ROUSSEAU: PEDAGOGIA DO HOMEM NATURAL Mildon Carlos Calixto* Paula Tauana Santos** Andréia Duarte Reis*** GT1: Espaços Educativos, Currículo e Formação Docente (Saberes e Práticas) RESUMO Objetivamos com o referido trabalho, apresentar um pouco do que seria a educação na ótica rousseauniana abordando os pontos de sua pedagogia que ainda podem subsidiar a educação contemporânea contribuindo com a mesma e posteriormente transportar o seu pensamento para a atualidade, observando sua viabilidade diante da pedagogia hoje. Não pretendemos apresentá-lo como um método desgastado e enfadonho, nem tampouco é do nosso desejo expor idéias aleatórias, ao contrário, nossa intenção é mostrar-lhe a importância e o valor pedagógico contidos neste ideal educacional proposto. Isso dar-se-á através de observações feitas a aspectos constituintes deste. Para o empreendimento deste trabalho foi necessário, tomar como texto base: O Emílio ou Da Educação, onde Rousseau discorre sobre as suas idéias acerca de como, onde, quando e quem é capaz de aplicar este método esboçado por ele. PALAVRAS-CHAVE : método rousseauniano, educação, educação contemporânea ABSTRACT We aim to work with that, rather than present would be education in the view of Rousseau addressing the points of their pedagogy that can still support the contemporary education contributing to it and then move your thinking to the present, noting its viability in the face of pedagogy today. We do not intend to present it as a method worn and weary, nor is it our desire to expose random ideas, on the contrary, our intention is to show you the importance and educational value contained in this proposed educational ideal. This will give remarks made by the constituent aspects of this. For the development of this work was necessary to take as a base text: Emilio or education, where Rousseau talks about his ideas about how, where, when and who is able to apply the method outlined by him. KEYWORDS: Rousseau's method, education, contemporary education * Mestrando em Educação pela UNIT, bolsista do CAPES/INEP/UNIT. Integrante do grupo de Pesquisa GPGFOP/UNIT/CNPq: Políticas Públicas, Gestão Socioeducacional e Formação de Professores. E-mail: [email protected] ** Acadêmica do curso de Pedagogia na Universidade Tiradentes, bolsista do CAPES/INEP/UNIT. Integrante do grupo de Pesquisa GPGFOP/UNIT/CNPq: Políticas Públicas, Gestão Socioeducacional e Formação de Professores e do NUPIEPED/UFS. E-mail: [email protected] *** Acadêmica do curso de Pedagogia na Universidade Tiradentes, bolsista de iniciação científica PROBIC/UNIT/CNPq. Integrante do grupo de Pesquisa GPGFOP/UNIT/CNPq: Políticas Públicas, Gestão Socioeducacional e Formação de Professores. E-mail: [email protected] Biografia e Obras Antes de adentrarmos no tema a ser enfocado, gastaríamos de apresentar sucintamente quem fora Jean-Jacques Rousseau e as obras daquele que é considerado entre os filósofos de sua época, “[…] o primeiro grande teórico da pedagogía moderna” (Reale, Antiseri, 1990, p.775). Jean-Jacques Rousseau nascera em Genebra, num ambiente calvinista, a 28 de junho de 1712. Descendente de país com condições sociais diferentes, porém, respeitáveis. O pai era um relojoeiro famoso, amante da literatura, excêntrico e sentimental, chamava-se Isaac Rousseau. A mãe era bela, inteligente e refinada, sua família era da Suíça e de classe superior, seu nome, Suzanne Bemard. Por infelicidade morrera após o nascimento de Jean-Jacques, o qual comentara: “[…] eu custei à minha mãe sua vida, e meu nascimento foi o primeiro de meus infortúnios” (Confissões, 1766, p. 8). Devido a isto, Rousseau nunca fora capaz de atingir a estabilidade interior ou exterior. Ele aprendera a ler em 1718, aos seis anos de idade. Seu pai o ensinou dando-lhe libros pertecentes à sua mãe, os quais lera avidamente. Todavia dando-lhe livros pertecentes à sua mãe, os quais lera avidamente. Todavia, o grande estímulo para a leitura dado pelo pai incutiu, em seu caráter, imaginação exacerbada e visão profundamente dramática das relações humanas, tornando-se incapaz de adquirir hábitos e atitudes convencionais à vida normal. Este fardo é carregado durante a juventude, onde também não se ajustou à vida social e profissional. Outro acontecimento importante na vida de Rousseau foi a ausência do pai quando tinha somente sete anos, em 1722. Mediante desentendimento e acusação injusta, Isaac Rousseau preferiu expatriar-se não mais participando do crescimento do filho. A tutela foi confiada ao tio Bernard que o envia, Juntamente com Abraham seu primo, para estudarem latim em Bossey. Ambos ficaram como pensionistas em casa do ministro