SEMINÁRIO SOBRE PROPAGANDA E USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS REGIONAL SUDESTE de 01 a 03 de junho, Rio de Janeiro A Propaganda de Medicamentos Maria José Delgado Fagundes Gerente de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda, Publicidade, Promoção e Informação de Produtos Sujeitos a Vigilância Sanitária da Anvisa Ausência de Conflito de Interesse GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Produtos sujeitos à Vigilância Sanitária Medicamento Produtos para saúde Alimentos Saneantes GPROP/DIFRA Cosméticos Produtos que não estão sujeitos à vigilância sanitária (registro) porém alegam propriedades terapêuticas. www.anvisa.gov.br A MONITORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS A ANVISA monitora e fiscaliza propaganda desde 2000, sob gerência da Drª Maria José Delgado Fagundes. Dr. Franklin Rubinstein, diretor da Anvisa, é um dos responsáveis pela consulta pública nº 5/00, que deu origem a RDC 102/2000. Em 2004, a com a criação da GPROP (D.O.U 10/02/04 – Portaria 123), a Anvisa passou a ter um gerência específica para monitorar e fiscalizar a propaganda de produtos sujeitos à vigilância sanitária. VEÍCULOS MONITORADOS Televisão Revistas Rádio Internet GPROP/DIFRA Jornal Impressos de forma geral www.anvisa.gov.br CAPTAÇÃO DE PEÇAS PUBLICITÁRIAS Monitoracão realizada pela GPROP – Busca ativa (revistas mensais/semanais, jornais, internet…); Denúncias encaminhadas pela Ouvidoria e pelo e-mail corporativo da GPROP; Denúncias encaminhadas via postal; Peças captadas pelo Projeto de Monitoração e pelas VISAS estaduais e municipais. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br UNIVERSIDADES CONVENIADAS NA ETAPA II DO PROJETO CESUPA UFMA UFAM UFPI UFRN UFPB UFBA UNIUBE UFMG UCB UFJF UFG UFRJ USP UEL UFF UFPR UFRGS UFSC GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br A PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS “Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e sua comunidade.” OMS, Conferência Mundial Sobre Uso Racional de Medicamentos, Nairobi, 1985. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br NO ENTANTO... 15% da população consome mais de 90% da produção farmacêutica; 50-70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa; 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente; 75% das prescrições com antibióticos são errôneas; Somente 50% dos pacientes, em média, tomam corretamente seus medicamentos; Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br NO ENTANTO... Em um estudo realizado em Tubarão, Santa Catarina, no ambulatório do Hospital Universitário, 48,8% das consultas médicas geraram prescrição medicamentosa. Do total dos medicamentos prescritos, apenas 37% pertencem à RENAME e 48% à Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS; sendo que o preconizado pela OPAS é de 78%. TREVISOL, D.J., Influência da Propaganda da Indústria Farmacêutica na Prescrição de Medicamentos em Escolas de Medicina: A Experiência em Tubarão, Santa Catarina, 2006. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br NO ENTANTO... Cresce constantemente a resistência da maioria dos microrganismos causadores de enfermidades infecciosas prevalentes; Aos dois anos de idade, algumas crianças aproximadamente 20 aplicações receberam medicamentosas injetáveis; A metade dos consumidores compra medicamentos para tratamento de um só dia; 53% de todas as prescrições de antibióticos nos USA são feitas para crianças de 0 a 4 anos. Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS x USO RACIONAL Distinção entre publicidade de produtos com objetivos comerciais e disseminação de informações científicas. Propagandistas X Ensino baseado em evidências GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS x USO NÃO RACIONAL Exaltação, em grande parte do material que deveria ser “informativo”, das qualidades do medicamento, minimizando ou omitindo os riscos. