ASPECTOS QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DE IOGURTES DE LEITE DE CABRA COM ADIÇÃO DE PROTEÍNA DO EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA E DE PROBIÓTICO CHEMICAL ASPECTS AND FÍSICO-QUÍMICOS OF YOGURTS OF GOAT’S MILK WITH PROTEIN ADDITION OF SOYBEAN HYDRO SOLUBLE EXTRACT AND PROBIOTIC Danielle Cristina Guimarães da Silva¹, Elizandra Milagres Couto², Rejiane Avelar Bastos ², Luiz Ronaldo de Abreu³ ¹ Mestre em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras – UFLA ² Doutoranda em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras – UFLA ³ Professor Adjunto – Universidade Federal de Lavras – UFLA Palvras-chave: iogurte, extrato hidrossolúvel de soja, probiótico,físico-química Introdução Devido suas propriedades nutricionais e hipoalergênicas o leite de cabra tem recebido nos últimos anos maior atenção nacional. Em relação a outros tipos de leite, o de cabra apresenta vantagens como glóbulos de gordura de menor tamanho, alta digestibilidade (FRAZIER, 1995), elevado teor de cálcio, fosfato e vitaminas A e B. TAMINE & DEETH (1980) definem iogurte como sendo o produto resultante da fermentação do leite viabilizada pela cultura inicial mista obtida de Streptococcus thermophilus e do Lactobacillus bulgaricus, sendo permitida a utilização de outras culturas microbianas. Ultimamente, produtos de origem protéica vêm sendo utilizados nos fermentados, sendo que a soja tem sido estudada em razão de seu potencial na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. Este trabalho objetivou-se elaborar iogurtes à base de leite de cabra adicionados de extrato hidrossolúvel de soja (EHS) e probiótico e avaliar o efeito destas variáveis sobre as características químicas e físico-químicas em iogurtes, armazenados durante 29 dias, a 4ºC. Material e métodos Os iogurtes foram preparados segundo metodologia de Rodrigues (1998) e identificados com letras de acordo com o processamento (adição de EHS ajustado ao teor da proteína do leite na concentração de 20% - 14,5g/L e de Bifidobacterium lactis a 2%), conforme tabela 1. Tabela 1 – Identificação dos iogurtes segundo adição de EHS e cultura probiótica. Iogurte Adição de EHS Adição de cultura probiótica A Sem adição Sem adição B 20% Sem adição C Sem adição Com adição D 20% Com adição As análises químicas e físico-químicas foram realizadas no 1º, 8º, 15º, 22º e 29º dia de estocagem, calculou-se a média dos valores encontrados. A fração protéica foi obtida pelo método de Kjeldahl (AOAC, 1995); extrato etéreo (AOAC, 1995); cinzas (AOAC, 1995). A cor foi determinada pelo sistema CIELAB em equipamento Minolta® CR 310, através dos parâmetros de cor: L* (luminosidade), a* e b* (coordenadas de cromaticidade). Foram realizadas três repetições para cada tratamento. Os efeitos dos diferentes tratamentos foram avaliados por análise de variância (ANOVA), seguida de Teste de Scott-Knott, a 5% de significância, para expressar as diferenças em casos significativos, utilizando-se o software R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2009). Resultados e discussão A tabela 2, apresenta os resultados das análises químicas e físico-químicas dos iogurtes. Tabela 2 Valores médios de proteína, extrato etéreo, cinzas e de cor (parâmetros L*, a*, b*) Iogurte Proteína (%) Extrato etéreo (%) Cinzas(%) L* a* b* A 2,38 a 2,44 a 0,59 a 71,13 a 11,16 a 0,59 a B 3,20 b 3,86 b 0,77 a 73,22 a 11,74 a 1,76 b C 2,34 a 2,35 a 0,66 a 72,96 a 10,85 a 0,68 a D 3,02 b 3,63 b 0,78 a 72,09 a 11,38 a 1,91 b Médias seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Média Observa-se que em relação a proteína, os tratamentos A e C não apresentaram diferença significativa (por isso, na estatística apresentaram letras iguais), nos iogurtes de leite de cabra B e D, os valores de proteínas foram maiores que os outros tratamentos, devido à adição EHS durante a fabricação, verificou-se que estes tratamentos não apresentaram diferença significativa entre si. Em relação ao teor de extrato etéreo, os iogurtes A e C , não apresentaram diferenças significativas entre si nos valores. Os tratamentos B e D, ou seja, iogurte adicionado de EHS e iogurte adicionado de EHS e de probiótico, respectivamente, não apresentaram diferenças significativas entre si. A Resolução Nº 5 de 13 de novembro de 2000, não contempla o requisito físico-químico cinzas, portanto, não existem parâmetros de avaliação (BRASIL, 2000). Na análise de cor, os parâmetros L* e a* não apresentaram diferenças significativas. Para b* observou-se que os iogurtes sem adição de EHS , A e C, não apresentaram diferença significativa entre si (p<0,05). As maiores médias foram para B e D, iogurtes em que houve a adição de EHS que não se diferiram estatisticamente. Os valores positivos encontrados na análise colorimétrica de *b indicam que houve tendência ao amarelo, devido a adição de EHS. Conclusões Os teores de proteína, gordura e cinzas foram maiores nos iogurtes adicionados de EHS, a utilização de probiótico provocou a redução nas análises. Em relação à cor, os parâmetros L* e a* não apresentaram diferenças significativas, o parâmetro b* apresentou maiores valores para os tratamentos adicionados de EHS. A adição de EHS em iogurtes se mostrou viável, por elevar o valor nutricional do produto. Referências bibliográficas ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY. Official methods of analysis of AOAC International. 16th ed. Washington, 1995. v. 1/2. BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Resolução nº 5 de 13 de novembro de 2000. Oficializar os padrões de identidade e qualidade de leites fermentados. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 13 nov. 2000. Seção 1, p. 9. FRAZIER, C. A Food allergies got your goat? A “nanny” may help wean grown-ups from milk. Total Health, Califórnia, v. 17, p. 46-47, 1995. R DEVELOPMENTE CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing, 2009. RODRIGUES, F. Guia prático para elaboração de iogurte e bebida láctea: curso básico para iniciantes. Juiz de Fora: Instituto de laticínios Cândido Tostes, 1998. TAMINE, A. Y; DEETH, H. C. Yogurt: tecnhnology and biochemistry. Journal Food Protection, Austrália, v. 43, n. 12, p. 939-977, 1980.