfeeding and the use of Human milk. American Academy of Pediatrics Work group on Breastfeeding. Pediatrics 100: 1035-1039, 1997 Recomendações sobre a prática do aleitamento materno: 1) O leite humano é a dieta preferencial para todas as crianças, inclusive prematuros e recém-nascidos doentes, com raras exceções ... Benefícios do leite humano para o pré-termo Defesa Redução de infecção Gastrintestinal Desenvolvimento intestinal Tolerância alimentar Nutrição Perfil lipídico Perfil de aminoácidos Antioxidantes Desenvolvimento neurológico Prognóstico relacionado à duração do uso de leite humano Schanler RJ, Ped Clin North Am, 48:207, 2001 Nutrição do RNPT Desenvolvimento intra-útero Formação TGI – 24-26 semanas Aspecto morfológico / imaturidade enzimática Nutrição do RNPT Aspecto nutricional – Terapêutico Funções - Respiratória - Imunológica - Metabólica - Hemodinâmica TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL PRINCIPAIS DIFICULDADES NUTRICIONAIS RNPT Imaturidade dos reflexos sucção / deglutição necessidades calóricas capacidade gástrica reflexo da tosse aspiração Imaturidade esfincter esofágico secreção enzimática NP RGE absorção de nutrientes bloqueio da resposta hormonal intestinal Fletcher, 1994 MOMENTO IDEAL PARA INÍCIO DA NUTRIÇÃO ENTERAL EM UTI RNPT > 1500g e RNT: após estabilização RNPT MBP ? Estudos experimentais: involução das vilosidades intestinais com 3 dias de jejum Deglutição de líquido amniótico Fletcher, 1994 ; Lucas, 1987 ALIMENTAÇÃO ENTERAL MÍNIMA Utilização precoce, em RNMBP, de pequenos volumes de alimentos enterais, juntamente com nutrientes fornecidos pela NPP Alimentação sem função nutritiva Função trófica do enterócito Pequenos volumes: suficientes para prevenir atrofia intestinal insuficientes para risco ECN Ziegler, 1999 Imaturidade neurológica X Terapia nutricional enteral Sucção ( 23s) /deglutição – coordenação (±34s) motilidade intestinal : - esôfago - ondas peristálticas fracas - antiperistalse esvaziamento gástrico mais demorado < capacidade gástrica freqüência, amplitude, duração - IG Berseth et al, 1992, 1993 QUANDO INICIAR A ALIMENTAÇÃO ENTERAL MÍNIMA(TRÓFICA) desde 24 horas até 7- 8 dias vida não existem dados sobre a melhor ocasião para início maioria: início quando RNMBP estável, mas ainda não é possível utilizar alimentação nutritiva RNMBP com pletora e/ou asfixia perinatal grave: início no mínimo após 72 horas utilizada para início alimentação ou para a realimentação de RNMBP, em especial RNMMBP criticamente doentes La Gamma;Browne, 1994 / Newell, 2000 COMO INICIAR A ALIMENTAÇÃO ENTERAL MÍNIMA volume variável: 1 a 24 ml/kg/dia (média: 4 a 15 ml/kg/dia) duração AEM: depende estabilidade / tolerância RN SOG: adm.intermitente ou contínua / infusão lenta (BIC) RN < 34 sem., depressão SNC, insuf. respiratória Intermitente: + próxima padrão fisiológico digestão estimula contração vesícula biliar / colestase melhor aproveitamento gordura do L.H. ( x contínua) medir resíduo antes administração decúbito elevado: ventral / lateral E completar após mamadas PROGRESSÃO : < 20 ml/kg /dia Berseth, 1992 e 1995 / La Gamma ; Browne, 1994 / Ziegler, 1999 QUANDO INICIAR A ALIMENTAÇÃO ENTERAL MÍNIMA Critérios de “prontidão” intestinal 1) ausência distensão abdominal 2) ausência sinais peritonite 3) ausência fluxo retrógrado: sem drenagem biliosa por SOG, sem vômitos (nl: 5-8 ml/kg/dia) 4) evidência atividade peristáltica: RHA / fezes (RN < 1000g : > 70% fezes após 1 sem !) 