SEMINÁRIO SOBRE PROPAGANDA E USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
REGIONAL SUDESTE
de 01 a 03 de junho, Rio de Janeiro
A Propaganda de Medicamentos
Maria José Delgado Fagundes
Gerente de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda, Publicidade,
Promoção e Informação de Produtos Sujeitos a Vigilância Sanitária da Anvisa
Ausência de Conflito de Interesse
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Produtos sujeitos à Vigilância Sanitária
Medicamento
Produtos
para saúde
Alimentos
Saneantes
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Cosméticos
Produtos que não estão
sujeitos à vigilância
sanitária (registro)
porém alegam
propriedades
terapêuticas.
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A MONITORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA PROPAGANDA DE
MEDICAMENTOS
 A ANVISA monitora e fiscaliza propaganda desde 2000, sob
gerência da Drª Maria José Delgado Fagundes.
Dr. Franklin Rubinstein, diretor da Anvisa, é um dos
responsáveis pela consulta pública nº 5/00, que deu origem a
RDC 102/2000.
Em 2004, a com a criação da GPROP (D.O.U 10/02/04 –
Portaria 123), a Anvisa passou a ter um gerência específica
para monitorar e fiscalizar a propaganda de produtos sujeitos
à vigilância sanitária.
VEÍCULOS MONITORADOS
Televisão
Revistas
Rádio
Internet
GPROP/DIFRA
Jornal
Impressos de
forma geral
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CAPTAÇÃO DE PEÇAS PUBLICITÁRIAS
Monitoracão realizada pela GPROP – Busca
ativa (revistas mensais/semanais, jornais,
internet…);
Denúncias encaminhadas pela Ouvidoria e
pelo e-mail corporativo da GPROP;
Denúncias encaminhadas via postal;
Peças captadas pelo Projeto de Monitoração e
pelas VISAS estaduais e municipais.
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UNIVERSIDADES CONVENIADAS
NA ETAPA II DO PROJETO
CESUPA
UFMA
UFAM
UFPI
UFRN
UFPB
UFBA
UNIUBE
UFMG
UCB
UFJF
UFG
UFRJ
USP
UEL
UFF
UFPR
UFRGS
UFSC
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A PROPAGANDA
DE
MEDICAMENTOS
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USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
“Existe uso racional quando os pacientes recebem os
medicamentos apropriados à sua condição clínica, em
doses adequadas às suas necessidades individuais,
por um período de tempo adequado e ao menor custo
possível
para
eles
e
sua
comunidade.”
OMS, Conferência Mundial Sobre Uso Racional de Medicamentos, Nairobi, 1985.
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NO ENTANTO...
 15% da população consome mais de 90% da produção
farmacêutica;
 50-70% das consultas médicas geram prescrição
medicamentosa;
 50% de todos os medicamentos são prescritos,
dispensados ou usados inadequadamente;
 75% das prescrições com antibióticos são errôneas;
 Somente 50% dos pacientes, em média, tomam
corretamente seus medicamentos;
Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64
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NO ENTANTO...
Em um estudo realizado em Tubarão, Santa Catarina,
no ambulatório do Hospital Universitário, 48,8% das
consultas médicas geraram prescrição medicamentosa.
 Do total dos medicamentos prescritos, apenas 37%
pertencem à RENAME e 48% à Lista Modelo de
Medicamentos Essenciais da OMS; sendo que o
preconizado pela OPAS é de 78%.
TREVISOL, D.J., Influência da Propaganda da Indústria Farmacêutica na Prescrição de
Medicamentos em Escolas de Medicina: A Experiência em Tubarão, Santa Catarina,
2006.
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NO ENTANTO...
 Cresce constantemente a resistência da maioria dos
microrganismos causadores de enfermidades infecciosas
prevalentes;
 Aos dois anos de idade, algumas crianças
aproximadamente
20
aplicações
receberam
medicamentosas
injetáveis;
 A metade dos consumidores compra medicamentos para
tratamento de um só dia;
 53% de todas as prescrições de antibióticos nos USA são
feitas para crianças de 0 a 4 anos.
Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13
(2): 61-64
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PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS
x
USO RACIONAL
Distinção entre publicidade de produtos com objetivos
comerciais e disseminação de informações científicas.
Propagandistas
X
Ensino baseado
em evidências
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PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS
x
USO NÃO RACIONAL
 Exaltação, em grande parte do material que deveria
ser “informativo”, das qualidades do medicamento,
minimizando ou omitindo os riscos.