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br } “ XXX é tão eficaz quanto os IECAS e BCCs no controle da PA, com tolerabilidade superior” XXX oferece proteção melhorando a qualidade de vida... XXX é o primeiro BRA a reduzir a morbimortalidade...” } GPROP/DIFRA Referências bibliográficas e mini-bula. www.anvisa.gov.br Destaque para os benefícios Riscos: contra-indicações cuidados e advertências GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS x USO NÃO RACIONAL Propaganda desprovida de evidência científica: Sem referências bibliográficas Informações não fielmente extraídas de estudos Alterações de gráficos – impacto visual Descumprimento do arcabouço legal Informações não constantes do registro na Anvisa GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Indicação não aprovada no registro GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br 1 O gráfico inteiro está proporcional e há uma linha do zero embaixo, para comparação. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br 2 Para ganhar uma discussão, dar um choque no leitor, ativar um eleitor, vender alguma coisa o interessado modifica o gráfico de forma tendenciosa ►Corta a base! Os números e a curva são os mesmos. É o mesmo gráfico. Nada foi falsificado - exceto a impressão que ele dá! GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br 3 Para um maior impacto visual ► mudou a proporção entre a ordenada e a abcissa. O gráfico terá uma aparência bem mais estética! GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS x USO NÃO RACIONAL Propaganda de medicamentos novos: A maioria dos “novos” medicamentos é resultado de pequenas mudanças nas estruturas moleculares de medicamentos antigos, as quais não proporcionam nem representam melhorias ou ganhos substanciais sob o ponto de vista terapêutico. Além disso, nem sempre o fornecimento de um medicamento dito de “última geração” é a primeira ou a melhor opção. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br A peça apresenta o medicamento como “uma nova saída para a depressão”. Informações da base de dados Micromedex® (2005), apontam que ele não tem efeito superior a outros antidepressivos (sertralina, paroxetina e fluoxetina) GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS NOVOS Vamos refletir... O responsável pela promoção de um novo medicamento que não é melhor dos que já existem, mas será vendido por um preço mais elevado, depende da promoção deste produto para manter seu emprego... Se não mantiver o emprego, não estará apto a promover outros produtos, não encontrará outro trabalho que lhe pague tão bem e ele e sua família perderão a casa onde moram... Que métodos promocionais você acredita que ele utilizaria? GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Qual seria o método utilizado??? a) Ele diria a verdade (sem ambigüidades), toda a b) c) d) e) verdade e nada mais que a verdade? Ele omitiria algumas informações relevantes, como “o medicamento novo não é melhor do que os antigos” Ele ressaltaria informações irrelevantes como “o ‘design’ do medicamento novo é mais moderno” Ele apelaria para questões político-sociais como “imagine que só você não dará acesso ao medicamento novo” Ou ainda mentiria ao afirmar que “o medicamento novo é melhor do que os antigos e por isso é mais caro” GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Essa situação, apesar de hipotética, provavelmente não é rara na divulgação de medicamentos pela indústria farmacêutica. Vejamos o estudo a seguir sobre os “lançamentos” de medicamentos entre 1981 2003: GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br E apesar disso... Informação sobre os últimos fármacos novos, prescritos por 430 médicos: é derivada de informações de representantes das indústrias farmacêuticas em 42% dos casos. (McGettigan P et al. Br J Clin Pharmacol 2001; 51: 184-9). GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Procure Seu Médico (See Your Doctor) “Começa a aparecer cada vez mais o formato de propaganda chamado see your doctor (procure seu médico, em inglês) que, sem divulgar produtos, utiliza mídia de massa para aproximar os pacientes de medicamentos comercializados apenas com receita. (...)laboratórios têm fortes razões para apostar nesse formato. "Ele amplia o mercado, e constitui uma forma de diferenciação", diz Flavio Seabra Canelas, diretor da agência de publicidade Arteria*. "E, de certa forma, o médico sente-se inclinado a prescrever aquele produto que ajudou-o a ampliar o movimento em seu consultório", acrescenta.”