Lambersier. Após o período de estudos retoma, em 1724, para Genebra, não conseguindo emprego, pois consideram-no incompetente. Passa deveras dificuldades. Foge, sendo acolhido pelo vigário de Confignon, enviando-o para Annecy sob os cuidados da senhora de Warens. Com ela, sela amizade, confidências e mais tarde tornam-se amantes. Esta, o confia ao Albergue dos Catecúmenos de Turim, onde converte-se ao catolicismo. Sua vida norteia-se entre altos e baixos: é contratado, em 1728, como criado na casa do Conde de Grenven, em seguida, retorna à casa de Warens. Em 1730-31, faz as vezes de cantor no coro da catedral de Annecy; é profesor de música em Lausane e Neuchâteu; acompanha um monge pela Suiça; começa a trabalhar no cadastro, registrando imóveis do território francês. Nesse período, esboça Narcisse, comédia. De 1732-37, retoma suas atividades como professor de música, e. Como amante da Senhora de Warens, faz varias viagens. Em 1740-42, trabalham como preceptor dos filhos do Senhor de Mably, em Lyon. Neste ínterin, escreve um projeto para a educação do senhor de Saint-Marie, acumulando experiências para a sua futura obra: O Emílio. Apresenta à academia um projeto a respeito de novos sinais para a música. 1743-44 publica a Dissertação sobre a música moderna; sela amizade com Diderot e Condilac; foi secretario dos Dupin e secretario da embaixada em Veneza. Em 1745, retoma a Paris e passa a viver com Thérèse Levasseur. Com a qual tem cinco filhos, todos entregues ao orfanato e, dos quais, nunca mais terão noticias. Termina a ópera Musas Galantes e retoca as Fêtes de Ronire, ópera de Voltaire e Romeau. Em 1746-47, morre seu pai; ajuda os Dupin a preparam uma Refutação do Espírito da leis e um livro sobre as mulheres. Em 1748, redige para os Enciclopedistas artigos sobre música. 1749-50 escreve o Discurso sobre as Ciências e as Artes, e é vencedor do premio da Academia de Dijon. Em 1751-52 polémica acerca de seu Discurso sobre as Ciências e as Artes. De Tesoureiro de um fiancista, passa a copista de música. O Andarilho da aldeia é encenado em Fonainebleau, com sucesso. Em 1753-54, escreve a Carta sobre a música francesa. Sendo condenada pela justiça francesa por conter, em seu conteúdo, falácias sobre a música da França. Reconverte-se ao protestantismo e volta a ser cidadão Genebrino. Em 1755, publica o Discurso sobre a desigualdade e o artigo A Economia Política, que sai na Enciclopédia. Escreve, em 1756, a carta sobre a Providência, contra Voltaire e esboça a Nova Heloísa. Redige, em 1757, a nova Heloísa e esboça o Emílio. Redige, em 1758, a primeira versão da Profissão de fé do Vigário de Savóia e também O Emílio, ainda a Carta a d’Alambert e A nova Heloísa. Termina, em 1759, a primeira versão do Emílio. Trabalha, em 1760, no Contrato Social e redige duas outras versões do Emílio, além de publicar A nova Heloísa. São publicados, em 1762, O Contrato Social e O Emílio. Ambos condenados em Genebra. Com isso, é obrigado a refugiar-se em Matiers. Elabora em 1763, o projeto de Constituição para a Córsega. Em 1764, é redigida as Cartas Escritas na Montanha em defesa do Emílio e do Contrato Social e inicia as Confissões. São condenadas, em 1765, as Cartas Escritas na Montanha Haia e Paris. Em 1766, trabalha nas Confissões. Publica-se, em 1767, o Dicionário de Música. Em 1770, faz leituras públicas das Confissões e, a mesma, é proibida pela polícia. De 1772-75, redige os Diálogos: Rousseau juiz de Jean-Jacques, e gana a vida copiando música. Termina, em 1776, a redação dos diálogos e inicia os Devaneios do Caminhante Solitário. Redige, em 1778, o 9° Passeio dos Devaneios. É acolhido pelo marquês de Grardin, em Ermenoville, onde morreno mês de julho, deixando inacabada a obra os Devaneios. Entre todas as suas obras escritas, deixa-nos um riquíssimo arcabouço cultural, destas, destacam-se como principais: Narciso, Dissertação sobre a música moderna, As musas galantes, Discurso sobre a Origem das Artes, Confissões, Peça: O adivinho da aldeia Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os homens, A nova Heloísa, Emílio ou Da Educação, O Contrato social, Cartas Escritas na Montanha, Os diálogos: Rousseau: Juiz de Jean-Jacques e Os devaneios. Possuidor de notável inteligência, nosso mestre genebrino não se ateve somente à educação, mas transcorreu seu pensamento por outras áreas, como: governo, religião, vida social, matrimônio. Seu pensamento influencia una reconstrução da filosofia, inspirando um novo movimento literário: o Romantismo e, como veremos posteriormente, com Rousseau, a educação ganhou um novo rumo. A respeito, o autor nos diz que: “[…] para recuperar o tempo perdido (…) imaginei uma espécie de plano que possa reparar todo o método, o mal que as distrações fizeram ao saber […]” (Rousseau, 1994, p. 65). Todo este arcabouço é adquirido graças às experiências acumuladas ao longo dos anos de sua juventude, durante suas peregrinações e estudos, o que permitiu-lhes familiaridade com os problemas sociais e filosóficos vigentes. Governo e educação tornaram-se temas centrais em seu pensamento. Rousseau era amante da música; identificava-se misticamente com a natureza; possuía sentimentos de justiça; interessava-se por artes manuais; era tímido, desconfiado e dono de um temperamento instável; como também possuidor de um desejo incomensurável de independência. No período em que apresentara seu pensamento, atribuíram-lhe vários conceitos, alguns destes perduram até os nossos dias. Vários foram aqueles que o definiram como iluminista, romântico, individualista e coletivista. Observa-se: Em seus escritos, reúne a veia mais profunda do iluminismo e lança raízes do romantismo, expressa ímpetos inovadores e reações conservadoras, o desejo e ao mesmo tempo, o temor de uma revolução radical, a nostalgia da vida primitiva e o medo de que por causa de lutas insensatas recair naquela barbárie ( Reale, Antiseri, 1990,p. 756). Rousseau apresenta-se, portanto, segundo este autor como um moralista tradicionalista que, alertado da desenfreada sociedade competitiva, tenta retardar o progresso com meios políticos e pedagógicos. 1.2- CONSEPÇÃO ROUSSEAUNIANA ACERCA DA EDUCAÇÃO Inserido no séc. XVII, permeado por grandes dificuldades, Rousseau encontra forças e inspiração para tratar de temas delicados e, ao mesmo tempo, discutíveis e hodiernos, como foi o caso do Contrato Social: uma abordagem utópica sobre como a sociedade deveria ser em todas as suas estruturas. E o Emílio ou Da Educação, no qual apresentara com afinco sugestões num vasto tratado sobre a educação, que não obstante ao seu tempo, vinha se arrastando errônea e aleatoriamente. Desta forma, apresenta-nos, um novo método educacional, o natural. Que segundo a ótica do autor convém defini-lo e esclarecê-lo: A natureza, dizem-nos, é apenas hábito (...) com as inclinações dos homens(...), podemos conservar as que resultam do hábito e que são menos naturais. Mas desde que a situação mude, o hábito cessa e o natural se estabelece. A educação não é certamente senão um hábito... (Rousseau, 1991, p. 9-10) Assim, o alcance da meta é por demais difícil, visto que o trabalho será realizado numa sociedade degenerada. “Que meta será essa? A própria meta da natureza” ( Id., p. 09). Mostrar as questões a cerca da educação na ótica rosseuniana, impeli-nos a excursionar por suas idéias na obra O Emílio, texto base para este trabalho, na qual nos propõe um novo jeito de educar. Serão considerados os pontos consoantes com a educação vigente. Não obstante, dando a devida importância aos aspectos tidos como relevantes para o autor. Trata-se de um projeto extremamente teórico, no entanto, com pontos passíveis de efetivação. Por ser um trabalho flexível, Rousseau deixa-nos á vontade para alisá-lo e julgá-lo: “De qualquer modo, peço encarecidamente aos leitores que ponham de lado meu belo estilo e examinem apenas se eu raciocino bem ou mal. (Id, p. 07) A realização deste projeto educacional só será possível se “... a educação proposta seja conveniente ao homem e bem adaptada ao coração humano” (Id, p. 05). Neste processo, somente se educará as crianças quando voltar a educação as suas condições reais, ou seja, quando bem adaptada, atenderá as necessidades condizentes com a faixa etária e com cada estágio de vida do indivíduo. Utilizando uma educação progressiva, respeitando os estágios da vida, o autor apresenta um processo pedagógico conforme as necessidades individuais do desenvolvimento, “... a educação do homem começa com o nascimento, antes de falar, antes de ouvir, ele já se instrui” (Id, p. 45) Essa mesma educação apresenta três tipos de mestre, um vem da natureza, outro dos homens e um outro das coisas. Dessas três educações diferentes, a da natureza não depene de nós; a das coisas, só em alguns aspectos.a dos homens é a única de que somos realmente senhores; mesmo assim, só o somos por imposição, pois quem pode esperar dirigir inteiramente as palavras e as ações de todos os que rodeiam a criança?”