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}
“ XXX é tão eficaz quanto os
IECAS e BCCs no controle
da PA, com tolerabilidade
superior”
XXX
oferece
proteção
melhorando a qualidade de
vida...
XXX é o primeiro BRA a
reduzir
a
morbimortalidade...”
}
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Referências bibliográficas
e mini-bula.
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Destaque
para os
benefícios
Riscos:
contra-indicações
cuidados e
advertências
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PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS
x
USO NÃO RACIONAL
 Propaganda desprovida de evidência científica:
Sem referências bibliográficas
Informações não fielmente extraídas de estudos
Alterações de gráficos – impacto visual
 Descumprimento do arcabouço legal
Informações não constantes do registro na Anvisa
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Indicação
não
aprovada
no registro
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1
O gráfico inteiro está proporcional e há uma linha do
zero embaixo, para comparação.
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2
Para ganhar uma discussão, dar um choque no leitor,
ativar um eleitor, vender alguma coisa o interessado
modifica o gráfico de forma tendenciosa ►Corta a base!
Os números e a curva são os mesmos. É o mesmo gráfico.
Nada foi falsificado - exceto a impressão que ele dá!
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3
Para um maior impacto visual ► mudou a proporção entre a
ordenada e a abcissa. O gráfico terá uma aparência bem mais
estética!
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PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS x USO
NÃO RACIONAL
 Propaganda de medicamentos novos:
 A maioria dos “novos” medicamentos é resultado de
pequenas mudanças nas estruturas moleculares de
medicamentos antigos, as quais não proporcionam nem
representam melhorias ou ganhos substanciais sob o
ponto de vista terapêutico.
 Além disso, nem sempre o fornecimento de um
medicamento dito de “última geração” é a primeira ou a
melhor opção.
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A peça apresenta o medicamento como
“uma nova saída para a depressão”.
Informações
da
base
de
dados
Micromedex® (2005), apontam que ele não
tem
efeito
superior
a
outros
antidepressivos (sertralina, paroxetina e
fluoxetina)
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PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS NOVOS
Vamos refletir...
 O responsável pela promoção de um novo
medicamento que não é melhor dos que já existem, mas
será vendido por um preço mais elevado, depende da
promoção deste produto para manter seu emprego...
 Se não mantiver o emprego, não estará apto a
promover outros produtos, não encontrará outro
trabalho que lhe pague tão bem e ele e sua família
perderão a casa onde moram...
Que métodos promocionais você acredita que ele
utilizaria?
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Qual seria o método utilizado???
a) Ele diria a verdade (sem ambigüidades), toda a
b)
c)
d)
e)
verdade e nada mais que a verdade?
Ele omitiria algumas informações relevantes, como
“o medicamento novo não é melhor do que os
antigos”
Ele ressaltaria informações irrelevantes como “o
‘design’ do medicamento novo é mais moderno”
Ele apelaria para questões político-sociais como
“imagine que só você não dará acesso ao
medicamento novo”
Ou ainda mentiria ao afirmar que “o medicamento
novo é melhor do que os antigos e por isso é mais
caro”
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Essa situação, apesar de hipotética,
provavelmente não é rara na divulgação de
medicamentos pela indústria farmacêutica.
Vejamos o estudo a seguir sobre os
“lançamentos” de medicamentos entre 1981 2003:
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E apesar disso...
Informação sobre os últimos fármacos novos,
prescritos por 430 médicos: é derivada de
informações de representantes das indústrias
farmacêuticas em 42% dos casos.
(McGettigan P et al. Br J Clin Pharmacol 2001; 51: 184-9).
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Procure Seu Médico
(See Your Doctor)
“Começa a aparecer cada vez mais o formato de propaganda chamado
see your doctor (procure seu médico, em inglês) que, sem divulgar
produtos, utiliza mídia de massa para aproximar os pacientes de
medicamentos comercializados apenas com receita.
(...)laboratórios têm fortes razões para apostar nesse formato. "Ele
amplia o mercado, e constitui uma forma de diferenciação", diz Flavio
Seabra Canelas, diretor da agência de publicidade Arteria*. "E, de certa
forma, o médico sente-se inclinado a prescrever aquele produto que
ajudou-o a ampliar o movimento em seu consultório", acrescenta.”**
* Arteria é uma agência de publicidade que atende os laboratorios Eli Lilly, Biosintetica, Baxter,
Glaxosmithkline, Bayer, Medtronic e Bristol Myers Squibb
** Trecho da matéria: Comunicação Farmaceutica Procura Expansão. Revista Négocios da
Comunicação. Ed. 16 de 10 de Dezembro de 2005
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“Quando o Prozac surgiu, no
fim da década de 80, parecia
que a cura para a depressão
havia sido descoberta.
