Análise de Desempenho de Sistemas QS-CDMA André Seichi Ribeiro Kuramoto Orientador: Prof. Dr. Taufik Abrão Universidade Estadual de Londrina - UEL Departamento de Engenharia Elétrica - DEEL Laboratório de Telecomunicações Resumo. Visando a análise de sistemas de telefonia móvel celular de terceira geração, este trabalho apresenta figuras de desempenho em termos taxa de erro de bit para sistemas DS/CDMA quase síncrono operando em ambiente macrocelular e microcelular, os quais fazem parte da hierarquia das áreas de serviço propostas no IMT-2000. Para obter melhores desempenhos sistêmicos foram estudados e comparados diversos conjuntos de seqüências de espalhamento otimizados para a condição de quase sincronismo. Através deste trabalho, verifica-se que os sistemas QS-CDMA são adequados para as características do ambiente microcelular. Sumário Lista de Figuras v Lista de Tabelas xiii Lista de Acrônimos xv Lista de Símbolos xix Prefácio xxiii Capítulo 1. Introdução 1 Capítulo 2. Fundamentos do Sistema QS-CDMA 9 2.1. Descrição do Sistema 9 2.2. Critério de Escolha de Seqüências 16 Capítulo 3. Conjuntos de Seqüências de Espalhamento para QS-CDMA 21 3.1. Conjunto Walsh-Hadamard 21 3.2. Seqüência de Máximo Comprimento 22 3.3. Conjunto de Seqüências de Gold 25 3.4. Conjunto GMW 30 3.5. Conjunto de Seqüências PN Ótima 33 3.6. Conjunto LCZ baseado em Seqüências GMW (LCZ-GMW) 38 3.7. Conjunto ZCZ baseado em Seqüências Complementares 45 3.8. Conjunto PS 51 3.9. Conjunto SP 55 3.10. Comparação dos Conjuntos 58 Capítulo 4. Canais de Rádio Móvel 61 4.1. Canal com Desvanecimento Multipercurso 63 4.2. Ambiente Microcelular 70 4.3. Modelo Baseados na Geometria e Modelos Baseados em Estatísticas 73 4.4. Modelo Geométrico de Canal Multipercurso com Linha de Visada 74 iii iv SUMÁRIO Capítulo 5. Receptor Avançado do tipo Cancelamento de Interferência 83 5.1. Modelagem do receptor PIC multiestágio com cancelamento SII 87 Capítulo 6. Análise de Desempenho de Sistemas QS-CDMA 6.1. Modelagem do Sistema em Canal AWGN 6.2. Modelagem em Canal com Desvanecimento Multipercurso 91 91 108 Capítulo 7. Conclusões e Trabalhos Futuros 129 Referências Bibliográficas 131 Apêndice A. Procedimentos de Simulações Monte-Carlo 135 Apêndice B. Publicações Científicas Resultantes deste Trabalho 137 Lista de Figuras 1.1 Hierarquia das áreas de servi ço, conforme IMT-2000. 2 1.2 Slotted ALOHA 6 2.1 Interpretação das funç ões de correlação (a) par e (b) ímpar. Se x1 = x2 , (a) e (b) representam EAC e OAC, de outra forma, se x1 6= x2 , (a) e (b) representam ECC e OCC. 11 2.2 Atrasos τ k dados em relação a um clock hipotético do sistema. 12 2.3 Modelo do transmissor e do receptor convencional sujeito ao canal AWGN. 3.1 13 (a) Função de ECC para as seqüências c29 e c30 do conjunto WH, com N = 32; (b) função de EAC para a seqüência c2 do conjunto WH, com 23 N = 32. 3.2 Registrador de deslocamento correpondente ao polinômio característico h(x) = x5 + x2 + 1 ou [45]octal . 3.3 24 (a) Função ECC para seqüências QS com propriedade QOQS(5); (b) função EAC de seqüências de Gold; N = 31. 3.4 28 Ocorrências de valores de OCC dos conjuntos de seqüências QS obtido do conjunto de Gold G(45, 73): (a) conjunto Q1 , com τ máx = 1Tc ; (b) conjunto Q1 , com τ máx = 2Tc ; (c) conjunto Q4 , com τ máx = 1Tc ; (d) conjunto Q4 , com τ máx = 2Tc . 3.5 29 Função ECC de seqüências GMW de uma mesma subclasse, as quais foram geradas a partir dos polinômios de grau n = 3, x3 + x + 1, e o recíproco x3 + x2 + 1, e do mesmo polinômio primitivo de grau n = 6, x6 + x + 1. 3.6 34 (a) Exemplo da função ECC de uma seqüência PN Ótima, com n = 6, m = 3; (b) ocorrências de valores de OCC do conjunto PN Ótima, com n = 6, m = 3 e 0 < τ < 9. 37 v vi 3.7 LISTA DE FIGURAS (a) Função de EAC da seqüência PN Ótima de semente SMC {−1, − 1, 1, − 1, 1, 1, 1}, com s0 = {∞, 6, 5, 5, 3, 0, 4, 6}, n = 6, m = 3; (b) função de EAC da seqüência PN Ótima de semente {1, − 1, 1, 1, − 1, 1, − 1}, com s0 = {∞, 6, 5, 5, 3, 0, 4, 6}, n = 6, m = 3. 3.8 38 (a) Função ECC da seqü ência 1 (GMW) com a seqüência 4 do conjunto LCZ-GMW construído com p = 2, n = 3, m = 3, r1 = 1, r2 = 3, GF(26 ) obtido com o polinomio primitivo 1 + x2 + x3 + x5 + x6 e GF(23 ) obtido com 1 + x2 + x3 ; (b) função ECC da sequencia 4 com a seqüência adicional do conjunto LCZ-GMW construído com os mesmos parâmetros. 3.9 41 (a) Função EAC da seqü ência 2 do conjunto LCZ-GMW construído com p = 2, n = 3, m = 3, r1 = 1, r2 = 3, GF(26 ) obtido com o polinomio primitivo 1 + x2 + x3 + x5 + x6 e GF(23 ) obtido com 1 + x2 + x3 ; (b) fun ção EAC da seqüência adicional do conjunto LCZ-GMW construído com os mesmos parâmetros. 3.10 42 (a) Distribuição de valores de OCC na faixa |τ | < 9 para o conjunto LCZ construído com p = 2, n = 3, m = 3, r1 = 1, r2 = 3, GF(26 ) obtido com o polinômio primitivo 1 + x2 + x3 + x5 + x6 e GF(23 ) obtido com 1 + x2 + x3 ; (b) Distribuição de valores de OCC na faixa |τ | < 9 para o conjunto LCZ com a seqüência adicional, construído com os mesmos parâmetros. 3.11 43 (a) Função de EAC da seqüência 5 do conjunto ZCZ construído com m = 2, n = 2 e t = 2, resultando em ZCZ = 3; (b) função de ECC da seqüência 1 com a seqü ência 5 do conjunto ZCZ construído com os mesmos parâmetros. 3.12 49 (a) Distribuição de valores de OAC na faixa |τ | < ZCZ = 3 para o conjunto ZCZ constru ído com m = 2, n = 2 e t = 2; (b) Distribuição de valores de OCC na faixa |τ | < ZCZ = 3 para o conjunto LCZ construído com os mesmos parâmetros. 3.13 50 (a) Ocorrência de valores de OCC do conjunto PS-I com τ = iTc , i = 0, 1, 2, ..., 35, Nb = 3 e K = 4; (b) função de autocorrelação do conjunto PS, com Nb = 3 e K = 4. 3.14 54 (a) Função EAC da seqü ência c1 do conjunto SP com N = 32; (b) função EAC da seqüência c8 do conjunto SP com N = 32. 57 LISTA DE FIGURAS 3.15 vii (a) Distribuição dos valores de OAC para o conjunto SP com N = 32 e τ máx = 31Tc ; (b) Distribuição dos valore de OCC para o conjunto SP com N = 32 e τ máx = 31Tc . 58 4.1 Canal AWGN. 61 4.2 PDF e PSD de um processo Gaussiano com média zero e variância 12 N0 . 62 4.3 (a) Resposta impulsiva; (b) perfil atraso-potência de um canal e rádio típico. 65 4.4 Função de autocorrelaç ão do canal, φC (∆f ). 67 4.5 Função de autocorrelaç ão do canal, φC (∆t). 68 4.6 Espectro de potência Doppler do canal, SC (fd ). 68 4.7 Exemplo de modelagem geométrica: (xr , yr ) e (xm , ym ) representam a posição do objeto refletor e do transmissor, respectivamente; φ1 e φ2 representam os DOA do componente LOS e do componente indireto, respectivamente; ψ 1 e ψ 2 representam as direções de partida (direction-of-departure, DOD) do componente LOS e do componente indireto, respectivamente. 75 4.8 Geometria utilizada para determinar as estatísticas do canal. 76 4.9 Pdf condicional para o DOA dado o atraso de percurso τ i . 81 4.10 Histograma para o DOA. 81 4.11 Histograma para o atraso de percurso. 82 5.1 Rake ou receptor convencional para canal com desvanecimento multipercurso. 6.1 Desempenho analítico para o receptor convencional em canal AWGN utilizando alguns conjuntos de seqüências, τ máx% ≈ 10%. 6.2 99 Desempenho analítico para o receptor convencional em canal AWGN utilizando alguns conjuntos de seqüências, τ máx% ≈ 30%. 6.3 84 100 Desempenho obtido por simulaç ão Monte-Carlo do receptor utilizando os subconjuntos Q1 e Q4 do conjunto de seqüências QS com propriedade QOQS(5) composto de seqüências de Gold(45, 73) em canal AWGN com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx ]; (a) com controle perfeito de pot ência; (b) metade dos usuários com NF R = 10dB. 101 viii 6.4 LISTA DE FIGURAS Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × Eb ; N0 com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 3Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal AWGN, e controle perfeito de potência. 6.5 Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × 103 Eb ; N0 com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 3Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal AWGN, aproximadamente metade dos usuários com NF R = 10dB. 6.6 103 Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × τ máx% ; com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx% ] e Ns = 10 amostras/chip; 6.7 Eb N0 = 10dB, canal AWGN e controle perfeito de potência.104 Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × τ máx% ; com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx% ] e Ns = 10 amostras/chip; Eb N0 = 10dB, canal AWGN e aproximadamente metade dos usuários com NF R = 10dB. 6.8 104 Curva de BERavg × τ máx% para o conjunto LCZ-GMW com uma sequência adicional; p = 2, n = 6, m = 3, r1 = 1, r2 = 3 e os polinômios primitivos x6 + x5 + x3 + x2 + 1 e x3 + x2 + 1; τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx% ] e Ns = 5 amostras/chip; Eb N0 = 10dB e canal AWGN. 6.9 105 Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências QS com propriedade QOQS(5), N = 31, 4 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 6.10 106 Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências PN Ótima com n = 6, m = 3, N = 63, 5 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 6.11 107 Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências LCZ-GMW com N = 63, 4 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 6.12 Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências ZCZ 107 LISTA DE FIGURAS ix com n = 2, m = 2, t = 2 , N = 32, 4 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 6.13 108 Desempenho analítico em canal com desvanecimento multipercurso Rayleigh considerando 6 componentes multipercurso e receptor Rake MRC com (a) D = 2 fingers, (b) D = 3 fingers, (c) D = 4 fingers e (d) D = 5 fingers. 6.14 113 Desempenho analítico em canal com desvanecimento multipercurso Rayleigh considerando 6 componentes multipercurso e receptor Rake MRC com D = 4 fingers. 6.15 114 Comparação entre o resultado obtido através de aproximação Gaussiana e de simula ção Monte-Carlo para a seqüência LCZ binária com n = 6, m = 3, r1 = 1, r2 = 3 e os polinômios primitivos x6 + x5 + x3 + x2 + 1 e x3 + x2 + 1. 115 6.16 Canal com resposta impulsiva finita (FIR) espaçado de T segundos. 116 6.17 Perfil atraso-potência para ambiente urbano típico com número reduzido de componentes, modelo COST207 urbano típico reduzido. 6.18 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 116 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências WH; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. 119 6.19 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências QS; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 4Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. 120 6.20 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências PN Ótima; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. 121 x 6.21 LISTA DE FIGURAS Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências LCZ-GMW; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. 6.22 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × 122 Eb N0 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências ZCZ; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. 123 6.23 Obtenção do canal GBSB espaçado de Tc através de um filtro passa-baixas ideal. 6.24 123 Resposta impulsiva do canal GBSB espaçado de Tc , para um transmissor à distância de 1000m do receptor. 6.25 125 Valor médio quadrático dos coeficientes normalizado (esquerda) e em dB (direita) do canal GBSB espaçado de Tc para um transmissor à distância de 1000m do receptor. 6.26 125 Histograma das amplitudes dos 4 componentes multipercurso de maior energia. Em ordem decrescente, (a) o componente 8, (b) o componente 7, (c) o componente 9 e (d) o componente 10. 6.27 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × 126 Eb N0 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências ZCZ; canal GBSB com rcel = 1000m. 6.28 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 126 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências ZCZ; canal GBSB com rcel = 500m. 6.29 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 127 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências QS; canal GBSB com rcel = 1000m. 127 LISTA DE FIGURAS 6.30 Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × xi Eb N0 do receptor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências QS; canal GBSB com rcel = 500m. 128 Lista de Tabelas 3.1 Polinomios geradores e a configuração inicial dos registradores de deslocamento. 26 3.2 Tamanho do conjunto de seqüências QS de acordo com r e N. 29 3.3 Conjuntos de seqüências QS 31 3.4 Parâmetros de conjuntos LCZ-GMW. 44 3.5 Quadro geral comparativo dos conjuntos de seqüências para QS-CDMA analisados. 59 4.1 Caracterização de um canal de comunicação. 69 4.2 Quatro criterios para escolha de rm . 78 4.3 Algoritmo para gerar os componentes utilizando o modelo GBSB apresentado. 80 4.4 Parametros de simulação do canal GBSB. 80 6.1 Características de 7 conjuntos de seqüências de espalhamento para QS-CDMA submetidos ao canal com ruído AWGN. 6.2 98 Características dos 5 conjuntos de seqüências de espalhamento para QS-CDMA submetidos ao canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso. 112 6.3 Perfil atraso-potência aproximado para o modelo COS207. 117 6.4 Parâmetros utilizados nas simulações em ambiente microcelular, modelo GBSB. 124 xiii Lista de Acrônimos AMPS Advanced Mobile Phone System 1G referente a sistemas de primeira geração 2G referente a sistemas de segunda geração 3G referente a sistemas de terceira geração FDMA técnica de acesso múltiplo por divisão de freqüência (Frequency Division Multiple Access) TDMA técnica de acesso múltiplo por divisão de tempo (Time Division Multiple Access) GSM CDMA Global System for Mobile Communication técnica de acesso múltiplo por divisão de código (Code Division Multiple Access) IS-95 Interim Standard - 95 ITU Internation Telecommunication Union IMT-2000 International Mobile Telecommunication 2000 DS/CDMA CDMA de seqüência direta (Direct Sequence CDMA) MAI interferência de múltiplo acesso (Multiple Access Inteference) ERB Estação Rádio Base QS-CDMA CDMA quase síncrono (Quasisynchronous CDMA) ESA BPSK Agência Espacial Européia (European Space Agency) chaveamento por deslocamento de fase binária (Binary Phase Shift Keying) GPS sistema de posicionamento global (Global Position System) EAC autocorrelação periódica par (Even Autocorrelation) OAC autocorrelação periódica ímpar (Odd Autocorrelation) ECC correlação cruzada periódica par (Even Crosscorrelation) OCC correlação cruzada periódica ímpar (Odd Crosscorrelation) xv xvi LISTA DE ACRÔNIMOS PN Pseudo Noise GP Ganho de Processamento S-CDMA CDMA síncrono (Sinchronous CDMA) MF filtro casado ou receptor convencional (Matched Filter) EC correlação par (Even Correlation) AWGN ruído aditivo branco Gaussiano OC correlação ímpar (Odd Correlation) WH seqüência Walsh-Hadamard SMC Seqüência de Máximo Comprimento LCZ zona de baixa correlação (Low Correlation Zone) ZCZ zona de correlação zero (Zero Correlation Zone) DFT transformada discreta de Fourier (Discrete Fourier Transform) PS Park-Park-Song-Suehiro sequences PDF função densidade de probabilidade (Probability Density Function) PSD densidade espectral de potência (Power Spectrum Density) DOA direção de chegada (Direction of Arrival) LOS linha de visada (Line of Sight) NLOS sem linha de visada (Non Line of Sight) WSS estacionário no sentido amplo (Wide Sense Stationary) FCS Frequency Domain Generated Channel Simulator OBS obstruído (Obstructed) TOA atraso ou tempo de chegada (Time of Arrival) DOD direção de partida (Direction of Departure) ISI interferência intersimbólica (Inter Symbol Interference) MRC Maximal Ratio Combining IC concelamento de interferência (Interference Cancellation) MuD detector multiusuário (Multi-user Detector) HD decisão abrupta (Hard Decision) SD decisão suave (Soft Decision) LISTA DE ACRÔNIMOS PIC cancelamento de interferência paralelo (Paralell Interference Cancelation) SI auto-interferência (Self-Interference) SII auto-interferência intersimbólica (Self Intersymbol Interference) SCI auto-interferência de símbolo corrente (Self Current symbol Interference) BERavg taxa de erro de bit média (Average Bit Error Rate) SNR relação sinal ruído (Signal Noise Ratio) GBSB Geometrically Based Single-Bounce xvii Lista de Símbolos τ atraso τ máx atraso máximo Tc período de chip d distância rcel raio da célula clight velocidade da luz no vácuo (3 × 108 m s−1 ) PGP S erro na estimativa de posicionamento do GPS TGP S erro temporal máximo do clock do GPS pTc formatação de pulso retangular N comprimento da seqüência K número de seqüências disponíveis em um conjunto Ri,j (τ ) função de correlação parcial par R̃i,j (τ ) função de correlação parcial ímpar ϑi,j (τ ) função de correlação periódica par ϑ̃i,j (τ ) função de correlação periódica ímpar θi,j (τ ) função de correlação periódica discreta par Θi,j (τ ) função de correlação periódica discreta ímpar {i,j (τ ) função de correlação aperiódica discreta bi símbolo (bit) de informação Ts período de símbolo GP ganho de processamento φ fase da portadora M número de usuários ativos no sistema (i) Ik interferência de múltiplo acesso (MAI) sobre o k-ésimo usuário para o i-ésimo símbolo de informação . xix xx LISTA DE SíMBOLOS Ii fator interferência que compõe a MAI Es energia de símbolo ωc freqüência da portadora em rad/s N0 2 densidade espectral de potência do ruído AWGN zconv saída do filtro casado (MF) Pe probabilidade de erro n(t) ruído AWGN C capacidade do sistema γ relação sinal-ruído do sistema σ2 variância da MAI Hn matriz de Hadamard de ordem n Load carregamento do sistema Load% carregamento do sistema em percentagem h(x) polinômio característico [.]binário notação binária [.]octal notação octal κ elemento primitivo de um corpo de Galois n T rm (κ) função traço de m em n sobre o elemento κ Ts operador de deslocamento cíclico de s posições para a esquerda QOQS(r) propriedade de quase ortogonalidade na faixa dado por r Φ(x) função de Euler E energia C / maior valor assumido pela função ECC para |τ | < LCZ LCZ limite de deslocamento entre seqüências (|τ | < LCZ ) para o qual LACZ limite de deslocamento entre seqüências (|τ | < LACZ ) utilizado LOCZ limite de deslocamento entre seqüências (|τ | < LOCZ ) utilizado ZCZ a função ECC assume valor menor que C / no cálculo de correlação aperiódica no cálculo de correlação ímpar limite de deslocamento entre seqüências (|τ | < ZCZ ) para o qual a função ECC assume valor nulo LISTA DE SíMBOLOS ZACZ ZOCZ xxi limite de deslocamento entre seqüências (|τ | < ZACZ ) utilizado no cálculo de correlação aperiódica limite de deslocamento entre seqüências (|τ | < ZOCZ ) utilizado no cálculo de correlação ímpar F0 matriz ou conjunto base para geração se seqüências ZCZ Fn matriz geradora do conjunto ZCZ com K = 2n+1 seqüências disponíveis WB elemento complexo de módulo unitário e fase quo(ς, κ) quociente da divisão de ς por κ res(ς, κ) resto da divisão de ς por κ κi Nb 2π B símbolos básicos utilizados na construção de um conjunto de seqüências PS número de símbolos básicos, κi , utilizados na construção de um conjunto de seqüências PS δ função delta de Kronecker τ` tempo de espalhamento multipercurso hc (τ ; t) resposta impulsiva do canal variante no tempo S(τ ) perfil atraso-potência BW banda ocupada pelo sinal transmitido α coeficiente de canal ou amplitude do sinal recebido ρ potência média do sinal recebido Bd espalhamento Doppler s(t) sinal transmitido Hc (f ; t) transformada de Fourier da resposta impulsiva do canal φc (f1 , f2 ; ∆t) função de autocorrelação do canal E[.] esperança estatística Sc (∆t; fd ) transformada de Fourier de φc (∆f ; ∆t) em relação à ∆t. hbs altura da antena da ERB hm altura da antena do terminal móvel dn distância em que o expoente de perda por percurso, n, passa de 2 para 4 em ambiente microcelular n expoente de perda por percurso λc comprimento de onda do sinal transmitido xxii LISTA DE SíMBOLOS fm máxima freqüência Doppler dDpl deslocamento Doppler normalizado v velocidade do móvel φDOA ângulo de chegada (DOA) ψ ângulo de partida (DOD) f foco da elipse rm máximo atraso de percurso normalizado P potência d0 distância entre transmissor e receptor Lr perda no objeto refletor (em dB) Gr () padrão do ganho da antena do receptor Gt () padrão do ganho da antena do transmissor hr altura da antena do receptor ht altura da antena do transmissor Lc número de componentes multipercurso gerados com o modelo de canal GBSB Pt potência transmitida (em dB) Rs taxa de símbolo de informação sing(.) função sinal Ψ deslocamento de fase relativo em banda pasante Eb energia de bit (i) SIk auto interferência (SI) R função de correlação cruzada normalizada e discretizada em período de símbolo (i) SIIk auto interferência intersimbólica (SII) NF Rk potência adicional para o k-ésimo usuário D diversidade Rake L número de componentes multipercurso resolvíveis pelo receptor Rake F fator de roll-off de um filtro raised-cosine TF período de frame Prefácio Esta monografia representa o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido no período referente à última série (5a¯ série) do Curso de Engenharia Elétrica, a qual teve iníco na segunda quinzena de junho de 2002. O TCC é parte dos requisitos obrigatórios da instituição à obtenção do título de Engenheiro Eletricista com ênfase em Eletrônica. Para a realização especifica deste TCC, foram utilizados os recursos disponíveis no Laboratório de Telecomunicações da UEL. A principal contribuição deste trabalho de investigação refere-se à construção de um quadro comparativo relativamente abrangente de desempenho de sistemas QS-CDMA constituído de 7 conjuntos de seqüências de espalhamento encontrados na literatura e, em princípio, otimizados para sistemas quase síncronos. A análise de desempenho foi conduzida considerando tanto canais aditivos (AWGN) como multiplicativos multipercurso, considerando ainda receptores convencionais e multiusuários do tipo cancelado de interferência não linear. Desta forma, ao leitor iniciado no assunto e interessado nos resultados desta análise comparativa de desempenho, recomenda-se diretamente a leitura do capítulo 6. Para aqueles mais preocupados com o formalismo matemático e com a definição e propriedades dos conjuntos de seqüências aplicáveis a sistemas QS-CDMA e as respectivas formas de geração, recomenda-se o início da leitura pelo capítulo 3. Os textos de algumas figuras encontram-se em inglês devido à utilização das mesmas em publicações científicas elaboradas, apêndice B, simultaneamente com o desenvolvimento deste trabalho. xxiii CAPíTULO 1 Introdução O sistema de telefonia móvel celular comercial começou a operar na América em 1983 com o sistema Advanced Mobile Phone System (AMPS). Projeções indicavam que os telefones celulares seriam utilizados apenas por uma pequena parcela da população, a qual não superaria um milhão de usuários nos Estados Unidos até 1990. Porém, no início da década de 90 do século passado, os EUA contavam com mais de cinco milhões de usuários; atualmente eles são quase 140 milhões. Hoje, no mundo todo, há mais de um bilhão de usuários de telefonia sem fio (wireless telephony), superando o número de telefones fixos [1]. Os primeiros sistemas celulares, ou sistemas de primeira geração (1G), utilizavam tecnologia analógica de acesso múltiplo por divisão de freqüência (frequency division multiple access, FDMA) para prover os canais de voz. Tais sistemas eram pobres em qualidade, possuíam cobertura limitada e baixa capacidade. Na segunda metade da década de 1980, os sistemas de segunda geração (2G) foram desenvolvidos utilizando tecnologia digital. O primeiro sistema de 2G introduzido nos EUA utilizava a técnica de acesso múltiplo por divisão de tempo (time division multiple access, TDMA), a qual foi, em 1990, adotada para o Global System for Mobile Communication (GSM) na Europa. Em meados de 1990, a técnica de acesso múltiplo por divisão de códigos (code division multiple access, CDMA) surgiu como o segundo tipo de sistemas de 2G, o qual foi chamado de Interim Standard-95 (IS-95). Hoje, a indústria está caminhando para sistemas de maior capacidade que suportam altas taxas de transmissão e aplicações multimídia. Assim, surgem os sistemas de terceira geração (3G), utilizando também a técnica de multiplexação CDMA e os antigos FDMA e TDMA estão sendo abandonados. Em 1990, a seção de padronização do ITU (International Telecommunication Union) iniciou seus trabalhos visando o futuro dos sistemas de comunicações móveis terrestres, os quais resultaram no padrão International Mobile Telecommunication-2000 (IMT-2000). O número 2000 foi adicionado ao nome do padrão porque previa-se que seus serviços estariam disponíveis por volta do ano 2000. Porém, tais serviços começaram a operar somente durante o ano de 2002. 1 2 1. INTRODUÇÃO Como especificado no padrão, os sistemas de 3G integram diferentes serviços para diferentes áreas de cobertura. Por exemplo, para um usuário de baixíssima mobilidade dentro de um escritório coberto por uma ”picocélula”, pode ter disponível uma taxa de dados maior que 2, 048Mbps. Para um pedestre coberto por uma ”microcélula”, a taxa de dados pode ser superior a 384kbps e, para um usuário com mobilidade veicular operando em uma macrocélula, a taxa de dados é de, no mínimo, 144kpbs. A figura 1.1 ilustra a hierarquia de um sistema de 3G. Seviço global "Satélites" Seviço Regional "Macrocelulas" Serviço em áreas de pedestres "Microcelulas" Serviço no interior de construções "Picocelulas" Figura 1.1. Hierarquia das áreas de servi ço, conforme IMT-2000. A técnica de multiplexação CDMA por seqüência direta (DS/CDMA) permite que um grande número de usuários utilize simultaneamente um mesmo canal de comunicação, modulando seus sinais por diferentes sequências, ou códigos, de espalhamento. No receptor, o sinal original de um dado usuário é recuperado correlacionando-se o sinal recebido com a correspondente seqüência de espalhamento. Outros usuários não são desespalhados; entretanto podem contribuir com interferência de múltiplo acesso (Multiple Access Interference, MAI). A limitação de desempenho nos sistemas CDMA é resultado principalmente da MAI, devido ao fato de múltiplos usuários estarem dividindo a mesma faixa de freqüência. No canal reverso (uplink), ou seja os usuários móveis transmitindo para a estação rádio base (ERB), esta interferência é resultado dos atrasos aleatórios τ entre os sinais dos usuários ativos, tornando impossível a manutenção da ortogonalidade entre todas as formas de onda de códigos de espalhamento. A interferência MAI torna-se substancial quando o número de usuários cresce e/ou quando as disparidades de potência entre usuários ativos tornam-se significativas. A esta relação de potência do sinal do usuário de interesse com os demais é 1. INTRODUÇÃO 3 chamada de razão near-far (NFR). A MAI pode ser controlada através da escolha adequada de seqüências de espalhamento e através do controle de potência de todos os sinais recebidos dos usuários ativos no sistema, de forma a manter as potências recebidas as mais próximas possíveis. Se todos os usuários transmitirem de forma concatenada (sincronizadamente), ou quase, pode-se obter a condição dos sinais de todos os usuários chegando ao receptor com diferenças de atrasos confinadas em um intervalo [0, τ máx ]; τ máx representa o erro máximo de sincronismo inerente ao sistema, dependendo das características do ambiente e das distâncias envolvidas. Este sistema, chamado de DS/CDMA quase síncrono (ou simplesmente Quasisynchronous Code-Division Multiple-Access, QS-CDMA), tem a capacidade de eliminar drasticamente a MAI através da utilização de conjuntos de seqüências com boas propriedades de correlação. Essa vantagem do sistema QS-CDMA pode ser reduzida em canal terrestre móvel, onde os componentes da propagação multipercurso tendem a destruir a ortogonalidade do sinal [2]. No canal direto (downlink), ou seja, a ERB transmitido para os usuários móveis, os sinais de todos os usuários chegarão ao receptor do móvel sem nenhum atraso relativo e portanto a interferência é resultante somente dos componentes da propagação multipercurso. Como indicado na figura 1.1, os satélites de comunicação podem prover serviços sobre uma vasta área para usuários móveis ou fixos. A ESA (European Space Agency) propôs, para um sistema de comunicação terrestre via satélite anterior ao de 3G, sincronizar o canal reverso para que os sinais de todos os usuários cheguem alinhados no satélite [3]. O sincronismo no canal reverso proposto por [4] consiste em transmitir um clock de referência juntamente com a estrutura do sinal CDMA, através de um código dedicado (chamado master code), modulado por uma freqüência de referência precisa. A estrutura desse sinal, chamado de sinal mestre (master signal ), é similar a outros sinais que acessam a rede. Durante o estabelecimento do sincronismo, cada usuário transmite seu sinal sincronizadamente com o master signal. O sinal recebido pelo satélite é retransmitido ao usuário imediatamente (sinal echo). A partir da diferença de tempo entre o momento em que o sinal foi enviado pelo usuário e a recepção do echo, estima-se e compensa-se