Página |3 Curso Intensivo Pré-Vestibular UFPB 2012 Campus I (João Pessoa) Língua Portuguesa Gilcássia / Maria Daniela / Mayara Fonsêca / Widmark Silva / Rafael de Mello Camilla Santiago / Débora Accioly Professor Responsável: Prof. Dr. Luiz de Sousa Jr. (Chefe de Gabinete Reitor UFPB) Coordenadora Pedagógico: Sabrina Grisi P. de Alencar Apoio Pedagógico: Jivago Correia Barbosa Coordenador de Área: Francisco das C. G. de Lima Página |3 REDAÇÃO – Gêneros Textuais. ARTIGO DE OPINIÃO É um gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma questão relevante, geralmente controversa, de natureza social, política, cultural, etc. O caráter argumentativo do texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições arroladas pelo autor para convencer os leitores da validade da análise que faz. Geralmente são veiculados em revistas e jornais. NOTÍCIA RESUMO CARTA RESENHA A notícia é um gênero discursivo que apresenta o registro de fatos de interesse geral, sem que a opinião de quem a escreve a respeito dos acontecimentos seja explicitada. Sua finalidade é informar, por meio de um relato, as circunstâncias em que ocorreram os fatos registrados. Toda notícia apresenta os fatos a partir de uma perspectiva determinada pelo olhar de quem a escreve, pela orientação do jornal ou revista e pelo públicoalvo da publicação. A notícia se divide em: Título Sua função principal é chamar a atenção do leitor. A titulação de uma matéria depende principalmente do espaço delimitado pelo projeto gráfico. Títulos devem conter ação. Use verbos Lead Quem? Sujeito/Personagem O que? Fato/Acontecimento É a apresentação concisa e seletiva das ideias principais do texto. Consiste no trabalho de condensação de um texto. Resumir não significa copiar. Significa fazer um apanhado, com suas próprias palavras, das ideias que mais se destacam e revelam sobre o texto. Carta argumentativa: é um gênero em que o autor do texto dirigi-se a um interlocutor com o objetivo de defender um ponto de vista e, se for o caso, convencer esse interlocutor a mudar de opinião sobre alguma questão polêmica ou leva-lo a agir de uma determinada maneira. É um gênero que combina a apresentação resumida das características essenciais de uma dada obra(filme, livro, peça de teatro, etc) com comentários e avaliações criticas sobre sua qualidade. TEXTO PUBLICITÁRIO É um gênero que procura despertar no interlocutor o desejo de comprar algo, seja um produto, uma idéia ou aderir a uma causa. São, por essa razão considerados persuasivos. Estabelece uma interlocução direta e valem-se de diferentes recursos da linguagem para conseguir a adesão do leitor àquilo que vendem ou sugerem. São gêneros que exemplificam o discurso publicitário: anúnicos (em revistas e outdoors televisivos e radiofônicos), panfletos, folhetos, fôlderes, etc. CONVITE É um texto que tem a finalidade de convidar alguém, seja no nível individual ou coletivo, para algum acontecimento/evento a ser realizado em um determinado local, em uma determinada data e hora, que devem estar evidenciados, preferencialmente em local de destaque, com a finalidade de fazer com que o interlocutor não se esqueça dos apontamentos mais importantes de um convite. Página |4 Quando? Tempo Por quê? Causa/Motivo/Finalidade Como? Modo/Maneira Onde? Lugar Corpo da Matéria É o desenvolvimento da matéria. Princípios de textualidade: 1. 2. 3. 4. Coesão e Coerência; Intertextualidade e Informatividade; Intencionalidade e Aceitabilidade; Situacionalidade. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Todo texto encerra uma mensagem: uma significação. Por isso deve ser um todo, um conjunto de palavras que formam um sentido. Quando produzimos uma redação, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Todo remetente tem por função enviar uma mensagem ao destinatário. No caso do texto escrito, quem escreve é o emissor e quem lê é o receptor. O que o emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso ou a mensagem do emissor para o receptor é o canal. Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza constitui o código. Assim através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que pode reportar-se a um referente. O homem, na comunicação utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. Há entoa um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação. Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação refere-se a um contexto, a uma situação. O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer isso, ente outros consequentemente a linguagem passa a ter uma função. Funções Definição Referencial ou Informativa Passar informações a partir de fatos reais. Conativa ou Apelativa Quando o emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação é comum o uso de verbos no imperativo. Emotiva ou Expressiva Emissor demonstra sentimento ou emite opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa. Utiliza-se a 1 pessoa do singular. Metalingüística Fática Poética Utilização do código para falar dele mesmo. Ocorre quando o emissor testa o canal de comunicação, a fim de observar, se está sendo entendida pelo receptor. É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias. Página |5 Intenção do emissor exemplo Informar ao destinatário dados da realidade de forma direta e objetiva Jornal nacional, qualquer texto dissertativo. Influenciar, persuadir o destinatário com uma ordem, suplica. Expressar sentimentos emoções seus e Explicar ao destinatário o próprio código Manter contato com destinatário Dar ênfase elaboração mensagem. Propagandas Diários íntimos, Autobiografias e textos Românticos. Dicionários, aula de português. Expressões clássicas como: “Alô”;”entendeu”; ”até logo” Poesias e literários. a da textos REGISTROS LINGUISTICOS A necessidade de se socializar induziu o ser humano a conviver em grupo a formar sociedades e a desenvolver meios para se comunicar como, por exemplo: sinais vocais, gestos, desenhos, esculturas, pinturas , musicas, danças e símbolos. Essa capacidade humana de se manifestar ou de manifestar algo a outros é realizada pela linguagem – um complexo conjunto de sinais que permite não só a comunicação entre os indivíduos, mas também expressa a cultura de um povo. Não seria possível acumular conhecimentos ou transmiti-los de uma geração a outra se o ser humano não tivesse a capacidade de criar formas de linguagem. Todas as realizações, as crenças os valores e os comportamentos de um individuo ou de um grupo social desapareceriam. Assim, podemos afirmar que a linguagem é condição essencial para existência de cultura. Língua Culta Língua padrão, variedade de maior prestigio. Linguagem coloquial Informal, mas não necessariamente inculta. As quebras de normas gramaticais que nela ocasionalmente ocorrem devem-se a sua liberdade de expressão e a sensibilidade estilística do falante. Usada em situações informais ou familiares, expressa afetividade, intimidade entre os falantes Linguagem Vulgar Usada por falantes de pouca ou nenhuma instrução. Apresenta erros graves de regência, concordância, ortografia. Linguagem Regional Emprega palavras, expressões e construções gramaticais características da região a qual pertence: a fala regional do nordestino do gaúcho. Gíria Vocabulário de um determinado grupo ou geração que marca a identidade por meio de linguagem. Língua oral e escrita Quando escrevemos temos condições de escolher bem as palavras, de corrigir o texto e melhorá-lo até transmitir exatamente o que desejamos. Com a fala isso não é possível, ela normalmente apresenta repetições, quebras de seqüências lógicas e problema de concordância. Página |6 Vicios de Linguagem O emprego indevido de determinadas é chamado de vicio de linguagem. Ambigüi Cacofonia Barbaris dade ou ou mo anfibolo cacófato gia Conceito Falta de União de 2 Pronuncia clareza palavras, e/ou que formando grafia acarreta uma incorretas duplo terceira de de uma sentido sentido palavra ou na frase. inconivent expressão e. . exemplo Luciana e Carlos foram a festa e levaram sua irmã. ( a irmã de quem?) Deu vinte reais por cada CD. Mande-me já a procuração assinada. Rúbrica em vez de rubrica. Mendingo em vez de mendigo. palavras ou expressões, de maneira a provocar interpretações equivocadas, erros gramaticais ou sons desagradáveis, Estrangeirism o Pleonasmo vicioso Arcaísmo Colisão Solecismo Eco Hiato Palavra ou expressão estrangeira empregadas mesmo havendo termo correspondente na língua portuguesa Menu(cardápio) Chofer(motorist a) Drinque(bebida) Gafe( disparate) Repetição desnecessári a de um termo ou expressão Palavra ou expressão já ultrapassad a Efeito sonoro desagradáv el criado pela repetição de fonema. Erro de sintaxe, seja de concordânci a, de regência ou de colocação. Repetiçã o da ultima silaba Repetição de vogais Subir para cima Grande maioria Hoje em dia Frecha ( flecha) Fremosa ( formosa) Vosmece (você) O rato roeu a roupa do rei de Roma. Sem cessar, só sei sofrer por você. Recebe-se formulários. (recebemse) Me traga o jornal.(traga -me) Seu andar e seu falar faziamnos sonhar. A plateia homenageia o cantor com faixas cheias de palavras apaixonada s. Preciosismo ou rebuscament o Usar palavras difíceis comprometend o o significado Seu gesto altruísta e empreendedor ensombrece a existência dos demais mortais. CAMPOS LEXICAIS E SEMANTICOS Damos o nome de léxico ao conjunto de palavras de uma língua. Nenhum falante tem o domínio completo do léxico da língua que fala, porque alem de muito amplo, ele é um conjunto aberto, ou seja, a cada dia surgem palavras novas que a eles de incorporam e palavras que dele desaparecem. Dentro desse conjunto podem-se observar campos lexicais que são subconjuntos formados por palavras pertencentes a uma mesma área do conhecimento ou de interesse. O léxico de uma língua é virtual, pois a palavra depende do contexto. Nele vamos buscar as palavras que pretendemos usar em nosso texto. Quando um palavra do léxico se materializa em um determinado texto, temos o vocabulário. Dessa forma podemos dizer vocabulário de Machado de Assis para nos referimos as palavras do léxico que foram utilizadas por esses escritores. Damos o nome de campo semântico ao conjunto dos empregos de uma palavra num determinado contexto. Dessa forma o campo semântico de uma determinada palavra é dado pelas diversas nuances de significado que ela assume. Página |7 FIGURAS DE LINGUAGEM É um recurso de expressão que consiste no emprego de palavras ou expressões em sentido figurado, ou em sentido diferente do usual Há quatro tipos de figuras de linguagem: de palavras ou tropos, de pensamento, de construção. 1. Figuras de Som ou Harmonia Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma redação ou texto, ou ainda queremos imitar os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres. Onomatopéia Consiste no aproveitamento de palavras cuja pronuncia imita o som ou a voz natural dos seres. Padrinho sem mais palavras deu rédea e lept! Lept! Aliteração Provocado pela repetição de algumas consoantes ou fonemas consonantais. Que um fraco rei faz fraca a forte gente! Repetição de semelhantes Assonância vogais e de silaba Sou Ana, da cama, da cana, fulana, bacana, sou Ana de Amsterdã. Paronomasia Consiste no emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras semelhantes no som, porem com significados diversos. Houve aquele tempo e agora chora, ouve aquele tempo! 2. Figuras de Palavras Comparação ou símile Aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança. Aquela criança delicada como flor. era uma Metáfora Consiste no emprego de uma palavra fora de seu sentido próprio, já que a conjunção comparativa não aparece claramente. Este assunto é uma pedra no sapato. Catacrese Aproveitamento de uma palavra já existente na língua para determinar um objeto Metonímia Uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido. Antonomásia Substituição do nome próprio por qualidade sinestesia Mistura de sensações Céu da boca Cabeça de prego Asa da xícara Dente de alho Orelha do livro O bonde passa cheio de pernas Nas horas de folga lia Camões. Xuxa(Maria das Graças) Gordo (Jô Soares) Aquele choro amargo e frio me espetava. 3. Figuras de Pensamento: caracterizam-se por apresentar idéias diferentes daquelas que normalmente a palavra sugere na frase. Antítese Emprego de palavras ou expressões de sentidos opostos, para realçar o contraste de idéias. Eufemismo Hipérbole Ironia Atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável. Caracteriza - se pelo exagero da linguagem para intensificar uma idéia. Forma intencional de dizer o contrario da idéia que se pretendia exprimir. Personificação, prosopopéia o animismo Atribuição de características humanas a seres inanimados. Gradação Apostrofe Consiste em organizar uma seqüência de idéias em sentido crescente ou decrescente. Invocação ou chamamento de alguém ou de alguma coisa correspondente sintaticamente ao vocativo. Paradoxo oximoro ou Duas idéias contrarias referidas a uma mesma coisa. Página |8 Os bobos e espertos convivem no mesmo espaço Ele foi desta para melhor.(morreu) Estou morta de cansada. O pensamento ferve e é um turbilhão de larva. Que belo presente de aniversario! Minha casa foi assaltada. A vida ensinoume a ser humilde. O primeiro milhão excita, acirra, assanha a gula do milionário. Senhor, escutai meu coração! Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo. 4. Figuras de Construção ou sintaxe: determinam mudanças na estrutura comum das orações. Repetição ou iteração ]Consistem em reptir diversas vezes as mesmas palavras que não sejam conjunções. Nada de poesias! Nada de asas! Nada de alegria! Nada de nada! Anastrofe Hipérbato Elipse Zeugma Inversão simples da estrutura , só inverte sujeito e predicado. Inversão radical da estrutura. Omissão para evitar repetição, termo que não esta na oração, mas esta implícito. Omitir termos que já apareceram Já vinha a manha clara. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assim negada a sua pastora. Ord em direta: o triste pastor vendo que sua pastora lhe fora negada assim com enganos. (Nós) Fomos tarde. Há um retrato na parede (há) um espírito no coração. a No campo imenso (vê-se) a torre de petróleo. Pleonasmo ou redundância Repetição da mesmo idéia com objetivo de realce. Polissíndeto Assíndeto Anacoluto Anáfora Silepse Repetição de uma conjunção varias vezes. Ausência de conjunção coordenativa Começar a idéia e não concluir Repetição de uma ou mais palavras no inicio do verso seguidos. Concordância feita com o termo subentendido. A mim restame a derrota. Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos. E a nevoa e flores e o doce ara cheiroso. Erguem os colos voltam as cabeças param o ledo canto, move-se o tronco, o vento se suspende. Mulheres, como viver sem elas? Nem um minuto se passa, nem um inseto esvoaça. Nem uma brisa perpassa. De gênero: Vossa Reverendíssima parece apreensivo com os relatos da pesquisa. De numero: a turma da faculdade organizou uma festa e me convidaram. De pessoa: toda a equipe comemoramos os sucesso das vendas. Página |9 Coesão e Coerência Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar uma frase seguinte a anterior. Isso só é possível se dominarmos os princípios básicos da coesão. A cada frase enunciada devemos ver se ela mantem um vinculo com a anterior ou anteriores para não perdemos o fio do pensamento. De outra forma, teremos uma seqüência de frases sem sentido, sucedendo-se umas as outras sem lógica, sem nenhuma coerência. A coesão no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for Pedro tinha um grande desejo, estou criando um movimento para adiante. Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: ele queria ser médico. O importante é que cada enunciado estabeleça relações estreitas com os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto. Mas não basta costurar uma frase para dizer que estamos escrevendo bem. Alem da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente. Por exemplo: Os problemas de um povo tem de ser resolvidos pelo presidente. Es te deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos. (texto coeso, mas sem coerência) Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que trata mesmo? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão não tem coerência. Retomar a cada frase uma palavra da anterior não significa escreve bem. A coesão não funciona sozinha. No exemplo acima teríamos que de imediato, decidir qual a sua palavra chave: presidente ou problema do povo. A palavra escolhida daria estabilidade ao parágrafo. Sem essa base estável, não haverá coerência no que se quer escrever; e o resultado será um amontoado de idéias. Enquanto a coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência vai mais longe, preocupa-se com o que se deduz do todo. A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido. Recursos de Coesão Epítetos Palavra ou frase que Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema qualifica a pessoa brasileiro tenha morrido tão cedo. nominalizações Ocorre quando se emprega Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porem, que tal testemunho não era um substantivo que remte valido por serem parentes do assassino. a um verbo enunciado anteriormente. Palavras ou expressões Os quadros de Van Gogh não tinham valor em sua época. Houve telas que serviram até de sinônimas ou quase porta de galinheiro. sinônimas Pronomes Vitaminas fazem bem a saúde. Mas não devemos toma-las ao acaso. Numerais Não se pode dizer que a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominando o assunto. Metonímia É o processo de O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O planalto diz que não aceita substituição de uma qualquer remarcação de preço. palavra por outra. Advérbios Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra prima de Leonardo da Vinci. pronominais(aqui,ali,lá,ai) Elipse O ministro foi o primeiro a chegar. (ele) Abriu a sessão as oito em ponto. Associação Uma palavra retoma a São Paulo é sempre vitima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o outra transito, provocando engarrafamento de ate 200 km. P á g i n a | 10 Linguagem Verbal e Não Verbal Quando olhamos atentamente uma cidade, o traçado de suas ruas, seus prédios, o material utilizados nas construções podemos compreender uma serie de coisas. A observação desses aspectos permite avaliar, no mínimo,a utilização do espaço e o modo de vida dos moradores do lugar: organização, desenvolvimento tecnológico, costumes, historia, organização do trabalho,etc. É impossível dizer, portanto que essa avaliação é o resultado de uma leitura que fazemos das imagens dessas cidades. Ler significa compreender, retirar informações, atribuir significados. A leitura ocorre por uma certa decodificação que aprendemos a fazer, não importa se sistemática ou assistematicamente, dos sinais percebidos no objeto observado. Esses sinais podem ser as cores, os sons, as formas, os movimentos, a organização. Fotografar uma cena ou uma paisagem significa retira-las de um certo contexto ao qual pertence e coloca-la em situação privilegiada de observação. A cena ou a paisagem passam então a chamar nossa atenção e fazemos dela uma leitura mais atenta, ou simplesmente uma leitura que não fazemos antes. Na linguagem visual, o signo é a imagem: suas formas, as cores, a perspectiva. Assim como acontece com a linguagem c=verbal, há inúmeros modos de organização dos signos visuais, decorrentes da relação que o homem estabelece entre a realidade e sua representação. A linguagem não verbal possui uma característica importante: nela o próprio objeto constitui a linguagem. Evidentemente, existem graus de leitura e compreensão do mundo, mas não poderemos dizer: por exemplo, que um analfabeto tenha condições de fazê-lo. Intertextualidade: Paráfrase e Parodia A intertextualidade acontece quando se constroem textos a partir de outros. Paráfrase Parafrasear um texto é repeti-lo com outras palavras, mas sem ter de alterar suas índias. Para produzir uma paráfrase, portanto é preciso seguir as idéias do texto original, reproduzindo- as de forma resumida. Paródia É uma recriação de caráter contestador: ela mantem algo da significação do texto primeiro, mas constrói todo um percurso de desvio em relação a ele, numa espécie de insubordinação critica que incomoda. P á g i n a | 11 QUESTÕES DE LITERATURA GÊNEROS LITERÁRIOS 1)“Na serra de Ibiapiba, numa de suas encostas mais altas, encontrei um jegue. Estava voltado para o lado e me pareceu que descortinava o panorama. Mas quando me aproximei, percebi que era cego.” (Oswaldo França Júnior, em As Laranjas Iguais). O fragmento é representante do gênero: a) lírico b) épico c) narrativo d) dramático e) nenhuma das opções acima. 2) Leia abaixo um soneto de Gregório de Matos: "Um soneto começo em vosso gabo; Contemos esta regra por primeira, Já lá vão duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho está no cabo. Se desta agora escapo, nunca mais; Louvado seja Deus, que o acabei". Assinale a alternativa incorreta: a) A sátira é um gênero que pretende despertar o riso do público. b) Além do divertimento, a sátira pretende moralizar a sociedade. c) Podemos afirmar que este gênero é conservador. d) O conservadorismo da sátira está no fato que pretende punir, através do ridículo, aqueles que transgridem as leis sociais. e) A sátira é um gênero revolucionário que pretende abolir as instituições estabelecidas como a Igreja e a Monarquia. Na quinta torce agora a porca o rabo: A sexta vá também desta maneira, na sétima entro já com grã canseira, E saio dos quartetos muito brabo. Agora nos tercetos que direi? Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. Nesta vida um soneto já ditei, 3. (PRISE/UEPA-2006) Assinale a alternativa que indica corretamente os gêneros literários dos textos abaixo relacionados, na seqüência em que estão dispostos: I- “O Dr. Mamede, o mais ilustre e o mais eminente dos alienistas, havia pedido a três de seus colegas e a quatro sábios que se ocupavam de ciências naturais, que viessem passar uma hora na casa de saúde por ele dirigida para que lhes pudesse mostrar um de seus pacientes.” (Guy de Maupassant) II- Todas as noites o sono nos atira da beira de um cais E ficamos repousando no fundo do mar. O mar onde tudo recomeça... Onde tudo se refaz... Até que, um dia, nós criaremos asas. E andaremos no ar como se anda na terra. (Mário Quintana) III- Oh! Que famintos beijos na floresta! E que mimoso choro que soava! Que afagos tão suaves, que ira honesta, Que em risinhos alegres se tornava! O que mais passam na manhã e na sesta, Que Vênus com prazeres inflamava, Melhor é experimentá-lo que julgá-lo; Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo. (Luiz de Camões) IV- Velha: E o lavrar, Isabel? Isabel: Faz a moça mui mal feita, corcovada, contrafeita, de feição de meio anel; e faz muito mau carão, e mau costume d’olhar. Velha: Hui! Pois jeita-te ao fiar Estopa ou linho ou algodão; Ou tecer, se vem à mão. Isabel: Isso é pior que lavrar. (Mário Quintana) a) Narrativo – Épico – Lírico – Dramático. b) Dramático – Lírico – Épico – Narrativo c) Narrativo – Lírico – Épico – Dramático d) Dramático – Épico – Narrativo – Lírico e) Épico – Dramático – Narrativo – Lírico QUINHENTISMO 1.(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados nos pajés não crendo mais, nem suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados. P á g i n a | 12 (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110) Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: a) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa b) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível c) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista d) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés e) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus 1.(Cesgranrio) - Assinale com C as afirmações certas e com E as erradas. ( ) A estrutura social gerada no Brasil durante os primeiros tempos da colonização permitiu um desenvolvimento cultural extraordinariamente rico e fecundo. ( ) Nos primeiros séculos, os ciclos de ocupação e de exploração formaram ilhas sociais (Bahia, Pernambuco, Minas, Rio de Janeiro, São Paulo), que deram à Colônia a fisionomia de um arquipélago cultural. ( ) A literatura dos cronistas portugueses interessa como conhecimento das raízes da terra, do índio e do colono português, modernistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade os recuperam para reagir contra a europeização da cultura brasileira. ( ) Nos dois primeiros séculos do Brasil produziu-se uma literatura documental que se desdobra em duas vertentes: o ufanismo e o realismo. À primeira estão ligados cronistas como Pero Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa; à segunda, vinculam-se os textos escritos pelo Frei Vicente do Salvador e por Antonil, pseudônimo do jesuíta italiano João Antônio Andreoni. ( ) A poesia de Anchieta se marca pelo lirismo ingênuo, desprovida de qualquer maior fantasia, complexidade ou substância mental. A sequência correta é: a) C, C, C, C, C b) C, E, C, E, C c) E, C, C, C, C d) E, C, C, E, C e) E, C, E, C, C 1. (Universidade Federal de Santa Maria)- Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que: a) é formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. b) Inicia com prosopopéia, de Bento Teixeira. c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica d) Os textos que a constituem apresentam evidentemente preocupação artística e pedagógica. e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 1. Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes. “(…) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (…) Podemos portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.” (MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984). De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne, P á g i n a | 13 (A) a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião. (B) a diferenças de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades. (C) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade. (D) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional. (E) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares. BARROCO 1.(FGV-RJ2011)Leia o poema e responda as questões 1 e 2 Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz, se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na luz, falta a firmeza; Na formosura, não se dê constância, E, na alegria, sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza: A firmeza, somente na inconstância. Gregório de Matos. In: AMORA, Antônio S. Panorama da poesia brasileira. Vol. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1959. As afirmações a seguir referem-se a diferentes períodos da poesia feita no Brasil. Tendo em vista os traços presentes neste soneto, a afirmação que a ele se aplica é: A. Por meio de uma linguagem que procura fugir das formas tradicionais, a poesia resvala, muitas vezes, para a confissão da angústia existencial, do tédio da vida e até mesmo do desejo de morrer. B. Com base em temas pastoris e bucólicos, preconiza o retorno ao equilíbrio e à simplicidade. A noção de natureza está presente como a constante mais forte. C. É uma poesia descritiva, dotada de exatidão e economia de imagens. Constitui uma corrente objetivista que se impôs ao subjetivismo do estilo anterior. D. Manifestando um gosto acentuado pelas contradições, lançava mão de técnicas argumentativas para abordar temas como a fugacidade do tempo e a instabilidade do mundo. E. Procura registrar a impressão que a realidade provoca no espírito do artista. Não é o objeto que interessa, mas as sensações e emoções que ele desperta. Daí ter contribuído para a reespiritualização da arte. 2-(FGV-RJ2011) Dentre os elementos estruturantes presentes no texto e próprios do estilo de época a que ele pertence, destaca-se o uso recorrente de A. termos em ordem inversa. B. frases nominais. C. verbos de ligação. D. sujeitos elípticos. E. períodos simples. P á g i n a | 14 3- (UFAL2010) Os puristas e a mentira do “vale-tudo” Atenção! Cuidado! Alerta! Não acredite nos puristas que andam declarando nos meios de comunicação que os linguistas são defensores do “vale-tudo” na língua. Esse é mais um dos muitos argumentos falaciosos que eles utilizam para desqualificar os resultados das pesquisas científicas e as propostas de renovação da pedagogia de língua inspiradas em critérios mais racionais e menos dogmáticos, e em posturas políticas menos intolerantes e mais democráticas. É claro que, numa perspectiva exclusivamente linguística, de análise da língua em seu funcionamento interno, tudo tem o seu valor. Afinal, como nada na língua é por acaso, então toda e qualquer manifestação linguística está sujeita a regras e tem sua lógica interna: não há razão para atribuir maior ou menor valor à forma linguística A ou à forma linguística B. Seria algo tão inaceitável quanto um zoólogo achar que as borboletas têm maior valor que as joaninhas e que, por isso, as joaninhas devem ser eliminadas... Para o cientista da linguagem, toda manifestação linguística é um fenômeno que merece ser estudado, é um objeto digno de pesquisa e teorização, e se uma forma nova aparece na língua, é preciso buscar as razões dessa inovação, compreendê-la e explicá-la cientificamente, em vez de deplorá-la e condenar seu emprego. Mas o linguista consciente também sabe que a língua está sujeita a avaliações sociais, culturais, ideológicas, e que precisa também ser estudada numa perspectiva sociológica, antropológica, política etc. Nessa perspectiva, existem formas linguísticas que gozam de maior prestígio na sociedade, enquanto outras – infelizmente – são alvo de estigma, discriminação e até de ridicularização. As mesmas desigualdades, injustiças e exclusões que ocorrem em outras esferas sociais – no que diz respeito, por exemplo, ao sexo da pessoa, à cor da pele, à orientação sexual, à religião, à classe social, à origem geográfica etc. – também exercem seu peso sobre a língua ou, mais precisamente, sobre modos particulares de falar a língua. BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! - São Paulo: Parábola, 2009, p.35-36. O texto recomenda que tenhamos cuidado com os “puristas”. Na Literatura, também é possível identificar uma visão mais, ou menos, purista da linguagem. A esse respeito, assinale a alternativa correta. A) A produção poética da 1ª geração romântica apresenta forte preocupação purista, do que decorre uma tentativa de fazer renascer a língua portuguesa segundo os padrões lusitanos, com forte rejeição às formas linguísticas nacionais. B) O Arcadismo se destaca como um dos movimentos literários de maior rigor purista, que se revela na preferência por uma linguagem rebuscada, vocabulário erudito, de difícil acesso e frases na ordem inversa. C) Os autores barrocos revelam uma visão purista da linguagem ao privilegiarem o cultismo, que se caracteriza pelo rebuscamento formal, manifestado no jogo de palavras e no excessivo emprego de figuras de linguagem. D) A produção literária da 2ª geração romântica, opondo-se à 1ª, adota uma visão nada purista, revelada na extrema simplicidade da linguagem, que rejeitava formas lusitanas para expressar, nos textos, a grande alegria de ser brasileiro. E) A 3ª geração romântica, antecipando a visão pouco purista do Realismo, que viria em seguida, prefere uma linguagem despojada, direta e até chula, que consiga retratar com objetividade a realidade brasileira. 