Faculdade Regional do Jacuípe – FARJ
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Araripina-PE, 2015

O processo histórico educacional da área
rural brasileira até 1980 deve-se considerar o
processo histórico da escola rural a partir de
1910/20 momento em que a sociedade
brasileira despertou para a educação rural
por ocasião do forte movimento migratório
interno [...] quando um grande número de
rurícolas deixou o campo em busca das áreas
onde
se
iniciava
um
processo
de
industrialização mais amplo (LEITE, 2002).

Segundo Machado (2000), não houve uma efetiva
adequação da escola para a realidade rural, pois
não se levou em consideração que a "educação é
ampla multifacetada, variável de conformidade
com o ‘espaço’ humano racional em que é
possível aflorar. Por isso existem tipos e formas
educacionais diferentes, entre eles, a educação
rural". A educação no campo enfrenta diversos
problemas dentre os quais pode-se destacar
(LEITE, 2002): O elevado índice de analfabetismo,
sobretudo nas faixas etárias acima de 25 anos;
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A baixa remuneração e qualificação dos
professores, com predominância de professoras
leigas responsáveis por classes, na sua maioria,
multisseriadas;
O elevado índice de exclusão e repetência;
O crescente processo de municipalização da rede
de ensino fundamental, que responde pela quase
totalidade das matrículas nas séries iniciais das
escolas rurais, sem que sejam viabilizadas as
condições
estruturais
e
pedagógicas;
O
Ruralismo Pedagógico permaneceu até 1930 e
fracassou em seus objetivos.
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
Este modelo de educação rural esteve ligado aos
projetos de modernização do campo brasileiro,
levou a escola rural a uma imitação do processo
urbano,
constituiu
um
processo
de
descaracterização da sociedade camponesa que
mostra um formato escolar no qual há total
desinteresse do Estado em promover uma
política educacional adequada ao homem do
campo.
De acordo com Leite (2002), em sua obra “Escola
Rural: urbanização e política educacionais”, o
processo de urbanização exige que o processo
educativo seja mais abrangente para então
tornar-se um suporte para a industrialização.

No Estado de São Paulo, o pós II Guerra
Mundial despontou em uma crescente
industrialização que se alastrou até o campo
e acelerou a urbanização do país. Por isso
houve uma evasão da população rural para a
zona urbana, momento que "coincide" com a
chamada transformação da escola pública em
"escola de pobres" (MACHADO, 2000).
Assim os filhos das famílias mais privilegiadas
dentro da sociedade vão para as escolas
particulares enquanto a escola rural continuava
relegada a um último plano. Assim nota se que a
escola rural é firmada por um viés
urbanocêntrico (voltado para os conteúdos que
informam e são informados no processo de
urbanização), sociocêntrico (voltado para os
interesses de certas classes sociais) e
etnocêntrico (que privilegia a cultura relativa ao
mundo ocidental – a chamada racionalidade do
capitalismo, fortemente atrelada ao avanço
científico e tecnológico) (WHITAKER, 1992, p. 69).
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
Neste mesmo período surge o Programa de
Extensão Rural no Brasil, que de forma
romântica, acena com a possibilidade de
transformar o rurícola brasileiro em um farmer
norte americano pós guerra. Baseado em
características de um ensino informal, o trabalho
extensionista se apresentou como diferenciado e
até incompatível face ao molde centralizado
curricular do ensino escolar vigente. Sua base de
ação era a empresa familiar e o importante era
persuadir cada um dos componentes familiares a
usarem os recursos técnicos de produção para
conseguirem uma maior produtividade e
conseqüente bem-estar social.

Na década de 1950 são criadas a Campanha
Nacional de Educação Rural (CNER) e do Serviço
Social Rural (SSR). Ambas desenvolvidas para um
ensino técnico que se limitava a repetir as
fórmulas tradicionais de dominação, uma vez
que não usou em seu programa os verdadeiros
mecanismos da problemática rural. Apesar de
todas as tentativas aplicadas pela CNER para a
fixação do homem no campo, o êxodo rural foi
provocado por interesses subjacentes ao
processo de modernização agrícola.
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O que seria possível para mudar a realidade
da Educação no Campo?
Você é a favor de Melhorias na Educação no
Campo? Por quê?
Nos Dias atuais essa “Educação” está sendo
repassada de maneira adequada?
Você é a favor do Multisseriado ou não?
Justifique sua resposta!
Hoje a realidade da educação no campo
mudou ou continua a mesma?