o atraso de propagação. Uma vez estabelecido o sincronismo, continua-se o processamento para compensar variações do atraso de propagação. Essa técnica de sincronismo é chamada de malha fechada local, pois cada unidade móvel possui sua própria malha de sincronismo. Dessa forma, o jitter temporal nesse sistema, é restrito a poucas dezenas ou mesmo unidades de chip. Em casos práticos, este pode ser 4 1. INTRODUÇÃO mantido abaixo de 0, 3 chips para uma taxa de chip de 1Mchip/s [4]. Monitorando-se a potência do master signal também pode-se implementar um controle de potência de malha aberta, reduzindo assim a razão near-far. Assim como em muitos casos práticos, o reuso de freqüência é aplicado nesse sistema para aumentar a capacidade e o conjunto de códigos utilizáveis, nesse caso um mínimo isolamento entre feixes adjacentes é necessário. Em um satélite multi-feixes, pode-se designar diferentes famílias de códigos para diferentes feixes. Dessa forma, a interferência causada por um feixe adjacente reutilizando a mesma freqüência de portadora é atenuado pela isolação entre os feixes e também pelas boas propriedades de correlação entre seqüências de famílias diferentes [4]. No sistema celular de telefonia móvel terrestre, pode-se obter o sincronismo no canal reverso utilizando também um master signal que contenha a informação do clock de referência. Assim como no sistema via satélite, os usuários recebem o master signal de referência e transmitem sincronizados com este. Em uma microcélula, as distâncias emvolvidas são pequenas (100m a 1000m) e portanto, a ERB receberá os sinais de todos os usuários com pequenas diferenças de atraso de propagação (muito menores que um período de símbolo), mesmo quando há um usuário na borda da célula e outro muito próximos à ERB. Por exemplo [5], assumindo-se um sistema microcelular CDMA de 2G com taxa de bit de 9, 6kbps (modulação BPSK) e uma taxa de chip de 9, 6 × 127kHz ≈ 1, 2MHz (seqüência de espalhamento com comprimento de 127chips), o atraso de propagação corresponde a 2 ∼ 8chips para células de 300 ∼ 1000m de raio, respectivamente. Outra aplicação em telefonia móvel, o qual os usuários tentam transmitir sincronamente, utiliza o clock derivado do sistema local de posicionamento global (Global Positioning System, GPS). Os receptores móveis equipados com receptores GPS, permitem à ERB receber os sinais dos vários usuários com atrasos relativos mantidos em uma fração de período de símbolo [6] [7]. Em [7], duas abordagens são consideradas: a) o usuário desconhece a distância da ERB; b) a distância da ERB é conhecida pelo usuário. Definindo o período de chip como Tc , o raio da célula como rcel , e um erro temporal máximo no clock do GPS por TGP S . Para o caso a), a diferença temporal, considerando zero o erro do GPS, entre um usuário localizado a uma distância d = 0 e outro usuário no perímetro da célula, com d = rcel , cel é ± r2c , onde clight = 3 × 108 m s−1 representa a velocidade da luz no vácuo. Considerando o pior caso de alinhamento de clock, o erro temporal total dado em períodos de chip é: 1. INTRODUÇÃO ∆=± 5 ´ 1 ³ rcel + 2TGP S Tc 2c (1.1) Este erro pode ser reduzido se assumirmos que o usuário possa estimar o atraso de percurso para a ERB (caso b). Utilizando o serviço de estimação de posição do GPS, o usuário pode estimar o atraso de percurso e compensá-lo. Neste caso, define-se PGP S como o erro na estimativa de posicionameto do GPS, o que significa que qualquer usuário conhece sua posição com erro de ±PGP S metros. O erro temporal resultante para a ERB é agora S ± PGP . Novamente, para o pior caso de alinhamento de clock, o erro temporal dado em c períodos de chip é: 1 ∆=± Tc µ PGP S + 2TGP S c ¶ (1.2) Considerando Tc = 8, 14 × 10−7 s, o que corresponde a uma taxa de chip do sistema 2G de 1, 2MHz, TGP S = ±0, 5 × 10−6 s, PGP S = 15m, e rcel = 2Km (macrocélula), obtém-se um erro temporal, conforme o caso a), de ∆ = ±5, 3 chips, e ∆ = ±1, 3 chips conforme o caso b) [7]. A técnica de multiplexação CDMA também pode ser utilizada em redes de pacotes, permitindo que usuários transmitam simultaneamente. Tal situação foi discutida em [8] utilizando o protocolo ALOHA. O protocolo ALOHA foi proposto pela Universidade do Hawaii em 1970, para permitir a comunicação entre o Centro de Computação da Universidade do Havaí e seus terminais, distantes geograficamente. A principal característica desse protocolo é que cada terminal, assim que receber a mensagem da fonte, transmite-a imediatamente. Se houver colisão com a transmissão de um outro terminal, cada terminal envolvido na colisão retransmitirá sua mensagem em tempos aleatórios na tentativa de se evitar novas colisões. O terminal detecta se obteve sucesso, ou não, em sua transmissão através de uma informação da Central por um outro canal auxiliar [9]. Uma modificação do ALOHA é conhecida como slotted ALOHA. Neste protocolo, as mensagens são enviadas em um slot de tempo entre dois pulsos de sincronismo, sendo que a transmissão iniciará somente no começo de um slot de tempo. Dessa forma a taxa de colisões pode ser reduzida para a metade [10]. Para transmitir o pacote para o ponto de acesso com sucesso, deve-se garantir apenas um pacote no slot de tempo, como mostra a figura 1.2. Se dois ou mais pacotes são gerados no mesmo slot de tempo, ocorrerá colisão. 6 1. INTRODUÇÃO Slot Sucesso Colisão Ponto de Acesso Sucesso t Terminal 1 t Chegada do Pacote Terminal 2 t Chegada do Pacote Retransmissão Terminal N t Chegada do Pacote Retransmissão Figura 1.2. Slotted ALOHA Multiplexando os terminais com a técnica CDMA (CDMA ALOHA) o sistema será capaz de transmitir pacotes simultaneamente. Uma vez que no sloted ALOHA, os terminais estão sincronizado, o sistema QS-CDMA é perfeitamente aplicável para minimizar a interferência MAI e com isso aumentar o desempenho [8]. Existem inúmeras outras aplicações para o sistema QS-CDMA, porém, neste trabalho, o objeto de estudo são os sistemas de telefonia móvel celulares QS-DS/CDMA de terceira geração operando em ambientes macrocelulares e microcelulares e com recepção convencional e avançada em canais aditivos e multiplicativos. Foram realizadas comparações de desempenho destes sistemas utilizando diversos conjuntos de seqüências de espalhamento aplicáveis a sistemas quase sínconos. Inicialmente, no capítulo 2, o sistema QS-DS/CDMA é apresentado através da descrição da interferência de multiplo acesso e da descrição de um critério de seleção de seqüência de espalhamento. O capítulo 3 descreve as características e os métodos de construção dos conjuntos de seqüências de espalhamento que serão utilizados neste trabalho. No final deste mesmo capítulo é realizada uma breve comparação destes conjuntos de seqüências. Para o entendimento dos fenômenos envolvidos em um canal de comunicação móvel terrestre, o capítulo 4 descreve alguns destes, evidenciando um modelo de canal estatístico para ambiente macrocelular e um modelo baseado na geometria para 1. INTRODUÇÃO 7 ambiente microcelular, os quais são, posteriormente, utilizados para na análise de desempenho. No capítulo 5 são apontadas as características, vantagens e desvantagens da técnica de recepção avançada do tipo cancelamento de interferência. O capítulo 6 analisa o desempenho do sistema QS-DS/CDMA, envolvendo a comparação de desempenho do receptor convencional utilizando todos os conjuntos de seqüências apresentados anteriormente; o desempenho do receptor convencional e avançado em ambiente macrocelular; e o desempenho do receptor convencional e avançado em ambiente microcelular. Finalmente, no capítulo 7, são realizadas as principais conclusões deste trabalho e indicadas as propostas para trabalhos futuros. CAPíTULO 2 Fundamentos do Sistema QS-CDMA O desempenho de um sistema DS/CDMA é dependente principalmente da interferência de multiplo acesso (MAI) causada pelos diversos usuários que dividem a mesma banda de freqüência. A MAI, por sua vez, depende das funções de correlação entre as seqüências de espalhamento utilizadas pelos usuários ativos no sistema. Este capítulo, analisará o impacto das funções de correlação sobre a MAI, visando obter um critério de escolha de conjuntos de seqüências de espalhamento a serem utilizadas em um sistema QS-CDMA. 2.1. Descrição do Sistema Os conjuntos de seqüências de espalhamento utilizados neste trabalho são compostos de elementos complexos de módulo unitário. Uma seqüência pertencente a um conjunto será denotada por: xi =[xi,1 , xi,2 , ..., xi,N ], (2.1) onde i representa a i-ésima seqüência do conjunto; N o comprimento da seqüência e xi,j é chamado chip. A seqüência de espalhamento vista como um sinal xi (t) no domínio do tempo é representada por: xi (t) = N X j=1 xi,j pTc (t − jTc ) 1, pTc (t) = 0, se 0 < t < Tc (2.2) (2.3) c.c. onde pTc (t) representa a formatação de pulso retangular e Tc é chamado período de chip. Um conjunto X composto de K seqüências é representado como: X = {x1 , x2 , ..., xK }. 9 (2.4) 10 2. FUNDAMENTOS DO SISTEMA QS-CDMA Define-se função de correlação parcial par: Ri,j (τ ) = Z τ 0 função de correlação parcial ímpar: R̃i,j (τ ) = Z (2.5) NTc τ função de correlação periódica par: xi (t − τ )xj (t)dt; xi (t − τ )xj (t)dt; (2.6) (2.7) ϑi,j (τ ) = Ri,j (τ ) + R̃i,j (τ ); função de correlação periódica ímpar: ϑ̃i,j (τ ) = Ri,j (τ ) − R̃i,j (τ ). (2.8) É comum trabalhar com as funções de correlação periódicas discretizadas em passos de Tc . Assim, teremos o atraso τ , entre as seqüências de espalhamento dado em termos de períodos de chip, Tc . A função de correlação periódica par discreta entre duas seqüências de espalhamento é definida como [11]: θi,j { (τ ) + {∗ (N − τ ), 0 ≤ τ < N i,j j,i ; = {i,j (τ ) + {∗ (−N − τ ), − N < τ < 0 j,i (2.9) a função de correlação periódica ímpar discreta é definida como: Θi,j { (τ ) − {∗ (N − τ ), 0 ≤ τ < N i,j j,i = , {i,j (τ ) − {∗ (−N − τ ), − N < τ < 0 j,i (2.10) onde {i,j (τ ) representa a função de correlação aperiódica discreta, definida por: PN−τ x x∗ ki ,l kj ,l+τ , l=1 {i,j (τ ) = P N+τ xk ,l−τ x∗ , i kj ,l l=1 0≤τ <N , (2.11) −N <τ <0 o operador ∗ denota o complexo conjugado. Quando i = j, as equações 2.7 e 2.9 são chamadas de funções de autocorrelação periódicas par (even autocorrelation, EAC ) contínua e discreta, respectivamente; as equações 2.8 e 2.10 2.1. DESCRIÇÃO DO SISTEMA 11 são chamadas de funções de autocorrelação periódicas ímpar (odd autocorrelation, OAC ) contínua e discreta, respectivamente; as equações 2.5 e 2.6 são chamadas de funções de autocorrelação parciais par e ímpar, respectivamente. Quando i 6= j, as equações 2.7 e 2.9 são chamadas de funções de correlação cruzada periódicas par (even crosscorrelation, ECC ) contínua e discreta, respectivamente; as equações 2.8 e 2.10 são chamadas de funções de correlação cruzada periódicas ímpar (odd crosscorrelation, OCC ) contínua e discreta, respectivamente; as equações 2.5 e 2.6 são chamadas de funções de correlação cruzada parciais par e ímpar, respectivamente.. As figuras 2.1(a) e (b) exemplificam as funções de correlação periódica par e ímpar, respectivamente. τ τ x1 x1 x2 x2 - x2 x2 Janela de correlação Janela de correlação (a) (b) Figura 2.1. Interpretação das funç ões de correlação (a) par e (b) ímpar. Se x1 = x2 , (a) e (b) representam EAC e OAC, de outra forma, se x1 6= x2 , (a) e (b) representam ECC e OCC. No sistema CDMA de seqüência direta (DS/CDMA) é designado uma seqüência pseudoaleatória (pseudo noise, PN ) para o espalhamento do sinal de cada usuário. Assim, a i-ésima seqüência de espalhamento do conjunto modula o j-ésimo símbolo de informação em uma modulação BPSK (Binary Phase Shift Keying), bj ∈ {−1, +1}, do k-ésimo usuário: ..., b−1 · xi , b0 · xi , b1 · xi , b2 · xi , ... (2.12) onde bj · xi = [bj x1 , bj x2 , ..., bj xN ]. Neste trabalho considerou-se um sistema de espectro espalhado de código curto. Assim, o período ou tempo de símbolo, Ts , está relacionado ao período de chip pelo ganho de processamento, GP = N‘. Ts = GP × Tc Ts = N × Tc . (2.13) 12 2. FUNDAMENTOS DO SISTEMA QS-CDMA Tclock 0 τi clock τ i, j τj bi(1) xi bi(0) xi b(j −1) x j b(0) j xj b(1) j xj Figura 2.2. Atrasos τ k dados em relação a um clock hipotético do sistema. Os atrasos entre seqüências ou sinais dos usuários são dados em relação a uma referência de tempo hipotética, figura 2.2. Geralmente, o atraso τ é um número real entre zero e o comprimento da seqüência, 0 ≤ τ < N. Se todas as seqüências estão alinhadas com o clock do sistema τ = [τ 1 , τ 2 , ..., τ M ] = [0, 0, ..., 0], onde M é o número de usuários ativos, o sistema é chamado sistema CDMA síncrono (S-CDMA). O sistema CDMA quase síncrono (QS-CDMA) caracteriza-se pela condição de atraso para o i-ésimo usuário satisfazendo 0 ≤ τ i ≤ τ máx . O atraso relativo τ i,j entre o i-ésimo usuário e o j-ésimo usuário é dado por τ i,j = τ i − τ j , figura 2.2. Assim, −τ máx ≤ τ i,j ≤ τ máx . (2.14) O receptor convencional para o i-ésimo usuário aplicará ao sinal recebido um filtro casado (matched filter, MF) sincronizado ao i-ésimo usuário; o sinal recebido será composto por sinais de todos M usuários ativos no sistema mais os efeitos do canal, figura 2.3. O filtro casado realiza a operação de correlação para em seguida recuperar o símbolo de informação transmitido. Assume-se que o filtro casado está perfeitamente sincronizado com a seqüência xi do i-ésimo usuário em termos de chip e fase da portadora φi . Este filtro, utilizando a réplica da seqüência xi , é aplicado sobre o intervalo de tempo t, onde τ i ≤ t ≤ Ts + τ i , para recuperar os símbolos de informação do i-ésimo usuário. A seqüência do j-ésimo usuário, xj , possui um atraso relativo τ i,j = τ j − τ i e deslocamento relativo da fase da portadora φi,j = φj − φi quando processada pelo MF do i-ésimo usuário. Na saída do (0) filtro casado, a interferência Ii,j , causada pelo j-ésimo sobre o i-ésimo usuário considerando 2.1. DESCRIÇÃO DO SISTEMA 13 τ1 (i ) bk M r (t ) ∑ τk k =1 sk (t ) cos( ω c t + φ k ) Ak AWGN n (t ) τM Channel (i ) z conv k r (t ) ∫ cos( ω c t + φ k ) (i ) bˆk sign() * sk (t ) MF Figura 2.3. Modelo do transmissor e do receptor convencional sujeito ao canal AWGN. (0) que os símbolos de informação consecutivos do j-ésimo são os mesmos (bj (1) = bj = 1), τ i,j ≤ 0 e τ máx ≤ 1, será dada por: (0) Ii,j = [|τ i,j | (xi,N xj,1 + xi,1 xj,2 + ... + xi,N−1 xj,N ) + (1 − |τ i,j |)(xi,N xj,1 + xi,1 xj,2 + ... + xi,N−1 xj,N )] cos(ωc τ i,j Tc + φi,j ) (0) Ii,j = [|τ i,j | θi,j (1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)] cos(ω c τ i,j Tc + φi,j ), (2.15) O fator cos(ωc τ i,j Tc + φi,j ) resulta da integração [3]: Z Ts +τ i Tc τ i Tc cos(ω c (t − τ i Tc ) − φi ) cos(ωc (t − τ j Tc ) − φj )dt ≈ Ts Ts cos(ω c (τ j − τ i )Tc + φj − φi ) = (ωc τ i,j Tc + φi,j ), 2 2 (2.16) onde ω c representa a freqüência da portadora. Esta aproximação é válida desde que ωc À 1 , Tc o que representa uma situação real. (0) (1) Se os símbolos de informação consecutivos forem diferentes, sendo bj = 1 e bj = −1, e ainda τ i,j ≤ 0 e τ máx ≤ 1, tem-se: (0) Ii,j = [|τ i,j | Θi,j (1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)] cos(ω c τ i,j Tc + φi,j ). (2.17) 14 2. FUNDAMENTOS DO SISTEMA QS-CDMA Para o caso de τ i,j > 0, analogamente, tem-se: (0) Ii,j = [|τ i,j | θi,j (−1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)] cos(ω c τ i,j Tc + φi,j ), (−1) (0) =b =1 se b j j [|τ i,j | Θi,j (−1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)] cos(ωc τ i,j Tc + φi,j ), (−1) (0) se bj = −1, bj = 1 . (2.18) Verifica-se que a interferência na saída do filtro casado no sistema QS-CDMA com τ máx ≤ 1 depende somente das funções ECC θi,j (0) e θi,j (±1) e das funções OCC Θi,j (0) e Θi,j (±1). Geralmente, as funções ECC e OCC assumem valores diferentes para τ arbitrários, 0 ≤ τ < N. Entretanto, considerando uma seqüência bipolarizada x ∈ {1, −1} para τ = 1, tem-se: θi,,j (1) − Θi,j (1) = 2xki ,N xkj ,1 = ±2 θi,,j (1) ≈ Θi,j (1) (2.19) Portanto, para τ = 1 os valores assumidos pelas funções ECC e OCC diferem apenas de ±2. Sabendo que as funções de correlação contínuas tem comportamento linear entre t = nTc e t = (n + 1)Tc [11], os valores assumidos pelas funções ECC e OCC para |τ | < 1 será um valor, em módulo, menor que 2. Conclui-se que em sistemas DS/CDMA com τ máx ≤ 1 é suficiente analisar somente as funções ECC θi,j (τ ) em torno da origem, −1 ≤ τ ≤ 1, pois neste caso Θi,j (±1) ≈ θi,j (±1), como mostrado anteriormente [3]. Devido à esta propriedade, a maioria dos trabalhos que investigam as propriedades de correlação de seqüências, considera somente as propriedades de correlação par (even correlation, EC). (0) Em um caso mais geral, τ máx > 1, a interferência Ii,j é dada por: (0) Ii,j h i (−1) (0) bj Ri,j (τ i,j ) + bj R̃i,j (τ i,j ) cos(ωc τ i,j Tc + φi,j ) ϑ (τ ) cos(ω τ T + φ ) se b−1 = b0 = 1 i,j i,j c i,j c i,j = ϑ̃i,j (τ i,j ) cos(ωc τ i,j Tc + φ ) se b−1 = −1, b0 = 1 i,j = (2.20) 2.1. DESCRIÇÃO DO SISTEMA 15 Portanto, ao analisar o desempenho de sistemas DS/CDMA em que o atraso máximo inerente do sistema é τ máx > 1, devemos considerar não somente as propriedades de correlação par (EC), mas também as propriedades de correlação impar (odd correlation, OC) das seqüências, pois, neste caso, a diferença entre Θi,j (±1) e θi,j (±1) torna-se substancial [11]. As funções OC afetam a saída dos correlacionadores do filtro casado quando o símbolo de informação muda dentro do intervalo de integração, enquanto as funções EC afetam a saída quando o símbolo de informação não muda dentro do intervalo de integração. Admitindo-se razoável a hipótese de que os símbolos de informação sejam equiprováveis, as funções de correlação são igualmente importantes na análise do desempenho do sistema. Como existem poucos conjuntos de seqüências em que conhecemos as propriedades de OC, quando escolhemos o conjunto, usualmente optamos pela família de seqüências cujo o máximo valor assumido pela função ECC é pequeno, na esperança de que as seqüências selecionadas também possuam boas propriedades de OC [12]. Considerando um canal AWGN (Additive Gaussian Noise Channel), teremos na saída do filtro casado uma variável Gaussiana nk , de média 0 e variância N0 , 2 onde N0 2 é a densidade espectral de potência bilateral. A saída do filtro casado para o k-ésimo usuário sobre o i-ésimo símbolo pode ser escrito: (i) zconv_k = p (i) (i) (i) Es k bk + Ik + nk , (2.21) (i) onde o primeiro termo é o sinal de interesse do k-ésimo usuário, o último, nk , é o termo √ √ ruído filtrado, Es k a energia de símbolo do k-ésimo usuário, onde Es k = Ak a amplitude (i) para o k-ésimo usuário, e Ik a interferência múltiplo acesso (MAI) de todos os usuários √ P (i) (i) Es k (i) ativos sobre o k-ésimo usuário, Ik = M j=1,j6=k N Ik,j . Observe que o fator Ik,j compõe a MAI sobre o k-ésimo usuário relativa ao i-ésimo bit, conforme as equações 2.15 e 2.18, depende do conjunto de seqüência, do deslocamento relativo da fase da portadora φk , do (i) atraso relativo τ k , e do símbolo de informação bk . A defasagem relativa da portadora φk,j e o atraso relativo τ k,j entre o k-ésimo e o jésimo usuário são assumidos constantes sobre o período de símbolo e os correspondentes (i) processos em tempo discreto são estatisticamente independentes, sendo φk,j distribuido uniformemente sobre o intervalo de 0 a 2π. Com tais considerações, cos(ω c τ k,j Tc + φk,j )(i) são processos identicamente e independentemente distribuídos (i.i.d.) com média zero e variância 1 . 2 (i) Adicionalmete, cos(ω c τ k,j Tc + φk,.j )(i) e τ k,j são variáveis estatisticamente independentes como mostrado em [3]. 16 2. FUNDAMENTOS DO SISTEMA QS-CDMA (i) Assumindo ainda τ máx ≤ 1 e o vetor de informação {bk } do k-ésimo usuário uma seqüência de elementos bipolarizados (b ∈ {−1; +1}) distribuídos uniformemente e independentemente para diferentes usuários, ou seja, i.i.d, em termos de variáveis aleatórias em tempo (i) discreto, o fator Ik pode ser escrito como: (i) Ik = (i) bk K X j=1, j6=k, τ k,j ≤0 K X j=1, j6=k, τ k,j >0 ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ (i) ¯ (i) ¯ (i) ¯ bj [¯τ k,j ¯ θk,j (1) + (1 − ¯τ k,j ¯)θk,j (0)] cos(ωc τ k,j Tc + φk,j )(i) + ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ (i) ¯ (i) ¯ (i) ¯ bj [¯τ k,j ¯ θk,j (−1) + (1 − ¯τ k,j ¯)θk,j (0)] cos(ω c τ k,j Tc + φk,j )(i) . (2.22) (i) Exceto o atraso relativo τ k,j , todas as variáveis aleatórias em tempo discreto são i.i.d. (i) Em [3] são definidos dois casos de QS-CDMA quanto à variação do atraso τ k no tempo: (i) (i) a) um sistema com variação rápida de τ k e b) outro com lenta variação de τ k . No primeiro (i) (i) caso, considera-se que τ k é essencialmente constante e o atraso relativo τ k pode ser tratado como um processo aleatório estacionário. Portanto, a interferência MAI em sistemas com (i) variação lenta de τ k não é i.i.d., mas constante no tempo. (i) Já um sistema com variação rápida de τ k é caracterizado pela distribuição uniforme de (i) (i) τ k sobre o intervalo de 0 a τ máx . Neste caso, os atrasos relativos τ k,j são i.i.d., e portanto, o termo MAI é também i.i.d.. (i) Geralmente, descrever a distribuição de probabilidade do fator Ik da MAI é uma tarefa complicada. Entretanto, se existem muitos usuários e cada um contribui com a mesma quantidade de interferência, então o teorema do limite central assegura que a distribuição desta variável aleatória será próxima a de uma Gaussiana. Em [3] é demonstrado que, tanto (i) (i) (i) para variação lenta de τ k quanto para variação rápida de τ k , a distribuição do fator Ik aproxima-se de uma Gaussiana somente quando houver um número razoável de usuários ativos no sistema. 2.2. Critério de Escolha de Seqüências O critério de escolha de seqüências descrito aqui considera um sistema com variação lenta do atraso de chip. Este critério, proposto em [3], considera o usuário de pior desempenho em um sistema QS-CDMA com τ máx < 1. Para a comparação dos conjuntos de seqüências, pode-se assumir, no modelo do sistema em canal AWGN adotado na seção 2.1, a potência do 2.2. CRITÉRIO DE ESCOLHA DE SEQÜÊNCIAS 17 ruído térmico (AWGN) é zero, n(t) = 0, fazendo com que o desempenho dependa somente da interferência MAI. Uma medida prática para o desempenho de um sistema QS-CDMA com variação lenta do atraso de chip é a probabilidade de erro no pior caso e pior usuário: Pe wc = max max Pe |k (2.23) τ k onde Pe |k é a probabilidade de erro para uma transmissão de dados não codificados para o k-ésimo usuário considerando que os atrasos de chip estão confinados no intervalo 0 ≤ τ k ≤ τ máx , k = 1, 2, ..., M, e τ máx ≤ 1. No sistema com variação lenta do atraso de chip, o vetor τ pode assumir o valor de pior caso e este é mantido nesta condição sobre um número significativo de símbolos de informação; portanto, o pior caso, ao invés da MAI média, determinará o desempenho do sistema. A probabilidade de erro no pior caso e pior usuário é determinada pela maior variância do fator Ik da MAI: σ 2wc = max max V ar(Ik ). (2.24) τ k A variância de pior caso da MAI na saída do filtro casado é Es 2 σ . N 2 wc Uma medida funda- mental de um sistema QS-CDMA é sua capacidade no pior caso e pior usuário para os M usuários: (2.25) Cwc = min min Ck k τ onde Ck denota a capacidade do sistema QS-CDMA vista pelo k-ésimo usuário. Em um (i) sistema CDMA, os usuarios transmitem seqüências de símbolos de informação bk independentes e com distribuição uniforme. A distribuição uniforme para os símbolos de informação (i) (i) bk amplifica a variância de Ik conforme (2.22). A pior situação do canal ocorre com a maior variância da interferência entre usuários Ik , conforme (2.24). O limite superior da capacidade do sistema QS-CDMA no pior caso e pior usuário considerando agora um canal AWGN é dado por: Cwc à 1 ≤ log2 1 + 2 N0 2 Es + NEs2 σ 2wc ! à 1 = log2 1 + 2 1 1 2γ + σ 2wc N2 ! bit/usuário (2.26) 18 2. FUNDAMENTOS DO SISTEMA QS-CDMA onde γ = ativo; Es N0 Es 2 σ N 2 wc denota a relação sinal-ruído do sistema quando somente um único usuário está denota a variância da interferência de múltiplo acesso no pior caso na saída do filtro casado. Esse limite superior é bastante realista caso seja válida a consideração de Ik como variável aleatória Gaussiana e se Es não for maior que N0 2 + Es 2 σ . N 2 wc Desta forma, a capacidade do sistema no pior caso e pior usuário Cwc se aproxima da capacidade de um sistema com um único usuário em canal AWGN. O fator Iki da MAI tem média zero pois todos os usuários transmitem dados aleatórios, e lembrando que cos(ω c τ i,j Tc + φi,j ) tem variância 12 , a variância de Iki obtida da expressão (2.22) será [3]: V ar(Iki ) = 1 K X 2 j=1,j6=i,τ K X [|τ i,j | θi,j (1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)]2 + i,j ≤0 [|τ i,j | θi,j (−1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)]2 j=1,j6=i,τ i,j >0 . (2.27) O lado direito de (2.27) é função do conjunto de seqüências escolhido e do vetor de atraso τ . Este representa o produto entre a variância devido ao deslocamento de fase φ e a variância σ 2i (τ ) devido aos atrasos de chip τ e aos dados aleatórios, dada por: σ 2i (τ ) = M X [|τ i,j | θi,j (1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)]2 + M X [|τ i,j | θi,j (−1) + (1 − |τ i,j |)θi,j (0)]2 . j=1,j6=i,τ i,j ≤0 (2.28) j=1,j6=i,τ i,j >0 Os termos σ 2i (τ ) determinam o parâmetro crucial σ 2wc para a avaliação de um conjunto de seqüências específico: 1 σ 2wc = max max σ 2i (τ ). τ ki 2 (2.29) Quanto menor σ 2wc , melhor é o conjunto de seqüências no sentido de menor Pe wc e maior Cwc . Portanto, em um sistema QS-CDMA, para um número fixo de M usuários, o melhor conjunto de seqüências é obtido quando a variância de pior caso e pior usuário da interferência de múltiplo acesso, σ 2wc , for minimizada. No caso do sistema S-CDMA, para um número fixo 2.2. CRITÉRIO DE ESCOLHA DE SEQÜÊNCIAS 19 de M usuários, esse critério pode ser escrito em função das funções EAC, quando os atrasos τ para todos os usuários for zero, τ i = 0: σ 2wc (0) = max i X θ2i,j (0). (2.30) j,j6=i O critério geral de otimização no caso de quase sincronismo (QS) depende do parâmetro τ máx . Pode ser feita uma simplificação para que este parâmetro dependa apenas de θi,j (0) e θi,j (±1). O maior valor de σ 2wc (τ ) em (2.29) é obtido quando todos os termos do somatório de σ 2i forem maximizados independentemente. Se σ 2wc (τ ) é máximo, então para cada j = 1, 2, ..., M, um termo terá τ i,j = 0 e outro terá τ i,j = τ máx . Se o atraso τ do i-ésimo usuário é zero, então τ i,j ≥ 0 será [3]: σ 2wc (τ ) = X (τ i,j θi,j (−1) + (1 − τ i,j )θi,j (0))2 j6=i,τ i,j ≥0 = X τ 2máx θ2i,j (−1) + X τ 2máx θ2i,j (1) + j6=i,τ j =τ máx X θ2i,j (0). (2.31) j6=i,τ j =τ máx Se τ i = τ máx , σ 2wc (τ ) = j6=i,τ j =τ máx X θ2i,j (0). (2.32) j6=i,τ j =τ máx Fazendo τ máx = 1, é obtido o seguinte critério: σ 2wc (τ ) = max max i onde τ i ≤ τ máx = 1. τ X θ2i,j (τ ) (2.33) j,j6=i Note-se que para τ máx = 1, os valores de correlação na origem determinam a magnitude de σ 2wc (τ ). Portanto, a avaliação de conjuntos de seqüências para sistemas QS-CDMA deve considerar os critérios dados por (2.30) e (2.33), e de modo geral, quando τ máx assumir qualquer valor, o critério é dado por (2.29). Quando conjuntos de seqüências forem semelhantes do ponto de vista de (2.33), utiliza-se (2.30) como um segundo critério de escolha [3]. CAPíTULO 3 Conjuntos de Seqüências de Espalhamento para QS-CDMA Neste capítulo, são descritos os métodos de obtenção e as principais propriedades dos conjuntos de seqüências de espalhamento Walsh-Hadamard, seqüências QS, PN Ótima, LCZGMW, ZCZ, PS, e SP. Tais conjuntos são aplicáveis a sistemas QS-CDMA devido às suas boas características de correlação que contribuem para a obtenção de melhor desempenho otimizado do sistema, minimizando a MAI sob certas condições. Ainda neste capítulo, será realizada uma comparação dos conjuntos de seqüências apenas do ponto de vista de propriedades de correlação e quantidade de seqüências disponíveis no conjunto. Uma análise mais abrangente das seqüências de espalhamento não foi realizada, pois esta envolveria vários conceitos matemáticos, principalmente sobre Álgebra de Corpos Matemáticos, os quais não fazem parte do escopo deste trabalho. 