4- (UFPA2008)Dos temas desenvolvidos por Gregório de Matos, a lírica religiosa é o mais tipicamente barroco. A estrofe, retirada de um poema de Gregório de Matos, que apresenta esse tema é: (A) Não vi em minha vida a formosura, Ouvia falar nela cada dia, E ouvida me incitava, e me movia A querer ver tão bela arquitetura. (B) Cresce o desejo, falta o sofrimento, Sofrendo morro, morro desejando, Por uma, e outra parte estou penando Sem poder dar alívio a meu tormento. (C) Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa alta piedade me despido1: Antes quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. (D) Carregado de mim ando no mundo, E o grande peso embarga-me as passadas Que como ando por vias desusadas, P á g i n a | 15 Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo. (E) Que me quer o Brasil, que me persegue? Que me querem pasguates2, que me invejam? Não veem, que os entendidos me cortejam, E que os Nobres, é gente que me segue? 1 2 me despido = me despeço pasguates = idiotas, palermas Leia atentamente o soneto transcrito do poeta baiano Gregório de Matos: Ardor em firme coração nascido! Pranto por belos olhos derramado! Incêndio em mares de água disfarçado! Rio de neve em fogo convertido! Tu, que um peito abrasas escondido, Tu, que em um rosto corres desatado, Quando fogo em cristais aprisionado, Quando cristal em chamas derretido. Se és fogo como passas brandamente? Se és neve, como queimas com porfia? Mas ai! que andou Amor em ti prudente. Pois para temperar a tirania, Como quis, que aqui fosse a neve ardente, Permitiu, parecesse a chama fria. (GUERRA, Gregório de Matos. Obra poética. Rio de Janeiro: Record, 1992, v.1, p. 514.) 5-( UFPA2008)Considerando os elementos da estética barroca presentes nesse poema, é correto afirmar que (A) o poeta, para expressar o conflito amoroso, exacerba seus sentimentos por meio de hipérboles, paradoxos e antíteses. (B) os versos se caracterizam pelo predomínio da linha reta e pura, pela clareza da forma e pela nitidez das imagens escolhidas. (C) as imagens usadas no poema, para expressar o tema da paixão amorosa, são simples, puras e bucólicas, desprovidas de contrastes e de tensões. (D) o autor imita a poética da Antiguidade, na busca das imagens simples e verdadeiras, da disciplina racional e da naturalidade de expressão. (E) o poeta desenvolve seus versos seguindo as regras e os valores do mundo antigo – ordem, harmonia e razão –, restaurados pelo Renascimento. Texto para as questões 06 a 08 À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em continuas tristezas a alegrias, Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto, da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria, sinta-se triste. P á g i n a | 16 Começa o Mundo enfim pela ignorância A firmeza somente na inconstância. 06. No texto predominaram as imagens: a) olfativas; b) gustativas; c) auditivas; d) táteis; e) visuais. 07. A idéia central do texto é: a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo; b) a grandeza de Deus e a pequenez humana; c) os contrastes da vida; d) a falsidade das aparências; e) a duração prolongada do sofrimento. 08. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe? a) disposição antitética da frase; b) cultismo; c) estrutura bimembre; d) concepção teocênctrica; e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva. 9- (Enem) A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa. (Theodor De Bry (Pedro Américo. -século XVI) Tiradentes esquartejado, 1893) A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações: I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil. II. A antropofagia era parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça entre luso-brasileiros. III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e europeus. Está correto o que se afirma em: (A) I apenas. (B) II apenas. (C) III apenas. (D) I e II apenas. (E) I, II e III. P á g i n a | 17 10- (UFRN - 2008) Considere o fragmento textual que segue, retirado de O Ateneu: “Com a facilidade da sua elocução, fez o Doutor Cláudio a crítica geral da literatura brasileira: a galhofa de Gregório de Matos e Antônio José, a epopeia de Durão, o idílio da escola mineira, a unção de Souza Caldas e S. Carlos, a influência de Magalhães, os ensaios do romance nacional, a glória de Gonçalves Dias e José de Alencar.” POMPEIA, Raul. O Ateneu. Fortaleza: ABC, 2006. p. 88. Os dois trechos que aparecem em destaque nesse fragmento fazem referência, respectivamente, A) ao apelo satírico na poesia de Gregório de Matos e ao tratamento da temática amorosa no Arcadismo. B) ao caráter indecoroso dos poemas de Gregório de Matos e à valorização do cotidiano no Arcadismo. C) ao conteúdo religioso dos poemas de Gregório de Matos e ao sensualismo característico do Arcadismo. D) ao desprezo dos críticos pela poesia de Gregório de Matos e à ausência de temas políticos no Arcadismo. ARCADISMO (FGV-SP2010) Leia o poema e responda as questões 1 e 2: Vila Rica O ouro fulvo* do ocaso as velhas casas cobre; Sangram, em laivos* de ouro, as minas, que ambição Na torturada entranha abriu da terra nobre: E cada cicatriz brilha como um brasão. O ângelus plange ao longe em doloroso dobre, O último ouro de sol morre na cerração. E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre, O crepúsculo cai como uma extrema-unção. Agora, para além do cerro, o céu parece Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu... A neblina, roçando o chão, cicia, em prece, Como uma procissão espectral que se move... Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu... Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. (Olavo Bilac) *Glossário: “fulvo”: de cor alaranjada. “laivos”: marcas; manchas; desenhos estreitos e coloridos nas pedras; restos ou vestígios. 1-Tendo em vista as imagens usadas pelo poeta na descrição de Vila Rica, pode-se afirmar corretamente que, nela, é dominante a ideia de A) decadência. B) opulência. C) indiferença. D) aversão. E) euforia. 2- No penúltimo verso, há uma referência ao pseudônimo árcade de um poeta ligado à cidade descrita no poema. Trata-se do autor da obra Marília de Dirceu, cujo nome é A) Gonçalves Dias. B) Silva Alvarenga. C) Basílio da Gama. D) Cláudio Manuel da Costa. E) Tomás Antônio Gonzaga. 3- (FGV-SP2011) Camões, grande Camões, quão semelhante Acho teu fado ao meu, quando os cotejo! Igual causa nos fez, perdendo o Tejo, P á g i n a | 18 Arrostar co'o sacrílego gigante. Como tu, junto ao Ganges sussurrante, Da penúria cruel no horror me vejo. Como tu, gostos vãos, que em vão desejo, Também carpindo estou, saudoso amante. ................................................................... Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!... Se te imito nos transes da Ventura, Não te imito nos dons da Natureza. M. M. Barbosa du Bocage, Sonetos. Lisboa: Bertrand, s.d. O poema apresenta várias marcas que caracterizam a retomada do Classicismo, seja do ponto de vista estilístico, seja do ponto de vista temático. Sirvam de exemplo, respectivamente: A preferência pela ordem inversa e referência à mitologia. B uso recorrente de antíteses e ênfase no tema da transitoriedade da vida. C ausência de estruturas subordinadas e orientação mística. D emprego do verso alexandrino e culto do “carpe diem”. E presença de formas sintéticas e sentimentalismo exacerbado. 4- (Puc-Camp2010) A guilhotina, máquina criada para decapitar pessoas, foi adotada na França pela primeira vez em 1792, em razão dos apelos do médico parisiense Joseph Guilhotin, que defendia o direito dos condenados à morte a um fim rápido e sem dor. Até então, os métodos de execução utilizados eram basicamente a forca, o esquartejamento e as diversas variantes do suplício da roda – como a que colocava uma pessoa amarrada na parte externa de uma roda e, sob ela, brasas incandescentes. Conforme o carrasco girava a roda, a pessoa era “assada” viva, diante da população que se reunia para ver a cena. Com a propagação dos ideais iluministas, os suplícios passaram a ser, cada vez mais, encarados como uma afronta à dignidade humana, um símbolo da tirania. Assim, o século XVIII marca o início de um longo processo que resultará em uma nova concepção de justiça. No século XX, mais do que punir, a justiça terá como missão promover a reinserção na sociedade daqueles que cometeram crimes. As prisões tornaram-se locais que deveriam garantir a “reeducação” dos indivíduos que não souberam (ou não puderam) viver conforme as regras sociais. (Michel Foucault. Vigiar e punir. Trad. Petrópolis: Vozes, 1989; Michel Vovelle. Imagens e imaginários na História. São Paulo: Trad. Ática, 1997. In Gislane Azevedo e Reinaldo Seriacopi. História, série Brasil. São Paulo: Ática, 2005, p. 256.) A propagação dos ideais iluministas revela-se como fator de influência sobre a nossa literatura, quando se atenta para (A) a propagação das academias literárias e sua decisiva participação nos projetos estéticos tanto do Romantismo como do Realismo. (B) a documentação em que manifestam sua preocupação com o destino de nossa terra os viajantes que para cá vieram nos séculos XVI e XVII. (C) os princípios estéticos e as convicções ideológicas de poetas e intelectuais como Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. (D) o sentido nacionalista da produção de Gonçalves de Magalhães e Castro Alves, enfatizado no tom épico de seus poemas e manifestos. (E) a insistência com que escritores satíricos do período barroco se empenham em ridicularizar a irracionalidade mesma do processo colonial. 5-( PUC-Camp2011) O homem utilitarista do século XVIII transforma utensílios de madeira em um torno por diversão, e fantasia que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas não tem grandes dotes para a poesia, e mal sabe extrair a moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e iluminada a vapor. Ele é um desses que preferem as coisas artificiais em detrimento das naturais, e pensa que a mente humana é onipotente. Ele sente grande desprezo pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos verdes campos e pelas árvores, e sempre reduz tudo aos termos da Utilidade.(W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J. Hobsbawm. A Era das Revoluções – 1789-1848. Trad. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1977, p. 255) P á g i n a | 19 A vida ao ar livre e a paisagem bucólica de verdes campos foram cantadas pela poesia arcádica, como nos versos Iíricos de Claudio Manuel da Costa, em que o poeta, todavia, (A) declara preferir a pujança tropical e a fúria dos nossos silvículas à quietude das províncias e dos pastores da Arcádia. (B) evita fazer qualquer menção à paisagem de sua própria terra, marcada pelas pedras e pelos efeitos da mineração. (C) expressa sua dificuldade em ajustar os valores convencionais do Arcadismo à realidade da natureza de seu berço natal. (D) contrasta a beleza do campo com o desenvolvimento das cidades que crescem em função da expansão do comércio. (E) lamenta o declínio da vida pastoril, em função do desprestígio da pecuária em meio ao processo da mineração de ouro. (UEL2009)Leia o poema e responda as questões 6 e 7: Lira XI Se acaso não estou no fundo Averno, Padece, ó minha Bela, sim padece O peito amante, e terno, As aflições tiranas, que aos Precitos Arbitra Radamanto em justa pena Dos bárbaros delitos. As Fúrias infernais, rangendo os dentes, Com a mão escarnada não me aplicam As raivosas serpentes; Mas cercam-me outros monstros mais irados: Mordem-se sem cessar as bravas serpes De mil, e mil cuidados. Eu não gasto, Marília, a vida toda Em lançar o penedo da montanha; Ou em mover a roda; Mas tenho ainda mais cruel tormento: Por coisas que me afligem, roda, e gira Cansado pensamento. Com retorcidas unhas agarrado Às tépidas entranhas não me come Um abutre esfaimado; Mas sinto de outro monstro a crueldade: Devora o coração, que mal palpita, O abutre da saudade. Não vejo os pomos, nem as águas vejo, Que de mim se retiram quando busco Fartar o meu desejo; Mas quer, Marília, o meu destino ingrato Que lograr-te não possa, estando vendo Nesta alma o teu retrato. Estou no Inferno, estou, Marília bela; E numa coisa só é mais humana A minha dura estrela: Uns não podem mover do Inferno os passos; Eu pretendo voar, e voar cedo À glória dos teus braços. (GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p.70.) 6-Este poema de Gonzaga, dentro da tradição pastoral arcádica, está repleto de referências à antiguidade clássica, entre elas, a) o deus egípcio Radamanto. b) as fúrias infernais da cristandade. c) o judeu Moisés e o episódio da montanha. d) o titã grego Prometeu. e) o Inferno, de Dante Alighieri. 7- Retrato do pensamento da segunda metade do século XVIII, o eu lírico procura, nesta Lira XI, demonstrar a Marília: I. O fascínio pela justiça, por ser ele formado em Leis. II. Seu amor saudoso racionalmente manifesto. III. Suas queixas quanto ao tratamento desumano recebido na prisão. IV. As dores próprias do lamento pastoril neoclássico. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas lI e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. P á g i n a | 20 (Enem) Texto para as questões 8 e 9: Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1) Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4) Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7) Atrás de seu cansado desatino. 10) Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto (verso 13) Se converta em afetos de alegria. (Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.) Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 8-Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. 9- Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor. a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1) b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5) c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6) d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7) e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11) 10- (Enem cancelado 2009) Leia o poema abaixo: Ó meio-dia confuso, Morre a tinta das sentenças ó vinte-e-um de abril sinistro, e o sangue dos enforcados... que intrigas de ouro e de sonho — liras, espadas e cruzes houve em tua formação? pura cinza agora são. Quem ordena, julga e pune? Na mesma cova, as palavras, Quem é culpado e inocente? o secreto pensamento, Na mesma cova do tempo as coroas e os machados, cai o castigo e o perdão. mentira e verdade estão. [...] P á g i n a | 21 O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio a) do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional. b) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfidentes. c) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes. d) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda. e) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes. ROMANTISMO 1- (Considere o poema a seguir, "A cantiga", de Adélia Prado: "Ai cigana ciganinha, ciganinha, meu amor". Quando escutei essa cantiga era hora do almoço, há muitos anos. A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha, ai ciganinha, a voz de bambu rachado continua tinindo, esganiçada, linda, viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor. Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal, canta mais, canta que eu acho minha mãe, meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela, canta que eu acho minha vida. (Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.) Acerca desse poema, é INCORRETO afirmar que A ( ) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido. B ( ) existe um tom nostálgico, e um saudosismo de raiz romântica. C ( ) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas. D ( ) predomina o tom confessional e o caráter autobiográfico. E ( ) valoriza os elementos da cultura popular, também uma herança romântica. 2. Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda. É pela virgem que sonhei... que nunca Aos lábios me encostou a face linda! (Álvares de Azevedo) A característica do Romantismo mais evidente desta quadra é: o espiritualismo. o pessimismo. a idealização da mulher. o confessionalismo. a presença do sonho. P á g i n a | 22 Canção do exílio-Gonçalves Dias Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores, Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá; As aves, que aqui gorjeiam, Em cismar –sozinho, à noite– Não gorjeiam como lá. Mais prazer eu encontro lá; Nosso céu tem mais estrelas, Minha terra tem palmeiras, Nossas várzeas têm mais flores, Onde canta o Sabiá. Nossos bosques têm mais vida, Não permita Deus que eu morra, Nossa vida mais amores. Sem que eu volte para lá; Em cismar, sozinho, à noite, Sem que desfrute os primores Mais prazer eu encontro lá; Que não encontro por cá; Minha terra tem palmeiras, Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Onde canta o Sabiá. Canto de regresso à pátria Minha terra tem palmares Ouro terra amor e rosas Onde gorjeia o mar Eu quero tudo de lá Os passarinhos daqui Não permita Deus que eu morra Não cantam como os de lá Sem que volte para lá Minha terra tem mais rosas Não permita Deus que eu morra E quase que mais amores Sem que volte pra São Paulo Minha terra tem mais ouro Sem que veja a Rua 15 Minha terra tem mais terra E o progresso de São Paulo 3.( ENEM) Os textos I e II, escritos em contextos diferentes, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira. Analisando-os, conclui-se que: a. O ufanismo, a atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu é o tom de que se revestem os dois textos. b. A exaltação da natureza é a principal característica do texto II. c. O texto II aborda o tema da nação, como o texto I, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira. d. Ambos os textos apresentam ironicamente a realidade brasileira. P á g i n a | 23 4 - ENEM 2009 ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 09 jul 2009. A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. CAMINHA, P.V. A Carta. Disponível em: http://wwwdominiopublico.org.br Acesso em: 12 ago 2009 Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que A) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas. B) o artista, na pintura, foi fiel ao objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso. C) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador. D) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura européia e a cultura indígena. E) Há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica. 5- (ENEM 2009)O Sertão e o Sertanejo Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida. (TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adap.)). O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a : a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação. P á g i n a | 24 b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país. c) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira. d) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros. e) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira. REALISMO 1. A respeito de Realismo, pode-se afirmar: I- Busca o perene humano no drama da existência II- Defende a documentação de fatos e a impessoalidade do autor perante a obra III- Estética literária restritamente brasileira; seu criador é Machado de Assis. b) São corretas apenas II e III c) As três informações são incorretas d) Apenas III é correta e) São corretas I e III a) As três afirmações são corretas P á g i n a | 25 2. O realismo foi um movimento de: a) irracionalismo b) maior preocupação com a objetividade c) volta ao passado d) exacerbação ultra-romântica e) moralismo 3. Podemos verificar que o Realismo revela: I senso do contemporâneo. Encara o presente do mesmo modo que romantismo se volta para o passado ou para o futuro. II o retrato da vida pelo método da documentação, em que a seleção e a síntese operam buscando um sentido para o encadeamento dos fatos. III técnica minuciosa, dando a impressão de lentidão, de marcha quieta e gradativa pelos meandros dos conflitos, dos êxitos e dos fracassos. a) as três afirmativas forem corretas b) apenas a afirmativa III for correta c) três afirmativas forem incorretas d) as afirmativas II e III forem corretas e) as afirmativas I e II forem corretas 4- (FGV-SP2009)Leia estes dois fragmentos extraídos de O primo Basílio, de Eça de Queirós, ambos referentes à personagem Luísa. I – Lia muitos romances; tinha uma assinatura, na Baixa, ao mês. Em solteira, aos dezoito anos, entusiasmara-se por Walter Scott e pela Escócia; desejara então viver num daqueles castelos escoceses, que têm sobre as ogivas os brasões do clã, mobilados com arcas góticas e troféus de armas, forrados de largas tapeçarias, onde estão bordadas legendas heroicas, que o vento do lago agita e faz viver; e amara Ervandalo, Morton e Ivanhoé, ternos e graves, tendo sobre o gorro a pena de águia, presa ao lado pelo cardo de Escócia de esmeraldas e diamantes. (Cap. I) II – Ia encontrar Basílio no “Paraíso” pela primeira vez. E estava muito nervosa: não pudera dominar, desde pela manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho de prazer. – Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! (Cap. VI) Das características da escola literária a que pertence este romance, a mais nitidamente perceptível nos dois fragmentos ocorre em: A O homem está submetido às mesmas leis universais que os demais seres vivos. B Assim como o cientista, também o ficcionista pretende provar com sua obra uma teoria. C As massas emergiram ao plano histórico, buscando a posse dos progressos materiais e políticos. D O sentimentalismo e a imaginação podem ser fatores condicionantes das atitudes humanas. E A arte pode ser um instrumento para a reforma das condições sociais. 5-(UECE2008) O BARBEIRO 01 02 03 04 05 06 07 Perto de casa havia um barbeiro, que me conhecia de vista, amava a rabeca e não tocava inteiramente mal. Na ocasião em que ia passando, executava não sei que peça. Parei na calçada a ouvi-lo (tudo são pretextos a um coração agoniado), ele viu-me, e continuou a tocar. Não atendeu a um freguês, e logo a P á g i n a | 26 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 outro, que ali foram, a despeito da hora e de ser domingo, confiar-lhe as caras à navalha. Perdeu-os sem perder uma nota; ia tocando para mim. Esta consideração fez-me chegar francamente à porta da loja, voltado para ele. Ao fundo, levantando a cortina de chita que fechava o interior da casa, vi apontar uma moça trigueira, vestido claro, flor no cabelo. Era a mulher dele; creio que me descobriu de dentro, e veio agradecer-me com a presença o favor que eu fazia ao marido. Se me não engano, chegou a dizê-lo com os olhos. Quanto ao marido, tocava agora com mais calor; sem ver a mulher, sem ver fregueses, grudava a face no instrumento, passava a alma ao arco, e tocava, tocava… Divina arte! Ia-se formando um grupo, deixei a porta da loja e vim andando para casa; enfiei pelo corredor e subi as escadas sem estrépito. Nunca me esqueceu o caso deste barbeiro, ou por estar ligado a um momento grave de minha vida, ou por esta máxima, que os compiladores podiam tirar daqui e inserir nos compêndios da escola. A máxima é que a gente esquece devagar as boas ações que pratica, e verdadeiramente não as esquece nunca. Pobre barbeiro! Perdeu duas barbas naquela noite, que eram o pão do dia seguinte, tudo para ser ouvido de um transeunte. Supõe agora que este, em vez de ir-se embora, como eu fui, ficava à porta a ouvi-lo e namorar-lhe a mulher; então é que ele, todo arco, todo rabeca, tocaria desesperadamente. Divina arte! ASSIS, Machado de. Dom Casmurro – obra completa – vol. I, Aguilar, 2a ed. 1962. Sobre o Realismo, assinale o INCORRETO. A) O Realismo na literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o Simbolismo. B) O romance – social, psicológico e de tese – é a principal forma de expressão do Realismo. C) O romance realista deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. D) A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta. 6-(ENEM) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.) A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: A)... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ... B)... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... C)Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... D)Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... E)... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. P á g i n a | 27 7- (CEUT) Sobre o movimento realista, uma única alternativa apresenta-se CORRETA. Assinale-a. A) O Realismo teve sua origem na França e foi uma renovação apenas no campo literário. B) O homem como indivíduo é o centro das preocupações do autor realista para que proceda a análise psicológica. C) O ponto mais alto da prosa de ficção, no Realismo brasileiro, encontra-se na obra de José de Alencar. D) O escritor realista deve estudar o exterior dos indivíduos, interrogá-los, analisar o meio e, depois, transcrever suas observações, procurando ser, rigorosamente, impessoal. E) A prosa de ficção, no Realismo, não é uma obra de ataque à mentalidade burguesa, à ordem social clerical e monárquica. 8- (UESPI) Constitui aspecto fundamental do Realismo: A) A fiel precisão da exposição dos caracteres humanos, concomitante à minuciosa descrição de fatos e de situações apresentados. B) A forma de expressão em que a sensibilidade se sobrepuja à razão, ao apresentar o enredo, que deve ser simples. C) O exame minucioso do ser humano, em seu habitat, justamente quando os fins são bem mais importantes que os meios. D) O uso de um complicado jogo de palavras, mostrando o eterno drama dual entre a vida espiritual e a vida material do ser humano. E) A arte passa a ser vista como uma simples imitação da natureza, em que a Verdade, o Bom e o Belo estão acima de qualquer coisa. Para isso, através de uma linguagem simples e pura. 9.(NOVAFAPI) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo: O traço diferente, que predominou em muitos escritos a partir dos anos de 1860 e 1870, foi o que se chamou _________________, termo que é também aplicável a obras de várias épocas, mas que recebeu então um sentido próprio e de certo modo legítimo, sob a influência dos novos rumos das ciências naturais. Nesse sentido restrito, significa o tipo de ________________ que procura explicar cientificamente a conduta e o modo de ser das personagens por meio dos fatores externos, de natureza biológica e sociológica, que condicionam a vida humana. (Antonio Candido e José Aderaldo Castello) A)Naturalismo; Realismo B)Realismo; romance C)Realismo; Naturalismo D)Romantismo; romance E)Naturalismo; romance NATURALISMO Leia o trecho e responda as questões 1,2 e 3 O cortiço Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiamse agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor. A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço) P á g i n a | 28 1Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em: a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos... d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada... 2- O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas: a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor. b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente. c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres. d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a idéia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados. e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens. 3- Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir: Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. (...) E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum: a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em relação à tragédia comum, no segundo trecho. b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho. c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por quem se é ajudado, no segundo trecho. d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no segundo trecho. e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do “todos por todos”, no segundo trecho. 4- (Puc-Camp2010)A sua ferocidade ultrapassa tudo: sulcam de profundas cicatrizes, com um ferro, as faces dos recém-nascidos para lhes destruir as raízes dos pelos; e desse modo crescem e envelhecem imberbes e sem graça, como eunucos. Têm o corpo atarracado, os membros robustos e a nuca grossa: a largura das costas fá-los assustadores. (...) Não põem pé em terra nem para comer nem para dormir e dormem deitados sobre o magro pescoço da montada, onde sonham à sua vontade. (...) Nenhum deles se for interrogado poderá dizer donde é natural, porque, concebido num lugar, nasceu já noutro ponto e foi educado mais longe. (Descrição dos Hunos em Fernando Espinosa. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: SÁ da Costa, 1972, p. 4-6) Nessa descrição que faz Espinosa, os elementos da barbárie e da animalização do homem ganham uma expressão igualmente violenta, e parecem antecipar. (A) o prestígio que ganhariam as descrições pitorescas e detalhistas nos tratados dos primeiros viajantes e exploradores coloniais. P á g i n a | 29 (B) os recursos de que se valeriam os prosadores naturalistas, interessados em associar condição biológica, classe social e comportamento humano. (C) as imagens de que se valeriam os modernistas de 22, quando buscavam denunciar uma história nacional marcada por sucessivas violências. (D) o gosto manifesto por escritores intimistas da década de 30 do século XX, quando davam vazão à melancolia e à negatividade pessoais. (E) a atitude de poetas interessados no peso das palavras, consideradas como signos concretos, materiais, expressivos por si mesmos. 