5) ausência sinais obstrução / ausência massas abdominais 6) estabilidade respiratória / cardiovascular / hematológica / neurológica durante V.M. (1-2 alt.ventilador/dia) La Gamma ; Browne, 1994 NUTRIÇÃO ENTERAL MÍNIMA Leite a ser utilizado LM O fresco da própria mãe Leite pasteurizado de BLH Observar distensão abdominal,vômitos,evacuações Medir e descontar resíduos Resíduos crescentes Íleo Obstrução ECN ADEQUAÇÕES NUTRICIONAIS DO LEITE MATERNO ÀS NECESSIDADES DO RNPT MELHOR QUALIDADE PROTÉICA prot. soro / caseína: 90:10 60:40 < fenilalanina / metionina / tirosina > cistina / taurina / glutamina/ arginina CARBOIDRATOS lactose fezes amolec./ > flora bífida (abs >90%) > abs. minerais oligossacarídeos fator bífido / fat. de defesa COMPOSIÇÃO LIPÍDICA melhores digestão e absorção organização do glóbulo padrão AG (16-18C) / distrib. AG lipase estim. SB (termolábil) AG cadeia muito longa (20:4 6 / 22:6 3) / carnitina ADEQUAÇÕES NUTRICIONAIS DO L.M. ÀS NECESSIDADES DO RNPT COMPOSIÇÃO DO LMPT RESULTADOS UNÂNIMES > proteínas / > energia e lípides > fatores de defesa (s Ig A ) > sódio / > cloro primeiras 2 - 4 sem. lactação RESULTADOS NÃO UNÂNIMES > % AG cadeias média / intermed. (10-14C) > AG poliinsaturados / > fosfolípides e colesterol < lactose ( 15% < ) > vit.A (6º-37º dias) / > vit.D > vit. E em l. trans. e l. maduro ( 1o mês ) > zinco / > cálcio Gross et al., 1980 e 1981/ Anderson et al.,1981 / Barros;Carneiro-Sampaio, 1983/ Bitman et al,1983 / Lepage et al., 1984/ Costa, 1989/ Grumach, 1990 / Schanler,1998 / Schanler et al.,1999 / Atkinson,2000 SUPORTE PARA LACTAÇÃO EM MÃES DE RN EM UTI INÍCIO DA ORDENHA deve ser o mais precoce possível VOLUME DE L.H diretamente relacionado à freqüência do estímulo e ao grau de esvaziamento mamário EXPRESSÃO MANUAL < trauma mamilar, < contaminação BOMBA MECÂNICA (dupla saida ,nas primeiras 72h para aumentar o estimulo mamário ) Davies, 1945 / Macy,1949 / Hytten. 1954 / Boutte et al., 1985/ Wennergren et al., 1985 / Schanler et al., 1999 TÉCNICA DA EXPRESSÃO MANUAL ORDENHA MANUAL ORDENHA MANUAL ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR PRODUÇÃO LÁCTEA Técnicas relaxamento antes da ordenha (massagem, técn. respirat.,música suave ) Assegurar a freqüência das sessões de ordenha Prosseguir ordenha por vários min.: após interrupção fluxo Massagens mamárias periódicas: durante sessões de ordenha ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR PRODUÇÃO LÁCTEA Considerar uso de preparações seguras à base de ervas para aumentar produção láctea Considerar uso de medicação que prolactina ( metoclopramida, domperidona, sulpiride) Grupos de mães: para estímulo LACTAÇÃO x SUPORTE PSICOLÓGICO Assim que possível: contato mãe / RN pegar no colo Método Mãe Canguru estimula produção láctea termorregulação , sat. O2 produção ac. no LM contra bactérias da unidade neonatal observação dos reflexos RN sucção sonda / busca POSSIBILITAM INÍCIO TRANSIÇÃO PARA VO Leite Materno Fresco Via SOG - nutrição trófica - alimentação por gavagem OBS: Todo leite ordenhado em