AVALIAÇÃO DO RESÍDUO CASCALHO DE PERFURAÇÃO DE POÇO DE PETRÓLEO NA CONSTRUÇÃO DE PISTA EXPERIMENTAL DE BAIXO VOLUME DE TRÁFEGO Danielly Thiare Oliveira de Araújo, Mestranda, PROEC/UFS, Brasil Prof. DSc. Erinaldo Hilário Cavalcante, PROEC/UFS, Brasil Prof. DSc. Gisélia Cardoso, PEQ/UFS, Brasil Universidade Federal de Sergipe, Aracaju/Brasil SUMÁRIO • Introdução e objetivos da pesquisa • Resíduos de petróleo • Cascalho de perfuração • Trecho experimental • Resultados • Conclusões Introdução • As indústrias cada vez mais produzem resíduos • Os órgãos ambientais apertam o cerco para inibir a deposição inadequada dos resíduos • A pavimentação carece de materiais para a construção de pavimentos • É crescente a demanda pelo uso dos recursos naturais • O cascalho de perfuração pode ser uma alternativa técnica e ambiental Objetivo da pesquisa: Viabilidade técnica do uso do cascalho de perfuração em camadas de pavimentos asfálticos de baixo volume de tráfego, inicialmente a partir de ensaios de laboratório, e em seguida, o monitoramento de campo. Metodologia Materiais utilizados: • Solo (percentual de 77% em massa) • Cascalho de perfuração (20% em massa) • Cimento Portland (3% em massa) Solo residual maduro, areno-argiloso, classificado como A2-4. Cascalho de perfuração, classificado como A7-5. Tabela 1: Descrição dos materiais usados nesta pesquisa para comparação de desempenho Origem dos materiais • Solo: Jazida São Sebastião do Passé, Bahia, Brasil. • Cascalho de perfuração: Unidade de Taquipe, S. Sebastião do Passé • Cimento Portland: CP II 32 Materiais empregados na construção dos segmentos do trecho experimental Trecho 1 2 3 Descrição Solo puro (SP) da jazida São Sebastião Solo puro (SP) jazida São Sebastião + 20% cascalho de perfuração (CP) Solo puro (SP) jazida São Sebastião + 20% cascalho de perfuração (CP);+ 3% cimento CPII E32 Extensão (m) 120 120 120 Características geotécnicas Solo puro • Granulometria GRANULOMETRIA (FRAÇÃO) Silte % Argila % Areia % Pedregulho % Amostra 1 Amostra 2 7,00 7,50 19,00 15,00 74,00 78,00 0,00 0,00 Média 7,25 17,00 76,00 0,00 • Limites de Atterberg e massa específica real PARÂMETRO WL (%) WP (%) IP (%) IG G (g/cm³) ENSAIO 01 NL NP NP 0 2,653 ENSAIO 02 NL NP NP 0 2,653 Análise: Solo areno-argiloso, classificado como A2-4 MÉDIA NL NP NP 0 2,653 Características geotécnicas Solo puro • Compactação, CBR e Expansão dmáx CBR Expansão ( kN/m³) wót (%) (%) (%) 01 20,00 9,4 54,0 0,01 02 19,84 9,6 53,0 0,00 Média 19,92 9,5 53,5 0,01 Ensaio Análise: Solo de capacidade de suporte mediana Solo de baixíssima expansibilidade Características geotécnicas Cascalho de perfuração • Granulometria Granulometria (Fração) Cascalho de Perfuração Silte % Argila % Areia % Pedregulho % 57,64 32,91 7,86 1,61 Análise 1 : material composto por >90 % de silte + argila Análise 2 : material classificado como A7-5 (material fino) Resultados Misturas do solo + resíduo • Granulometria SOLO PURO COMBINAÇÃO 01 COMBINAÇÃO 02 FRAÇÃO PEDREGULHO AREIA ARGILA SILTE (com 3% de cimento) (%) 0,0 (%) (%) 1,5 1,0 76,0 17,0 7,0 68,9 16,2 13,4 67,0 19,0 14,0 Análise: a presença do cimento aumentou os percentuais de argila e silte do solo Resultados Misturas do solo + resíduo • Limites de Atterberg PARÂMETRO WL (%) WP (%) IP (%) IG G (G/CM³) SOLO PURO NL NP NP 0 2,653 COMBINAÇÃO COMBINAÇÃO 02 01 NL NL NP NP NP NP 0 0 2,667 2,676 Análise 1: a presença do cimento e do resíduo não alterou a plasticidade do solo Análise 2 : A mistura solo+resíduo + cimento continuo com a mesma classificação do solo puro,ou seja, A2-4 (areia-argiloso) Resultados Misturas do solo + resíduo • CBR e EXPANSÃO Material Solo Puro Combinação 01 Combinação 02 dmáx ( kN/m³) 19,92 20,40 20,44 wót (%) 9,50 9,50 9,35 CBR (%) 53,5 21,0 61,0 Expansão (%) 0,01 0,00 0,05 Análise 1 : A mistura solo+resíduo sem causou uma queda no CBR do solo, que passou de 53,5% para 21%. Análise 2: a presença do cimento na mistura elevou a capacidade de suporte da mistura, conforme se pode obter do CBR da combinação 02, ficando maior do que o CBR do solo puro Análise 3: são necessários ensaios complementares para avaliar melhor a conclusão da análise 2, bem como a realização de ensaios ambientais,pelo fato desse resíduo ser considerado perigoso pela norma ambiental. Conclusões O cascalho de perfuração é um passivo ambiental produzido em larga escala pela indústria do petróleo que exige uma destinação adequada A pavimentação rodoviária demanda um elevado volume de recursos naturais, às vezes não renováveis O aproveitamento do cascalho de perfuração em camadas de pavimentos, em mistura com solo, pode se tornar uma alternativa viável, desde que seja avaliado o impacto ambiental desta proposta Do ponto de vista de resistência, o uso do cascalho de perfuração na matriz de solo não compromete a capacidade de suporte, desde que se use a metodologia indicada nesta pesquisa Entretanto, são ainda necessários ensaios complementares para avaliar melhor questões relacionadas aos impactos ambientais decorrentes do uso do resíduo. Um trecho experimental foi construído e os dados estão sendo analisados. Agradecimentos À PETROBRAS pelo financiamento da pesquisa Ao CNPq pelas bolsas de iniciação científica À Rede Asfalto N/NE pelo apoio nas ações relacionadas ao projeto de aproveitamento de resíduos industriais no Norte e Nordeste do Brasil Contato: [email protected], [email protected]