Nº 12 - Dezembro 2010 ser possível eliminar o vírus naturalmente, embora não tenhamos certeza, ainda, se uma proporção dos indivíduos infectados mantém o HPV em número indetectável e, após um tempo, ele eventualmente reapareça. 5. A vacina contra HPV é útil em mulheres que já tiveram lesões? Sim, como demonstrado recentemente: mulheres já expostas aos HPVs contidos nas vacinas e que desenvolveram lesões associadas a estes tipos se beneficiam da vacina de HPV, não apresentando recidivas ou novas lesões por aqueles tipos de HPV. É muito importante frisar que a vacina não tem nenhum efeito terapêutico, isto é, não trata mulheres que estão infectadas ou apresentam lesões no momento da vacinação. Em outras palavras, estas vacinas são exclusivamente preventidas, não terapêuticas. 6. Quais são os desafios para a pesquisa e tratamento das doenças causadas por HPV? Em minha opinião, são principalmente dois: o primeiro, como mencionado acima, é o desenvolvimento de vacinas terapêuticas eficazes para combater infecções persistentes e lesões pré-malignas, em número elevado em mulheres jovens, na faixa etária de 20 a 45 anos (principalmente, mas não exclusivamente). Estas vacinas, contra as proteínas precoces (E6 e E7) de HPV de alto risco estão em fase adiantada de estudo, mas ainda falta muito para sua utilização. Outro desafio envolve a descoberta de marcadores tumorais capazes de identificar, com eficácia, a doença em seus estágios iniciais para pronta intervenção, ou mesmo para selecionar dentre muitas pessoas afetadas aquelas em que a doença progredirá de forma mais grave; assim, são resguardados aqueles cujos tumores têm forte tendência a regredir. Estas pesquisas estão em andamento, inclusive por pesquisadores do grupo de Virologia do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, sob minha responsabilidade. página anterior próxima página