outras unidades ou no domicílio - Processamento e controle de qualidade antes da liberação para o consumo Cuidados com o Leite Materno in Natura • Usar o Leite Materno fresco ou de ordenha imediata,SOB SUPERVISÃO (4 a 12hs no máximo) • Células do sangue e 100% dos Fatores de proteção perdem atividade in vitro após 4 horas. • Aliquotar de imediato, após a ordenha. • Manter sobre refrigeração OBS: Todo leite ordenhado em outras unidades ou no domicílio deverá ser pasteurizado e submetido aos controles de qualidade , antes da liberação para o consumo, mesmo que seja de mãe para filho Leite Humano Ordenhado Mama Embalagem Processamento Receptor LHO manipulado em condições higiênico-sanitárias insatisfatórias pode ser contaminado secundariamente por microrganismo ambientais e comprometer a qualidade do Leite Cuidado na administração por SOG ou BOMBA DE INFUSÃO Banco de Leite Humano Pasteurização - 62,5°C 30 min. Componentes LH % de atividade preservada na pasteurização SigA 65-90 IgM < 25 IgG 65-85 Linfócitos 0 Macrófagos 78 Lisozimas 61-100 Lactoferrina 27-44 Lactoperoxidase 53 Complemento 0 Lipídeos/ CH/ Pro. estáveis OXTOBY, 1988 (modificada) EFEITOS DA PASTEURIZAÇÃO Antes Depois Gordura(g/l) 18,4 13,2 18,613,1 Proteína (g/l) 14,315,1 12,92,3 Lactose (g/l) 80,18,8 76,417,5 Kcal/l 531124 515107 Ca (mg/l) 26539 26739 P (mg/l) 12522 12723 Fe (mg/l) 0,780,41 0,730,25 Cu (Mg/l) 0,500,10 0,530,13 Zn (Mg/l) 1,611,20 1,351,01 Vit. A (umol/l) 1,220,72 1,010,59 (Goes, 1998 ) MATTAR,MJG;MARIANI NETO, C;KUZUHARA,JSW;GOMES,AMC2001-O uso do Crematócrito em BLH para atender às necessidades do PT na Unidade Neonatal. TABELA 1 - CONTEÚDO DE GORDURA(g/dl) E TEOR CALORICO (kcal/l) NOS DIFERENTES TIPOS DE LEITE VALOR MINIMO MÁXIM OMÉDIO D.PADRÃO MEDIANA VALOR p* TOTAL AMOSTRA n= 2251 * Teste t-Student COLOSTRO G 0,5 9,23 7 2,57 1,17 2,57 Cal 384,85 1229,21 579,92 110,96 579,91 0,000 0,000 1261 p<0,05 L.TRANSIÇÃO G 0,25 7,08 2,65 1,02 2,76 Cal 354,13 1020,00 587,47 99,39 597,94 0,829 0,983 137 L.MADURO G 0,58 7,65 2,44 1,10 2,39 0,000 Cal 212,4 4 1075,56 567,06 109,16 562,37 0,000 810 BLH-HMLMB, julho 2000-maio 2001 QUADRO 1– Valores médios do Teor de Gorduras (g/dl) e Conteúdo Energético (kcal/L) nos diferentes tipos de leite em relação a Idade Gestacional. Tipo Leite Colostro I. Gestacional Gorduras (g/dl) Calorias (kcal/L) Total Kruskal Wallis* dp dp L. Transição Maduro PT T PT T PT T 2,78 +1,14 2,25 +1,13 2,70 +0,86 2,65 +1,11 3,00 +1,22 2,34 +1,01 600,14 548,48 588,40 587,89 618,66 556,86 +110,58 +110,14 +84,32 +108,45 +128,77 +100,05 739 271 PT= 0,271 t- Student - G e Cal= 0,000 24 T=0,003 97 p<0,05 97 614 n = 2251 (Mattar e cols,2001) GRÁFICO 1 – Conteúdo Energético (Kcal/l) em relação às fases do leite Distribuição do teor de Calorias em relação as fases do leite 1800 Md 585.44 Dp 55.12 1500 1200 900 600 Md 445.76 Dp 38.77 Md 775.8 Dp 90.87 300 0 < 500 n=2251amostras <500 kcal/l-L.Anterior 500 - 700 > 700 Fonte:BLH-HMLB/2001 >700 kcal/l-L.Posterior GRÁFICO 2:VALORES DE ACIDEZ TITULÁVEL ( º.D ) DO LEITE HUMANO ORDENHADO Distribuição dos valores da acidez 120 100 80 60 40 20 N=836 amostras 16 13 10 8, 5 7, 5 6, 5 5, 5 4, 5 3, 5 2, 5 1 0 (Mattar e cols,2001) Valores superiores à 8,0 ºD desqualificam o produto para