Projeto FUNDEP 12627 – SMPL–PBH/IGC/DGG/IMPACTOS Projeto 12562 – PBH–SMPL/FUNDEP PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E INFORMAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA DE PLANEJAMENTO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS ORIUNDOS DE INICIATIVAS LOCALIZADAS NO EIXO NORTE DA RMBH E DEFINIÇÃO DE ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, URBANO E SOCIAL PARA O MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE Relatório Final Volume I Apresentação e Metodologia Belo Horizonte, Maio de 2008. EQUIPE TÉCNICA Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais – IGC/UFMG Departamento de Geografia Laboratório de Estudos Territoriais - LESTE Centro de Sensoriamento Remoto de Minas Gerais – CSR Heloisa Soares de Moura Costa – Coordenação geral Allaoua Saadi Geraldo Magela Costa Ralfo Edmundo da Silva Matos Ricardo Alexandrino Garcia Equipe de Geoprocessamento Alerson Falieri Suarez Bráulio Magalhães Fonseca Alunos de Graduação em Geografia/Estagiários Alfredo Costa Brenner Henrique Maia Rodrigues Fernanda Mesquita Veiga Matheus Marcelo de Pinho Talma Paulo Eduardo Alves Borges da Silva Paulo Guerino Garcia Rossi Rafael Militão Maia Resende Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro - IPPUR/UFRJ Adauto Lucio Cardoso – Coordenação geral Fabricio Leal de Oliveira – Coordenação executiva Carlos Bernardo Vainer - Consultor Claudio Cesar de Paiva - Coordenação da análise econômica José Ricardo Vargas de Faria Raquel de Mattos Viana Tania Maria de Araújo Ferreira Thêmis Amorim Aragão Este Relatório Final é composto pelos seguintes volumes: Apresentação e Metodologia Macro-Diagnóstico Econômico, Urbano e Social Avaliação dos Impactos Relativos aos Projetos com Influência na Dinâmica de Desenvolvimento do Município de Belo Horizonte Vol. IV Análise Comparativa dos Planos Diretores do Vetor Norte da RMBH: a dimensão territorial Sistema de Informações Geográficas Vol. V Vol. VI Indicação de Eixos de Atuação do Poder Público que Orientem o Planejamento Municipal Vol. VII Registro do Processo de Discussão Vol. I Vol. II Vol. III 2 PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Gerência de Planejamento do Desenvolvimento Metropolitano - GPDM Otávio Silva Camargo (Coordenador) Alexandre Dolabela Dias Álvaro Pio Junior Carlos Augusto de Almeida Dias Jeanne Marie Ferreira Freitas Maria Silvia de Almeida Paz Roberto Martins Ferreira Heleno Souza Lima GRUPO DE TRABALHO - SECRETARIAS E ÓRGÃOS PARTICIPANTES Secretaria Municipal de Políticas Urbanas Maria Fernandes Caldas / Natália A. Moll / Humberto A Guimarães / Lúcia K. Almeida / Daniela A. Costa / Izabel Dias O. Melo / Frederico Valle F. Costa Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente Flávia Mourão Parreira do Amaral / Márcia Mourão Parreira Vital / Weber Coutinho Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana Ana Maria Ferreira Saraiva / Valéria Braga Pena / Maria Cristina Antunes Secretaria Municipal Adjunta de Habitação Carlos Henrique Cardoso Medeiros / Maria Luiza C. Chaves / Geraldo Timóteo / Neide Peixoto Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte - URBEL Claudius Vinícius Leite Pereira / Andréia Scalon / Karla Maria Vilas Marques Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte S.A. – BHTRANS Hélio Geraldo R. Costa / Marcelo Cintra do Amaral / Rogério Carvalho Silva / Tomás A. Ahouagi Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte – PRODABEL Carlos Murilo de Oliveira Secretaria de Administração Regional Norte Itamar Arruda de Oliveira / Márcia Marques Teixeira / Celso Souza Secretaria de Administração Regional Venda Nova Ajalmar José da Silva / Nildo Tarone / Neusa dos Santos Gomes Secretaria de Administração Regional Nordeste Marcílio Rezende Santos / Mônica de Oliveira Latorre Secretaria de Administração Regional Pampulha Stael Luiza Rocha de Santana Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana – SEDRU Maria Coeli Simões Pires / Maria Madalena F. Garcia / Maria Fátima Abreu / Cecília M. R. Geraldo / Juliana Gomes / Gustavo Gomes / Marilia M. Rangel / Vanildes R. Guimarães / Heraldo Santos Dutra / Daniel F. Souza CONVIDADOS Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Instituto Estadual de Florestas Prefeitura Municipal de Confins Prefeitura Municipal de Lagoa Santa Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves Prefeitura Municipal de Santa Luzia Prefeitura Municipal de São José da Lapa Prefeitura Municipal de Vespasiano 3 ÍNDICE VOLUME I 1. Apresentação......................................................................................................................5 2. Detalhamento da Metodologia...........................................................................................8 2.1 Introdução ....................................................................................................................8 2.2. Metodologia ................................................................................................................9 2.3. Produtos e Prazos......................................................................................................33 3. Cronograma .....................................................................................................................34 Anexo I - Variáveis de estudo dos setores censitários.........................................................36 4 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 1. APRESENTAÇÃO Este documento de introdução ao Estudo sobre os impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte apresenta os objetivos principais, a metodologia e a estrutura do documento final, dividido em sete volumes, que consolida e revisa os três produtos que compunham o trabalho: (i) P1 - Relatório Preliminar de Análise/Diagnóstico; (ii) P2 - Relatório Preliminar da Análise e do Impacto dos Projetos e sua Influência na Dinâmica e Desenvolvimento do Eixo Norte; (iii) P3 - Relatório Preliminar de Diretrizes e Propostas, com Indicação de Ações Estratégicas a Serem Implementadas. O estudo foi realizado entre novembro de 2007 e maio de 2008 por uma equipe multidisciplinar formada por professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação e graduação do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além disso, incorpora as importantes contribuições – de técnicos e gestores da Prefeitura de Belo Horizonte e outros convidados – oriundas dos encontros de discussão ocorridos ao longo do desenvolvimento do estudo. Para a realização do seu propósito central - identificar impactos gerados por grandes empreendimentos e projetos no eixo norte de expansão da Região Metropolitana de Belo Horizonte e indicar linhas de atuação em subsídio ao planejamento municipal -, o estudo se desenvolveu segundo três grandes linhas ou momentos: 1) a realização de um macro diagnóstico econômico, urbano e social da evolução recente da região; 2) a análise de seis grandes projetos definidos e sua relação com a dinâmica e o desenvolvimento do Município e da Região Metropolitana de Belo Horizonte; 3) a indicação de eixos de atuação do poder público que orientem o planejamento municipal de Belo Horizonte. Adotou-se como referência teórico-metodológica a pesquisa “Grandes Projetos de Desenvolvimento Urbano: o que se pode aprender com a experiência brasileira?”, financiada pelo Lincoln Institute of Land Policy – LILP e coordenada pelo Instituto de 5 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IPPUR/UFRJ.1 O resultado encontra-se sistematizado em sete volumes. O Volume I – Apresentação e Metodologia introduz a leitura dos demais volumes e apresenta a metodologia empreendida na realização do trabalho. O Volume II – Macro Diagnóstico Econômico, Urbano e Social apresenta os insumos iniciais para o desenvolvimento das etapas seguintes do trabalho, em especial a etapa de avaliação dos impactos dos projetos e a proposição de eixos de atuação para o planejamento municipal de Belo Horizonte. Este documento está organizado em três partes: (i) A Região Metropolitana de Belo Horizonte: subsídios