5- (PUC-Camp2011)A guerra franco-prussiana de 1870 inspirou romances de diferentes categorias. A obra, porém, de maior fôlego sobre o tema foi sem dúvida o romance La Débâcle, de Émile Zola. Este autor documentou-se antes de escrever sobre a derrota do exército francês. O iniciador da literatura naturalista consultou diversas testemunhas do conflito. No século XIX, a história não representava mais simplesmente um pano a de fundo para as romances, mas se tornava protagonista. (www.linhaseveredas.blogspot.com. Ana Luiza Bedê, 01 jul. 2010) O texto destaca um procedimento bastante usual do escritor naturalista, qual seja, o de (A) tomar a realidade como base para o mais livre exercício da fantasia e da imaginação. (B) analisar objetivamente a realidade a ser explorada, de modo que a obra apresente traços documentais. (C) explorar sobretudo os temas épicos, para destacar o heroísmo e a dignidade dos protagonistas. (D) descrever em detalhes os conflitos sociais, de modo a ressaltar a necessidade de interação do homem com a natureza. (E) contar com a inspiração pessoal para estabelecer um ângulo de interpretação original de um fato histórico. 6- (PUC-Camp2011) A guerra franco-prussiana de 1870 inspirou romances de diferentes categorias. A obra, porém, de maior fôlego sobre o tema foi sem dúvida o romance La Débâcle, de Émile Zola. Este autor documentou-se antes de escrever sobre a derrota do exército francês. O iniciador da literatura naturalista consultou diversas testemunhas do conflito. No século XIX, a história não representava mais simplesmente um pano a de fundo para as romances, mas se tornava protagonista. (www.linhaseveredas.blogspot.com. Ana Luiza Bedê, 01 jul. 2010) No caso de romances como O cortiço e Casa de pensão, de Aluísio Azevedo, a influência de um Zola naturalista revelou-se sobretudo no fato de o narrador (A) subordinar a conduta das personagens à ação determinante do meio pelo qual são moldadas. (B) desenvolver teses socialistas, abrindo novas perspectivas para a ascensão das camadas populares. (C) criar personagens que, a despeito das condições precárias de vida, tornam-se líderes revolucionários. (D) explorar a profunda e terna poesia que se oculta sob a aparente crueza da vida miserável. (E) mostrar que as características individuais dos trabalhadores sobrepõem-se às injunções do meio social. 7. (UFV-MG/2006) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. [...]. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentiase naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. (AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29). Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado: A)No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda como uma colméia humana. B)O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos. P á g i n a | 30 C)Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico. D)O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir. E)Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista. 8- (AESPI/2006) Todas as alternativas abaixo apresentam texto do Naturalismo, exceto: A)“Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos”. B)“Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra”. C)“Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros...”. D)“Tremiam-lhe as carnes como ao contato de um condutor elétrico, a distender-lhe os nervos escabujando na rede em espreguiçamentos lúbricos, vergando, como um vencido, ao poder irresistível da animalidade humana”. E)“Sem ser verdadeiramente bonita de rosto, era muito simpática e graciosa. Tez macia, de uma palidez fresca de camélia; olhos escuros, um pouco preguiçosos, bem guarnecidos e penetrantes; nariz curto, um nadinha arrebitado, beiços polpudos e viçosos, à maneira de uma fruta que provoca o apetite e dá vontade de morder”. 9-Das citações apresentadas abaixo, qual NÃO apresenta, evidentemente, um enfoque naturalista? A)Às esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro acre de sabão da terra e aguardente. B)... as peixeiras, quase todas negras, muito gordas, o tabuleiro na cabeça, rebolando os grossos quadris trêmulos e as tetas opulentas. C)Os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos. D)... batiam-lhe com a biqueira do chapéu nos ombros e nas coxas, experimentando-lhes o vigor da musculatura, como se estivesse a comprar cavalos. E)À porta dos leilões aglomeravam-se os que queriam comprar e os simples curiosos. 10- (UFV-MG/2006) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. [...]. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentiase naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. (AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29). Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado: A)No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda como uma colméia humana. B)O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos. C)Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico. D)O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir. E)Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista. P á g i n a | 31 PARNASIANISMO 1) (ITA-SP) Leia com atenção as duas estrofes abaixo e compare-as quanto ao conteúdo e à forma. I “Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego.” II “Do sonho as mais azuis diafaneidades Que fuljam, que na estrofe se levantem e as emoções, todas as castidades Da alma do Verso, pelos versos cantem.” Comparando as duas estrofes, conclui-se que: a) I é parnasiana e II, simbolista. b) I é simbolista e II, romântica. c) I é árcade e a II, parnasiana. d) I e II são parnasianas. e) I e II são simbolistas. 2- (UFAL2008) Todo escritor tem, obviamente, a leitura como origem de seu amor pela literatura. É nela que as descobertas estão guardadas e é escrevendo que um autor tenta explicá-las e entendê-las, fundidas ao pensamento em seu formato mais incipiente. Analisando o início da formação de alguns autores na leitura, entendi que o que lhes foi apresentado quando crianças definiu os escritores-leitores que seriam(...). E o que se pode dizer dos cineastas que têm o cinema movido pela literatura? A escrita é fundamental para que o cinema aconteça, mas falo daqueles que se inspiram em livros, que adaptam romances ou contos e fazem deles obras completamente diferentes, nos mostrando suas visões de mundo. Dois excelentes exemplos brasileiros são Beto Brant e Fernando Meirelles. A literatura, especialmente para Brant, é o ponto de partida. (...) Há também os escritores cinematográficos. E não me refiro àqueles que escrevem imaginando que seus livros serão adaptados ao cinema. Falo dos escritores que conseguem alcançar num livro a mesma magia da sétima arte. Não que a da literatura seja menor ou igual, é a diferença entre ambas que engrandece. E tal união me fascina. Marco Lucchesi disse o seguinte sobre certa tortura que tinha ao ler quando pequeno: “cada palavra que eu não soubesse, que não entendesse, era um projeto de sufocação”. O cinema, para os diretores mencionados, é uma outra forma de ler. A literatura, para eles, não deixa de ser um incrível projeto de sufocação para que seus filmes sejam realizados. É exatamente isso que também faz do grande escritor um grande leitor. Acredito ser o espírito da profissão: a busca pelo conhecimento infindável da língua, para que a pessoa possa se expressar de todas as formas possíveis e atingir as improváveis. E o que pode “fazer a diferença”, no caso de alguns escritores, é o fato de eles não serem forçados por algo ou alguém a começar uma vida na leitura — acontece naturalmente. Como diz Lucchesi: “Literatura é realmente um destino”. Com isso, quem sabe eu consiga reforçar minha singela teoria de que ler, para qualquer um que realmente ame a literatura, também pode ser um inevitável projeto de sufocação. (Renata Miloni. Le Monde Diplomatique, 27/10/2007. Adaptado). A autora do texto acredita que “o que faz do grande escritor um grande leitor (é) a busca pelo conhecimento infindável da língua, para que a pessoa possa se expressar de todas as formas possíveis e atingir as improváveis”. Essa preocupação com a linguagem se apresenta de forma particular na Literatura. Porém, a depender dos valores defendidos em cada época, a atitude dos autores em relação à linguagem varia substancialmente. Assim, é correto afirmar que: a) a prosa romântica se caracteriza pela linguagem culta, com adjetivação objetiva, e pela exploração da profundidade psicológica dos personagens. b) textos do Realismo apresentam linguagem subjetiva, descrições idealizantes e narrativa de ação ou aventura, com personagens previsíveis. c) a prosa naturalista prima por uma linguagem rebuscada e pouco clara, de caráter universal, com descrições breves e narrativas rápidas. d) o Parnasianismo caracteriza-se pela busca da perfeição formal; daí a preferência pelo soneto, pelo vocabulário culto e pelas rimas raras. P á g i n a | 32 e) a linguagem simbolista tem como características a forte expressão de otimismo, a precisão das imagens, a objetividade e o rebuscamento formal. 3- (UFMT2008) Entre o final do século XIX e o alvorecer do século XX, conviveram no Brasil três estilos de época: Realismo (1881-1902), Parnasianismo (1882-1902) e Simbolismo (1893-1902). Em relação ao assunto, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A prosa realista representou uma reação contra a literatura sentimental e extremamente subjetiva dos românticos. ( ) A poesia do final do século XIX significou a reafirmação da linguagem declamatória e coloquial do Romantismo. ( ) Em poemas parnasianos, o empobrecimento do conteúdo quando somado à supervalorização da linguagem preciosa constituiu imperfeição. ( ) O poeta simbolista, confiante no poder da linguagem, procura descrever objetivamente a realidade. Assinale a sequência correta. A) V, F, V, F B) V, V, F, F C) F, V, V, F D) F, F, V, V E) V, F, F, V 4-(UFMT2009) Leia a estrofe e responda à questão. Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o marmor luzidio Entre um leque e o começo de um bordado. A estrofe apresentada pertence a um soneto que descreve um objeto de arte – um vaso chinês. A atitude do poeta é impessoal, a linguagem e as rimas são ricas, bem trabalhadas, a métrica é perfeita. Pode-se afirmar que pertence à estética A) romântica. B) barroca. C) simbolista. D) modernista. E) parnasiana. 5-(UFPA2008) Leia as estrofes do poema “Profissão de fé”, de Olavo Bilac, transcritas ao lado: Considerando que as estrofes reúnem elementos da estética parnasiana, é correto afirmar que o Parnasianismo (A) se subordinou ao ideal da subjetividade, da confissão amorosa, com tendência a exaltar a mulher e a natureza. (B) foi um movimento poético antirromântico, caracterizando-se, principalmente, pelo culto da forma e pelo trabalho minucioso do verso tecnicamente perfeito. (C) se situou entre as correntes literárias que se inspiravam em temas filosóficos e se engajou totalmente nos problemas do seu tempo e da humanidade em geral. (D) herdou do Romantismo o gosto pela idealização da mulher amada e da natureza, o individualismo exacerbado, o exagero das metáforas, e a inspiração, que substitui a técnica. (E) floresceu na primeira metade do século XIX, mesclando as características subjetivas pré-românticas com as ideias deterministas e cientificistas do Realismo e do Naturalismo. P á g i n a | 33 6-(UFPB2010)Remorso 1 4 Às vezes, uma dor me desespera. . . Nestas ânsias e dúvidas em que ando, Cismo e padeço, neste outono, quando Calculo o que perdi na primavera. Versos e amores sufoquei calando, Sem os gozar numa explosão sincera. . . Ah! mais cem vidas! com que ardor quisera Mais viver, mais penar e amar cantando! 12 Sinto o que esperdicei na juventude; Choro, neste começo de velhice, Mártir da hipocrisia ou da virtude, 16 Os beijos que não tive por tolice, Por timidez o que sofrer não pude, E por pudor os versos que não disse! BILAC, Olavo. Melhores poemas de Olavo Bilac/Seleção de Marisa Lajolo. 4ª ed. São Paulo: Global, 2003, p. 106. (Melhores poemas: 16) Considerando os recursos estilísticos, é correto afirmar que esse poema a) enquadra-se tipicamente no estilo parnasiano, apresentando uma descrição objetiva da realidade vivida pelo eu lírico. b) aproxima-se da estética romântica, uma vez que o eu lírico faz confissões de seu estado de alma. c) afasta-se radicalmente do estilo romântico, traduzindo uma preocupação excessiva com o rigor formal. d) classifica-se como simbolista, por apresentar preocupações espirituais e religiosas do eu lírico diante da vida. e) traduz uma característica da poesia simbolista, voltada para a supervalorização da forma em detrimento do conteúdo do texto. 7Leia os versos: Esta, de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhantes copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia. Então e, ora repleta ora esvaziada, A taça amiga aos dedos seus tinia Todas de roxas pétalas colmada. (Alberto de Oliveira) Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes no poema: a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo b) revalorização das idéias iluministas e descrição do passado c) descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga d) versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual 8.(CEFET-PAR) E sobre mim, silenciosa e triste, A Via-Láctea se desenrola Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac) Sobre o fragmento poético não é correto afirmar: a) A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético b) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardentes”visa a presentificar o movimento dos astros. P á g i n a | 34 c) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado d) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação e) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva 9-(Enem) Ouvir estrelas “Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto, cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas?” Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”. BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919. Ouvir estrelas Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estás beirando a maluquice extrema. No entanto o certo é que não perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema. Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabroso é o tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto p’ra um poema. Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizem? Que sentido têm suas frases de sabor tão raro? Amigo, aprende inglês para entendê-las, Pois só sabendo inglês se tem ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas. TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961. A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que, a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa. b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem. c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”. d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.” e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas. P á g i n a | 35 10. (FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa correta: a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia. b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial. c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre. d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal. e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical. SIMBOLISMO 1. Das alternativas abaixo, indique a que não se aplica ao Simbolismo: a) Procura evocar a realidade e não descrevê-la minuciosamente. b) O poeta evita que os sentimentos interfiram na abordagem da realidade. c) O valor musical dos signos lingüísticos é um efeito procurado pelos poetas. d) O simbolismo mantém ligações com a poética romântica. e) O tema da morte é valorizado pelos simbolistas. 