“. (id, p. 09) A educação natural constitui o principal meio para resgatar o homem das suas mazelas.pois a mesma, seria o estado original de: bondade, felicidade e harmonia em que o homem basta a si mesmo. Daí denominar como sendo a “idade da natureza” o primeiro estágio da vida humana. “Aqui onde a educação começa com a vida, ao nascer a criança já é discípula, não do preceptor, mas da natureza” (Id, p. 43-44) No discurso sobre a origem e os fundamentos da Desigualdade afirma: Não é fácil empreendimento distinguir o que há de originário na atual natureza do homem e conhecer profundamente um estado que não mais existe que talvez nunca tenha existido, que provavelmente não existirá jamais e do qual deve-se contudo, ter noções corretas para bem julgar o nosso estado presente.( id, p. 42) Seu intuito era transmitir a sociedade uma educação que fosse voltada para o homem natural, por isso dizer, educação da natureza, na qual o homem aprenderá com seus métodos a discernir sobre as experiências conquistadas, um conjunto de processos espontâneos, a continuar sendo bom. A sociedade é responsável pela degeneração moral da natureza humana: “tudo está bem quando sai das mãos do autor das coisas, tudo degenera nas mãos do homem” (Id, p. 07). Eis o motivo pelo qual exortara a educação natural: em busca do resgate do homem em sua essência, é claro que, o homem ideal é um ideal a ser perseguido. Com essa exortação, Rousseau não queria retroagir, convidando o homem a vida primitiva. Mas, tão somente, preservá-lo na bondade inicial e nas virtudes naturais de seu coração. “Não existe perversidade original no coração do homem; não se encontra neste nenhum vício que não se possa dizer como e por onde entrou. A única paixão natural do homem é o amor de si mesmo...” (Id, p. 90). Portanto para ele o homem nasce bom. Observando todo tipo de conflitos e misérias do mundo, ele quis imprimir na sociedade as nobres virtudes primitivas: igualdade, fraternidade e liberdade. Mais tarde, lema da Revolução Francesa, e que muito fora esquecido, graças aos males da sociedade e da educação dada aos jovens. Para ele se o homem soubesse viver de acordo com suas necessidades inatas, sem exigir de si mesmo coisas fúteis, seria feliz. O homem encontra-se isento de virtudes estas sufocadas pela sociedade dessacralizada e racionalizada. Faz-se necessário salientar que, com O Emílio, Rousseau não pretendera condenar a educação de sua época, mas somente mostrar que é preciso trabalhá-la no indivíduo com maior responsabilidade, evitando a formação de uma natureza contrária a inata, impedindo-lhe de acontecer que, “quanto mais nos afastamos de natureza mais perdemos nossos gestos naturais” (Id, p. 181) Urge para o autor mencionar como obra modelo sobre a educação: A república de Platão, aquela que depura os corações humanos. Quiçá, vem repudiar a escola pública , formadora de homens dúbios, egoístas, preocupados somente consigo mesmos. Uma escola incapaz de restituir e conservar a bondade no homem. ...mas o que tornará para os outros um homem que tenha sido educado unicamente para si mesmo? Se porventura o duplo fim que nos propomos pudesse reunir-se em um só, suprimindo as contradições do homem (...) preciso vê-lo formado; (...) preciso ter observado suas inclinações (...), preciso conhecer o homem natural. (Id, lbid) Contudo, para se chegar a formar esse homem incomum, o que seria preciso fazer? Rousseau dá-nos a seguinte resposta: “Muito sem dúvida: impedir que algo seja feito” (Id, p. lbid) Utilizando-se da criatividade e observância, o coração humano seja tolhido de tudo aquilo que a mácula em sua essência. Tendo em vista que: “moldam-se as plantas pela cultura e os homens pela educação” (Id,p. 08) É notório o esforço de Rousseau para combater os abusos existentes no sistema educacional, sem repudiar os mais altos valores humanos, apontando a direção na qual o homem está a trilhar, que é a de subsistir seu ser natural pela cultura intelectual, não senão esta a verdadeira instrumentalização do conhecimento e sim, o sentimento e o mundo humano, visto que: “a natureza chama-o para a vida humana (...) será primeiramente um homem (...) por mais que o destino o faça mudar de situação, ele estará sempre em lugar...” O pleno desenvolvimento dos sentimentos no indivíduo dá-se a partir do estabelecimento das comunidades locais, baseadas sobre tudo no grupo familiar, possuidor de um papel fundamental na educação. Será ela a responsável pelo aprendizado primeiro que consiste em preservar, na criança, o coração e o espírito invictos de todo vício e erros. É nele que se encontra os mais importantes educadores, os pais. A responsabilidade primeira encontra-se com a mãe, responsável por instruir e proteger a criança contra os males da sociedade; deve incutir nelas o espírito idôneo. “ É a ti (...) terna e previdente mãe (...) proteger o arbusto contra o choque das opiniões humanas (...) estabelece desde cedo um cinto de muralhas ao redor da alma de tua criança...”