3.1. Conjunto Walsh-Hadamard Em [13], foi analisado o desempenho do receptor convencional com modulações de alta ordem (M-QAM e M -PSK) utilizando o conjuntos de seqüências ortogonais Walsh-Hadamard (WH) em sistemas QS-CDMA. Tal conjunto, pode ser construído recursivamente tomando-se as linhas da matriz de Hadamard, Hn : Hn = Hn−1 Hn−1 Hn−1 −Hn−1 (3.1) H0 = [1] ci = {hi,1 hi,2 ... hi,2n } (3.2) onde ci representa a i-ésima seqüência do conjunto WH composto de elementos hi bipolarizados {+1, −1} obtidos da i-ésima linha da matriz Hn . O carregamento do sistema considerando código curto é dado por Load = M , N ou na forma percentual Load% = Load × 100%, onde M representa o número de usuários ativos no sistema e N = 2n , o comprimento da seqüência. O máximo valor para Load é obtido quando 21 22 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA o número de usuários ativos é igual ao número de seqüências disponíveis no conjunto, ou seja, M = K. Para esse valor utilizar-se-á a nomenlatura Loadmáx e Loadmáx % . O carregamento máximo do sistema utilizando esse conjunto WH é L% máx = 100%, pois Hn é uma matriz quadrada. A função ECC e OCC para este conjunto assume valor zero quando τ = 0, pois quaisquer duas linhas ou colunas de Hn são ortogonais. Isso implica que em um sistema CDMA síncrono (S-CDMA) em canal AWGN, utilizando o conjunto WH a interferência interusuários será zero. Quando τ máx 6= 0, as funções ECC (figura 3.1(a)) e OCC podem assumir valores elevados. Esta característica de correlação cruzada implica em alta interferência interusuário em um sistema CDMA assíncrono (A-CDMA), ou mesmo em um sistema QS-CDMA quando τ máx não assumir um valor próximo a zero. A função de EAC para o conjunto WH apresenta picos para τ 6= 0, como mostra a figura 3.1(b). Como o receptor é sincronizado com o sinal recebido através da detecção de um pico de autocorrelação, caso o sistema permitir um erro de sincronismo máximo τ máx ≥ 1Tc , poderão ocorrer problemas na etapa de sincronismo, inviabilizando a correta recuperação da informação. Esse tipo de problema é contornado selecionando-se seqüências do conjunto que resultam em uma função de autocorrelação com um pico definido para τ = 0 e valores menores de magnitudes para deslocamentos em torno da origem. Caso esse procedimento não seja viável, devido à exigência de alto carregamento do sistema, pode-se contornar o problema do sincronismo com a utilização de seqüências com boas propriedades de autocorrelação na etapa de sincronismo, como por exemplo, as seqüências de Baker [14]. 3.2. Seqüência de Máximo Comprimento As seqüências de máximo comprimento (SMC), também conhecidas por m-sequences, são utilizadas neste trabalho apenas para a obtenção de outros conjuntos de seqüências aplicáveis aos sistemas QS-CDMA. Portanto, serão descritos apenas o método de geração e as características pertinentes à obtenção direta de outros conjuntos de seqüências. Seja o polinômio característico h(x) = h0 xn + h1 xn−1 + ... + hn−1 x + hn de grau n onde h0 = hn = 1 e os outros hi possuem valores 0 ou 1. É conveniente representar tal polinômio como um vetor binário h = [h0 , h1 , ..., hn ] e também utilizar a representação em notação octal desse vetor. Por exemplo, o polinômio x4 + x + 1 e x5 + x2 + 1 são representados pelos 3.2. SEQÜÊNCIA DE MÁXIMO COMPRIMENTO 23 12 ECC 4 0 -4 -12 -32 -2 02 τ (a) 32 -2 02 τ (b) 32 EAC 32 0 -32 -32 Figura 3.1. (a) Função de ECC para as seqüências c29 e c30 do conjunto WH, com N = 32; (b) função de EAC para a seqüência c2 do conjunto WH, com N = 32. vetores binários [10011]binário e [100101]binário , respectivamente, e pela notação octal, [23]octal e [45]octal , respectivamente. As SMC são seqüências geradas por um registrador deslocamento binário de n estágios o qual possui uma derivação conectada à i-ésima célula se hi = 1 com 0 < i ≤ n, onde hi representa o i-ésimo coeficiente do polinômio primitivo1 h(x). Por exemplo, o registrador deslocamento da figura 3.2 corresponde ao polinômio característico h(x) = x5 + x2 + 1. As células foram numeradas da direita para a esquerda. 1Um polinômio característico de grau n é dito primitivo se este não puder ser fatorado e se, e somente se, o menor p para o qual f (x) divide (1 + xp ) é p = N = 2n − 1. 24 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA Uj U j +1 U j+ 2 U j+ 3 U j+ 4 U j+5 Figura 3.2. Registrador de deslocamento correpondente ao polinômio característico h(x) = x5 + x2 + 1 ou [45]octal . O período de uma seqüência u gerada a apartir de um polinômio h(x) de grau n não excede 2n −1. Se u tem o período máximo dado por N = 2n −1, esta seqüência recebe o nome de seqüência de máximo comprimento (SMC), e h(x) é chamado de polinômio primitivo de grau n. Esta definição [15] é equivalente a outras baseadas em propriedades estatísticas. Esta configuração de registradores de deslocamento pode gerar várias seqüências diferentes, uma delas é a seqüência em que todos os elementos são zeros. Esta seqüência não é desejável para as aplicações em sistemas DS/CDMA e é obtida exclusivamente quando o conteúdo inicial de cada célula do registrador de deslocamento for zero. Durante a construção de uma SMC, o conteúdo do registrador de deslocamento passa por todos os estados possíveis, exceto o nulo. Portanto, conclui-se que o conteúdo inicial do registrador de deslocamento determina o deslocamento, também chamado de fase inicial da seqüência. Também é possível obter seqüências SMC, algebricamente, utilizando a função traço [16]: c ={ci } = {T r1n (κ i )}, com i = 0, 1, ..., 2n − 2, (3.3) n onde T rm representa a função traço, a qual faz o mapeamento de elementos primitivos κ pertencentes ao corpo de Galois GF(2n ) em elementos do sub corpo GF(2m ), onde necessariamente n > m, de acordo com a relação: n T rm (κ) n −1 m = X i=0 mi κ2 . (3.4) 3.3. CONJUNTO DE SEQÜÊNCIAS DE GOLD 25 3.2.1. Propriedades de Correlação da SMC [17]. Sejam a e b duas SMC, polarizadas2, distintas e de comprimento N = 2n − 1. A função de autocorrelação par assume apenas dois valores para qualquer seqüência: N, se τ = 0 θa,a (τ ) = −1, se τ 6= 0 A função de correlação cruzada par possui as seguintes propriedades: 1. θa,b (τ ) = θa,b (τ + N); 2. |θa,b (τ )| ≤ N; 3. θa,b (τ ) é sempre um inteiro ímpar; 4. θa,b (τ ) + 1 é sempre um múltiplo de 8; Exceto quando a e b forem seqüências recíprocas, quando então a quarta propriedade, θa,b (τ ) + 1 é múltiplo de 4. 5. 6. PN−1 τ =0 θa,b (τ ) = 1 τ =0 θ2a,b (τ ) = N 2 + N − 1 = 22n − 2n − 1 PN−1 3.3. Conjunto de Seqüências de Gold O conjunto de seqüências de Gold são construídos a partir de duas seqüências de máximo comprimento (SMC). Seja um par preferencial de SMC u e v, de comprimento N = 2n − 1, onde n é o número de células dos registradores ou o grau do polinômios primitivos utilizados na obtenção das SMC. As seqüências do conjunto de Gold são obtidas através da soma adequada mod 2 entre as duas SMC. Um conjunto Gold é composto por N + 2 seqüências distintas. Algebricamente, o processo de geração de seqüências de Gold pode ser descrito pela expressão a seguir: Gold(u, v) = {u, v, u ⊕ v, u ⊕ Tv, ..., u ⊕ TN−1 v} Gold(u, v) = {g1 , g2 , g3 , ..., gN+2 } onde u e v são SMC, e o operador de deslocamento cíclico Ts é definido como: 2os elementos bi = 0 são substituídos por 1 e os elementos bi = 1 por −1. (3.5) 26 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA Comp. N Pol. I Config. Inicial Pol. I Pol. II Config. Inicial Pol. II 31 [45]octal 0 − 31 [67]octal 35 63 [103]octal 0 − 63 [147]octal 32 127 [211]octal 0 − 127 [277]octal 177 255 [435]octal 0 − 255 [675]octal 222 511 [1021]octal 0 − 511 [1333]octal 733 1023 [2011]octal 0 − 1023 [3515]octal 134 Tabela 3.1. Polinomios geradores e a configuração inicial dos registradores de deslocamento. v = {v1 v2 ...vN } Ts v = {vs+1 vs+2 ...vN v1 ...vs } (3.6) Uma importante propriedade deste conjunto é que tomando-se um par qualquer de seqüências pertencentes ao conjunto, tem-se que os picos para a autocorrelação par e correlação cruzada par estão limitados aos máximos valores obtidos para a correlação cruzada das seqüências SMC originalmente utilizadas na geração. Os três valores de correlação cruzada para as seqüências de Gold [18], com n ímpar são: −1; 2 (6= 0 mod 4) resultam: −1; 2 n+2 2 − 1; e −2 n+2 2 n+1 2 − 1; e −2 n+1 2 − 1; e para n par − 1. 3.3.1. Conjunto de Seqüências de Gold com Fase Preferencial. Varios trabalhos apresentaram critérios e métodos para obtenção da fase adequada para cada seqüência pertencente ao conjunto de Gold, de forma a obter valores mínimos de ECC para certas condições de deslocamento. A esta fase adequada dá-se o nome de fase preferencial. Em [19] e [20] foram propostos critérios de otimização de seqüências PN para sistemas CDMA assíncrono. Em QS-CDMA é desejável que a fase de cada seqüência do conjunto esteja organizada de tal forma a obter os menores valores de correlação cruzada possíveis para pequenos deslocamentos ou atrasos τ . Em [3] e [4], foi proposto um método de obtenção de um conjunto composto de N + 1 seqüências de Gold com fase preferencial. A tabela 3.1 mostra os polinômios geradores das SMC e a configuração inicial dos respectivos registradores de descolamento. 3.3. CONJUNTO DE SEQÜÊNCIAS DE GOLD 27 As diferentes seqüências de comprimento N de um conjunto são geradas modificando-se as configurações iniciais do registrador de deslocamento referente ao polinômio I, e realizandose a soma mod 2 de cada SMC obtida com a SMC referente ao polinômio II. O conjunto de N + 1 seqüências com fase preferencial, para τ máx < 1, satisfaz o limite de Welch [21] modificadado por Massey e Mittelhozer [3] dado por: n ªo © N[(2τ máx + 1)M − N] ≤ max max θ2i,j (τ ) τ i,j (2τ máx + 1)(M − 1) onde max {|θi,j (τ )|} representa o maior valor quadrático assumido pela função ECC entre quaisquer duas seqüências distintas do conjunto. 3.3.2. Seqüências QS. Os conjuntos de seqüências QS propostos em [22] [23] são compostos de seqüências de Gold, com fases adequadamente escolhidas, resultanto em ECC mínima para pequenos atrasos τ . Em [22], foi mostrado que a distribuição dos valores assumidos pela função OCC é semelhante a uma distribuição Gaussiana. Adicionalmente, mostrou-se que a variância da distribuição torna-se mínima quando o valor para ECC também for mínimo (−1). Portanto, para o conjunto de seqüências de Gold na condição de quase sincronismo, é razoável ajustar as fases de acordo com a função ECC. Em [23], para conjuntos de seqüências QS, definiu-se a condição de quase ortogonalidade em uma faixa τ (QOQS(r)), resultando em valores de ECC: θi,j (τ ) = −1 para τ = 0, ±1, ..., ± r−1 2 (3.7) Isso implica em valores mínimos de ECC desse conjunto para τ máx = r−1 , 2 como mostra a figura 3.3(a). Como o conjunto de seqüências QS é composto por seqüências de Gold, os valores de ECC para este conjunto, composto por seqüências de comprimento N = 2n − 1, com n ímpar são: −1; 2 n+1 2 − 1; −2 n+1 2 − 1; e com n par (6= 0 mod 4) são: −1; 2 n+2 2 − 1; −2 n+2 2 − 1. E os valores de EAC são os mesmos valores assumidos pela função ECC exceto o valor N, quando as seqüências estão em fase. Como exemplo, a figura 3.3(b) mostra valores asumidos pela função EAC para uma seqüência do conjunto QS, N = 31. O número de seqüências em um conjunto com propriedades QOQS(r) varia com o comprimento N das seqüências. Observa-se que, de modo geral, um incremento de 2 no valor 28 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA ECC 7 0 -1 -9 -31 -2 02 τ 31 (a) EAC 31 7 -1 -9 -31 0 τ (b) 31 Figura 3.3. (a) Função ECC para seqüências QS com propriedade QOQS(5); (b) função EAC de seqüências de Gold; N = 31. de r, diminui de aproximadamente 1 4 o número de seqüências com propriedade QOQS(r), na maioria dos casos. Em [23] foi investigado o tamanho e a quantidade de conjuntos de seqüências QS para N = 7, 31, 127, 511. Esses dados são parcialmente mostrados na tabela 3.2. Os conjuntos de seqüências QS de mesmo N, r e tamanho K podem ter propriedades de OCC diferentes. Por exemplo, para N = 31 e r = 5 existem 2 conjuntos, Q1 e Q4 , com 4 seqüências cada, extraídas do conjunto Gold(45, 73)3. A distribuição dos valores de OCC são mostrados na figura 3.4. 3conjunto de seqüências de Gold construído a partir dos polinômios primitivos x5 + x2 + x1 e x5 + x4 + x3 + x + 1, ou seja, [45]octal e [73]octal , respectivamente. 3.3. CONJUNTO DE SEQÜÊNCIAS DE GOLD r N quantidade 29 tamanho, K de conjuntos 3 7 2 2 31 2 8 127 2 32 511 2 128 31 2 4 127 4 8 511 4 32 7 127 4 4 511 8 8 9 127 2 4 5 50 50 40 40 Occurrence (%) Occurrence (%) 511 8 4 Tabela 3.2. Tamanho do conjunto de seqüências QS de acordo com r e N. 30 20 10 0 30 20 10 -3 -1 0 Odd cross-correlation 0 1 -5 50 50 40 40 30 20 10 0 -3 -1 0 1 Odd cross-correlation 3 -3 -1 0 1 Odd cross-correlation 3 (b) Occurrence (%) Occurrence (%) (a) 30 20 10 -3 -1 0 Odd cross-correlation (c) 1 0 -5 (d) Figura 3.4. Ocorrências de valores de OCC dos conjuntos de seqüências QS obtido do conjunto de Gold G(45, 73): (a) conjunto Q1 , com τ máx = 1Tc ; (b) conjunto Q1 , com τ máx = 2Tc ; (c) conjunto Q4 , com τ máx = 1Tc ; (d) conjunto Q4 , com τ máx = 2Tc . Verifica-se a maior ocorrência de valores de OCC de maior magnitude no conjunto Q1 em relação ao conjunto Q4 com erro máximo de sincronismo τ máx = 1Tc e também τ máx = 2Tc . Portanto, o receptor convencional utilizando o conjunto Q4 terá melhor desempenho quando comparado ao receptor utilizando o conjunto Q1 na condição de τ máx ≤ 2Tc . 30 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA Como descrito por (3.5), um conjunto de Gold pode ser gerado a partir de duas SMC. Mas nem todas as combinações de SMC irão gerar um conjunto de Gold com a possibilidade de selecionar seqüências com propriedades QOQS(r). Em [23], os conjuntos Gold com N = 31 foram separados em duas classes: conjuntos Gold de Classe I, dos quais é possível obter um conjunto de seqüências QS com propriedades QOQS(3), e os conjuntos de Gold de Classe II, dos quais não é possível obter um conjunto de seqüências QS com propriedade QOQS(3). • Classe I : Gold(45, 47), Gold(45, 73), Gold(47, 51), Gold(47, 67), Gold(51, 67), Gold(51, 75), Gold(67, 75). • Classe II: Gold(45, 67), Gold(45, 75), Gold(47, 73), Gold(51, 73), Gold(73, 75). O método de obtenção de seqüências QS de [23] utiliza um conjunto Gold descrito por (3.5), sendo que para gerar as SMC u e v, o estado inicial de cada registrador deve ser {0, 0, ..., 0, 1}, a fim de obter o conjunto de seqüências Gold com fases adequadamente ajustadas. Por exemplo, um conjunto de seqüências QS de comprimento N = 31 e r = 3 pode ser obtido a partir do conjunto Gold(45, 73). O estado inicial dos registradores de cada SMC deve ser {0, 0, ..., 0, 1} para que as seqüências geradas estejam com fases apropriadas. O conjunto de seqüências QS QOQS(3) pode ser composto pelas seqüências {g1 , g12 , g17 , g18 , g19 , g27 , g30 , g31 } ou pelas seqüências {g4 , g5 , g6 , g7 , g10 , g14 , g15 , g21 } deste conjunto (3.5). Para a condição de r = 5 o conjunto de seqüências QS pode ser formado pelas seqüências {g1 , g12 , g17 , g19 }, ou pelas seqüências {g4 , g5 , g10 , g15 } do mesmo conjunto Gold(45, 73). A tabela 3.3 sintetiza alguns conjuntos de seqüências QS [23]. 3.4. Conjunto GMW As seqüências GMW [24] [16] são seqüências geradas por operações não lineares, e caracterizam-se por possuírem um equivalente linear muito longo em comparação com às lineares de mesmo grau. Equivalente linear é um valor que representa o menor número de células necessárias para a construção de uma determinada seqüência através de operações lineares. Devido a esta característica, a aplicação destas seqüências está relacionada com sistemas que exigem alto grau de sigilo e baixa probabilidade de interceptação [17]. 3.4. CONJUNTO GMW Conjunto Gold N r Q Seqüências do conjunto Gold Gold(13, 15) 7 1 1 todas menos g2 7 3 1 {g1 , g7 } 7 3 3 {g3 , g9 } 31 1 1 todas menos g2 31 3 1 {g1 , g12 , g17 , g18 , g19 , g27 , g30 , g31 } 31 3 4 {g4 , g5 , g6 , g7 , g10 , g147 , g15 , g21 } 31 5 1 {g1 , g12 , g17 , g19 } 31 5 4 {g4 , g5 , g10 , g15 } Gold(45, 73) 31 Gold(203, 277) 127 5 1 {g1 , g7 , g12 , g13 , g31 , g33 , g69 , g111 } Tabela 3.3. Conjuntos de seqüências QS Comparando-se as seqüências GMW com as SMC tem-se que ambas possuem as mesmas propriedades de correlação cruzada periódicas. No entanto, as GMW têm um equivalente linear maior e o número de seqüências distintas de mesmo grau é superior. Uma seqüência GMW c é definida da forma: c = {ci } = T r1m ©£ n i ¤r ª T rm (κ ) (3.8) onde n e m são inteiros, sendo m um fator de n; κ é um elemento primitivo de GF (2n ) e r é um inteiro qualquer primo relativo4 à 2m − 1 na faixa 1 ≤ r < 2m − 1. Quando r = 1, a seqüência c reduz-se à representação de uma SMC conforme a propriedade da função traço: n T r1n (κ) = T r1m (T rm (κ)), para todo κ ∈ GF (2n ). (3.9) A parte interna de (3.8) pode ser interpretada como uma SMC de comprimento N = 2n −1 com elementos em GF (2m ). O número de seqüências GMW ciclicamente distintas, as quais podem ser construídas a partir de valores fixos de n e m, é dado por: NGMW = Np (n)Np (m) 4dois (3.10) números inteiros são primos relativos se e somente se o máximo divisor comum entre os dois números é 1, ou seja, se gcd(a, b) = 1, então a e b são primos relativos. 32 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA onde Np (n) denota o número de polinômios primitivos de grau n sobre GF (2), ou equivalentemente, o número de inteiros j na faixa 1 ≤ j < 2n − 1, os quais são primos relativos à 2n − 1 e que não tem representação equivalente em base 2. Observe-se que o número de seqüências GMW ciclicamente distintas obtidas com n e m fixos é maior que o número de seqüências SMC de mesmo grau. Variando-se o valor de r e o elemento κ na equação (3.8) pode-se obter tanto seqüências ciclicamente distintas como também seqüências ciclicamente equivalentes. Assim, dadas duas seqüências GMW a e c: ©£ n i ¤r ª T rm (κ ) ©£ n di ¤s ª c = {ci } = T r1m T rm (κ ) a = {ai } = T r1m (3.11) estas serão ciclicamente equivalentes se e somente se: r = 2k s mod 2m − 1, para 0 ≤ k < m (3.12) d = 2j , para 0 ≤ j < n. (3.13) e Por exemplo, para gerar um conjunto GMW de seqüências distintas com m = 3, {r, s} podem assumir os valores {1, 3}, {1, 5}, {1, 6}, {2, 3}, {2, 5}, {2, 6}, {3, 4}, {4, 5} e {4, 6}. Já a determinação dos valores de d, os quais resultam em seqüências distintas, não é trivial. No caso especial de r = 1, d pode assumir os valores d = {1, 5, 11, 13, 23, 31}. Uma outra forma de obter seqüências GMW ciclicamente distintas é alterar o polinômio utilizado na construção do corpo de Galois, e manter o valor de r e κ constantes. Por exemplo, para se determinar todas as seqüências GMW de n = 6 e m = 3, pode-se fixar r = 1 e κ = x0 . Os polinômios primitivos de grau m = 3 são [25] x3 + x + 1 e x3 + x2 + 1 e os polinômios primitivos de grau n = 6 são x6 + x + 1, x6 + x5 + 1, x6 + x5 + x2 + x + 1, x6 + x5 + x4 + x + 1, x6 + x5 + x3 + x2 + 1 e x6 + x4 + x3 + x + 1. Realizando as operações n (κ), equação (3.11), sobre o corpo de Galois construído a partir de da função traço T rm x6 + x + 1 e as operações da função traço T r1m {.} sobre o corpo de Galois construído a partir de x3 +x+1, obtém-se uma seqüência GMW. Outra seqüência, distinta da anterior, pode ser 3.5. CONJUNTO DE SEQÜÊNCIAS PN ÓTIMA 33 obtida se as operações da função traço T r1m {.} for realizada agora sobre o corpo de Galois construído a partir do outro polinômio primitivo, x3 + x2 + 1. Combinando-se os polinômios primitivos de grau m com os de grau n, obtém-se todas as seqüências GMW de um mesmo grau. No caso anterior, n = 6 e m = 3, serão obtidas 12 seqüências de grau n = 6, como apresentado em (3.10): NGMW = 6 × 3 = 12, ou, equivalentemente, são 12 as possibilidades para as combinações de um GF (26 ) com um GF (23 ). Ao conjunto de seqüências geradas de um mesmo polinômio primitivo de grau n dá-se o nome de subclasse de GMW. Em [26] e [27] foi mostrado que a função de correlação n (κ i )]r1 } e {yi } = cruzada par entre seqüências de uma subclasse de GMW, {xi } = {T r1m [T rm n (κ i )]r2 } é dada por: {T r1m [T rm onde T = 2n −1 ; 2m −1 −1, τ 6= 0 mod T θx,y (τ ) = 2n−m + 2n−m θa,c (†), τ = †T (3.14) † é um número inteiro quaquer; a e c são seqüências de máximo compri- mento, definidas por {T r1m (κ r1 iT )} e {T r1m (κ r2 iT )}, respectivamente. Verifica-se a partir de (3.14) que a função de ECC assume valor −1 para a maioria dos valores de τ , exemplificado na figura 3.5, o que é boa característica das subclasses de seqüências GMW. Entretanto, o número de seqüências obtidas a partir de um mesmo polinômio primitivo de grau n é muito pequeno, por exemplo, apenas seis seqüências de comprimento N = 1023. Os métodos de geração de seqüências PN Ótima e LCZ-GMW, descritas a seguir, utilizam-se desta boa propriedade para obter novos conjuntos compostos por um número maior de seqüências. 3.5. Conjunto de Seqüências PN Ótima O conjunto PN Ótima, proposto por [28], é composto de seqüências balanceadas5 que resultam em baixos valores de ECC para uma determinada faixa de atraso τ . Essa nova classe de seqüências possui propriedades de ”balanço” e correlação cruzada similares às seqüências de uma subclasse de GMW [24]. Pode-se considerar que as seqüências PN Ótima representam uma interpretação generalizada das seqüências GMW. Como verificado na seção 3.4, particularmente a equação 3.14, a subclasse de GMW possui boas propriedades de ECC, porém o número de seqüências distintas em uma subclasse 5O número de chips +1 supera em uma unidade o número de chips −1. 34 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA ECC 31 -1 -33 -63 -36 -18 -9 0 τ 27 45 54 63 Figura 3.5. Função ECC de seqüências GMW de uma mesma subclasse, as quais foram geradas a partir dos polinômios de grau n = 3, x3 + x + 1, e o recíproco x3 +x2 +1, e do mesmo polinômio primitivo de grau n = 6, x6 +x+1. é muito pequeno. O método de geração de seqüências PN Ótima baseia-se na construção de novas seqüências a partir de uma subclasse de GMW. Sejam m, n dois inteiros positivos e m um fator de n, T = 2n −1 , 2m −1 e κ um elemento primitivo do corpo de Galois GF (2n ). Inicialmente, define-se a sequência de deslocamento s0 = (s0 , s1 , ..., s(T −1) ), a qual é composta por elementos que representam deslocamentos cíclicos de sj posições: i, sj = ∞, n (κ j ) = κ T i se T rm n (κ j ) = 0 se T rm j = 0, 1, ..., 2n − 2 i ∈ {0, 1, ..., 2n − 2, ∞} Seja u = (u0 , u1 , ...u(2m −2) ) e v = (v0 , v1 , ...v(2m −2) ) seqüências balanceadas (o número de elementos 1 em u e v é 2(m−1) ). Escolhemos u e v como sequências sementes, e s0 como a sequência de deslocamento. Com o deslocamento cíclico das seqüências sementes conforme a seqüência de deslocamento, obtém-se as matrizes: 3.5. CONJUNTO DE SEQÜÊNCIAS PN ÓTIMA Wu Wv u(τ 0 +sτ 1 ) u(τ 0 +s(τ 1 +1) ) u (τ 0 +1+sτ 1 ) u(τ 0 +1+s(τ 1 +1) ) = ... ... u(τ 0 −1+sτ 1 ) u(τ 0 −1+s(τ 1 +1) ) v(τ 0 +sτ 1 ) v(τ 0 +s(τ 1 +1) ) v (τ 0 +1+sτ 1 ) v(τ 0 +1+s(τ 1 +1) ) = ... ... v(τ 0 −1+sτ 1 ) v(τ 0 −1+s(τ 1 +1) ) ... u(τ 0 +1+s(τ 1 −1) ) 35 ... u(τ 0 +2+s(τ 1 −1) ) ... ... .. u(τ 0 +s(τ 1 −1) ) ... v(τ 0 +1+s(τ 1 −1) ) ... v(τ 0 +2+s(τ 1 −1) ) ... ... .. v(τ 0 +s(τ 1 −1) ) e (3.15) Unindo-se as linhas das matrizes Wu e Wv deriva-se as seqüências PN otimizadas Xu e Yv : Xu = {x0 , x1 , ..., x2n −2 } Yv = {y0 , y1 , ..., y2n −2 } (3.16) As seqüências GMW podem ser obtidas a partir do método de geração de seqüências PN Ótimas descrito nesta seção, porém utilizando SMC como seqüências sementes. 3.5.1. Características do conjunto PN Ótima. A função de correlação cruzada par ECC entre duas quaisquer seqüências PN Ótima é dada por: −1, θx,y (τ ) = 2(n−m) − 1 + 2(n−m) θu,v (†) para τ 6= (0 mod T ) (3.17) para τ = †T onde † é um número inteiro qualquer; u e v são seqüências balanceadas sementes de X e Y respectivamente. Caso as sementes u e v forem seqüências de máximo comprimento, a equação (3.17) reduz-se a função ECC das seqüências de uma subclasse de GMW, equação (3.14). Portanto, as seqüências PN Ótima geradas a partir de SMC como sementes são seqüências GMW. A função de correlação cruzada impar OCC entre duas seqüências quaisquer PN Ótima é dada por [28]: Θx,y (τ ) = θx,y (τ ) − 2(x2n −1 y0 + x2n −τ y1 + ... + x2n −2 yτ −1 ), (3.18) 36 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA sendo que para pequenos atrasos τ , o valor absoluto da função OCC pode ter limite superior dado em função da ECC: |Θx,y (τ )| ≤ |θxy (τ )| + 2 |Θy,x (2n − 1 − τ )| ≤ |θx,y (τ )| + 2 |τ | . (3.19) m −1 ) (22m−1 Dado n e m, onde m é fator de n, obtém-se Z = 2m −1 seqüências PN Ótima balanceadas distintas de comprimento N = 2n − 1. Com uma seqüência deslocamento s0 e um total de Z seqüências sementes constrói-se uma família de Z seqüências PN Ótima de comprimento N = 2n −1. O número total de seqüências, somando-se todas as famílias, é dado por o que é muito maior que no conjunto GMW com Φ(2n −1) Φ(2m −1) 2m −1 n Φ(2n −1) Z, n seqüências distintas, onde Φ(x), chamada de função de Euler, denota o número de inteiros do conjunto {0, 1, ..., x − 1} os quais são primos relativos a x. 1, I Φ(x) = Q (pi − 1)piqi −1 , se g = 1 se g > 1 (3.20) i=1 onde: g= I Y pqi i com pi um número primo e qi um inteiro. (3.21) i=1 Para 0 < |τ | < 2n −1 T 2m −1 c n )Tc , todos os valores de ECC para um ou |τ | 6= (0 mod 22m−1 −1 conjunto de seqüências PN Ótima são mínimos e iguais a −1, figura 3.6(a). Porém dentro da mesma faixa de deslocamentos τ , os valores de OCC não são mínimos, figura 3.6(b), isto é, neste caso a OCC assume valores, em módulo, maiores que 1. Em um sistema QS-CDMA, seria desejável que a função de OCC, também assumisse os menores valores possíveis em módulo, neste caso, 1. Note-se que critério estabelecido em [28], existe um compromisso entre a faixa τ em que a função ECC assume valor −1 e o tamanho do conjunto de seqüências distintas na família, pois quanto maior é o valor de m adotado, maior é o número de seqüências disponíveis no conjunto e menor é a faixa em que a função ECC assume valor mínimo. Portanto, para obtermos um carregamento máximo com o conjunto PN Ótima adota-se n = 2m, reduzindo, em conseqüência, a faixa τ onde a função ECC assume valor −1. Observa-se na figura 3.6(a) que a função ECC assume um valor elevado quando τ = 0. Isso implica em alta interferência interusuário quando existirem sinais recebidos de usuários 3.5. CONJUNTO DE SEQÜÊNCIAS PN ÓTIMA 37 ECC 31 -1 -33 -63 -9 0 9 τ (a) 63 25 Occurrence (%) 20 15 10 5 0 -13 -11 -9 -7 -5 -3 -1 0 1 OCC (b) 3 5 7 9 Figura 3.6. (a) Exemplo da função ECC de uma seqüência PN Ótima, com n = 6, m = 3; (b) ocorrências de valores de OCC do conjunto PN Ótima, com n = 6, m = 3 e 0 < τ < 9. sincronizados ou quase sincronizados com τ confinados em pequenas frações de chip. Quando τ≥ 2n −1 T, 2m −1 c a função ECC ainda pode também assumir valores elevados, figura 3.6(a). Estas duas situações conduzem a uma elevada degradação de desempenho. A função de EAC para τ = 0 de seqüências PN Ótima assume o valor N. E para τ 6= 0, o valor da função de EAC para seqüências Optimal PN geradas com SMC como seqüências sementes, é −1, como exemplificado na figura 3.7(a), pois estas seqüências são seqüências GMW. Quando as seqüências sementes não são SMC a função de autocorrelação para a PN Ótima apresenta outros picos de menores magnitudes mostrados na figura 3.7(b). 38 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA EAC 63 -1 -63 0 τ (a) 63 0 τ (b) 63 63 EAC 31 -1 -33 -63 Figura 3.7. (a) Função de EAC da seqüência PN Ótima de semente SMC {−1, − 1, 1, − 1, 1, 1, 1}, com s0 = {∞, 6, 5, 5, 3, 0, 4, 6}, n = 6, m = 3; (b) função de EAC da seqüência PN Ótima de semente {1, − 1, 1, 1, − 1, 1, − 1}, com s0 = {∞, 6, 5, 5, 3, 0, 4, 6}, n = 6, m = 3. 3.6. Conjunto LCZ baseado em Seqüências GMW (LCZ-GMW) As seqüências binárias LCZ (Low Correlation Zone) baseadas em seqüências GMW (LCZGMW) foram propostas em [27] e o método de geração foi generalizado em [26]. A função de correlação cruzada para as seqüências de um conjunto LCZ assume valor mínimo para uma ”zona”, ou faixa, de deslocamentos. Em [26] foi definido o conceito de LCZ. Definição 1. Sejam a e c seqüências sobre GF (p) de comprimento N pertencentes ao conjunto A, onde a = {a0 , a1 , ..., aN −1 }, c = {c0 , c1 , ..., cN−1 }, C / uma constante e Ł um número inteiro positivo, então o valor LCZ é definido como 3.6. CONJUNTO LCZ BASEADO EM SEQÜÊNCIAS GMW (LCZ-GMW) 39 LCZ = max{Ł tal que |θâ,ĉ (τ )| ≤ C, / onde ( |τ | < Ł e a 6= c) ou (0 < |τ | < Ł e a = c)} (3.22) onde â e ĉ são seqüências compostas por elementos complexos: ¶ ¶ µ µ 2π 2π â = {âi } = exp j ai e ĉ = {ĉi } = exp j ci p p (3.23) Para minimizar ao máximo a MAI em um sistema DS/CDMA é desejável que a constante C / assuma o menor valor de correlação cruzada possível. Note-se que o conjunto de seqüências QS com propriedade QOQS(r) também se enquadra na definição de LCZ sendo que r = 2 × LCZ + 1 e C / = −1. Neste trabalho considerou-se um dos métodos de construção do conjunto LCZ-GMW proposto em [26], método II, para o caso particular de p = 2, ou seja, seqüências binárias. O primeiro passo do método de construção consiste em obter duas seqüências GMW conforme (3.8): ©£ n i ¤r ªª © a = {ai } = T r1m T rm (κ ) ©£ n i ¤s ªª © c = {bi } = T r1m T rm (κ ) (3.24) onde κ é um elemento primitivo de GF(2n ); r e s são inteiros relativamente primo à pm − 1 na faixa 1 ≤ r < pm − 1 com r 6= spj mod pm − 1 para j ∈ {0, 1, ..., m − 2}. De modo similar constrói-se duas SMC a0 e c0 sobre GF (pm ) conforme (3.3): a0 = {a0i } = {T r1n (κ ri )} c0 = {c0i } = {T r1n (κ si )}. (3.25) Supondo que existam K − 1 deslocamentos tais que: θc0 ,a0 (li ) = θc0 ,a0 (l2 ) = ... = θc0 ,a0 (lK−1 ) = −1 então, obtém-se o conjunto de seqüências LCZ-GMW composto por M seqüências: (3.26) 40 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA A = {a, a − Tl1 T c, a − Tl2 T c, ..., a − TlK−1 T c} onde T = pn −1 ; pm −1 (3.27) Tj denota o operador deslocamento cíclico (3.6) para a esquerda e Tj c denota a seqüência c deslocada de j posições para a esquerda. A função ECC entre seqüências LCZ x e y é dada por: N, se τ = 0 e x = y −1, se τ = 0 e x 6= y pn−m − 1 + pn−m θu,v (τ /T ), 6 0 e τ = 0 mod T se τ = se τ = 0 mod T e −1, θx,y (τ ) = (x = a ou y = a) se τ 6= 0 mod T , pn−2m (1 + θc0 ,a0 (l1 ))(1 + θc0 ,a0 (l2 )) − 1, x = a − Tl1 T c e y = a − Tl2 T c (3.28) onde as seqüências u e v são seqüências de Gold definidas como: a0 u = a0 − Tl c0 a0 v = a0 − Tl c0 se x = a se x = a − TlT c se y = a se y = a − TlT c (3.29) Sendo θc0 ,a0 (l1 ) = θc0 ,a0 (l2 ) = −1 conforme a equação (3.26), a função de correlação entre seqüências LCZ x e y tonar-se: θx,y (τ ) = N, se τ = 0 e x = y pn−m − 1 + pn−m θu,v (τ /T ), se τ 6= 0 e τ = 0 mod T −1, para outros casos Assim, A é um conjunto LCZ-GMW de comprimento N = pn − 1 com LCZ = T = (3.30) (pn −1) (pm −1) eC / = −1. A figura 3.8(a) exemplifica a função ECC para seqüências LCZ-GMW com p = 2, LCZ = 9 eC / = −1. Verifica-se que para se obter a faixa de baixa ECC não é necessário θc0 ,a0 (l1 ) = 1 3.6. CONJUNTO LCZ BASEADO EM SEQÜÊNCIAS GMW (LCZ-GMW) 41 e θc0 ,a0 (l2 ) = −1, simultaneamente. Caso apenas um destes termos for −1, temos ECC θx,y (τ ) = −1 para x 6= y e |τ | < T . Portanto é possível inserir mais uma seqüência no conjunto A (equação (3.27)) com a operação a−TjT c com j 6= l1 , l2 , ..., lK−1 . Essa condição é exemplificada na figura 3.8(b) para p = 2, LCZ = 9 e C / = −1. ECC 31 -1 -33 -63-54 -27-18 -9 0 9 τ (a) 36 45 54 63 ECC 31 -1 -63-54-45 -18 0 9 18 τ (b) 45 63 Figura 3.8. (a) Função ECC da seqü ência 1 (GMW) com a seqüência 4 do conjunto LCZ-GMW construído com p = 2, n = 3, m = 3, r1 = 1, r2 = 3, GF(26 ) obtido com o polinomio primitivo 1 + x2 + x3 + x5 + x6 e GF(23 ) obtido com 1 + x2 + x3 ; (b) função ECC da sequencia 4 com a seqüência adicional do conjunto LCZ-GMW construído com os mesmos parâmetros. Conforme a definição de LCZ , a função EAC de seqüências LCZ-GMW é mínima para a faixa 0 < |τ | < T , exemplificada na figura 3.9(a). Assim, a seqüência adicional, apesar de possuir baixa ECC para a faixa |τ | < T , não pertence ao conjunto LCZ-GMW, pois sua função EAC não é mínima para a faixa 0 < |τ | < T , figura 3.9(b). 