2. (ESAPP-modificado) Assinale a única afirmação coerente com as características do movimento simbolista: a) Algumas obras são bastante herméticas, justificando a referencia a um estilo “nefelibata”, pela obscuridade nebulosa, consistindo não poucas vezes em uma linguagem de compreensão extremamente difícil. b) Evita radicalmente a abordagem de paisagens desoladamente esfumaçada, de visões esgarçadas, de um estilo etéreo e de um penumbrismo no ambiente. c) Nas obras há um predomínio dos fatos fisiológicos, que não de fatos de ordem espiritual e transcendente, mas apenas manifestações da matéria. d) Preferência pelos assuntos da época, marcadamente as questões sociais, como a abolição da escravatura. e) Exacerbado sentimento da natureza, que se revela especialmente quanto à apresentação do indígena e das riquezas naturais, como florestas, rios e fauna. 3-(PUC-Camp2011) O homem utilitarista do século XVIII transforma utensílios de madeira em um torno por diversão, e fantasia que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas não tem grandes dotes para a poesia, e mal sabe extrair a moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e iluminada a vapor. Ele é um desses que preferem as coisas artificiais em detrimento das naturais, e pensa que a mente humana é onipotente. Ele sente grande desprezo pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos verdes campos e pelas árvores, e sempre reduz tudo aos termos da Utilidade. (W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J. Hobsbawm. A Era das Revoluções – 1789-1848. Trad. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1977, p. 255) Já no século XIX, no Brasil, pode-se notar uma certa tendência do abandono da paisagem natural idealizada para a ambientação do poeta no espaço urbano, privado ou doméstico. E o que se observa quando, por exemplo, se comparam os (A) sermões, de Antonio Vieira, com os poemas satíricos de Gregório de Matos. (B) poemas de Olavo Bilac, como o dedicado a Vila Rica, e os poemas de Tomás Antônio Gonzaga, em Marília de Dirceu. (C) versos de Os escravos, de Castro Alves, com a Iírica nostálgica de Casimiro de Abreu. (D) Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias, com os poemas reunidos em "Ideias Íntimas", de Álvares de Azevedo. (E) versos musicais de Cruz e Sousa com a secura e as dissonâncias dos versos de Alphonsus de Guimaraens. P á g i n a | 36 7- (Udesc) - Leia atentamente os textos a seguir: I- Quando será que tantas almas duras Em tudo, já libertas, já lavadas Nas águas imortais, iluminadas Do sol do amor, hão de ficar bem puras? Quando será que as límpidas frescuras Dos claros rios de ondas estreladas Dos céus do bem, hão de deixar clareadas Almas vis, almas vãs, almas escuras? (Cruz e Souza. POESIAS COMPLETAS. São Paulo, Ediouro, s/d, p.93.) II- "Não acredito em bicho maligno mas besouro, não sei não. Olhe o que sucedeu com a Rosa... Dezoito anos. E não sabia que os tinha. Ninguém reparara nisso. Nem dona Carlotinha, nem dona Ana, entretanto já velhuscas e solteironas, ambas quarenta e muito. Rosa viera pra companhia delas aos sete anos quando lhe morreu a mãe. Morreu ou deu a filha que é a mesma coisa que morrer." (OS MELHORES CONTOS DE MARIO DE ANDRADE. São Paulo, Global, 1988, p.17.) Em relação aos fragmentos apresentados, assinale com V as proposições verdadeiras e com F as falsas. ( ) Por suas características estilísticas, os versos de Cruz e Souza pertencem ao Simbolismo e o texto de Mário de Andrade, ao Modernismo. ( ) O Simbolismo brasileiro apresenta conteúdo carregado de mistério, misticismo, sonoridade e espiritualidade. ( ) No Simbolismo o lirismo é altamente objetivo, apresentando cunho político-social. ( ) Os textos do Modernismo apresentam, além de linguagem cotidiana e dinâmica, frases despojadas. A alternativa que apresenta seqüência CORRETA, de cima para baixo, é: a) V, F, F, V b) V, V, F, F c) V, V, F, V d) F, F, V, V e) V, F, V, V 8-(PUC-RS) “Hão de chorar por ela os [cinamomos, Murchando as flores ao tomar [do dia Dos laranjais hão de cair os pomos Lembrando-se daquela que os [colhia.” Uma das linhas temáticas da poesia de Alphonsus de Guimaraens, como se observa no exemplo, é a: a) Amada morta; b) Religiosidade profunda; c) Transfiguração do amor; d) Atmosfera litúrgica; e) Paisagem mariana. 9- (CEAP-AP) “Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” Cruz e Souza Nesta famosa estrofe do simbolista Cruz e Souza, a musicalidade se expressa pelas: a) metáforas . b) sinestesias. c) aliterações . d) metonímias . e) repetição da palavras vozes e violões. 10 - (Cescem) - "É, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes civilizações e sociedades... E as estranhas paredes hão de subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho..." P á g i n a | 37 É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e Souza podemos dizer que se trata de: a) uma crônica historiográfica. b) uma tragédia em moldes clássicos. c) um romance em que predomina a descrição d) um poema em prosa. e) uma sátira aos costumes P á g i n a | 38 GRAMÁTICA 1- ORTOGRAFIA EXERCÍCIOS: 1- (TTN) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas. a) b) c) d) e) quiseram, essência, impecílio pretencioso, aspectos, sossego assessores, exceção, incansável excessivo, espontâneo, obseção obsecado, reinvindicação, repercussão 2- (FUVEST-SP) Preencha os espaços com as palavras grafadas corretamente. “A ── de uma guerra nuclear provoca uma grande ── a humanidade e a deixa ── quanto ao futuro”. a) b) c) d) e) espectativa – tensão - exitante espectativa – tenção – hesitante expectativa – tensão – hesitante expectativa – tenção – hezitante espectativa – tenção –hezitante 3(T. JUST. –RJ) O sufixo –izar do verbo “ritualizar” escreve-se com a letra z, como se vê. Que item a seguir só tem grafias corretas? a) analizar – visualizar – capitalizar b) pesquisar – realizar – universalizar c) catequizar – deslizar – instrumentalizar d) paralizar – centralizar – urbanizar e) catalizar – batizar – animalizar 4. (UEL) Com a chuva torrencial, furiosas _______ e ribeirões ________ no rio, inundando a estrada que o _______. a) enxurradas - deságuam - marjeia b) enchurradas - desagúam - marjeia c) enxurradas - deságuam - margeia d) enxurradas - desagúam - margeia 5- (T. JUST. –RJ) “regime” é um vocábulo escrito corretamente com g; em que item abaixo todas as palavras apontadas estão corretamente grafadas com essa mesma letra? a) jiló - pagem – vagem b) gorgeta – magestade – viagem c) estrangeiro – gengiva – geringonça d) pedágio – genipapo – vertigem e) cafageste – tigela – alforge 6- (CÂM.MUN. –RIO) As palavras discussão e articulação são grafadas com letras distintas para representação dos mesmos fonemas (ssão-ção). Assinale o item em que houve erro numa das palavras grafadas. a) dimensão – discussão b) excessão – extensão c) contenção – remissão d) pretensão – abstração e) sedução – intenção 7- (S.E.POL.CIVIL) Pesquisa é a palavra escrita com s; qual dos itens a seguir apresenta erro ortográfico devido à confusão entre s e z ? a) b) c) d) e) análise princeza empresa paralisia catequizar 1- ACENTUAÇÃO GRÁFICA EXERCÍCIOS 1- O item em que o par de palavras NÃO está acentuado em função da mesma regra ortográfica é: a) própria / advertências; b) farmácia / bactérias; c) indústria / cálcio; d) importância / raízes; 2- Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: também, incrível e caráter. a) alguém, inverossímil, tórax b) hífen, ninguém, possível c) têm, anéis, éter d) há, impossível, crítico e) pólen, magnólias, nós 3- Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado: a) voo, orfão, taxi, balaustre b) itens, parabens, alguem, tambem c) tactil, amago, cortex, roi d) papeis, onix, bau, ambar e) hifen, cipos, leem, pe 4-. Assinale a série cuja acentuação gráfica se justifique da mesma forma que em: baiúca - ônus - apóio. a) viúvo, ônibus, pastéis b) vírus, hífen, jibóia c) centopéia, Garibáldi, caí d) egoísmo, Quéops, escarcéu e) lápis - vôlei - girassóis 5- Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo: a) juízo, aí, saíste, saúde b) poética, árabes, lírica, metáfora c) glória, apóia, série, inócuo d) réptil, fêmur, contábeis, ímã e) assembléia, dói, papéis, céu 6- Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente: a) perdoo, balaustre, bambu b) itens, assembleia, cafeina c) tuneis, juri, pessoa P á g i n a | 39 d) aerodromo, estrategia, nectar e) agape, apoio (subst.), nuvens 7- Marque a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado: a) voo, parabens, hifen, sofas b) fenix, esplendido, voce, volatil c) aneis, rubrica, tenis, urubu d) chama-la, veem, Tamanduatei, tambem e) cipos, biceps, rape, sauva 3- SINAIS DE PONTUAÇÃO a) Solteiro; foi um menino turbulento; casado, era um moço alegre; viúvo, tornara-se uma pessoa de semblante sombrio. b) Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era um moço alegre; viúvo, tornara-se uma pessoa de semblante sombrio. c) Solteiro, foi um menino; turbulento, casado; era um moço alegre viúvo, tornara-se uma pessoa de semblante sombrio. d) Solteiro foi um menino turbulento, casado era um moço alegre, viúvo; tornara-se uma pessoa de semblante sombrio. e) Solteiro, foi um menino turbulento, casado; um moço alegre, viúvo; tornara-se uma pessoa de semblante sombrio. EXERCÍCIOS 1-(UFPB-2006) Quanto à pontuação, observa-se desvio da norma culta em: a) Álvaro, embora fosse tímido, ia dar um passo, essa noite, comparado a um pedido formal de casamento. b) Nessa noite, Álvaro ia dar um passo comparado a um pedido formal de casamento, embora fosse tímido. c) Álvaro, nessa noite, embora fosse tímido, ia dar um passo comparado a um pedido formal de casamento. d) Embora fosse tímido Álvaro nessa noite, ia dar um passo comparado, a um pedido formal de casamento. e) Nessa noite, um passo comparado a um pedido formal de casamento, Álvaro ia dar, embora fosse tímido. 2-(TALCRIM) Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público... (1.1-2). A justificativa para o emprego de vírgulas no trecho destacado é: a) a intercalação de um adjunto adverbial b) o destaque do aposto c) a divisão de termos da mesma função d) a separação de orações e) a presença de um vocativo 3-(I.N. CÂNCER) “... em que, periodicamente, se cultuava ao deus Apolo.”; qual a justificativa do emprego das vírgulas desse segmento? a) separar o vocativo b) indicar um aposto c) separar elementos de mesma função sintática d) destacar um elemento sintática deslocado e) separar orações PONTO VÍRGULA EXERCÍCIO 1- (EFOMM )- A opção em que está correto o emprego do ponto-e-vírgula é: EXERCÍCIOS 1- Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo: “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter. a)dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. 2. Assinale o trecho sem erro de pontuação: a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em questão; b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários; c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração; d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo; e) estamos remetendo em anexo, o formulário. 3-Em seguida vai um pequeno trecho de Machado de Assis, pontuado de diversos modos. Só uma vez a pontuação estará de acordo com as normas gramaticais. Assinale-a: a)homem gordo, não faz revolução. O abdômem, é naturalmente amigo da ordem. O estômago pode destruir, um império: mas há de ser antes do jantar; b) homem gordo não faz revolução. O abdômem é naturalmente amigo da ordem; o estômago pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar; c) homem gordo não faz revolucão, o abdômem é, naturalmente, amigo da ordem. O estômago, pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar; d) homem gordo não faz revolução: o abdômen e naturalmente, amigo da ordem. O estômago pode P á g i n a | 40 destruir um império: mas há de ser antes do jantar; e) homem gordo não faz revolução: o abdômem é naturalmente amigo da ordem. O estômago pode destruir um império mas há de ser, antes do jantar. 4.0 - PLANO SEMÂNTICO rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sejo não descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente. EXERCÍCIOS Ramires) Texto para as questões 01 e 02 Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala. (Graciliano Ramos, Vidas secas) 1. Reestruturando-se o terceiro período do texto, mantém-se o sentido original apenas em: a) A viagem progredira bem três léguas, uma vez que havia repousado bastante na areia do rio seco, dado que ordinariamente andavam pouco. b) Haviam repousado bastante na areia do rio seco; a viagem progredira bem três léguas porque ordinariamente andavam pouco. c) Porque haviam repousado bastante na areia do rio seco, ordinariamente andavam pouco, e a viagem progredira bem três léguas. d) Ainda que ordinariamente andassem pouco, a viagem progredira bem três léguas, pois haviam repousado bastante na areia do rio seco. e) Em virtude de andarem ordinariamente pouco e de haverem repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. (Eça de Queirós, A ilustre Casa de 3. No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos têm como efeito, respectivamente, a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira como cidade onde tudo acontece. b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; marcar a generalidade das situações que são objeto de seus comentários. c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como responsáveis pela maioria dos acontecimentos na cidade. d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa cidade onde são famosas pela maledicência. e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na cidade. 4. Há, no texto, analogia entre o sentido da expressão "gárrulas como cigarras" e o sentido de: a) "tecedeiras de todas as intrigas". b) "olhinhos furantes". c) "azeviche sujo". d) "sua solta língua". e) "entre os dentes ralos". 6. (UFPB-2009) Leia o fragmento. 