(Id, p. 7-8) Decerto, as mães desempenhariam importante papel e de acordo com Rousseau, com elas está a solução: “ Mas, que as mães, concordem em amamentar seus filhos, e os costumes reformar-se-ão sozinhos, os sentimentos da natureza despertarão em todos os corações...”(Id, p. 21) Não obstante, dá a devida importância ao papel do pai: “Um pai, quando engendra e alimenta seus filhos, não faz nisso senão o terço de sua tarefa [...]. Não há nem pobreza, nem tarefas, nem respeito humano que o dispensem de nutrir e educá-los de próprio...” (id., p.25). Contudo, pode acontecer que o indivíduo não tenha a chance de conhecer seus pais, seja abandonado. Isso acarretaria na amputação de sua natureza inata, já que: [...] um homem abandonado a si mesmo, desde o nascimento, entre os demais seria o mais desfigurado de todos. Os preconceitos, a necessidade, o exemplo, todas as instituições sociais em que nos achamos submersos [...] abafariam a natureza... (id., p. 07). Desta forma, Rousseau exaltara a importância da família na vida do indivíduo, uma célula da sociedade, na qual está contida a primeira e mais importante tarefa: a de forma e preparar o homem para a sociedade. A esse respeito declara: “[...] os atrativos da vida doméstica são o melhor contraveneno para os maus costumes [...]” (id., p. 21). Por conseguinte, exorta ao respeito, a acolhida e a boa instituição para com o indivíduo. É respeitá-lo em suas particularidades. Esta fora a sua primeira crítica à educação vigente faltosa com o tratamento específico à criança, forçando-as a serem, desde cedo, aquilo que não são. A criança é desrespeitada em seu âmago, é impedida de viver conforme sua natureza presente. É tolhida em seus pensamentos, em suas brincadeiras, enfim, nas ações próprias de criança, obrigando-as a serem adultos prematuros. É imprescindível ter em vista algumas peculiaridades próprias delas: certos modos de ver, de pensar e de sentir inteiramente especiais. Substituí-los pelos nossos é incoerência. Pois, o educador procura “sempre o homem na criança sem pensar no que ela é antes de ser homem” (id., p. 04). Urge, desta forma, para o autor, a necessidade de adequar a educação ao coração humano. Cada idade é provida de uma realidade distinta, não podendo ser administrada uma mesma educação para todos os estágios da vida. Se isso acontecer, os educadores estarão amputando, nas crianças, chances de adquirirem experiências próprias de cada fase, Por isso, a importância de administrar a educação de acordo e conforme a sua realidade, pois “nunca sabemos colocar-nos no lugar das crianças; não penetramos em suas idéias [...] só enchemos suas cabeças de extravagância e erros” (id., p. 210). Em vista disso, os objetivos da educação rousseauniana norteiam-se em dois aspectos: o desenvolvimento das potencialidades naturais da criança e o seu afastamento dos males sociais. No primeiro objetivo visa como potencialidades: a formação dos sentidos, a percepção, afetividade, intelectualidade, enfim, a aducação que abrange todo o ser, desde a sua constituição. O segundo objetivo é o resultado do primeiro, pois quando a educação atinge a seu fim, o indivíduo. espontaneamente afasta-se dos males sociais e passa a ser um cooperador à melhoria dos mesmos. Os sentidos seriam as primeiras faculdades a se formarem nas crianças, e estas, por sua vez, deveriam ser cultivadas em primeiro lugar. No entanto, são esquecidas e relegadas. “[...] Exercitar os sentidos não é apenas fazer uso deles, mas aprender a bem julgar através deles é aprender por assim dizer, a sentir; pois nós não sabemos nem tocar, nem ver, nem ouvir a não ser da maneira como aprendemos [...]” (id., p. 152). Para Rousseau, a criança aprende pelo sentir. É nele que está contida a primeira educação, e encontramos os primeiros instrumentos para os nossos conhecimentos. Que os sentidos sejam sempre os guias em nossas primeiras operações do espírito [...] é no coração humano que está a vida do espetáculo da natureza; para vê-lo cumpre senti-lo. A criança percebe os objetos, mas não pode perceber as relações que os une [...] (id., p.205). Daí a urgência de educar a criança à desenvolver de forma livre, a mover-se, a brincar e tomar posse do seu próprio corpo resultando no desenvolvimento da inteligência que, por sua vez, tem seus limites: “ Para aprender a pensar é preciso portanto exercitarmos nossos sentidos, nossos órgãos, que são instrumentos de nossa inteligência” (id., p. 141). Ademais, dentro do processo educativo aqui exposto é salientada a importância indiscutível da família no desenvolvimento da criança. Logo, nada sugere um preceptor cuja “primeira qualidade [...] é a de