iniciais para o macro diagnóstico – discute os principais aspectos dos diagnósticos ou leituras da RMBH realizados nos documentos de referência “Vetor Norte - Programa de Ações Imediatas”, elaborado pelo Instituto Horizontes para o Governo do Estado de Minas Gerais (HORIZONTES, 2006), “Projeto Belo Horizonte no Século XXI”, elaborado pelo Cedeplar/UFMG para a Prefeitura de Belo Horizonte (CEDEPLAR, 2004) e “Como anda a Região Metropolitana de Belo Horizonte”, elaborado pelo Observatório das Metrópoles (2006); (ii) Dinâmica Econômica – apresenta uma análise da realidade fiscal-financeira dos municípios do eixo norte da RMBH, uma caracterização da dinâmica recente da indústria de Minas Gerais e uma análise da evolução recente do mercado de trabalho metropolitano de Belo Horizonte; e (iii) Dinâmica Urbana – apresenta os principais vetores de desenvolvimento que poderão ser alterados/reforçados/confrontados pelas iniciativas previstas ou em implantação no eixo norte, sendo abordados os seguintes tópicos: (i) dinâmica populacional e aspectos socioeconômicos, (ii) condições de moradia, (iii) dinâmica imobiliária e (iv) vetores normativos concernentes ao planejamento urbano na RMBH. O Volume III – Avaliação dos Impactos Relativos aos Projetos com Influência na Dinâmica de Desenvolvimento do Município de Belo Horizonte contempla a análise de grandes projetos e sua relação com a dinâmica de Belo Horizonte à luz dos elementos 1 A pesquisa, coordenada pelo Professor Carlos Vainer (IPPUR/UFRJ), contou com a participação de professores e pesquisadores das seguintes instituições: Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade de São Paulo e Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. 6 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. contidos no Macro Diagnóstico acrescidos de novos insumos, especialmente informações e análises contidas nos estudos e relatórios de impacto ambiental dos projetos, informações e documentos colhidos junto à Prefeitura de Belo Horizonte e outras fontes, planos diretores dos municípios do vetor norte da RMBH e resultados da análise de imagens de satélite. O processo analítico desenvolvido é apresentado no item 2. Detalhamento da Metodologia, deste volume. O Volume IV – Análise comparativa dos Planos Diretores do Vetor Norte da RMBH: a dimensão territorial apresenta a análise efetuada com base na leitura das leis municipais que instituem os novos Planos Diretores, das Leis de Uso e Ocupação do Solo, quando existentes, e das leituras técnicas e comunitárias realizadas durante o processo de elaboração dos planos. Foram destacados cinco eixos de propostas considerados importantes para uma análise comparativa dos PDs do Vetor Norte e, principalmente, para uma avaliação das perspectivas conjuntas de transformações territoriais futuras para o conjunto do Vetor Norte de expansão da RMBH. São eles: desenvolvimento econômico, sistema viário e transportes, habitação e regularização fundiária, preservação ambiental e articulação com outros municípios do Vetor Norte e da RMBH. O Volume V – Sistema de Informações Geográficas (SIG) apresenta a estrutura básica e parte dos conteúdos mais específicos do SIG, bem como descreve o suporte documental da base de dados. O banco de dados é apresentado em DVD anexo. Inclui, ainda, alguns exemplos de aplicação do SIG, tais como o diagnóstico geoambiental e a análise sócio-demográfica do Vetor Norte. O Volume VI – Indicação de Eixos de Atuação do Poder Público que Orientem o Planejamento Municipal apresenta os resultados da última etapa do estudo e consolida, em suas questões, propostas e diretrizes de atuação, os insumos das etapas anteriores apresentadas nos demais volumes, além de novos subsídios colhidos no processo de discussão com técnicos e gestores municipais. Por fim, o Volume VII – Registro do Processo de Discussão apresenta os relatórios dos encontros e reuniões de trabalho com participação da equipe contratada e de técnicos, gestores e convidados da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. O Volume inclui também a íntegra do Documento de Discussão preparado para subsidiar a discussão do 3º Encontro de Trabalho. 7 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 2. DETALHAMENTO DA METODOLOGIA 2.1 INTRODUÇÃO Este tópico detalha a metodologia para execução do Estudo sobre os impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 2.1.1 Objetivo Identificar impactos gerados por grandes empreendimentos e projetos no eixo norte de expansão da Região Metropolitana de Belo Horizonte e indicar linhas de atuação em subsídio ao planejamento municipal. 2.1.2 Escopo O estudo compreende a realização das seguintes atividades: Realização de uma leitura da dinâmica territorial recente da região abrangida pela presente proposta, com base nas fontes abaixo identificadas, com vistas a subsidiar estudos detalhados a serem realizados posteriormente pela Prefeitura de Belo Horizonte. Análise e sistematização dos impactos previstos e das ações mitigadoras constantes dos documentos existentes tais como EIA-RIMAs, Estudos de Impacto de Vizinhança, Relatórios Técnicos, entre outros, a partir das informações disponíveis sobre os projetos da Linha Verde, Contorno Viário Norte, Aeroporto Industrial de Confins, Centro Administrativo de Minas Gerais, Parque Tecnológico de Belo Horizonte e outros. Realização de projeções demográficas para fins de realização de estudos prospectivos, com vistas a identificar áreas diretamente impactadas e/ou aspectos da dinâmica territorial associados às mudanças previstas. Identificação de áreas e/ou aspectos potenciais de intervenção por parte de políticas públicas municipais e metropolitanas Indicação de elementos estruturantes da região de estudo, a exemplo de sistema de drenagem; sistema viário; grandes usos industriais, institucionais 8 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. e de serviços; assentamentos residenciais segundo padrão construtivo predominante e renda média familiar; assentamentos residenciais especiais (favelas, condomínios fechados, etc.) e irregulares; áreas de proteção ambiental; áreas de valor paisagístico e turístico; áreas de fragilidade socioambiental; áreas de expansão urbana. Disponibilização de sistema de informações geográficas a ser constituído para a realização dos estudos. Tal sistema incluirá mapas temáticos síntese por conjunto de categorias de usos, segundo combinações múltiplas de conflitos (habitação x meio ambiente, habitação x sistema viário, sistema viário x meio ambiente, grandes projetos x meio ambiente, etc.); mapas prognósticos resultantes das análises dos mapas temáticos, das reuniões internas, documentos analisados, debates com diferentes agentes sociais, especialistas, técnicos da PBH, entre outros. 2.2. METODOLOGIA Para a realização do estudo no prazo definido, foi necessária a estreita cooperação entre a equipe contratada e a equipe técnica da Prefeitura em todas as etapas do processo. Uma vez que o estudo não envolveu a realização de nenhuma pesquisa específica e foi realizado com base nas informações existentes e disponíveis, foi fundamental a definição, pela Prefeitura, de um grupo de acompanhamento responsável pela agilização e viabilização dos processos e encarregado de disponibilizar informações, solicitar informações de outros órgãos, encaminhar pedidos de informações, participar dos encontros e reuniões, entre outras funções e atividades relevantes para o melhor andamento dos trabalhos. A atividade descrita nos itens Elaboração do macro diagnóstico econômico, urbano e social, Avaliação dos impactos relativos aos projetos com influência na dinâmica de desenvolvimento do Município de Belo Horizonte e Indicação de eixos de atuação do poder público que orientem o planejamento municipal foram objeto de encontros de trabalho específicos em Belo Horizonte com o objetivo de debater conceitos e expectativas, agregar e construir informações de forma a agilizar o processo, antecipar e 9 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. debater críticas. Os encontros contaram com a participação da equipe contratada e dos técnicos e convidados da Prefeitura de Belo Horizonte. 