42 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA 63 EAC 31 -1 -33 -63 -9 0 9 τ (a) 63 -9 0 9 τ (b) 63 EAC 63 31 15 0 -63 Figura 3.9. (a) Função EAC da seqü ência 2 do conjunto LCZ-GMW construído com p = 2, n = 3, m = 3, r1 = 1, r2 = 3, GF(26 ) obtido com o polinomio primitivo 1 + x2 + x3 + x5 + x6 e GF(23 ) obtido com 1 + x2 + x3 ; (b) fun ção EAC da seqüência adicional do conjunto LCZ-GMW construído com os mesmos parâmetros. A figura 3.10(a) mostra que, apesar do baixo valor de ECC das seqüências LCZ-GMW de um mesmo conjunto, a função OCC assume valores elevados para a faixa |τ | < LCZ . A figura 3.10(b) mostra que a inserção da seqüência adicional no conjunto tem pouca influência na ocorrência de valores elevados de OCC. O tamanho K do conjunto LCZ é determinado pelo espectro de correlação cruzada entre as SMC (3.25) a0 e c0 . De acordo com [29], K satisfaz: KLCZ ≤1 N +1 (3.31) 3.6. CONJUNTO LCZ BASEADO EM SEQÜÊNCIAS GMW (LCZ-GMW) 43 25 Occurrence (%) 20 15 10 5 0 -13 -9-7-5-3-1 1 3 5 7 OCC (a) 11 -13 -9-7-5-3-1 1 3 5 7 OCC (b) 11 25 Occurrence (%) 20 15 10 5 0 Figura 3.10. (a) Distribuição de valores de OCC na faixa |τ | < 9 para o conjunto LCZ construído com p = 2, n = 3, m = 3, r1 = 1, r2 = 3, GF(26 ) obtido com o polinômio primitivo 1 + x2 + x3 + x5 + x6 e GF(23 ) obtido com 1+x2 +x3 ; (b) Distribuição de valores de OCC na faixa |τ | < 9 para o conjunto LCZ com a seqüência adicional, construído com os mesmos parâmetros. onde N = pn − 1 é o comprimento da seqüência. Adicionalmente: 0, 5, quando mé ímpar KLCZ ≥ 1≥ N + 1 0, 75, quando m ≡ 2(mod 4) (3.32) A tabela 3.4, retirada de [26], resume os valores de p, m, K, N e LCZ para alguns conjuntos LCZ-GMW. 44 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA p 2 2 2 2 2 3 3 3 3 m 2 3 4 5 6 2 3 4 5 M 1 4 6 16 48 3 18 36 162 N(n = 2m) 15 63 255 1023 4095 80 728 6560 59048 17 33 65 10 28 82 244 LCZ (n = 2m) 15 9 N(n = 3m) ... 63 511 4095 32767 262143 728 19682 531400 14348906 LCZ (n = 3m) 63 73 273 1057 4161 91 757 6643 3 5 5 5 5 5 6 2 3 4 5 6 648 1 100 300 2500 15000 ... 531440 624 15624 390624 9765624 24414024 730 624 126 626 3126 15626 59263 387420488 15624 1953124 244140624 30517578124 3814697265624 532171 15624 15751 391251 9768751 244156251 Tabela 3.4. Parâmetros de conjuntos LCZ-GMW. 3.6.1. Limites para o conjunto LCZ-GMW. Considere um conjunto LCZ-GMW A, equação (3.27), composto de K seqüências de comprimento N. O maior valor de, C, / na faixa deteminada por LCZ obedece a seguinte relação: C /2 ≥ N KLCZ − N KLCZ − 1 (3.33) N −1 1−ε (3.34) Equivalentemente: KLCZ − 1 ≤ onde ε = C / 2 N . No caso das seqüências LCZ-GMW com C / = 1: KLCZ ≤ N + 1 (3.35) verifica-se que este é o mesmo resultado apresentado na equação (3.31). Esse limite pode ser verificado para o caso especial de K = 1. Com uma única seqüência no conjunto, a propriedade de LCZ = N + 1 é totalmente verificada, pois a função de 3.7. CONJUNTO ZCZ BASEADO EM SEQÜÊNCIAS COMPLEMENTARES 45 autocorrelação possui apenas um pico para τ = 0. Para um conjunto LCZ-GMW com K > 1, tem-se o resultado na equação (3.32). Supondo que todas as seqüências do conjunto LCZ-GMW possuam a mesma energia: θx,x (0) = N−1 X i=0 |xk,i |2 = E, com i ≤ k ≤ K (3.36) obtém-se o limite para a correlação aperiódica do conjunto de seqüências LCZ-GMW é dado por [30]: C / 2 ≥ E2 (K − 1)LACZ − N + 1 (KLACZ − 1)(N + LACZ − 1) (3.37) onde o LACZ é o limite de deslocamento entre as seqüências (|τ | < LACZ ) utilizado no cálculo da correlação aperiódica. Ainda, o limite para a correlação ímpar de seqüências LCZ-GMW é dado por [30]: C / 2 ≥ E2 KLOCZ − N (KLOCZ − 1)N (3.38) onde o LOCZ é o limite de deslocamento entre as seqüências (|τ | < LACZ ) utilizado no cálculo da correlação periódica impar. 3.7. Conjunto ZCZ baseado em Seqüências Complementares Em [31] e [32] foram propostos métodos de geração de conjuntos de seqüências ZCZ (Zero Correlation Zone), baseados em conjuntos de seqüências complementares [33] [34]. A função de correlação cruzada par para as seqüências de um conjunto ZCZ, analogamente às seqüências de um conjunto LCZ, assume valor zero para uma ”zona”, ou faixa, de deslocamentos. Define-se o conceito de ZCZ: Definição 2. Sejam a e c seqüências binárias de comprimento N pertencentes ao conjunto A, onde a = {a0 , a1 , ..., aN −1 }, c = {c0 , c1 , ..., cN −1 } e Z / um número inteiro positivo, o valor ZCZ é definido como ZCZ = max{Z / tal que |θâ,ĉ (τ )| = 0, onde ( |τ | < Z / e a 6= c) ou (0 < |τ | < Z / e a = c)} (3.39) 46 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA Neste trabalho considerou-se os métodos de construção II e III propostos em [31]. Seja F n uma matriz geradora do conjunto ZCZ composto por K seqüências de comprimento N. A matriz ou conjunto base n = 0 de ordem m, utilizado para a geração de um conjunto ZCZ é dado por: F0 = 0 F11 0 F12 0 0 F21 F22 = −X m Y m −Ȳ m X̄ m (3.40) 2×2m+1 com [X 0 , Y 0 ] = [1, 1] [X m , Y m ] = [X m−1 Y m−1 , (−X m−1 )Y m−1 ] (3.41) onde −a denota a seqüência composta por elementos opostos aos da seqüênca a; ā denota a forma reversa da seqüência a: a = [a1 , a2 , ..., aN ] −a = [−a1 , −a2 , ..., −aN ] (3.42) ā = [aN , aN−1 , ..., a1 ] (3.43) A matriz F 0 (matriz ou conjunto base) é um conjunto ZCZ de tamanho K = 2 e ZCZ = 2m 2 + 1, composto por seqüências de comprimento N = 2m+1 , conforme definido em [31]. A partir do conjunto base F 0 , um conjunto ZCZ de n = 1, F 1 , pode ser construído utilizando a seguinte fórmula: 3.7. CONJUNTO ZCZ BASEADO EM SEQÜÊNCIAS COMPLEMENTARES F1 1 1 1 1 F11 F12 F13 F14 47 F1 F1 F1 F1 21 22 23 24 = F1 F1 F1 F1 31 32 33 34 1 1 1 1 F41 F42 F43 F44 0 0 0 0 0 0 0 0 F11 F11 F12 F12 (−F11 )F11 (−F12 )F12 F0 F0 0 0 0 0 0 0 F22 F22 (−F21 )F21 (−F22 )F22 21 21 = 0 0 0 0 (−F 0 )F 0 (−F 0 )F 0 F11 F11 F12 F12 11 11 121 12 0 0 0 0 0 0 0 0 (−F21 )F21 (−F22 )F22 F21 F21 F22 F22 (3.44) onde Fin1 j1 Fin2 j2 denota a concatenação da seqüência Fin1 j1 com a seqüência Fin2 j2 : Fin1 j1 = Fin2 j2 = Fin1 j1 Fin2 j2 = h h h i a1 , a2 , ..., a 2n+m−1 +1 2 i c1 , c2 , ..., c 2n+m−1 +1 2 a1 , a2 , ..., a 22n+2m+1 , c1 , c2 , ..., c 22n+2m+1 2 2 i (3.45) Generalizando, a partir de um conjunto ZCZ F n−1 um conjunto maior F n pode ser construído recursivamente: n F11 ... n F1K n F1(K+1) ... n F1(2K) n n n n F21 ... F2K F2(K+1) ... F1(2K) ... n F = ... n n n Fn (2K−1),1 ... F(2K−1),K F(2K−1),(K+1) ... F(2K−1),(2K) n n n n F(2K),1 ... F(2K),K F(2K)(K+1) ... F(2K),(2K) (3.46) 2n+1 ×22n+m+1 n n e F(i+M),(j+M) , com 1 ≤ i, j ≤ onde o tamanho do conjunto F n−1 é K = 2n , para n > 0. Fi,j K, é dado por: n−1 n−1 n = Fi,1 Fi,1 Fi,1 n−1 n−1 n Fi,2 = Fi,2 Fi,2 n−1 n−1 n ... Fi,K = Fi,K Fi,K n−1 n−1 n−1 n−1 n−1 n−1 n n n Fi,(1+K) = (−Fi,1 )Fi,1 Fi,(1+(K+1)) = (−Fi,2 )Fi,2 ... Fi,(2K) = (−Fi,K )Fi,K n n F(i+K),1 = F1,(i+K) n n F(i+K),2 = Fi,(1+(K+1)) n n ... F(i+K),K = F1,(2K) n n F(i+K),(1+K) = Fi,1 n n F(i+K),(1+(K+1)) = Fi,2 n n ... F(i+K),(2K) = Fi,K 48 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA A matriz F n é um conjunto ZCZ de tamanho K = 2n+1 e ZCZ = 2n+m 2 + 1 composto de seqüência comprimento N = 22n+m+1 . Podemos construir um conjunto ZCZ composto de seqüências de menor comprimento simplesmente dividindo cada uma das seqüências pela metade, por exemplo: F1 A1 B1 1 1 1 1 F11 F12 F13 F14 F1 21 = F1 31 1 F41 1 F11 F1 21 = F1 31 1 F41 1 F13 F1 23 = F1 33 1 F43 1 1 1 F22 F23 F24 1 1 1 F32 F33 F34 1 1 1 F42 F43 F44 1 F12 1 F22 1 F32 1 F42 1 F14 1 F24 1 F34 1 F44 (3.47) onde F 1 é o conjunto ZCZ original, A1 e B 1 são os novos conjuntos ZCZ. Dividindo novamente pela metade as seqüências dos novos conjuntos A1 e B 1 obtemos novos conjuntos de menor comprimento. Assim, t divisões sucessivas de cada uma das seqüências de um conjunto ZCZ gera conjuntos ZCZ de tamanho K = 2n+1 composto por seqüências de comprimento N = 22n+m+1−t e ZCZ = 2n+m−t 2 + 1. Observa-se que quando se define n = t, um conjunto com todas seqüências ciclicamente distintas é obtido. Caso o sistema permita que o atraso entre seqüências seja maior que o valor do deslocamento cíclico tal que duas ou mais seqüências do conjunto ZCZ tornem-se iguais, a informação modulada por tais seqüência poderá não ser recuperada. Portanto, se não for utilizado n = t, deve-se analisar se o problema apontado anteriormente é factível. As figuras 3.11(a), 3.11(b), 3.12(a) e 3.12(b) exemplificam a função EAC, ECC, OAC e OCC, respectivamente, de um conjunto ZCZ composto por K = 8 seqüências de comprimento N = 32 e ZCZ = 3, com m = 2, n = 2, e t = 2. 3.7. CONJUNTO ZCZ BASEADO EM SEQÜÊNCIAS COMPLEMENTARES 49 EAC 32 16 8 4 0 -4 -8 -16 -32 -2 02 τ (a) 32 -2 02 τ (b) 32 16 ECC 8 4 0 -4 -8 -16 -32 Figura 3.11. (a) Função de EAC da seqüência 5 do conjunto ZCZ construído com m = 2, n = 2 e t = 2, resultando em ZCZ = 3; (b) função de ECC da seqüência 1 com a seqü ência 5 do conjunto ZCZ construído com os mesmos parâmetros. 3.7.1. Limites para o Conjunto ZCZ. Considere um conjunto ZCZ A composto de K seqüências de comprimento N. A partir da equação (3.34) e (3.33), considerando zero o limite para a correlação, C / = 0, na faixa |τ | < LCZ , resulta LCZ = ZCZ ; desta forma temos a seguinte relação: N Equivalentemente: KZCZ − N ≤C / =0 KZCZ − 1 (3.48) 50 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA Occurrence (%) 40 30 20 10 0 -2 0 2 32 OAC (a) Occurrence (%) 40 30 20 10 0 -4 -2 0 OCC (b) 2 4 Figura 3.12. (a) Distribuição de valores de OAC na faixa |τ | < ZCZ = 3 para o conjunto ZCZ constru ído com m = 2, n = 2 e t = 2; (b) Distribuição de valores de OCC na faixa |τ | < ZCZ = 3 para o conjunto LCZ construído com os mesmos parâmetros. KZCZ − 1 ≤ KZCZ ≤ N N −1 =N −1 1−ε (3.49) Note-se que condição de K = N é obtida para o conjunto Walsh-Hadamard (seção 3.1), onde ZCZ = 1. Supondo que todas as seqüências do conjunto ZCZ possuam a mesma energia E conforme a equação (3.36), o limite para a correlação aperiódica de seqüências ZCZ é dado por [30]: 3.8. CONJUNTO PS C / 2 ≥ E2 (K − 1)ZACZ − N + 1 (KZACZ − 1)(N + ZACZ − 1) 51 (3.50) onde ZACZ é o limite de deslocamento entre as seqüências (|τ | < ZACZ ) utilizado no cálculo da correlação aperiódica. Considerando a correlação aperiódica máxima C / = 0 resulta: (K − 1)ZACZ ≤ N − 1 (3.51) O limite para a correlação ímpar de seqüências ZCZ é obtido de forma análoga à de seqüências LCZ, equação (3.38) [30]: C / 2 ≥ E2 KZOCZ − N (KZOCZ − 1)N (3.52) onde o ZOCZ é o limite de deslocamento entre as seqüências (|τ | < ZACZ ) utilizado no cálculo da correlação ímpar. Considerando a correlação ímpar máxima C / = 0, temos: KZOCZ ≤ N. (3.53) 3.8. Conjunto PS Em [35] [36] [37] foram proposto conjuntos de sequencias polifásicas6 ortogonais. Tais seqüências são geradas por método de transformada discreta de Fourier (DFT), o que é relativamente complexo para implementação em circuito quando comparado com a geração de seqüências lineares através de registradores de deslocamento. Em [38] foi proposto também um conjunto de sequências ortogonais denominado Park-Park-Song-Suehiro (PS) sequence, o qual pode ser contruído sem a utilização de DFT. A função EAC fora de fase para essas seqüências assume valor zero, exceto em intervalos periódicos, e a função ECC entre seqüências selecionadas assume valor zero para qualquer atraso. A seguir, serão mostrados dois métodos de geração de seqüências PS: um utiliza a DFT e o outro evita a utilização da DFT. Inicialmente, será mostrado a forma de geração da seqüência PS por método de DFT, o qual é mais complexo e requer um maior número de passos que o segundo método. 6seqüência WB = e j2π B composta por 4 ou mais elementos complexos distintos. Tais elementos são representados por √ , onde j = −1 e B o número de fases distintas possíveis. 52 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA 3.8.1. Geração da Seqüência PS utilizando DFT [38]. A matriz DFT NF × NF com índice m é definida como: ¤ £ F (NF ,m) = WN−klm F (3.54) 2πj onde m é um número natural; k, l = 0, 1, .., N − 1 e WNF = e NF ,com j = √ −1. A matriz diagonal Ð({xl }) da seqüência {xl } é definida como: Ð ({xl }) = diag ({xl }) (3.55) As funções quociente quo e resíduo res são definidas como: quo(ς, κ) = q res(ς, κ) = r (3.56) onde ς e q são inteiros, ı é um número natural, e ς = qκ + r com r = 0, 1, ..., κ − 1. Define-se os símbolos básicos como Nb símbolos κi , i = 0, 1, ..., Nb − 1, todos com mesma magnitude (sem perda de generalidade, pode-se assumir κi localizados no círculo unitário do plano complexo). Primeiramente uma seqüência é gerada a partir dos κi ’s. Para um conjunto {κi }, e 1 ≤ m ≤ Nb − 1, define-se a matriz de seqüência básica ortogonal G de dimensão Nb × Nb como: G = F (Nb ,−m) Ð({κi }) (3.57) Genericamente, uma seqüência básica ortogonal {gp } de comprimento Nb2 é definida por: gp = GQ(p,Nb ),R(p,Nb ) Q(p,Nb )R(p,Nb )m = β R(p,Nb ) WNb (3.58) onde p = 0, 1, ..., Nb2 − 1 e Ga,b denota o elemento da a-ésima linha e b-ésima coluna. Utilizando a seqüência básica ortogonal {gp }, obtém-se a matriz H de dimensão N × K: 3.8. CONJUNTO PS 53 H = [hi,k ] Nb2 −1 hi,k = X p=0 gp δ(i − k − pK) (3.59) onde N = KNb2 , K é um número natural e δ função delta de Kronecker. A primeira coluna de H é composta de g0 seguido por K − 1 ”0”s (zeros), g1 seguido por K − 1 ”0”s, até gNb2 −1 seguido por K − 1 ”0”s. As outras colunas de H possuem o vetor da primeira coluna deslocado. Finalmente, a matriz de seqüência PS, P S, de dimensão N × K é definida como: P S = [cl,k ] = 1 (N,−1) F H Nb (3.60) A seqüência {cl,k , l = 0, 1, ..., N −1}, a qual é uma coluna de P S, é chamada de seqüência PS. 3.8.2. Geração da Seqüência PS por Método Simplificado [38]. As seqüências PS podem ser obtidas sem a utilização de DFT ou de multiplicações de matrizes. Um conjunto de seqüências PS P S = [cl,k ] é composto por K seqüências distintas de comprimento dado por N = KNb2 , geradas a partir de Nb símbolos básicos κi . j2π Seja κp ∈ {WVi , i = 0, 1, ..., V − 1} onde V é um número natural e WV = e V , onde √ v j = −1. Considere a função þ definida por þ(κp ) = vp quando κp = WV þ . Então a seqüência {cl,k } é definida: {cl,k } = ( X WViss ps onde is = V l(k + Kps ) + þ(κps )N; Vs = V N, e P ) ps (3.61) denota a soma sobre todo ps , 0 ≤ ps ≤ Nb − 1, tal que res(l + mps , Nb ) = 0. Note-se que quando Nb é um número primo, o somatório de (3.61) conterá apenas um termo. Utilizando (3.61) calcula-se somente is para obter cl,k , uma vez que k, m, Nb , e V são dados. 3.8.3. Características do Conjunto PS. Em [38] foram proposto dois métodos de seleção de seqüências PS para compor um conjunto: 54 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA • Método de seleção I: Seleciona-se apenas uma seqüência de cada um dos diferentes valores de K (k = 1, 2, .., K). Dessa forma tem-se um conjunto de K seqüências. • Método de seleção II: Seleciona-se Nb seqüências de cada um dos diferentes valores de K (k = 1, 2, .., K). Dessa forma tem-se um conjunto de KNb seqüências. O método de seleção I para seqüências PS (PS-I) garante que a função de ECC é zero, independente de τ e demais parâmetros utilizados na construção. O ganho de processamento N é dado por KNb2 , onde Nb é um número inteiro maior que 1, o qual representa o número de símbolos básicos utilizados na construção, e K é igual ao número de seqüências disponíveis no conjunto PS-I. Diferentemente da função ECC, a função de OCC apresenta valores não nulos, como ilustrado na figura 3.13(a). Occurrence (%) 20 15 10 5 0 -10 0 10 20 OCC - absolute value (a) 30 9 36 EAC - absolute value 36 0 0 18 τ (b) 27 Figura 3.13. (a) Ocorrência de valores de OCC do conjunto PS-I com τ = iTc , i = 0, 1, 2, ..., 35, Nb = 3 e K = 4; (b) função de autocorrelação do conjunto PS, com Nb = 3 e K = 4. O carregamento de um sistema que utiliza seqüências PS-I é dado por Load = e será no máximo Loadmáx = 1 4 K KNb2 = 1 Nb2 quando o número de símbolos básicos for mínimo, Nb = 2. 3.9. CONJUNTO SP 55 Em um conjunto de seqüências PS, a função de EAC apresentará picos de magnitude N quando τ = iNb2 , i = 0, 1, 2, ..., K − 1, como ilustrado na figura ??(b). A característica indesejável dos picos de EAC, quando τ = iNb2 , com i = 1, 2, ..., K − 1, pode ser amenizada, controlando-se o intervalo entre picos. Para tanto, deve-se obter um compromisso entre a distância entre os picos da função de EAC e o carregamento do sistema. 3.9. Conjunto SP Em [12], foi proposto um conjuto de seqüências polifásicas com boas propriedades de correlação. A função de ECC é zero, para qualquer τ e a função de OCC assume o valor máximo de N π aproximadamente. No entanto, a função de EAC apresenta valores extrema- mente elevados o que é um problema para o sincronismo do sistema, podendo ser contornado através da utilização de outras seqüências no estágio de sincronismo, com boas propriedades de autocorrelação, como as seqüências Baker [14]. No entanto, isto eleva a complexidade de implementação e o tempo de processamento na etapa de sincronismo do sistema. 3.9.1. Método de Construção de Seqüências SP. O conjunto SP C = {ck }, composto de K seqüências ck de comprimento N, é definido como: R(lk,K+1) ck,l = (−1)l WK+1 lk = (−1)l WK+1 onde N = 2(K + 1); l = 0, 1, ..., N − 1; WKl = WKnK+l = ej (3.62) 2πl K com n inteiro; res(a, b) é o resto da divisão de a por b, definido em 3.56; K é um inteiro par. Com algumas manipulações matemáticas, tem-se: p(l,k) ck,l = WN (3.63) onde p(l, k) = 2lk + (K + 1) · δ(R(l, 2) − 1) sendo δ a função delta de Kronecker. 3.9.2. Características do Conjunto SP. O número de seqüências disponíveis em , consequentemente o carregamento máximo é dado por um conjunto SP é dado por N−2 2 ¡1 ¢ Load% máx = 2 − N1 × 100%; tendendo à 50% à medida que o comprimento da seqüência aumenta. 56 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA A função ECC para as seqüêncas PS é dada por [12]: τ θi,j (τ ) = (−1) −τ i WK+1 N−1 X l=0 l(i−j) WK+1 , i 6= j (3.64) Observa-se que quando i 6= j o somatório da equação (3.64) será zero se (i − j) ∈ {1, 2, ..., K − 1}. Dessa forma, a função ECC assume valor zero independente do valor de τ . O máximo valor absoluto assumido pela função OCC com (i − j) = cte é dado por: onde τ 0 = j K 2(j−i) k Θi,j = max |Θi,j (τ )| τ ¯ ¯τ −1 0 ¯ ¯X ¯ l(i−j) ¯ |Θi,j (τ )| ≤ 2 ¯ WK+1 ¯ ¯ ¯ (3.65) l=0 + 1; bxc denota o maior inteiro igual ou menor que x. O maior valor assumido pela função OCC para um conjunto SP, Θmáx = maxi,j Θi,j , ocorre quando (i−j) = 1 e neste caso Θmáx = maxτ Θi,j (τ ) ∼ = N. π A função EAC para as seqüências SP é: θi,i (τ ) = N × c(K−i+1),τ , 0 ≤ τ ≤ N − 1 (3.66) Esse resultado pode ser rapidamente verificado fazendo i = j na equação (3.64): N−1 X τ −τ i WK+1 τ τ (K+1−i) WK+1 N θi,i (τ ) = (−1) l(i−i) −τ i WK+1 = (−1)τ WK+1 N l=0 = (−1) (3.67) Comparando as equações (3.62) e (3.67) obtém-se (3.66). As figuras 3.14(a) e (b) exemplificam a função EAC para seqüências 1 e 8, respectivamente, para o conjunto SP de comprimento N = 32. Note-se que um sistema não síncrono que utiliza esse conjunto terá problemas de sincronismo caso não seja capaz de discernir a pequena diferença de energias ou amplitudes resultante, sugerida na figura 3.14(a) ou caso o atraso máximo inerente ao sistema seja τ máx > 0.5Tc . A função OAC das seqüências SP é dada por: 3.9. CONJUNTO SP 57 Autocorrelation function of SP sequence EAC - absolute value 32 31.3 (a) 0 -32 -101 τ 32 EAC - (absolute value) 32 (b) 0 -32 -101 τ 32 Figura 3.14. (a) Função EAC da seqü ência c1 do conjunto SP com N = 32; (b) função EAC da seqüência c8 do conjunto SP com N = 32. Θi,i (τ ) = (N − 2τ ) θi,i (τ ), 0 ≤ τ ≤ N − 1 N (3.68) As figuras 3.15(a) e (b) exemplifica, a distribuição dos valores de OAC e OCC, respectivamente, para o conjunto SP de N = 32. Observe que o máximo valor assumido pela função OCC é Θi,j (τ ) ∼ = 10, 25. =N ∼ π 58 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA Ocurrence (%) 6.25 3.125 0 0 2 4 6 8 101214161820222426283032 OAC (absolute value) (a) Occurrence (%) 23.33 3.33 1.66 0.83 0 2 4 6 8 10.25 12 OCC (absolute value) (b) Figura 3.15. (a) Distribuição dos valores de OAC para o conjunto SP com N = 32 e τ máx = 31Tc ; (b) Distribuição dos valore de OCC para o conjunto SP com N = 32 e τ máx = 31Tc . 3.10. Comparação dos Conjuntos Um quadro sintético comparando os principais parâmetros dos conjuntos de seqüências analisados anteriormente é mostrado na tabela 3.5. Estão evidenciados o carregamento máximo Load% máx de sistemas utilizando cada um dos conjuntos de seqüências descritos na seção anterior, o valor máximo e mínimo da função de ECC, o valor máximo da função de OCC, o intervalo em que o valor da função de ECC é mantida mínima, e o valor de τ tal que resulte em picos da função EAC. 3.10. COMPARAÇÃO DOS CONJUNTOS Conjunto Load% máx |θi,j máx | WH 100 Seqüência QS, QOQS(3) − 100 − 1 − − 1 − − 0 − 0 0 − 0 0 ' ' 25 m LCZ-GMW 2m −1 2n −1 ≤ |θi,j mı́n | |Θi,j máx | N 0 ¯ n+1 ¯ ¯ ¯ 2 − 1¯ 1 ¯−2 −1 (22m−1 ) PN Ótima 59 N+1 100 Lcz − ZCZ 1 100 2n+m−t PS 1 100 Nb2 SP, N elevado ' 50 Conjunto |θi,j (τ )| = |θi,j mı́n | |θi,i (τ )| = |θi,i máx | WH τ =0 |τ | = 0, 1, 2..., N − 1 |τ | ∈ [0, 1] τ =0 Seqüência QS, QOQS(3) PN Ótima LCZ-GMW ZCZ PS N π £ n ¤ |τ | ∈ 1, 22m−1 −1 τ =0 −1 £ n ¤ |τ | ∈ 1, 22m−1 − 1 τ =0 −1 i h n−m−t τ =0 |τ | ∈ 1, 2 2 |τ | ∈ [0, N − 1] |τ | = Nb2 i, i = 1, 2, ..., NN2 − 1 b SP, N elevado |τ | ∈ [0, N − 1] |τ | = 0, 1, 2, ..., N − 1 Tabela 3.5. Quadro geral comparativo dos conjuntos de seqüências para QSCDMA analisados. Note-se que receptores que utilizam as conjuntos de seqüências QS, PN Ótima, LCZGMW e ZCZ não terão problemas no estágio de sincronismo. Já sistemas com τ máx ≥ Nb2 Tc que utilizem o conjunto PS terão problemas no processo de sincronismo. Como a função de EAC para o conjunto WH e SP não tem um intervalo razoável entre picos de EAC, o sistema deve manter o erro máximo de sincronismo τ máx < 0.5Tc . Caso o sistema seja incapaz de manter tal erro de sincronismo máximo, deverá ser utilizado outro conjunto de seqüências com boas propriedades de EAC na etapa de sincronismo. Para os conjuntos PS e SP, a função de ECC é ideal, pois assume valor nulo independente de τ . A função de ECC dos conjuntos de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ apresentam valor máximo menor que o ganho de processamento N. Já a função de ECC 60 3. CONJUNTOS DE SEQÜÊNCIAS DE ESPALHAMENTO PARA QS-CDMA para o conjunto WH assume valor máximo igual a N, pois neste conjunto existem seqüências ciclicamente equivalentes. Finalmente, o Load% máx para os conjuntos de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ, de comprimento N constante, diminui com o aumento da faixa τ em que o valor da função ECC é mínimo, igual a −1. Em especial, para os conjunto de seqüências QS e ZCZ existe a liberdade de aumentar o carregamento para aproximadamente 100%, enquanto que para os conjunto Optimal PN e LCZ-GMW o carregamento máximo tem um limite muito baixo. Para o conjunto PS, o Load% máx é função do intervalo entre picos da função EAC. CAPíTULO 4 Canais de Rádio Móvel O estudo de sistemas de communicação utilizando simplesmente um canal com ruído aditivo branco Gaussiano branco aditivo (Additive White Gaussian Noise, AWGN ), figura 4.1, é válido como um ponto de partida para o entendimento preliminar do desempenho do sistema. Neste caso, amostras independentes de ruído Gaussiano degradam as amostras de informação, livres de interferência intersimbólica (inter symbol interference, ISI); a principal fonte de degradação do desempenho é o ruído térmico gerado no receptor. Assim o sinal recebido r(t) é dado por: (4.1) r(t) = s(t) + n(t) onde s(t) representa o sinal transmitido e n(t), as amostras do processo AWGN com densidade espectral de potência (power spectrum density, PSD), figura 4.2, dada por: 1 P SD(f ) = N0 2 (4.2) onde N0 é uma constante chamada de densidade de potência de ruído. r (t ) s (t ) n (t ) AWGN Figura 4.1. Canal AWGN. Na maioria dos sitemas de comunicação práticos o sinal propaga-se na atmosfera e próximo à terra, portanto, a utilização do modelo AWGN não é apropriado para descrever o canal, podendo tornar irrealista a análise do sistema. 61 62 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL pdf PSD 1 2 0 0 N0 f Amplitude Figura 4.2. PDF e PSD de um processo Gaussiano com média zero e variância 12 N0 . No sistema de comunicação móvel sem fio, o sinal é propagado do transmissor para o receptor através de diversos caminhos devido aos fenômenos de refração e reflexão em diferentes meios e obstáculos. Tal fenomeno é chamado de propagação multipercurso. A propagação multipercurso aliada a mudanças físicas do meio de propagação podem causar imensas flutuações na amplitude do sinal recebido, variações de fase e ângulos (ou direção) de chegada do sinal na antena do receptor (direction-of-arrival, DOA), os quais em conjunto definem o efeito de desvanecimento multipercurso. Antes da caracterização de um canal com desvanecimento multipercurso, uma suscinta descrição de cada mecanismo de propagação multipercurso é apresentada. : Reflexão A reflexão ocorre quando o sinal atinge um objeto com dimensões maiores que seu comprimento de onda. Considera-se objeto qualquer estrutura que interage com o sinal propagado. Se o objeto é um condutor perfeito, toda a energia deste é refletida; caso contrário, parte da energia é transmitida através do objeto. De acordo com a lei de Snell, o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência. Entretanto, se a superfície do objeto não é perfeitamente lisa, ocorrerão efeitos de dispersão. : Dispersão A dispersão ocorre quando as dimensões do objeto ou as facetas de sua superfície são pequenas quando comparadas ao comprimento de onda do sinal incidente. A energia recebida pelo dispersor é irradiada em todas as direções. : Difração 4.1. CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 63 A difração ocorre quando o caminho direto, ou linha de visada (line-of-sight, LOS), entre o transmissor e o receptor, está obstruído por um objeto impenetrável. Assim, ondas secundárias irão propagar ao redor do objeto opaco. Esse fenômeno é chamado de sombreamento (shadowing), pois o campo de difração pode alcançar o receptor ”sombreado” pelo objeto opaco. 