O modelo de desenvolvimento implementado no
campo brasileiro foi tão excludente que marca
até hoje o modelo de educação adotado no
Brasil. A escola brasileira, de 1500 até o início do
século XX, serviu e serve para atender as elites,
sendo inacessível para grande parte da
população rural. Para as elites do Brasil agrário,
as
mulheres,
indígenas,
negros(as)
e
trabalhadores(as) rurais não precisavam aprender
a ler e escrever, pois, para desenvolver o trabalho
agrícola o letramento era desnecessário


Um importante aceno já dado pela LDB – Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, 9394\96 e fortalecida com
uma outra importante conquista recente para o conjunto
das organizações de trabalhadores e trabalhadoras do
campo, no âmbito da luta por políticas públicas, que foi a
aprovação das“Diretrizes Operacionais para a Educação
Básica nas Escolas do Campo” (Parecer no 36/2001
irresolução 1/2002 do Conselho Nacional de Educação).
Esse instrumento de luta, junto às ações de diversos
movimentos sociais e sindicais do campo vem
pressionando sua inclusão na agenda de alguns governos
municipais, estaduais e também na esfera do governo
federal.
Após a aprovação das Diretrizes Operacionais para
Educação Básica nas escolas do campo, vem se
desencadeando
um
processo
de
mobilização
e
envolvimento social, na busca de fortalecer a construção
de políticas públicas que garantam o acesso e
permanência a Educação de qualidade para os povos do
campo. (CUNHA, 1991)

O conceito de campo pode ser melhor compreendido
a partir do conceito de território como lugar marcado
pelo humano. São lugares simbólicos permeados pela
diversidade cultural, étnico racial, pela multiplicidade
de geração e recriação de saberes, de conhecimentos
que são organizados com lógicas diferentes, de lutas,
de
mobilização
social,
de
estratégias
de
sustentabilidade. Assim, o desenvolvimento humano
e o fortalecimento do capital social, por meio de
vínculos sociais, culturais e de relações de
pertencimento a um determinado lugar, a um espaço
vivido são imprescindíveis para o desenvolvimento
territorial sustentável. (FORQUIN, 1993)
O termo “educação do campo” que estamos
fortalecendo
tem
um
sentido
amplo
e
complexo,portanto, não deve ser entendido apenas
como sinônimo de ensino. Este conceito fundamentase na prática educativa que se tem desenvolvido nos
movimentos sociais, nas diferentes organizações que
atuam com educação, e na LDB – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, nº 9.394/96, que determina em
seu art. 1º:

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“A educação deve abranger os processos formativos
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
humana, no trabalho nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais”.

Por educação do campo concebe-se toda ação educativa
que incorpora espaços da floresta, da pecuária, das minas
e da agricultura, mas os ultrapassa ao acolher a si os
espaços pesqueiros, caiçaras,ribeirinhos, pantaneiros e
extrativistas e fundamenta-se nas práticas sociais
constitutivas dessas populações e seus conhecimentos,
habilidades, sentimentos, valores, modo de ser e produzir,
de se relacionar com a terra e formas de compartilhar a
vida. A LDB afirma que os indivíduos podem ser educados
e se tornar cidadãos e cidadãs na vida em família, no
trabalho, na escola, nas organizações sociais, por meio de
sua cultura, etc. Reconhece, assim,que a escola e os
espaços extra escolares são um chão de aprendizagem
para o exercício da cidadania.Assim, entende-se que a
educação esta presente em todos os processos formativos
ocorridos ao longo da vida de cada um dentro e fora da
escola. (FREIRE, 1987)
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Art. 28 – Na oferta da Educação Básica para a
população rural, os sistemas de ensino promoverão
as adaptações necessárias a sua adequação, às
peculiaridades da vida rural e de cada região,
especialmente:
I
– conteúdos curriculares e metodologias
apropriadas às reais
necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação
do calendário
escolar às fases do ciclo agrícola e as condições
climáticas;
III – adequação a natureza do trabalho na zona rural.
(PAIVA, 1987)

Para se conceber uma educação a partir do campo e para o
campo, é necessário mobilizar e colocar em cheque idéias
e conceitos há muito estabelecidos pelo senso comum.
Mais do que isso, é preciso desconstruir paradigmas,
preconceitos e injustiças, a fim de reverter às
desigualdades educacionais, historicamente construídas,
entre campo e cidade. A visão urbanocêntrica5, na qual o
campo é encarado como lugar de atraso, meio secundário
e provisório, vem direcionando as políticas públicas de
educação do Estado brasileiro. Pensadas para suprir as
demandas das cidades e das classes dominantes,
geralmente instaladas nas áreas urbanas, essas políticas
têm se baseado em conceitos pedagógicos que colocam a
educação do campo prioritariamente a serviço do
desenvolvimento urbano-industrial. (PEDRA, 1997)