2. Tendo em vista a relação, neste texto, entre o vocabulário e os efeitos de sentido, é INCORRETO afirmar que: a) o adjetivo "avermelhada" retrata o rigor do clima. b) "rio seco", "galhos pelados", "caatinga rala" caracterizam um espaço hostil aos viajantes. c) as palavras empregadas pelo narrador reproduzem as das personagens. d) os nomes dos viajantes substituem-se por um adjetivo substantivado - "os infelizes". e) a expressão "o dia inteiro" equivale a "todo o dia". Texto para as questões de 03 a 04 As duas manas Lousadsas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicêndias, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule “[...] o Direito, se bem que, para ele, fosse de todas as formaturas a mais risonha, não lhe servia igualmente, visto que Amâncio não estava disposto a deixar a Corte e ir ser estudante na província.” Mantendo-se o mesmo sentido, os termos destacados podem ser substituídos, respectivamente, por: a) ainda que / dado que b) a menos que / porque c) visto que / posto que d) ainda que / logo que e) à medida que / dado que 7. Quanto ao valor semântico ” é correto afirmar que: “Peguei o exemplar e o guardei em minha pasta. Caladão. Sem revelar a ninguém o P á g i n a | 41 acontecido. Lembro do abraço que Plínio me deu à saída. Parecia estar segurando as lágrimas. Balbuciou algumas palavras emocionadas. Mal pude retribuir, meus braços se recusavam a apertar o cínico.” a) Na primeira e na segunda ocorrência o “O” é um artigo; b) O “que” (2ª linha) pode ser substituído sem alteração semântica no qual; c) Parecia estar segurando as lágrimasControlando; d) Balbuciou algumas palavras emocionadas. – gaguejou; e) se recusavam a apertar o cínico.” Possui o valor condicional 5. PLANO MORFOLÓGICO II.O raio ultravioleta provocou um ataque danoso ao material a)derivação sufixal, justaposição, aglutinação b)parassíntese, aglutinação, derivação regressiva c)derivação prefixal, aglutinação, justaposição d)derivação prefixal e sufixal, justaposição, parassíntese e)parassíntese, justaposição, derivação sufixal 6-(IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo mesmo processo: a) ajoelhar / antebraço / assinatura b) atraso / embarque / pesca c) o jota / o sim / o tropeço d) entrega / estupidez / sobreviver e) antepor / exportação / sanguessuga EXERCÍCIOS: 1- (UFUB_MG) A palavra “ensolarada” tem o mesmo processo de formação de : a) injustiçada b)inspirada c) esperada d) sonhada e) amada 2- (FUVEST-SP) Nas palavras: atenuado, televisão, percurso temos, respectivamente, os seguintes processos de formação de palavras: a)parassintética, hibridismo, prefixação b)aglutinação, justaposição, sufixação c)sufixação, aglutinação, justaposição d)justaposição, prefixação, parassintética e) hibridismo, parassintética, hibridismo 3- (UFMG) Em todas as frases, o termo grifado exemplifica corretamente o processo de formação de palavras indicado, EXCETO em: a) ‘Onde se viu perversidade semelhante? (derivação parassintética) b) “Não senhor não procedi nem percorri.” (Derivação prefixal) c) “Preciso falar-lhe amanhã sem falta. (derivação regressiva) d) “As moças achavam maçador, evidentemente.” e) “Minava um apetite surdo pelo jantar.” (derivação imprópria) 4- (CESGRANRIO- RJ) o prefixo de “irregular” difere semanticamente do prefixo de: a) desumano b)imigrante c)ilimitado d)anormalidade 5- (FEI – SP) Identificar a alternativa que indica corretamente os processos de formação das palavras destacadas: I. Ao anoitecer, o planalto fica deserto 7- (FFCL SANTO ANDRÉ) As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por: a) derivação b) onomatopéia c) hibridismo d) composição e) prefixação 8- (UF-PR) A formação do vocábulo sublinhado na expressão "o canto das sereias" é: a) composição por justaposição b) derivação regressiva c) derivação prefixal d) derivação sufixal e) palavra primitiva 9- (FCMSC-SP) As palavras expatriar, amoral, aguardente, são formadas por: a) derivação parassintética, prefixal, composição por aglutinação b) derivação sufixal, prefixal, composição por aglutinação c) derivação prefixal, prefixal, composição por justaposição d) derivação parassintética, sufixal, composição por aglutinação e) derivação prefixal, prefixal, composição por justaposição 10- (FUVEST) Foram formadas pelo mesmo processo as seguintes palavras: a) vendavais, naufrágios, polêmicas b) descompõem, desempregados, desejava c) estendendo, escritório, espírito d) quietação, sabonete, nadador e) religião, irmão, solidão 6. FLEXÃO NOMINAL E VERBAL EXERCÍCIOS 1- Assinale a alternativa onde todos os substantivos são biformes: P á g i n a | 42 a) elefante, príncipe, abade, mestre b) conde, carrasco, imigrante, onça c) perdigão, monge, hebreu, paciente d) bacharel, presidente, parente, cliente e) algoz, ator, profeta, duque c) cidadões d) capitões e) alemãos 8- (TRE-SP) Não se.........e........bem cada palavra que........... 2- Assinale a alternativa que apresenta respectivamente: um substantivo biforme, um sobrecomum, um comum-de-dois e um epiceno: a) aluno, testemunha, paciente, elefante b) marechal, criança, indígena, tigre c) selvagem, frei, vítima, folião d) cadáver, bebê, colega, rival e) herói, artista, membro, poeta 3-Assinale a alternativa substantivo está correto: onde o plural a) precipite - pesa - pronunciares b) precipite - pese - pronunciar c) precipita - pesa - pronunciar d) precipita - peses - pronunciares e) precipite - pesas – pronunciar 9- (TRF) Transpondo para a voz passiva a frase “Estavam encaminhando os processos para a sua jurisdição”, obtém-se a forma verbal: do a) cristão – cristães b) o tórax – os tóraxes c) cidadão – cidadãos d) chapéu – chapéis e) pão, pãos a) encaminhavam-se b) iam encaminhando-se c) estavam sendo encaminhados d) foram sendo encaminhados e) encaminharam-se 10- (BB) Flexão verbal incorreta: 4. A nota dos alunos, desde ontem, ... no mural, e o professor atenderá pessoalmente só os estudantes que, por acaso, ... alguma dúvida. a) Se vir o tal colega, falar-lhe-ei. b) Se eu pôr o verbo no plural, erro de novo. c) Se eu vier cedo, aguardo-o. d) Se a duplicata estiver certa, paguem-na. e) Se eu for tarde, esperem-me. a) está afixado, tiverem b) está afixado, tiver c) está afixada, tiverem d) está afixada, tiver e) estão afixadas, tiver 11- (A.CONT.-MT) “creio que a federação perecerá, se continuar a não saber acatar e elevar a justiça” Das alterações feitas na parte final da passagem acima, a que apresenta erro de flexão verbal é: 5Assinale o item que apresenta os plurais corretos das expressões cidadão luso- brasileiro, capelão surdo-mudoe cirurgião sem-vergonha. a) se não se abstiver dos radicalismos b) se não revir as decisões que tem tomado c) se não se contrapor às injustiças sociais d) se não intervier com a lei nas desordens sociais a) cidadãos luso-brasileiros, capelães surdosmudos , cirurgiões sem-vergonha b) cidadãos lusos-brasileiros, capelães surdosmudo, cirurgiões sem-vergonhas. c) cidadões luso-brasileiros, capelões surdomudos, cirurgiães sem-vergonha d) cidadãos luso-brasileiros, capelãos surdomudos, cirurgiãos sem-vergonha 6- (TRE-RJ) O substantivo “negociante” pode ser masculino ou feminino: o negociante / a negociante. Dos nomes de ofícios abaixo aquele que se classifica igualmente como comum de dois gêneros é: a) intérprete b) agricultor c) agrônomo d) monge e) juiz 7- (BB) flexão correta: a) anciões b) pagões 12- Aponte a frase com erro de flexão verbal. a) Se detiverdes os avanços da incredulidade, tereis sucesso em vossa escalada. b) Assim que ele intervir na empresa, os problemas serão resolvidos. c) Apresenta o relatório até as quatro horas e não te preocupes com o resultado, pois já fizeste a tua parte. d) Refarei o trabalho de noite, embora isso não condiga com meus ideais 7- VOZES E ASPECTOS VERBAIS EXERCÍCIOS 1. (TRF– 2003) Transpondo-se para a voz passiva a frase Esses meios desrespeitam a consciência e a liberdade da pessoa moral, a forma verbal resultante será a) serão desrespeitadas. P á g i n a | 43 b) desrespeita-se. c) é desrespeitada. d) são desrespeitadas. e) são desrespeitados. 2-(TRF – 1ª região – 2006) A frase que admite transposição para a voz passiva é: a) O país pode chegar a uma situação caótica. b) O editorial é um desrespeito à soberania cubana. c) A atenção do Estado cubano para com a saúde popular é exemplo para todos. d) Houve indignação e protestos contra o editorial da revista. e) Cuba tem auxiliado países vítimas de catástrofes. 3- Assinale a alternativa que contém voz passiva: a) tínhamos apresentado diversas opções; b) dorme-se bem naquele hotel; c) precisa-se de gerentes de vendas; d) difundia-se o boato de que haveria racionamento; e) N. R. A 4- Transportando para a voz ativa a oração “os sócios foram convocados para uma reunião”. Obtém-se: a forma verbal: a) convocaram-se; b) convocaram; c) convocar-se-ia; d) haviam sido convocados; e) haverão de ser convocados. 5- Transpondo para a voz ativa a frase “O processo deve ser revisto pelos dois funcionários”, obtém-se a forma verbal: a) deve-se rever; b) devem rever; c) será revisto; d) reverão; e) rever-se-á. 6- “Acredito que Maria tenha feito a lição”, passando-se a oração sublinhada para a voz passiva, o verbo ficará assim: a) foi feita; b) tenha sido feita; c) esteja sendo feita; d) tenha estado feita; e) seja feita. 6- (FUVEST-SP) Assinale a frase que não está na voz passiva: a) O atleta foi estrondosamente aclamado. b) Que exercício tão fácil de resolver! c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes. d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado. e) Entreolharam-se agressivamente os dois competidores. 7- (FCMSCSP) Transpondo para a voz passiva a oração "Os pesquisadores não podiam suportar esse nível de radiação", obtém-se a forma verbal: a) se suporta; b)era podido suportar; c) podem suportar-se; d) podia ser suportado; e) podia suportarem-se. 8- (FlUbe-MG) Transpondo para a voz passiva a oração: "A pedidos, a orquestra tocaria fado e modinha", obtém-se a forma verbal: a) se tocaria; b) será tocado; c) seriam tocados; d) serão tocados; e) iam ser tocados. 8. PLANO SINTÁTICO EXERCÍCIOS 1- (UF-MG) Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em: a)Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho? b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios. c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas. d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros. e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos. 2- (FMU) Em "Eu era enfim,senhores, uma graça de alienado.", os termos da oração grifados são respectivamente, do ponto de vista sintático: a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do sujeito 3-(CESGRANRIO) Assinale a frase cujo predicado é verbo-nominal: a) "Que segredos, amiga minha, também são gente ..." b) "... eles não se vexam dos cabelos brancos ..." c) "... boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que quiseres ..." d) "Fiquemos com este outro verbo." e) "... o assunto não teria nobreza nem interesse ..." P á g i n a | 44 4-(UC-MG) A classificação dos verbos sublinhados, quanto à predicação, foi feita corretamente em: a)"Não nos olhou o rosto. A vergonha foi enorme." - transitivo direto e indireto b)"Procura insistentemente perturbar-me a memória." - transitivo direto c)"Fiquei, durante as férias, no sítio de meus avós." - de ligação d)"Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos imediatamente." - transitivo indireto e)"Ela no encontrará, portanto é só fazer o pedido." - transitivo indireto 5-(UF-Uberlândia) "Ele observou-a e achou aquele gesto feio, grosseiro, masculinizado." Os termos sublinhados são: a) predicativos do objeto b) predicativos do sujeito c) adjuntos adnominais d) objetos diretos e) adjuntos adverbiais de modo 6-(FMU) Observe os termos sublinhados na passagem: "O rio vai às margens. Vem com força de açude arrombado." Os termos sublinhados são, respectivamente: a) predicativo do sujeito e adjunto adnominal de modo b) adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal c) adjunto adverbial de lugar e adjunto adverbial de modo d) adjunto adverbial de modo e objeto indireto e) adjunto adverbial de lugar e complemento nominal 7-(UF-GO) "O corpo, a alma do carpinteiro não pode ser mais brutos do que a madeira." A função sintática dos termos sublinhados é, pela ordem: a) objeto direto - predicativo do sujeito b) sujeito - sujeito c) predicativo do sujeito - sujeito d) objeto direto - predicativo do sujeito e) predicativo do sujeito - predicativo do sujeito 8-(MACK) Em “O hotel virou catatumba”: a) o predicado é nominal b) o predicado é verbo-nominal c) o predicado é verbal d) O verbo é transitivo direto e) estão corretas c e d 9- (MACK) Nas frases abaixo, o pronome oblíquo está corretamente classificado, exceto em: a) "Fugia-lhe é certo, metia o papel no bolso ..." (objeto indireto) b) "... ou pedir-me à noite a bênção do costume" (objeto indireto) c) "Todas essas ações eram repulsivas: eu toleravaas ..." (objeto direto) d) "... que vivia mais perto de mim que ninguém" (objeto indireto) e) "... eu jurava matá-los a ambos ..." (objeto direto) 10- (MACK) Entre as alternativas abaixo, aponte a única em que um dos termos corresponde à análise dada: "Pareciam infinitas as combinações de cores no azul do céu." a) b) c) d) e) Pareciam é um verbo intransitivo Infinitas é objeto direto Cores é o núcleo do sujeito Do céu é o complemento nominal n.d.a 11- (PUC) "Nesse momento começaram a ferí-lo nas mãos, a pau." Nessa frase o sujeito do verbo é: a)nas mãos b) indeterminado c) eles (determinado) d) inexistente ou eles: dependendo do contexto e) n.d.a 12- (PUC) Em: "... principiou a segunda volta do terço."; "Carrocinhas de padeiro derrapavam nos paralelepípedos."; "Passavam cestas para o Largo do Arouche."; "Garoava na madrugada roxa." Os verbos são, respectivamente: a) transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto, intransitivo b)intransitivo, transitivo indireto, transitivo direto, intransitivo c) transitivo direto, intransitivo, transitivo direto, intransitivo d)transitivo direto, intransitivo, intransitivo, intransitivo-impessoal e)transitivo indireto, intransitivo, transitivo indireto, transitivo indireto 13-(PUC) Em: "Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda”, as expressões sublinhadas são: a)complemento nominal - objeto direto b) predicativo do objeto - objeto direto c) objeto indireto - complemento nominal d) objeto indireto - objeto indireto e) complemento nominal - objeto direto preposicionado 14- (FUVEST) No texto: "Acho-me tranqüilo – sem desejos, sem esperanças. Não me preocupa o futuro”, os termos destacados são, respectivamente: a)predicativo, objeto direto, sujeito b) predicativo, sujeito, objeto direto c) adjunto adnominal, objeto direto, objeto indireto d) predicativo, objeto direto, objeto indireto e) adjunto adnominal, objeto indireto, objeto direto P á g i n a | 45 15- (FGV) Leia atentamente: "Vi o acidente da estação." Na frase ao lado, a expressão sublinhada é ambígua, pois pode ser interpretada como: a) objeto indireto ou adjunto adnominal b) adjunto adverbial de modo ou predicativo do sujeito c) predicativo do sujeito ou predicativo do objeto direto d) adjunto adnominal ou adjunto adverbial e) adjunto adverbial de tempo ou objeto indireto 5- (EPCAR) Aponte a alternativa em que a palavra em negrito é conjunção explicativa: a) Como estivesse cansado, não foi trabalhar. b) Assim que fores ao Rio, não te esqueças de avisar-me. c) Retirou-se antes, já que assim o quis. d) Não se aborreça, que estamos aqui para ouvilo. e) Não compareceu, porque não foi avisado. 6- (SANTA CASA) O "que" está com função de preposição na alternativa: 9- CLASSES DE PALAVRAS EXERCÍCIOS 1-(IBGE) Assinale o par de frases em que as palavras sublinhadas são substantivo e pronome, respectivamente: a)A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão praticar o bem. b)A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia muito movimento na praça. c)Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de drogas é condenável. d)Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. / Pesca-se muito em Angra dos Reis. e)Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. / Não entendi o que você disse. a) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga! b) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem és. c) João não estudou mais que José, mas entrou na Faculdade. d) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro. e)Não chore que eu já volto. 