4.1. Canal com Desvanecimento Multipercurso Dois tipos básico de efeitos de desvanecimento caracterizam um canal de comunicação móvel: o desvanecimento de larga escala e o de pequena escala. O desvanecimento de larga escala representa a atenuação na potência média do sinal ou perdas de percurso (path loss) devido ao movimento do transmissor ou receptor sobre uma grande área. Este fenomeno é afetado por componentes que contribuem para a não uniformidade do terreno, como montanhas, florestas, construções etc. Pode-se entender que o receptor é sombreado por tais componentes, assim, o path loss é resultado da soma dos efeitos de sombreamento e das perdas no espaço livre. O desvanecimento de pequena escala está relacionado às mudanças na amplitude e fase do sinal. Tais mudanças são resultado de pequenas mudanças no ambiente, ou espaço, entre o transmissor e receptor, em um pequeno intervalo de tempo, onde a média do sinal mantémse praticamente constante. O desvanecimento de pequena escala é também chamado de desvanecimento Rayleigh, pois se o número de percursos é elevado e, adicionalmente, não há linha de visada para os componentes do sinal, a envoltória do sinal recebido pode ser estatisticamente descrita por uma função densidade de probabilidade (probability density function, pdf) Rayleigh. Quando há um percurso dominante pouco desvanecido, isto é, um componente propagado com linha de visada (LOS), o desvanecimento de pequena escala é descrito por uma função densidade de probabilidade Rice [39] [40]. Um sistema de comunicação móvel cobrindo uma grande área processa sinais que experimentam os dois tipos de desvanecimento (larga escala e pequena escala), porém o de pequena escala é mais evidente em relação ao de larga escala. Para simplificar a análise utilizada neste trabalho, considerar-se-á inicialmente apenas o desvanecimento de pequena escala com ausência de linha de visada para qualquer percurso (non-line-of-sight, NLOS). Neste caso, a amplitude do componente de linha de visada aproxima-se de zero, consequentemente, o 64 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL comportamento de todos os componentes multipercurso segue uma distribuição Rayleigh, expressa como: fRayleigh (α) = 2α − αρ2 e ρ (4.3) onde α é a amplitude do sinal recebido e ρ é a potência média do sinal recebido. O desvanecimento de pequena escala manifesta-se através de dois mecanismos: o tempo de espalhamento característico do canal e o comportamento variante no tempo do canal. O canal de comunicação móvel é variante no tempo porque o movimento relativo entre o transmissor e receptor gera mudanças nos caminhos percorridos pelos componentes do sinal até o receptor. Os dois mecanismos podem ser caracterizados no domínio do tempo ou no domínio da freqüência. No domínio do tempo, o tempo de espalhamento é caracterizado pelo tempo de espalhamento multipercurso τ ` e, no domínio da freqüência, este é caracterizado como banda de coerência do canal (∆f )c . De maneira similar, o mecanismo variante no tempo é caracterizado como tempo de coerência (∆t)c no domínio do tempo, e como espalhamento Doppler Bd no domínio da freqüência. Desconsiderando o ruído AWGN, o sinal recebido, r(t), é geralmente descrito em termos do sinal transmitido convoluido com a resposta impulsiva da canal hc (t): r(t) = s(t) ∗ hc (t) (4.4) onde ∗ denota convolução. Como a resposta impulsiva do canal é uma função variante no tempo, esta deve ser expressa em termos do instante t e do tempo de espalhamento τ : hc (τ ; t) = X α` (τ ; t)e−j2πfc τ ` (4.5) α` (τ ; t)e−jθ` (t) (4.6) ` = X ` onde α` (τ ; t) representa o fator de atenuação do sinal para o `-ésimo componente recebido, também chamado de coeficiente de canal para o `-ésimo componente; fc a freqüência da portadora; θ(t) a fase do `-ésimo componente. Nota-se que para alterar significativamente o 4.1. CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 65 valor de α` (τ ; t) é necessário uma grande mudança dinâmica do meio, por outro lado, o valor de θ` (t) percorre 2π rad sempre que τ ` sofre um aumento ou diminuição de 1 . fc Como 1 fc é um valor pequeno, mínimas mudanças no meio alteram significativamente a fase do sinal recebido. Para um impulso transmitido, a variação da potência recebida em função do atraso τ é dado por S(τ ) chamado de perfil atraso-potência (power delay profile), ilustrado na figura 4.3(a). Para um canal de rádio móvel típico, o sinal recebido pode ser visto como vários componentes multipercursos discretos, chamados simplesmente de percursos 4.3(b). O tempo entre o primeiro e o último componente recebido com potência muito abaixo da potência do componente mais forte e ainda perceptível no receptor, para um impulso transmitido, é chamado de máximo tempo de espalhamento τ m . Neste período, τ m , a potência do sinal multipercurso cai a um determinado nível tipicamente escolhido entre 10 ou 30dB abaixo do componente mais forte. S (τ ) S (τ ) τ 0 τ 0 τm (a) τm (b) Figura 4.3. (a) Resposta impulsiva; (b) perfil atraso-potência de um canal e rádio típico. Em canais com desvanecimento, a relação entre a banda de coerência (∆t)c e a banda ocupada pelo sinal transmitido, BW , pode ser visto em termos de duas diferentes categorias de degradação: desvanecimento seletivo em freqüência e não seletivo em freqüência, também chamado de desvanecimento plano. Um canal possui desvanecimento seletivo em freqüência se τ m > 1 , BW ou seja, o atraso de um percurso recebido supera o período equivalente ao inverso da banda ocupada pelo 66 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL sinal1. O resultado é semelhante à interferência intersimbólica (ISI) causada por um filtro eletrônico. Este efeito pode ser suavizado, pois muitos dos percursos são resolvíveis pelo receptor, ou seja, são discerníveis e podem ser combinados convenientemente de forma a minimizar a interferência. Já o desvanecimento não seletivo em freqüência ocorre na condição de τ m < 1 BW = Tc . Neste caso, todas as réplicas do sinal são recebidas em um intervalo de tempo menor ou igual ao inverso da banda ocupada pelo sinal; portanto, os percursos não são resolvíveis, ou seja, não é possível obter diversidade de percurso2. Como não há uma significante sobreposição de símbolos vizinhos, a ISI é pequena, porém, o desempenho do sistema será degradado com a soma destrutiva de percursos com fases opostas. Pode-se realizar uma completa caracterização do canal no domínio da freqüência. Tomandose a transformada de Fourier da resposta impulsiva hc (τ ; t) do canal, obtém-se a função de transferência do canal variante no tempo: Hc (f ; t) = Z ∞ hc (τ ; t)e−j2πf t dτ (4.7) −∞ Assumindo que o canal é um processo estacionário no sentido amplo (wide-sense-stationary, WSS), define-se a função de autocorrelação 1 φC (f1 , f2 ; ∆t) = E [Hc ∗ (f1 ; t)Hc (f2 ; t + ∆t)] (4.8) 2 onde E[.] denota esperança estatística. Assumindo que os percursos não são correlacionados, ou seja, as réplicas do sinal multipercurso são recebidas com diferença temporal muito maior que 1 , BW a função de autocorrelação de Hc (f ; t) é função apenas da diferença de freqüências ∆f = f2 − f1 . φC (f1 , f2 ; ∆t) = φC (∆f ; ∆t) (4.9) A figura 4.4 exemplifica a função de autocorrelação no caso de ∆t = 0, dessa forma φC (∆f ; 0) ≡ φC (∆f ) . Como φC (∆f ) é uma função de autocorrelação com freqüência variável, esta contém informações da coerência do canal. 1em muitos sistemas de comunicação pode-se considerar Ts ' relação torna-se Tc ' 2também 1 BW , onde Tc representa o período de chip. denominada diversidade Rake. 1 BW , porém em sistemas DS/CDMA esta 4.1. CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO φ C (∆ f 67 ) ∆f 0 ( ∆ f )c ∝ 1 τm Figura 4.4. Função de autocorrelaç ão do canal, φC (∆f ). A banda de coerência (∆f )c pode ser interpretada como a faixa de freqüências na qual todos os componentes espectrais atravessam o canal mesmo ganho e fase linear. Verifica-se que τ m e (∆f )c estão relacionados a menos de uma constante: (∆f )c ∝ 1 τm (4.10) A relação exata entre a banda de coerência e o máximo espalhamento multipercurso deve ser derivada da análise de medidas de dispersão do sinal em canais particulares. Analogamente, a caracterização do canal pode ser feita observando sua variação no tempo em termos da função de autocorrelação, φC (∆f ; ∆t). A figura 4.5 exemplifica a função de autocorrelação no caso de ∆f = 0; dessa forma, φC (0; ∆t) ≡ φC (∆t). O tempo de coerência do canal (∆t)c representa uma medida de tempo no qual a resposta do canal é invariante. As variações no tempo são evidenciadas através do deslocamento Doppler, inerente ao canal móvel. Para relacionar o efeito Doppler com a variação temporal do canal, define-se a transformada de Fourier de φC (∆f ; ∆t) em relação à variável ∆t. SC (∆f ; fd ) = Z ∞ −∞ φC (∆f ; ∆t)e−j2πλ∆t d∆t (4.11) 68 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL φ C (∆ t ) ∆t 0 ( ∆ t )c ∝ 1 Bd Figura 4.5. Função de autocorrelaç ão do canal, φC (∆t). A figura 4.6 exemplifica a função de autocorrelação SC (∆f ; fd ) no caso de ∆f = 0, dessa forma SC (∆f ; fd ) ≡ SC (fd ). A função SC (fd ), chamada de espectro de potência Doppler do canal, expressa a intensidade do sinal em função da freqüência Doppler fd . SC ( fd ) fc − fm fc fd fc + fm Bd Figura 4.6. Espectro de potência Doppler do canal, SC (fd ). 4.1. CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO (∆t)c < Ts (∆f )c < BW (∆f )c > BW 69 (∆t)c > Ts Canal com desvanecimento Canal com desvanecimento rápido e seletivo em freqüência lento e seletivo em freqüência Canal com desvanecimento rápido Canal com desvanecimento lento e não seletivo em freqüência e não seletivo em freqüência Tabela 4.1. Caracterização de um canal de comunicação. A faixa de valores de fd sobre o qual SC (fd ) assume valores não nulos é chamado de espalhamento Doppler Bd do canal e fm a máxima freqüência Doppler, a qual está relacionada com a velocidade v do móvel e com o comprimento de onda λc da portadora fc : fm = v λc (4.12) Como SC (fd ) está relacionado a φC (∆t) pela transformada de Fourier, o recíproco de Bd é o tempo de coerência do canal (∆t)c . 1 Bd (4.13) 0, 423 fm (4.14) (∆t)c ∝ e a seguinte aproximação é valida: (∆t)c = Um canal lento possui um tempo de coerência elevado ou, equivalentemente, um baixo espalhamento Doppler. Quando o tempo de coerência do canal é maior que o período de símbolo, (∆t)c > Ts , o canal é caracterizado por desvanecimento lento e quando (∆t)c < Ts o canal é caracterizado por desvanecimento rápido. A tabela 4.1 resume as relações entre (∆t)c , Ts , (∆f )c e BW = 1 , Tc no caso de sistemas DS/CDMA, na caracterização do canal. O parâmetro deslocamento Doppler normalizado, dDpl , quantifica, de forma normalizada, a rapidez com que ocorrem os desvanecimentos, ou seja, a rapidez do canal. dDpl = fm Ts ≈ Ts (∆t)c (4.15) Uma vez que a distância percorrida por um móvel durante o intervalo de tempo entre dois nulos (desvanecimento de pequena escala) é da ordem de meio comprimento de onda ( λ2c ), o 70 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL tempo necessário (aproximadamente o de coerência, (∆t)c ) para percorrer uma distância λc 2 com velocidade constante é, a partir de (4.12): (∆t)c ≈ λc 2 v = 0.5 fm (4.16) Esta forma de modelagem de canal é chamada de modelo baseado em estatísticas. As vantagens e desvantagens, facilidades e dificuldades na caracterização de ambientes através de modelos estatísticos serão discutidas em seções posteriores. Neste trabalho foi utilizado o simulador de canal FCS (Frequency Domain Generated Channel Simulator), proposto e implementado em [41] [42], para simular um modelo baseado em estatísticas. Este simulador basicamente gera os coeficientes de canal no domínio da freqüência e em seguida realiza a transformada inversa de Fourier para obter as amostras no domínio do tempo. O modelo FCS apresenta um menor tempo computacional quando comparado a outros modelos equivalentes propostos na literatura. A modelagem estatística discutida até agora é adequada para a caracterização dos fenonemos físicos de um ambiente macrocelular, o qual possui a antena da estação rádio base a uma altura elevada, ou posicionada em ponto elevado do terreno, e raio de cobertura de vários kilômetros (entre 1 a 15km, tipicamente). Nesse ambiente, os terminais móveis transmitem potências de 1 a 5W , e possuem elevado grau de mobilidade. No capítulo 6 serão descritos e utilizados os parâmetros típicos para simulação de desempenho de receptores para sistemas de 3G em ambiente macrocelular. A utilização de microcélulas permite prover serviços a um grande número de usuários móveis por unidade de área; por isso, nos últimos anos, uma grande quantidade de análises e modelos, voltados à ambientes microcelulares, tem sido criadas para atender sistemas celulares de 3G. A elevação da capacidade sistêmica e da eficiência espectral alcançada em ambiente microcelular, quando comparada a sistemas macrocelulares, deve-se principalmente ao fato da dimensão da celula ser reduzida, aproximadamente 0, 1 a 1km. As principais características do ambiente microcelular serão descritas na próxima seção. 4.2. Ambiente Microcelular Em ambientes urbanos densos, a área coberta pela microcelula não possui forma circular e a altura da antena da estação radio base é menor que a dos edifícios e outras construções 4.2. AMBIENTE MICROCELULAR 71 que compõem a topografia local. Neste ambiente, onde a maioria dos sinais se propagam ao longo de uma rua, avenida ou, tipicamente, em corredores de circulação de pedestres, os usuários móveis não apresentam grande mobilidade e a potência transmitida é baixa, entre 0, 1 e 1W . Tais condições fazem as características de propagação no ambiente microcelular ser muito diferente das características do ambiente macrocelular; por exemplo, baixo tempo de espalhamento multipercurso e a presença do componente com linha de visada [43]. Nos últimos anos tem-se intensificado os estudos sobre as características de propagação em microcelulas. Assumindo uma rua retangular cercada de edifícios com alturas relativamente uniformes, estudos observaram que o expoente de perda por percurso (path loss), n, ao longo da linha de visada (line-of-sight, LOS) é de n ' 2 para pequenas distâncias, como no espaço livre, e n ' 4 para distancias maiores, resultando em maior decaimento da energia do sinal. A distância para qual o valor de n passa de 2 para 4 é dada aproximadamente por [43]: dn = 2πhbs hm λc (4.17) onde hbs representa a altura da antena da estação rádio base, hm é a altura da antena do móvel e λc o comprimento de onda do sinal transmitido. Se o móvel entrar em uma rua onde não há linha de visada (non-line-of-sight, NLOS), o sinal recebido será drasticamente atenuado, tipicamente ≈ 20dB [43]. Neste caso a envoltória do sinal tende a seguir uma distribuição Rayleigh. Em contrapartida, um componente LOS tende a seguir uma distribuição Rice, dada por: fRice (α) = α σ 2Gauss −α e 2 +s2 2ρ J0 µ αs σ 2Gauss ¶ , α≥0 (4.18) onde J0 () é a função de Bessel modificada de primeira classe; σ 2Gauss é a variância de variáveis aleatórias Gaussianas que formam a distribuição Rice; s2 = m1 +m2 , onde m1 e m2 são médias de processos Gaussianos que formam a distribuição Rice. Quando s = 0, a distribuição Rice torna-se uma distribuição Rayleigh (4.3); e quando s → ∞ a distribuição Rice tende a uma Gaussiana. A relação entre s2 e σ 2Gauss é conhecida como fator de Rice, KRice , dado por: KRice = s2 2σ 2Gauss (4.19) 72 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL Devido à irregularidade das estruturas das construções, pode-se observar a sobreposição de celulas ou a não cobertura de uma área entre os limites de células adjacentes. Além disso, a forma da área coberta é fortemente afetada pela posição da antena do transmissor. Por exemplo, quando a estação rádio base é fixada na intersecção de ruas ou corredores, as ondas propagam-se em quatro direções, ocorrendo difrações nas construções de cada esquina. Esta situação gera uma célula mais alongada na direção das ruas, como a forma de um diamante. Microcelulas instaladas internamente às construções recebem o nome de microcelulas internas (ou indoor microcells). Dentro de construções, a propagação pode ser classificada como LOS quando o transmissor é visível ao receptor e como obstruída (obstructed, OBS) quando objetos bloqueiam a propagação com linha de visada. Medidas realizadas mostraram que os desvanecimentos sofridos pelo sinal recebido de um móvel com mobilidade de pedestre em um ambiente interno, na condição LOS, segue uma distribuição Rice. O fator KRice de Rice pode variar de 2 a 10dB para terminais móveis, dependendo da estrutura da construção e do número de componentes multipercursos que chegam ao receptor. Na condição de OBS, os desvanecimentos sofridos pelo sinal segue uma distribuição Rayleigh [43]. Como mencionado na seção 4.1, sistemas de comunicação de banda larga podem sofrer interferência intersimbólica quando há presença de multipercurso. Uma forma de combater tal efeito indesejado da interferência de multipercurso utiliza antenas direcionais em apenas um ou ambas terminações do enlace de rádio. Tal solução, chamada de filtragem espacial, pode ser realizada utilizando antenas direcionais fixas, ou sistemas de comutação de feixes ou ainda antenas adaptativas. Em todas essas técnicas, conhecer a distribuição angular dos componentes multipercursos é fundamental na determinação do desempenho do sistema, pois algumas técnicas de filtragem espacial são mais sensíveis à distribuição angular do que outras. A distribuição do ângulo de chegada, ou direção de chegada (direction-of-arrival, DOA) do componente multipercurso pode ser obtido através de medidas de campo. Entretanto, quando a análise do sistema é feita através de simulação, utiliza-se modelos estatísticos do canal multipercurso para caracterizar o DOA dos componentes. Em sistemas macrocelulares, onde a maioria dos refletores estão próximos à unidade móvel, pois a antena da estação rádio base é muito mais alta que as elevações naturais ou imperfeições (construções e vegetação, por exemplo) do terreno, considera-se que o DOA está distribuído uniformemente no intervalo [0; 2π]. Todavia, no ambiente microcelular, a altura da antena da ERB é reduzida, o que impede de considerar todos os refletores agrupados em apenas umas das terminações 4.3. MODELO BASEADOS NA GEOMETRIA E MODELOS BASEADOS EM ESTATíSTICAS 73 do enlace. Adicionalmente, neste ambiente, é razoável esperar que os componentes multipercurso chegarão ao receptor agrupados em ângulos próximos do componente com linha de visada. O modelo de canal baseado na geometria proposto por [44] descreve e simula canais com características de ambientes microcelulares. Nesta modelagem, considera-se maior probabilidade de componentes multipercurso com pequenos atrasos chegarem com DOA próximos ao do componente LOS, enquanto que componentes com elevados atrasos apresentam uma distribuição mais uniforme de DOA. Particularidades de tal modelo, serão descritas em seções posteriores. 4.3. Modelo Baseados na Geometria e Modelos Baseados em Estatísticas Em [45] os modelos de canais de comunicação foram divididos em duas classes: os baseado na geometria, e os baseado em comportamentos estatísticos. 4.3.1. Modelos Baseados na Geometria. Os modelos de canal baseados na geometria são definidos como modelos nos quais é possível especificar tanto a região espacial onde os objetos são distribuídos como a distribuição destes. Tais objetos podem ser refletores e/ou espalhadores. Considera-se que cada componente multipercurso interage com apenas um objeto, ou seja existe um único ricochete (single-bounce) no percurso do componente entre o transmissor e receptor. Por isso, utiliza-se frequentemente o termo geometrically based single-bounce (GBSB) model para se referir a tal modelo. A maioria dos modelos GBSB consideram as coordenadas para o móvel e para os objetos invariantes no tempo. O perfil atraso-potência são determidados pela concentração de objetos em elipses concêntricas, as quais englobam o transmissor e o receptor. Assim, o perfil atrasopotência é obtido simplesmente da geometria do modelo. Os modelos GBSB, em geral, não são muito flexíveis na escolha dos parâmetros. Além disso, alguns modelos são específicos para apenas um único ambiente. Uma vantagem dos modelos baseados na geometria é fornecer a completa especificação dos comportamentos estatísticos do DOA e do atraso de chegada (time-of-arrival, TOA) de cada componente multipercurso. Outra vantagem é, através da facilidade de posicionar objetos no espaço, poder modelar algumas propriedades físicas do ambiente real, já que todos os fenômenos envolvidos são extremamente difíceis de serem caracterizados. 74 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL 4.3.2. Modelos Baseados em Estatísticas. Os modelos de canais baseados em estatísticas não consideram especificações geométricas do ambiente, assim sendo, os parâmetros dos sinais são obtidos diretamente de distribuições estatísticas. A maior flexibilidade conferida a esta abordagem ocorre devido à possibilidade de se escolher distribuições adequadas para cada parâmetro do canal para diferentes condições de ambiente. A maior dificuldade na implementação destes canais é decidir que valores (ou distribuições) adotar para cada parâmetro. Por exemplo, qual distribuição angular para o DOA deve-se adotar para um determinado ambiente?. Tais dificuldades são quase sempre contornadas com extensivas medidas de campo. Após a coleta de grande quantidade e variedade de medidas, caracterizam-se as várias propriedades estatísticas do canal (ou ambiente), e os modelos estatísticos são implementados representando o ambiente do qual foram obtidas tais medidas. 4.4. Modelo Geométrico de Canal Multipercurso com Linha de Visada Esta seção descreve as prinipais características do modelo GBSB com linha de visada proposto em [44]. Tal modelo é apropriado para ambientes microcelulares, onde as alturas das antenas são relativamente reduzidas. A figura 4.7 fornece uma visão física geral para os modelos GBSB, utilizada para derivar as funções densidade de probabilidade para o DOA e TOA. Em modelos GBSB, é comum assumir as seguintes hipóteses simplificadoras: • os sinais propagam-se do horizonte, e portanto, não há componente vertical na propagação. • são considerados objetos do tipo refletores, com coeficientes de reflexão idênticos, e capazes de irradiar em todas as direções. • considera-se que uma vez que o sinal tenha atingindo um objeto, nenhum outro irá afetar sua propagação novamente. A envoltória complexa da resposta impulsiva em banda base para um usuário é dada por: hc (t) = L−1 X i=0 αi δ(t − τ i ) (4.20) onde αi é a amplitude complexa do i-ésimo componente multipercurso e τ i é o respectivo atraso de percurso; L representa o número de componentes multipercurso. 4.4. MODELO GEOMÉTRICO DE CANAL MULTIPERCURSO COM LINHA DE VISADA 75 y Refletor ( xr , yr ) Componente 2 ψ2 ψ1 φDOA 2 LOS φDOA1 (xm , ym ) x d0 Figura 4.7. Exemplo de modelagem geométrica: (xr , yr ) e (xm , ym ) representam a posição do objeto refletor e do transmissor, respectivamente; φ1 e φ2 representam os DOA do componente LOS e do componente indireto, respectivamente; ψ 1 e ψ 2 representam as direções de partida (direction-of-departure, DOD) do componente LOS e do componente indireto, respectivamente. Este modelo é válido quando são utilizadas antenas omnidirecionais no transmissor e receptor. Para modelar sistemas que utilizam antenas direcionais, é necessário modelar a direção de chegada (direction-of-arrival, DOA) dos componentes multipercurso. Considere um transmissor e receptor separados pela distância d0 , figura 4.7. Assume-se que os objetos espalhadores estão no plano, aproximadamente paralelo ao solo, o qual o transmissor e receptor estão incluídos. Se todos os espalhadores estão neste plano, todos os componentes chegarão do horizonte com angulo de elevação igual a π2 . Dessa forma, utilizase somente o ângulo azimutal, φDOA i , para caracterizar a DOA. Se existe uma linha de visada (line-of-sight, LOS) entre o transmissor e receptor, o primeiro componente chegará com atraso de percurso τ 0 = d0 , clight onde clight = 3 × 108 m/s é a velocidade da luz no vácuo. Assume-se que todos os espalhadores estão distribuídos uniformemente no espaço e possuem características físicas iguais (equal scattereing cross section). Adicionalmente, os espalhadores se encontram-se na região limitada por duas elipses, figura 4.8, cujos parâmetros são: 76 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL a1 a2 onde f = d0 2 q clight τ e b1 = a21 − f 2 = 2 q clight (τ + ∆τ ) = e b2 = a22 − f 2 2 (4.21) representa o foco da elipse; τ é o atraso de percurso do componente produzido pelo espalhador sobre a elipse interna e τ + ∆τ é o atraso de percurso do componente produzido pelo espalhador sobre a elipse externa. y ( xr , yr ) A ψi TX RX φ DOA i ( − f , 0) ( f , 0) x ( a1 , b1 ) ( a 2 , b2 ) Figura 4.8. Geometria utilizada para determinar as estatísticas do canal. A função densidade de probabilidade conjunta para a posição (em coordenadas retangulares x e y) do espalhador é [44]: fxy (x, y) = 1 1 = A π(a2 b2 − a1 b1 ) (4.22) A pdf condicionada para o DOA, φDOA i , é dada por [44]: 3 fφDOA |ri onde ri = clight dτ0i = τi τ0 (ri2 − 1) 2 (ri2 − 2ri cos φDOA + 1) = , − π ≤ φDOA ≤ π π (2ri2 − 1) (ri − cos φDOA )3 representa o atraso multipercurso normalizado. A pdf para o atraso multipercurso normalizado é dado por [44]: (4.23) 4.4. MODELO GEOMÉTRICO DE CANAL MULTIPERCURSO COM LINHA DE VISADA onde β = rm p 2 − 1, r = rm m 2r2 − 1 fr (r) = √ 2 , 1 ≤ r ≤ rm β r −1 τm τ0 77 (4.24) e τ m representa o valor máximo de atraso de percurso para um componente. Combinando (4.23) e (4.24) obtém-se a pdf conjunta para φDOA i e ri : fφDOA ,r (φDOA , r) = 2(r2 − 1)(r2 − 2r cos φDOA + 1) πβ(r − cos φDOA )3 (4.25) para π ≤ φDOA ≤ π e 1 ≤ r < rm . A pdf marginal para o DOA é obtida de (4.25): 2 fφDOA (φDOA ) = 2 (rm − 1) 2πβ (rm − cos φDOA )2 (4.26) O estudo ou a utilização de canais de comunicação em simulação Monte Carlo pressupõe a geração de amostras de variáveis aleatórias conforme distribuições específicas. O algoritimo apresentado em [44] gera valores de atraso de percurso, τ i , DOA, φDOA i , e potência Pi , para componentes multipercurso. É assumido que o número de componentes, Lc , e a distância entre transmissor e receptor, d0 são conhecidos. Inicialmente, gera-se o atraso de percurso, τ i , de cada componente. A distribuição para p 2 − 1 depende do o atraso normalizado ri = ττ 0i é dada por (4.24). Note que β = rm rm valor máximo do atraso de percurso, rm . São utilizados vários critérios para a escolha de rm conforme mostrado na tabela (4.2). Quando se utiliza valores elevados para rm , as amostras obtidas para o DOA seguem, aproximadamente, uma distribuição uniforme, enquanto que quando utiliza-se valores pequenos para rm , as amostras para o DOA tendem estar agrupadas, em angulo, do componente direto. Os valore de ri são obtidos com: ri = r 1 1 + 2 2 q 1 + 4β 2 x2i (4.27) onde xi é uma variável aleatória uniformemente distribuída no intervalo [0; 1]; de outra forma, xi = U (0, 1). O próximo passo é gerar o DOA conforme a distribuição dada por (4.23). Para tanto, faz-se necessário obter a função φDOA i = gφDOA (yi ) a partir da inversão funcional de yi = h(φDOA i ) = FφDOA |ri (φDOA i |ri ), obtida da integração de (4.23). 78 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL Critério Expressão Valor máximo de atraso de percurso, τ m . rm = τm τ0 Limiar fixo, T h (em dB), com expoente de perda de percurso, n. rm = 10(T h−Lr )/10n rm = 3, 24( στ τ0 ) + 1 Espalhamento de atraso fixo σ τ Valor máximo atraso excedente, τ e rm = Tabela 4.2. Quatro criterios para escolha de rm . yi = h(φDOA i ) = 1 2π −1 cos 1− 1 2π ³ 1−ri cos φDOA i ri −cos φDOA i cos−1 ³ ´ − 1−ri cos φDOA i ri −cos φDOA i (τ 0 +τ e ) τ0 √ ri2 −1 sin(−φDOA i )(1−ri cos φDOA i ) , 2π(2ri2 −1)(ri −cos φDOA i )2 ´ + −π ≤ φDOA i ≤ 0 √ ri2 −1 sin(−φi )(1−ri cos φDOA i ) , 2π(2ri2 −1)(ri −cos φDOA i )2 (4.28) 0 ≤ φDOA i < π onde yi é uma variável aleatória uniformemente distribuída no intervalo [0, 1]; de outra forma, yi = U(0, 1). Verifica-se que a função dada por (4.28) tem crescimento suave e monotônico; assim, dado um valor particular para yi , facilmente obtém-se numericamente o valor de φDOA i numericamente. Dado o DOA no receptor, φDOA i , o DOD no transmissor é calculado por: ψ i = 2 tan−1 à sin(φDOA i ) ri +1 − cos(φDOA i ) ri −1 ! (4.29) Utilizando o DOD, ψ i , pode-se inserir efeitos de antenas direcionais também na transmissão através do padrão de feixe G(ψ i ). Assume-se que tanto o componente direto como os outros componentes multipercursos experimentam perdas de percurso. Assim, a potência recebida para o componente direto é dada por: onde P0 e Pref ¶ d0 P0 = Pref − 10n log + Gr (0) + Gt (0) (4.30) dref são potências dadas em dBm. O expoente de perda de percurso, n, determina µ a taxa na qual a perda de percurso aumenta em função da distância entre o transmissor e receptor para cada componente multipercurso. Gr (φDOA i ) é o ganho da antena da receptor em função do DOA, φDOA i , e Gt (ψ i ) é o ganho da antena do transmissor para a direção ψ i . Pref é uma potência de referência medida à distância dref a partir da antena de transmissão 4.4. MODELO GEOMÉTRICO DE CANAL MULTIPERCURSO COM LINHA DE VISADA 79 utilizando antenas omnidirecionais tanto no transmissor quanto no receptor. Este valor medido pode ser substituído pela equação de Friis para antenas omnidirecionais no espaço livre: Pref = PT − 20 log µ 4πdref fc clight ¶ (4.31) onde PT é a potência transmitida em dBm e fc é a freqüência da portadora. A potência recebida para o i-ésimo componente multipercurso em relação à potência do componente direto, em dB, é: Pi − P0 = −10n log(ri ) − Lr + Gr (φDOA i ) − Gr (0) + Gt (ψ i ) − Gt (0) (4.32) onde Lr é a perda, em dB, devido a reflexão no objeto. Considerando as amplitudes dos coeficientes de canal, αi , normalizados para o componente direto, α0 = 1, a potência para cada componente multipercurso, Pi , será dada por: Pi = P0 + 20 log |αi | (4.33) A tabela 4.3 sintetiza o algoritmo de geração para os componentes multipercurso e coeficientes de canal utilizando o modelo GBSB de [44] e utilizado aqui (capítulo 6) na caracterização de desempenho de sistemas QS-CDMA. A simulação de reflexões no solo, as quais ocorrem quando a distância percorrida pelo sinal em cada componente multipercurso é muito maior que a altura da antena do transmissor, ht , e da antena do receptor, hr , pode ser adicionada simplesmente adotando o expoente de perda de percurso n = 4, no mínimo. As figuras 4.9, 4.10 e 4.11 exemplificam, através de uma simulação, a pdf condicionada para o DOA dado o atraso de percurso τ i , o histograma, representando a pdf marginal para o DOA e o histograma representando a pdf marginal, para o atraso de percurso τ . Na simulação, considerou-se que o DOA e o DOD do componente LOS é zero, ou seja, o transmissor está posicionado exatamente no centro do feixe da antena do receptor e com o seu feixe perfeitamente direcionado. Os parâmetros utilizados em tal simulação são sintetizados na tabela 4.4. 