A educação do campo: a constituição de um campo de
discussão constituição histórica das práticas educativas
emerge das necessidades de diferentes grupos sociais em
acessar a educação. A perpetuação de traços coloniais na
estrutura social brasileira, na composição dos governos e
na administração do público tem fortes raízes rurais e
patriarcais. A sobrevivência de traços coloniais na
interpretação da realidade perpassa as relações históricas
que conformam a estrutura fundiária brasileira. Atrelada a
esta estrutura, a educação rural não é exceção nas
determinações que, antes de representarem um
instrumento de ruptura com a ordem estabelecida, sofrem
processos de conformação em relação à estrutura social,
cultural e econômica gestada no e para o país.
1.5 Princípios e Fundamentos da Proposta
Educacional de Apoio ao Desenvolvimento
Sustentável PEADS
1.5.1 O que é a Peads ????????

Peads é a Proposta Educacional de Apoio ao
Desenvolvimento Sustentável, criada pelo Serviço de
Tecnologia Alternativa – Serta, ONG fundada em agosto de
1989, em seis municípios do Agreste de Pernambuco
(gravatá, Chã Grande, Orobó, Bom Jardim, Surubim e João
Alfredo), por um grupo de técnicos e produtores rurais.
Atualmente é uma Organização da Sociedade Civil de
interesse Público – Oscip. No período de muita
insegurança para a agricultura familiar no Brasil, devido à
abertura de mercado pelo então presidente Fernando
Collor e às mudanças nos países socialistas europeus,
jovens técnicos em agropecuária, educadores e
camponeses organizaram-se a fim de responder alguns
desafios para a sobrevivência e o desenvolvimento das
propriedades rurais. (ARROYO, 2000)

Os técnicos conviviam com os agricultores nas
propriedades para fazer capacitação em técnicas
apropriadas à pequena produção familiar, que
levassem em conta a recuperação do solo e o
equilíbrio do meio ambiente. Diante da
resistência às mudanças estimuladas pelas novas
tecnologias, os técnicos perceberam que, por
trás das questões técnicas, existiam questões
culturais profundas que teriam de ser levadas em
conta. Além da resistência dos adultos, que, aos
poucos, ia sendo trabalhada, a ausência e a
indiferença dos jovens passaram a preocupar os
técnicos e educadores. (BARRETO, 1989)

CALDART (2000) fala que os técnicos começaram a
preocupar-se com o que se ensinava nas escolas aos
jovens, que os deixavam tão indiferentes às realidades e
aos desafios concretos das famílias, do trabalho, da terra,
da renda, do meio ambiente. A partir daí, a Entidade foi
construindo uma relação com outros sujeitos sociais, com
os quais, até então, não tinha convivência: as escolas
rurais, as professoras, as diretoras e as gestoras da
educação nos municípios.As descobertas desse rico
processo estão recuperadas nos textos que se seguem.
Criado a partir de desafios, o Serta assumiu mais este, o
de construir uma proposta educacional para o meio rural
que levasse os alunos e as professoras a uma produção de
conhecimento que fosse útil às famílias, que incorporasse
outros
valores,
que
se
preocupasse
com
o
desenvolvimento.

FORQUIN (1993) diz que isso quer dizer que os
sistemas públicos de Educação agora vão correr atrás
do tempo para incorporar essa nova preocupação.
Como as experiências de Educação no campo dos
sistemas oficiais são raras, a procura vai ser intensa
onde elas existem, onde estão comprovando
resultados e validando metodologias. Os próprios
técnicos e gestores dos sistemas oficiais de ensino
estão
surpresos (MEC,
secretarias
estaduais,
secretarias municipais, universidades) com esse
percurso do marco legal. Eles foram pegos
desprevenidos. Não imaginavam a diversidade e a
riqueza de experiências existentes sem o respaldo de
marcos legal oficial

Como já foi descrito anteriormente, pensávamos que o
problema da distância entre a Escola e o desenvolvimento
estava na questão didática ou nas disciplinas. Se houvesse
disciplinas como Educação Ambiental ou Práticas
Agrícolas, poderíamos ter uma escola integrando
conhecimentos úteis ao desenvolvimento das propriedades
e uma proposta adequada de Educação Rural. Tal crença
levou-nos a procurar produções que já existissem com
esse esforço e nos deparamos com livros publicados para
a Educação Rural, já em desuso no Estado de Pernambuco.
Era uma coletânea intitulada Gente da Gente, produzida
com o apoio da Secretaria Estadual de Educação, do MEC e
da Universidade Federal de Pernambuco. Servia como livro
didático para as escolas do Sistema Integrado de Educação
Rural – Sier. (LEITE, 1999)

