Página |3
Curso Intensivo
Pré-Vestibular UFPB 2012
Campus I
(João Pessoa)
Língua Portuguesa
Gilcássia / Maria Daniela / Mayara Fonsêca / Widmark Silva / Rafael de Mello
Camilla Santiago / Débora Accioly
Professor Responsável: Prof. Dr. Luiz de Sousa Jr. (Chefe de Gabinete Reitor UFPB)
Coordenadora Pedagógico: Sabrina Grisi P. de Alencar
Apoio Pedagógico: Jivago Correia Barbosa
Coordenador de Área: Francisco das C. G. de Lima
Página |3
REDAÇÃO – Gêneros Textuais.
ARTIGO DE
OPINIÃO
É
um
gênero
discursivo
claramente
argumentativo que
tem por objetivo
expressar o ponto
de vista do autor
que o assina sobre
alguma
questão
relevante,
geralmente
controversa,
de
natureza
social,
política,
cultural,
etc.
O
caráter
argumentativo do
texto de opinião é
evidenciado pelas
justificativas
de
posições arroladas
pelo autor
para
convencer
os
leitores da validade
da análise que faz.
Geralmente
são
veiculados
em
revistas e jornais.
NOTÍCIA
RESUMO
CARTA
RESENHA
A notícia é um gênero
discursivo
que
apresenta o registro de
fatos de interesse geral,
sem que a opinião de
quem a escreve a
respeito
dos
acontecimentos
seja
explicitada.
Sua
finalidade é informar,
por meio de um relato,
as circunstâncias em
que ocorreram os fatos
registrados.
Toda
notícia apresenta os
fatos a partir de uma
perspectiva
determinada pelo olhar
de quem a escreve, pela
orientação do jornal ou
revista e pelo públicoalvo da publicação. A
notícia se divide em:
Título
Sua função principal é
chamar a atenção do
leitor.
A titulação de uma
matéria depende
principalmente do
espaço delimitado pelo
projeto gráfico.
Títulos devem conter
ação. Use verbos Lead
Quem?
Sujeito/Personagem
O que?
Fato/Acontecimento
É a apresentação
concisa e seletiva
das
ideias
principais do texto.
Consiste
no
trabalho
de
condensação de um
texto. Resumir não
significa
copiar.
Significa fazer um
apanhado,
com
suas
próprias
palavras, das ideias
que
mais
se
destacam
e
revelam sobre o
texto.
Carta
argumentativa: é
um gênero em que
o autor do texto
dirigi-se
a
um
interlocutor com o
objetivo
de
defender um ponto
de vista e, se for o
caso,
convencer
esse interlocutor a
mudar de opinião
sobre
alguma
questão
polêmica
ou leva-lo a agir de
uma determinada
maneira.
É um gênero que
combina
a
apresentação
resumida
das
características
essenciais de uma
dada
obra(filme,
livro,
peça
de
teatro, etc) com
comentários
e
avaliações criticas
sobre
sua
qualidade.
TEXTO
PUBLICITÁRIO
É um gênero que
procura despertar
no interlocutor o
desejo de comprar
algo,
seja
um
produto, uma idéia
ou aderir a uma
causa. São, por
essa
razão
considerados
persuasivos.
Estabelece
uma
interlocução direta
e
valem-se
de
diferentes recursos
da linguagem para
conseguir a adesão
do leitor àquilo que
vendem
ou
sugerem.
São
gêneros
que
exemplificam
o
discurso
publicitário:
anúnicos
(em
revistas e outdoors
televisivos
e
radiofônicos),
panfletos, folhetos,
fôlderes, etc.
CONVITE
É um texto que tem a
finalidade de convidar
alguém,
seja
no
nível individual ou
coletivo, para algum
acontecimento/evento
a ser realizado em
um
determinado
local,
em
uma
determinada data e
hora,
que
devem
estar
evidenciados,
preferencialmente em
local de destaque,
com a finalidade de
fazer com que o
interlocutor
não se
esqueça
dos
apontamentos
mais
importantes de um
convite.
Página |4
Quando? Tempo
Por quê?
Causa/Motivo/Finalidade
Como? Modo/Maneira
Onde? Lugar
Corpo da Matéria
É o desenvolvimento da
matéria.
Princípios de textualidade:
1.
2.
3.
4.
Coesão e Coerência;
Intertextualidade e Informatividade;
Intencionalidade e Aceitabilidade;
Situacionalidade.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Todo texto encerra uma mensagem: uma significação. Por isso deve ser um todo, um conjunto de palavras que formam um sentido.
Quando produzimos uma redação, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém.
Todo remetente tem por função enviar uma mensagem ao destinatário. No caso do texto escrito, quem escreve é o emissor e quem lê é o receptor. O que o
emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso ou a mensagem do emissor para o receptor é o canal. Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos
ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza constitui o código.
Assim através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que pode reportar-se a um referente.
O homem, na comunicação utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. Há entoa um emissor e um receptor da
mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação. Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal
de comunicação refere-se a um contexto, a uma situação.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer isso, ente
outros consequentemente a linguagem passa a ter uma função.
Funções
Definição
Referencial
ou
Informativa
Passar
informações
a
partir
de
fatos
reais.
Conativa
ou
Apelativa
Quando o emissor
tenta convencer o
receptor a praticar
determinada ação é
comum o uso de
verbos
no
imperativo.
Emotiva
ou
Expressiva
Emissor demonstra
sentimento ou emite
opiniões
ou
sensações a respeito
de algum assunto ou
pessoa. Utiliza-se a 1
pessoa do singular.
Metalingüística
Fática
Poética
Utilização
do
código para falar
dele mesmo.
Ocorre quando o
emissor testa o
canal
de
comunicação,
a
fim de observar,
se
está
sendo
entendida
pelo
receptor.
É a linguagem das
obras
literárias,
principalmente das
poesias.
Página |5
Intenção
do
emissor
exemplo
Informar
ao
destinatário dados
da realidade de
forma
direta
e
objetiva
Jornal
nacional,
qualquer
texto
dissertativo.
Influenciar,
persuadir
o
destinatário
com
uma ordem, suplica.
Expressar
sentimentos
emoções
seus
e
Explicar
ao
destinatário
o
próprio código
Manter
contato
com destinatário
Dar
ênfase
elaboração
mensagem.
Propagandas
Diários
íntimos,
Autobiografias
e
textos Românticos.
Dicionários, aula
de português.
Expressões
clássicas
como:
“Alô”;”entendeu”;
”até logo”
Poesias e
literários.
a
da
textos
REGISTROS LINGUISTICOS
A necessidade de se socializar induziu o ser humano a conviver em grupo a formar sociedades e a desenvolver meios para se comunicar como, por exemplo:
sinais vocais, gestos, desenhos, esculturas, pinturas , musicas, danças e símbolos. Essa capacidade humana de se manifestar ou de manifestar algo a outros é
realizada pela linguagem – um complexo conjunto de sinais que permite não só a comunicação entre os indivíduos, mas também expressa a cultura de um povo.
Não seria possível acumular conhecimentos ou transmiti-los de uma geração a outra se o ser humano não tivesse a capacidade de criar formas de
linguagem. Todas as realizações, as crenças os valores e os comportamentos de um individuo ou de um grupo social desapareceriam. Assim, podemos afirmar que a
linguagem é condição essencial para existência de cultura.
Língua Culta
Língua
padrão,
variedade de maior
prestigio.
Linguagem coloquial
Informal,
mas
não
necessariamente inculta. As
quebras
de
normas
gramaticais
que
nela
ocasionalmente
ocorrem
devem-se a sua liberdade
de
expressão
e
a
sensibilidade estilística do
falante. Usada em situações
informais
ou
familiares,
expressa
afetividade,
intimidade entre os falantes
Linguagem Vulgar
Usada por falantes
de
pouca
ou
nenhuma instrução.
Apresenta
erros
graves de regência,
concordância,
ortografia.
Linguagem Regional
Emprega
palavras,
expressões
e
construções
gramaticais
características
da
região a qual pertence:
a fala regional do
nordestino do gaúcho.
Gíria
Vocabulário de um
determinado grupo
ou
geração
que
marca a identidade
por
meio
de
linguagem.
Língua oral e escrita
Quando escrevemos temos
condições de escolher bem
as palavras, de corrigir o
texto e melhorá-lo até
transmitir exatamente o
que desejamos. Com a fala
isso não é possível, ela
normalmente
apresenta
repetições,
quebras
de
seqüências
lógicas
e
problema de concordância.
Página |6
Vicios de Linguagem
O emprego indevido de determinadas
é chamado de vicio de linguagem.
Ambigüi
Cacofonia Barbaris
dade ou ou
mo
anfibolo
cacófato
gia
Conceito Falta de União de 2 Pronuncia
clareza
palavras,
e/ou
que
formando
grafia
acarreta
uma
incorretas
duplo
terceira de de
uma
sentido
sentido
palavra ou
na frase.
inconivent
expressão
e.
.
exemplo
Luciana e
Carlos
foram
a
festa
e
levaram
sua irmã.
( a irmã
de
quem?)
Deu vinte
reais por
cada CD.
Mande-me
já
a
procuração
assinada.
Rúbrica
em vez de
rubrica.
Mendingo
em vez de
mendigo.
palavras ou expressões, de maneira a provocar interpretações equivocadas, erros gramaticais ou sons desagradáveis,
Estrangeirism
o
Pleonasmo
vicioso
Arcaísmo
Colisão
Solecismo
Eco
Hiato
Palavra
ou
expressão
estrangeira
empregadas
mesmo havendo
termo
correspondente
na
língua
portuguesa
Menu(cardápio)
Chofer(motorist
a)
Drinque(bebida)
Gafe( disparate)
Repetição
desnecessári
a
de
um
termo
ou
expressão
Palavra ou
expressão
já
ultrapassad
a
Efeito
sonoro
desagradáv
el
criado
pela
repetição
de fonema.
Erro
de
sintaxe, seja
de
concordânci
a,
de
regência ou
de
colocação.
Repetiçã
o
da
ultima
silaba
Repetição
de vogais
Subir
para
cima
Grande
maioria
Hoje em dia
Frecha
( flecha)
Fremosa
( formosa)
Vosmece
(você)
O rato roeu
a roupa do
rei
de
Roma.
Sem cessar,
só sei sofrer
por você.
Recebe-se
formulários.
(recebemse)
Me traga o
jornal.(traga
-me)
Seu
andar e
seu falar
faziamnos
sonhar.
A
plateia
homenageia
o
cantor
com faixas
cheias
de
palavras
apaixonada
s.
Preciosismo
ou
rebuscament
o
Usar palavras
difíceis
comprometend
o o significado
Seu
gesto
altruísta
e
empreendedor
ensombrece a
existência dos
demais
mortais.
CAMPOS LEXICAIS E SEMANTICOS
Damos o nome de léxico ao conjunto de palavras de uma língua. Nenhum falante tem o domínio completo do léxico da língua que fala, porque alem de
muito amplo, ele é um conjunto aberto, ou seja, a cada dia surgem palavras novas que a eles de incorporam e palavras que dele desaparecem.
Dentro desse conjunto podem-se observar campos lexicais que são subconjuntos formados por palavras pertencentes a uma mesma área do conhecimento
ou de interesse.
O léxico de uma língua é virtual, pois a palavra depende do contexto. Nele vamos buscar as palavras que pretendemos usar em nosso texto. Quando um
palavra do léxico se materializa em um determinado texto, temos o vocabulário. Dessa forma podemos dizer vocabulário de Machado de Assis para nos referimos as
palavras do léxico que foram utilizadas por esses escritores.
Damos o nome de campo semântico ao conjunto dos empregos de uma palavra num determinado contexto. Dessa forma o campo semântico de uma
determinada palavra é dado pelas diversas nuances de significado que ela assume.
Página |7
FIGURAS DE LINGUAGEM
É um recurso de expressão que consiste no emprego de palavras ou expressões em sentido figurado, ou em sentido diferente do usual
Há quatro tipos de figuras de linguagem: de palavras ou tropos, de pensamento, de construção.
1. Figuras de Som ou Harmonia
Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma redação ou texto, ou ainda
queremos imitar os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres.
Onomatopéia
Consiste no aproveitamento de
palavras cuja pronuncia imita o som
ou a voz natural dos seres.
Padrinho sem mais palavras deu
rédea e lept! Lept!
Aliteração
Provocado
pela
repetição
de
algumas consoantes ou fonemas
consonantais.
Que um fraco rei faz fraca a forte
gente!
Repetição de
semelhantes
Assonância
vogais e de
silaba
Sou Ana, da cama, da cana, fulana,
bacana, sou Ana de Amsterdã.
Paronomasia
Consiste
no
emprego
de
palavras
parônimas, ou seja, palavras semelhantes
no som, porem com significados diversos.
Houve aquele tempo e agora chora, ouve
aquele tempo!
2. Figuras de Palavras
Comparação ou símile
Aproximação
de
dois
elementos
realçando
pela
sua
semelhança.
Aquela
criança
delicada como
flor.
era
uma
Metáfora
Consiste no emprego de
uma palavra fora de seu
sentido próprio, já que a
conjunção
comparativa
não aparece claramente.
Este assunto é uma
pedra no sapato.
Catacrese
Aproveitamento de uma
palavra já existente na
língua para determinar
um objeto
Metonímia
Uso de uma palavra no
lugar de outra que tem
com
ela
alguma
proximidade de sentido.
Antonomásia
Substituição do nome
próprio por qualidade
sinestesia
Mistura de sensações
Céu da boca
Cabeça de prego
Asa da xícara
Dente de alho
Orelha do livro
O bonde passa cheio de
pernas
Nas horas de folga
lia Camões.
Xuxa(Maria das Graças)
Gordo (Jô
Soares)
Aquele choro amargo e
frio me espetava.
3. Figuras de Pensamento: caracterizam-se por apresentar idéias diferentes daquelas que normalmente a palavra sugere na frase.
Antítese
Emprego
de
palavras
ou
expressões
de
sentidos
opostos,
para
realçar
o
contraste
de
idéias.
Eufemismo
Hipérbole
Ironia
Atenuação
de
algum fato ou
expressão com
objetivo
de
amenizar
alguma verdade
triste, chocante
ou
desagradável.
Caracteriza - se
pelo exagero da
linguagem para
intensificar uma
idéia.
Forma
intencional
de
dizer o contrario
da idéia que se
pretendia
exprimir.
Personificação,
prosopopéia o
animismo
Atribuição
de
características
humanas a seres
inanimados.
Gradação
Apostrofe
Consiste
em
organizar
uma
seqüência
de
idéias
em
sentido
crescente
ou
decrescente.
Invocação
ou
chamamento
de
alguém ou de alguma
coisa correspondente
sintaticamente
ao
vocativo.
Paradoxo
oximoro
ou
Duas idéias contrarias
referidas
a
uma
mesma coisa.
Página |8
Os
bobos
e
espertos
convivem
no
mesmo espaço
Ele
foi
desta
para
melhor.(morreu)
Estou morta de
cansada.
O
pensamento
ferve e é um
turbilhão
de
larva.
Que
belo
presente
de
aniversario!
Minha casa foi
assaltada.
A vida ensinoume
a
ser
humilde.
O
primeiro
milhão
excita,
acirra, assanha
a
gula
do
milionário.
Senhor, escutai meu
coração!
Estou cego e vejo.
Arranco os olhos e
vejo.