80 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL Passos Ação Distância entre TX e RX, d0 ; Dados de entrada Expoence de perda de percurso, n; Potência de referência em dB, Pref ; Perda na reflexão, Lr . Definição de rm Gerar o componente direto Escolher um critério da tabela 4.2. ´ ³ 0 + Gr (0) + Gt (0); P0 = Pref − 10n log ddref ψ 0 = 0; θDOA 0 = 0; τ 0 = d0 . c Assume-se α0 = 1. Obter xi a partir de U(0, 1); r q 1 1 Calcular o atraso ri = 2 + 2 1 + 4β 2 x2i ; Obter yi a partir de U(0, 1); Laço para gerar demais componentes Calcular o DOA, θDOA i , a aprtir da solução númerica de 4.28; µ ¶ sin(θDOA i ) −1 ; Calcular o DOD, ψ i = 2 tan ri +1 ) −cos(θ ri −1 DOA i Determinar a potência do componente, Pi = P0 − 10n log(ri ) − Lr + Gr (φDOA i ) − Gr (0) + Gt (ψ i ) − Gt (0); Gerar o angulo da fase, γ i , a partir de U (0, 2π); Calcula o coeficiente αi = 10(Pi −P0 )/20 ejγ i . Tabela 4.3. Algoritmo para gerar os componentes utilizando o modelo GBSB apresentado. Parâmetro Simbologia Valor Freqüência da portadora fc 2 × 109 Hz Largura do feixe da antena do transmissor bwt π/3rad Ganho da antena do transmissor Gt 7, 8dB Largura do feixe da antena do receptor bwr π/3rad Ganho da antena do receptor Gr 7, 8dB Potência transmitida Pt 20dBm Distância entre o transmissor e receptor d0 500m Expoente de perda de percurso n 2 Perda nos objetos Lr 6dB Número de componentes multipercurso Lc 20 Espalhamento multipercurso máximo τm 2× d0 c Número de amostras spls 5000 Tabela 4.4. Parametros de simulação do canal GBSB. 4.4. MODELO GEOMÉTRICO DE CANAL MULTIPERCURSO COM LINHA DE VISADA 81 Figura 4.9. Pdf condicional para o DOA dado o atraso de percurso τ i . Histogram of DOA 0.05 0.045 0.04 0.035 ocurrence 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 angle (radians) Figura 4.10. Histograma para o DOA. Observe-se que quanto menor o tempo de espalhamento dos componentes multipercurso, mais agrupados ao componente LOS estes componentes chegarão ao receptor. Assim, com a utilização da filtragem espacial através de antenas direcionais, pode-se eliminar grande quantidade de componentes multipercursos que possuam atrasos elevados. Esta característica do 82 4. CANAIS DE RÁDIO MÓVEL Histogram of Path Delay 0.12 0.1 ocurrence 0.08 0.06 0.04 0.02 0 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3 3.2 path delay (sec) 3.4 x 10 -6 Figura 4.11. Histograma para o atraso de percurso. canal microcelular é ideal para sistemas quase síncronos, pois os componentes multipercursos que não forem filtrados pela antena terão atrasos pequenos e, portanto, a interferência causada por estes sinais poderá ser drasticamente minimizada com a utilização de seqüências otimizadas, como as descritas anteriormente. Assim, o ângulo de abertura do feixe das antenas deve ser ajustado de acordo com as distâncias envolvidas no ambiente e de acordo com as propriedades de correlação das seqüências de espalhamento. Finalmente, observa-se que a modelagem de canal de [44], sintetizada nesta seção, considera que o móvel encontra-se localizado exatamente na direção do feixe da antena da estação rádio base, ou seja na direção do ângulo zero do feixe. Para simular o movel com outras posições angulares, basta transferir o efeito do ângulo do móvel para o padrão do feixe das antenas da estação rádio base e da unidade móvel. CAPíTULO 5 Receptor Avançado do tipo Cancelamento de Interferência O receptor convencional para canal AWGN constitui-se de um estágio demodulador seguido de um banco de correlacionadores casados às respectivas seqüências de espalhamento. A operação de desespalhamento é feita através da multiplicação do sinal recebido com uma réplica da seqüência de espalhamento no receptor, sincronizada ao sinal demodulado do usuário de interesse. Os sinais desespalhados passam por integradores e amostradores à taxa de símbolo de dados, Rs = 1/Ts , finalizando a operação de correlação. Por fim, os bits transmitidos estimados são obtidos aplicando-se a função sinal (sign(.)) também conhecida como decisão abrupta. O receptor convencional, apresentará desempenho ótimo apenas para detecção de um sinal imerso em ruído AWGN e ausência de interferência de múltiplo acesso (ambiente single-user). Este cenário é equivalente a um sistema CDMA ortogonal perfeitamente síncrono, ou seja, quando os sinais de todos os usuários ativos chegam ao receptor com atraso zero em relação às fases preferenciais das respectivas seqüências de espalhamento ortogonais. De outra forma, a interferência de múltiplo acesso gerada pelos demais usuários, e/ou a interferência gerada por componentes multipercurso (auto-interferência), afetará fortemente o desempenho do receptor convencional. Nestas condições, devido à MAI, à auto-interferência e à impossibilidade da manutenção da ortogonalidade entre as seqüências de espalhamento, o receptor de correlação não mais resultará em desempenho ótimo. O receptor conhecido como Rake, ou receptor convencional para canais multipercurso, é capaz de combinar os diversos componentes multipercurso de um sinal transmitido através de um canal com desvanecimento. O receptor Rake implementa correlacionadores, também chamados de fingers, os quais são sincronizados com os componentes multipercurso de maior energia do sinal para um mesmo símbolo de informação. As saídas de tais correlacionadores são combinadas antes de se realizar a operação de decisão e obter o símbolo de informação estimado. Para o Rake sincronizar os componentes multipercurso referentes a um mesmo símbolo de informação é necessário estimar os atrasos de cada um destes componentes; adicionalmente, na operação de combinação dos sinais à saída dos correlacionadores são necessárias as estimativas dos coeficientes de canal. A figura 5.1 apresenta um receptor Rake típico. 83 84 5. RECEPTOR AVANÇADO DO TIPO CANCELAMENTO DE INTERFERÊNCIA x k (t − iT − ∆ τ k ) ( i + 1) T + ∆ τ r (t ) τ 1, k y1, k k (i ) 2, k ∫ iT + ∆ τ (i) k Combinador MRC k * (i ) ( i + 1) T + ∆ τ τ 2, k α 1, k e ∫ iT + ∆ τ y (i ) zk ( i + 1) T + ∆ τ ∫ iT + ∆ τ bˆk( i ) k * (i ) − jφ k * (i ) − jφ k α 2, k e τ L ,k − jφ k k y L( i,)k k α L ,k e Figura 5.1. Rake ou receptor convencional para canal com desvanecimento multipercurso. Idealmente à cada componente multipercurso do sinal recebido deveria ser associado um finger associado. Entretanto, tal hipótese torna-se irrealista, pois o grande número de componentes multipercurso de um canal real requereria uma enorme quantidade de finger e estimadores, elevando drasticamente a complexidade do receptor. Na literatura são encontradas diversas formas de combinação das saídas dos fingers. Podemos citar as técnicas: seleção (Selection Combining, SC), mesmo ganho (Equal Gain Combining, EGC), Empirical Rule (ER) e Maximal Ratio Combining (MRC). A última, Maximal Ratio Combining ou MRC, é a forma ótima de combinação, e a de implementação mais complexa, sendo as demais apenas formas simplificadas do MRC. Na combinação MRC, à cada saída de cada finger é atribuído um peso, o qual é o valor absoluto do coeficiente de canal para aquele componente em um determinado instante. Assim, o MRC necessita de estimativas da potência de cada componente a cada período de símbolo, o que dificulta a sua utilização em sistemas que operam em canais com desvanecimento rápido. Este trabalho considerou somente o receptor Rake com o combinador MRC e a análise de desempenho foi baseada na implementação de [46]. O receptor Rake, assim como o filtro casado em canal AWGN, é ótimo somente quando o sistema tiver apenas um usuário ativo, resultando em capacidade de sistema bem abaixo da capacidade do canal e alta sensibilidade ao efeito near-far. Portanto, necessita de controle de potência, sincronismo de todos os usuários ativos e seqüências de espalhamento otimizadas a fim de obter desempenho razoável. A detecção multiusuário, ou detector multiusuário 5. RECEPTOR AVANÇADO DO TIPO CANCELAMENTO DE INTERFERÊNCIA 85 (multi-user-detector, MuD), utiliza informações dos demais usuários ativos para anular, ou cancelar, a parcela do sinal recebido referente aos sinais que aparecem como interferência MAI na saída do correlacionador. Dessa forma, há um aumento na capacidade dos sistemas de comunicação comparado à detecção convencional. Porém, a complexidade de implementação é maior. Em um detector MuD do tipo IC, o sinal residual resultante da operação de cancelamento pode ser interpretado como um sinal single-user em presença de ruído de canal. Se todos os sinais MAI puderem ser perfeitamente cancelados, o desempenho do receptor será idêntico ao do receptor convencional em um ambiente single-user, resultando em máxima resistência ao efeito near-far; a resistência ao efeito near-far quantifica o grau de robustez do detector contra a intensificação da MAI resultante das disparidades de potência entre usuários ativos no sistema. Na prática, a interferência jamais é cancelada perfeitamente e a eficiência será sempre menor que 1. O detector MuD do tipo cancelamento de interferência subtrativo (IC) pode ser empregado quando houver disponibilidade no receptor de informações precisas sobre os interferentes mais significativos no sistema. A principal vantagem dessa técnica de detecção multiusuário consiste na significativa redução de complexidade de implementação quando comparado aos MuD lineares baseados na inversão de matriz como o Descorrelacionador e o MMSE [7] e [6]. Detectores MuD baseados no IC dependem de decisões feitas sobre os bits dos usuários interferêntes e as utilizam na geração de estimativas da MAI e posterior cancelamento desta interferência presente no sinal de cada usuário de interesse. Tais detectores são normalmente implementados em vários estágios, onde a expectativa é de decisões melhoradas a cada novo estágio. Portanto, o desempenho da detecção MuD IC está intimamente ligado ao conhecimento dos parâmetros de canal, necessitando portanto de estimadores eficientes para as energias, atrasos e fases das portadoras dos sinais recebidos [47]. Basicamente, há duas formas de se realizar o cancelamento de interferência, a prédetecção e a pós-detecção, as quais são equivalentes do ponto de vista teórico. Na prédetecção, os sinas interferentes são reconstruídos e cancelados antes da detecção do sinal do usuário de interesse. Esta forma de cancelamento emprega operações de desespelhamento e respalhamento em todos os usuários ativos no sistema antes do cancelamento da MAI. Já na pós-detecção, a reconstrução da MAI é realizada após a detecção, utilizando as correlações 86 5. RECEPTOR AVANÇADO DO TIPO CANCELAMENTO DE INTERFERÊNCIA cruzadas dos usuários ativos no sistema. Quando as correlações cruzadas não mudarem rapidamente, a abordagem pós-detecção tornar-se-á mais eficiente para implementação. Quanto à decisão na estimativa da MAI, os canceladores de interferência se dividem em: canceladores de interferência com decisão abrupta e canceladores de interferência com decisão suave. Os IC com decisão abrupta, ou hard decision (IC-HD), empregam tentativas de decisão a cada estágio, sendo os bits estimados nos circuitos de decisão utilizados na reconstrução dos sinais no estágio seguinte. Os IC com decisão suave, ou soft decision (IC-SD), não realizam decisões nos estágios intermediário de cancelamento, mas apenas no último. A etapa de reconstrução dos sinais, antes do cancelamento do sinal, inclui a estimativa dos parâmetros amplitude, Â, fase da portadora, φ̂, e atrasos, τ̂ , além dos bits de informação previamente detectados. Caso a amplitude estimada for confiável, o IC-HD terá desempenho superior ao IC-SD. Os equemas de detectores multiusuários baseados no cancelamento de interferência podem ser classificados em serial (ou sucessivo) e paralelo. No esquema serial, a interferência relativa a cada um dos usuários é cancelada uma a uma, seguindo a ordem de potência do sinal recebido, da maior para a menor. Este esquema favorece os usuários de menor potência em relação aos de maior potência. Como os sistemas QS-CDMA para telefonia móvel terrestre utilizam um sinal piloto para sincronizar a transmissão dos usuários ativos, este pode ser aproveitado para realizar um controle de potência de malha aberta, como mencionado na introdução deste trabalho. Assim, as disparidades de potências são pequenas e a utilização de um esquema de cancelameto de interferência serial, em princípio, não se justifica. A técnica de cancelamento de interferência paralela (paralell interference cancelation, PIC) [47] estima e subtrai paralelamente toda a MAI simultaneamente para todos os usuários. O primeiro estágio é um receptor multiusuário convencional, composto por um banco de correlatores, o qual gera estimativas para os sinais de todos os usuários. No próximo estágio, segundo estágio, a interferência de múltiplo acesso é reconstruída a partir das estimativas obtidas no estágio anterior e subtraídas do sinal recebido, produzindo o sinal do usuário de interesse adicionado à MAI residual, devido ao cancelamento imperfeito. Este processo pode ser repetido em múltiplos estágios, passando o sinal do usuário de interesse mais a MAI residual por um segundo banco de filtros casados, e posterior cancelamento paralelo. Cada estágio PIC introduz atraso de 1 período de símbolo no sinal recebido e nas amplitudes. O 5.1. MODELAGEM DO RECEPTOR PIC MULTIESTÁGIO COM CANCELAMENTO SII 87 PIC com decisão abrupta (PIC-HD) emprega a função sign(.) na decisão do bit estimado em todos os estágios canceladores intermediários. Em canais com desvanecimento multipercurso, um receptor Rake é utilizado para estimar os parâmetros do canal, e após a etapa de cancelamento, um combinador coerente é utilizado na obtenção de um sinal com maior energia, para posterior decisão do símbolo de informação. Note que a interferência sobre um finger do receptor Rake é composta pela MAI e pela auto-interferência ou (self-interference, SI). A SI, por sua vez, é composta de auto-interferência intersimbólica (self intersymbol interference, SII), provocada por componentes multipercurso do símbolo anterior, e auto-interferência de um mesmo símbolo (self current-symbol interference, SCI), provocada por componentes correspondentes ao símbolo corrente. Como a SCI contém informações do símbolo de informação corrente, a qual pode ser utilizada beneficamente na decisão do símbolo, esta não deve ser cancelada. O PIC deve cancelar parcialmente a SI, ou seja, cancelar somente a SII [48]. A próxima seção descreve matematicamente o esquema de detecção multiusuário discutido aqui. 5.1. Modelagem do receptor PIC multiestágio com cancelamento SII O sinal transmitido para o k-ésimo usuário é: sk (t) = √ 2P bk (t)ak (t)p(t) cos(ωc t) (5.1) onde P é a potência do sinal; bk (t) o símbolo de informação com formatação de pulso retangular e período Tb ; ak (t) corresponde à seqüência de espalhamento com formatação de pulso retangular e período Tc ; ω c é a freqüência da portadora. Como visto anteriormente, equação (4.20), a resposta impulsiva do canal em banda base complexa é dada por: hk (t) = L X `=1 α`,k exp(jφ`,k )δ(t − τ `,k ) (5.2) onde L é o número de caminhos resolvíveis; α`,k , τ `,k e φ`,k representam o coeficiente do canal, o atraso e a fase, respectivamente, para o `-ésimo componente do k-ésimo usuário. O sinal em banda passante que chega ao receptor pode ser escrito como: 88 5. RECEPTOR AVANÇADO DO TIPO CANCELAMENTO DE INTERFERÊNCIA K X L X √ r(t) = 2P α`,k bk (t − τ `,k )ak (t − τ `,k ) cos(ωc t + ϕ`,k ) + n(t) (5.3) k=1 `=1 onde n(t) é o ruído branco Gaussiano com densidade espectral bilateral N0 ; 2 ϕ`,k = φ`,k − ωc τ `,k . Considerando recepção coerente, a saída do filtro casado para o primeiro percurso, ` = 1, e primeiro usuário, k = 1, resulta [48]: zConv_1,1 = r P Tb 2 ( α1,1 b1 + K X L X + L X k=2 `=1 (0) `=2 h i (−1) (0) α`,1 b1 R1,1 (t`,1 ) + b1 R̃1,1 (t`,1 ) cos(Ψ`,1 ) h i (−1) (0) α`,k bk Rk,1 (t`,k ) + bk R̃k,1 (t`,k ) cos(Ψ`,k ) + η ) (5.4) = A1 α1,1 b1 + SI1 + I1 + n1 onde t`,k = τ `,k − τ 1,1 é atraso relativo; Ψ`,k = ϕ`,k − ϕ1,1 , η é uma variável Gaussiana de ³ ´−1 b média zero e variância 2E ; Eb = P Tb é a energia de bit; SI1 é a auto interferência; I1 N0 a MAI e n1 o ruído Gaussiano; A1 é a amplitude do primeiro usuário. Para simplificar a notação utilizada nesta modelagem, serão utilizadas todas as expressões em banda base complexa e a expressão para a correlação cruzada será redefinida na forma normalizada: 1 Rk,m (i) = Tb Z ∞ −∞ sk (t − τ k )sm (t + iTb − τ ` )dt (5.5) observe-se que Rk,m (i) é função de unidades de período de símbolo, Tb . De (5.4) a MAI em um esquema PIC pos-detecção para o i-ésimo bit em canal multipercurso pode ser reescrito como [48]: (i) Ik = à M L X X m=k+1 `=1 + M X L X m6=k `=1 + k−1 X L X m=1 `=1 (i−1) jφ`,m (i−1) α`,m Am Rk,m (1)bm e jφ`,m (i) α`,m Am Rk,m (0)b(i) + me (i+1) jφ`,m (i+1) α`,m Am Rk,m (−1)bm e ! e−jφk (i) (5.6) 5.1. MODELAGEM DO RECEPTOR PIC MULTIESTÁGIO COM CANCELAMENTO SII 89 com Am representando a amplitude para o m-ésimo usuário interferente. Conforme a equação (5.6), o cálculo da MAI de sinais assíncronos depende dos bits transmitidos atual, anterior e posterior e das correlações parciais associadas. De (5.4), o termo auto interferência em um esquema pos-detecção para o i-ésimo bit pode ser escrito como [48]: (i) SIk = à L X α`,k Ak Rk,k (1)bk + α`,k Ak Rk,k (0)bk ejφ`,k (i) + `=2 L X `=2 + L X `=2 (i−1) jφ`,k (i−1) e (i) (i+1) jφ`,k (i+1) α`,k Ak Rk,k (−1)bk e (5.7) ! e−jφk (i) (5.8) O PIC-HD multiestágio analisado aqui remove a interferência a partir das estimativas da MAI e da SII em S estágios. No primeiro estágio, s = 1, as estimativas são obtidas das saídas dos correlacionadores. As estimativas para a MAI, obtidas no s-ésimo estágio de cancelamento pode ser escrita como: (i) Iˆk (s) = à M L X X m=k+1 `=1 + M X L X m6=k `=1 + k−1 X L X m=1 `=1 (i−1) α̂`,m Âm R̂k,m (1)b̂m (s − 1)ej φ̂`,m (i−1) (i) α̂`,m Âm R̂k,m (0)b̂m (s − 1)ej φ̂`,m (i) + ! (i+1) α̂`,m Âm R̂k,m (−1)b̂m (s − 1)ej φ̂`,m (i+1) e−j φ̂k (i) (5.9) cujos parâmetros a serem estimados para todos os usuários em um sistema real incluem: coeficiente de canal, α̂, amplitude (ou energia), Â, atrasos, τ̂ , (e portanto correlações, R̂), fases relativas, φ̂ e os bits de informação, obtidos no estágio de cancelamento anterior, b̂(s−1). As estimativas para a SII, obtidas no s-ésimo estágio de cancelamento, pode ser escrita como: 90 5. RECEPTOR AVANÇADO DO TIPO CANCELAMENTO DE INTERFERÊNCIA (i) ŜIIk (s) = à L X α̂`,k Âk R̂k,k (1)b̂k + α̂`,k Âk R̂k,k (−1)b̂k `=2 L X `=2 (i−1) (s − 1)ej φ̂`,k (i−1) + (i+1) ! (s − 1)ej φ̂`,k (i+1) e−j φ̂k (i) (5.10) Finalmente, a saída do s-ésimo estágio PIC, considerando o primeiro componente, ` = 1, k-ésimo usuário e i-ésimo bit, com cancelamento da parcela SII de auto interferência resulta: (i) (i) (i) (i) ẑ1,k (s) = zConv_1,k − Iˆk (s) − ŜIIk (s) (i) (i) (i) (i) (i) (i) = Ak αk,1 b1 + n1,k + SI1,k − ŜIIk (s) + I1,k − Iˆk (s) (5.11) Os bits atual, anterior e posterior foram estimados no estágio de cancelamento anterior ao considerado. CAPíTULO 6 Análise de Desempenho de Sistemas QS-CDMA A análise de desempenho de sistemas QS-DS/CDMA realizada neste trabalho pode ser dividida em três partes. Inicialmente, para avaliar as propriedades dos conjuntos de seqüências apresentados no capítulo 3 foi analisado o desempenho comparado, em termos da taxa de erro de bit média (average bit error rate, BERavg ), considerando recepção convencional no canal reverso de um sistema QS-DS/CDMA em ambiente com ruído AWGN. A BERavg foi obtida, primeiramente, analiticamente através de aproximação Gaussiana e, posteriormente, através de simulação Monte-Carlo para avaliar a precisão da aproximação. Em outra etapa, analisou-se o desempenho, também no canal reverso, de um sistema QS-DS/CDMA operando conforme os padrões de 3G com recepção Rake e recepção Rake associada ao detector MuD do tipo PIC multiestágio em ambiente com características macrocelulares. Também foram obtidos resultados analíticos e de simulação Monte-Carlo. Finalmente na última etapa, analisou-se novamente o desempenho no canal reverso de um sistema QS-DS/CDMA operando conforme os padrões de 3G com recepção Rake e recepção Rake associada ao PIC multiestágio porém agora em ambiente microcelular. Para tanto, nesta etapa foi utilizado o modelo GBSB apresentado previamente na seção 4.4. Nesta última etapa considerou-se somente a simulação Monte-Carlo. Os procedimentos utilizados nas simulações Monte-Carlo são descritos no apêndice A. Ampliando a modelagem para um sistema QS-CDMA com detecção convencional em canal AWGN, desenvolvida no capítulo 2, a seção a seguir descreve resultados analíticos encontrados na literatura. 6.1. Modelagem do Sistema em Canal AWGN A figura 2.3, apresentada no capítulo 2, mostra o modelo do transmissor e receptor adotado para análise. Considerou-se modulação binária por comutação de fase (binary phase shift keying, BPSK). O sinal equivalente em banda base amostrado do k-ésimo usuário pode ser escrito, genericamente, como: 91 92 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA uk (i) = Ak X (6.1) bk (i)sk i onde Ak representa a amplitude do sinal transmitido do k-ésimo usuário; {bk } ∈ {+1, −1} é o bit transmitido; sk é a seqüência de espalhamento empregada na transmissão do símbolo bk , definida por: sk (t) = N −1 X i=0 (i) (i) ck pTc (t − iTc ), (6.2) (i) j2π onde ck representa o vetor de chips, com elementos complexos ck,q ∈ WA = e A , onde √ j = −1 e q = 1, 2, ..., N, de duração Tc , empregado no intervalo de chip definido por i; e pTc (.) representa o pulso retangular de amplitude unitária no intervalo [0, Tc ). A razão entre o período do símbolo de informação Tb e o período de chip Tc é chamada de ganho de processamento GP = Tb . Tc Note-se que neste trabalho tem-se todos os chips de uma seqüência de espalhamento, designada a um determinado usuário, espalhando cada um de seus símbolos de informação; desta forma, o ganho de processamento é igual a N, ou seja, GP = N. Para simplificar a notação, considera-se que os atrasos de todos os usuários estão ordenados na forma 0 ≤ τ 1 ≤ τ 2 ≤ ... ≤ τ k ≤ ... ≤ τ M ,com τ k ∈ [0, τ máx onde o impácto de τ máx sobre o desempenho do sistema, considerando distintos conjuntos de seqüências de espalhamento otimizados para sistemas QS-CDMA, foi analisado anteriormente (capítulos 2 e 3). Admitindo-se M usuários ativos aproximadamente sincronizados entre si (condição de quase sincronismo), o sinal total recebido equivalente em banda base complexa BPSK pode ser escrito como: r(t) = ∞ X M X i=1 k=1 r 2Ek bk (i)sk (t − iT − τ k )ejφk + n(t), T t ∈ [0, T ] e τ k ∈ [0, τ máx ] (6.3) onde τ k é o atraso entre o k-ésimo usuário e o primeiro usuário; τ máx é o máximo atraso inerente ao sistema quase síncrono. O sinal do k-ésimo usuário à saída do filtro casado (MF), referente ao i-ésimo bit transmitido, será dado por: 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN (i) zconv_k = Z (i+1)T +τ k iT +τ k (i) 93 Re{r(t)s∗k (t − iT − τ k )e−jφk }dt (i) (i) = Ak bk + Ik + nk , (6.4) t ∈ [0, T ] e τ k ∈ [0, τ máx ] onde φk é a k-ésima fase de portadora (modificada pelo canal) para o k-ésimo usuário; O (i) primeiro termo é o sinal de interesse, o último é o termo ruído filtrado e Ik a MAI dada por: (i) Ik = M X j, j6=k sendo: (i) Ak Ik,j (6.5) i 1 h (−1) (0) = (6.6) b Rk,j (τ k,j ) + bj R̃k,j (τ k,j ) cos(ωτ k,j + φk,j ) Tb j representam o atraso e o deslocamento de fase do k-ésimo usuário em relação (i) Ik,j onde τ k,j e φk,j ao j-ésimo usuário interferente. (i) Finalmente, realiza-se a decisão abrupta para o i-ésimo bit do k-ésimo usuário, b̂k , a (i) partir de zconv_k : i h (i) (i) b̂k = sign zConv_k (6.7) Em uma primeira análise é razoável admitir que os atrasos, fases das portadoras e amplitudes dos sinais de todos os usuários ativos sejam conhecidos exatamente no receptor, ou seja, não existe erros nas estimativas destes parâmetros. Apesar de tal condição não ser perfeitamente verificada em sistemas práticos, a hipótese é justificada devido ao objetivo deste trabalho de avaliar as características dos diferentes conjuntos de seqüências de espalhamento na condição de quase sincronismo. 6.1.1. Desempenho Analítico para canal AWGN. A probabilidade de erro de bit para o receptor convencional pode ser deduzida da equação (6.4). A dificuldade de se obter a exata taxa de erro de bit deve-se à complexidade de avaliação da MAI. A aproximação Gaussiana trata a MAI como um ruído Gaussiano e dessa forma calcula-se a relação sinalruído (Signal Noise Ratio, SNR) na saída do receptor do usuário de interesse. Porém, como advertido no capítulo 2, essa aproximação é verificada somente se existirem muitos usuários 94 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA e se cada um destes contribuir com a mesma quantidade de interferência. A avaliação da BERavg realizada nesta seção foi obtida em [27]. Considerando que os sinais de todos os usuários são recebidos com o mesma potência, a equação (6.4) pode ser reescrita, de maneira simplificada, na forma: zconv_k = r P Tb (bk + Ik + nk ) 2 (6.8) e a relação sinal-ruído à saída do receptor convencional para o k-ésimo usuário: SNRk = onde σ 2I e σ 2n são as variâncias do fator Ik = Gaussiano n, respectivamente. σ 2I 1 + σ 2n P k6=j (6.9) Ik,j , o qual compõe a MAI, e do ruído A BER é dada por: BER = 1 erf c 2 Ãr SNRk 2 ! (6.10) Se os símbolos de informação bk , deslocamentos de fase φk e atrasos τ k forem variáveis aleatórias independentes para os diferentes usuários, a variância de Ik é igual à variância de Ik,j . Na equação (6.6), φk,j é assumido uniformemente distribuído no intervalo [0; 2π] e τ k,j é assumido uniformemente distribuído no intervalo [−τ m ; τ m ]. Por conveniência, o intervalo onde τ k,j é definido, é alterado para [0; τ máx ], onde τ máx representa o máximo atraso relativo ¡ ¢ de um usuário ativo no sistema, τ máx = maxki ,kj τ ki − τ kj . Esta modificação é verificada devido às seqüências de espalhamento serem periódicas e os símbolos de informação bk i.i.d. Nas condições acima, variância de Ik,j é dada por: 1 E{Ik,j } = 2 4Tb τ máx j ½Z 0 τ máx 2 [Rk,j (τ k ) + 2 R̃k,j (τ k )]dτ k + Z Tb Tb −τ máx 2 [Rk,j (τ k ) + 2 R̃k,j (τ k )]dτ k ¾ (6.11) Para evitar a integração faremos a simplificação adicional τ máx = (<máx + ℘)Tc , <máx = k τ máx , 0 < ℘ ≤ 1. Reescrevendo a primeira e a segunda parte da equação (6.11): Tc 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN Z u = τ máx 2 2 [Rk,j (τ k ) + R̃k,j (τ k )]dτ k 0 Z = <Tc 2 [Rk,j (τ k ) + 2 R̃k,j (τ k )]dτ k Z + 0 v = Z (<+℘)Tc 2 2 [Rk,j (τ k ) + R̃k,j (τ k )]dτ k = (6.12) <Tc Tb 2 2 [Rk,j (τ k ) + R̃k,j (τ k )]dτ k Tb −τ máx Z 95 (N −<)Tc 2 [Rk,j (τ k ) + 2 R̃k,j (τ k )]dτ k + (N−<−℘)Tc Z NTc 2 2 [Rk,j (τ k ) + R̃k,j (τ k )]dτ k (6.13) (N−<)Tc As funções de correlação parcial podem ser reescritas como: Rk,j (τ ) = {k,j (< − N)R̃pTc (τ − <Tc ) + {k,j (< − N + 1)RpTc (τ − <Tc ) R̃k,j (τ ) = {k,j (<)R̃pTc (τ − <Tc ) + {k,j (< + 1)RpTc (τ − <Tc ) onde < = (6.14) j k τ , e {k,j a função de correlação parcial discreta apresentada em 2.11. As Tc funções RpTc e R̃pTc são definidas como: R̃pTc (s) = Z Tc s pTc (t)pTc (t − s)dt RpTc (s) = R̃pTc (Tc − s) (6.15) onde pTc (t) respresenta a formatação de pulso retangular. Substituindo (6.14) em (6.12) e 6.13 temos: T3 u = c 3 + ("<−1 X <−1 X r=0 r=0 + + < X r=1 <−N−1 X r=1−N + <−N−1 X r=1−N + <−N X {2k,j (r) r=1−N # {k,j (r){k,j (r + 1) ¢£ ¤ ¡ + ℘3 − 3℘2 + 3℘ {2k,j (<) + {2k,j (< − N) ¡ ¤ ¢£ + 2℘3 − ℘2 {k,j (<){k,j (< + 1) + {k,j (< − N){k,j (< − N + 1) ¤ª £ +℘3 {2k,j (< + 1) + {2k,j (< − N + 1) (6.16) 96 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA T3 v = c 3 + (" N+1 X + ℘=N−< onde P + P + r=N−< N−1 X N X + r=N −<+1 −1 X −1 X r=−< + a X {2k,j (r) r=1−< # {k,j (r){k,j (r + 1) ℘=−< ¡ ¢£ ¤ + ℘3 − 3℘2 + 3℘ {2k,j (N − <) + {2k,j (−<) ¡ ¤ ¢£ + 2℘3 − ℘2 {k,j (N − < − 1){k,j (N − <) + {k,j (−< − 1){k,j (−<) ¤ª £ +℘3 {2k,j (N − < − 1) + {2k,j (−< − 1) f (x) denota P f (x) + P (6.17) f (x). Reescrevendo as equações (6.16) e (6.17) em termos das funções de correlação cruzada periodica par e ímpar, ECC e OCC, e considerando ℘ = 0: u = Tc3 6 ("<−1 X 2θ2k,j (r) + 2Θ2k,j (r) + θk,j (r)θk,j (r + 1) r=0 +Θk,j (r)Θk,j (r + 1)] + θ2k,j (< − 1) ª +Θ2k,j (< − 1) − θ2k,j (0) − Θ2k,j (0) Tc3 v = 6 (" N−1 X (6.18) 2θ2k,j (r) + 2Θ2k,j (r) + θk,j (r)θk,j (r + 1) r=N−< +Θk,j (r)Θk,j (r + 1)] + θ2k,j (0) ª +Θ2k,j (0) − θ2k,j (N − <) − Θ2k,j (N − <) (6.19) onde θk,j () e Θk,j () representam as funções ECC e OCC, respectivamente, entre a k-ésima e j-ésima seqüências de espalhamento. Conforme as equações (6.18) e (6.19) verifica-se que tanto a função ECC como a OCC são importantes na determinação do desempenho do sistema. Caso τ máx < Tc , pode-se utilizar a simplificação apontada na equação (2.19) do capítulo 2. Adicionalmente, a variância da MAI depende das correlações cruzadas em torno da origem (ou referência); portanto, para minimizar a MAI em sistemas QS-CDMA, deve-se escolher seqüências que resultam em baixos valores de ECC e OCC em torno da origem, como já ressaltado no capítulo 2. 