2.2.1 Definição da Área de Abrangência Tendo em vista que as transformações em curso e os empreendimentos e projetos previstos para o Vetor Norte têm necessariamente abrangência metropolitana, mas considerando a necessidade de subsidiar ações futuras da Prefeitura de Belo Horizonte tais como a elaboração de Termos de Referência para realização de Planos Diretores Regionais, a identificação de áreas para novos investimentos e políticas e a participação no processo de discussão do Plano Diretor Metropolitano -, o estudo tem como referência três níveis escalares descritos a seguir e representados esquematicamente na ilustração abaixo: a – a região norte do município de Belo Horizonte, enquanto base territorial definida, a priori, para a avaliação dos impactos gerados pelos projetos em foco; b – uma área que incorpora a precedente, acrescida do espaço territorial inserido entre o limite desta e o traçado previsto para o Contorno Viário Norte, incorporando ainda grandes vias de comunicação que conduzam fluxos significativos para a Região Norte; c – uma área que incorpora as precedentes, acrescida de uma porção territorial mais setentrional, que abriga e canaliza fluxos significativos de pessoas e veículos em direção à região norte do município de Belo Horizonte. 10 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Figura 01 As escalas espaciais do estudo proposto Fonte: arquivo GoogleEarth Regioa VN 50%.jpg Do ponto de vista do contexto político administrativo, importante para o tratamento de dados censitários e de análise de Planos Diretores Municipais, a área de abrangência do estudo contempla total ou parcialmente oito municípios - Belo Horizonte, Confins, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano -, que são analisados tendo como unidade geográfica mínima o setor censitário. A Área de Estudo para fins da elaboração do macro diagnóstico econômico, urbano e social compreende os territórios do Município de Belo Horizonte e dos municípios situados no Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, particularmente Ribeirão das Neves, Vespasiano, Lagoa Santa, Santa Luzia, São José da Lapa, Confins e Pedro Leopoldo. No Município de Belo Horizonte, recebem atenção especial as áreas representadas pelas Regiões Norte, Venda Nova, Pampulha e Nordeste. 2.2.2. Leitura e Análise dos Planos Diretores Municipais, Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) Compreende (i) a avaliação dos Planos Diretores em vigor e/ou recentemente elaborados nos municípios do Vetor Norte, identificando seus princípios norteadores, propostas convergentes e conflitantes, bem como propostas de interesse comum para a 11 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. região; e (ii) a análise dos estudos e relatórios de impacto ambiental dos grandes projetos definidos neste documento. O objetivo é fornecer insumos para a realização das demais atividades do projeto, inclusive os mapeamentos propostos. A análise dos planos diretores abrange os planos diretores de Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, Confins, Pedro Leopoldo, Sabará, São José da Lapa, Jaboticatubas, Ribeirão das Neves e Belo Horizonte (Plano Diretor e Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, respectivamente Lei Municipal Nº 7.165 e Nº 7166, de 27/08/1996, e revisões posteriores). As análises dos EIAs/RIMAs se concentram nos seguintes projetos: Centro Administrativo de Minas Gerais Linha Verde/MG-10/Boulevard Arrudas/Cristiano Machado Parque Tecnológico de Belo Horizonte Estação Vilarinho Aeroporto Industrial de Confins Contorno Viário Norte 2.2.3 Elaboração de base de dados digital georreferenciada A elaboração da base de dados digital georreferenciada para os três níveis escalares tem as seguintes características: a - Base territorial geral assentada sobre informação topográfica/hidrográfica inicialmente gerada na escala de 1:50.000 (base IBGE) e imagem de satélite. Sobre essa base, são incluídos temas-base como hipsometria, geologia e uso do solo. O nível de atualização de tais temas depende da disponibilidade das fontes de informação; b - Informações sobre os espaços urbanos representadas sobre plantas das sedes de municípios e distritos (base IBGE, censo de 2000). Estas informações provêm das prefeituras municipais, análises de EIA/RIMAs e Planos Diretores dos municípios da região; c – Informações sócio-econômicas representadas no quadro dos limites dos setores censitários (IBGE 2000). A figura 2, a seguir, apresenta uma ilustração das possibilidades de análise e representação das informações. 12 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Figura 02 Área de abrangência do Estudo. Mancha Urbana dos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte que conformam o Projeto do Vetor Norte. Descrição dos setores censitários urbanos dos municípios com mais de 50 mil habitantes 0 5 10 kilometros Belo Horizonte Vespasiano Lagoa Santa Ribeirão das Neves Limite Municipal Limite Hidrologia Sabará Zona Rodovias Rural Urbana Aeroportos Rios C. P. Massa d'água Panpulha Estradas Setores Censitários Urbanos Limites Santa Luzia Confins Fonte: IBGE/IGC/UFMG. Manipulação própria dos dados. O setor censitário é a menor unidade territorial, com limites físicos identificáveis em campo, com dimensão adequada à operação de pesquisas e cujo conjunto esgota a totalidade do Território Nacional, o que permite assegurar a plena cobertura do País. Por esta razão, os arquivos agregados por setor censitário são originalmente concebidos como 13 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. cadastros básicos de áreas para a seleção de amostras para as pesquisas domiciliares. A partir do Censo Demográfico 1991, estes arquivos passaram a incorporar mais variáveis em nível de setor, como forma de produzir rapidamente resultados para subdivisões geográficas não atendidas pelas publicações do censo. Para o Censo Demográfico 2000, o IBGE produziu um primeiro arquivo agregado com base nos dados da Sinopse Preliminar. Posteriormente, com a conclusão dos trabalhos de crítica dos dados de universo do Censo Demográfico 2000, o IBGE produziu a primeira edição do arquivo agregado por setores, com 527 variáveis sobre características dos domicílios, dos seus responsáveis e das pessoas residentes. A listagem de variáveis selecionadas para o estudo encontra-se no Anexo I – Variáveis de estudo por setor censitário. Os produtos cartográficos - apresentados de acordo com as necessidades para a elaboração dos produtos intermediários (Produto 2 e Produto 3 - compreendem as seguintes representações: - Mapas de representação da dinâmica territorial atual contendo: As bases descritivas do território, As bases normativas a partir da legislação urbana e ambiental existente A caracterização sócio-demográfica e econômica - Mapas temáticos representando as situações de conflitos e que devem fornecer os elementos espaciais para a confecção de um mapa de diagnóstico ambiental. 