Passados alguns anos, (…) a
indústria farmacêutica,
investiu numa nova família de
antidepressivos, os de dupla
ação - versões aperfeiçoadas
dos tricíclicos dos anos 50 e
60, com menos efeitos
colaterais” *
*Fonte: Revista Época. Ed. 312 – 10 de Maio de 2004
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Os Herdeiros do Prozac
Os Herdeiros do Prozac
Matéria de Capa Revista Época
O Outro Lado
“Em oito semanas, 50% dos
sintomas da doença
desaparecem com o uso do
Cymbalta, enquanto com outros
antidepressivos a melhora varia
entre 25% e 40%” *
“Em um estudo feito com
8.500 homens e mulheres no
mundo todo, 89%
responderam bem à droga. Ao
fim de um ano, 82% estavam
livres de qualquer sintoma da
depressão.”*
 Foram realizadas comparações
sem que tenham sido realizados
testes comparativos com todos os
medicamentos citados.
Em análise dos pareceres do
Committee for Proprietrary
Medicinal Products, publicados em
24 de março de 2004, foi verificado
que já foram relatados cinco casos
de suicídio em pacientes que faziam
parte dos estudos clínicos com
Cymbalta, um deles de uma jovem
sem histórico depressivo.
*Revista Época. Ed. 312 – 10 de Maio de 2004
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Na matéria publicada nenhum tipo de
observação quanto às condições de
registro em outros países ou de
episódios de insucesso de testes
realizados foram citadas
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Informação sobre medicamentos na imprensa: uma
contribuição para o uso racional?
Estudo brasileiro, realizado em 2004 pela UFMG, analisou 377
textos jornalísticos que abordaram medicamentos, no contexto
da “medicina e saúde”, em uma amostra aleatória de 1.067
artigos
 33,3% das notícias analisadas informavam sobre a doença e
em seguida sobre tratamento medicamentoso específico para
a doença em questão.
76% dos textos jornalísticos analisados salientaram
aspectos positivos da utilização do medicamentos.
24% dos textos apresentaram pontos negativos relacionados
à utilização de medicamentos
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GASTOS COM PROPAGANDA
 A indústria farmacêutica possui um lucro
aproximado de 40% sobre seus produtos:
 35% deste lucro são investidos na comercialização
de seus produtos.
 Apenas 5% são reinvestidos em pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos.
(SOBRAVIME, 2001)
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GASTOS COM PROPAGANDA
Porcentagem de gastos realizados em 2001 por
nove empresas farmacêuticas em publicidade e P/D
Empresa
Gastos com marketing,
publicidade e
administração
Gastos com P/D
Merck
13
05
Pfizer
35
15
Bristol-Meyers-Squibb
27
12
Abott
23
10
Wyeth
37
13
Pharmacia
44
16
Eli Lilly
30
19
Schering-Plough
36
13
Allergan
42
15
Fonte: Families US
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Estratégias da promoção farmacêutica
 ESTRATÉGIAS MAIS UTILIZADAS
 1º Distribuição de amostras grátis (US$ 6,6 bi)
 2º Promoção em consultórios (US$ 3,5 bi)
 3º Ppg direta ao consumidor
“see your doctor” (US$ 1,3 bi)
 4º Promoção em hospitais (US$ 705 mi)
 5º Anúncios em rev. especializadas (US$ 540 mi)
MA et al. A statistical analysis of the magnitude and composition of drug
promotion in the United States in 1998. Clin Ther 25(5): 1503-17, May
2003
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Números da Propaganda
de Medicamentos no
Brasil
O segmento farmacêutico
responde por cerca de
2,2% do total do
investimento publicitário
no Brasil, com um volume
de investimentos de R$
187,5 milhões no 3º
trimestre de 2005.
Aumento de 10% em
relação ao mesmo
período do ano passado.
