51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
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Palavras-chave: DNA, HPV, Orofaringe
Sacramento, PR1 ; Babeto, E1; Fernandes, AM2 ; Ruback, MJC 2 ; Bonilha, JL2 ; Souza, FP4;Villa, LL3; Rahal, P1
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Laboratório de Estudos Genômicos. Campus São José do Rio Preto, IBILCE, UNESP, SP; 2Faculdade de Medicina, FAMERP, São José
do Rio Preto, SP; 3Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, São Paulo, SP; 4Instituto de Ciências Biomédicas, Laboratório de
Virologia, USP, São Paulo, SP.
Estudo epidemiológico do
papilomavírus humano na orofaringe de
indivíduos normais do sudeste do Brasil
Os papilomavírus humanos (HPV) são vírus de DNA epiteliotróficos podendo ser encontrados em lesões
epiteliais benignas e malignas. Até o momento, são conhecidos mais de 120 tipos de HPVs, que estão
subdivididos em grupos de baixo ou alto risco. Os de baixo risco estão relacionados com lesões benignas e os
de alto risco com lesões malignas. Alguns tipos de HPVs de alto risco têm sido encontrados na orofaringe de
adultos normais e em pacientes com câncer, sendo as tonsilas a região com maior prevalência. Os objetivos
desse estudo são investigar a prevalência do DNA de HPV em quatro regiões da orofaringe em indivíduos
normais e associá-los com fatores de risco como o uso de tabaco, de álcool, prática de sexo oral e número de
parceiros sexuais. Foram coletadas 200 amostras de 50 pacientes de quatro regiões da orofaringe: tonsilas
palatinas, palato mole, base de língua e parede posterior da faringe. Destes, 71,4% são mulheres e 28,6%
homens, sendo 14,3% fumantes e 85,7% não fumantes. A média de idade dos 50 pacientes é 25,4 anos,
sendo 28,6% etilistas e 71,4% não etilistas. Em relação ao comportamento sexual, 14,3% dos pacientes
praticam sexo oral e 57,1% têm entre 1 a 4 parceiros sexuais. As metodologias utilizadas para a identificação
de HPV foram extração de DNA, amplificação por PCR do gene beta-globina, como controle da avaliação
de integridade e quantidade do DNA, amplificação por PCR do gene L1 do HPV, tipagem viral, clonagem
e seqüenciamento. Das 200 amostras validadas, 86,5% (n = 173) amplificaram o fragmento do gene betaglobina. Todas as 173 amostras foram submetidas à amplificação do gene L1 do HPV e posteriormente
tipadas utilizando-se 20 sondas, sendo 19 de diferentes tipos de HPVs e uma genérica, que é degenerativa
e detecta a maior parte dos HPVs. Os resultados mostraram que 14,0% dos indivíduos foram positivos
para o HPV e que as regiões das tonsilas e do palato mole foram as mais prevalentes. A análise da
tipagem viral mostrou que 55,6% das amostras hibridizaram com sondas específicas para HPVs 16,
18 e 52 e 44,4% hibridizaram com sonda genérica. As amostras hibridizadas com sonda genérica
foram clonadas e seqüenciadas, sendo positivas para HPV tipo 61. O HPV tipo 61 foi encontrado
em 28,6% dos indivíduos, seguido pelos HPVs tipos 16, 18 e 52 que estavam presentes em 14,3% dos
indivíduos, cada tipo, respectivamente. Todos os HPVs encontrados nesse estudo são de alto risco. Deste
modo, nosso resultado está de acordo com os de outros autores que detectaram a prevalência de DNA de
HPV de 5% a 20% em indivíduos saudáveis, especialmente os tipos de HPV 16 e 18.
Apoio financeiro: FAPESP/CNPq.
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Estudo epidemiológico do papilomavírus humano na orofaringe de