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN 97 6.1.2. Escolha dos Conjuntos de Seqüências de Espalhamento para a Análise Comparativa de Desempenho em Canal AWGN. Os conjuntos de seqüências foram escolhidos de forma a obter carregamentos equivalentes. Foi dada preferência para os conjuntos de ganho de processamento N não elevado, pois será realizada a simulação Monte-Carlo, onde o tempo de simulação é diretamente proporcional ao ganho de processamento. Houve também o cuidado em não diminuir demasiadamente o comprimento das seqüências, pois o número de usuários ativos diminui proporcionalmente, podendo tornar pouco realista a análise comparativa dos conjuntos de seqüências. O conjunto de seqüências QS escolhido Q4 , derivado do conjunto Gold(45, 73), possui propriedade QOQS(5), ou seja, θi,j (τ ) = −1 para τ = 0, ±1, ±2, e um total de 4 seqüências QS [23] de comprimento N = 31. Este conjunto em um sistema com erro de sincronismo máximo τ máx = 1Tc ou τ máx = 2Tc resulta em melhor desempenho que o conjunto Q1 , com propriedades equivalentes na condição QOQS(5), pois as ocorrências de valores de OCC de maior magnitude no intervalo [0, 1Tc ] e [0, 2Tc ] são maiores no conjunto Q1 , como mostrado no capítulo 3. Esse melhor desempenho será ilustrado na seção das simulações. Este conjunto de seqüências QS também possui a vantagem de poder aumentar o número de seqüências disponíveis transformando-o em QOQS(3), conforme a tabela 3.5 apresentada no capítulo 3. Para o conjunto PN Ótima, adotou-se n = 6, portanto N = 63. O maior número de seqüências é obtido quando n = 2m (condição de carregamento máximo descrita no capítulo 3), resultando em m = 3. Com esses parâmetros, o conjunto PN Ótima terá 5 seqüências disponíveis. O polinômio primitivo utilizado foi o x6 + x5 + x2 + x + 1. A função ECC para este conjunto será mínima, θi,j (τ ) = −1, quando 0 < |τ | < 9 ou |τ | 6= (0 mod 9). Na escolha do conjunto PS, adotou-se Nb = 3, K = 4 e {κi } = {1, W31 , W32 }, onde WA = e j2π A , conforme [38]. O comprimento das seqüências pertencentes a este conjunto é N = 36; os picos da função de EAC ocorrerão em τ = 9i, com i = 0, 1, 2, 3. Portanto, o sistema pode trabalhar com um erro de sincronismo máximo τ máx = 8Tc sem ocorrer problemas de sincronismo. Para os conjuntos SP e WH adotou-se N = 32, sendo que no cálculo da BERavg através de simulação sorteou-se 4 seqüências dentre as disponíveis em cada iteração. Já no cálculo analítico da BERavg , visando um rápido processamento computacional, considerou-se apenas 98 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA as seqüências c2 , c3 , c4 e c5 do conjunto WH, as quais correspondem às linhas 2, 3, 4 e 5 da matriz de Hn . No conjunto LCZ adotou-se p = 2, n = 6, m = 3. Os polinômios primitivos x6 + x5 + x2 + x + 1 e x3 + x2 + 1 foram utilizados para a construção do corpo GF (26 ) e GF (23 ), respectivamente. Este conjunto é composto de 4 seqüências de comprimento N = 63 e LCZ = 9, ou seja, a ECC será mínima, θi,j (τ ) = −1, para τ máx = 8Tc . Para o conjunto ZCZ foi adotado m = 3, n = 1 e t = 1, resultando em um conjunto de 4 seqüências de comprimento N = 32 e ZCZ = 5, ou seja, a ECC será mínima, θi,j (τ ) = 0, para τ máx = 4Tc . Para cada um dos 7 conjuntos de seqüências escolhidos anteriormente, são mostrados, na tabela 6.1, o ganho de processamento N, o número de usuários ativos M no sistema, os valores máximos de θi,j (τ ) e Θi,j (τ ) com 0 ≤ τ < N, o intervalo em que a ECC é mantida mínima e o máximo erro de sincronismo, τ máx , sem ocorrer problemas de sincronismo. M Load% ' |θi,j máx | |Θi,j máx | |θi,j (τ )| = |θi,j mı́n | τ máx Conjunto N WH 32 4 12, 5% 32 32 0 <1 Seqüência QS 31 4 13% 9 13 τ ∈ [0, 2] < 31 Optimal PN 63 5 8% 33 33 τ ∈ [1, 8] < 63 LCZ-GMW 63 4 6, 3% 33 29 τ ∈ [0, 8] < 63 ZCZ 32 4 12, 5% 16 16 τ ∈ [0, 4] < 32 PS 36 4 11% 0 22, 95 τ ∈ [0, 35] <9 SP 32 4 12, 5% 0 10, 25 τ ∈ [0, 31] <1 Tabela 6.1. Características de 7 conjuntos de seqüências de espalhamento para QS-CDMA submetidos ao canal com ruído AWGN. 6.1.3. Resultados Analíticos para Canal AWGN. Foi calculado o desempenho analítico, através de aproximação Gaussiana, do receptor convencional utilizando apenas os conjuntos compostos por seqüências binárias: Walsh-Hadamard, de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ, convenientemente selecionados anteriormente. Os resultados consideram o receptor convencional operando no canal reverso, modulação BPSK coerente, formatação de pulso retangular e canal AWGN. Nas curvas BERavg × Eb , N0 considera-se que os atrasos τ são distribuídos uniformemente no intervalo [0, τ máx% ], sendo τ máx% = τ máx N × 100, o atraso máximo percentual, normalizado pelo comprimento das 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN 99 seqüências. Na figura 6.1, considerou-se τ máx = 3Tc para as seqüências de comprimento 31 e 32, e τ máx = 6Tc para as seqüências de comprimento 63. Já na figura 6.2, considerou-se τ máx = 9Tc para as seqüências de comprimento 31 e 32, e τ máx = 18Tc para as seqüências de comprimento 63. 10 10 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 10 0 Convencional Detector Performance -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 Walsh-Hadamard; N=32; 4users QS-sequence; N=31; 4users Optimal PN; N=63; 5users LCZ-GMW; N=63; 4users ZCZ; N=32; 4users SUB (BPSK) 5 10 15 20 25 SNR [dB] Figura 6.1. Desempenho analítico para o receptor convencional em canal AWGN utilizando alguns conjuntos de seqüências, τ máx% ≈ 10%. 6.1.4. Resultados de Simulações Monte-Carlo para Canal AWGN. A análise de desempenho do receptor convencional através de simulação Monte-Carlo envolveu todos os conjuntos de seqüências, Walsh-Hadamard, de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW, ZCZ, PS e SP, convenientemente selecionados anteriormente. Os resultados a seguir consideram o receptor convencional operando no canal reverso, tanto com controle perfeito de potência, como com disparidades de energia (efeito near-far), modulação BPSK coerente, formatação de pulso retangular e canal AWGN. Nas simulações com disparidades de energia entre usuários, a BERavg é calculada sobre os usuários de menor potência e as diferenças de potência entre os usuários são dadas por: NFR = [NF R1 N F R2 ... NF Rk ... NF RM ] (6.20) 100 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA 10 10 -1 10 -2 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 10 Convencional Detector Performance 0 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 Walsh-Hadamard; N=32; 4users QS-sequence; N=31; 4users Optimal PN; N=63; 5users LCZ-GMW; N=63; 4users ZCZ; N=32; 4users SUB (BPSK) 5 10 15 20 25 SNR [dB] Figura 6.2. Desempenho analítico para o receptor convencional em canal AWGN utilizando alguns conjuntos de seqüências, τ máx% ≈ 30%. onde a relação Eb N0 para o k-ésimo usuário é dada pela soma de Eb N0 indicada no gráfico adicionado ao valor de NF Rk , em dB. Para o conjunto, de seqüências QS, o subconjunto conjunto de seqüências utilizado foram os escolhidos na seção 6.1.2. Comprovando o fato mencionado naquela seção, a figura 6.3 ilustra o melhor desempenho do conjunto se seqüências QS Q1 em relação ao Q4 com controle perfeito de potência, figura 6.3(a), e com desbalanço de potência (efeito near-far), figura 6.3(b). Note que com o aumento de τ máx há uma inversão de desempenho obtido com os conjuntos Q1 e Q4 . Portanto a escolha do subconjunto de seqüências QS dependerá do erro máximo de sincronismo τ máx inerente ao sistema. Nas curvas BERavg × Eb , N0 figuras 6.4 e 6.5, considera-se que os sinais quase síncronos são recebidos conforme uma distribuição uniforme no intervalo [0; τ máx ], com passos discretos de Tc , Ns onde o número de amostras por chip é dado por Ns = 3. Nos gráficos BERavg × τ máx% das figuras 6.6 e 6.7, é fixado Eb N0 = 10dB, sendo os atrasos τ distribuídos uniformemente no intervalo [0, τ máx% ], com passos discretos de Tc Ns N e o número de amostras por chip dado por Ns = 10. O limite de desempenho do receptor convencional BPSK (single user bound, SUB) foi calculado analiticamente [40]: 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN Avg. BER (all users) 10 -4 Q ; N=31; 4users; Ns=10 1 Q ; N=31; 4users; Ns=10 4 SUB (bpsk) 10 -5 10 -6 10 Avg. BER (weak users) 101 10 0 1 2 3 4 Uniformly distributed delay [0;τ] (a) 5 -2 -3 10 -4 10 -5 10 -6 Q ; N=31; 4users; Ns=10 1 Q ; N=31; 4users; Ns=10 4 SUB (bpsk) 0 1 2 3 4 5 Uniformly distributed delay [0;τ] (b) Figura 6.3. Desempenho obtido por simulaç ão Monte-Carlo do receptor utilizando os subconjuntos Q1 e Q4 do conjunto de seqüências QS com propriedade QOQS(5) composto de seqüências de Gold(45, 73) em canal AWGN com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx ]; (a) com controle perfeito de pot ência; (b) metade dos usuários com NF R = 10dB. BERSU B = Q Ãr 2Eb N0 ! (6.21) Na condição de efeito near-far, a BERavg foi calculada realizando-se a média de desempenho sobre os usuários mais fracos ativos no sistema. Nos resultados obtidos, observa-se que para τ máx% < 16%, os conjuntos ZCZ, PS e SP resultam em melhores desempenhos. Em ambiente com near-far o desempenho do sistema com seqüências ZCZ e SP será levemente superior ao sistema com seqüências PS para um τ máx% < 10%. Por sua vez, a utilização de seqüências PS não necessita de um outro conjunto 102 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA de seqüências na etapa de sincronismo, considerando Loadmáx ' 10% e erro de sincronismo τ máx% < 25%. A utilização do conjunto de seqüências QS resulta em bom desempenho na condição de quase-ortogonalidade QOQS(5), τ máx% < 6%, para N = 31. Esse bom desempenho é sensivelmente degradado com o aumento do erro de sincronismo. O bom desempenho do receptor convencional empregando o conjunto LCZ é sensivelmente degradado quando τ máx% = 16%, resultando em um desempenho próximo ao da utilização de seqüências QS. O desempenho utilizando o conjunto PN Ótima é insatisfatório quando τ máx% = 0, obtendo melhoria marginal com o aumento de τ máx% , tendendo assintoticamente a um desempenho próximo ao conjunto WH, em ambiente com controle perfeito de potência, e ao do conjunto de seqüências QS, em ambiente com near-far. A grande quantidade de MAI gerada com a utilização do conjunto PN Ótima com pequenos erros de sincronismo é resultado principalmente do valor elevado da função EAC para pequenos atrasos, capítulo 3. O desempenho do receptor utilizando o conjunto WH é ótimo para τ máx% = 0, sofrendo degradação substancial para pequenos τ máx% . Assim como o conjunto WH, os conjuntos PS e SP resultam em ótimo desempenho no caso de perfeito sincronismo, pois todos esses são ortogonais nesta condição. A figura 6.8 ilustra o desempenho do receptor convencional utilizando o conjunto de seqüências LCZ-GMW com uma seqüência adicional. Verifica-se que o desempenho foi sutilmente degradado com a inserção dessa seqüência, porém continua compatível com o resultado dos demais conjuntos. Este resultado já era esperado pois, como mostrado no capítulo 3, a seqüência adicional não prejudica as propriedades de correlação cruzada do conjunto LCZ-GMW. Apenas a função de EAC para este novo conjunto é alterada. A partir da análise de desempenho do sistema QS-CDMA em canal AWGN obtido por simulação Monte-Carlo, verificou-se que com os conjunto de seqüências QS, LCZ-GMW, ZCZ e com conjuntos de seqüências polifásicas PS e SP o desempenho é pouco degradado quando o atraso entre usuários se mantém confinado em poucas unidades de período de chip. Estes 5 conjuntos apresentam desempenhos similares quando houver controle perfeito de potência. Quando houver desbalanço de potências recebidas (NF R 6= 0), o desempenho do sistema será bastante degradado com a utilização de seqüências QS ou quando utiliza seqüências LCZ-GMW com um erro de sincronismo elevado, enquanto que com as seqüências ZCZ, PS e SP, a degradação será ainda tolerável. No entanto, as propriedades de autocorrelação 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN 103 Conventional Detector Performance 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 -1 -2 -3 -4 Walsh-Hadamard N=32; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc max QS-sequence N=31; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc max =6Tc Optimal-PN N=63; 5 users; Ns=3; Dly max LCZ-GMW N=63; 4 users; Ns=3; Dly =6Tc max ZCZ N=63; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc max PS N=36; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc max =3Tc SP N=32; 4 users; Ns=3; Dly -5 max 10 SUB (bpsk) -6 0 1 2 3 4 5 E /N [dB] b 6 7 8 9 10 o Figura 6.4. Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × Eb ; N0 com τ k uni- formemente distribuídos no intervalo [0; 3Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal AWGN, e controle perfeito de potência. Conventional Detector Performance 10 Average BER (weak users) 10 -1 -2 10 -3 10 -4 10 -5 10 -6 Walsh-Hadamard N=32; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc; NFR=[0 0 10 10] max QS-sequence N=31; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc; NFR=[0 0 10 10] max Optimal-PN N=63; 5 users; Ns=3; Dly =6Tc; NFR=[0 0 0 10 10] max LCZ-GMW N=63; 4 users; Ns=3; Dly =6Tc; NFR=[0 0 10 10] max ZCZ N=32; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc; NFR=[0 0 10 10] max PS N=36; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc; NFR=[0 0 10 10] max SP N=32; 4 users; Ns=3; Dly =3Tc; NFR=[0 0 10 10] max SUB (bpsk) 10 -7 0 2 4 6 E /N [dB] b 8 10 12 o Figura 6.5. Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × Eb ; N0 com τ k uni- formemente distribuídos no intervalo [0; 3Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal AWGN, aproximadamente metade dos usuários com NF R = 10dB. das seqüências SP não são boas, sendo necessária a utilização de outra seqüência na etapa de sincronismo do receptor. Adicionalmente, a transmissão de sinais polifásicos em um 104 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA Convencional Detector Performance @ E 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 -1 b /N = 10dB 0 Walsh-Hadamard; N=32; 4users; Ns=10 QS-sequence; N=31; 4users; Ns=10 Optimal PN; N=63; 5users; Ns=5 LCZ-GMW; N=63; 4users; Ns=5 ZCZ; N=32; 4users; Ns=10 PS N=36; 4users; Ns=10 SP N=32; 4users; Ns=10 SUB (bpsk) -2 -3 -4 -5 -6 0 2 4 6 8 Uniformly distributed delay τ % 10 12 14 (Percentage of processing gain) 16 Figura 6.6. Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × τ máx% ; com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx% ] e Ns = 10 amostras/chip; Eb N0 = 10dB, canal AWGN e controle perfeito de potência. Convencional Detector Performance @ E/N = 10dB b 0 10 0 Walsh-Hadamard; N=32; 4users; Ns=10; NFR=[0 0 10 10](dB QS-sequence; N=31; 4users; Ns=10; NFR=[0 0 10 10](dB) Optimal-PN; N=63; 5users; Ns=5; NFR=[0 0 0 10 10](dB) LCZ-GMW; N=63; 4users; Ns=5; NFR=[0 0 10 10](dB) ZCZ; N=4; 4users; Ns=10; NFR=[0 0 10 10](dB) PS N=36; 4users; Ns=10; NFR=[0 0 10 10](dB) SP N=32; 4users; Ns=10; NFR=[0 0 10 10](dB) SUB (bpsk) -1 10 -2 Avg. BER (weak users) 10 -3 10 -4 10 -5 10 -6 10 0 2 4 6 8 10 12 14 Uniformly distributed delayτ (Percentage of processing gain) 16 % Figura 6.7. Simulação Monte-Carlo. Curva de BERavg × τ máx% ; com τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx% ] e Ns = 10 amostras/chip; Eb N0 = 10dB, canal AWGN e aproximadamente metade dos usuários com NF R = 10dB. 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN Conventional Detector Performance @ E 10 -2 b 105 /N = 10 dB 0 avg. BER (all users); NFR = [0 0 0 0 0] [dB] avg. BER (weak users); NFR = [0 0 0 10 10] [dB] SUB (bpsk) avg. BER 10 10 10 10 -3 -4 -5 -6 0 2 4 6 8 10 12 Uniformly distributed delay (percentage of processing gain) 14 16 Figura 6.8. Curva de BERavg × τ máx% para o conjunto LCZ-GMW com uma sequência adicional; p = 2, n = 6, m = 3, r1 = 1, r2 = 3 e os polinômios primitivos x6 + x5 + x3 + x2 + 1 e x3 + x2 + 1; τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; τ máx% ] e Ns = 5 amostras/chip; Eb N0 = 10dB e canal AWGN. sistema com seqüências polifásicas necessita de transmissores dotados de amplificadores de RF altamente lineares. Tais amplificadores reduzem drasticamente a eficiência em potência do sistema, podendo inviabilizar a implementação da unidade móvel. 6.1.5. Aproximação Gaussiana versus Simulação Monte-Carlo. As figuras 6.9, 6.10, 6.11 e 6.12 apresentam a comparação para o cálculo da BERavg analíticamente, utilizando a aproximação Gaussiana, e através de simulação Monte-Carlo cujos resultados foram apresentados. Verifica-se que a aproximação é muito boa para os conjuntos de seqüências QS, LCZGMW e ZCZ. Porém, para o conjunto seqüências PN Ótima, a aproximação não é satisfatória para BERavg < 10−3 . Este resultado já era esperado, pois na condição de τ máx ≈ 10%, o que significa τ máx = 10Tc para N = 63, a função ECC assume um valor diferente de −1 somente quando o atraso entre usuários é menor que 1, sendo que para dois usuários sincronizados, a função ECC assume o seu valor máximo θmáx = 33. Como os atrasos entre usuários seguem 106 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA uma distribuição uniforme no intervalo [0; τ máx ], os usuários interferentes com pequenos atrasos em relação ao usuário de interesse contribuirão com muita interferência, por outro lado, os usuários interferentes com grandes atrasos em relação ao usuário de interesse contribuirão com pouca interferência. Essa não uniformidade de quantidade de interferência entre os usuários interferentes faz com que a MAI não se comporte como um processo estatístico Gaussiano, e portanto invalida o cálculo da BER através da aproximação Gaussiana. Essa afirmação é reforçada verificando-se que a diferença entre o resultado analítico e o simulado torna-se substancial quando a relação Eb N0 aumenta justamente na região de Eb N0 onde a MAI tem prodominância sobre o ruído Gaussiano, aumentando também as discrepâncias entre as interferências causadas pelos usuários. 10 0 10 -1 10 -2 Avg. BER (all users) 10 -4 10 -5 -6 10 -7 10 -8 10 -9 10 Gaussian Aproximation Monte-Carlo Simulation -3 10 10 Convencional Detector Performance -10 5 10 15 20 25 SNR [dB] Figura 6.9. Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências QS com propriedade QOQS(5), N = 31, 4 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. Visando uma completa comparação entre os conjuntos de seqüências para sistemas QSDS/CDMA faz-se necessário ainda caracterizar e comparar o desempenho de sistemas empregando tais conjuntos em canais com desvanecimento e utilizando técnicas avançadas de recepção. 6.1. MODELAGEM DO SISTEMA EM CANAL AWGN 10 10 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 10 107 Convencional Detector Performance 0 Gaussian Aproximation Monte-Carlo Simulation -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 5 10 15 20 25 SNR [dB] Figura 6.10. Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências PN Ótima com n = 6, m = 3, N = 63, 5 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 10 10 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 10 Convencional Detector Performance 0 Gaussian Aproximation Monte-Carlo Simulation -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 5 10 15 20 25 SNR [dB] Figura 6.11. Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências LCZ-GMW com N = 63, 4 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 108 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA 10 10 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 10 Convencional Detector Performance 0 Gaussian Aproximation Monte-Carlo Simulation -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 5 10 15 20 25 SNR [dB] Figura 6.12. Comparação entre o resultado analítico (aproximação Gaussiana) e o resultado de simulação Monte-Carlo para o conjunto de seqüências ZCZ com n = 2, m = 2, t = 2 , N = 32, 4 usuários ativos, τ máx% ≈ 10% e controle perfeito de potência. 6.2. Modelagem em Canal com Desvanecimento Multipercurso A modelagem do sistema em canal com desvanecimento multipercurso foi a apresentada no capítulo 5. A saída do filtro casado para o primeiro percurso ` = 1 para o primeiro usuário k = 1, (5.4), é reescrita aqui por conveniência: zConv_1,1 = r + P Tb 2 ( α1,1 b1 + K X L X k=2 `=1 (0) L X `=2 h i (−1) (0) α`,1 b1 R1,1 (t`,1 ) + b1 R̃1,1 (t`,1 ) cos(Ψ`,1 ) h i (−1) (0) α`,k bk Rk,1 (t`,k ) + bk R̃k,1 (t`,k ) cos(Ψ`,k ) + η = A1 α1,1 b1 + SI1 + I1 + n1 ) (6.22) Considerando que o desvanecimeto de pequena escala segue uma distribuição Rayleigh, a pdf para a amplitude dos coeficientes de canal, α`,k , é dada pela equação () e reescrita a seguir: 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 2α − αρ2 e ρ fRayleigh (α) = 109 (6.23) onde α é o módulo do coeficiente de canal e ρ é a potência média do componente multipercur£ ¤ so ρ = E α2l,k . O desvanecimento de pequena escala apresentado conforme uma distribuição Rayleigh é comumente chamado de desvanecimento Rayleigh. A seguir, será desenvolvido o cálculo analítico para a BER do receptor convencional em canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso 6.2.1. Desempenho Analítico para Canal com Desvanecimento Rayleigh Multipercurso [40] [49]. O desempenho em canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso será desenvolvido utilizando também a aproximação Gaussiana. Assim como no cálculo do desempenho em canal AWGN, a MAI será tratada como ruído Gaussiano. Adicionalmente, em canal multipercurso, deve-se considerar também a auto interferência (self interference, SI ) no cálculo da relação sinal-ruído. A MAI, dada por (6.5), somada à SI (MAI+SI), considerando agora um canal com desvanecimento multipercurso, para o primeiro usuário, k = 1, e primeiro componente, ` = 1, pode ser escrita como: IMAI+SI 1,1 = L X |`=2 α`,1 I1,1 (t`,1 ) + {z } parcela da SI (SI1,1 ) K X L X |k=2 `=1 α`,k Ik,1 (t`,k ) {z (6.24) } parcela da MAI (I1,1 ) onde (i) Ik,j = i 1 h (−1) (0) bj Rk,j (τ k,j ) + bj R̃k,j (τ k,j ) cos(ωτ k,j + φk,j ) Tb (6.25) A variância da MAI+SI, ainda para o primeiro usuário, k = 1, e primeiro componente, ` = 1, é dada por: £ 2 E IMAI+SI 1,1 ¤ = L X `=2 M X L £ 2 ¤ £ 2 ¤ X £ ¤ ¤ £ 2 E α`,1 E I1,1 (t`1 ) + E α2`,k E Ik,1 (t`k ) k=2 `=1 (6.26) 110 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA Considerando que o valor médio quadrático dos coeficiêntes para cada componente multipercurso assume o mesmo valor (perfil atraso-potência uniforme), a variância da MAI+SI pode ser simplificada para: £ 2 E IMAI+SI 1,1 ¤ =ρ ( L X `=2 ) M X L X £ ¤ £ ¤ 2 2 α21,1 E I`,1 (t`1 ) + E Ik,1 (t`k ) (6.27) k=2 `=1 £ ¤ onde ρ = E α2`,k = cte, com ` = 1, 2, ..., L e k = 1, 2, ..., k − 1, M. Esta simplificação nem sempre condiz à realidade pois em geral, o perfil atraso-potência do tipo decaimento exponencial é o mais adequado e próximo daqueles obtidos através de medidas de campo. Porém, embora a hipótese de perfil atraso-potência uniforme conduza a uma simplificação na expressão analítica de desempenho, o resultado final desta simplificação ainda é bastante útil como ferramenta de análise comparada de desempenho sistêmico utilizando os vários conjuntos de seqüências para QS-CDMA. Se assumirmos t`,1 uniformemente distribuído no intervalo [−LTc , ..., −1Tc , 1Tc , 2Tc , ..., LTc ], a variância da SI pode ser escrita como [49]: £ 2 ¤ E SI1,1 (t`,1 ) = L 1 X 2 2 C (i − N) + C1,1 (i) 4LN 2 i=−L 1,1 (6.28) i6=0 onde Ci,j (.) é a função de correlação cruzada parcial entre a i-ésima e j-ésima seqüência de £ 2 ¤ espalhamento. Com a equação (6.11) calcula-se a variância da MAI, E Ik,1 (t`,k ) . Em [40] foi calculado a BER para sinais BPSK em canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso lento considerando todos os componentes com mesmo valor médio quadrático, ρ1,k = ρ2,k = ... = ρ`,k = ... = ρL,k = ρk . A expressão para BERavg em função da relação sinal-ruído média γ̄ é dada por: r µ ¶ γ̄ 1 BER = p(γ̄) = 1− 2 1 + γ̄ onde a relação sinal-ruído média é dada por γ̄ = (6.29) Eb E[α2 ]. N0 A relação sinal-ruído instantânea, ou relação sinal-ruído por bit γ b , para o k-ésimo usuário, considerando a MAI e a SI como ruído Gaussiano adicional é dada por: γb k = L X `=1 α`,k £ 2 2E IMAI+SI `,k ¤ + N0 Eb (6.30) 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 111 Realizando-se a média sobre γ b k tem-se: γ̄ b k = E [γ b k ] = = 1 2E[I 2 ] ρk + E[α2`,k ] £ 2 ¤ 2E IMAI+SI `,k + N0 Eb = ρk £ 2 2E IMAI+SI `,k ¤ + 1 Γk N0 Eb (6.31) Eb é a relação sinal-ruído média recebida para o k-ésimo usuário, SNRk . onde Γk = ρk N 0 Considerando recepção Rake MRC com diversidade D, a BER é dada: BER = [p(γ̄)]D D−1 X i=0 D−1+i i [1 − p(γ̄)]i (6.32) 6.2.2. Escolha dos Conjuntos de Seqüências de Espalhamento para a Análise Comparativa de Desempenho em Canal com Desvanecimento Rayleigh Multipercurso. Assim como na análise comparativa do receptor convencional em canal AWGN, os conjuntos de seqüências foram escolhidos de forma a obter carregamentos equivalentes. A avaliação de desempenho em canal com desvanecimento multipercurso considerou apenas as seqüências binárias: WH, seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ. Os conjuntos PN Ótima e LCZ-GMW utilizados na análise de desempenho em canal com desvanecimento multipercurso foram os mesmos utilizados na análise em canal AWGN. Para o conjunto PN Ótima, foi adotado m = 3, n = 2m, n = 6. O polinômio primitivo utilizado foi o x6 + x5 + x2 + x + 1 foi utilizado para a construção de GF (26 ). No conjunto LCZ-GMW, adotou-se p = 2, n = 6, m = 3 e os polinômios primitivos x6 + x5 + x2 + x + 1 e x3 + x2 + 1 para a construção do corpo GF (26 ) e GF (23 ), respectivamente. Para o conjunto ZCZ foi adotado m = 4, n = 1 e t = 1, resultando em um conjunto de 4 seqüências de comprimento N = 64 e ZCZ = 9. A função ECC para este conjunto será mínima, θi,j (τ ) = 0, para τ máx = 8. O conjunto de seqüências QS escolhido é derivado do conjunto Gold(203, 277). Deste conjunto de Gold, deriva-se 4 conjuntos compostos de 8 seqüências QS de comprimento N = 127 com propriedade QOQS(5), ou seja, θi,j (τ ) = −1 para τ = 0, ±1, ±2. Arbitrariamente escolheu-se o conjunto Q1 . 112 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA Para o WH foi adotado N = 64 e, assim como na análise de desempenho em canal AWGN, no cálculo da BERavg através de simulação, sorteiam-se 4 seqüências dentre as disponíveis em cada iteração. Já, o cálculo analítico da BERavg , por motivos de tempo de processamento, considera-se apenas as seqüências c2 , c3 , c4 e c5 do conjunto WH, as quais correspondem às linhas 2, 3, 4 e 5 da matriz de Hn . A tabela 6.2 sintetiza os principais parâmetros dos conjuntos de seqüências previamente escolhidos: o ganho de processamento N, o número de usuários ativos M no sistema, os valores máximos de θi,j (τ ) e Θi,j (τ ) com 0 ≤ τ < N, o intervalo em que a ECC é mantida mínima e o máximo erro de sincronismo, τ máx , sem ocorrer problemas de sincronismo. Conjunto N M Load ' |θi,j máx | |Θi,j máx | |θi,j (τ )| = |θi,j mı́n | τ máx WH 64 4 6, 25% 64 32 0 <1 Seqüência QS 127 8 6, 3% 17 45 τ ∈ [0, 2] < 127 Optimal PN 63 5 8% 33 33 τ ∈ [1, 8] < 63 LCZ-GMW 63 4 6, 3% 33 29 τ ∈ [0, 8] < 63 ZCZ 64 4 6, 25% 32 32 τ ∈ [0, 8] < 64 Tabela 6.2. Características dos 5 conjuntos de seqüências de espalhamento para QS-CDMA submetidos ao canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso. 6.2.3. Resultados Analíticos para Canal com Desvanecimento Rayleigh Multipercurso. Analogamente ao cálculo analítico do desempenho em canal AWGN, foi calculado o desempenho analítico do receptor Rake MRC em canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso utilizando os conjuntos de seqüências Walsh-Hadamard, de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ, previamente selecionados. Os resultados consideram o receptor operando no canal reverso, modulação BPSK coerente e formatação de pulso retangular. O perfil de potência do canal considera 6 componentes multipercurso, L = 6, sendo que todos possuem o mesmo valor médio quadrático, conforme a simplificação realizada no desenvolvimento da expressão analítica. A diversidade (numero de fingers) do receptor Rake MRC é adotada D = 2, D = 3, D = 4 e D = 5. Nas curvas BERavg × Eb , N0 figura 6.13, consideramos os atrasos t`,k = τ `,k − τ 1,1 relativos ao primeiro componente do primeiro usuário são distribuidos uniformemente no intervalo [−LTc , ..., −1Tc , 1Tc , 2Tc , ..., LTc ]. No gráfico BERavg × atraso, figura 6.14, é fixado 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO Eb N0 113 = 30dB, D = 4 e os atrasos t`,k entre os componentes multipercurso de um mesmo usuário são distribuídos uniformemente no intervalo [−LTc , ..., −1Tc , 1Tc , 2Tc , ..., LTc ] e os atrasos entre os primeiros componentes multipercurso de cada usuários são distribuídos no intervalo [0, t1,k máx ], onde t1,k máx é representado no eixo horizontal do gráfico (atraso). 