(Ibope)
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INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA NO COMPORTAMENTO*
*Pesquisa encomendada ao IBOPE pela ABP- Associação Brasileira
de Propaganda
50%
34%
12%
4%
Influenciam muito Influenciam mais
ou menos
Não influenciam
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Não sabe/não
opinou
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A propaganda de medicamentos para consumidores
pode ser uma estratégia para que o paciente pressione o
médico a prescrever determinado medicamento?
Estudo realizado na Inglaterra:
 67% dos pacientes esperavam por uma prescrição.
 42% destes a receberam.
 66% das prescrições estavam adequadas e eram esperadas
pelos pacientes.
 A percepção do médico sobre as expectativas do paciente
foi o principal determinante para a decisão de prescrever.
(Britten N, Ukoumunne O. BMJ 1997; 315: 1506-1510 [6 Dec])
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O médico é Influenciado?
Pesquisa nos EUA demonstra que os
médicos não acreditam ser influenciados
pela promoção de medicamentos (61%),
entretanto, ao serem questionados se
acreditavam que os seus colegas eram
influenciados, 84% deles acreditam que os
colegas sofrem influência da propaganda!!!
Steinman MA, Shlipak MG, McPhee SJ. Of principles and pens: attitudes and
practices of medicine housestaff toward pharmaceutical industry promotions.
Am J Med. 2001 May;110(7):551-7.
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Apesar dos médicos
não acreditarem
serem influenciados,
a indústria
farmacêutica tem
certeza do contrário,
por isso investe tanto
em propaganda, além
de utilizar isso como
garantia de vendas no
ponto de
dispensação!!
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A Influência da Indústria Farmacêutica e
o Patrocínio de Simpósios, Jornadas e
Congressos Médicos, constatada pela
GPROP na monitoração de eventos
médico-científicos
Período de avaliação: 2 meses antes, 2
meses após o congresso
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CONGRESSO SOBRE DIABETES 22/07/05
Análise do aumento de venda pós evento.
7.000
6.000
6.118
5.000
5.170
4.371
4.000
Aumento no faturamento de
R$
604.101,00
3.157
3.000
2.000
2.087
1.000
0
Maleato de Rosiglitazona - Cloridrato de Metformina
GGREM/GPROP/ANVISA
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CONGRESSO DE CARDIOLOGIA 18/09/05
Análise do aumento de venda pós evento.
250.000
206.277
200.000
158.362
150.000
211.648
160.230
183.364
Aumento no faturamento de
R$ 5.773.512,00
100.000
50.000
0
Citrato de Sildenafil
GGREM/GPROP/ANVISA
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Diferenças entre países
 Estudo comparou as informações contidas nos anúncios de
drogas psicoativas publicados em periódicos de psiquiatria
brasileiros, norte-americanos e ingleses.
 A pesquisa, realizada pelo Centro Brasileiro de Informação
sobre Drogas Psicotrópicas - Cebrid, analisou, ao todo,
propagandas de 24 drogas psicoativas introduzidas no mercado
brasileiro, comuns a publicações brasileiras, americanas e/ou
britânicas de psiquiatria de um mesmo período. No período de
1985 a 1989, foram encontradas 9 drogas; e de 1999 a 2001, 15
drogas foram anunciadas. (MASTROIANNI, 2003)
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Diferenças entre países
 Os resultados mostraram que todas as propagandas
analisadas, independente da nacionalidade do periódico,
caracterizaram o nome do princípio ativo e o nome do
laboratório. As propagandas brasileiras apresentaram
menos número de artigos técnicos, em especial com
relação às informações sobre limitações de uso, tais
como contra-indicações, reações adversas, interações e
precauções. Eram também menos informativas do que as
propagandas americanas ou britânicas.
MASTROIANNI, P.C.,
Influência da legislação sobre as propagandas de
medicamentos psicoativos no Brasil. Rev Bras Psiquiatr; 25(3):146-55., 2003.
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DESAFIOS PARA DESPERTAR O SENSO
CRÍTICO FRENTE A PROPAGANDA
 Conhecer ferramentas de busca de informação
 Ter suficiente conhecimento a respeito de fármacos
em patologias específicas
 Capacidade
de
verificar
os
medicamentos
disponíveis e classificá-los em termos de eficácia,
segurança, custos
 Ter informações baseadas em evidência científica
sobre a doença e o seu tratamento.
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Por que Fiscalizar a Propaganda de
Medicamentos?
A promoção dos medicamentos, quando não
regulada adequadamente, pode criar falsas
necessidades, efeitos não comprovados
cientificamente, ou até mesmo trazer promessas
ilusórias de cura ou de bem-estar.