4. Figuras de Construção ou sintaxe: determinam mudanças na estrutura comum das orações.
Repetição
ou
iteração
]Consistem
em
reptir
diversas
vezes
as
mesmas
palavras
que
não
sejam
conjunções.
Nada
de
poesias!
Nada
de
asas! Nada
de alegria!
Nada
de
nada!
Anastrofe
Hipérbato
Elipse
Zeugma
Inversão
simples da
estrutura ,
só inverte
sujeito
e
predicado.
Inversão
radical
da
estrutura.
Omissão
para evitar
repetição,
termo que
não
esta
na oração,
mas
esta
implícito.
Omitir
termos que
já
apareceram
Já vinha a
manha
clara.
Vendo
o
triste pastor
que
com
enganos lhe
fora assim
negada
a
sua pastora.
Ord
em direta: o
triste pastor
vendo que
sua pastora
lhe
fora
negada
assim com
enganos.
(Nós)
Fomos
tarde.
Há
um
retrato na
parede (há)
um espírito
no coração.
a
No
campo
imenso
(vê-se)
a
torre
de
petróleo.
Pleonasmo
ou
redundância
Repetição da
mesmo idéia
com objetivo
de realce.
Polissíndeto
Assíndeto
Anacoluto
Anáfora
Silepse
Repetição de
uma
conjunção
varias vezes.
Ausência de
conjunção
coordenativa
Começar a
idéia e não
concluir
Repetição
de uma ou
mais
palavras no
inicio
do
verso
seguidos.
Concordância
feita com o
termo
subentendido.
A mim restame a derrota.
Posso
afirmar que
escutei com
meus
próprios
ouvidos.
E a nevoa e
flores e o
doce
ara
cheiroso.
Erguem os
colos voltam
as cabeças
param
o
ledo canto,
move-se
o
tronco,
o
vento
se
suspende.
Mulheres,
como viver
sem elas?
Nem
um
minuto se
passa, nem
um inseto
esvoaça.
Nem uma
brisa
perpassa.
De
gênero:
Vossa
Reverendíssima
parece
apreensivo com
os relatos da
pesquisa.
De numero: a
turma
da
faculdade
organizou uma
festa
e
me
convidaram.
De
pessoa:
toda a equipe
comemoramos
os sucesso das
vendas.
Página |9
Coesão e Coerência
Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar uma frase seguinte a anterior. Isso só é possível se dominarmos os
princípios básicos da coesão. A cada frase enunciada devemos ver se ela mantem um vinculo com a anterior ou anteriores para não perdemos o fio do
pensamento. De outra forma, teremos uma seqüência de frases sem sentido, sucedendo-se umas as outras sem lógica, sem nenhuma coerência.
A coesão no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se
somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for Pedro tinha um grande desejo, estou criando um movimento para adiante. Só vamos saber de que
desejo se trata na próxima frase: ele queria ser médico. O importante é que cada enunciado estabeleça relações estreitas com os outros a fim de tornar
sólida a estrutura do texto.
Mas não basta costurar uma frase para dizer que estamos escrevendo bem. Alem da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um
texto coeso sem ser coerente. Por exemplo:
Os problemas de um povo tem de ser resolvidos pelo presidente. Es te deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a
vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos. (texto coeso, mas sem coerência)
Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que trata mesmo? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu mandato? Fica
difícil dizer. Embora ele tenha coesão não tem coerência. Retomar a cada frase uma palavra da anterior não significa escreve bem. A coesão não funciona
sozinha. No exemplo acima teríamos que de imediato, decidir qual a sua palavra chave: presidente ou problema do povo. A palavra escolhida daria
estabilidade ao parágrafo. Sem essa base estável, não haverá coerência no que se quer escrever; e o resultado será um amontoado de idéias. Enquanto a
coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência vai mais longe, preocupa-se com o que se deduz do todo.
A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido.
Recursos de Coesão
Epítetos
Palavra
ou
frase
que
Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema
qualifica a pessoa
brasileiro tenha morrido tão cedo.
nominalizações
Ocorre quando se emprega
Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porem, que tal testemunho não era
um substantivo que remte valido por serem parentes do assassino.
a um verbo enunciado
anteriormente.
Palavras ou expressões
Os quadros de Van Gogh não tinham valor em sua época. Houve telas que serviram até de
sinônimas
ou
quase
porta de galinheiro.
sinônimas
Pronomes
Vitaminas fazem bem a saúde. Mas não devemos toma-las ao acaso.
Numerais
Não se pode dizer que a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar
dominando o assunto.
Metonímia
É
o
processo
de
O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O planalto diz que não aceita
substituição
de
uma qualquer remarcação de preço.
palavra por outra.
Advérbios
Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra prima de Leonardo da Vinci.
pronominais(aqui,ali,lá,ai)
Elipse
O ministro foi o primeiro a chegar. (ele) Abriu a sessão as oito em ponto.
Associação
Uma palavra retoma a
São Paulo é sempre vitima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o
outra
transito, provocando engarrafamento de ate 200 km.
P á g i n a | 10
Linguagem Verbal e Não Verbal
Quando olhamos atentamente uma cidade, o traçado de suas ruas, seus prédios, o material utilizados nas construções podemos compreender uma
serie de coisas. A observação desses aspectos permite avaliar, no mínimo,a utilização do espaço e o modo de vida dos moradores do lugar: organização,
desenvolvimento tecnológico, costumes, historia, organização do trabalho,etc.
É impossível dizer, portanto que essa avaliação é o resultado de uma leitura que fazemos das imagens dessas cidades.
Ler significa compreender, retirar informações, atribuir significados. A leitura ocorre por uma certa decodificação que aprendemos a fazer, não
importa se sistemática ou assistematicamente, dos sinais percebidos no objeto observado. Esses sinais podem ser as cores, os sons, as formas, os
movimentos, a organização.
Fotografar uma cena ou uma paisagem significa retira-las de um certo contexto ao qual pertence e coloca-la em situação privilegiada de observação.
A cena ou a paisagem passam então a chamar nossa atenção e fazemos dela uma leitura mais atenta, ou simplesmente uma leitura que não fazemos antes.
Na linguagem visual, o signo é a imagem: suas formas, as cores, a perspectiva. Assim como acontece com a linguagem c=verbal, há inúmeros
modos de organização dos signos visuais, decorrentes da relação que o homem estabelece entre a realidade e sua representação.
A linguagem não verbal possui uma característica importante: nela o próprio objeto constitui a linguagem. Evidentemente, existem graus de leitura e
compreensão do mundo, mas não poderemos dizer: por exemplo, que um analfabeto tenha condições de fazê-lo.
Intertextualidade: Paráfrase e Parodia
A intertextualidade acontece quando se constroem textos a partir de outros.
Paráfrase
Parafrasear um texto é repeti-lo com outras palavras, mas sem ter
de alterar suas índias. Para produzir uma paráfrase, portanto é preciso
seguir as idéias do texto original, reproduzindo- as de forma resumida.
Paródia
É uma recriação de caráter contestador: ela mantem algo da
significação do texto primeiro, mas constrói todo um percurso de desvio
em relação a ele, numa espécie de insubordinação critica que incomoda.
P á g i n a | 11
QUESTÕES DE LITERATURA
GÊNEROS LITERÁRIOS
1)“Na serra de Ibiapiba, numa de suas encostas mais altas, encontrei um jegue. Estava voltado para o lado e
me pareceu que descortinava o panorama. Mas quando me aproximei, percebi que era cego.” (Oswaldo França
Júnior, em As Laranjas Iguais).
O fragmento é representante do gênero:
a) lírico
b) épico
c) narrativo
d) dramático
e) nenhuma das opções acima.
2) Leia abaixo um soneto de Gregório de Matos:
"Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei".
Assinale a alternativa incorreta:
a) A sátira é um gênero que pretende despertar o
riso do público.
b) Além do divertimento, a sátira pretende
moralizar a sociedade.
c) Podemos afirmar que este gênero é
conservador.
d) O conservadorismo da sátira está no fato que
pretende punir, através do ridículo, aqueles que
transgridem as leis sociais.
e) A sátira é um gênero revolucionário que
pretende abolir as instituições estabelecidas como
a Igreja e a Monarquia.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto já ditei,
3. (PRISE/UEPA-2006) Assinale a alternativa que
indica corretamente os gêneros literários dos
textos abaixo relacionados, na seqüência em que
estão dispostos:
I- “O Dr. Mamede, o mais ilustre e o mais
eminente dos alienistas, havia pedido a três de
seus colegas e a quatro sábios que se ocupavam
de ciências naturais, que viessem passar uma hora
na casa de saúde por ele dirigida para que lhes
pudesse mostrar um de seus
pacientes.”
(Guy de Maupassant)
II- Todas as noites o sono nos atira da beira de
um cais
E ficamos repousando no fundo do mar.
O mar onde tudo recomeça...
Onde tudo se refaz...
Até que, um dia, nós criaremos asas.
E andaremos no ar como se anda na terra.
(Mário Quintana)
III- Oh! Que famintos beijos na floresta!
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vênus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.
(Luiz de Camões)
IV- Velha: E o lavrar, Isabel?
Isabel: Faz a moça mui mal feita,
corcovada, contrafeita,
de feição de meio anel;
e faz muito mau carão,
e mau costume d’olhar.
Velha: Hui! Pois jeita-te ao fiar
Estopa ou linho ou algodão;
Ou tecer, se vem à mão.
Isabel: Isso é pior que lavrar.
(Mário Quintana)
a) Narrativo – Épico – Lírico – Dramático.
b) Dramático – Lírico – Épico – Narrativo
c) Narrativo – Lírico – Épico – Dramático
d) Dramático – Épico – Narrativo – Lírico
e) Épico – Dramático – Narrativo – Lírico
QUINHENTISMO
1.(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
P á g i n a | 12
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro:
Ediouro[s.d.]p. 110)
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios
em procissão:
a) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou
chamar de literatura informativa
b) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem
querem libertar-se tão logo seja possível
c) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da
dramaturgia renascentista
d) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as
magias praticadas pelos pajés
e) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto
final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a
Companhia de Jesus
1.(Cesgranrio) - Assinale com C as afirmações certas e com E as erradas.
( ) A estrutura social gerada no Brasil durante os primeiros tempos da colonização permitiu um
desenvolvimento cultural extraordinariamente rico e fecundo.
( ) Nos primeiros séculos, os ciclos de ocupação e de exploração formaram ilhas sociais (Bahia, Pernambuco,
Minas, Rio de Janeiro, São Paulo), que deram à Colônia a fisionomia de um arquipélago cultural.
( ) A literatura dos cronistas portugueses interessa como conhecimento das raízes da terra, do índio e do
colono português, modernistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade os recuperam para reagir contra
a europeização da cultura brasileira.
( ) Nos dois primeiros séculos do Brasil produziu-se uma literatura documental que se desdobra em duas
vertentes: o ufanismo e o realismo. À primeira estão ligados cronistas como Pero Magalhães Gândavo e
Gabriel Soares de Sousa; à segunda, vinculam-se os textos escritos pelo Frei Vicente do Salvador e por
Antonil, pseudônimo do jesuíta italiano João Antônio Andreoni.
( ) A poesia de Anchieta se marca pelo lirismo ingênuo, desprovida de qualquer maior fantasia, complexidade
ou substância mental.
A sequência correta é:
a) C, C, C, C, C
b) C, E, C, E, C
c) E, C, C, C, C
d) E, C, C, E, C
e) E, C, E, C, C
1. (Universidade Federal de Santa Maria)- Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial
brasileira, é correto afirmar que:
a) é formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com prosopopéia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica
d) Os textos que a constituem apresentam evidentemente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no
Novo Mundo.
1. Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá
com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham
católicos e protestantes.
“(…) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera
bárbaro o que não se pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de
crueldade [o canibalismo] , mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos
nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior
esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a
pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos;
e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (…) Podemos
portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se
compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.”
(MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984).
De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,
P á g i n a | 13
(A) a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião.
(B) a diferenças de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
(C) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade.
(D) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional.
(E) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes
são similares.
BARROCO
1.(FGV-RJ2011)Leia o poema e responda as questões 1 e 2
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na luz, falta a firmeza;
Na formosura, não se dê constância,
E, na alegria, sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza:
A firmeza, somente na inconstância.
Gregório de Matos. In: AMORA, Antônio S. Panorama da poesia brasileira. Vol. I. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1959.
As afirmações a seguir referem-se a diferentes períodos da poesia feita no Brasil. Tendo em vista os traços
presentes neste soneto, a afirmação que a ele se aplica é:
A. Por meio de uma linguagem que procura fugir das formas tradicionais, a poesia resvala, muitas vezes, para
a confissão da angústia existencial, do tédio da vida e até mesmo do desejo de morrer.
B. Com base em temas pastoris e bucólicos, preconiza o retorno ao equilíbrio e à simplicidade. A noção de
natureza está presente como a constante mais forte.
C. É uma poesia descritiva, dotada de exatidão e economia de imagens. Constitui uma corrente objetivista que
se impôs ao subjetivismo do estilo anterior.
D. Manifestando um gosto acentuado pelas contradições, lançava mão de técnicas argumentativas para
abordar temas como a fugacidade do tempo e a instabilidade do mundo.
E. Procura registrar a impressão que a realidade provoca no espírito do artista. Não é o objeto que interessa,
mas as sensações e emoções que ele desperta. Daí ter contribuído para a reespiritualização da arte.
2-(FGV-RJ2011) Dentre os elementos estruturantes presentes no texto e próprios do estilo de época a que ele
pertence,
destaca-se
o
uso
recorrente
de
A. termos em ordem inversa.
B. frases nominais.
C. verbos de ligação.
D. sujeitos elípticos.
E. períodos simples.
P á g i n a | 14
3- (UFAL2010)
Os puristas e a mentira do “vale-tudo”
Atenção! Cuidado! Alerta! Não acredite nos puristas que andam declarando nos meios de comunicação que os
linguistas são defensores do “vale-tudo” na língua. Esse é mais um dos muitos argumentos falaciosos que eles
utilizam para desqualificar os resultados das pesquisas científicas e as propostas de renovação da pedagogia
de língua inspiradas em critérios mais racionais e menos dogmáticos, e em posturas políticas menos
intolerantes e mais democráticas.
É claro que, numa perspectiva exclusivamente linguística, de análise da língua em seu funcionamento interno,
tudo tem o seu valor. Afinal, como nada na língua é por acaso, então toda e qualquer manifestação linguística
está sujeita a regras e tem sua lógica interna: não há razão para atribuir maior ou menor valor à forma
linguística A ou à forma linguística B. Seria algo tão inaceitável quanto um zoólogo achar que as borboletas
têm maior valor que as joaninhas e que, por isso, as joaninhas devem ser eliminadas... Para o cientista da
linguagem, toda manifestação linguística é um fenômeno que merece ser estudado, é um objeto digno de
pesquisa e teorização, e se uma forma nova aparece na língua, é preciso buscar as razões dessa inovação,
compreendê-la e explicá-la cientificamente, em vez de deplorá-la e condenar seu emprego.
Mas o linguista consciente também sabe que a língua está sujeita a avaliações sociais, culturais, ideológicas, e
que precisa também ser estudada numa perspectiva sociológica, antropológica, política etc. Nessa perspectiva,
existem formas linguísticas que gozam de maior prestígio na sociedade, enquanto outras – infelizmente – são
alvo de estigma, discriminação e até de ridicularização. As mesmas desigualdades, injustiças e exclusões que
ocorrem em outras esferas sociais – no que diz respeito, por exemplo, ao sexo da pessoa, à cor da pele, à
orientação sexual, à religião, à classe social, à origem geográfica etc. – também exercem seu peso sobre a
língua ou, mais precisamente, sobre modos particulares de falar a língua.
BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! - São Paulo: Parábola, 2009, p.35-36.
O texto recomenda que tenhamos cuidado com os “puristas”. Na Literatura, também é possível identificar uma
visão mais, ou menos, purista da linguagem. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
A) A produção poética da 1ª geração romântica apresenta forte preocupação purista, do que decorre uma
tentativa de fazer renascer a língua portuguesa segundo os padrões lusitanos, com forte rejeição às formas
linguísticas nacionais.
B) O Arcadismo se destaca como um dos movimentos literários de maior rigor purista, que se revela na
preferência por uma linguagem rebuscada, vocabulário erudito, de difícil acesso e frases na ordem inversa.
C) Os autores barrocos revelam uma visão purista da linguagem ao privilegiarem o cultismo, que se
caracteriza pelo rebuscamento formal, manifestado no jogo de palavras e no excessivo emprego de figuras de
linguagem.
D) A produção literária da 2ª geração romântica, opondo-se à 1ª, adota uma visão nada purista, revelada na
extrema simplicidade da linguagem, que rejeitava formas lusitanas para expressar, nos textos, a grande
alegria de ser brasileiro.
E) A 3ª geração romântica, antecipando a visão pouco purista do Realismo, que viria em seguida, prefere uma
linguagem despojada, direta e até chula, que consiga retratar com objetividade a realidade brasileira.
4- (UFPA2008)Dos temas desenvolvidos por Gregório de Matos, a lírica religiosa é o mais tipicamente barroco.
A estrofe, retirada de um poema de Gregório de Matos, que apresenta esse tema é:
(A) Não vi em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida me incitava, e me movia
A querer ver tão bela arquitetura.
(B) Cresce o desejo, falta o sofrimento,
Sofrendo morro, morro desejando,
Por uma, e outra parte estou penando
Sem poder dar alívio a meu tormento.
(C) Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
Da vossa alta piedade me despido1:
Antes quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
(D) Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas
Que como ando por vias desusadas,
P á g i n a | 15
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
(E) Que me quer o Brasil, que me persegue?
Que me querem pasguates2, que me invejam?
Não veem, que os entendidos me cortejam,
E que os Nobres, é gente que me segue?
1
2
me despido = me despeço
pasguates = idiotas, palermas
Leia atentamente o soneto transcrito do poeta baiano Gregório de Matos:
Ardor em firme coração nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que um peito abrasas escondido,
Tu, que em um rosto corres desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai! que andou Amor em ti prudente.
Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.
(GUERRA, Gregório de Matos. Obra poética. Rio de Janeiro: Record, 1992, v.1, p. 514.)
5-( UFPA2008)Considerando os elementos da estética barroca presentes nesse poema, é correto afirmar que
(A) o poeta, para expressar o conflito amoroso, exacerba seus sentimentos por meio de hipérboles,
paradoxos e antíteses.
(B) os versos se caracterizam pelo predomínio da linha reta e pura, pela clareza da forma e pela nitidez das
imagens escolhidas.
(C) as imagens usadas no poema, para expressar o tema da paixão amorosa, são simples, puras e bucólicas,
desprovidas de contrastes e de tensões.
(D) o autor imita a poética da Antiguidade, na busca das imagens simples e verdadeiras, da disciplina racional
e da naturalidade de expressão.
(E) o poeta desenvolve seus versos seguindo as regras e os valores do mundo antigo – ordem, harmonia e
razão –, restaurados pelo Renascimento.
Texto para as questões 06 a 08
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em continuas tristezas a alegrias,
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto, da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria, sinta-se triste.
P á g i n a | 16
Começa o Mundo enfim pela ignorância
A firmeza somente na inconstância.
06. No texto predominaram as imagens:
a) olfativas;
b) gustativas;
c) auditivas;
d) táteis;
e) visuais.
07. A idéia central do texto é:
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo;
b) a grandeza de Deus e a pequenez humana;
c) os contrastes da vida;
d) a falsidade das aparências;
e) a duração prolongada do sofrimento.
08. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe?
a) disposição antitética da frase;
b) cultismo;
c) estrutura bimembre;
d) concepção teocênctrica;
e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva.
9- (Enem) A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios do
Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.
(Theodor De Bry (Pedro Américo.
-século XVI)
Tiradentes esquartejado, 1893)
A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações:
I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil.
II. A antropofagia era parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer
justiça entre luso-brasileiros.
III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e
europeus.
Está correto o que se afirma em:
(A) I apenas.
(B) II apenas.
(C) III apenas.
(D) I e II apenas.
(E) I, II e III.
P á g i n a | 17
10- (UFRN - 2008) Considere o fragmento textual que segue, retirado de O Ateneu: “Com a facilidade da sua
elocução, fez o Doutor Cláudio a crítica geral da literatura brasileira: a galhofa de Gregório de Matos e
Antônio José, a epopeia de Durão, o idílio da escola mineira, a unção de Souza Caldas e S. Carlos, a
influência de Magalhães, os ensaios do romance nacional, a glória de Gonçalves Dias e José de Alencar.”
POMPEIA, Raul. O Ateneu. Fortaleza: ABC, 2006. p. 88.
Os dois trechos que aparecem em destaque nesse fragmento fazem referência, respectivamente,
A) ao apelo satírico na poesia de Gregório de Matos e ao tratamento da temática amorosa no Arcadismo.
B) ao caráter indecoroso dos poemas de Gregório de Matos e à valorização do cotidiano no Arcadismo.
C) ao conteúdo religioso dos poemas de Gregório de Matos e ao sensualismo característico do Arcadismo.
D) ao desprezo dos críticos pela poesia de Gregório de Matos e à ausência de temas políticos no Arcadismo.
ARCADISMO
(FGV-SP2010) Leia o poema e responda as questões 1 e 2:
Vila Rica
O ouro fulvo* do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos* de ouro, as minas, que ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre:
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre,
O último ouro de sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Agora, para além do cerro, o céu parece
Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu...
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece,
Como uma procissão espectral que se move...
Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.
(Olavo Bilac)
*Glossário:
“fulvo”: de cor alaranjada.
“laivos”: marcas; manchas; desenhos estreitos e coloridos nas pedras; restos ou vestígios.
1-Tendo em vista as imagens usadas pelo poeta na descrição de Vila Rica, pode-se afirmar corretamente que,
nela, é dominante a ideia de
A) decadência.
B) opulência.
C) indiferença.
D) aversão.
E) euforia.
2- No penúltimo verso, há uma referência ao pseudônimo árcade de um poeta ligado à cidade descrita no
poema. Trata-se do autor da obra Marília de Dirceu, cujo nome é
A) Gonçalves Dias.
B) Silva Alvarenga.
C) Basílio da Gama.
D) Cláudio Manuel da Costa.
E) Tomás Antônio Gonzaga.
3- (FGV-SP2011)
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
P á g i n a | 18
Arrostar co'o sacrílego gigante.
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo.
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
...................................................................
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
M. M. Barbosa du Bocage, Sonetos. Lisboa: Bertrand, s.d.
O poema apresenta várias marcas que caracterizam a retomada do Classicismo, seja do ponto de vista
estilístico, seja do ponto de vista temático. Sirvam de exemplo, respectivamente:
A preferência pela ordem inversa e referência à mitologia.
B uso recorrente de antíteses e ênfase no tema da transitoriedade da vida.
C ausência de estruturas subordinadas e orientação mística.
D emprego do verso alexandrino e culto do “carpe diem”.
E presença de formas sintéticas e sentimentalismo exacerbado.
4- (Puc-Camp2010) A guilhotina, máquina criada para decapitar pessoas, foi adotada na França pela primeira
vez em 1792, em razão dos apelos do médico parisiense Joseph Guilhotin, que defendia o direito dos
condenados
à
morte
a
um
fim
rápido
e
sem
dor.
Até então, os métodos de execução utilizados eram basicamente a forca, o esquartejamento e as diversas
variantes do suplício da roda – como a que colocava uma pessoa amarrada na parte externa de uma roda e,
sob
ela,
brasas
incandescentes.
Conforme o carrasco girava a roda, a pessoa era “assada” viva, diante da população que se reunia para ver a
cena. Com a propagação dos ideais iluministas, os suplícios passaram a ser, cada vez mais, encarados como
uma afronta à dignidade humana, um símbolo da tirania. Assim, o século XVIII marca o início de um longo
processo que resultará em uma nova concepção de justiça. No século XX, mais do que punir, a justiça terá
como missão promover a reinserção na sociedade daqueles que cometeram crimes. As prisões tornaram-se
locais que deveriam garantir a “reeducação” dos indivíduos que não souberam (ou não puderam) viver
conforme as regras sociais.
(Michel Foucault. Vigiar e punir. Trad. Petrópolis: Vozes, 1989; Michel Vovelle. Imagens e imaginários na
História. São Paulo: Trad. Ática, 1997. In Gislane Azevedo e Reinaldo Seriacopi. História, série Brasil. São
Paulo: Ática, 2005, p. 256.)
A propagação dos ideais iluministas revela-se como fator de influência sobre a nossa literatura, quando se
atenta para
(A) a propagação das academias literárias e sua decisiva participação nos projetos estéticos tanto do
Romantismo como do Realismo.
(B) a documentação em que manifestam sua preocupação com o destino de nossa terra os viajantes que para
cá vieram nos séculos XVI e XVII.
(C) os princípios estéticos e as convicções ideológicas de poetas e intelectuais como Tomás Antonio Gonzaga e
Cláudio Manuel da Costa.
(D) o sentido nacionalista da produção de Gonçalves de Magalhães e Castro Alves, enfatizado no tom épico de
seus poemas e manifestos.
(E) a insistência com que escritores satíricos do período barroco se empenham em ridicularizar a
irracionalidade mesma do processo colonial.
5-( PUC-Camp2011) O homem utilitarista do século XVIII transforma utensílios de madeira em um torno por
diversão, e fantasia que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas não tem grandes dotes para a
poesia, e mal sabe extrair a moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e iluminada a vapor.
Ele é um desses que preferem as coisas artificiais em detrimento das naturais, e pensa que a mente humana é
onipotente. Ele sente grande desprezo pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos verdes campos e pelas
árvores, e sempre reduz tudo aos termos da Utilidade.(W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J.
Hobsbawm. A Era das Revoluções – 1789-1848. Trad. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1977, p. 255)
P á g i n a | 19
A vida ao ar livre e a paisagem bucólica de verdes campos foram cantadas pela poesia arcádica, como nos
versos Iíricos de Claudio Manuel da Costa, em que o poeta, todavia,
(A) declara preferir a pujança tropical e a fúria dos nossos silvículas à quietude das províncias e dos pastores
da Arcádia.
(B) evita fazer qualquer menção à paisagem de sua própria terra, marcada pelas pedras e pelos efeitos da
mineração.
(C) expressa sua dificuldade em ajustar os valores convencionais do Arcadismo à realidade da natureza de seu
berço natal.
(D) contrasta a beleza do campo com o desenvolvimento das cidades que crescem em função da expansão do
comércio.
(E) lamenta o declínio da vida pastoril, em função do desprestígio da pecuária em meio ao processo da mineração de ouro.
(UEL2009)Leia o poema e responda as questões 6 e 7:
Lira XI
Se acaso não estou no fundo Averno,
Padece, ó minha Bela, sim padece
O peito amante, e terno,
As aflições tiranas, que aos Precitos
Arbitra Radamanto em justa pena
Dos bárbaros delitos.
As Fúrias infernais, rangendo os dentes,
Com a mão escarnada não me aplicam
As raivosas serpentes;
Mas cercam-me outros monstros mais irados:
Mordem-se sem cessar as bravas serpes
De mil, e mil cuidados.
Eu não gasto, Marília, a vida toda
Em lançar o penedo da montanha;
Ou em mover a roda;
Mas tenho ainda mais cruel tormento:
Por coisas que me afligem, roda, e gira
Cansado pensamento.
Com retorcidas unhas agarrado
Às tépidas entranhas não me come
Um abutre esfaimado;
Mas sinto de outro monstro a crueldade:
Devora o coração, que mal palpita,
O abutre da saudade.
Não vejo os pomos, nem as águas vejo,
Que de mim se retiram quando busco
Fartar o meu desejo;
Mas quer, Marília, o meu destino ingrato
Que lograr-te não possa, estando vendo
Nesta alma o teu retrato.
Estou no Inferno, estou, Marília bela;
E numa coisa só é mais humana
A minha dura estrela:
Uns não podem mover do Inferno os passos;
Eu pretendo voar, e voar cedo
À glória dos teus braços.
(GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro:
Ediouro, s.d. p.70.)
6-Este poema de Gonzaga, dentro da tradição pastoral arcádica, está repleto de referências à antiguidade
clássica, entre elas,
a) o deus egípcio Radamanto.
b) as fúrias infernais da cristandade.
c) o judeu Moisés e o episódio da montanha.
d) o titã grego Prometeu.
e) o Inferno, de Dante Alighieri.
7- Retrato do pensamento da segunda metade do século XVIII, o eu lírico procura, nesta Lira XI, demonstrar a
Marília:
I. O fascínio pela justiça, por ser ele formado em Leis.
II. Seu amor saudoso racionalmente manifesto.
III. Suas queixas quanto ao tratamento desumano recebido na prisão.
IV. As dores próprias do lamento pastoril neoclássico.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas lI e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
P á g i n a | 20
(Enem) Texto para as questões 8 e 9:
Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.
10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.
(Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença
Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.)
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso
8-Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro,
assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja,
ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo
poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a
preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que
reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no
poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
9- Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige
ao seu interlocutor.
a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1)
b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5)
c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6)
d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7)
e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)
10- (Enem cancelado 2009) Leia o poema abaixo:
Ó meio-dia confuso,
Morre a tinta das sentenças
ó vinte-e-um de abril sinistro,
e o sangue dos enforcados...
que intrigas de ouro e de sonho
— liras, espadas e cruzes
houve em tua formação?
pura cinza agora são.
Quem ordena, julga e pune?
Na mesma cova, as palavras,
Quem é culpado e inocente?
o secreto pensamento,
Na mesma cova do tempo
as coroas e os machados,
cai o castigo e o perdão.
mentira e verdade estão. [...]
P á g i n a | 21
O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira.
Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma
recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília
Meireles, a recriação se concretiza por meio
a) do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética
desassociada da história nacional.
b) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos
ideais dos Inconfidentes.
c) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a
prisão e a morte dos Inconfidentes.
d) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança
sua dimensão histórica mais profunda.
e) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a
fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes.
ROMANTISMO
1- (Considere o poema a seguir, "A cantiga", de Adélia Prado:
"Ai cigana ciganinha,
ciganinha, meu amor".
Quando escutei essa cantiga
era hora do almoço, há muitos anos.
A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha,
ai ciganinha, a voz de bambu rachado
continua tinindo, esganiçada, linda,
viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor.
Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal,
canta mais, canta que eu acho minha mãe,
meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela,
canta que eu acho minha vida.
(Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.)
Acerca desse poema, é INCORRETO afirmar que
A ( ) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido.
B ( ) existe um tom nostálgico, e um saudosismo de raiz romântica.
C ( ) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas.
D ( ) predomina o tom confessional e o caráter autobiográfico.