2.2.4 Elaboração do macro diagnóstico econômico, urbano e social Compreende a realização da leitura da dinâmica territorial com o objetivo de atender às atividades previstas no Termo de Referência elaborado pela Prefeitura - macro caracterização do quadro econômico, urbano e social da Área de estudo, identificação das potencialidades e fragilidades existentes e identificação e qualificação dos vazios urbanos nas regiões de Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste no Município de Belo Horizonte. Essa atividade compreende o levantamento e coleta de informações, a realização do 1º Encontro de Trabalho e o desenvolvimento do Produto 1. Levantamento e coleta de informações 14 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Foram buscadas informações sobre os seguintes tópicos: Vazios urbanos – Estudos, mapeamentos e outras informações sobre áreas vazias ou subutilizadas localizadas nas regiões de Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste. Favelas e assentamentos precários - Informações socioeconômicas gerais de Belo Horizonte e Municípios do Vetor Norte. Área mais impactada pelos projetos: localização dos assentamentos precários, informações sobre programas públicos municipais, estaduais e federais voltados para regularização de favelas e outros assentamentos precários (urbanização e regularização fundiária), remoção e reassentamento de famílias. Localização de equipamentos de saúde e educação (mapeamento) públicos e privados nas áreas que poderão sofrer impacto mais imediato da implantação dos projetos. Pontos críticos de drenagem e deslizamento de encostas – mapeamento das principais áreas de acumulação de águas de chuva nas áreas de impacto mais imediato pela implantação dos projetos. Dados do Censo IBGE 2000 – dados por setor censitário (IGC) e área de ponderação (Prefeitura) das regiões de Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste – população, trabalho, rendimento familiar, migração, cor/raça, etc. Dados dos cadastros fazendários da (IPTU, ITBI, ISS, etc.) sobre evolução da área construída, usos, valores fundiários, etc. nas regiões de Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste, em especial nas áreas mais impactadas pelos projetos considerados. Diagnósticos e projetos existentes sobre saneamento ambiental, preservação ambiental, mobilidade urbana (trânsito, transporte, sistema viário e acessibilidade), habitação, educação, saúde. Informações cartográficas existentes, tais como cartografias temáticas, imagens de satélite, etc., complementares às informações já existentes no IGC. 15 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). Informações sobre finanças públicas das secretarias de finanças municipais, Tribunal de Contas e Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) para a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Informações sobre a concessão de licenças e habite-se (área construída por uso, número de unidades, mudança de uso) nas áreas de maior impacto localizadas nas regiões de Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste. Informações sobre impactos ambientais provenientes do órgão responsável pelo licenciamento e fiscalização ambiental nas regiões de Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste, em especial nas áreas mais impactadas pelos projetos considerados. Informações sobre as principais ações municipais/estaduais/federais nas principais áreas de impacto. Informações sobre localização e dinâmica industrial junto ao órgão de fomento industrial estadual. Foram identificados como principais estudos/trabalhos de referência: CEDEPLAR/FACE/ UFMG. Projeto Belo Horizonte no Século XXI. Belo Horizonte: CEDEPLAR, 2004. GOVERNO do Estado de Minas Gerais/Instituto Horizontes. Vetor Norte da RMBH - Programa de Ações Imediatas para o Vetor Norte. Instituto Horizontes. Belo Horizonte, Governo de MG, 2006. OBSERVATÓRIO das Metrópoles. Projeto de Pesquisa “Como Anda a Região Metropolitana de Belo Horizonte?”. Belo Horizonte: Observatório das Metrópoles, 2006/2007. As informações provenientes dos cadastros municipais, em função da necessidade, são complementadas ou coletadas mediante entrevistas com técnicos e gestores municipais sobre infra-estrutura (água, saneamento, eletricidade, telefonia, sistema viário), principais atividades econômicas, serviços públicos (transportes, coleta de lixo, correios, etc.), preços e lançamentos imobiliários, uso do solo, licenças e habite-se de edificações, etc. Realização do 1º Encontro de Trabalho 16 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Esta etapa incluiu a realização do1º Encontro de Trabalho no dia 21 de novembro de 20072, com a seguinte pauta: 9:00 -11:30 – Apresentação síntese da Prefeitura sobre os seguintes temas: diagnósticos e análises existentes sobre a RMBH, o Município e as unidades sub-municipais em estudo; conceitos norteadores do trabalho; expectativas. 11:30 – 12:30 – Debate. 12:30 – 14:00 – Almoço. 14:00 – 15:00 – Apresentação da Metodologia pela equipe contratada. 15:00 – 16:00 – Debate. 16:00 – Encaminhamentos (apenas para equipe de supervisão da Prefeitura e equipe contratada). Desenvolvimento do macro diagnóstico econômico, urbano e social No Município de Belo Horizonte, são enfatizadas as áreas mais diretamente relacionadas à implantação dos seguintes projetos ou empreendimentos: (i) Centro Administrativo de Minas Gerais, (ii) Linha Verde/MG-10/Boulevard Arrudas/Cristiano Machado, (iii) Parque Tecnológico de Belo Horizonte, (iv) Estação Vilarinho, (v) Aeroporto Industrial de Confins e (vi) Contorno Viário Norte. Outros projetos de impacto no Eixo Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte poderão ser definidos no 1º Encontro de Trabalho. O aprofundamento das análises é proporcional à disponibilidade e à qualidade das informações existentes e não inclui nenhum levantamento ou trabalho de campo além de entrevistas com informantes qualificados (técnicos e gestores de órgãos públicos, etc.). A elaboração do macro diagnóstico é realizada de forma preliminar no Relatório preliminar de análise/diagnóstico (Produto 1), consolidado neste Relatório Final no Volume II – Macro diagnóstico econômico, urbano e social com a inclusão de novos insumos colhidos durante o período de realização do estudo, especialmente as informações constantes nos planos diretores municipais e na documentação existente relativa aos 2 Ver Volume VII – Registro do processo de discussão. 17 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. EIAs/RIMA, relatórios técnicos, projetos de intervenção pública (estadual e municipal), e outros levantados e disponibilizados pela PBH3. O macrodiagnóstico contém item específico destinado à análise econômica e social que aborda – em função das informações disponíveis – os seguintes pontos: Análise da dinâmica econômica regional de maneira geral, com especial atenção para (i) cadeia produtiva regional e sua expressão territorial, (ii) perfil do emprego e (iii) perfil socioeconômico da população residente. Análise da realidade fiscal-financeira dos municípios que compõem a área de estudo de modo a conhecer a situação das finanças públicas e a capacidade fiscal desses municípios para fazer frente à ampliação de responsabilidades no atendimento das demandas sociais e dos investimentos necessários em infra-estrutura. São examinadas criticamente as políticas de incentivos à atração de novos empreendimentos, avaliando os possíveis constrangimentos, por exemplo, de uma guerra fiscal, para a construção de uma visão estratégica e implementação de políticas conjuntas (metropolitanas) para a região. Avaliação dos espaços urbanos da região norte do município de Belo Horizonte com relação ao seu potencial para abrigar atividades econômicas, especialmente indústrias com alto padrão tecnológico e incorporadoras de conhecimento. Dinâmica imobiliária. Identificação das principais dinâmicas relativas à produção residencial e à transformação de uso do solo nas áreas de influência dos projetos citados no tópico 2.2.1 deste documento. Avaliação dos processos de valorização fundiária e sua relação com a implantação dos projetos em estudo e com o perfil sócio-econômico da população residente. Caracterização da vulnerabilidade da população residente a processos de transformação do uso do solo. Identificação de processos de segregação e gentrificação. 3 Os volumes III – Avaliação dos Impactos Relativos aos Projetos com Influência na Dinâmica de Desenvolvimento do Município de Belo Horizonte e IV – Análise Comparativa dos Planos Diretores do Vetor Norte da RMBH detalham aspectos do diagnóstico correspondentes aos objetos de análise. 