** * Arteria é uma agência de publicidade que atende os laboratorios Eli Lilly, Biosintetica, Baxter, Glaxosmithkline, Bayer, Medtronic e Bristol Myers Squibb ** Trecho da matéria: Comunicação Farmaceutica Procura Expansão. Revista Négocios da Comunicação. Ed. 16 de 10 de Dezembro de 2005 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br “Quando o Prozac surgiu, no fim da década de 80, parecia que a cura para a depressão havia sido descoberta. Passados alguns anos, (…) a indústria farmacêutica, investiu numa nova família de antidepressivos, os de dupla ação - versões aperfeiçoadas dos tricíclicos dos anos 50 e 60, com menos efeitos colaterais” * *Fonte: Revista Época. Ed. 312 – 10 de Maio de 2004 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Os Herdeiros do Prozac Os Herdeiros do Prozac Matéria de Capa Revista Época O Outro Lado “Em oito semanas, 50% dos sintomas da doença desaparecem com o uso do Cymbalta, enquanto com outros antidepressivos a melhora varia entre 25% e 40%” * “Em um estudo feito com 8.500 homens e mulheres no mundo todo, 89% responderam bem à droga. Ao fim de um ano, 82% estavam livres de qualquer sintoma da depressão.”* Foram realizadas comparações sem que tenham sido realizados testes comparativos com todos os medicamentos citados. Em análise dos pareceres do Committee for Proprietrary Medicinal Products, publicados em 24 de março de 2004, foi verificado que já foram relatados cinco casos de suicídio em pacientes que faziam parte dos estudos clínicos com Cymbalta, um deles de uma jovem sem histórico depressivo. *Revista Época. Ed. 312 – 10 de Maio de 2004 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Na matéria publicada nenhum tipo de observação quanto às condições de registro em outros países ou de episódios de insucesso de testes realizados foram citadas GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Informação sobre medicamentos na imprensa: uma contribuição para o uso racional? Estudo brasileiro, realizado em 2004 pela UFMG, analisou 377 textos jornalísticos que abordaram medicamentos, no contexto da “medicina e saúde”, em uma amostra aleatória de 1.067 artigos 33,3% das notícias analisadas informavam sobre a doença e em seguida sobre tratamento medicamentoso específico para a doença em questão. 76% dos textos jornalísticos analisados salientaram aspectos positivos da utilização do medicamentos. 24% dos textos apresentaram pontos negativos relacionados à utilização de medicamentos GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br GASTOS COM PROPAGANDA A indústria farmacêutica possui um lucro aproximado de 40% sobre seus produtos: 35% deste lucro são investidos na comercialização de seus produtos. Apenas 5% são reinvestidos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. (SOBRAVIME, 2001) GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br GASTOS COM PROPAGANDA Porcentagem de gastos realizados em 2001 por nove empresas farmacêuticas em publicidade e P/D Empresa Gastos com marketing, publicidade e administração Gastos com P/D Merck 13 05 Pfizer 35 15 Bristol-Meyers-Squibb 27 12 Abott 23 10 Wyeth 37 13 Pharmacia 44 16 Eli Lilly 30 19 Schering-Plough 36 13 Allergan 42 15 Fonte: Families US GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Estratégias da promoção farmacêutica ESTRATÉGIAS MAIS UTILIZADAS 1º Distribuição de amostras grátis (US$ 6,6 bi) 2º Promoção em consultórios (US$ 3,5 bi) 3º Ppg direta ao consumidor “see your doctor” (US$ 1,3 bi) 4º Promoção em hospitais (US$ 705 mi) 5º Anúncios em rev. especializadas (US$ 540 mi) MA et al. A statistical analysis of the magnitude and composition of drug promotion in the United States in 1998. Clin Ther 25(5): 1503-17, May 2003 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Números da Propaganda de Medicamentos no Brasil O segmento farmacêutico responde por cerca de 2,2% do total do investimento publicitário no Brasil, com um volume de investimentos de R$ 187,5 milhões no 3º trimestre de 2005. Aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. (Ibope) GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA NO COMPORTAMENTO* *Pesquisa encomendada ao IBOPE pela ABP- Associação Brasileira de Propaganda 50% 34% 12% 4% Influenciam muito Influenciam mais ou menos Não influenciam GPROP/DIFRA Não sabe/não opinou www.anvisa.gov.br A propaganda de medicamentos para consumidores pode ser uma estratégia para que o paciente pressione o médico a prescrever determinado medicamento? Estudo realizado na Inglaterra: 67% dos pacientes esperavam por uma prescrição. 