E ( ) valoriza os elementos da cultura popular, também uma herança romântica.
2.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda.
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
(Álvares de Azevedo)
A característica do Romantismo mais evidente desta quadra é:
o espiritualismo.
o pessimismo.
a idealização da mulher.
o confessionalismo.
a presença do sonho.
P á g i n a | 22
Canção do exílio-Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Minha terra tem primores,
Onde canta o Sabiá;
Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Em cismar –sozinho, à noite–
Não gorjeiam como lá.
Mais prazer eu encontro lá;
Nosso céu tem mais estrelas,
Minha terra tem palmeiras,
Nossas várzeas têm mais flores,
Onde canta o Sabiá.
Nossos bosques têm mais vida,
Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores.
Sem que eu volte para lá;
Em cismar, sozinho, à noite,
Sem que desfrute os primores
Mais prazer eu encontro lá;
Que não encontro por cá;
Minha terra tem palmeiras,
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Onde canta o Sabiá.
Canto de regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Ouro terra amor e rosas
Onde gorjeia o mar
Eu quero tudo de lá
Os passarinhos daqui
Não permita Deus que eu morra
Não cantam como os de lá
Sem que volte para lá
Minha terra tem mais rosas
Não permita Deus que eu morra
E quase que mais amores
Sem que volte pra São Paulo
Minha terra tem mais ouro
Sem que veja a Rua 15
Minha terra tem mais terra
E o progresso de São Paulo
3.( ENEM) Os textos I e II, escritos em contextos diferentes, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem
brasileira. Analisando-os, conclui-se que:
a. O ufanismo, a atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu é o tom de que se
revestem os dois textos.
b. A exaltação da natureza é a principal característica do texto II.
c. O texto II aborda o tema da nação, como o texto I, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
d. Ambos os textos apresentam ironicamente a realidade brasileira.
P á g i n a | 23
4 - ENEM 2009
ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br.
Acesso em: 09 jul 2009.
A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam
nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão
acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P.V. A Carta. Disponível em: http://wwwdominiopublico.org.br
Acesso em: 12 ago 2009
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que
A) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento
romântico das artes plásticas.
B) o artista, na pintura, foi fiel ao objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas
fantasioso.
C) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que
sofreriam processo colonizador.
D) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura européia e a cultura indígena.
E) Há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da
catequização jesuítica.
5- (ENEM 2009)O Sertão e o Sertanejo
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e
ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum
tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira,
queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de
fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam
diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos
morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe
foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair,
porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a
traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade.
Transborda a vida. (TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adap.)).
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho
acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para
construção da identidade da nação é a :
a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo
subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.
P á g i n a | 24
b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a
exploração desenfreada das riquezas naturais do país.
c) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da
terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
d) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e
deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
e) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de
nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
REALISMO
1. A respeito de Realismo, pode-se afirmar:
I- Busca o perene humano no drama da existência
II- Defende a documentação de fatos e a
impessoalidade do autor perante a obra
III- Estética literária restritamente brasileira; seu
criador é Machado de Assis.
b)
São corretas apenas II e III
c)
As três informações são incorretas
d)
Apenas III é correta
e)
São corretas I e III
a)
As três afirmações são corretas
P á g i n a | 25
2. O realismo foi um movimento de:
a)
irracionalismo
b)
maior preocupação com a objetividade
c)
volta ao passado
d)
exacerbação ultra-romântica
e)
moralismo
3. Podemos verificar que o Realismo revela:
I senso do contemporâneo. Encara o presente do mesmo modo que romantismo se volta para o passado ou
para o futuro.
II o retrato da vida pelo método da documentação, em que a seleção e a síntese operam buscando um
sentido para o encadeamento dos fatos.
III técnica minuciosa, dando a impressão de lentidão, de marcha quieta e gradativa pelos meandros dos
conflitos, dos êxitos e dos fracassos.
a)
as três afirmativas forem corretas
b)
apenas a afirmativa III for correta
c)
três afirmativas forem incorretas
d)
as afirmativas II e III forem corretas
e)
as afirmativas I e II forem corretas
4- (FGV-SP2009)Leia estes dois fragmentos extraídos de O primo Basílio, de Eça de Queirós, ambos referentes
à personagem Luísa.
I – Lia muitos romances; tinha uma assinatura, na Baixa, ao mês. Em solteira, aos dezoito anos,
entusiasmara-se por Walter Scott e pela Escócia; desejara então viver num daqueles castelos escoceses, que
têm sobre as ogivas os brasões do clã, mobilados com arcas góticas e troféus de armas, forrados de largas
tapeçarias, onde estão bordadas legendas heroicas, que o vento do lago agita e faz viver; e amara
Ervandalo, Morton e Ivanhoé, ternos e graves, tendo sobre o gorro a pena de águia, presa ao lado pelo cardo
de Escócia de esmeraldas e diamantes. (Cap. I)
II – Ia encontrar Basílio no “Paraíso” pela primeira vez. E estava muito nervosa: não pudera dominar, desde
pela manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar
Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho
de prazer. – Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era
uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o
segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! (Cap. VI)
Das características da escola literária a que pertence este romance, a mais nitidamente perceptível nos dois
fragmentos ocorre em:
A O homem está submetido às mesmas leis universais que os demais seres vivos.
B Assim como o cientista, também o ficcionista pretende provar com sua obra uma teoria.
C As massas emergiram ao plano histórico, buscando a posse dos progressos materiais e políticos.
D O sentimentalismo e a imaginação podem ser fatores condicionantes das atitudes humanas.
E A arte pode ser um instrumento para a reforma das condições sociais.
5-(UECE2008) O BARBEIRO
01
02
03
04
05
06
07
Perto de casa havia um barbeiro, que me
conhecia de vista, amava a rabeca e não
tocava inteiramente mal. Na ocasião em que ia
passando, executava não sei que peça. Parei
na calçada a ouvi-lo (tudo são pretextos a um
coração agoniado), ele viu-me, e continuou a
tocar. Não atendeu a um freguês, e logo a
P á g i n a | 26
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
outro, que ali foram, a despeito da hora e de
ser domingo, confiar-lhe as caras à navalha.
Perdeu-os sem perder uma nota; ia tocando
para mim. Esta consideração fez-me chegar
francamente à porta da loja, voltado para ele.
Ao fundo, levantando a cortina de chita que
fechava o interior da casa, vi apontar uma
moça trigueira, vestido claro, flor no cabelo.
Era a mulher dele; creio que me descobriu de
dentro, e veio agradecer-me com a presença o
favor que eu fazia ao marido. Se me não
engano, chegou a dizê-lo com os olhos.
Quanto ao marido, tocava agora com mais
calor; sem ver a mulher, sem ver fregueses,
grudava a face no instrumento, passava a
alma ao arco, e tocava, tocava…
Divina arte! Ia-se formando um grupo,
deixei a porta da loja e vim andando para
casa; enfiei pelo corredor e subi as escadas
sem estrépito. Nunca me esqueceu o caso
deste barbeiro, ou por estar ligado a um
momento grave de minha vida, ou por esta
máxima, que os compiladores podiam tirar
daqui e inserir nos compêndios da escola. A
máxima é que a gente esquece devagar as
boas ações que pratica, e verdadeiramente
não as esquece nunca. Pobre barbeiro! Perdeu
duas barbas naquela noite, que eram o pão do
dia seguinte, tudo para ser ouvido de um
transeunte. Supõe agora que este, em vez de
ir-se embora, como eu fui, ficava à porta a
ouvi-lo e namorar-lhe a mulher; então é que
ele, todo arco, todo rabeca, tocaria
desesperadamente. Divina arte!
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro – obra completa – vol. I, Aguilar, 2a ed. 1962.
Sobre o Realismo, assinale o INCORRETO.
A) O Realismo na literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o Simbolismo.
B) O romance – social, psicológico e de tese – é a principal forma de expressão do Realismo.
C) O romance realista deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja
Católica, e à hipocrisia burguesa.
D) A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara
e direta.
6-(ENEM) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de
época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa
raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as
mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às
sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era
bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a
outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.)
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:
A)... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...
B)... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
C)Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...
D)Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...
E)... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
P á g i n a | 27
7- (CEUT) Sobre o movimento realista, uma única alternativa apresenta-se CORRETA. Assinale-a.
A) O Realismo teve sua origem na França e foi uma renovação apenas no campo literário.
B) O homem como indivíduo é o centro das preocupações do autor realista para que proceda a análise
psicológica.
C) O ponto mais alto da prosa de ficção, no Realismo brasileiro, encontra-se na obra de José de Alencar.
D) O escritor realista deve estudar o exterior dos indivíduos, interrogá-los, analisar o meio e, depois,
transcrever suas observações, procurando ser, rigorosamente, impessoal.
E) A prosa de ficção, no Realismo, não é uma obra de ataque à mentalidade burguesa, à ordem social clerical
e monárquica.
8- (UESPI) Constitui aspecto fundamental do Realismo:
A) A fiel precisão da exposição dos caracteres humanos, concomitante à minuciosa descrição de fatos e de
situações apresentados.
B) A forma de expressão em que a sensibilidade se sobrepuja à razão, ao apresentar o enredo, que deve ser
simples.
C) O exame minucioso do ser humano, em seu habitat, justamente quando os fins são bem mais importantes
que os meios.
D) O uso de um complicado jogo de palavras, mostrando o eterno drama dual entre a vida espiritual e a vida
material do ser humano.
E) A arte passa a ser vista como uma simples imitação da natureza, em que a Verdade, o Bom e o Belo estão
acima de qualquer coisa. Para isso, através de uma linguagem simples e pura.
9.(NOVAFAPI) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo:
O traço diferente, que predominou em muitos escritos a partir dos anos de 1860 e 1870, foi o que se chamou
_________________, termo que é também aplicável a obras de várias épocas, mas que recebeu então um
sentido próprio e de certo modo legítimo, sob a influência dos novos rumos das ciências naturais. Nesse
sentido restrito, significa o tipo de ________________ que procura explicar cientificamente a conduta e o
modo de ser das personagens por meio dos fatores externos, de natureza biológica e sociológica, que
condicionam a vida humana.
(Antonio Candido e José Aderaldo Castello)
A)Naturalismo; Realismo
B)Realismo; romance
C)Realismo; Naturalismo
D)Romantismo; romance
E)Naturalismo; romance
NATURALISMO
Leia o trecho e responda as questões 1,2 e 3
O cortiço
Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e
mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiamse agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e
choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam
clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a
aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam
sobre as chamas.
Os sinos da vizinhança começaram a badalar.
E tudo era um clamor.
A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão
bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta,
desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria
saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio
daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.
Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu
rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço)
P á g i n a | 28
1Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa,
onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o
narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e
explícito em:
a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.
b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.
c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos...
d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.
e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada...
2- O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso
país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as
camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação
de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No fragmento, há várias
outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são
corretas:
a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais
contemporâneos
ao
escritor.
b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.
c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores
burgueses
e
predileção
pelos
mais
pobres.
d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a idéia de Deus; utilização de
preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados.
e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos
anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens.
3- Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir:
Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas
arrancadas pela dor e pelo desespero.
(...)
E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se
despejavam sobre as chamas.
No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do
leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a
alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum:
a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em
relação à tragédia comum, no segundo trecho.
b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho.
c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por
quem se é ajudado, no segundo trecho.
d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no
segundo trecho.
e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do
“todos por todos”, no segundo trecho.
4- (Puc-Camp2010)A sua ferocidade ultrapassa tudo: sulcam de profundas cicatrizes, com um ferro, as faces
dos recém-nascidos para lhes destruir as raízes dos pelos; e desse modo crescem e envelhecem imberbes e
sem graça, como eunucos. Têm o corpo atarracado, os membros robustos e a nuca grossa: a largura das
costas fá-los assustadores. (...) Não põem pé em terra nem para comer nem para dormir e dormem deitados
sobre o magro pescoço da montada, onde sonham à sua vontade. (...) Nenhum deles se for interrogado
poderá dizer donde é natural, porque, concebido num lugar, nasceu já noutro ponto e foi educado mais longe.
(Descrição dos Hunos em Fernando Espinosa. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: SÁ da Costa,
1972, p. 4-6)
Nessa descrição que faz Espinosa, os elementos da barbárie e da animalização do homem ganham uma
expressão igualmente violenta, e parecem antecipar.
(A) o prestígio que ganhariam as descrições pitorescas e detalhistas nos tratados dos primeiros viajantes e
exploradores coloniais.
P á g i n a | 29
(B) os recursos de que se valeriam os prosadores naturalistas, interessados em associar condição biológica,
classe social e comportamento humano.
(C) as imagens de que se valeriam os modernistas de 22, quando buscavam denunciar uma história nacional
marcada por sucessivas violências.
(D) o gosto manifesto por escritores intimistas da década de 30 do século XX, quando davam vazão à
melancolia e à negatividade pessoais.
(E) a atitude de poetas interessados no peso das palavras, consideradas como signos concretos, materiais,
expressivos por si mesmos.
5- (PUC-Camp2011)A guerra franco-prussiana de 1870 inspirou romances de diferentes categorias. A obra,
porém, de maior fôlego sobre o tema foi sem dúvida o romance La Débâcle, de Émile Zola. Este autor
documentou-se antes de escrever sobre a derrota do exército francês. O iniciador da literatura naturalista
consultou diversas testemunhas do conflito. No século XIX, a história não representava mais simplesmente um
pano a de fundo para as romances, mas se tornava protagonista.
(www.linhaseveredas.blogspot.com. Ana Luiza Bedê, 01 jul. 2010)
O texto destaca um procedimento bastante usual do escritor naturalista, qual seja, o de
(A) tomar a realidade como base para o mais livre exercício da fantasia e da imaginação.
(B) analisar objetivamente a realidade a ser explorada, de modo que a obra apresente traços documentais.
(C) explorar sobretudo os temas épicos, para destacar o heroísmo e a dignidade dos protagonistas.
(D) descrever em detalhes os conflitos sociais, de modo a ressaltar a necessidade de interação do homem com
a natureza.
(E) contar com a inspiração pessoal para estabelecer um ângulo de interpretação original de um fato histórico.
6- (PUC-Camp2011) A guerra franco-prussiana de 1870 inspirou romances de diferentes categorias. A obra,
porém, de maior fôlego sobre o tema foi sem dúvida o romance La Débâcle, de Émile Zola. Este autor
documentou-se antes de escrever sobre a derrota do exército francês. O iniciador da literatura naturalista
consultou diversas testemunhas do conflito. No século XIX, a história não representava mais simplesmente um
pano a de fundo para as romances, mas se tornava protagonista.
(www.linhaseveredas.blogspot.com. Ana Luiza Bedê, 01 jul. 2010)
No caso de romances como O cortiço e Casa de pensão, de Aluísio Azevedo, a influência de um Zola
naturalista revelou-se sobretudo no fato de o narrador
(A) subordinar a conduta das personagens à ação determinante do meio pelo qual são moldadas.
(B) desenvolver teses socialistas, abrindo novas perspectivas para a ascensão das camadas populares.
(C) criar personagens que, a despeito das condições precárias de vida, tornam-se líderes revolucionários.
(D) explorar a profunda e terna poesia que se oculta sob a aparente crueza da vida miserável.
(E) mostrar que as características individuais dos trabalhadores sobrepõem-se às injunções do meio social.
7. (UFV-MG/2006) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e
janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.
[...].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes
dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda;
ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentiase naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos
na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29).