consumo Priorizar leites com acidez < 6.0 ºD para PT ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGISTICA EM RELAÇÃO À ACIDEZ ( Mattar,Mariani-Neto;2002 ) Variável Idade Gestacional Tipo de Leite Categoria Pré-termo Termo Pós-termo C T M Or Ajustada p IC 1,0 1,8 1,97 1,15 ;97 0,88; 4,38 0,O12 0,097 1,0 1,2 1,9 0,51; 2,83 1,17; 3,20 0,673 0,010 0,94; 2,32 0,093 1,43;3,67 0,001 Local de Ordenha Residência BLH 1,48 1,0 Tipo de Ordenha Manual mecânica 1,0 2,3 Pré-estocagem Refrigerado congelado 1,13 1,0 0,65; 1,95 0,660 Volume continua 1,002 1,001; 1,004 <0,001 Teste de Hosner-Lemeshow: p: 0,541 Fonte: BLH-HMLMB-2001 Proteínas • Leite de mães de RNPT - 3,24g/dl • Leite de mães de RNT - 1,42g/dl • Colostro - 2,29 g/dl Gross e cols.,1988 • 15.283 amostras de leite • 1047 amostras com mais de 700 kcal /L • 360 amostras com mais de 2g/dl de proteínas (34.3 %) (Técnica do Biureto ) Aprile; M.M. - H.M.U.S.B.C. , Feferbaum;R –ICRFMUSP , 2004 Prescrição Médica Equipe de Terapia de Suporte Nutricional • Respeita as características físicas e clínicas do receptor • Tipo de leite • Forma de administração Seleção do Leite Humano ou Materno a ser distribuido para o RN Prematuro • De acordo com prescrição médica • Exclusivo de Mãe-Filho • L.H.Homólogo IG Quanto ao Crematócrito: • L.H. Hipocalórico (< 500 kcal/L) • L.H. Hipercalórico (> 700 kcal/L) Quanto à Acidez Titulável: • Valores adequados para o Prematuro - menores que 6,0º D, para o maior aproveitamento do Cálcio e Fósforo. RN ou Lactente Estável • Leite Mãe- Filho Técnica de Amamentação : Visando atender o aporte calórico e proteíco Ordenha do L. Anterior Translactação Sucção no peito Complementação com leite anterior Ganho de Peso do RNPT em AME • Em torno de 15 g/kg/dia (AAP) • Atenção na 32 a 34 semanas -Atentar ao aporte calórico - Canal de Crescimento - Observar a mamada - Manejo da Técnica O uso do Crematócrito e da Acidez Titulável em BLH é importante para atender as necessidades do prematuro na Unidade Neonatal, adequando a oferta do leite da própria mãe, às necessidades inerentes a fase do desenvolvimento, para tal é necessário um trabalho integrado dos Neonatologistas com o Banco de Leite Humano. Sucção Desenvolvimento Sensório-Motor Oral (musculatura / lábio / língua /mandíbula) Trabalho integrado da equipe interdisciplinar SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA (SNN) (dedo enluvado, seio materno esvaziado) Desenvolvimento do SSMO Coordenação SDR Alimentação por via oral mais precoce TRANSIÇÃO PARA VIA ORAL Transição para VO mais precoce Técnicas: copinho; translactação Favorece : aleitamento materno bem sucedido, ganho de peso, alta hospitalar mais precoce, vínculo mãe-bebê, ganho psicológico IG: maioria por volta de 34 semanas + precoce nos RN estimulados Programa de alimentação Programa de alimentação • Produção de leite • Capacidade de sucção • Retirada de leite da mama • Presença ou ausência da mãe Programa de Alimentação Imaturidade na sucção • Presença da mãe • Sonda oro ou nasogástrica • Translactação • Vol. Inicial: 10 a 20 mL/kg/dia Programa de Alimentação Imaturidade de sucção • Ausência da mãe • Sonda oro ou naso-gástrica Programa de Alimentação Maturidade de sucção • Ausência da mãe: copinho • Presença da