7- (BB) "Saberão que nos tempos do passado o doce amor era julgado um crime." a) 1 preposição b) 3 adjetivos c) 4 verbos d) 7 palavras átonas e) 4 substantivos 2- (U-BRASÍLIA) Assinale o item que só contenha preposições: 8- (UC-MG) Em "Orai porque não entreis em tentação", o valor da conjunção do período é de: a) durante, entre, sobre b) com, sob, depois c) para, atrás, por d) em, caso, após e) após, sobre, acima a) causa b) condição c) conformidade d)explicação e)finalidade 3- (TTN) Observe as palavras grifadas da seguinte frase: "Encaminhamos a V. Senhoria cópia autêntica do Edital nº 19/82." Elas são, respectivamente: 9- (UF-MG) As expressões sublinhadas correspondem a um adjetivo, exceto em: a) verbo, substantivo, substantivo b) verbo, substantivo, advérbio c) verbo, substantivo, adjetivo d) pronome, adjetivo, substantivo e) pronome, adjetivo, adjetivo 4- (CESGRANRIO) Assinale a opção em que a locução grifada tem valor adjetivo: a) "Comprei móveis e objetos diversos que entrei a utilizar com receio." b)"Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos." c) "Pediu-me com voz baixa cinqüenta mil réis." d) "Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras..." e) "Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem escrúpulos não se apoderassem do que era delas." a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira. d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim. e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça. 10- (ITA) Assinalar a alternativa que corretamente preenche a lacuna da sentença: "....... meus conselhos, ele pediu demissão." a)Entrementes b)Máxime c)Mormente d)Malgrado e)Desastre P á g i n a | 46 CONCORDÂNCIA NOMINAL 1Relacione convenientemente a 1ª coluna, de acordo com a 2ª, tendo em vista as explicações para a concordância dos adjuntos adnominais e dos predicativos: 1ª coluna 2ª coluna ( ) Afirmações e A) O adjunto negações quase adnominal concorda em simultâneas me gênero e número com o assaltavam. seu único núcleo. ( ) Ele ama a noite B) O adjunto solitária e muda. adnominal está no ( ) Via nele coragem plural e no gênero e afeição nunca comum aos seus desmentidas. núcleos. ( ) Via nele coragem C) O adjunto e valor nunca adnominal concorda em desmentidos. gênero e número com o ( ) Via nele nunca seu núcleo mais desmentida coragem e próximo. valor. D) O adjunto ( ) Via nele nunca adnominal está no desmentido valor e plural e no masculino coragem. concordando com a ( ) Via nele nunca totalidade de seus desmentidos valor e núcleos de gêneros coragem. diferentes. ( ) Via nele valor e E) O predicativo coragem nunca concorda em gênero e desmentidos. número com o sujeito. ( ) Via nele valor e coragem nunca desmentida. ( ) Ele está satisfeito. ( ) Eles estão satisfeitos. 2. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos parênteses. a) Será que é __________________ essa confusão toda? (necessário/ necessária) b) Quero que todos fiquem ________________.(alerta/ alertas) c) Houve ____________ razões para eu não voltar lá. (bastante/ bastantes) d) Encontrei ____________ a sala e os quartos.(vazia/vazios) e) A dona do imóvel ficou __________ desiludida com o inquilino.(meio/ meia) F)Vai _____________ a procuração perdida ( anexa / anexo) g) ______________ estão todos os documentos exigidos. ( anexos/ anexo) h) Elas _____________ não podiam reclamar. ( mesma/ mesmas) i) É ___________ venda de alimentos neste local. ( proibido / proibida) j) É ___________ a venda de alimentos neste local. ( proibido / proibida) k) Ela estava _____________ nervosa e não consegui se explicar ( meio/ meia) l) Ela saiu ____________ apressada e nem disse _________ ( muito/muita – obrigado/obrigada) 3. (FUVEST) “Na reunião do Colegiado, não faltou, no momento em que as discussões se tornaram mais violentas, argumentos e opiniões veementes e contraditórias.” No trecho acima, há uma infração as normas de concordância. a) Reescreva-o com devida correção. b) Justifique a correção feita. 4. (PUCCAMP) A frase em que a concordância nominal está correta é: a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo era o melhor sinal de prosperidade da família. b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontravam as vítimas do acidente. c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava na sua pacata e linda chácara do interior. d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e o braço direitos, mas estava totalmente lúcido. e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser importante para a pesquisa que estou fazendo. P á g i n a | 47 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB INTENSIVO PRÉ-VESTIBULAR UFPB - CAMPUS I LINGUA PORTUGUESA – AULÃO ENEM - 2011 Texto 1 Texto5 Fonte: www.chargederua.com.br. Acesso em: 15 de setembro de 2010 Texto 2 VERSOS INTIMOS Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a ingratidão - esta pantera Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se alguém causa inda pena tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija. ANJOS, Augusto dos. Eu. In: BUENO, Alexei (Org). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. P. 28. Texto 4 P á g i n a | 48 1. Intertextualidade é a relação entres textos. Esse fenômeno lingüístico ocorre na charge (texto 1) por meio: a) das imagens que se referem a pessoas políticas. b) das cores das camisas, que simbolizam os partidos políticos. c) das notas musicais, que fazem alusão às marchinhas de carnal. d) dos gestos dos desenhos, que se referem a passos carnavalescos. e) dos trechos das marchinhas de carnal, os quais se fazem presente na charge com novos sentidos. Leia o texto 2 e responda as questões de 2 e 3: 2. Podemos afirmar que o texto: I- mostra angústia e pessimismo, afirmando a impossibilidade de uma vida feliz. II- expressa o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro. III- representa realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho existencial. IV- aborda dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista negativo e analítico acerca do comportamento humano. Estão corretas: a) I, III e IV. b) I, II e IV. c) I, II e III. d) II, III e IV. e) Todas estão corretas. 3. A linguagem do poema caracteriza-se: a) pelo didatismo e pela objetividade da expressão. b) pelo preciosismo da linguagem de inspiração parnasiana. c) pela utilização intensa da antítese e do paradoxo. d) pelo uso de termos fortes e chocantes. e) pela retomada do rebuscamento barroco. Texto 3 O BÊBADO E O EQUILIBRISTA (Compositor: João Bosco) “A lua Tal qual a dona de um bordel, pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel. E nuvens, lá no mata-borrão do céu chupavam manchas torturadas - que sufoco!” 4. No fragmento da música O bêbado e o Equilibrista de João Bosco e Aldir Blanc, temos a presença nos termos destacados de uma: a) b) c) d) e) Prosopopéia Metáfora Comparação Silepse Hipérbole 5. Assinale a alternativa que apresenta a mesma regra de concordância da frase: “Feitas as contas me pus tranquilo”. a) b) A primeira e segunda lição. Eles foram os mais insolentes possíveis. P á g i n a | 49 c) Postas as cartas na mesa seguiremos em frente. d) As cláusulas terceira, quarta e quinta. e) Os poderes temporal e espiritual. 6. Na charge abaixo assinada por Nani, (texto 4) temos presença de: a) b) c) d) e) Presença de silepse de gênero. Uso de ironia apenas como caráter estilístico. Uso da função da linguagem fática, pois nota-se a necessidade de diálogo com um interlocutor. O uso da ironia trazendo inferências sobrepostas ao texto. A expressão “o cara” representa uma sinédoque 7. Sobre a historinha do texto 5, é verdade que: a) A expressão fácil sugerida pelo homem inicialmente representando raiva não serve como inferência para a compreensão textual do leitor. b) A leitura crítica da imagem é prejudicada pela falta elementos textuais. c) Não existe comunicação completa sem o uso da modalidade escrita. d) O uso de linguagem não-verbal só é compreensível quando as imagens ou símbolos são acompanhados de palavras e) O uso dos signos textuais no exemplo acima sensibiliza para o respeito e preservação da natureza Texto 6, para as questões 8 e 9 Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9. 8. (ENEM 2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. 9.(ENEM 2008) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor. a) b) c) d) e) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11) P á g i n a | 50 1. [Brasil, Informal] Namoro. 2. [Brasil, Informal] Namorado namorada. 3. [Brasil, Informal] Amor ou afeição. 4. [Brasil, Informal] Mexerico; intriga. Texto 7 Eu Só Quero Um Xodó ou 10. A palavra em negrito é uma típica ocorrência de: “Que falta eu sinto de um bem Que falta me faz um xodó Mas como eu não tenho ninguém Eu levo a vida assim tão só...” a) b) c) d) e) Vocabulário: (origem expressiva) s. m. Estrangeirismo Regionalismo Jargão Neologismo Empréstimo Lingüístico LÍNGUA PORTUGUESA - AULÃO ENEM - 2010 Questões Enem Leia o trecho: “Pouco a pouco, (Conceição) tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa. Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro.” 1. É correto afirmar sobre a personagem Conceição: a) Conceição é a típica personagem machadiana: romântica, idealizada e linear. b) Conceição, a personagem feminina do conto, é a típica mulher machadiana, de comportamento ambíguo, misteriosa. c) Conceição é descrita como uma mulher madura, alegre e descontraída. Viviam para o marido e para o lar. d) Conceição é uma mulher forte, decidida e que não se deixa enganar pelo marido. e) Conceição é a típica mulher machadiana fria e calculista em suas atitudes. Texto 1 PORTO DE LENHA (Torrinho e Aldísio Figueiras) Porto de lenha Tu nunca serás Liverpool Com uma cara sardenta e olhos azuis Um quarto de flauta Do alto Rio Negro Pra cada sambista-paraquedista Que sonha o sucesso Sucesso sulista Em cada navio, em cada cruzeiro Em cada cruzeiro Das quadrilhas de turistas 1. A expressão “Com uma cara sardenta e olhos azuis” (linha 3, texto 2) designa: a) os turistas que chagam a Manaus, metaforicamente. b) habitantes de Liverpool , metonimicamente. c) sulistas de pele clara, por catacrese. d) roqueiros estrangeiros, por abreviação. e) roqueiros amazonenses, por eufemismo. 2. Na segunda estrofe do texto 2, a noção de “sucesso”: A) está associada à noção de sucesso no Sul também do país. b) refere-se à necessidade de reconhecimento pelos turistas. c) designa a relação entre Porto de Lenha e os sambistas. d) mostra a dependência do sucesso aos cruzeiros. e) sugeri que sua relação com o dinheiro é negativa. P á g i n a | 51 3. No texto, a palavra quadrilha apresenta duplo sentido, uma característica comum na língua. Indique a opção em que a palavra em destaque também é ambígua na sentença. a) O avião voou em céu de brigadeiro. b) José é um homem são. c) O ciclone é inevitável. d) O cabo foi demitido ontem. e) Cortei a manga. Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quinto. 1) Qual sentindo empregado dos artigos o e um, utilizado no 3o quadrinho? a) Que o personagem Miguelito está confuso na construção do seu discurso, e não está sabendo empregar adequadamente os artigos. b) Que o personagem Miguelito é o único amigo de Mafalda. c) O artigo um por ser definido, Miguelito acha mais adequado utilizar para mostrar a sua indignação, por não ser o único amigo de Mafalda. d) “Pensei que eu fosse O amigo...” o artigo o é indefinido, ou seja, se refere a algo único ou especifico. e) Quando utiliza o “O amigo”, Miguelito achava que era o único amigo de Mafalda, mas ele descobriu que não era o único e sim mais um amigo, por isso utilizou “um amigo”. 2) Sobre o gênero textual: tirinha é correto afirmar: a) b) c) d) e) Apresenta uma linguagem pesada, confusa e formal. É um tipo de texto narrativo, portanto não apresenta diálogos. É um tipo de texto dissertativo, pois apresenta uma sequência: introdução, desenvolvimento e conclusão. Adota uma linguagem leve, informal e seus temas apresentam estilos humorísticos, críticos etc. Apresenta uma linguagem verbal e não-verbal, contudo só expressam temas políticos. 2. Assinale a alternativa INCORRETA sobre os dois trechos a seguir: Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhando o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas, como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala. (Graciliano Ramos. Vidas Secas) As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira eram elas as esquadrinhadoras de todas as intrigas. E, na desditosa cidade, não existia nódoa pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua língua solta, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente. (Eça de Queirós. A ilustre casa de Ramires) a) ”Os infelizes”, no texto de Graciliano Ramos, funciona como um adjetivo substantivado e se refere a Fabiano e sua família. b) A expressão “o dia inteiro”, em “tinham caminhado o dia inteiro”, no texto de Graciliano Ramos, equivale a “todo o dia”, e significa que não deixaram nada de fora durante o dia, que não faltou parte alguma do dia. c) Em “rio seco” e “secas”, escuras e gárrulas como cigarras, o adjetivo “seco” difere no uso e sentido: em Graciliano está qualificando rio e significa falta de água por causa da longa estiagem. Em Eça, designa traços negativos de caráter, sendo as tais irmãs inoportunas, azarentas. P á g i n a | 52 d) A presença do artigo definido depois do pronome todo em “as esquadrinhadoras de todas as vidas, as tecedeiras de todas as intrigas” marca a generalidade das situações que são objeto dos comentários maldosos das irmãs. e) O termo bem em “a viagem progredira bem três léguas” sugere apenas muito, bastante, mesmo sentido de “enchi bem o prato”. 2. Leia o texto a segur: Banda: Ultraje a Rigor Compositor: Roger Moreira (vô cantar tudo de novo, ô ?!) A gente não sabemos Escolher presidente A gente não sabemos Tomar conta da gente A gente não sabemos Nem escovar os dente Tem gringo pensando Que nóis é indigente... "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! A gente faz carro E não sabe guiar A gente faz trilho E não tem trem prá botar A gente faz filho E não consegue criar A gente pede grana E não consegue pagar... "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! A gente faz música E não consegue gravar A gente escreve livro E não consegue publicar A gente escreve peça E não consegue encenar A gente joga bola E não consegue ganhar... No texto acima sobre o verso Que nóis é indigente... podemos afirmar que: a) Está correta tendo em vista que o verbo está concordando com o predicativo “indigente”. b) Estaria correta da seguinte forma “Que nós éramos indigentes”. c) Está incorreto tendo em vista que o verbo deve concordar com sujeito estando correto da seguinte forma: “Que vós somos indigentes”. d) Está incorreto, pois o verbo deve concordar com o sujeito em pessoa e número, estando correto da seguinte forma: “Que nós somos indigentes”. e) O verbo “ser” funciona sintaticamente como complemento do pronome pessoal “nóis’.