não ser um homem venal” (id., p. 26). Ao preceptor cabe a responsabilidade de instruí-la e orientá-la para o que lhe é inato: a natureza. Convém ao preceptor “[...]a tarefa de, em se apropriando dela, orientála rumo ao que lhe é natural” ( Serizara, 1990, p. 48). Para exercer a tarefa de educador e instrutor, é imprescindível possuir atributos intelectuais e morais. No entanto, há dificuldades para encontrá-lo. Ele deve aparecer de maneira impessoal, não impor caprichos e vontades suas, e sim, ser expressão máxima da natureza. O apagar do governante como pessoa tem, pois, por função, colocar a criança face a face com a natureza, dando-se como lei impessoal (id., p.51). Importa traçar o perfil do preceptor que, segundo ele “[...] deve ser jovem e até tão jovem quanto o pode ser um homem sábio” (Rousseau, 1999, p. 29), cujo papel é o de estar sempre ao lado da criança, todo e qualquer momento. Porque não dizer, tornase um com ela. Assim Rousseau estabelece essa máxima: “[...] vós deveis estar inteiramente atento à criança, observá-lo [...], pressentir todos os seus sentimentos, e prevenir os que não deve ter, enfim, de maneira que não somente se sinta útil á coisa[...]” (id., p. 241). Além do papel acima descrito, figura do preceptor também fora atribuído objetivos, que consistem em lhes “abrir o olhar” aos acontecimentos que discorrem ao derredor. Seus objetivos são: Fazê-lo controlador de suas ações, de preveni-lo ao menos contra as surpresas dos erros, e de mostrar-lhe se descoberto os perigos de que se acha cercado; até agora eu o retinha pela sua ignorância, agora é mediante esclarecimento que cumpre retê-lo ( Rousseau, 1995, p. 376) Outro aspecto obrigatório ao preceptor é o fato dele ter de tomar suas funções antes do nascimento da criança, e não posteriormente como era de costume, evitando que a fique sem assistência ao nascer. Deve julgar-se companheiro dela, deve conquistar-lhe a confiança e tomá-la tal qual ela é, selando, entre ambos, respeito e confiança. Ao preceptor implica apenas observá-lo, segui-lo, vigiá-lo, impedindo que seus esforços sejam contrariados. Nascemos capazes de aprender, mas sem nada saber e nada conhecendo. Acorrentado a órgãos imperfeitos e semiformados, a alma não tem mesmo o sentimento de sua própria existência [...] (Rousseau, 1999, p. 44). A vista disso, suas primeiras sensações são afetivas, percebem apenas o prazer e a dor. Nosso genebrino ainda faz distinção entre sensações são afetivas, percebem apenas o prazer e a dor. Existe somente uma ciência a ensinar às crianças, é a dos deveres do homem [...] eu prefiro chamar de governante, e não de preceptor, o mestre dessa ciência, porque se trata menos de instruir que de conduzir. Ele não deve fornecer preconceitos; deve fazer com que sejam encontrados (id., p. 29). Dessa forma, Rousseau denuncia o descaso dos pais, que negligenciam seus deveres. Assim, propõe o resgate da família, enquanto berço primordial para toda e qualquer educação. Rousseau também traça o perfil de seu aluno, neste caso, é construído por ele mesmo, já que se trata de um modelo a propor. No final, o menino “ideal”, será tido como diligente, moderado, paciente, firme e cheio de coragem e resistência. Urge optar por um “espírito comum”, pois, somente este, a seu ver, tem necessidade de ser educado, “[...] só a sua educação deve servir de exemplo a seus semelhantes” (id., p.30). Este espírito refere-se ao homem vulgar, sem inteligência e sem caráter. Contudo as pessoas que não fazem parte deste educam-se, apesar de tudo. A partir desta escolha, cogitara a diferença entre ricos e pobres, condenando a inconveniente educação recebida pelos primeiros, concluindo que antes são os menos aptos a adaptarem-se a todos os ramos da sociedade, já que são degenerados, vulneráveis os vícios, as opiniões e às experiências. Diferente dos pobres que, por sua própria condição, são obrigados a se tornarem homens sem a ajuda de outrem. A educação natural deve tornar o homem próprio para todas as condições humanas [...] escolhamos, pois um rico, pelo menos estaremos certos de ter feito um homem a mais, ao passo que um pobre pode tornar-se homem por si mesmo (id., p. 30-31). Para isso, faz-se necessário educar com uma “liberdade bem orientada” que, caso trabalhada gradualmente respeitando os estágios do desenvolvimento do indivíduo, é capaz de surtir efeitos promissores. Isto não implica dizer que chegaremos à educação perfeita, mas próximo dela. Sendo o verdadeiro estudo o da condição humana que considera no aluno um homem, “exposto a todos os acidentes da vida humana (id., p.15). Porque é ... preciso ensiná-lo a se conservar enquanto homem, a