MANUELA ESTEVES
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE DE LISBOA
UMA IMPOSIÇÃO SOCIAL
•  A qualificação certificada por diplomas cuja estima aumenta,
no plano social geral, se forem obtidos mediante uma
avaliação externa
UMA IMPOSIÇÃO ECONÓMICA
•  A qualificação certificada por diplomas cuja validade
aumenta, no plano económico – acesso ao trabalho e ao
emprego – se forem obtidos mediante um processo de exame
externo
•  ATÉ QUE PONTO EXISTE UM DESFASAMENTO ENTRE
AS POLÍTICAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO CURRICULAR
(NACIONAIS E LOCAIS) E A PRÁTICA GOVERNATIVA
EXPRESSA ATRAVÉS DOS EXAMES NACIONAIS DE
HISTÓRIA DO ENSINO SECUNDÁRIO?
Os exames nacionais exprimem a concepção dominante do
Estado acerca da aprendizagem
Os exames nacionais são um poderoso factor de
homogeneização de concepções e de práticas curriculares
das escolas e dos professores
Existe uma relação entre as provas de exame construídas
em cada ano e o programa curricular de ensino da História
Princípios
estruturantes
fundamentais
A concepção de História dos autores do programa: o
conhecimento histórico como decorrente da
confrontação de hipóteses com os dados e na crítica
exaustiva de fontes
Repensar o lugar das disciplinas nos planos de estudo
do ensino secundário
Inscrição num modelo de escola capaz de se assumir
como criadora de currículo
Princípios
organizativos
fundamentais
Definição de finalidades e objectivos a atingir –
cognitivos, socio-afectivos e atitudinais
Explicitação de competências a desenvolver:
“integração de hábitos de ponderação de opções
promotoras da intervenção consciente e democrática na
vida colectiva”
Centralidade das metodologias e dos recursos de
ensino e aprendizagem
• 
• 
• 
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• 
• 
• 
• 
• 
Problematizar relações entre o passado e o presente
Interpretar crítica e fundamentadamente o mundo actual
Interpretar o conteúdo de fontes
Aplicar instrumentos de análise
Formular hipótese explicativas
Utilizar correctamente vocabulário específico
Desenvolver hábitos de organização do trabalho intelectual
Sistematizar conhecimentos e apresentá-los
Identificar a natureza do conhecimento histórico
(c/ 5 objectivos específicos)
•  Favorecer a autonomia pessoal e a clarificação de um sistema
de valores, numa perspectiva humanista
•  Desenvolver a consciência da cidadania e da necessidade de
intervenção crítica em diversos contextos e espaços
•  Desenvolver atitudes de curiosidade intelectual
•  Desenvolver a capacidade de autocrítica, de abertura à
mudança, de compreensão pela pluralidade de opiniões e pela
diversidade de modelos civilizacionais
•  Aprofundar a sensibilidade estética, clarificando opções
pessoais
•  Desenvolver hábitos de participação em actividades de grupo,
assumindo iniciativas e estimulando a participação de outros
•  Desenvolver a consciência dos problemas e valores nacionais,
dos direitos e deveres democráticos e do respeito pelas
minorias
•  Interpretar o diálogo passado – presente como um processo
indispensável à compreensão das diferentes épocas,
civilizações e comunidades
Finalidades e
objectivos
cognitivos
13
(62%)
Finalidades e
objectivos
socio--afectivos
e atitudinais
8
(38%)
Ano
Fase
Domínio cognitivo
Conhec.to
2006
2007
2008
2009
2010
Compr.são
Aplicação
Análise
Síntese
Avaliação
1
-
35
10
25
10
20
2
-
20
30
-
25
25
1
-
35
-
10
30
25
2
-
35
10
10
30
15
1
-
65
-
10
25
-
2
-
35
10
15
-
40
1
-
30
-
15
25
30
2
-
20
10
15
25
30
1
-
45
-
15
25
15
2
-
35
15
10
25
15
355
85
125
220
215
Total
0
objectivos cognitivos
40
35
30
25
20
15
10
5
0
objectivos cognitivos
Dois cenários contraditórios:
Face aos exames, dificuldade e
delicadeza da contextualização
curricular
A existência de exames não
determina inexoravelmente o
trabalho dos professores
-Fidelidade a uma matriz nacional
-Construção de uma oferta curricular
adaptada a alunos concretos
O sucesso dos alunos em exames
anda acompanhado de estratégias
e práticas docentes para
contextualizar o saber
Adequar o saber às possibilidades
de alunos individuais
Adequar o saber às turmas e às
suas características
Adequar o saber às oportunidades
que a escola e o meio oferecem
Respeitar a natureza epistemológica
da disciplina e as exigências daí
decorrentes
O conceito, em si
mesmo, não suscita
reflexão
problematizadora
por parte dos
professores
imbricação
reflexão
centralidade
O conceito não
ocupa um lugar
central no discurso
dos professores
O conceito surge
envolvido num
conjunto de
intenções e de
práticas visando o
sucesso académico,
só alcançável nos
exames mediante
uma adequação
desse saber
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