OMS,1989
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RISCOS DE UMA PEÇA PUBLICITÁRIA DE
MEDICAMENTOS IRREGULAR
 Uma peça publicitária mal elaborada ou em desacordo com a
legislação pode, dentre outros riscos:
 Agravar o estado de saúde do paciente por utilização de um
produto inadequado;
 Ocasionar intoxicações
essenciais;
por
omissão
de
informações
 Comprometer um tratamento médico já em andamento;
 Informar equivocadamente o médico ou farmacêutico sobre
um produto;
 Retardar a procura pelo tratamento adequado;
 Incentivar o uso indiscriminado.
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Consumo de Medicamentos
no Brasil
 A população brasileira é uma das que
apresenta maior tendência para comprar
medicamentos sem consulta ao médico,
entre todos os países da América Latina
(OMS)
 O consumo de medicamentos
aumentou 10,3% no Brasil em 2004 e
atingiu 1,65 bilhão de unidades, com uma
receita aproximada de R$ 20 bilhões
(Febrafarma)
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Agentes causadores de
Intoxicação Humana no Brasil*
Intoxicações
1º
2º
3º
Medicamentos
Agrotóxico
Agrícolas
Agrotóxico
domestico
7,4%
3%
Agrotóxico
Agrícolas
Medicamentos
Raticidas
35%
16%
15%
27%
óbitos
*Fonte: Sinitox/Fiocruz - 2002
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Instrumentos Legais Existentes
 Leis federais, constitucionais e infra-constitucionais.
 Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC 102/00, RDC
199/04, RDC 197/04) e Resoluções específicas de
suspensão de propagandas com grave risco sanitário
(RE).
Instauração de processo administrativo, que pode
resultar em suspensão de propagandas irregulares,
pagamentos de multas e outras sanções legais.
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ROTINA – ANÁLISE / AUTUAÇÃO DAS PEÇAS
PUBLICITÁRIAS
Parecer
Técnico
do
Profissional de
saúde
CAPTAÇÃO DA PEÇA
PROCURADORIA
Relatório
feito pelo
advogado
Defesa pela
empresa
autuada
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Processo
Administrativo:
-Auto de Infração
-Notificação
-RE de suspensão
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Todas as propagandas de medicamentos devem
informar (Decreto 2.018/96 e RDC 102/2000) :
 Nome comercial.
 Número de registro do produto.
 Princípio ativo segundo a DCB/DCI.
 Indicações.
 Contra-indicações.
 Cuidados e advertências.
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Infrações verificadas por categoria
3% (108)
0%(5)
3%(93)
26%(958)
24%(874)
2%(89)
42% (1564)
Venda Livre
Sob Prescrição
Controle Especial
Alimento
Cosmético
Produto para Saúde
Sem Registro
Fonte: GPROP/DIFRA/ANVISA, 2005
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INFRAÇÕES MAIS FREQÜENTES REQUISITOS GERAIS RDC 102/00
25,6%
18,9%
11,9%
10,6% 10,6% 10,5%
contra-indicação
diminuição de risco
comparação não baseadas em estudos
sem registro
aprovado, recomendado
Sugere Ausência de Efeitos Colaterais
Outros
Requisitos Gerais n=1280
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INFRAÇÕES MAIS FREQÜENTES VENDA SEM EXIGÊNCIA
DE PRESCRIÇÂO MÉDICA - RDC 102/00
26,9%
20,0%
16,2% 15,6%
15,7%
5,6%
Falta nº Registro e/ou DCB
Advertência Obrigatória
Alimento passando por medicamento
Uso indiscriminado
Outros
Desepenho fisíco/beleza/sexual
(AIs 2003/2004/2005) - n=780
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INFRAÇÕES MAIS FREQÜENTES
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - RDC 102/00
17,3%
15,0% 14,9%
14,0%
10,7% 10,6%
8,8% 8,7%
Outros
Falta Contra-indicações
Falta Posologia
Falta Classificação quanto a prescrição
Falta cuidados e Advertências
Falta Principio Ativo
Sem Referência Bibliografica
Falta indicações
(AIS 2003/2004/2005) - n=1971
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COLOCAR
DADOS DOS
AIS
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MULTAS APLICADAS PELA
PROCR/ANVISA.
