RESULTADOS E EFICÁCIA DO TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO
MIOFUNCIONAL OROFACIAL ESTUDO LOGITUDINAL
Results and efficiency of the orofacial myofunctional treatment –
longitudinal study
Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini
CEFAC Pós-Graduação em Saúde e Educação
São Paulo, SP, Brasil
Artigo original
Introdução: a reabilitação miofuncional orofacial é utilizada para restabelecer padrões adequados de respiração, mastigação, deglutição e articulação da fala, visando remoção de padrões interferentes, estabilidade miofuncional e oclusal. Entretanto a verificação da eficiência do tratamento em médio e longo prazo
não é frequentemente descrita. Objetivo: verificar as alterações miofuncionais em crianças, adolescentes
e adultos, assim como os resultados da terapia fonoaudiológica miofuncional, em acompanhamento longitudinal após tratamento visando verificar a eficácia do tratamento instituído e manutenção dos resultados.
Métodos: fizerem parte 140 pacientes consecutivos, encaminhados para tratamento fonoaudiológico por
apresentarem alterações miofuncionais associadas a encaminhamento ortodôntico, otorrinolaringológico e
busca própria, sem alterações anatômicas, divididos em três grupos: GI 48 crianças de 4 a 12 anos; G2 52
adolescentes de 13 a 18 anos; G3 42 adultos de 19 a 42 anos. Realizado estudo longitudinal constando de:
avaliação miofuncional orofacial documentada, reavaliações a cada 8 semanas de tratamento, ao final do
tratamento – alta, após dois meses, seis meses e um ano; caracterizando a situação funcional. Foi empregada terapia miofuncional com ênfase em propriocepção, percepção e reconhecimento funcional, além de
exercícios específicos de apoio. Análise estatística: Teste de Igualdade de Duas Proporções, t de Student e
ANOVA. Resultados: dados de avaliação mostram, dentre as funções analisadas, maior porcentagem de
alterações na fala para o grupo todo. Para G1 predominou alterações de deglutição e fala, G2 mastigação
e fala, G3 deglutição. Tempo médio de tratamento: quatro meses (2,67 – 5,98), com diferenças significativas entre resultados de avaliações pré e pós tratamento. A função respiratória foi a de maior porcentagem
de alterações na alta para os três grupos. Após a alta as reavaliações subsequentes não mostraram diferenças estatisticamente significantes, porém para G1 e para G3 observou-se instabilidade em respiração,
mastigação e deglutição após 6 meses e um ano; para G2 instabilidade em respiração e deglutição. G1 e
G2 apresentaram melhora dos padrões de fala após 6 meses e um ano da alta. Conclusão: a terapêutica
utilizada mostrou-se eficiente, sendo que as funções estomatognáticas: respiração, mastigação e deglutição mostraram-se de difícil estabilidade, necessitando manutenção cuidadosa. A fala mostrou-se estável e
com melhoras dos resultados inicialmente obtidos, em crianças e adolescentes.
Descritores: reabilitação; fonoaudiologia; respiração; mastigação; deglutição; fala
RESULTS AND EFFICIENCY OF THE OROFACIAL MYOFUNCTIONAL
TREATMENT – LONGITUDINAL STUDY
Resultados e eficácia do tratamento fonoaudiológico
Miofuncional Orofacial- estudo logitudinal
Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini
CEFAC Post Graduation in Health and Education
São Paulo, SP, Brazil
Original article
Introduction: the orofacial miofuncional rehabilitation is used to reestablish adequate patterns for breathing,
chewing, swallowing and speech vocalization, aiming to remove interfering patterns, miofuncional and
occlusal stability. However, the verification of the treatment efficiency in the medium and long run is not
often described. Purpose: to check myofunctional alterations in children, adolescents and adults, as well
as the results of myofunctional speech therapy, in a longitudinal follow-up after treatment, aiming to check
the effectiveness of the settled treatment and outcome maintenance. Methods: 140 consecutive patients,
referred for speech therapy treatment for showing myofunctional alterations associated with orthodontic
referral, otorhinolaryngologic referral and by their own initiative, without anatomical abnormalities, were
divided in three groups: GI 48 children 4-12 years; G2 52 adolescents 13-18 years; G3 42 adults 19-42
years. A longitudinal study was conducted, consisting of: documented orofacial miofunctional evaluation;
assessments every 8 weeks of treatment, at the end of treatment – discharge after two months, six months
and one year; characterizing the functional situation. Myofunctional therapy was used with an emphasis on
proprioception, perception and functional recognition, and specific support exercises. Statistical analysis:
Equality Test of Two Proportions, Student t test and ANOVA. Results: evaluation data show, among the
analyzed functions, a higher percentage of alterations in speech for the whole group. G1 was predominated
by swallowing and speech alterations, G2 by chewing and speech alterations, G3 by swallowing alterations.
Mean treatment time: four months (2.67 to 5.98), with significant differences between the results of the
pre and post-treatment. Respiratory function had the highest percentage of alterations in the discharge
for the three groups. After discharge, the subsequent reassessments showed no statistically significant
differences, but for G1 and G3 there was instability in breathing, chewing and swallowing after six months
and one year; for G2 instability in breathing and swallowing. G1 and G2 showed improvement in speech
patterns after 6 months and one year from discharge. Conclusion: the employed therapy was efficient,
and the stomatognathic functions: breathing, chewing and swallowing showed difficult stability, requiring
careful maintenance. Speech was stable and with improvements in the results initially obtained in children
and adolescents.
Keywords: rehabilitation; speech, language and hearing sciences; respiration; mastication; deglutition;
speech
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