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:
A)No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que,
aos poucos, acorda como uma colméia humana.
B)O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.
P á g i n a | 30
C)Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos
personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.
D)O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco,
“rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir.
E)Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma
preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.
8- (AESPI/2006) Todas as alternativas abaixo apresentam texto do Naturalismo, exceto:
A)“Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e
fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de
uns cinco palmos”.
B)“Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a
sua pessoa um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra”.
C)“Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o
marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente
do café aquecia, suplantando todos os outros...”.
D)“Tremiam-lhe as carnes como ao contato de um condutor elétrico, a distender-lhe os nervos escabujando
na rede em espreguiçamentos lúbricos, vergando, como um vencido, ao poder irresistível da animalidade
humana”.
E)“Sem ser verdadeiramente bonita de rosto, era muito simpática e graciosa. Tez macia, de uma palidez
fresca de camélia; olhos escuros, um pouco preguiçosos, bem guarnecidos e penetrantes; nariz curto, um
nadinha arrebitado, beiços polpudos e viçosos, à maneira de uma fruta que provoca o apetite e dá vontade de
morder”.
9-Das citações apresentadas abaixo, qual NÃO apresenta, evidentemente, um enfoque naturalista?
A)Às esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro acre de sabão da terra e aguardente.
B)... as peixeiras, quase todas negras, muito gordas, o tabuleiro na cabeça, rebolando os grossos quadris
trêmulos e as tetas opulentas.
C)Os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos.
D)... batiam-lhe com a biqueira do chapéu nos ombros e nas coxas, experimentando-lhes o vigor da
musculatura, como se estivesse a comprar cavalos.
E)À porta dos leilões aglomeravam-se os que queriam comprar e os simples curiosos.
10- (UFV-MG/2006) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e
janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.
[...].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes
dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda;
ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentiase naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos
na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29).
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:
A)No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que,
aos poucos, acorda como uma colméia humana.
B)O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.
C)Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos
personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.
D)O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco,
“rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir.
E)Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma
preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.
P á g i n a | 31
PARNASIANISMO
1) (ITA-SP) Leia com atenção as duas estrofes abaixo e compare-as quanto ao conteúdo e à forma.
I
“Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.”
II
“Do sonho as mais azuis diafaneidades
Que fuljam, que na estrofe se levantem
e as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.”
Comparando as duas estrofes, conclui-se que:
a) I é parnasiana e II, simbolista.
b) I é simbolista e II, romântica.
c) I é árcade e a II, parnasiana.
d) I e II são parnasianas.
e) I e II são simbolistas.
2- (UFAL2008) Todo escritor tem, obviamente, a leitura como origem de seu amor pela literatura. É nela que
as descobertas estão guardadas e é escrevendo que um autor tenta explicá-las e entendê-las, fundidas ao
pensamento em seu formato mais incipiente. Analisando o início da formação de alguns autores na leitura,
entendi que o que lhes foi apresentado quando crianças definiu os escritores-leitores que seriam(...).
E o que se pode dizer dos cineastas que têm o cinema movido pela literatura? A escrita é fundamental para
que o cinema aconteça, mas falo daqueles que se inspiram em livros, que adaptam romances ou contos e
fazem deles obras completamente diferentes, nos mostrando suas visões de mundo. Dois excelentes exemplos
brasileiros são Beto Brant e Fernando Meirelles. A literatura, especialmente para Brant, é o ponto de partida.
(...) Há também os escritores cinematográficos. E não me refiro àqueles que escrevem imaginando que seus
livros serão adaptados ao cinema. Falo dos escritores que conseguem alcançar num livro a mesma magia da
sétima arte. Não que a da literatura seja menor ou igual, é a diferença entre ambas que engrandece. E tal
união me fascina.
Marco Lucchesi disse o seguinte sobre certa tortura que tinha ao ler quando pequeno: “cada palavra que eu
não soubesse, que não entendesse, era um projeto de sufocação”. O cinema, para os diretores mencionados,
é uma outra forma de ler. A literatura, para eles, não deixa de ser um incrível projeto de sufocação para que
seus filmes sejam realizados.
É exatamente isso que também faz do grande escritor um grande leitor. Acredito ser o espírito da profissão: a
busca pelo conhecimento infindável da língua, para que a pessoa possa se expressar de todas as formas
possíveis e atingir as improváveis. E o que pode “fazer a diferença”, no caso de alguns escritores, é o fato de
eles não serem forçados por algo ou alguém a começar uma vida na leitura — acontece naturalmente. Como
diz Lucchesi: “Literatura é realmente um destino”. Com isso, quem sabe eu consiga reforçar minha singela
teoria de que ler, para qualquer um que realmente ame a literatura, também pode ser um inevitável projeto
de sufocação.
(Renata Miloni. Le Monde Diplomatique, 27/10/2007. Adaptado).
A autora do texto acredita que “o que faz do grande escritor um grande leitor (é) a busca pelo conhecimento
infindável da língua, para que a pessoa possa se expressar de todas as formas possíveis e atingir as
improváveis”. Essa preocupação com a linguagem se apresenta de forma particular na Literatura. Porém, a
depender dos valores defendidos em cada época, a atitude dos autores em relação à linguagem varia
substancialmente. Assim, é correto afirmar que:
a) a prosa romântica se caracteriza pela linguagem culta, com adjetivação objetiva, e pela exploração da
profundidade psicológica dos personagens.
b) textos do Realismo apresentam linguagem subjetiva, descrições idealizantes e narrativa de ação ou
aventura, com personagens previsíveis.
c) a prosa naturalista prima por uma linguagem rebuscada e pouco clara, de caráter universal, com descrições
breves e narrativas rápidas.
d) o Parnasianismo caracteriza-se pela busca da perfeição formal; daí a preferência pelo soneto, pelo
vocabulário culto e pelas rimas raras.
P á g i n a | 32
e) a linguagem simbolista tem como características a forte expressão de otimismo, a precisão das imagens, a
objetividade e o rebuscamento formal.
3- (UFMT2008) Entre o final do século XIX e o alvorecer do século XX, conviveram no Brasil três estilos de
época: Realismo (1881-1902), Parnasianismo (1882-1902) e Simbolismo (1893-1902). Em relação ao
assunto, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A prosa realista representou uma reação contra a literatura sentimental e extremamente subjetiva dos
românticos.
( ) A poesia do final do século XIX significou a reafirmação da linguagem declamatória e coloquial do
Romantismo.
( ) Em poemas parnasianos, o empobrecimento do conteúdo quando somado à supervalorização da linguagem
preciosa constituiu imperfeição.
( ) O poeta simbolista, confiante no poder da linguagem, procura descrever objetivamente a realidade.
Assinale a sequência correta.
A) V, F, V, F
B) V, V, F, F
C) F, V, V, F
D) F, F, V, V
E) V, F, F, V
4-(UFMT2009) Leia a estrofe e responda à questão.
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o marmor luzidio
Entre um leque e o começo de um bordado.
A estrofe apresentada pertence a um soneto que descreve um objeto de arte – um vaso chinês. A atitude do
poeta é impessoal, a linguagem e as rimas são ricas, bem trabalhadas, a métrica é perfeita. Pode-se afirmar
que pertence à estética
A) romântica.
B) barroca.
C) simbolista.
D) modernista.
E) parnasiana.
5-(UFPA2008) Leia as estrofes do poema “Profissão de fé”,
de Olavo Bilac, transcritas ao lado:
Considerando que as estrofes reúnem elementos da estética
parnasiana, é correto afirmar que o Parnasianismo
(A) se subordinou ao ideal da subjetividade, da confissão
amorosa, com tendência a exaltar a mulher e a natureza.
(B) foi um movimento poético antirromântico,
caracterizando-se, principalmente, pelo culto da forma e
pelo trabalho minucioso do verso tecnicamente perfeito.
(C) se situou entre as correntes literárias que se inspiravam
em temas filosóficos e se engajou totalmente nos
problemas do seu tempo e da humanidade em geral.
(D) herdou do Romantismo o gosto pela idealização da
mulher amada e da natureza, o individualismo exacerbado,
o exagero das metáforas, e a inspiração, que substitui a
técnica.
(E) floresceu na primeira metade do século XIX, mesclando
as características subjetivas pré-românticas com as ideias deterministas e cientificistas do Realismo e do
Naturalismo.
P á g i n a | 33
6-(UFPB2010)Remorso
1
4
Às vezes, uma dor me desespera. . .
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera. . .
Ah! mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
12
Sinto o que esperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
16
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
BILAC, Olavo. Melhores poemas de Olavo Bilac/Seleção de Marisa Lajolo. 4ª ed. São Paulo: Global, 2003, p.
106. (Melhores poemas: 16)
Considerando os recursos estilísticos, é correto afirmar que esse poema
a) enquadra-se tipicamente no estilo parnasiano, apresentando uma descrição objetiva da realidade vivida
pelo eu lírico.
b) aproxima-se da estética romântica, uma vez que o eu lírico faz confissões de seu estado de alma.
c) afasta-se radicalmente do estilo romântico, traduzindo uma preocupação excessiva com o rigor formal.
d) classifica-se como simbolista, por apresentar preocupações espirituais e religiosas do eu lírico diante da
vida.
e) traduz uma característica da poesia simbolista, voltada para a supervalorização da forma em detrimento do
conteúdo do texto.
7Leia os versos:
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia.
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Todas de roxas pétalas colmada. (Alberto de Oliveira)
Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes no poema:
a)
busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo
b)
revalorização das idéias iluministas e descrição do passado
c)
descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga
d)
versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso
e)
vocabulário preciosista, de forte ardor sensual
8.(CEFET-PAR)
E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac)
Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:
a)
A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético
b)
A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardentes”visa a presentificar o movimento
dos astros.
P á g i n a | 34
c)
A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado
d)
A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação
e)
Há predomínio da linguagem figurada e descritiva
9-(Enem)
Ouvir estrelas
“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo
perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda noite, enquanto
a Via-Láctea, como um pálio aberto,
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?” Que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.
Ouvir estrelas
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
é, meu amigo, assunto p’ra um poema.
Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
As estrelas que dizem? Que sentido
têm suas frases de sabor tão raro?
Amigo, aprende inglês para entendê-las,
Pois só sabendo inglês se tem ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo:
Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.
A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que,
a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre,
em linguagem conotativa.
b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas,
acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de
estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.
d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela
dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”
e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última
estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas.
P á g i n a | 35
10. (FUND. UNIV. RIOGRANDE) Marque a afirmativa correta:
a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia.
b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial.
c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre.
d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal.
e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical.
SIMBOLISMO
1. Das alternativas abaixo, indique a que não se aplica ao Simbolismo:
a) Procura evocar a realidade e não descrevê-la minuciosamente.
b) O poeta evita que os sentimentos interfiram na abordagem da realidade.
c) O valor musical dos signos lingüísticos é um efeito procurado pelos poetas.
d) O simbolismo mantém ligações com a poética romântica.
e) O tema da morte é valorizado pelos simbolistas.
2. (ESAPP-modificado) Assinale a única afirmação coerente com as características do movimento simbolista:
a) Algumas obras são bastante herméticas, justificando a referencia a um estilo “nefelibata”, pela obscuridade
nebulosa, consistindo não poucas vezes em uma linguagem de compreensão extremamente difícil.
b) Evita radicalmente a abordagem de paisagens desoladamente esfumaçada, de visões esgarçadas, de um
estilo etéreo e de um penumbrismo no ambiente.
c) Nas obras há um predomínio dos fatos fisiológicos, que não de fatos de ordem espiritual e transcendente,
mas apenas manifestações da matéria.
d) Preferência pelos assuntos da época, marcadamente as questões sociais, como a abolição da escravatura.
e) Exacerbado sentimento da natureza, que se revela especialmente quanto à apresentação do indígena e das
riquezas naturais, como florestas, rios e fauna.
3-(PUC-Camp2011) O homem utilitarista do século XVIII transforma utensílios de madeira em um torno por
diversão, e fantasia que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas não tem grandes dotes para a
poesia, e mal sabe extrair a moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e iluminada a vapor.
Ele é um desses que preferem as coisas artificiais em detrimento das naturais, e pensa que a mente humana é
onipotente. Ele sente grande desprezo pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos verdes campos e pelas
árvores,
e
sempre
reduz
tudo
aos
termos
da
Utilidade.
(W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J. Hobsbawm. A Era das Revoluções – 1789-1848. Trad. Rio de
Janeiro: Paz e Terra. 1977, p. 255)
Já no século XIX, no Brasil, pode-se notar uma certa tendência do abandono da paisagem natural idealizada
para a ambientação do poeta no espaço urbano, privado ou doméstico. E o que se observa quando, por
exemplo, se comparam os
(A) sermões, de Antonio Vieira, com os poemas satíricos de Gregório de Matos.
(B) poemas de Olavo Bilac, como o dedicado a Vila Rica, e os poemas de Tomás Antônio Gonzaga, em Marília
de Dirceu.
(C) versos de Os escravos, de Castro Alves, com a Iírica nostálgica de Casimiro de Abreu.
(D) Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias, com os poemas reunidos em "Ideias Íntimas", de Álvares de
Azevedo.
(E) versos musicais de Cruz e Sousa com a secura e as dissonâncias dos versos de Alphonsus de Guimaraens.
P á g i n a | 36
7- (Udesc) - Leia atentamente os textos a seguir:
I- Quando será que tantas almas duras
Em tudo, já libertas, já lavadas
Nas águas imortais, iluminadas
Do sol do amor, hão de ficar bem puras?
Quando será que as límpidas frescuras
Dos claros rios de ondas estreladas
Dos céus do bem, hão de deixar clareadas
Almas vis, almas vãs, almas escuras?
(Cruz e Souza. POESIAS COMPLETAS. São Paulo, Ediouro, s/d, p.93.)
II- "Não acredito em bicho maligno mas besouro, não sei não. Olhe o que sucedeu com a Rosa... Dezoito
anos. E não sabia que os tinha. Ninguém reparara nisso. Nem dona Carlotinha, nem dona Ana, entretanto já
velhuscas e solteironas, ambas quarenta e muito. Rosa viera pra companhia delas aos sete anos quando lhe
morreu a mãe. Morreu ou deu a filha que é a mesma coisa que morrer."
(OS MELHORES CONTOS DE MARIO DE ANDRADE. São Paulo, Global, 1988, p.17.)
Em relação aos fragmentos apresentados, assinale com V as proposições verdadeiras e com F as falsas.
( ) Por suas características estilísticas, os versos de Cruz e Souza pertencem ao Simbolismo e o texto de Mário
de Andrade, ao Modernismo.
( ) O Simbolismo brasileiro apresenta conteúdo carregado de mistério, misticismo, sonoridade e
espiritualidade.
( ) No Simbolismo o lirismo é altamente objetivo, apresentando cunho político-social.
( ) Os textos do Modernismo apresentam, além de linguagem cotidiana e dinâmica, frases despojadas.
A alternativa que apresenta seqüência CORRETA, de cima para baixo, é:
a) V, F, F, V
b) V, V, F, F
c) V, V, F, V
d) F, F, V, V
e) V, F, V, V
8-(PUC-RS)
“Hão de chorar por ela os
[cinamomos,
Murchando as flores ao tomar
[do dia
Dos laranjais hão de cair os pomos
Lembrando-se daquela que os
[colhia.”