ANO
Nº. DE AUTOS
JULGADOS
VALOR R$
2000/2001
-------
-------
2002
029
R$
973.000,00
2003
102
R$
3.194.000,00
2004
213
R$
6.473.000,00
2005
195
R$
4.395.000,00
2006
109*
R$
1.700.000,00**
TOTAL
648
R$ 16.735.000,00
**Dados publicados em D.O.U, atualizados pela GPROP/DIFRA em
25/05/2006.
REVISÃO DO REGULAMENTO DE
PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS
Consulta Pública nº 84, de 16 de novembro de 2005
Referencial:
 experiências da GPROP – quatro anos de fiscalização
com base na RDC 102/2000;
 necessidades de avanço do nível de qualidade das
peças publicitárias.
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PROJETO DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO
SOBRE A PROPAGANDA E PUBLICIDADE DE
MEDICAMENTOS
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AÇÕES DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO
 Desenvolvimento de ações de educação, informação
e promoção em saúde, inclusive em escolas de ensino
fundamental e médio, tendo por base o estudo das
peças captadas e analisadas:
Seminários sobre Propaganda e Uso Racional de Medicamentos –
Prescritores/dispensadores
 Workshop sobre Informação e Propaganda de Medicamentos para
comunicadores
Seminário - Novos Paradigmas e a interdisciplinariedade: O diálogo
entre a Saúde e o Direito.
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REFLEXÃO
É preciso que os profissionais de saúde admitam a
influência exercida pela promoção de medicamentos em
suas atividades profissionais e compreendam que
qualquer ação promocional tem como finalidade obtenção
de resultados em venda do produto divulgado.
Não existem “culpados”. Todos os atores desse
processo precisam identificar a sua responsabilidade para
evitar que a parcela mais vulnerável da população, que
não tem conhecimento suficiente para realizar leitura
crítica da propaganda de medicamentos, seja exposta a
possíveis agravos.
GPROP/DIFRA
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EQUIPE DE MONITORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE
PROPAGANDA
Franklin Rubinstein – Diretor
Maria José Delgado Fagundes – Gerente
Ana Paula Dutra Massera – Chefe de Unidade
Aedê Gomes Cadaxa – Jornalista
Andréia da Silva Ferreira – Apoio Administrativo
Alfredo Augusto Fernandes Hofmeister – Administrador
Ana Júlia Pinheiro - Jornalista
Ana Karina de Macedo Tito – Farmacêutica
Carlos André Perrelli Baptista – Advogado
Cicília Regina Jacó – Odontóloga
Cinthya Simone da Paz Elgrably – Advogada
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EQUIPE DE MONITORAÇÃO E
FISCALIZAÇÃO DE PROPAGANDA
Claudia Passos Guimarães – Farmacêutica
Cristiana de Souza Amorim – Advogada
Danúbia Roberta de Lima Mascarenhas – Apoio Administrativo
Dominique Guimarães Paturle – Advogada
Dunalvo Alves Rabelo Júnior – Advogado
Fernanda Horne da Cruz – Farmacêutica
João Roberto Ferreira de Castro – Advogado
Kelly Dias Botelho – Nutricionista
Luiz Roberto Ferreira da Silva Júnior – Publicitário
Lorilei de Fátima Wzorek – Farmacêutica
Márcio Carvalho de Souza – Apoio Administrativo
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EQUIPE DE MONITORAÇÃO E
FISCALIZAÇÃO DE PROPAGANDA
Marisa de Moraes Lisboa - Médica
Mariza Chamone Farago Santos – Apoio Administrativo
Marcel Figueira – Advogado
Mariana Adelheit Von Collani – Farmacêutica
Mairla Rodrigues Pinto – Apoio
Muryel Fernandes Santana – Apoio Administrativo
Patrícia Domingues Masera – Advogada
Pedro da Silva Neto – Farmacêutico
Renata de Araújo Ferreira – Nutricionista
Renata Rodrigues de Figueiredo – Odontóloga
Rosaura Maria da Costa Hexsel – Jornalista
Suzany Portal da Silva Moraes - Advogada
Tereza Cristina R. Silva Zicari – Apoio Administrativo
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Gerência de Monitoramento e Fiscalização de
Propaganda, Publicidade, Promoção e Informação de
Produtos Sujeitos a Vigilância Sanitária – GPROP
SEPN 515 - Bloco B - Ed. Ômega - 3º andar - Sala 02
70.770-502 – Brasília – DF
Fone: (61) 3448-1222
Fax: (61) 3448-1216
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