10 10 10 10 0 10 -2 Avg. BER (all users) Avg. BER (all users) 10 -4 Walsh-Hadamard; N=64; 4users QS-sequence; N=127; 8users Optimal PN; N=63; 5users LCZ-GMW; N=63; 4users ZCZ; N=64; 4users SUB -6 -8 0 10 20 E /N [dB] b 30 10 10 10 10 40 0 -2 -4 -6 -8 0 10 0 b (a) 10 10 10 10 0 10 -2 -4 -6 -8 0 10 20 E /N [dB] b 30 40 30 40 0 (b) Avg. BER (all users) Avg. BER (all users) 10 20 E /N [dB] 30 40 0 (c) 10 10 10 10 0 -2 -4 -6 -8 0 10 20 E /N [dB] b 0 (d) Figura 6.13. Desempenho analítico em canal com desvanecimento multipercurso Rayleigh considerando 6 componentes multipercurso e receptor Rake MRC com (a) D = 2 fingers, (b) D = 3 fingers, (c) D = 4 fingers e (d) D = 5 fingers. Nas figura 6.13 observa-se a diferença de desempenho do receptor Rake utilizando as diversas seqüências de espalhamento. A utilização do conjunto WH resultou em um desempenho muito abaixo dos demais conjuntos. O melhor desempenho é obtido com a utilização do conjunto ZCZ. Os desempenhos obtidos com a utilização dos demais conjuntos são próximos, sendo que com o conjunto LCZ-GMW o desempenho é melhor que o obtido com o conjunto de seqüências QS que, por sua vez, é melhor que o obtido com o conjunto PN Ótima. Ainda na figura 6.13, verifica-se o significativo ganho de desempenho do receptor Rake com o aumento do número de fingers. 114 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA Convencional Detector Performance @ E 10 10 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 -1 /N = 30dB b 0 -2 -3 -4 -5 -6 -7 Walsh-Hadamard; N=64; 4users QS-sequence; N=127; 8users Optimal PN; N=63; 5users LCZ-GMW; N=63; 4users ZCZ; N=64; 4users SUB -8 -9 -10 1 2 3 4 5 6 Delay [Tc] 7 8 9 10 Figura 6.14. Desempenho analítico em canal com desvanecimento multipercurso Rayleigh considerando 6 componentes multipercurso e receptor Rake MRC com D = 4 fingers. Na figura 6.14, a mesma ordem de desempenho é observada. Sendo que para o conjunto LCZ-GMW o desempenho é drasticamente degradado com um pequeno aumento do atraso dos primeiros componentes multipercurso de cada usuário. Para verificar a precisão da expressão analítica no cáculo de desempenho do receptor Rake MRC em canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso, foi calculado o desempenho através de simulação Monte-Carlo para o conjunto LCZ-GMW nas mesmas condições de canal anteriormente citadas, figura 6.15. Verifica-se que o método analítico utilizado (aproximação Gaussiana) não resulta em precisão para a avaliação da BER, subestimando o desempenho na região média de Eb . N0 Porém permanece válido para analisar a tendência do desempenho. 6.2.4. Simulação Monte-Carlo para Canal com Desvanecimento Rayleigh Multipercurso. Em um sistema de comunicação típico, o sinal que carrega a informação é filtrado no transmissor, conforme a banda de operação do sistema, BW , passado pelo canal de comunicação e filtrado novamente no receptor antes da recuperação da informação. No caso do sistema DS/CDMA, o filtro do transmissor é ajustado para uma banda de passagem 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 10 10 Avg. BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 115 Convencional Detector Performance 0 Gaussian Aproximation Monte-Carlo Simulation SUB -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 0 5 10 15 20 E /N [dB] b 25 30 35 40 0 Figura 6.15. Comparação entre o resultado obtido através de aproximação Gaussiana e de simula ção Monte-Carlo para a seqüência LCZ binária com n = 6, m = 3, r1 = 1, r2 = 3 e os polinômios primitivos x6 + x5 + x3 + x2 + 1 e x3 + x2 + 1. BW = 1+F , Tc onde F é o fator de roll-off em um filtro raised-cosine; normalmente adota-se um filtro que implementa a raiz quadrada da saída do filtro raised-cosine tanto no transmissor quanto no receptor; em sistemas 3G, faz-se F = 0.22. Após o filtro do receptor, o sinal é amostrado a cada Tc segundos. Para modelar o conjunto filtro do transmissor, canal e filtro do receptor, utiliza-se um canal de resposta impulsiva finita (finite impulse response, FIR) espaçado em T = 1 BW segundos, figura 6.16. Assim, a resposta impulsiva do canal irá conter somente raias espaçadas em 1 BW segundos. A figura 6.17 mostra o perfil atraso-potência adotado para análise de desempenho em canal com desvanecimento Raylegh multipercurso. Este modelo para ambiente urbano típico, definido no estudo COST207 [50] e extensamente utilizado para simulação de sistemas de 2G, possui um número reduzido de componentes multipercurso, visando amenizar a complexidade e tempo de processamento computacional das simulações. Para os componentes tornarem-se espaçados de múltiplos de T = 1 , BW onde BW = 3, 84 × 106 Hz é a banda utilizada pelo sistema móvel celular CDMA de terceira geração, os atrasos foram aproximados conforme a tabela 6.3. 116 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA s (t ) T T α 1 (t ) T T α 2 (t ) T α L − 1 (t ) α L (t ) r (t ) Figura 6.16. Canal com resposta impulsiva finita (FIR) espaçado de T segundos. Normalized Power 0 .4 0 .3 0 .2 0 .1 0 .0 0 .0 2 .0 4 .0 6 .0 Delay, τ ( µ s ) Figura 6.17. Perfil atraso-potência para ambiente urbano típico com número reduzido de componentes, modelo COST207 urbano típico reduzido. Nas simulações, considerou-se a freqüência da poradora fc = 2GHz e a velocidade do móvel v = 110Km/h (ambiente veicular), resultando na freqüência Doppler máxima de fm = v λc = 203, 7Hz. Foi adotado também diversidade Rake D = 4, pois com 4 fingers é possível capturar mais de 90% da energia total do sinal recebido. Calculou-se o desempenho do receptor Rake MRC e do receptor Rake associado ao PICHD multiestágio. A modelagem deste sistema foi apresentada no capítulo 5. 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 117 atraso (µs) aproximação (Tc ) Potência Normalizada 0, 0 0Tc = 0s 0, 189 0, 2 1Tc = 0, 260µs 0, 379 0, 5 2Tc = 0, 520µs 0, 239 1, 6 6Tc = 1, 562µs 0, 095 2, 3 9Tc = 2, 343µs 0, 061 5, 0 19Tc = 4, 947µs 0, 037 Tabela 6.3. Perfil atraso-potência aproximado para o modelo COS207. 6.2.5. Resultados de Simulações Monte-Carlo para Canal com Desvanecimento Rayleigh Multipercurso. A análise de desempenho do receptor Rake MRC e também do receptor Rake associado ao detector MuD do tipo PIC-HD multiestágio em canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso através de simulação Monte-Carlo envolveu os conjuntos de seqüências binárias WH, seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW, ZCZ previamente selecionados. Os resultados a seguir consideram o receptor canvencional operando no canal reverso, com controle perfeito de potência, modulação BPSK coerente, formatação de pulso retangular e canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso com perfil atraso-potência dado pela tabela 6.3. Assim como nas simulações em canal AWGN, admitiu-se que os atrasos e fases das portadoras de todos os usuários ativos sejam conhecidos exatamente no receptor. As figuras 6.18, 6.19, 6.20, 6.21 e 6.22 apresentam os resultados obtidos com a utilização dos conjuntos de seqüências WH, seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ, respectivamente. Considerou-se que os sinais de cada usuário são recebidos conforme uma distribuição uniforme no intervalo [0; τ máx ], com passos discretos de Tc , Ns onde o número de amostras por chip é dado por Ns = 3. Para as seqüências de comprimento N = 63 e N = 64, considerou-se τ máx = 2Tc e, para a seqüência de comprimento N = 127, considerou-se τ máx = 4Tc . O limite inferior de desempenho do receptor Rake MRC (single user bound, SUB), considerando o canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso, foi calculado analiticamente conforme [40]: 1X = 2 ` L BERSUB onde γ̄ ` = Eb E N0 [α2` ]. (· ) r ¸Y γ̄ ` γ̄ ` 1− γ̄ ` + 1 i, i6=` γ̄ ` + γ̄ i (6.33) 118 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA Observa-se que os resultados obtidos com PIC-HD são semelhantes quando-se utilizam os conjuntos de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ, indicando que o incremento na complexidade do algoritmo de detecção do MuD PIC-HD, operando em canal com desvanecimento multipercurso, reduz ou mesmo elimina pequenas diferenças de desempenho devido aos distintos conjuntos de seqüências. Quando é utilizado o conjunto WH, o desempenho é insatisfatório. Em contrapartida, o desempenho do receptor Rake MRC é relativamente sensível ao conjunto de seqüências utilizado, mesmo em canal multipercurso. O melhor desempenho do Rake é obtido com o conjunto LCZ-GMW. Com os conjuntos de seqüências QS e ZCZ, o desempenho do Rake é semelhante, e com o conjunto PN Ótima, o desempenho do Rake é próximo ao desempenho obtido com o conjunto WH. Devido ao baixo carregamento utilizado nas simulaçãoes, o qual está limitado ao carregamento máximo obtido com o conjunto LCZ-GMW, com apenas um estágio do PIC toda a interferência possível de ser estimada é cancelada do sinal de interesse. Portanto, não se verifica ganho de desempenho com o aumento de estágios PIC. Para obter melhor desempenho com o PIC com baixo carregamento, é necessário aumentar o número de fingers do Rake. 6.2.6. Simulação Monte-Carlo para Canal GBSB. Para a simulação do sistema em ambiente microcelular foi utilizado o modelo de canal GBSB descrito na seção 4.4. Assim como mostrado na seção 6.2.4, também pode-se inserir o efeito do filtro do transmissor e do receptor ao canal GBSB, alterando sua resposta impulsiva. O modelo de canal GBSB apresenta resposta impulsiva em tempo contínuo. Após a filtragem adequada à banda BW do sistema, tem-se um perfil atraso-potência espaçado de T = 1 BW ' Tc . Ressalte-se que este procedimento é necessário pois em um sistema DS/CDMA típico, o sinal de cada usuário alimenta o filtro do transmissor a cada T segundos e este, após passar pelo canal, filtro de entrada do receptor e pelo correlacionador, é amostrado a cada Tc segundos. O filtro utilizado aqui é um passa-baixas ideal implementado no domínio da freqüência e truncado em uma janela de 30µs. Este filtro é disponibilizado juntamente com o pacote do modelo de canal COST259DCM [51]. Para reduzir a complexidade e tempo computacional nas simulações, o sinal transmitido não foi filtrado, mas sim a resposta do canal, como mostra a figura 6.23. A simulação foi realizada para o canal reverso, ou uplink, considerando visibilidade entre a antena do transmissor (terminal móvel) e a antena do receptor (ERB), permitindo assim, a existência do componente direto (LOS). Para a simulação ser mais realista considerouse também a filtragem espacial com antenas direcionais, resultando em células de formato 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 10 10 average BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 119 0 -1 -2 -3 -4 -5 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 SUB -6 -7 -8 0 5 10 15 20 25 Eb/No [dB] Figura 6.18. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do recep- tor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências WH; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. alongado, o que é comum em sistemas microcelulares, seção 4.2. Foram realizadas simulações considerando células com raio de rcel = 1000m e células com raio de rcel = 500m. Quando a distância entre transmissor e receptor é maior que o valor dn , dado por (4.17), considerou-se o expoente de perdas de percurso n = 4 para simular reflexões no solo e, quando a distância entre transmissor e receptor não supera dn , considerou-se n = 2. Os parâmetros utilizados nas simulações são sintetizados na tabela 6.4. A partir de simulações realizadas com o modelo de canal GBSB com filtro passa-baixas, verificou-se que apenas os primeiros 30 componentes possuem energia significativa. A figura 6.24 apresenta uma simulação realizada com 1000 amostras considerando os parâmetros da tabela 6.4 e o transmissor localizado a uma distância de 1000m do receptor. Verificase que os primeiro 30 componentes englobam aproximadamente 99, 7% da energia total, figura 6.25, e, adicionalmente, a maior energia normalizada dos demais componentes é de aproximadamente −38, 28dB. Portanto, considerar somente os primeiros 30 componentes 120 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA 10 10 average BER (all users) 10 10 10 10 10 10 0 -1 -2 -3 -4 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 SUB -5 -6 -7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Eb/No [dB] Figura 6.19. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do recep- tor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências QS; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 4Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. multipercurso é suficiente para obter resultados válidos e, em conseqüência, diminuir o tempo de processamento computacional nas simulações Monte-Carlo. A figura 6.26 apresenta o histograma de amplitudes dos coeficientes de canal para os 4 componentes de maior energia em ordem decrescente. Para a obtenção de desempenho do sistema, considerou-se o tempo de coerência do canal muito maior que o período do quadro de símbolos de informação (frame); portanto o canal se mantém estático (parâmetros constantes) durante todo o período de frame TF , o qual foi adotado igual a 100Ts . Nesta análise, não foi considerado o efeito da freqüência doppler; portanto, do ponto de vista de deslocamento doppler, considera-se que o transmissor está parado em relação ao receptor. Esta hipótese tem uma validade, uma vez que a mobilidade em ambiente microcelular é baixíssima. Também foi adotada a hipótese simplificadora que os usuários ativos estão dispostos alinhados de forma que os componentes diretos chegam à antena do receptor com direção DOA = 0. As distâncias entre os usuários são sorteadas 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 10 10 average BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 121 0 -1 -2 -3 -4 -5 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 SUB -6 -7 -8 0 5 10 15 20 25 Eb/No [dB] Figura 6.20. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do recep- tor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências PN Ótima; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. conforme uma distribuição uniforme no intervalo [50; 500]m, para células de raio rcel = 500m, e [50; 1000]m para células de raio rcel = 1000m. 6.2.7. Resultados de Simulações Monte-Carlo para Canal GBSB. Os resultados apresentados a seguir consideram o receptor Rake e o receptor Rake associado ao PIC-HD operando no canal reverso, com disparidades de energia (efeito near-far), modulação BPSK coerente, formatação de pulso retangular e canal GBSB. Os conjuntos de seqüências utilizados nas simulações são o conjunto ZCZ, com m = 3, n = 1, t = 1, e o mesmo conjunto de seqüências QS utilizado nas simulações em canal AWGN, com propriedade QOQS(5) e comprimento N = 31. O conjunto ZCZ selecionado é composto de 4 seqüências de comprimento N = 32 e a função EAC assume valor mínimo, −1, para deslocamentos menores ou igual a τ = 4Tc . Por outro lado, o conjunto de seqüências QS escolhido também é composto de 4 seqüências, porém, a função EAC assume valor mínimo, −1, somente para deslocamentos menores ou iguais a τ = 2Tc . 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA average BER (all users) 122 10 0 10 -1 10 -2 10 -3 10 -4 10 -5 10 4 Single Rate - Rake Diversity = 4 fingers Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 SUB -6 10 -7 10 -8 0 5 10 15 20 Eb/No [dB] Figura 6.21. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do recep- tor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências LCZ-GMW; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. Foram simulados as efeitos de 4 usuários ativos no sistema, resultando em carregamento Load% = 13% para o sistema que utiliza o conjunto QS selecionado e Load% = 12, 5%, para o sistema que utiliza o conjunto ZCZ selecionado. 1 O período de frame adotado, TF = 100Ts , resultou em TF = 100×31× 3,84×10 6 ' 807, 3µs para o sistema que utiliza o conjunto de seqüências QS e em TF = 100 × 32 × 1 3,84×106 ' 833, 3µs para o sistema que utiliza o conjunto de seqüências ZCZ. Considerou-se metade dos usuários com potência maior, NF R = 10dB. Assim, os resultados de BERavg foram obtidos a partir da média de desempenho sobre os usuários mais fracos ativos no sistema. Admitiu-se, como nos cálculos de desempenho anteriores, que os atrasos, fases das portadoras e amplitudes dos sinais recebidos de todos os usuários ativos sejam conhecidos exatamente no receptor. Nas curvas BERavg × Eb , N0 figuras 6.27 e 6.29, considerou-se o raio da célula rcel = 1000m e nas figuas 6.29 e 6.28 considerou-se o rcel = 500m. 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 10 10 average BER (all users) 10 10 10 10 10 10 10 123 0 -1 -2 -3 -4 -5 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 SUB -6 -7 -8 0 5 10 15 20 25 Eb/No [dB] Figura 6.22. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × Eb N0 do recep- tor Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências ZCZ; atrasos entre usuários τ k uniformemente distribuídos no intervalo [0; 2Tc ] e Ns = 3 amostras/chip; canal com desvanecimento Rayleigh multipercurso e controle perfeito de potência. Ideal Lowpass Filter GBSB Channel T-Spaced GBSB Channel T c P Figura 6.23. Obtenção do canal GBSB espaçado de Tc através de um filtro passa-baixas ideal. Verifica-se que a utilização do conjunto ZCZ, o qual possui uma maior faixa de deslocamentos onde a função EAC assume valor mínimo, resulta em desempenho do receptor Rake superior à utilização do conjunto de seqüências QS. O desempenho com detector PIC-HD é praticamente o mesmo para ambos os conjuntos de seqüências; observe-se que não há ganho de desemepnho com o aumento do número de estágios canceladores. Devido à utilização da filtragem espacial e às pequenas distâncias envolvidas em uma microcélula, os atrasos dos 124 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA Parâmetro Simbologia Valor Largura de banda do sistema BW Freqüência da portadora fc 2 × 109 Hz Largura do feixe da antena do transmissor bwt π/3rad Ganho da antena do transmissor Gt 7, 8dB Altura da antena do transmissor hm 1, 6m Largura do feixe da antena do receptor bwr π/3rad Ganho da antena do receptor Gr 7, 8dB Altura da antena do receptor hbs 5m Potencia transmitida Pt 20dBm Distancia mínima entre transmissor e receptor d0_mı́n 50m 3, 84 × 106 Hz Distancia máxima entre transmissor e receptor d0_máx 500m e 1000m Expoente de perda de percurso para d0 < dn n 2 Expoente de perda de percurso para d0 ≥ dn n 4 Perda nos objetos Lr 6dB Número de componentes multipercurso Lc 20 2 × dc0 Espalhamento multipercurso máximo τm Tabela 6.4. Parâmetros utilizados nas simulações em ambiente microcelular, modelo GBSB. componentes multipercuso estão confinados em poucos períodos de chip. Assim, a interferência causada por estes sinais é drasticamente eliminada devido à faixa de deslocamentos que resulta em ortogonalidade ou quase ortogonalidade entre as seqüências utilizadas. Para uma análise de desempenho mais completa em canal microceular, faz-se necessário a obtenção do desempenho do sistema variando-se os parâmetros que impactam de forma significativa o desempenho do sistema, como a abertura do feixe das antenas e as distâncias envolvidas. Por questões de tempo, esta análise será feita futuramente. 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO T-Spaced GBSB Channel 3 2.5 amplitude 2 1.5 1 0.5 0 120 100 1000 80 800 60 600 40 400 20 200 0 path delay (Tc) 0 samples Figura 6.24. Resposta impulsiva do canal GBSB espaçado de Tc , para um transmissor à distância de 1000m do receptor. T-Spaced GBSB Channel 0.7 T-Spaced GBSB Channel 0 -5 0.6 -10 0.5 Normalized E[( α) ] -15 2 -20 [dB] 0.4 2 E[(α) ] -25 0.3 -30 -35 0.2 -40 0.1 -45 0 0 20 30 40 60 path delay [Tc] 80 100 -50 0 20 30 40 60 path delay [Tc] 80 100 Figura 6.25. Valor médio quadrático dos coeficientes normalizado (esquerda) e em dB (direita) do canal GBSB espaçado de Tc para um transmissor à distância de 1000m do receptor. 125 126 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA (a) 140 120 100 ocurrence ocurrence 100 80 60 40 0 1 2 amplitude 40 0 0.5 1 amplitude 1.5 2 (d) 120 120 100 ocurrence 100 ocurrence 60 0 3 (c) 140 80 60 40 80 60 40 20 20 0 80 20 20 0 (b) 120 0 0.5 amplitude 1 0 1.5 0 0.2 0.4 0.6 amplitude 0.8 1 Figura 6.26. Histograma das amplitudes dos 4 componentes multipercurso de maior energia. Em ordem decrescente, (a) o componente 8, (b) o componente 7, (c) o componente 9 e (d) o componente 10. 10 average BER (weak users) 10 10 10 10 10 10 0 -1 -2 -3 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 -4 -5 -6 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Eb/No [dB] Eb Figura 6.27. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × N do receptor 0 Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências ZCZ; canal GBSB com rcel = 1000m. 6.2. MODELAGEM EM CANAL COM DESVANECIMENTO MULTIPERCURSO 10 10 average BER (weak users) 10 10 10 10 10 10 0 -1 -2 -3 -4 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 -5 -6 -7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Eb/No [dB] Eb Figura 6.28. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × N do receptor 0 Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências ZCZ; canal GBSB com rcel = 500m. 10 10 average BER (weak users) 10 10 10 10 10 10 0 -1 -2 -3 -4 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 -5 -6 -7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Eb/No [dB] Eb Figura 6.29. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × N do receptor 0 Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências QS; canal GBSB com rcel = 1000m. 127 128 6. ANÁLISE DE DESEMPENHO DE SISTEMAS QS-CDMA 10 10 average BER (weak users) 10 10 10 10 10 10 0 -1 -2 -3 -4 Rake PIC stage 1 PIC stage 2 PIC stage 3 -5 -6 -7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Eb/No [dB] Eb Figura 6.30. Simulação Monte-Carlo. Desempenho BERavg × N do receptor 0 Rake MRC e receptor Rake associado ao PIC-HD multiestágio utilizando o conjunto de seqüências QS; canal GBSB com rcel = 500m. CAPíTULO 7 Conclusões e Trabalhos Futuros O trabalho de investigação realizado permitiu comparar diversos conjuntos de seqüências de espalhamento aplicáveis a sistemas DS/CDMA quase síncronos. Verificou-se que a utilização de conjuntos com boas propriedades de correlação cruzada, como os conjuntos de seqüências QS, LCZ-GMW, ZCZ, PS e SP, resulta ganho de desempenho comparado ao obtido com o conjunto de seqüências Walsh-Hadamard, o qual não possui boas propriedades de correlação, mesmo para a condição de quase ortogonalidade. Porém, a utilização dos conjuntos de seqüênias polifásicas PS e SP pode exigir uma maior complexidade na etapa de sincronismo do receptor, pois suas propriedades de autocorrelação não são boas. Adicionalmente, a transmissão de sinais polifásicos necessita de transmissores dotados de amplificadores de RF altamente lineares. Tais amplificadores reduzem drasticamente a eficiência em potência do sistema, podendo inviabilizar a implementação da unidade móvel. As diferenças entre os desempenhos obtidos com os conjuntos de seqüências QS, PN Ótima, LCZ-GMW e ZCZ variam conforme as características do ambiente. Em ambiente macrocelular, os desempenhos obtidos com os conjunto LCZ-GMW e ZCZ são superiores aos obtidos com os demais conjuntos. Vale lembrar que o conjunto de seqüências QS e ZCZ são flexíveis em termos de carregamento do sistema. O carregamento do sistema que utiliza tais seqüências pode aumentar até 100%, reduzindo a faixa de deslocamentos onde a função de correlação cruzada par assume valor mínimo. Em contrapartida, os conjuntos PN Ótima e LCZ-GMW não permitem carregamentos elevados, impactando diretamente na capacidade do sistema, em termos do número máximo de usuários ativos por metro quadrado. O receptor Rake associado ao detector MuD do tipo PIC-HD com um único estágio cancelador permitiu eliminar toda interferência possível de ser estimada em um sistema QSCDMA, fazendo com que os desempenhos obtidos com os diversos conjuntos de seqüências se assemelhem. Quando o sistema opera com baixo carregamento e pequeno número de correlacionadores à entrada do Rake, não se verficou ganho de desempenho com o aumento do número de estágios canceladores. 129 130 7. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS O ambiente microcelular apresentou-se ideal para sistemas quase síncronos. Como a antena da estação rádio não possui altura superior aos objetos espalhadores ou refletores que estão ao seu redor, os componentes multipercurso com maior atraso de propagação tendem a chegar à estação rádio base, no caso do canal reverso, agrupados em ângulos próximos ao do componente com linha de visada. Dessa forma, a filtragem espacial através da utilização de antenas direcionais eliminará os efeitos dos componentes multipercurso com atrasos elevados, os quais são indesejáveis em sistemas quase síncronos. Em conseqüência, a interferência causada pelos componentes multipercurso com atrasos pequenos é drasticamente e facilmente reduzida com a utilização de conjuntos de seqüências de espalhamento com boas propriedades de correlação. Adicionalmente, as pequenas distâncias envolvidas em uma microcélula permitem obter o quase sincronismo dos sinais dos usuários sem a necessidade de estimar a localização do móvel ou estimar o atraso de propagação do sinal de sincronismo. Para a completa avaliação de sistemas DS/CDMA quase síncronos em canal microcelular é necessário considerar o efeito da freqüência Doppler no modelo de canal e também obter o desempenho variando-se outros parâmetros além da relação energia média de bit por energia de ruído AWGN, tais como: o ângulo de abertura do feixe das antenas, o ganho das antenas e as dimensões da célula. Para obter desempenhos mais próximos da realidade deve-se considerar os erros nas estimativas de atraso, fase da portadora e amplitude do sinal recebido. Também devem ser considerada a utilização de diversidade espacial e ou ”smart antennas” como técnica avançada de recepção. Desde já, estes tópicos são sugeridos como trabalhos futuros visando a continuidade da análise desenvolvida aqui. Referências Bibliográficas [1] P. Whalen, “On the road to third generation wireless,” Hill Associates Magazine, 2002. [2] Y.-H. Cho, J.-K. Ahn, E.-K. Hong, and K.-C. 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APÊNDICE A Procedimentos de Simulações Monte-Carlo O método numérico Monte-Carlo, utilizado neste trabalho para o cálculo da BERavg , descreve um sistema de comunicação conforme os comportamentos estatísticos de alguns de seus parâmetros. Cada simulação Monte Carlo emula implementa basicamente um transmissor DS/CDMA típico, um canal de comunicação e finalmente um receptor. A seqüência de bits de informação, os atrasos, fases, amplitudes e demais parâmetros envolvidos no sistema são escolhidos aleatoriamente conforme a distribuição adotada na modelagem do sistema. A BER é obtida da relação do número de bits detectados com erro pelo número de bits transmitidos: BER = número de bits errados número de bits transmitidos (A.1) O resultado mais confiável para a BERavg é obtido quando o número de bits transmitidos tender ao infinito. Como tal situação não é possível de ser obedecida, devido ao tempo de processamento computacional, relaciona-se o número mínimo de bits transmitidos com a suposta verdadeira BERverd : número mínimo de bits transmitidos = ℵ BERverd (A.2) Em virtude do tempo de processamento computacional, neste trabalho foi adotado ℵ = 10 e, quando utilizado o canal GBSB, a precisão dos resultados foi limitado à BERverd = 10−5 . Para simular variações lentas do atraso entre os sinais dos usuários ativos no sistema, foram transmitidos seqüências de bits ou quadros (frame) ao invés de bits isolados. número de frames = ℵ BERverd × número de bits por frame (A.3) Em conseqüência da transmissão de frames e da forma como são implementados os algoritmos, o tempo de processamento computacional diminui. 135 APÊNDICE B Publicações Científicas Resultantes deste Trabalho • André S. R. Kuramoto; Taufik Abrão; Paul Jean E. Jeszensky. ”A Compared Framework on Spreading Sequences for QS-CDMA Systems”, em fase de submissão. • André S. R. Kuramoto; Taufik Abrão; Paul Jean E. Jeszensky. ”Comparação de Seqüências de Espalhamento Aplicáveis a Sistemas QS-CDMA”, aceito para publicação na Revista Semina, dezembro de 2002. 137