Há uma ingenuidade coletiva em pensar que a Escola só
transmite conhecimentos e que esse é seu papel. Os
professores, alunos e familiares comportam-se como se
esse fosse o papel da Escola. Muita gente cobra este papel
na Educação Rural: que a Escola transmita conhecimentos.
Quando as pessoas pensam assim, estão esquecendo que,
além de conhecimentos, a Escola ensina valores. E os
valores costumam incorporar-se no nível do inconsciente,
do subconsciente das pessoas e daí, passam a determinar
o comportamento; as maneiras de agir, de pensar, de viver
em uma cultura. Em outras palavras, as pessoas esquecem
com facilidade os conhecimentos adquiridos nas escolas,
mas os valores não. São mais difíceis de serem mudados,
porque suas raízes são mais profundas.

As perguntas fundamentais que os professores
têm a fazer são: em que acreditamos? Quais
valores construímos com nossos alunos? Quais
crenças difundimos junto à famílias? As pessoas
estão acreditando mais em si, em suas forças,
em suas potencialidades? A comunidade está
instrumentalizando-se mais para identificar sua
historia, seu presente e seu projeto de futuro?
Estamos construindo identidades de que tipo
com os alunos e o seu entorno? (LUCINI, 2005)

Universalização do acesso da população brasileira que
trabalha e vive no e do campo à Educação Básica de
qualidade social por meio de uma política pública
permanente que inclua como ações básicas: - fim do
fechamento arbitrário de escolas no campo; - construção
de escolas no e do campo; -acesso imediato à educação
básica; -construção de alternativas pedagógicas que
viabilizem com qualidade a existência de escolas de
educação fundamental e de ensino médio no próprio
campo; -educação de jovens e adultos (EJA) adequada à
realidade do campo; -políticas curriculares e de escolha e
distribuição do material didático-pedagógico que levem
em conta a identidade cultural dos povos do campo; acesso às atividades de esporte, arte e lazer; condição de
acesso às pessoas com necessidades especiais.
(GOODSON, 1995)

Ampliação do acesso e garantia de permanência da
população do campo à Educação Superior por meio de
uma política pública permanente que inclua como ações
básicas: - Interiorização das Instituições de Ensino
Superior, públicas, gratuitas e de qualidade; - formas de
acesso não excludentes ao ensino superior nas
universidades públicas; - cursos e turmas específicas para
atendimento das demandas de profissionais do campo; concessão de bolsas de estudo em cursos superiores
que sejam adequados a um projeto de desenvolvimento
do campo; - inclusão do campo na agenda de pesquisa e
de extensão das universidades públicas; - financiamento
pelo
CNPq
para
pesquisas
na
agricultura
familiar/camponesa e outras formas de organização e
produção das populações do campo; (GOODSON, 1995)

Valorização e formação específica de educadoras e educadores
do campo por meio de uma política pública permanente que
priorize: - a formação profissional e política de educadores e
educadoras do próprio campo, gratuitamente;-formação no
trabalho que tenha por base a realidade do campo e o projeto
político e pedagógico da Educação do Campo;-incentivos
profissionais e concurso diferenciado para educadores que
trabalham nas escolas do campo; -Definição do perfil
profissional do educador do campo; -Garantia do piso salarial
profissional nacional e de plano de carreira; -Formas de
organização do
trabalho que qualifiquem a atuação dos
profissionais da educação do campo; Garantia
da
constituição de redes coletivas: de escolas, educadores e de
organizações sociais de trabalhadoras e trabalhadores do
campo, para construção – reconstrução permanente do projeto
político-pedagógico das escolas do campo, vinculando essas
redes a políticas de formação profissional de educadores e
educadoras. (ENGUITA, 1989)

Formação de profissionais para o trabalho no campo por meio de
uma política pública específica e permanente de: -cursos de
nível médio e superior que inclua os jovens e adultos
trabalhadores do campo e que priorizem a formação apropriada
para os diferentes sujeitos do campo; -uso social apropriado das
escolas agrotécnicas e técnicas atendendo as necessidades dos
trabalhadores e trabalhadoras do campo; -fortalecimento das
equipes técnicas; -implementação de novos formatos de cursos
integrados de ensino médio e técnico tomando como referência
a sócio biodiversidade; - formação e qualificação vinculadas a
educação do campo, junto às universidades construídas
coletivamente com os sujeitos do campo, às equipes técnicas
contratadas e aos órgãos públicos responsáveis pela assistência
técnica. - criação de uma sugestão de agenda específica para os
institutos de pesquisa sobre agricultura familiar/camponesa e
outras formas de organização e produção das populações do
campo. (ENGUITA, 1989)