18 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 2.2.5 Avaliação dos impactos relativos aos projetos com influência na dinâmica de desenvolvimento do Município de Belo Horizonte Compreende a análise e a avaliação dos estudos e relatórios de impacto ambiental de grandes projetos já definidos para a região, com vistas a dar sustentação aos estudos e mapeamentos propostos. O 1º Encontro de Trabalho confirmou a prioridade de análise dos estudos para licenciamento e implantação dos seguintes projetos e/ou empreendimentos: - Centro Administrativo de Minas Gerais - Linha Verde/MG-10/Boulevard Arrudas/Cristiano Machado - Parque Tecnológico de Belo Horizonte - Estação Vilarinho - Aeroporto Industrial de Confins - Contorno Viário Norte O escopo da realização das atividades previstas no Termo de Referência – (i) detalhamento das iniciativas/projetos/planos/intervenções de caráter metropolitano com influência em Belo Horizonte, definição da área de influência de cada um dos investimentos identificados no macro diagnóstico, (ii) identificação dos impactos econômicos, urbanos e sociais de cada uma das iniciativas, (iii) análise dos impactos a curto, médio e longo prazo (iv) análise do conjunto de impactos sobre a área do município de Belo Horizonte (v) identificação das ações necessárias para potencialização dos impactos positivos e minimização dos impactos negativos – foi ajustado de acordo com a disponibilidade real das informações cedidas pela Prefeitura ou pelos órgãos públicos e pessoas por ela indicadas. A definição deste ajuste, o debate inicial sobre os impactos em Belo Horizonte e a avaliação do processo de trabalho até este ponto se deu no 2º Encontro de Trabalho. Realização do 2º Encontro de Trabalho O 2º Encontro de trabalho foi realizado no dia 30 de janeiro de 20084 com a seguinte pauta: 9:00 - 11:30 – Apresentação das principais iniciativas/projetos/planos/intervenções por técnicos ou convidados da Prefeitura. 4 Ver Volume VII – Registro do processo de Discussão. 19 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 11:30 – 12:30 – Debate. 12:30 – 14:00 – Almoço. 14:00 – 15:00 – Apresentação pela equipe contratada dos seguintes assuntos: avaliação dos avanços e dificuldades do processo de trabalho; escopo da avaliação dos impactos: propostas de ajuste e encaminhamentos. 15:00 – 16:00 – Debate. 16:00 – Encaminhamentos (apenas para equipe de supervisão da Prefeitura e equipe contratada). Desenvolvimento da avaliação dos impactos relativos aos projetos que tiverem influência na dinâmica de desenvolvimento do Município de Belo Horizonte Os grandes projetos urbanos são avaliados segundo uma matriz de análise abrangente que, a partir das informações e insumos disponíveis, procura abordar o(s) projeto(s) urbano(s) e suas relações a partir de múltiplas ênfases ou dimensões (política, institucional, simbólica, arquitetônico-ubanística, fundiária, sócio-ambiental e econômicofinanceira). A dimensão política refere-se ao contexto sócio-político (município, estado) da emergência e/ou da implantação do projeto e envolve a análise (i) das coalizões políticas locais e aquelas formadas a partir do projeto, (ii) do contexto político no momento da elaboração e implantação do projeto, (iii) dos grupos e movimentos de contestação ao projeto, sua posição social, práticas e discursos. A dimensão institucional refere-se aos processos decisórios e de controle social na montagem e na implementação do projeto. Envolve a análise (i) das mudanças institucionais identificadas (atores e organizações participantes, parcerias, etc.), (ii) dos novos dispositivos legais e/ou modificação da legislação existente, (iii) das características do processo decisório - inclusive as formas de controle social -, (iv) dos modos de operação e implementação do projeto. A dimensão simbólica está relacionada à economia simbólica dos projetos e à sua ordem de justificação. Envolve a análise (i) das referências conceituais, matrizes, valores e representações acionados para fundamentar, justificar e orientar a implementação dos projetos, (ii) das retóricas e discursos em disputa, (iii) das motivações acionadas como 20 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. justificação, (iv) das referências apresentadas como exemplos ou modelos (autores, experiências, lugares, projetos). A dimensão arquitetônico-urbanística está relacionada aos agentes (consultores, projetistas), à concepção do programa, às referências urbanísticas e arquitetônicas acionadas e às obras de infra-estrutura planejadas e executadas e sua relação com a dinâmica urbana. Envolve a análise (i) dos atores responsáveis pela elaboração e implantação do projeto, (ii) das referências urbanísticas (autores, obras, lugares, etc.), (iii) do programa e do partido arquitetônico/urbanístico do projeto e sua relação com o entorno e com a cidade, (iv) da linguagem arquitetônica adotada e do padrão tecnológico da obra, (v) das obras de infra-estrutura planejadas e executadas em função do projeto, (vi) dos instrumentos urbanísticos/fundiários relacionados ao uso e ocupação do solo. A dimensão fundiária aborda os processos de geração, apropriação e utilização de mais-valias imobiliárias, à transformação na estrutura fundiária e aos processos de incorporação. Envolve a análise (i) das mais-valias imobiliárias (formas de geração, sua apropriação e uso), (ii) dos processos de incorporação fundiária relacionados ao projeto, (iii) da evolução dos preços na área de implantação em relação ao conjunto da cidade, (iii) da transformação na estrutura fundiária. A dimensão sócio-ambiental enfatiza a distribuição, pelo território, dos impactos econômicos e ambientais e sua relação com o processo de desenvolvimento urbano. Refere-se também ao acesso social e controle público dos equipamentos, assim como aos deslocamentos compulsórios e aos processos de gentrificação e segregação sócio-espacial relacionados ao projeto. A dimensão econômico-financeira está relacionada ao financiamento (investimento público e privado) do projeto, aos modos de exploração econômica dos empreendimentos e aos seus impactos do ponto de vista fiscal (receitas tributárias). Enfatiza a análise das modalidades de financiamento e dos modos de exploração econômica do projeto, das formas de participação do poder público e da distribuição de custos e benefícios gerados. As análises segundo essas dimensões não são feitas de forma isolada, mas sim em interação com as demais dimensões e têm como insumo central os estudos de licenciamento e implantação dos projetos e/ou empreendimentos. Tratam-se, antes, de ênfases que privilegiam determinadas perspectivas. A relevância maior ou menor de cada 21 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. dimensão definida de acordo com cada projeto em função de suas características específicas e do seu ambiente de implantação. Cada projeto analisado exige uma crítica da própria matriz de análise – que é tomada apenas como ponto de partida -, que pode ser complementada ou reduzida de acordo com as necessidades. Como as informações costumam ser limitadas e nem sempre estão disponíveis no tempo adequado, é pouco provável que a análise de algum projeto atenda a todas as dimensões. A orientação de abrangência de análise, contudo, permanece sempre como referência. O roteiro de análise A avaliação dos projetos e dos seus impactos tem como referência um roteiro que busca organizar o processo analítico de cada projeto segundo bases comuns – embora flexíveis. Para cada dimensão de análise, o roteiro propõe um conjunto de questões gerais referentes à elaboração e implantação dos projetos analisados – e um conjunto de questões prospectivas - que busca articular os empreendimentos e as futuras linhas de atuação a serem desenvolvidas pela Prefeitura de Belo Horizonte. Essas linhas de atuação, de acordo com o Termo de Referência, devem considerar (i) a hipótese de promoção do desenvolvimento econômico e social a partir da instalação de indústrias de alto padrão tecnológico e incorporadoras de conhecimento na região norte de Belo Horizonte e (ii) a realização de ações capazes de compatibilizar os vetores de transformação impulsionados pelos grandes investimentos no Eixo Norte da RMBH com a preservação ambiental e a promoção da justiça social. As questões gerais formam a base inicial para a análise dos projetos e as questões prospectivas têm por objetivo produzir subsídios para a etapa de propostas. A formulação destas últimas, tal como aqui apresentadas, pressupõe a aceitação de um conjunto de princípios referendados no processo de elaboração deste