Uma das linhas temáticas da poesia de Alphonsus de Guimaraens, como se observa no exemplo, é a:
a) Amada morta;
b) Religiosidade profunda;
c) Transfiguração do amor;
d) Atmosfera litúrgica;
e) Paisagem mariana.
9- (CEAP-AP)
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
Cruz e Souza
Nesta famosa estrofe do simbolista Cruz e Souza, a musicalidade se expressa pelas:
a) metáforas .
b) sinestesias.
c) aliterações .
d) metonímias .
e) repetição da palavras vozes e violões.
10 - (Cescem) - "É, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais
pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes civilizações e sociedades... E as estranhas
paredes hão de subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas,
deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho..."
P á g i n a | 37
É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como o acima transcrito. Com base nesse excerto de
Cruz e Souza podemos dizer que se trata de:
a) uma crônica historiográfica.
b) uma tragédia em moldes clássicos.
c) um romance em que predomina a descrição
d) um poema em prosa.
e) uma sátira aos costumes
P á g i n a | 38
GRAMÁTICA
1-
ORTOGRAFIA
EXERCÍCIOS:
1- (TTN) Assinale a alternativa em que todas as
palavras estão corretamente grafadas.
a)
b)
c)
d)
e)
quiseram, essência, impecílio
pretencioso, aspectos, sossego
assessores, exceção, incansável
excessivo, espontâneo, obseção
obsecado, reinvindicação, repercussão
2- (FUVEST-SP) Preencha os espaços com as
palavras grafadas corretamente. “A ── de uma
guerra nuclear provoca uma grande ── a
humanidade e a deixa ── quanto ao futuro”.
a)
b)
c)
d)
e)
espectativa – tensão - exitante
espectativa – tenção – hesitante
expectativa – tensão – hesitante
expectativa – tenção – hezitante
espectativa – tenção –hezitante
3(T. JUST. –RJ) O sufixo –izar do verbo
“ritualizar” escreve-se com a letra z, como se vê.
Que item a seguir só tem grafias corretas?
a) analizar – visualizar – capitalizar
b) pesquisar – realizar – universalizar
c) catequizar – deslizar – instrumentalizar
d) paralizar – centralizar – urbanizar
e) catalizar – batizar – animalizar
4.
(UEL) Com a chuva torrencial, furiosas
_______ e ribeirões ________ no rio, inundando a
estrada que o _______.
a) enxurradas - deságuam - marjeia
b) enchurradas - desagúam - marjeia
c) enxurradas - deságuam - margeia
d) enxurradas - desagúam - margeia
5- (T. JUST. –RJ) “regime” é um vocábulo escrito
corretamente com g; em que item abaixo todas as
palavras apontadas estão corretamente grafadas
com essa mesma letra?
a) jiló - pagem – vagem
b) gorgeta – magestade – viagem
c) estrangeiro – gengiva – geringonça
d) pedágio – genipapo – vertigem
e) cafageste – tigela – alforge
6- (CÂM.MUN. –RIO) As palavras discussão e
articulação são grafadas com letras distintas para
representação dos mesmos fonemas (ssão-ção).
Assinale o item em que houve erro numa das
palavras grafadas.
a) dimensão – discussão
b) excessão – extensão
c) contenção – remissão
d) pretensão – abstração
e) sedução – intenção
7- (S.E.POL.CIVIL) Pesquisa é a palavra
escrita com s; qual dos itens a seguir apresenta
erro ortográfico devido à confusão entre s e z ?
a)
b)
c)
d)
e)
análise
princeza
empresa
paralisia
catequizar
1- ACENTUAÇÃO GRÁFICA
EXERCÍCIOS
1- O item em que o par de palavras NÃO
está acentuado em função da mesma regra
ortográfica é:
a) própria / advertências;
b) farmácia / bactérias;
c) indústria / cálcio;
d) importância / raízes;
2- Assinale o item em que todas as palavras são
acentuadas pela mesma regra de: também, incrível
e caráter.
a) alguém, inverossímil, tórax
b) hífen, ninguém, possível
c) têm, anéis, éter
d) há, impossível, crítico
e) pólen, magnólias, nós
3- Assinale a alternativa em que pelo menos um
vocábulo não seja acentuado:
a) voo, orfão, taxi, balaustre
b) itens, parabens, alguem, tambem
c) tactil, amago, cortex, roi
d) papeis, onix, bau, ambar
e) hifen, cipos, leem, pe
4-. Assinale a série cuja acentuação gráfica se
justifique da mesma forma que em: baiúca - ônus
- apóio.
a) viúvo, ônibus, pastéis
b) vírus, hífen, jibóia
c) centopéia, Garibáldi, caí
d) egoísmo, Quéops, escarcéu
e) lápis - vôlei - girassóis
5- Em que série nem todas as palavras se
acentuam pelo mesmo motivo:
a) juízo, aí, saíste, saúde
b) poética, árabes, lírica, metáfora
c) glória, apóia, série, inócuo
d) réptil, fêmur, contábeis, ímã
e) assembléia, dói, papéis, céu
6- Assinale a opção em que todos os vocábulos
deveriam estar acentuados graficamente:
a) perdoo, balaustre, bambu
b) itens, assembleia, cafeina
c) tuneis, juri, pessoa
P á g i n a | 39
d) aerodromo, estrategia, nectar
e) agape, apoio (subst.), nuvens
7- Marque a alternativa em que pelo menos um
vocábulo não seja acentuado:
a) voo, parabens, hifen, sofas
b) fenix, esplendido, voce, volatil
c) aneis, rubrica, tenis, urubu
d) chama-la, veem, Tamanduatei, tambem
e) cipos, biceps, rape, sauva
3- SINAIS DE PONTUAÇÃO
a) Solteiro; foi um menino turbulento; casado, era
um moço alegre; viúvo, tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.
b) Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era
um moço alegre; viúvo, tornara-se uma pessoa de
semblante sombrio.
c) Solteiro, foi um menino; turbulento,
casado; era um moço alegre viúvo, tornara-se uma
pessoa de semblante sombrio.
d) Solteiro foi um menino turbulento,
casado era um moço alegre, viúvo; tornara-se uma
pessoa de semblante sombrio.
e) Solteiro, foi um menino turbulento,
casado; um moço alegre, viúvo; tornara-se uma
pessoa de semblante sombrio.
EXERCÍCIOS
1-(UFPB-2006) Quanto à pontuação, observa-se
desvio da norma culta em:
a) Álvaro, embora fosse tímido, ia dar um passo,
essa noite, comparado a um pedido formal de
casamento.
b) Nessa noite, Álvaro ia dar um passo comparado
a um pedido formal de casamento, embora fosse
tímido.
c) Álvaro, nessa noite, embora fosse tímido, ia dar
um passo comparado a um pedido formal de
casamento.
d) Embora fosse tímido Álvaro nessa noite, ia dar
um passo comparado, a um pedido formal de
casamento.
e) Nessa noite, um passo comparado a um pedido
formal de casamento, Álvaro ia dar, embora fosse
tímido.
2-(TALCRIM) Policarpo Quaresma, cidadão
brasileiro, funcionário público... (1.1-2). A
justificativa para o emprego de vírgulas no trecho
destacado é:
a) a intercalação de um adjunto adverbial
b) o destaque do aposto
c) a divisão de termos da mesma função
d) a separação de orações
e) a presença de um vocativo
3-(I.N. CÂNCER) “... em que, periodicamente, se
cultuava ao deus Apolo.”; qual a justificativa do
emprego das vírgulas desse segmento?
a) separar o vocativo
b) indicar um aposto
c) separar elementos de mesma função sintática
d) destacar um elemento sintática deslocado
e) separar orações
PONTO VÍRGULA
EXERCÍCIO
1- (EFOMM )- A opção em que está correto o
emprego
do
ponto-e-vírgula
é:
EXERCÍCIOS
1- Assinale a opção em que está
corretamente indicada a ordem dos sinais de
pontuação que devem preencher as lacunas da
frase
abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas
coisas devem ser consideradas ____ uma é a
contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a
outra é o valor prático que possa ter.
a)dois pontos, ponto e vírgula, ponto e
vírgula
b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
e)
ponto
e
vírgula,
vírgula,
vírgula.
2. Assinale o trecho sem erro de pontuação:
a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos
informe a situação econômica da firma em
questão;
b) cientificamo-lo de que na marcha do processo
de restituição de suas contribuições, verificou-se a
ausência
da
declaração
de
beneficiários;
c) o Instituto de Previdência do Estado, vem
solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração;
d) encaminhamos a V.Sa., para o devido
preenchimento,
o
formulário
em
anexo;
e) estamos remetendo em anexo, o formulário.
3-Em seguida vai um pequeno trecho de Machado
de Assis, pontuado de diversos modos. Só uma vez
a pontuação estará de acordo com as normas
gramaticais. Assinale-a:
a)homem gordo, não faz revolução. O
abdômem, é naturalmente amigo da ordem. O
estômago pode destruir, um império: mas há de
ser
antes
do
jantar;
b) homem gordo não faz revolução. O abdômem é
naturalmente amigo da ordem; o estômago pode
destruir um império: mas há de ser antes do
jantar;
c) homem gordo não faz revolucão, o abdômem é,
naturalmente, amigo da ordem. O estômago, pode
destruir um império: mas há de ser antes do
jantar;
d) homem gordo não faz revolução: o abdômen e
naturalmente, amigo da ordem. O estômago pode
P á g i n a | 40
destruir um império: mas há de ser antes do
jantar;
e) homem gordo não faz revolução: o abdômem é
naturalmente amigo da ordem. O estômago pode
destruir um império mas há de ser, antes do
jantar.
4.0 - PLANO SEMÂNTICO
rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela
entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma
esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus
olhinhos
furantes
de
azeviche
sejo
não
descortinassem e que sua solta língua, entre os
dentes ralos, não comentasse com malícia
estridente.
EXERCÍCIOS
Ramires)
Texto para as questões 01 e 02
Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam
duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e
famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas
como haviam repousado bastante na areia do rio
seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia
horas que procuravam uma sombra. A folhagem
dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos
pelados da caatinga rala.
(Graciliano Ramos, Vidas secas)
1. Reestruturando-se o terceiro período do
texto, mantém-se o sentido original apenas
em:
a) A viagem progredira bem três léguas, uma vez
que havia repousado bastante na areia do rio seco,
dado que ordinariamente andavam pouco.
b) Haviam repousado bastante na areia do rio
seco; a viagem progredira bem três léguas porque
ordinariamente andavam pouco.
c) Porque haviam repousado bastante na areia do
rio seco, ordinariamente andavam pouco, e a
viagem progredira bem três léguas.
d) Ainda que ordinariamente andassem pouco, a
viagem progredira bem três léguas, pois haviam
repousado bastante na areia do rio seco.
e) Em virtude de andarem ordinariamente pouco e
de haverem repousado bastante na areia do rio
seco, a viagem progredira bem três léguas.
(Eça de Queirós, A ilustre Casa de
3. No texto, o emprego de artigos definidos e
a omissão de artigos indefinidos têm como
efeito, respectivamente,
a) atribuir às personagens traços negativos de
caráter; apontar Oliveira como cidade onde tudo
acontece.
b) acentuar a exclusividade do comportamento
típico das personagens; marcar a generalidade das
situações que são objeto de seus comentários.
c) definir a conduta das duas irmãs como
criticável; colocá-las como responsáveis pela
maioria dos acontecimentos na cidade.
d) particularizar a maneira de ser das manas
Lousadas; situá-las numa cidade onde são famosas
pela maledicência.
e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu
livre acesso a qualquer ambiente na cidade.
4. Há, no texto, analogia entre o sentido da
expressão "gárrulas como cigarras" e o
sentido de:
a) "tecedeiras de todas as intrigas".
b) "olhinhos furantes".
c) "azeviche sujo".
d) "sua solta língua".
e) "entre os dentes ralos".
6. (UFPB-2009) Leia o fragmento.
2. Tendo em vista a relação, neste texto,
entre o vocabulário e os efeitos de sentido, é
INCORRETO afirmar que:
a) o adjetivo "avermelhada" retrata o rigor do
clima.
b) "rio seco", "galhos pelados", "caatinga rala"
caracterizam um espaço hostil aos viajantes.
c) as palavras empregadas pelo narrador
reproduzem
as
das
personagens.
d) os nomes dos viajantes substituem-se por um
adjetivo substantivado - "os infelizes".
e) a expressão "o dia inteiro" equivale a "todo o
dia".
Texto para as questões de 03 a 04
As duas manas Lousadsas! Secas, escuras e
gárrulas como cigarras, desde longos anos, em
Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas
as
vidas,
as
espalhadoras
de
todas
as
maledicêndias, as tecedeiras de todas as intrigas. E
na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule
“[...] o Direito, se bem que, para ele,
fosse de todas as
formaturas a mais risonha, não lhe servia
igualmente,
visto que Amâncio não estava disposto a
deixar a
Corte e ir ser estudante na província.”
Mantendo-se o mesmo sentido, os termos
destacados
podem
ser
substituídos,
respectivamente, por:
a) ainda que / dado que
b) a menos que / porque
c) visto que / posto que
d) ainda que / logo que
e) à medida que / dado que
7. Quanto ao valor semântico ” é correto
afirmar que:
“Peguei o exemplar e o guardei em minha
pasta. Caladão. Sem revelar a ninguém o
P á g i n a | 41
acontecido. Lembro do abraço que Plínio me deu à
saída. Parecia estar segurando as lágrimas.
Balbuciou algumas palavras emocionadas. Mal
pude retribuir, meus braços se recusavam a
apertar o cínico.”
a) Na primeira e na segunda ocorrência o
“O” é um artigo;
b) O “que” (2ª linha) pode ser substituído
sem alteração semântica no qual;
c) Parecia estar segurando as lágrimasControlando;
d)
Balbuciou
algumas
palavras
emocionadas. – gaguejou;
e) se recusavam a apertar o cínico.” Possui o valor
condicional
5.
PLANO MORFOLÓGICO
II.O raio ultravioleta provocou um ataque danoso
ao material
a)derivação sufixal, justaposição, aglutinação
b)parassíntese, aglutinação, derivação regressiva
c)derivação prefixal, aglutinação, justaposição
d)derivação prefixal e sufixal, justaposição,
parassíntese
e)parassíntese, justaposição, derivação sufixal
6-(IBGE) Assinale a opção em que todas as
palavras se formam pelo mesmo processo:
a) ajoelhar / antebraço / assinatura
b) atraso / embarque / pesca
c) o jota / o sim / o tropeço
d) entrega / estupidez / sobreviver
e) antepor / exportação / sanguessuga
EXERCÍCIOS:
1- (UFUB_MG) A palavra “ensolarada” tem o
mesmo processo de formação de :
a) injustiçada
b)inspirada
c) esperada
d) sonhada
e) amada
2- (FUVEST-SP) Nas palavras: atenuado, televisão,
percurso temos, respectivamente, os seguintes
processos de formação de palavras:
a)parassintética, hibridismo, prefixação
b)aglutinação, justaposição, sufixação
c)sufixação, aglutinação, justaposição
d)justaposição, prefixação, parassintética
e) hibridismo, parassintética, hibridismo
3- (UFMG) Em todas as frases, o termo grifado
exemplifica corretamente o processo de formação
de palavras indicado, EXCETO em:
a) ‘Onde se viu perversidade semelhante?
(derivação parassintética)
b) “Não senhor não procedi nem percorri.”