suportar os golpes da sorte, desafiar a opulência e a miséria[...]” (id., ibid.) Seguindo estes conselhos, exercitá-lo-emos para golpes que terão de suportar um dia, já que o destino do homem é sofrer. É necessário imunizá-lo para resistir a todos os males inevitavelmente encontrados na idade adulta. Um aspecto importante que é preciso impedir é a aquisição de hábitos, estes vão criando necessidades exíguas à sua natureza, muitas vezes, inculcados por aqueles que estão ao seu lado, o que é preciso prevenir. “O único hábito que devemos deixar que a criança pegue é o de contrair nenhum” (id., p. 47). Da mesma forma o autor adverte sobre a necessidade de aos poucos ir construindo o reinado de sua liberdade, entendido por ele, como direito e dever o mesmo tempo “[...] a liberdade lhes pertence e renunciar a ela é renunciar á própria qualidade de homem [...]” (id., p. 50). A liberdade é imprescindível à vida da criança, visto que esta se encontra em formação, e todos os seus movimentos são por demais necessários a sua constituição, que busca fortalecer-se. Negá-la seria interrompedor o desenvolvimento humano. [...] o maior de todos os bens não é a autoridade, e sim a liberdade. O homem realmente livre só quer o que pode e faz o que lhe apraz [...] trata-se apenas de aplicá-la à infância, e todas as regras da educação vão dela decorrer (id., p. 76). No entanto, apresenta algumas máximas para o trabalho educacional com crianças em conformidade com a educação natural, com o intuito de dar-lhes maior liberdade e menos domínio, ou seja, “[...] façam mais por si mesmas e exijam menos dos outros. Assim, acostumando-se cedo a limitar os seus desejos às suas forças, pouco sentirão a privação do que não estiver em seu poder[...]” (id., p. 55). A essência destas regras é suprir nas crianças os desejos de autoridade, de domínio sobre os outros. Para que elas possam gozar uma liberdade verdadeira, limitando seus desejos e passam a utilizar suas próprias forças, Daí Rousseau corrobora incentivando a liberdade bem dirigida. Ao começar a falar, a criança substitui uma linguagem por outra, dá-se início à exploração da mesma. Em virtude disso, o autor repudia a pressa que temos em fazê-las falar, causando efeitos contrários ao esperado, como o vício de pronúncia e fala confusa. Estes fatores são causados pelo abuso dos educadores que costumam insistir que as crianças falem antes do tempo adequado às suas capacidades para o exercício de tal função, quando não, são impedidas de se expressarem, ou ainda pior, são criticadas em seu tom de voz, tornando-se mudas, tímidas, e confusas. Para ele o mais importante não é apenas, ou ainda pior, são criticadas em seu tom de voz, tornando-se mudas, mas o tom como são ditas.“[...] Ensinai primeiro às crianças falar aos homens, pois saberão bem falar às mulheres quando for preciso [...]” (id., p. 62). Deixa claro que as palavras as quais o adulto pronuncia diante da criança têm sentido e conotação diferenciada para a mesma, pois a sua linguagem ainda é infantil, e as palavras não possuem significação suficiente para adequar-se à compreensão. O maior mal da precipitação com que se faz as crianças falarem antes da hora não é o fato das primeiras palavras que lhes dirigimos e as primeiras que elas falam não terem nenhum sentido para elas, mas sim o fato de terem um sentido diferente do nosso, sem que o percebamos (id., p.63). Exortara ainda sobre o trabalho desnecessário de ensinar as crianças palavras que, para elas, previamente, não possuem nenhum significado, na verdade deveria aterse em ensiná-las a pensar a refletir. “[...] É um imenso inconveniente ela ter mais palavras do que idéias e saber dizer mais coisas do que pode pensar [...]” (id., p. 64). Para impulsioná-la a instruir-se à leitura e à escrita urge criar nela o desejo de aprender estas artes. Contudo, somente vinculado a aprendizagem com o prazer e com sua utilidade será possível mostrar-lhe a importância destas. Importa também respeitar o ritmo de cada criança evitando que ela passe a odiar os estudos. Também enfoca o desenvolvimento infantil em sua totalidade, isto é, primeira fase da sua vida. “[...] Os primeiros desenvolvimentos da infância dão-se quase todos ao mesmo tempo. A criança aprende a falar, a comer e a andar aproximadamente ao mesmo tempo. Esta é propriamente a primeira fase de sua vida [...]” (id., p. 64). Urge, ainda para Rousseau, contemplar o cultivo e o desenvolvimento de suas forças. “Podendo mais por si mesmas, precisam com menos freqüência recorrer aos outros. Junto com a força, desenvolve-se conhecimento, que as põe em condições de dirigi-la” (id., p. 67). A partir daí, o