trabalho. Entre eles, destacam-se: promoção do desenvolvimento econômico em conjunto com uma estratégia de promoção da redução das desigualdades sociais; promoção de ações de eliminação/mitigação de impactos ambientais; promoção do acesso universal aos bens, equipamentos e serviços urbanos metropolitanos; 22 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. promoção de melhorias de mobilidade, principalmente para a população de baixa renda; promoção do acesso à moradia e da qualidade de vida para a população de Belo Horizonte; promoção da ótima integração física de todos os setores da cidade; democratização do uso dos espaços públicos; Os próximos tópicos detalham as questões iniciais consideradas na análise dos projetos. Dependendo das características do projeto e das informações disponíveis, as dimensões e suas questões são reduzidas, suprimidas, detalhadas ou complementadas. Obs.: A expressão “Área de Estudo Especial” citada nos próximos tópicos refere-se às regiões Venda Nova, Norte, Pampulha e Nordeste no Município de Belo Horizonte. Dimensão política Dimensão relacionada ao contexto sócio-político (município, estado) da emergência e/ou da implantação do projeto, que procura identificar as coalizões políticas locais e aquelas formadas a partir do projeto e sua relação com o processo de elaboração/implantação do projeto. Questões gerais Qual o contexto político de emergência (elaboração e implantação) do projeto? Quais as coalizões políticas formadas a partir do projeto? De que forma elas se relacionaram com o desenvolvimento do projeto? Quais os processos decisórios e de controle social na montagem e na implementação do projeto? Quais os processos atuais de gestão? Quais foram/são os grupos e movimentos de contestação ao projeto? Qual a sua posição social, suas práticas e discursos? Houve descontinuidade na orientação política do projeto no curso de sua elaboração/implantação? Questões prospectivas Quais as condições políticas necessárias para potencializar os efeitos de desenvolvimento econômico e social dos grandes projetos examinados? 23 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Como garantir a transparência nos processos decisórios e de controle social sobre as medidas e ações da Prefeitura de Belo Horizonte voltadas para o desenvolvimento econômico e social relacionadas aos projetos? Como garantir/buscar garantir a continuidade das intenções definidas no processo de desenvolvimento de propostas para o Eixo Norte da RMBH? Dimensão institucional Dimensão relacionada aos processos decisórios e de controle social na montagem e na implementação do projeto, aos atores e parcerias, aos dispositivos legais e inovações institucionais implementadas, aos modos de operação e implementação e às relações entre esferas governamentais. Questões gerais Qual contexto e as práticas institucionais vigentes na época de elaboração/implementação do projeto? Em quais sentidos elas se modificaram? Houve emergência de inovações institucionais e de dispositivos jurídicos na implementação do projeto? Há algo em curso nesse sentido? Quais as mudanças institucionais identificadas e quais os atores, organizações participantes, parcerias, se destacaram na sua elaboração/implementação, sejam os autores e viabilizadores das propostas, sejam os grupos impactados? Quem foi beneficiado ou prejudicado por essas mudanças? Quais os novos dispositivos legais ou quais as modificações na legislação existente (tributária, urbanística, de posturas, ambiental, etc.) operadas para viabilização do projeto? Quais as características (institucionais – canais e procedimentos administrativos de decisão) do processo decisório, inclusive as formas de controle social? Quais os modos de operação e implementação (estruturas de gestão, etc.) do projeto? Questões prospectivas Quais as medidas legais, no âmbito do Município de Belo Horizonte, necessárias para potencializar o desenvolvimento econômico e social e eliminar os efeitos negativos do projeto? 24 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Quais os meios institucionais (criação de órgãos, instituições, convênios, legislações estaduais e municipais, etc.) necessários no campo da cooperação intermunicipal e entre municípios e governo do Estado para potencializar os efeitos de desenvolvimento econômico e social do projeto e assegurar a eliminação dos seus efeitos negativos? Quais as medidas institucionais necessárias para assegurar o controle social sobre o projeto e a visibilidade do investimento público municipal em recursos materiais e humanos? Dimensão simbólica Dimensão relacionada à economia simbólica dos projetos. Investiga a ordem de justificação do projeto (referências conceituais, matrizes, valores e representações acionados para fundamentar, justificar e orientar a implementação dos projetos), as retóricas e discursos em disputa e as linguagens empregadas. Questões gerais Qual a ordem de justificação do projeto? Quais discursos estão em disputa? Quais as retóricas e linguagens acionadas? Quais as principais referências acionadas no processo de justificação do projeto (quais os autores, as experiências, os lugares referidos ou utilizados como referência no processo de elaboração/implantação do projeto) Questões prospectivas Como os discursos de justificação do projeto se relacionam com as proposições de desenvolvimento econômico e social da Prefeitura? São convergentes ou divergentes? Beneficiam ou prejudicam os objetivos mais gerais das proposições da Prefeitura? Como construir de forma democrática uma estratégia de divulgação dos objetivos de potencialização dos fatores indutores do desenvolvimento econômico e social justo e de eliminação dos efeitos negativos concentradores de renda e de poder de decisão? 25 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Dimensão urbanístico-arquitetônica Dimensão relacionada (i) aos agentes (consultores, projetistas) e às referências urbanísticas para o projeto; (ii) à concepção do programa, ao partido arquitetônico/urbanístico e à linguagem arquitetônica adotada; (iii) às obras de infra-estrutura planejadas e executadas e aos instrumentos urbanísticos/fundiários associados ao uso e ocupação do solo. Questões gerais Quais são as referências urbanísticas para o projeto (modelos urbanísticos)? Quem são os agentes (consultores, projetistas)? Quais são o programa e o partido arquitetônico/urbanístico do projeto e qual a sua relação com o entorno, a Área de Estudo Especial, a cidade de Belo Horizonte e os municípios de Confins, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano? Qual a linguagem arquitetônica (construção de imagem e símbolos) adotada? Qual o legado urbanístico do projeto? Qual o padrão tecnológico da obra? (não prioritária) Quais as obras de infra-estrutura planejadas e executadas em função do projeto? Qual a relação com a infra-estrutura local, municipal e metropolitana? A implantação do projeto atende às prioridades municipais no que se refere à distribuição de investimentos de infra-estrutura no território municipal? Quais os instrumentos urbanísticos/fundiários relacionados ao uso e ocupação do solo implementados no processo de elaboração/implantação do projeto? Quais os efeitos da implantação do projeto na promoção de novos produtos imobiliários na região? Questões prospectivas Quais as medidas necessárias para potencializar o projeto como promotor da integração física e da melhoria da mobilidade da população de Belo Horizonte e da RMBH e, especificamente, da população local (área/bairro/região) de implantação? 