(Derivação prefixal)
c) “Preciso falar-lhe amanhã sem falta. (derivação
regressiva)
d) “As moças achavam maçador, evidentemente.”
e) “Minava um apetite surdo pelo jantar.”
(derivação imprópria)
4- (CESGRANRIO- RJ) o prefixo de “irregular”
difere semanticamente do prefixo de:
a) desumano
b)imigrante
c)ilimitado
d)anormalidade
5- (FEI – SP) Identificar a alternativa que indica
corretamente os processos de formação das
palavras destacadas:
I. Ao anoitecer, o planalto fica deserto
7- (FFCL SANTO ANDRÉ) As palavras couve-flor,
planalto e aguardente são formadas por:
a) derivação
b) onomatopéia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação
8- (UF-PR) A formação do vocábulo sublinhado na
expressão "o canto das sereias" é:
a) composição por justaposição
b) derivação regressiva
c) derivação prefixal
d) derivação sufixal
e) palavra primitiva
9- (FCMSC-SP) As palavras expatriar, amoral,
aguardente, são formadas por:
a) derivação parassintética, prefixal,
composição por aglutinação
b) derivação sufixal, prefixal, composição por
aglutinação
c) derivação prefixal, prefixal, composição por
justaposição
d) derivação parassintética, sufixal,
composição por aglutinação
e) derivação prefixal, prefixal, composição por
justaposição
10- (FUVEST) Foram formadas pelo mesmo
processo as seguintes palavras:
a) vendavais, naufrágios, polêmicas
b) descompõem, desempregados, desejava
c) estendendo, escritório, espírito
d) quietação, sabonete, nadador
e) religião, irmão, solidão
6. FLEXÃO NOMINAL E VERBAL
EXERCÍCIOS
1- Assinale a alternativa onde todos os
substantivos são biformes:
P á g i n a | 42
a) elefante, príncipe, abade, mestre
b) conde, carrasco, imigrante, onça
c) perdigão, monge, hebreu, paciente
d) bacharel, presidente, parente, cliente
e) algoz, ator, profeta, duque
c) cidadões
d) capitões
e) alemãos
8- (TRE-SP) Não se.........e........bem cada palavra
que...........
2- Assinale a alternativa que apresenta
respectivamente: um substantivo biforme,
um
sobrecomum, um comum-de-dois e um
epiceno:
a) aluno, testemunha, paciente, elefante
b) marechal, criança, indígena, tigre
c) selvagem, frei, vítima, folião
d) cadáver, bebê, colega, rival
e) herói, artista, membro, poeta
3-Assinale a alternativa
substantivo está correto:
onde
o
plural
a) precipite - pesa - pronunciares
b) precipite - pese - pronunciar
c) precipita - pesa - pronunciar
d) precipita - peses - pronunciares
e) precipite - pesas – pronunciar
9- (TRF) Transpondo para a voz passiva a frase
“Estavam encaminhando os processos para a sua
jurisdição”, obtém-se a forma verbal:
do
a) cristão – cristães
b) o tórax – os tóraxes
c) cidadão – cidadãos
d) chapéu – chapéis
e) pão, pãos
a) encaminhavam-se
b) iam encaminhando-se
c) estavam sendo encaminhados
d) foram sendo encaminhados
e) encaminharam-se
10- (BB) Flexão verbal incorreta:
4. A nota dos alunos, desde ontem, ... no mural,
e o professor atenderá pessoalmente só os
estudantes que, por acaso, ... alguma dúvida.
a) Se vir o tal colega, falar-lhe-ei.
b) Se eu pôr o verbo no plural, erro de novo.
c) Se eu vier cedo, aguardo-o.
d) Se a duplicata estiver certa, paguem-na.
e) Se eu for tarde, esperem-me.
a) está afixado, tiverem
b) está afixado, tiver
c) está afixada, tiverem
d) está afixada, tiver
e) estão afixadas, tiver
11- (A.CONT.-MT) “creio que a federação
perecerá, se continuar a não saber acatar e elevar
a justiça”
Das alterações feitas na parte final da passagem
acima, a que apresenta erro de flexão verbal é:
5Assinale o item que apresenta os plurais
corretos das expressões cidadão luso- brasileiro,
capelão surdo-mudoe cirurgião sem-vergonha.
a) se não se abstiver dos radicalismos
b) se não revir as decisões que tem tomado
c) se não se contrapor às injustiças sociais
d) se não intervier com a lei nas desordens sociais
a) cidadãos luso-brasileiros, capelães surdosmudos , cirurgiões sem-vergonha
b) cidadãos lusos-brasileiros, capelães surdosmudo, cirurgiões sem-vergonhas.
c) cidadões luso-brasileiros, capelões surdomudos, cirurgiães sem-vergonha
d) cidadãos luso-brasileiros, capelãos surdomudos, cirurgiãos sem-vergonha
6- (TRE-RJ) O substantivo “negociante” pode ser
masculino ou feminino: o negociante / a
negociante. Dos nomes de ofícios abaixo aquele
que se classifica igualmente como comum de dois
gêneros é:
a) intérprete
b) agricultor
c) agrônomo
d) monge
e) juiz
7- (BB) flexão correta:
a) anciões
b) pagões
12- Aponte a frase com erro de flexão verbal.
a) Se detiverdes os avanços da incredulidade,
tereis sucesso em vossa escalada.
b) Assim que ele intervir na empresa, os
problemas serão resolvidos.
c) Apresenta o relatório até as quatro horas e não
te preocupes com o resultado, pois já fizeste a tua
parte.
d) Refarei o trabalho de noite, embora isso não
condiga com meus ideais
7- VOZES E ASPECTOS VERBAIS
EXERCÍCIOS
1. (TRF– 2003) Transpondo-se para a voz passiva
a frase Esses meios desrespeitam a consciência e a
liberdade da pessoa moral, a forma verbal
resultante será
a) serão desrespeitadas.
P á g i n a | 43
b) desrespeita-se.
c) é desrespeitada.
d) são desrespeitadas.
e) são desrespeitados.
2-(TRF – 1ª região – 2006) A frase que admite
transposição para a voz passiva é:
a) O país pode chegar a uma situação caótica.
b) O editorial é um desrespeito à soberania
cubana.
c) A atenção do Estado cubano para com a saúde
popular é exemplo para todos.
d) Houve indignação e protestos contra o editorial
da revista.
e) Cuba tem auxiliado países vítimas de
catástrofes.
3- Assinale a alternativa que contém voz passiva:
a) tínhamos apresentado diversas opções;
b) dorme-se bem naquele hotel;
c) precisa-se de gerentes de vendas;
d) difundia-se o boato de que haveria
racionamento;
e) N. R. A
4- Transportando para a voz ativa a oração “os
sócios foram convocados para uma reunião”.
Obtém-se:
a forma verbal:
a) convocaram-se;
b) convocaram;
c) convocar-se-ia;
d) haviam sido convocados;
e) haverão de ser convocados.
5- Transpondo para a voz ativa a frase “O processo
deve ser revisto pelos dois funcionários”, obtém-se
a forma verbal:
a) deve-se rever;
b) devem rever;
c) será revisto;
d) reverão;
e) rever-se-á.
6- “Acredito que Maria tenha feito a lição”,
passando-se a oração sublinhada para a voz
passiva, o verbo ficará assim:
a) foi feita;
b) tenha sido feita;
c) esteja sendo feita;
d) tenha estado feita;
e) seja feita.
6- (FUVEST-SP) Assinale a frase que não está na
voz passiva:
a) O atleta foi estrondosamente aclamado.
b) Que exercício tão fácil de resolver!
c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes.
d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado.
e) Entreolharam-se agressivamente os dois
competidores.
7- (FCMSCSP) Transpondo para a voz passiva a
oração "Os pesquisadores não podiam suportar
esse nível de radiação", obtém-se a forma verbal:
a) se suporta;
b)era podido suportar;
c) podem suportar-se;
d) podia ser suportado;
e) podia suportarem-se.
8- (FlUbe-MG) Transpondo para a voz passiva a
oração: "A pedidos, a orquestra tocaria fado e
modinha", obtém-se a forma verbal:
a) se tocaria;
b) será tocado;
c) seriam tocados;
d) serão tocados;
e) iam ser tocados.
8. PLANO SINTÁTICO
EXERCÍCIOS
1- (UF-MG) Em todas as alternativas, o termo em
negrito exerce a função de sujeito, exceto em:
a)Quem sabe de que será capaz a mulher de seu
sobrinho?
b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado
de edifícios.
c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos
correram às piscinas.
d) Era somente uma velha, jogada num catre
preto de solteiros.
e) É preciso que haja muita compreensão para
com os amigos.
2- (FMU) Em "Eu era enfim,senhores, uma graça
de alienado.", os termos da oração grifados são
respectivamente, do ponto de vista sintático:
a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do
sujeito
b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto
c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do
sujeito
d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto
e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do
sujeito
3-(CESGRANRIO) Assinale a frase cujo predicado é
verbo-nominal:
a) "Que segredos, amiga minha, também são
gente ..."
b) "... eles não se vexam dos cabelos brancos ..."
c) "... boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que
quiseres ..."
d) "Fiquemos com este outro verbo."
e) "... o assunto não teria nobreza nem interesse
..."
P á g i n a | 44
4-(UC-MG) A classificação dos verbos sublinhados,
quanto à predicação, foi feita corretamente em:
a)"Não nos olhou o rosto. A vergonha foi enorme."
- transitivo direto e indireto
b)"Procura
insistentemente
perturbar-me
a
memória." - transitivo direto
c)"Fiquei, durante as férias, no sítio de meus
avós." - de ligação
d)"Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos
imediatamente." - transitivo indireto
e)"Ela no encontrará, portanto é só fazer o
pedido." - transitivo indireto
5-(UF-Uberlândia) "Ele observou-a e achou aquele
gesto feio, grosseiro, masculinizado." Os
termos sublinhados são:
a) predicativos do objeto
b) predicativos do sujeito
c) adjuntos adnominais
d) objetos diretos
e) adjuntos adverbiais de modo
6-(FMU) Observe os termos sublinhados na
passagem: "O rio vai às margens. Vem com força
de açude arrombado." Os termos sublinhados
são, respectivamente:
a) predicativo do sujeito e adjunto adnominal de
modo
b) adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal
c) adjunto adverbial de lugar e adjunto adverbial
de modo
d) adjunto adverbial de modo e objeto indireto
e) adjunto adverbial de lugar e complemento
nominal
7-(UF-GO) "O corpo, a alma do carpinteiro não
pode ser mais brutos do que a madeira." A
função sintática dos termos sublinhados é, pela
ordem:
a) objeto direto - predicativo do sujeito
b) sujeito - sujeito
c) predicativo do sujeito - sujeito
d) objeto direto - predicativo do sujeito
e) predicativo do sujeito - predicativo do sujeito
8-(MACK) Em “O hotel virou catatumba”:
a) o predicado é nominal
b) o predicado é verbo-nominal
c) o predicado é verbal
d) O verbo é transitivo direto
e) estão corretas c e d
9- (MACK) Nas frases abaixo, o pronome oblíquo
está corretamente classificado, exceto em:
a) "Fugia-lhe é certo, metia o papel no bolso ..."
(objeto indireto)
b) "... ou pedir-me à noite a bênção do costume"
(objeto indireto)
c) "Todas essas ações eram repulsivas: eu toleravaas ..." (objeto direto)
d) "... que vivia mais perto de mim que ninguém"
(objeto indireto)
e) "... eu jurava matá-los a ambos ..." (objeto
direto)
10- (MACK) Entre as alternativas abaixo, aponte a
única em que um dos termos corresponde à análise
dada: "Pareciam infinitas as combinações de cores
no azul do céu."
a)
b)
c)
d)
e)
Pareciam é um verbo intransitivo
Infinitas é objeto direto
Cores é o núcleo do sujeito
Do céu é o complemento nominal
n.d.a
11- (PUC) "Nesse momento começaram a ferí-lo
nas mãos, a pau." Nessa frase o sujeito do verbo
é:
a)nas mãos
b) indeterminado
c) eles (determinado)
d) inexistente ou eles: dependendo do contexto
e) n.d.a
12- (PUC) Em: "... principiou a segunda volta do
terço."; "Carrocinhas de padeiro derrapavam nos
paralelepípedos."; "Passavam cestas para o Largo
do Arouche."; "Garoava na madrugada roxa." Os
verbos são, respectivamente:
a) transitivo direto, transitivo indireto, transitivo
direto, intransitivo
b)intransitivo, transitivo indireto, transitivo direto,
intransitivo
c) transitivo direto, intransitivo, transitivo direto,
intransitivo
d)transitivo direto, intransitivo, intransitivo,
intransitivo-impessoal
e)transitivo indireto, intransitivo, transitivo
indireto, transitivo indireto
13-(PUC) Em: "Os sururus em família têm por
testemunha a Gioconda”, as expressões
sublinhadas são:
a)complemento nominal - objeto direto
b) predicativo do objeto - objeto direto
c) objeto indireto - complemento nominal
d) objeto indireto - objeto indireto
e) complemento nominal - objeto direto
preposicionado
14- (FUVEST) No texto: "Acho-me tranqüilo – sem
desejos, sem esperanças. Não me preocupa o
futuro”,
os
termos
destacados
são,
respectivamente:
a)predicativo, objeto direto, sujeito
b) predicativo, sujeito, objeto direto
c) adjunto adnominal, objeto direto, objeto
indireto
d) predicativo, objeto direto, objeto indireto
e) adjunto adnominal, objeto indireto, objeto
direto
P á g i n a | 45
15- (FGV) Leia atentamente: "Vi o acidente da
estação." Na frase ao lado, a expressão sublinhada
é ambígua, pois pode ser interpretada como:
a) objeto indireto ou adjunto adnominal
b) adjunto adverbial de modo ou predicativo
do sujeito
c) predicativo do sujeito ou predicativo do
objeto direto
d) adjunto adnominal ou adjunto adverbial
e) adjunto adverbial de tempo ou objeto
indireto
5- (EPCAR) Aponte a alternativa em que a palavra
em negrito é conjunção explicativa:
a) Como estivesse cansado, não foi trabalhar.
b) Assim que fores ao Rio, não te esqueças de
avisar-me.
c) Retirou-se antes, já que assim o quis.
d) Não se aborreça, que estamos aqui para ouvilo.
e) Não compareceu, porque não foi avisado.
6- (SANTA CASA) O "que" está com função de
preposição na alternativa:
9- CLASSES DE PALAVRAS
EXERCÍCIOS
1-(IBGE) Assinale o par de frases em que as
palavras sublinhadas são substantivo e pronome,
respectivamente:
a)A imigração tornou-se necessária. / É dever
cristão praticar o bem.
b)A Inglaterra é responsável por sua economia. /
Havia muito movimento na praça.
c)Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo
de drogas é condenável.
d)Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. /
Pesca-se muito em Angra dos Reis.
e)Os prejudicados não tinham o direito de
reclamar. / Não entendi o que você disse.
a) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga!
b) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem
és.
c) João não estudou mais que José, mas entrou na
Faculdade.
d) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao
banheiro.
e)Não chore que eu já volto.