Respeito à especificidade da Educação do Campo e à
diversidade de seus sujeitos. O campo tem sua
especificidade. Não somente pela histórica precarização
das escolas rurais, mas pelas especificidades de uma
realidade
social,
política,
econômica,
cultural
e
organizativa, complexa que incorpora diferentes espaços,
formas e sujeitos. Além disso, os povos do campo também
são diversos nos pertencimentos étnicos, raciais: povos
indígenas, quilombolas. (ENGUITA, 1989)
Toda essa diversidade de coletivos humanos apresenta
formas
específicas
de
produção
de
saberes,
conhecimentos, ciência, tecnologias, valores, culturas. A
educação desses diferentes grupos tem especificidades
que devem ser respeitadas e incorporadas nas políticas
públicas e no projeto político-pedagógico da Educação do
Campo, como por exemplo, a pedagogia da alternância.

Lutar por um projeto de sociedade que seja justo, democrático e
igualitário; que contemple um projeto de desenvolvimento
sustentável do campo, que se contraponha ao latifúndio e ao
agronegócio e que garanta: • a realização de uma ampla e
massiva reforma agrária; • demarcação das terras indígenas; • o
fortalecimento e expansão da agricultura familiar/camponesa; •
as relações/condições de trabalho, que respeitem os
direitos trabalhistas e previdenciários x dos trabalhadoras e
trabalhadores rurais; • a erradicação do trabalho escravo e da
exploração do trabalho infantil; • o estímulo à construção de
novas relações sociais e humanas, e combata todas as formas
de discriminação e desigualdade fundadas no gênero, geração,
raça e etnia; • a articulação campo – cidade, o local - global.
Lutamos por um projeto de desenvolvimento do campo onde a
educação desempenhe um papel estratégico no processo de sua
construção e implementação. (FREIRE, 1991)

A associação entre as concepções tradicionais de
organizar e classificar os conhecimentos
escolares, ambiguamente presentes, com uma
educação popular revela algumas problemáticas
vivenciadas em sua aplicabilidade. Indicamos
algumas questões que observamos no campo das
práticas educativas com Temas Geradores, para
nossa reflexão e, talvez, como viabilidade de
reatualizar nossas ações no âmbito da educação
do campo, revendo quais os laços que ainda não
chegamos a romper com uma tradição escolar
que se impõe por sua força histórica constituinte.

Processos de conhecimento que sempre estão
historicamente situados, que são engendrados
em movimentos que podem propor rupturas ou
não com as formas de educar. Adentrando o
campo do currículo e, nele, o das práticas
pedagógicas, a íntima relação entre a sociedade
que temos e a que queremos pode ser
potencializada a realizar as transformações pelas
mãos dos trabalhadores ou, então, permitir que
elas continuem sendo determinadas por agentes
externos, desvinculados das problemáticas
vividas pelos povos do campo.


A história da educação popular, uma das geradoras dos
fundamentos da educação do campo, como vem
anteriormente, possibilita-nos compreender que os
anseios populares de transformar a sociedade em que
vivemos encontraram nos Temas Geradores uma das
formas de problematizar essa realidade, mas também nos
mostra que os processos históricos estão sempre se
fazendo, e, como agentes deste processo histórico
necessitaram nos situar em constante refazer-se.
Essa dinamicidade processual constitui-se em matéria
de reflexão, que nos permite sempre reelaborar nossas
práticas pedagógicas no sentido de uma educação
necessária à libertação e nos remete ao desafio constante
de reiventar as formas como as produzimos, o que
significa refletirmos sobre a complexidade em que nossas
práticas educativas estão imersas.
EQUIPE 01:
=>A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
NO CENÁRIO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DA
SOCIEDADE BRASILEIRA;
 EQUIPE 02:
=>ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO
DO CAMPO NA SOCIEDADE BRASILEIRA;
 EQUIPE 03:
=>POLÍTICA DE EDUCAÇAO: RURAL VERSUS
CAMPO.

EQUIPE 04:
=>O MST E A ESCOLA
 EQUIPE 05:
 =>MANIFESTO DAS EDUCADORAS E DOS
EDUCADORES DA REFORMA AGRÁRIA AO
POVO BRASILEIRO

OBSERVAÇÃO: O TRABALHO DEVE SER
DINÂMICO E INTERATIVO!
 SUGESTÕES:
=>TEATRO;
=>MÚSICAS;
=>VIDEOS;
CADA GRUPO DEVE PESQUISAR O TEMA
SORTEADO E REALIZAR APRESENTAÇÃO.

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