26 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Quais as medidas a serem tomadas para que o projeto não se torne um enclave que prejudique a mobilidade da população local e/ou não seja acessível (por razões de projeto, simbólicas, financeiras, etc.) à população de baixa renda ou residente na sua área/região de implantação? Quais as medidas necessárias para tornar o projeto e seus espaços públicos complementares às necessidades da população local e da população de BH e dos municípios considerados da RMBH, em especial a população de baixa renda? É possível articular a infra-estrutura instalada em função do projeto com as prioridades do governo municipal de Belo Horizonte? É possível articular as obras e modificações viárias produzidas pela implantação do projeto com os estudos e projetos municipais voltados para a melhoria da mobilidade na RMBH e no Município de Belo Horizonte? Quais as modificações necessárias nos projetos de desenho urbano e na regulação do uso, ocupação e parcelamento do solo para que seja promovida uma apropriação social mais justa dos bens e equipamentos públicos municipais? Quais os insumos para a revisão do Plano Diretor de Belo Horizonte? Como o projeto deve ser articulado às propostas contidas nos planos municipais de saneamento, habitação, transporte e mobilidade urbana? Dimensão fundiária Dimensão relacionada (i) aos processos de geração, apropriação e utilização de mais-valias imobiliárias; (ii) à transformação na estrutura fundiária e aos processos de incorporação relacionados ao projeto; (iii) ao acesso à terra para a população de baixa renda. Questões gerais Quais as mais-valias imobiliárias (incremento do valor de terra) mobilizadas – direta e indiretamente? Como são / foram geradas, apropriadas e utilizadas? 27 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Qual a relação entre o projeto e as formas de acesso à terra pela população de baixa renda? Houve evolução dos preços fundiários na área de implantação do projeto? Quais os impactos do projeto nos processos de parcelamento e apropriação do solo? Questões prospectivas Quais os instrumentos de recuperação de mais-valias imobiliárias devem ser implementados? Quais as revisões na política habitacional e tributária e na legislação de uso, ocupação e parcelamento do solo que devem ser empreendidas de modo a que a população de baixa renda usufrua dos eventuais benefícios econômicos e sociais gerados pelo projeto? Dimensão sócio-ambiental Dimensão relacionada à distribuição, pelo território, dos impactos econômicos e ambientais e sua relação com o processo de desenvolvimento urbano. Refere-se à geração de emprego e renda, ao acesso social e controle público dos equipamentos, aos deslocamentos compulsórios, aos processos de gentrificação e segregação sócio-espacial e aos impactos ambientais. Questões gerais Quais os efeitos na geração de emprego e renda relatados (atenção ao recorte temporal)? De que maneira a implantação do projeto promoveu ou comprometeu o acesso a serviços e equipamentos públicos? O projeto promoveu deslocamentos compulsórios? O projeto promoveu ou reduziu as desigualdades e as formas de segregação existentes? Quais os impactos ambientais (sobre a preservação do ambiente natural e construído, sobre as condições saneamento ambiental) do projeto e quais as formas de mitigação propostas? Elas são adequadas? Como se distribuiu o risco ambiental promovido pelo projeto segundo as classes de renda, os bairros e localidades? 28 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Quais os impactos econômicos gerados e como eles foram distribuídos pelo território? Houve alteração nos condicionantes relativos ao acesso à moradia (acesso à habitação, saneamento ambiental, transporte, lazer, etc.)? Quais as condições suscitadas em termos de acesso social e controle público sobre o projeto? Questões prospectivas Quais as ações devem ser empreendidas para que a Área de Estudo Especial ofereça as condições necessárias para a moradia e realização de atividades econômicas promotoras do desenvolvimento urbano? Quais as compensações a serem exigidas pelos impactos ambientais irreversíveis já realizados? Quais as medidas necessárias para que a eventual instalação de indústrias de alto padrão tecnológico e incorporadoras de conhecimento na Área de Estudo Especial seja compatível com a promoção de habitação social em área com melhores condições de moradia? Quais as medidas a serem adotadas que garantam uma distribuição mais justa dos riscos e benefícios ambientais? Como articular o projeto com as medidas previstas com programas/planos municipais (planos e programas de habitação, saneamento, preservação ambiental, assistência social, educação, saúde, etc) existentes? Dimensão econômico-financeira Dimensão relacionada às modalidades de financiamento (investimento público e privado), aos modos de exploração econômica dos empreendimentos e aos seus impactos do ponto de vista fiscal (receitas tributárias). Enfatiza a análise das modalidades de financiamento e dos modos de exploração econômica do projeto, das formas de participação do poder público e da distribuição de custos e benefícios gerados. 29 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Questões gerais Qual a composição e origem do capital, o grau e as formas de participação do poder público no projeto? Qual o montante de investimento público direto e indireto – resultante da viabilização do projeto – e quais os seus efeitos multiplicadores (positivos e negativos)? Qual o comprometimento do setor público no projeto? Quais os custos de oportunidade do projeto (avaliação do projeto enquanto prioridade do investimento e do esforço prospectivo do Município)? Quais as modalidades de financiamento do projeto? Quais as formas de distribuição de custos e benefícios do projeto? Quais os modos de exploração econômica do projeto? Quem são os proprietários do projeto? Quem são os seus usuários/ocupantes/beneficiários? Questões prospectivas Como deve ser a distribuição do investimento público para a promoção do efeito de desenvolvimento econômico e social desejado? Quais devem ser os parceiros – públicos e privados – no projeto da Prefeitura? Quais as formas de levantamento dos recursos necessários para implantação das ações estruturantes e da promoção de ações sociais compensatórias? A construção do cenário negativo Como não há garantia de recuperação dos investimentos públicos e, muito menos, de que ele tenha os efeitos que se costuma apresentar como justificativa (especialmente o desenvolvimento econômico da cidade, geração de empregos, criação de novas centralidades, etc.), a avaliação do projeto deve considerar de forma privilegiada o programa e o conteúdo do projeto a partir da resposta a uma pergunta básica: “Se tudo der errado, se não for recuperado sequer o investimento na construção dos projetos, o que resta? O que fica para a cidade e para a população?” A análise, portanto, considera-se a possibilidade de que todos os efeitos diretos e indiretos aventados, todas as expectativas de desenvolvimento econômico e social diretos e indiretos não se verifiquem e todas as ações estruturantes da Prefeitura não tenham o efeito desejado. 30 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. De fato, as incertezas quanto aos resultados diretos e indiretos tornam necessário dar também a devida atenção à discussão do programa e do conteúdo do projeto em si, abstraído dos seus possíveis efeitos diretos e indiretos. O escopo da análise A profundidade da avaliação dos impactos previstos de acordo com o que determina o Termo de Referência – especificação do porte, abrangência e previsão de implantação – depende das informações disponíveis, pois o trabalho se desenvolve a partir de informações existentes encaminhadas pela Prefeitura ou por instituição ou pessoa que, de prévio acordo com Prefeitura, se dispuser a fornecer as informações. Assim, o escopo do detalhamento das atividades previstas no Termo de Referência - item 4.1 (b) - é proporcional às informações disponibilizadas em tempo hábil. A definição deste escopo e o ajuste do item 4.1 (b) do Termo de Referência foi tema do 2º Encontro de Trabalho previsto para esta etapa. A realização das atividades previstas no Termo de Referência - identificação dos aspectos de maior relevância para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável do município de Belo Horizonte; identificação das modificações na estrutura das atividades produtivas e econômicas; estabelecimento de diretrizes para um sistema viário e de transporte coletivo compatível com as estratégias de crescimento de longo prazo da RMBH; estabelecimento de diretrizes de preservação ambiental, saneamento e ordenamento territorial; estabelecimento de prioridades de atuação do poder público municipal; identificação de medidas emergenciais e ações imediatas que deverão ser implementadas pelo poder público municipal visando o equilíbrio das funções urbanas na região sob influência das iniciativas localizadas no Eixo Norte da RMBH; definição de estratégias públicas que busquem atrair e orientar os investimentos privados – é o tema de discussão do 3º Encontro de Trabalho. 