indivíduo toma consciência de si, devendo ser considerado um ser moral. É preciso desenvolver uma educação intelectual, guiada sobre tudo pelo contato direto com as coisas, com os objetos, ajudando-o sentir a necessidade da natureza. O educador não deve ser mero repetidor de conceitos preestabelecidos, deve ensiná-las a fazerem um estudo comparativo entre a coisa dita e o objeto estudado, formando-lhe juízos verdadeiros e próprios. Formar homens capazes de pensar e agir com autonomia é um fim que norteia a educação. Ainda alerta que é na infância onde estão concentrados os maiores riscos à sua sobrevivência, é claro, que não deve utilizar-se dessa desculpa para impor-lhes a educação considerada por ele mesmo, bárbara. Que devemos pensar, então, dessa educação bárbara que sacrifica o presente por um futuro incerto, que prende uma criança a correntes de todo tipo e começa por torná-la miserável, para lhe proporcionar mais tarde não sei que pretensa felicidade de que provavelmente não gozará jamais? (id., p. 68). Esta mesma educação leva as crianças à escravidão, a trabalhos forçados, a castigos. Enfim: Homens, sede humanos, este é o vosso primeiro dever; sede humanos para todas as condições, para todas as idades, para tudo o que não é alheio ao homem [...] amai a infância; favorecei suas brincadeiras, seus prazeres, seu amável instinto (id., ibid). Cada fase deve ser vivida co intensidade, deve englobar todo o mundo infantil indiscriminadamente. Para isso, a educação deve promover na criança aquilo que ela é; deve propiciar-lhe condições efetivas para bem vivê-las. Que seja também, educada conforme suas tendências, que tenham um ofício conforme suas condições. Fazendo passar em revista diante de uma criança as produções da natureza e da arte, excitando a sua curiosidade, seguindo-a até onde a curiosidade a leva, teremos a vantagem de estudar seus gostos, suas inclinações e de ver brilhar a primeira fagulha de seu gênio, se tiver algum bem pronunciado (id., p.254). Afinal, ela nasce boa e a educação proposta por Rousseau quer garantir-lhe esta condição mesmo quando adulta. “Foi assim que a natureza, que tudo faz do melhor modo, inicialmente o instituiu” (id., p. 254). Rousseau rechaçara a ação errônea dos educadores. Ao invés de amadurecerem nas crianças sua bondade inata, degenera-as. Não considera que o bem estar do homem é ensiná-lo a ser homem, e o da criança ser criança, é claro, tratamento distinto. Daí ele defender a sua função da infância existente para que a criança seja educada e não tratada com desdém, e sim, trata-se de um período necessário à formação do homem. Por isso, “[...] ela não deve ser nem animal nem homem e sim criança mesmo; é preciso que sinta sua fraqueza e não que com El sofra; é preciso que peça e não mande [...]” ( id., p. 77). Ainda sobre os educadores, a estes são atribuídos, por sua própria função, deveres diante daqueles, os quais estão sob sua responsabilidade. Cabe a eles incentivar os alunos a raciocinarem, a verem o mundo com os seus próprios olhos. Devem orientá- los, estimulá-los e incentivá-los a amarem os estudos. Não é encher suas mentes com coisas sem utilidade, e sim, com idéias justas e claras. Mediante princípio educacional, Rousseau comentara que: “Não se trata de ensinar-lhe as ciências e sim dar-lhes inclinações para as amar e métodos para as aprender, quando a inclinação tiver desenvolvido bastante” (id. , p. 212). Outro importante papel do educador é levar o aluno à liberdade. Esse objetivo é de suma importância à vida do indivíduo. Assim ele explicita-nos: “[...] parece-me que para se tornar livre nada se tem que fazer; basta querer deixar de sê-lo. Foste vós, meu mestre, que me fizestes livre [...]” ( Rousseau, 1995, p. 570) Engrenado por estes caminhos, Rousseau chega à educação do homem inteiro; é no último estágio que mesmo irá concentrar-se na formação moral, iniciando-se o ingresso efetivo no mundo dos deveres sociais, não como mero expectador, mas como aquele que deve, a partir de sua idoneidade inicial, construir uma sociedade mais justa. BIBLIOGRAFIA ABBAGNANO, Nicola; VISALBERGHI, A História de Le Pedagogia. México: Fundo de cultura Econômica, 1974. CERIZARA, Beatriz. Rousseau: A Educação na Infância. São Paulo: Scipione, 1990. DALLARARI, Dalmo de Abreu. Pedagogia de Libertação. Em GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: Uma Biobliografia. Brasília: Cortez, UNESCO e Instituto Paulo Freire. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. FILHO, Lourenço. Introdução ao estudo da Escola Nova. 13ª Ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 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