fornecimento e instalação de novos cabos submarinos de energia elétrica. O consórcio vencedor é formado pelas estrangeiras Van Oord e Boskalis, em um contrato de R$ 210 milhões. A homologação, que também demorou a sair, ocorreu em dezembro. Ainda no setor público, a Codesp chegou a realizar, em agosto, um pregão para obras emergenciais de manutenção das profundidades nos trechos 2, 3 e 4 do canal de acesso, por conta do insucesso das licitações em Santos, que previa dragagem continuada (intervenção inicial e limpeza, e manutenção de profundidade em uma segunda etapa). O contrato foi assinado com a Van Oord, no valor de R$ 19,7 milhões e com duração de seis meses. Outras duas licitações envolvendo dragagens foram abertas no segundo semestre de 2014, realizadas pelos poderes públicos locais. Em Santa Catarina, o governo estadual lançou o edital para a primeira etapa das obras dos novos acessos aquaviários no porto de Itajaí, em Santa Catarina, em que serão investidos R$ 130 milhões. O projeto prevê ainda uma segunda fase a ser licitada pela SEP, com previsão de investimento da ordem de R$ 208 milhões de recursos federais. Já no Rio de Janeiro, estão sendo licitadas as obras de infraestrutura hidráulica para a construção do Complexo Logístico e Industrial Farol/Barra do Furado, en- joão acácio gomes de oliveira Nossos atuais trabalhos estão acabando tre os municípios de Campos e Quissamã, ao custo previsto de cerca de R$ 344 milhões. As empresas têm sentido o impacto da redução do volume de obras contratadas nos portos organizados. Segundo o gerente regional do grupo Jan de Nul, Marco Roks, a retração vem reduzindo os negócios da empresa há dois anos. “O mercado de dragagem está igual à economia brasileira. De 2012 para 2013 tivemos uma redução de 50% de crescimento, e de 2013 para 2014 devemos ter mais 50% de redução. O ano de 2015 é uma incógnita”, afirma ele. “A situação econômica não é boa, se não tem dinheiro circulando, não tem perspectiva de negócios”, completa. No fim do ano passado, o único contrato em execução da Jan de Nul era para dragagem no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão. Para o presidente da DTA Engenharia, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, 2014 também foi fraco em termos de dragagem. Em sua visão, não houve movimentação concreta da SEP referente ao PND II e os grandes projetos portuários privados estão em marcha lenta no país. “Entre 2013 e 2014 tivemos duas grandes contratações que foram as obras no porto de Paranaguá, com a Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), em um contrato de 130 milhões, e dois projetos para a Vale Logística, em Cubatão, para um terminal com três berços”, relata o dirigente da DTA. “Nossos atuais trabalhos estão acabando, Paranaguá termina em fevereiro”, completa. Neto acrescenta que a empresa ainda tem R$ 130 milhões a receber referentes a obras do PND I no porto de Santos, licitação vencida pelo consórcio Draga Brasil, do qual a DTA faz parte e inclui também EIT, Equipav e a chinesa Check Dredging. Do total, R$ 88 milhões correspondem a reequilí- PORTOS E NAVIOS FEVEREIRO 2015 9