2.2.6 Indicação de eixos de atuação do poder público que orientem o planejamento municipal. Compreende a definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Nesse sentido, procura-se identificar fatos portadores de futuro para a região, cuja repercussão sobre a configuração territorial do desenvolvimento seja mais expressiva e determinante. 31 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Desenvolvimento dos Eixos de Atuação Realização do trabalho pela equipe contratada em constante contato e cooperação com a Prefeitura. Além das indicações resultantes do processo de elaboração da leitura da dinâmica territorial e da análise de impacto dos projetos, a indicação de linhas de atuação para a Prefeitura de Belo Horizonte tem como insumos a análise dos planos diretores dos municípios do Vetor Norte e a realização de dinâmica específica em Encontro de Trabalho. Realização de 3º Encontro de Trabalho O 3º Encontro de Trabalho foi realizado nos dias 10 e 11 de abril de 20085 e teve como subsídio para discussão documento preparado pela equipe contratada e entregue à Prefeitura 15 dias antes da realização do evento. A pauta do Encontro incluiu: 1º dia 14:00 – 16:00 – Apresentação do Estudo e das principais questões e propostas para discussão. 16:00 – 18:00 – Debate sobre as questões/propostas prioritárias. 2º dia 9:00 – 10:30 – Apresentação de aspectos do Sistema de Informações Georreferenciadas - SIG. 10:30 – 12:30 - Debate sobre as questões/propostas prioritárias. 12:30 - 14:00 – Almoço. 14:00 – 17:30 – Debate sobre as questões/propostas prioritárias. 17:30 – 18:00 – Comentários finais e encaminhamentos. Além dos Encontros de Trabalho, foi realizada uma reunião no dia 18 de abril de 2008, com a participação de secretários e gestores municipais para discussão da mesma temática tratada no 3º Encontro de Trabalho6. 2.2.7 Reuniões de supervisão Além dos Encontros de Trabalho, foram realizadas reuniões de supervisão de acordo com o estabelecido no Termo de Referência. 5 Ver, no Volume VII- Registro do Processo de Discussão, o Relatório do 3º Encontro de Trabalho e o Documento de Discussão enviado à Prefeitura de Belo Horizonte. 6 Ver a relatoria da reunião no Volume VII- Registro do Processo de Discussão. 32 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 2.3. PRODUTOS E PRAZOS A realização do trabalho previu a elaboração dos seguintes produtos e prazos: P1 - Relatório preliminar de análise/diagnóstico. Prazo de entrega: 60 dias após o início do trabalho. P2 - Relatório preliminar da análise e do impacto dos projetos e sua influência na dinâmica e desenvolvimento do eixo norte. Prazo de entrega: 120 dias após o início do trabalho. P3 - Relatório preliminar de diretrizes e propostas, com indicação de ações estratégicas a serem implementadas. Prazo de entrega: 150 dias após o início do trabalho. P4 - Relatório final em 03 volumes impressos e em meio digital. Prazo de entrega: 180 dias após o início do trabalho. 33 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. 3. CRONOGRAMA O cronograma para a realização do estudo e seus eventos principais (entrega de Produtos e realização de Encontros de Trabalho) foi objeto de ajustes no 1º Encontro de Trabalho e está resumido no Quadro 1 abaixo. Quadro 1 – Cronograma Sintético MESES ATIVIDADES 1 2 3 4 5 6 Detalhamento do Plano de Trabalho Leitura e análise dos Planos Diretores Municipais Elaboração de base de dados digital georreferenciada Elaboração do macro diagnóstico econômico, urbano e social Avaliação dos impactos relativos aos projetos Indicação de eixos de atuação do poder público Finalização ENCONTROS DE TRABALHO E1 E2 PRODUTOS P0 P1 E3 P2 DD E4 P3 Produtos: P0 - Entrega do Detalhamento da Metodologia P1 - Relatório preliminar de análise/diagnóstico. P2 - Relatório preliminar da análise e do impacto dos projetos e sua influência na dinâmica e desenvolvimento do eixo norte. DD – Documento de Discussão para o 3º Encontro de Trabalho P3 - Relatório preliminar de diretrizes e propostas, com indicação de ações estratégicas a serem implementadas. P4 - Relatório final Encontros: E1 – 1º Encontro de Trabalho E2 – 2º Encontro de Trabalho E3 – 3º Encontro de Trabalho E4 – Reunião com Secretários e gestores municipais 34 P4 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. ANEXO I Variáveis de estudo dos setores censitários 35 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. ANEXO I - VARIÁVEIS DE ESTUDO DOS SETORES CENSITÁRIOS Descrição dos Setores Censitários Código do setor censitário Código da Unidade da Federação Nome da Unidade da Federação Código da mesorregião Nome da mesorregião Código da microrregião Nome da microrregião Código da região metropolitana Nome da região metropolitana Código do município Nome do município Código do distrito Nome do distrito Código do subdistrito Nome do subdistrito Código de bairro Nome do bairro Código de situação do setor - Situação urbana – códigos: 1, 2 e 3 - 1 - Área urbanizada de cidade ou vila - 2 - Área não-urbanizada de cidade ou vila - 3 - Área urbana isolada - Situação rural – códigos: 4, 5, 6, 7 e 8. - 4 - Aglomerado rural de extensão urbana - 5 - Aglomerado rural isolado – povoado - 6 - Aglomerado rural isolado – núcleo - 7 - Aglomerado rural isolado - outros aglomerados - 8 - Zona rural, exclusive aglomerado rural Código do tipo do setor - 0 - Comum ou não especial - 1 - Especial de aglomerado subnormal - 2 - Especial de quartéis, bases militares, etc. - 3 - Especial de alojamento, acampamentos, etc. - 4 - Especial de embarcações, barcos, navios, etc. - 5 - Especial de aldeia indígena - 6 - Especial de penitenciárias, colônias penais, presídios, cadeias, etc. - 7 - Especial de asilos, orfanatos, conventos, hospitais, etc. 36 Estudo sobre impactos oriundos de iniciativas localizadas no eixo norte da RMBH e definição de alternativas de desenvolvimento econômico, urbano e social para o Município de Belo Horizonte. Escolaridade e Renda da População Residente Domicílios particulares permanentes ou pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes. Total do rendimento nominal mensal das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes. Rendimento nominal mensal por pessoa responsável por domicílio particular permanente Pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes com rendimento nominal mensal maior do que zero. Média do rendimento nominal mensal das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes. Pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes com número de anos de estudo determinado. Total de anos de estudo das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes. Média do número de anos de estudo das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes. Moradores em domicílios particulares permanentes ou população residente em domicílios particulares permanentes. Média do número de moradores em domicílios particulares permanentes. Demanda Domiciliar Código do setor censitário Código de situação do setor censitário. Tipo do setor censitário. Domicílios Domicílios particulares Domicílios permanentes Domicílios improvisados Unidades em domicílios coletivos Tipos de domicílio: casa, apartamento, cômodo Domicílios próprios, quitados, em aquisição, alugados, cedidos, outra forma Domicílios em terrenos próprios, cedidos, outros Situação do domicílio quanto ao abastecimento de água, condições sanitárias e de esgotamento pluvial, coleta e destinação de lixo Domicílios particulares permanentes e número de moradores Domicílios particulares permanentes e moradores por sexo e responsável 37