ID: 61314533 08-10-2015 Tiragem: 33895 Pág: 11 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 10,73 x 29,83 cm² Âmbito: Informação Geral RUI GAUDÊNCIO Paulo Campos utilizou helicóptero do INEM indevidamente Presidente do INEM violou interesse público, diz IGAS Saúde Alexandra Campos Inspecção da Saúde diz que transporte de doente de helicóptero foi ilegal. Ministro toma decisão até meados deste mês A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) concluiu que a actuação do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi “objectivamente ilegal” no caso do accionamento de um helicóptero para transporte de uma doente terminal do hospital de Cascais para o de Abrantes. O major e médico Paulo Campos deve, assim, ser alvo de procedimento disciplinar por “violação do princípio do interesse público”, defende a inspecção nas conclusões das averiguações sobre este caso polémico. Mas não foi possível perceber se o ministro da Saúde vai ou não demitir o major, tendo em conta estas conclusões. O gabinete do ministro adianta apenas que Paulo Macedo vai pronunciar-se sobre esta matéria “em tempo oportuno”, até porque está “dentro do prazo legal para tomar as decisões sobre o processo em causa”, prazo esse que “vai até meados deste mês”. Para a IGAS, a conduta do presidente do INEM neste caso — Paulo Campos visitou a doente na qualidade de amigo da família e pediu o seu transporte de helicóptero — foi “contrária aos princípios gerais da ética e da boa gestão”. E isto porque, enfatiza a inspecção, “em função de um apelo particular, foi privilegiada uma doente sem que tal excepção fosse devidamente fundamentada e autorizada”. Mais: “Foram disponibilizados bens públicos/meios de emergência/recursos escassos e altamente diferenciados, com prejuízo do interesse público, e com custos associados ao accionamento do helitransporte e equipas”. A conduta de Paulo Campos “é determinante de procedimento disciplinar, por ser contrária aos princípios gerais da ética, da boa gestão, por violação do princípio do interesse público, bem como por violação do princípio da especialidade”. Em Agosto, o Jornal de Notícias já tinha avançado que a IGAS tinha detectado “irregularidades” neste caso. Mas nessa altura o Ministério da Saúde assegurava que estava a aguardar por mais elementos para poder tomar uma decisão. À frente do INEM desde Março de 2014, Paulo Campos foi enfrentando sucessivas denúncias. O caso do helicóptero foi o segundo processo de averiguações que lhe foi instaurado em poucas semanas. A doente foi transferida de helicóptero do hospital de Cascais para o de Abrantes em 25 de Janeiro, apesar de a unidade de Cascais não ter pedido qualquer transferência e de as normas do INEM não preverem o transporte de um paciente em estado terminal. Paulo Campos já tinha sido alvo de outro processo, sobre o alegado desvio de uma ambulância para que a sua mulher conseguisse chegar a horas ao hospital em que trabalha, mas este foi arquivado pela IGAS, por falta de provas. Ontem, a assessoria do INEM não quis reagir à notícia, alegando que “o presidente não se pode pronunciar sobre algo de que não tem conhecimento”. Corte: 1 de 2 ID: 61314533 08-10-2015 Tiragem: 33895 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 5,43 x 5,82 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2 Presidente do INEM violou interesse público, diz IGAS Inspecção-Geral da Saúde diz que transporte de doente de helicóptero do hospital de Cascais para o de Abrantes foi ilegal. Ministro toma uma decisão até meados deste mês p11