mãe: seio materno em livre demanda ADMINISTRAÇÃO DO LEITE MATERNO POR COPINHO ADMINISTRAÇÃO DO LEITE MATERNO POR TRANSLACTAÇÃO ADMINISTRAÇÃO DO LEITE PELO MÉTODO “FINGER FEEDING” ALEITAMENTO MATERNO Possível ao final da transição SOG VO Posições: tradicional, cavaleiro, invertida (bola de futebol americano) Representa um ganho psicológico e emocional para a mãe e para o RN Sucção regular estímulo para produção láctea Interfere positivamente na evolução do RN Acelera o desenvolvimento do SSMO Complementos : no início, se necessários (por copinho ou translactação) Ordenha do leite anterior para aumentar ganho ponderal ( oferecê-lo no fim, como complemento) TRANSIÇÃO PARA VIA ORAL BEM ORIENTADA SUPORTE ADEQUADO À NUTRIZ FUNDAMENTAIS PARA ALEITAMENTO MATERNO BEM SUCEDIDO Avaliação Nutricional de RNPT Os diversos parâmetros antropométricos são os meios mais adequados para uma avaliação criteriosa do crescimento dos recém nascidos; A utilização das curvas é fundamental para acompanhar o crescimentos dos RN, podendo verificar os possíveis desvios nutricionais; A avaliação antropométrica fornece informações preciosas capaz de nortear de maneira satisfatória as estratégias nutricionais utilizadas no período neonatal; Para informações mais detalhadas é necessário a avaliação bioquímica Avaliação do Crescimento Avaliação do crescimento de RN prematuros e muito baixo peso alimentados com leite humano de BLH, selecionado segundo teor calórico e proteíco • Em RNMBP alimentados com leite de banco de leite humano previamente selecionado quanto ao valor calórico-protéico e em RNMBP alimentados com o leite da própria mãe descrever: – O crescimento pós-natal até o peso de dois quilos – A evolução clínica e avaliação laboratorial durante a internação – Prevalência do aleitamento materno na alta e aos 6m de IGC – O estado nutricional aos seis meses de IGC APRILE,2006: Características da Casuística Grupo I • 10 RNMBP • Peso nascimento ≤ 1500g • Sem restrição do crescimento intra- uterino • Leite materno cru ou pasteurizado APRILE,2006: Características da Casuística Grupo II • 30 RNMBP • Peso nascimento ≤ 1500g • Sem restrição do crescimento intrauterino • LH de BLH classificado • >60% vol. total ingerido APRILE,2006: Valor Calórico • Analisadas 15. 283 amostras de leite humano • Selecionadas 1370 com mais de 700 kcal/L sendo: 1. 62 amostras de colostro (4,56%) 2. 50 amostras de leite de transição (3,64 %) 3. 1258 amostras de leite maduro (91,8%) Aprile,2006 Classificação do leite - Valor Protéico • Selecionadas 1370 amostras com mais de 700kcal/L sendo: – 827 amostras (60,3%) tinham mais de 2g/dL de proteína – Técnica do Biureto (Cannon e col. 1974) Aprile,2006 Seleção do Leite Seleção do Leite Enteral mínima: 1. Colostro cru ou pasteurizado da própria mãe 2. Colostro pasteurizado de BLH Seleção do Leite Crescimento estável: 1. Leite da própria mãe cru ou pasteurizado 2. Leite de BLH selecionado segundo o valor calórico-protéico 3. Meta de oferta calórica: - 120 a 140 Kcal/kg/dia e - conteúdo protéico de 3,8g/kg/dia (Rose,1992) Avaliação do Crescimento Idade gestacional • Data da última menstruação confirmada pela ultra-sonografia fetal até a vigésima semana de IG • New Ballard Antropometria: avaliação semanal • peso • comprimento • perímetro cefálico Aprile,2006 Avaliação Clínica • Tempo de internação (semanas) • Incidência de ECN (critérios de Bell modificados por Kliegmann, 1986) • Episódios de sepse (Bone et al., 1991) • Incidência de Displasia Broncopulmonar (Ehrenkranz, 2005) Aprile,2006 Avaliação Laboratorial • Cálcio, fósforo, creatinina sérica e urinária entre a terceira e quarta semana de vida • Fosfatase alcalina • Uréia sérica • Hematócrito • Hemoglobina Aprile,2006 Curvas de crescimento • Dados antropométricos colhidos semanalmente • Curvas de crescimento para cada criança • Equações de regressão não linear • Software CurvExpert 1.3 • Idade exata de cada criança média dos parâmetros • Curvas de regressão para cada grupo • Coeficiente de correlação menor erro padrão • Polinômio de terceiro grau Aprile,2006 Valores estimados do percentil 5, 50 e 95 do comprimento (comp) dos RNMBP dos grupos I e II 50 Comp GII p95 Comp GII p50 Comp GII p5 Comp (cm) 45 40 Comp p95 GI Comp p50 GI 30 30 Comp p5 GI 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 Idade gestacional corrigida (semanas) Aprile, Feferbaum,2006 Valores estimados do percentil 5, 50 e 95 do perímetro cefálico (PC) dos RNMBP do grupo I (controles) e grupo II (casos), PC GII p95 PC GII p50 PC GII p5 PC (cm) 34 31 PC p95 GI 28 PC p50 GI PC p5 GI 25 22 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 Idade gestacional corrigida (semanas) Aprile, Feferbaum,2006 Valores estimados do percentil 5, 50 e 95 do peso dos RNMBP dos grupos I e II 2.500 Peso GII p95 Peso GII p50 2.250 Peso (g) 2.000 Peso GII p5 1.750 1.500 Peso p95 GI 1.250 Peso p50 GI 1.000 Peso p5 GI 750 500 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Idade gestacional corrigida (semanas) crescimento 39 Prevalência de aleitamento no momento da alta nos GI e GII Grupo I SLM 0% AME 90% Grupo II SLM 3% AM 10% AM 13,3% AME 83% AME – Aleitamento materno exclusivo AM – Aleitamento materno (leite materno + fórmula láctea ou alimentos complementares) SLM – Sem leite materno Alimentação no 6º mês de idade gestacional corrigida Grupo I SLM 13% SLM 10% Grupo II AME 25% AME 40% AM 50% AM 62% AME – Aleitamento materno exclusivo AM – Aleitamento materno (leite materno + fórmula láctea ou alimentos complementares) SLM – Sem leite materno Crescimento no 6º mês de IGC • Os dados de peso, comprimento e perímetro cefálico demonstraram: – Adequação nutricional – Ausência de diferença estatística significativa entre GI e GII Conclusões Evolução Clínica • A incidência de complicações clínicas foi baixa e semelhante em ambos os grupos Conclusões Avaliação laboratorial durante a internação • A deficiência de fósforo deve ser monitorada em ambos os grupos • Os níveis de uréia permaneceram dentro dos limites da normalidade, sugerindo que não há sobrecarga protéica • As alterações do hematócrito e hemoglobina não tiveram correlação aparente com o uso de leite de BLH Conclusões Prevalência do Aleitamento Materno • No momento da alta hospitalar e no 6º mês de IGC foi alta em GI e GII Conclusões Conclusão • É possível nutrir recém-nascido de muito baixo peso com leite de banco de leite humano selecionado quanto ao valor calórico-protéico IG: 31s PN: 1080g ID: 11 meses IGC: 9 meses [email protected]