7- (BB) "Saberão que nos tempos do passado o
doce amor era julgado um crime."
a) 1 preposição
b) 3 adjetivos
c) 4 verbos
d) 7 palavras átonas
e) 4 substantivos
2- (U-BRASÍLIA) Assinale o item que só contenha
preposições:
8- (UC-MG) Em "Orai porque não entreis em
tentação", o valor da conjunção do período é de:
a) durante, entre, sobre
b) com, sob, depois
c) para, atrás, por
d) em, caso, após
e) após, sobre, acima
a) causa
b) condição
c) conformidade
d)explicação
e)finalidade
3- (TTN) Observe as palavras grifadas da seguinte
frase: "Encaminhamos a V. Senhoria cópia
autêntica do Edital nº 19/82." Elas são,
respectivamente:
9- (UF-MG) As expressões sublinhadas
correspondem a um adjetivo, exceto em:
a) verbo, substantivo, substantivo
b) verbo, substantivo, advérbio
c) verbo, substantivo, adjetivo
d) pronome, adjetivo, substantivo
e) pronome, adjetivo, adjetivo
4- (CESGRANRIO) Assinale a opção em que a
locução grifada tem valor adjetivo:
a) "Comprei móveis e objetos diversos que entrei a
utilizar com receio."
b)"Azevedo Gondim compôs sobre ela dois
artigos."
c) "Pediu-me com voz baixa cinqüenta mil réis."
d) "Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as
serras..."
e) "Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem
escrúpulos não se apoderassem do que era
delas."
a) João Fanhoso anda amanhecendo sem
entusiasmo.
b) Demorava-se de propósito naquele complicado
banho.
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada
carreira.
d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da
caatinga sem fim.
e) E ainda me vem com essa conversa de homem
da roça.
10- (ITA) Assinalar a alternativa que corretamente
preenche a lacuna da sentença: "....... meus
conselhos, ele pediu demissão."
a)Entrementes
b)Máxime
c)Mormente
d)Malgrado
e)Desastre
P á g i n a | 46
CONCORDÂNCIA NOMINAL
1Relacione convenientemente a 1ª coluna,
de acordo com a 2ª, tendo em vista as explicações
para a concordância dos adjuntos adnominais e
dos predicativos:
1ª coluna
2ª coluna
( ) Afirmações e
A)
O adjunto
negações quase
adnominal concorda em
simultâneas me
gênero e número com o
assaltavam.
seu único núcleo.
( ) Ele ama a noite
B)
O adjunto
solitária e muda.
adnominal está no
( ) Via nele coragem
plural e no gênero
e afeição nunca
comum aos seus
desmentidas.
núcleos.
( ) Via nele coragem
C)
O adjunto
e valor nunca
adnominal concorda em
desmentidos.
gênero e número com o
( ) Via nele nunca
seu núcleo mais
desmentida coragem e
próximo.
valor.
D)
O adjunto
( ) Via nele nunca
adnominal está no
desmentido valor e
plural e no masculino
coragem.
concordando com a
( ) Via nele nunca
totalidade de seus
desmentidos valor e
núcleos de gêneros
coragem.
diferentes.
( ) Via nele valor e
E)
O predicativo
coragem nunca
concorda em gênero e
desmentidos.
número com o sujeito.
( ) Via nele valor e
coragem nunca
desmentida.
( ) Ele está satisfeito.
( ) Eles estão
satisfeitos.
2. Complete os espaços com um dos nomes
colocados nos parênteses.
a) Será que é __________________ essa
confusão toda? (necessário/ necessária)
b) Quero que todos fiquem
________________.(alerta/ alertas)
c) Houve ____________ razões para eu não voltar
lá. (bastante/ bastantes)
d) Encontrei ____________ a sala e os
quartos.(vazia/vazios)
e) A dona do imóvel ficou __________ desiludida
com o inquilino.(meio/ meia)
F)Vai _____________ a procuração perdida (
anexa / anexo)
g) ______________ estão todos os documentos
exigidos. ( anexos/ anexo)
h) Elas _____________ não podiam reclamar. (
mesma/ mesmas)
i) É ___________ venda de alimentos neste local.
( proibido / proibida)
j) É ___________ a venda de alimentos neste
local. ( proibido / proibida)
k) Ela estava _____________ nervosa e não
consegui se explicar ( meio/ meia)
l) Ela saiu ____________ apressada e nem disse
_________ ( muito/muita –
obrigado/obrigada)
3. (FUVEST) “Na reunião do Colegiado, não faltou,
no momento em que as discussões se tornaram
mais violentas, argumentos e opiniões veementes
e contraditórias.”
No trecho acima, há uma infração as normas de
concordância.
a) Reescreva-o com devida correção.
b) Justifique a correção feita.
4. (PUCCAMP) A frase em que a concordância
nominal está correta é:
a) A vasta plantação e a casa grande caiados há
pouco tempo era o melhor sinal de prosperidade da
família.
b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão
onde se encontravam as vítimas do acidente.
c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas
que ele cultivava na sua pacata e linda chácara do
interior.
d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos
a perna e o braço direitos, mas estava totalmente
lúcido.
e) Esses livro e caderno não são meus, mas
poderão ser importante para a pesquisa que estou
fazendo.
P á g i n a | 47
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB
INTENSIVO PRÉ-VESTIBULAR UFPB - CAMPUS I
LINGUA PORTUGUESA – AULÃO ENEM - 2011
Texto 1
Texto5
Fonte: www.chargederua.com.br. Acesso em: 15 de
setembro de 2010
Texto 2
VERSOS INTIMOS
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa inda pena tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija.
ANJOS, Augusto dos. Eu. In: BUENO, Alexei
(Org). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1996. P. 28.
Texto 4
P á g i n a | 48
1. Intertextualidade é a relação entres textos. Esse fenômeno lingüístico ocorre na charge (texto
1) por meio:
a) das imagens que se referem a pessoas políticas.
b) das cores das camisas, que simbolizam os partidos políticos.
c) das notas musicais, que fazem alusão às marchinhas de carnal.
d) dos gestos dos desenhos, que se referem a passos carnavalescos.
e) dos trechos das marchinhas de carnal, os quais se fazem presente na charge com novos sentidos.
Leia o texto 2 e responda as questões de 2 e 3:
2. Podemos afirmar que o texto:
I- mostra angústia e pessimismo, afirmando a impossibilidade de uma vida feliz.
II- expressa o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.
III- representa realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho
existencial.
IV- aborda dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista negativo e analítico acerca do
comportamento humano.
Estão corretas:
a) I, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) Todas estão corretas.
3. A linguagem do poema caracteriza-se:
a) pelo didatismo e pela objetividade da expressão.
b) pelo preciosismo da linguagem de inspiração parnasiana.
c) pela utilização intensa da antítese e do paradoxo.
d) pelo uso de termos fortes e chocantes.
e) pela retomada do rebuscamento barroco.
Texto 3
O BÊBADO E O EQUILIBRISTA
(Compositor: João Bosco)
“A lua
Tal qual a dona de um bordel,
pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel.
E nuvens,
lá no mata-borrão do céu
chupavam manchas torturadas
- que sufoco!”
4. No fragmento da música O bêbado e o Equilibrista de João Bosco e Aldir Blanc, temos a presença nos
termos destacados de uma:
a)
b)
c)
d)
e)
Prosopopéia
Metáfora
Comparação
Silepse
Hipérbole
5. Assinale a alternativa que apresenta a mesma regra de concordância da frase: “Feitas as contas
me pus tranquilo”.
a)
b)
A primeira e segunda lição.
Eles foram os mais insolentes possíveis.
P á g i n a | 49
c) Postas as cartas na mesa seguiremos em frente.
d) As cláusulas terceira, quarta e quinta.
e) Os poderes temporal e espiritual.
6. Na charge abaixo assinada por Nani, (texto 4) temos presença de:
a)
b)
c)
d)
e)
Presença de silepse de gênero.
Uso de ironia apenas como caráter estilístico.
Uso da função da linguagem fática, pois nota-se a necessidade de diálogo com um interlocutor.
O uso da ironia trazendo inferências sobrepostas ao texto.
A expressão “o cara” representa uma sinédoque
7. Sobre a historinha do texto 5, é verdade que:
a) A expressão fácil sugerida pelo homem inicialmente representando raiva não serve como inferência para
a compreensão textual do leitor.
b) A leitura crítica da imagem é prejudicada pela falta elementos textuais.
c) Não existe comunicação completa sem o uso da modalidade escrita.
d) O uso de linguagem não-verbal só é compreensível quando as imagens ou símbolos são acompanhados
de palavras
e) O uso dos signos textuais no exemplo acima sensibiliza para o respeito e preservação da natureza
Texto 6, para as questões 8 e 9
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei
grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício
Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
8. (ENEM 2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do
Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento
histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou
seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo
poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a
preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que
reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no
poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
9.(ENEM 2008) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em
que o poeta se dirige ao seu interlocutor.
a)
b)
c)
d)
e)
“Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1)
“Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5)
“Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6)
“Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7)
“Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)
P á g i n a | 50
1. [Brasil, Informal] Namoro.
2. [Brasil,
Informal]
Namorado
namorada.
3. [Brasil, Informal] Amor ou afeição.
4. [Brasil, Informal] Mexerico; intriga.
Texto 7
Eu Só Quero Um Xodó
ou
10. A palavra em negrito é uma típica
ocorrência de:
“Que falta eu sinto de um bem
Que falta me faz um xodó
Mas como eu não tenho ninguém
Eu levo a vida assim tão só...”
a)
b)
c)
d)
e)
Vocabulário: (origem expressiva)
s. m.
Estrangeirismo
Regionalismo
Jargão
Neologismo
Empréstimo Lingüístico
LÍNGUA PORTUGUESA - AULÃO ENEM - 2010
Questões Enem
Leia o trecho: “Pouco a pouco, (Conceição) tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa.
Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros, e
menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum;
naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. A presença de Conceição espertara-me ainda mais
que o livro.”
1. É correto afirmar sobre a personagem Conceição:
a) Conceição é a típica personagem machadiana: romântica, idealizada e linear.
b) Conceição, a personagem feminina do conto, é a típica mulher machadiana, de comportamento ambíguo,
misteriosa.
c) Conceição é descrita como uma mulher madura, alegre e descontraída. Viviam para o marido e para o lar.
d) Conceição é uma mulher forte, decidida e que não se deixa enganar pelo marido.
e) Conceição é a típica mulher machadiana fria e calculista em suas atitudes.
Texto 1
PORTO DE LENHA
(Torrinho e Aldísio Figueiras)
Porto de lenha
Tu nunca serás Liverpool
Com uma cara sardenta e olhos azuis
Um quarto de flauta
Do alto Rio Negro
Pra cada sambista-paraquedista
Que sonha o sucesso
Sucesso sulista
Em cada navio, em cada cruzeiro
Em cada cruzeiro
Das quadrilhas de turistas
1. A expressão “Com uma cara sardenta e olhos azuis” (linha 3, texto 2) designa:
a) os turistas que chagam a Manaus, metaforicamente.
b) habitantes de Liverpool , metonimicamente.
c) sulistas de pele clara, por catacrese.
d) roqueiros estrangeiros, por abreviação.
e) roqueiros amazonenses, por eufemismo.
2. Na segunda estrofe do texto 2, a noção de “sucesso”:
A) está associada à noção de sucesso no Sul também do país.
b) refere-se à necessidade de reconhecimento pelos turistas.
c) designa a relação entre Porto de Lenha e os sambistas.
d) mostra a dependência do sucesso aos cruzeiros.
e) sugeri que sua relação com o dinheiro é negativa.
P á g i n a | 51
3. No texto, a palavra quadrilha apresenta duplo sentido, uma característica comum na língua. Indique a
opção em que a palavra em destaque também é ambígua na sentença.
a) O avião voou em céu de brigadeiro.
b) José é um homem são.
c) O ciclone é inevitável.
d) O cabo foi demitido ontem.
e) Cortei a manga.
Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quinto.
1) Qual sentindo empregado dos artigos o e um, utilizado no 3o quadrinho?
a) Que o personagem Miguelito está confuso na construção do seu discurso, e não está sabendo empregar
adequadamente os artigos.
b) Que o personagem Miguelito é o único amigo de Mafalda.
c) O artigo um por ser definido, Miguelito acha mais adequado utilizar para mostrar a sua indignação, por não
ser o único amigo de Mafalda.
d) “Pensei que eu fosse O amigo...” o artigo o é indefinido, ou seja, se refere a algo único ou especifico.
e) Quando utiliza o “O amigo”, Miguelito achava que era o único amigo de Mafalda, mas ele descobriu que não
era o único e sim mais um amigo, por isso utilizou “um amigo”.
2) Sobre o gênero textual: tirinha é correto afirmar:
a)
b)
c)
d)
e)
Apresenta uma linguagem pesada, confusa e formal.
É um tipo de texto narrativo, portanto não apresenta diálogos.
É um tipo de texto dissertativo, pois apresenta uma sequência: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Adota uma linguagem leve, informal e seus temas apresentam estilos humorísticos, críticos etc.
Apresenta uma linguagem verbal e não-verbal, contudo só expressam temas políticos.
2. Assinale a alternativa INCORRETA sobre os dois trechos a seguir:
Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhando o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas, como haviam
repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam
uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala.
(Graciliano Ramos. Vidas Secas)
As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira
eram elas as esquadrinhadoras de todas as intrigas. E, na desditosa cidade, não existia nódoa pecha, bule
rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo
encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua língua
solta, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente.
(Eça de Queirós. A ilustre casa de Ramires)
a) ”Os infelizes”, no texto de Graciliano Ramos, funciona como um adjetivo substantivado e se refere a
Fabiano e sua família.
b) A expressão “o dia inteiro”, em “tinham caminhado o dia inteiro”, no texto de Graciliano Ramos, equivale a
“todo o dia”, e significa que não deixaram nada de fora durante o dia, que não faltou parte alguma do dia.
c) Em “rio seco” e “secas”, escuras e gárrulas como cigarras, o adjetivo “seco” difere no uso e sentido: em
Graciliano está qualificando rio e significa falta de água por causa da longa estiagem. Em Eça, designa traços
negativos de caráter, sendo as tais irmãs inoportunas, azarentas.
P á g i n a | 52
d) A presença do artigo definido depois do pronome todo em “as esquadrinhadoras de todas as vidas, as
tecedeiras de todas as intrigas” marca a generalidade das situações que são objeto dos comentários maldosos
das irmãs.
e) O termo bem em “a viagem progredira bem três léguas” sugere apenas muito, bastante, mesmo sentido de
“enchi bem o prato”.
2. Leia o texto a segur:
Banda: Ultraje a Rigor
Compositor: Roger Moreira
(vô cantar tudo de novo, ô ?!)
A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
A gente faz carro
E não sabe guiar
A gente faz trilho
E não tem trem prá botar
A gente faz filho
E não consegue criar
A gente pede grana
E não consegue pagar...
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
"Inúteu"!
A gente somos "inúteu"!
A gente faz música
E não consegue gravar
A gente escreve livro
E não consegue publicar
A gente escreve peça
E não consegue encenar
A gente joga bola
E não consegue ganhar...
No texto acima sobre o verso Que nóis é indigente... podemos afirmar que:
a) Está correta tendo em vista que o verbo está concordando com o predicativo “indigente”.
b) Estaria correta da seguinte forma “Que nós éramos indigentes”.
c) Está incorreto tendo em vista que o verbo deve concordar com sujeito estando correto da seguinte forma:
“Que vós somos indigentes”.
d) Está incorreto, pois o verbo deve concordar com o sujeito em pessoa e número, estando correto da
seguinte forma: “Que nós somos indigentes”.
e) O verbo “ser” funciona sintaticamente como complemento do pronome pessoal “nóis’.
Download

Língua Portuguesa - Universidade Federal da Paraíba