CARACTERÍSTICAS DAS ALTERAÇÕES DE FALA DE ORIGEM
MÚSCULO-ESQUELÉTICA EM INDIVÍDUOS COM MÁ OCLUSÃO
Characteristics of speech disorders of musculoskeletal origin
in patients with malocclusion
José Luis G. Bretos, Nathália Meriê Ribeiro Martins, Paula L. Sacomano,
Renata dos Santos, Simone Costiuc Lemos, Soraya Andrade Pinheiro
Setor de Fonoaudiologia – Núcleo de Estudos Odontológicos – NEO
São Paulo –SP/ Brasil
Práticas e Procedimentos Clínicos
Introdução: a literatura especializada aponta que as estruturas musculares, ósseas e as funções do sistema estomatognático são possíveis causas de interferência na produção da fala. Em 1998, Zorzi propôs
a classificação das alterações de fala em fonológicas, neurogênicas e músculo- esqueletais. As alterações
músculo-esqueletais correspondem aos distúrbios causados por problemas na musculatura, ossos ou cartilagens envolvidas na produção da fala. As alterações de fala de origem muscular podem ocorrer por
lesões/remoções da musculatura, fibroses, atrofias, perda ou diminuição da mobilidade e modificações do
tamanho ou da forma. Caracteriza-se como de origem esqueletal quando as alterações são verificadas nos
ossos, padrão facial, ausência de dentes, má oclusão, dentre outros. Objetivo: caracterizar as alterações
de fala de origem musculoesquelética em indivíduos com a má oclusão em início de tratamento ortodôntico. Métodos: foram avaliados 30 pacientes que procuraram o serviço de ortodontia do NEO – Núcleo de
Estudos Odontológicos, e que estavam em início de tratamento ortodôntico, ou seja, com a documentação
ortodôntica realizada, com o tipo de má oclusão classificada, mas ainda sem uso de aparatologia e sem
queixa fonoaudiológica prévia. Todos os indivíduos foram submetidos a avaliação de motricidade orofacial,
com maior enfâse na produção de fala. Após tal procedimento caracterizou-se o padrão de fala apresentado. Resultados: do total de pacientes avaliados, 16 (53,33%) apresentaram Classe II de Angle, 12 (40%)
Classe I de Angle e 1 (3,33 %) Classe III de Angle. Quanto ao padrão de fala verificou-se: 2 (6,67 %) sem
alteração de fala e 28 (93,33%) com alteração. As alterações de fala encontradas foram: 16 (57,14 %) sigmatismo frontal/lateral; 5 (17,86%) com articulação travada, 5 (17,86%) lateralidade/projeção mandibular,
1 (3,57%) com interposição do lábio inferior nos incisivos centrais superiores e 1 (3,57%) com distorção
do fonema /l/ quando em encontro consonantal. Conclusões: na população estudada a porcentagem das
alterações de fala de origem músculo esquelética foi significativa, demonstrando ser de suma relevância
que o fonoaudiólogo esteja apto a diagnosticar não apenas as modificações do padrão de fala, mas sim,
pontuar quando essas são decorrentes de alterações músculo-esqueletais.
Descritores: má oclusão; sistema estomatognático; fala
CHARACTERISTICS OF MUSCULOSKELETAL-RELATED
ALTERATIONS OF SPEECH IN PATIENTS WITH MALOCCLUSION
Características das alterações de fala de origem músculoesquelética
em indivíduos com má oclusão
José Luis G. Bretos, Nathália Meriê Ribeiro Martins, Paula L. Sacomano,
Renata dos Santos, Simone Costiuc Lemos, Soraya Andrade Pinheiro
Department of Speech and Language Pathology –
Núcleo de Estudos Odontológicos (Dental Study Group) – NEO – São Paulo – SP – Brazil
Clinical Practices and Procedures
Introduction: specialized literature points out that muscle and bone structures, as well as the functions of
the stomatognathic system, might interfere in speech production. In 1988, Zorzi proposed classifying speech
alterations into phonological, neurogenic and musculoskeletal alterations.Musculoskeletal alterations
correspond to disorders caused by muscle, bone and cartilage-related problems, all of which are involved
in speech production. Muscle-related speech alterations may result from muscle lesion/removal, fibrosis,
atrophies, loss of or a decrease in mobility and changes of size or shape of muscles. They are described as
skeletal-related alterations when they are observed in bones, facial pattern, absence of teeth, malocclusion,
among others. Objective: characterizing musculoskeletal-related speech alterations in individuals with
malocclusion at the beginning of a dental treatment. Methods: thirty patients who looked for dental services
at the Dental Study Group (NEO, Portuguese acronym) were evaluated. They were at the beginning phase
of the treatment; that is, dental documentation had been done, kind of malocclusion had been classified, yet
no specialized equipment was being used and no previous speech or language-related complaints had been
made. All the patients were submitted to evaluation of orofacial motricity, and more emphasis was placed
on speech production. After such procedure, the speech pattern presented was characterized. Results:
of the total of patients evaluated, 16 (53.33%) presented Angle Class II malocclusion, 12 (40%) presented
Angle Class I malocclusion and 1 (3.33%) presented Angle Class III malocclusion. As for speech pattern, the
following was observed: 2 (6.67%) presented no speech alterations and 28 (93.33%) presented alliteration
problems. The following were the speech alterations found: 16 (57.14%) frontal/lateral lisp; 5 (17.86%) had
locked joint problems; 5 (17.86%) had jaw laterality/prominence; 1 (3.57%) had their lower lip interspersed
between their upper central incisor teeth and 1 (3.57%) produced a distorted sound of the phoneme /l/ when
joined with a consonant. Conclusions: in the population studied, the percentage of muscle-related speech
alterations was significant, showing that it is highly relevant that a speech pathologist be able to diagnose not
only the changes in speech patterns, but point them out when they stem from musculoskeletal alterations.
Keywords: malocclusion; stomatognathic system; speech
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