42% destes a receberam. 66% das prescrições estavam adequadas e eram esperadas pelos pacientes. A percepção do médico sobre as expectativas do paciente foi o principal determinante para a decisão de prescrever. (Britten N, Ukoumunne O. BMJ 1997; 315: 1506-1510 [6 Dec]) GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br O médico é Influenciado? Pesquisa nos EUA demonstra que os médicos não acreditam ser influenciados pela promoção de medicamentos (61%), entretanto, ao serem questionados se acreditavam que os seus colegas eram influenciados, 84% deles acreditam que os colegas sofrem influência da propaganda!!! Steinman MA, Shlipak MG, McPhee SJ. Of principles and pens: attitudes and practices of medicine housestaff toward pharmaceutical industry promotions. Am J Med. 2001 May;110(7):551-7. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Apesar dos médicos não acreditarem serem influenciados, a indústria farmacêutica tem certeza do contrário, por isso investe tanto em propaganda, além de utilizar isso como garantia de vendas no ponto de dispensação!! GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br A Influência da Indústria Farmacêutica e o Patrocínio de Simpósios, Jornadas e Congressos Médicos, constatada pela GPROP na monitoração de eventos médico-científicos Período de avaliação: 2 meses antes, 2 meses após o congresso GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br CONGRESSO SOBRE DIABETES 22/07/05 Análise do aumento de venda pós evento. 7.000 6.000 6.118 5.000 5.170 4.371 4.000 Aumento no faturamento de R$ 604.101,00 3.157 3.000 2.000 2.087 1.000 0 Maleato de Rosiglitazona - Cloridrato de Metformina GGREM/GPROP/ANVISA GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br CONGRESSO DE CARDIOLOGIA 18/09/05 Análise do aumento de venda pós evento. 250.000 206.277 200.000 158.362 150.000 211.648 160.230 183.364 Aumento no faturamento de R$ 5.773.512,00 100.000 50.000 0 Citrato de Sildenafil GGREM/GPROP/ANVISA GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Diferenças entre países Estudo comparou as informações contidas nos anúncios de drogas psicoativas publicados em periódicos de psiquiatria brasileiros, norte-americanos e ingleses. A pesquisa, realizada pelo Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas - Cebrid, analisou, ao todo, propagandas de 24 drogas psicoativas introduzidas no mercado brasileiro, comuns a publicações brasileiras, americanas e/ou britânicas de psiquiatria de um mesmo período. No período de 1985 a 1989, foram encontradas 9 drogas; e de 1999 a 2001, 15 drogas foram anunciadas. (MASTROIANNI, 2003) GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Diferenças entre países Os resultados mostraram que todas as propagandas analisadas, independente da nacionalidade do periódico, caracterizaram o nome do princípio ativo e o nome do laboratório. As propagandas brasileiras apresentaram menos número de artigos técnicos, em especial com relação às informações sobre limitações de uso, tais como contra-indicações, reações adversas, interações e precauções. Eram também menos informativas do que as propagandas americanas ou britânicas. MASTROIANNI, P.C., Influência da legislação sobre as propagandas de medicamentos psicoativos no Brasil. Rev Bras Psiquiatr; 25(3):146-55., 2003. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br DESAFIOS PARA DESPERTAR O SENSO CRÍTICO FRENTE A PROPAGANDA Conhecer ferramentas de busca de informação Ter suficiente conhecimento a respeito de fármacos em patologias específicas Capacidade de verificar os medicamentos disponíveis e classificá-los em termos de eficácia, segurança, custos Ter informações baseadas em evidência científica sobre a doença e o seu tratamento. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Por que Fiscalizar a Propaganda de Medicamentos? A promoção dos medicamentos, quando não regulada adequadamente, pode criar falsas necessidades, efeitos não comprovados cientificamente, ou até mesmo trazer promessas ilusórias de cura ou de bem-estar. OMS,1989 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br RISCOS DE UMA PEÇA PUBLICITÁRIA DE MEDICAMENTOS IRREGULAR Uma peça publicitária mal elaborada ou em desacordo com a legislação pode, dentre outros riscos: Agravar o estado de saúde do paciente por utilização de um produto inadequado; Ocasionar intoxicações essenciais; por omissão de informações Comprometer um tratamento médico já em andamento; Informar equivocadamente o médico ou farmacêutico sobre um produto; Retardar a procura pelo tratamento adequado; Incentivar o uso indiscriminado. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Consumo de Medicamentos no Brasil A população brasileira é uma das que apresenta maior tendência para comprar medicamentos sem consulta ao médico, entre todos os países da América Latina (OMS) O consumo de medicamentos aumentou 10,3% no Brasil em 2004 e atingiu 1,65 bilhão de unidades, com uma receita aproximada de R$ 20 bilhões (Febrafarma) GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Agentes causadores de Intoxicação Humana no Brasil* Intoxicações 1º 2º 3º Medicamentos Agrotóxico Agrícolas Agrotóxico domestico 7,4% 3% Agrotóxico Agrícolas Medicamentos Raticidas 35% 16% 15% 27% óbitos *Fonte: Sinitox/Fiocruz - 2002 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Instrumentos Legais Existentes Leis federais, constitucionais e infra-constitucionais. Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC 102/00, RDC 199/04, RDC 197/04) e Resoluções específicas de suspensão de propagandas com grave risco sanitário (RE). Instauração de processo administrativo, que pode resultar em suspensão de propagandas irregulares, pagamentos de multas e outras sanções legais. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br ROTINA – ANÁLISE / AUTUAÇÃO DAS PEÇAS PUBLICITÁRIAS Parecer Técnico do Profissional de saúde CAPTAÇÃO DA PEÇA PROCURADORIA Relatório feito pelo advogado Defesa pela empresa autuada GPROP/DIFRA Processo Administrativo: -Auto de Infração -Notificação -RE de suspensão www.anvisa.gov.br Todas as propagandas de medicamentos devem informar (Decreto 2.018/96 e RDC 102/2000) : Nome comercial. Número de registro do produto. Princípio ativo segundo a DCB/DCI. Indicações. Contra-indicações. Cuidados e advertências. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Infrações verificadas por categoria 3% (108) 0%(5) 3%(93) 26%(958) 24%(874) 2%(89) 42% (1564) Venda Livre Sob Prescrição Controle Especial Alimento Cosmético Produto para Saúde Sem Registro Fonte: GPROP/DIFRA/ANVISA, 2005 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br INFRAÇÕES MAIS FREQÜENTES REQUISITOS GERAIS RDC 102/00 25,6% 18,9% 11,9% 10,6% 10,6% 10,5% contra-indicação diminuição de risco comparação não baseadas em estudos sem registro aprovado, recomendado Sugere Ausência de Efeitos Colaterais Outros Requisitos Gerais n=1280 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br INFRAÇÕES MAIS FREQÜENTES VENDA SEM EXIGÊNCIA DE PRESCRIÇÂO MÉDICA - RDC 102/00 26,9% 20,0% 16,2% 15,6% 15,7% 5,6% Falta nº Registro e/ou DCB Advertência Obrigatória Alimento passando por medicamento Uso indiscriminado Outros Desepenho fisíco/beleza/sexual (AIs 2003/2004/2005) - n=780 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br INFRAÇÕES MAIS FREQÜENTES VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - RDC 102/00 17,3% 15,0% 14,9% 14,0% 10,7% 10,6% 8,8% 8,7% Outros Falta Contra-indicações Falta Posologia Falta Classificação quanto a prescrição Falta cuidados e Advertências Falta Principio Ativo Sem Referência Bibliografica Falta indicações (AIS 2003/2004/2005) - n=1971 GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br COLOCAR DADOS DOS AIS GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br MULTAS APLICADAS PELA PROCR/ANVISA. ANO Nº. DE AUTOS JULGADOS VALOR R$ 2000/2001 ------- ------- 2002 029 R$ 973.000,00 2003 102 R$ 3.194.000,00 2004 213 R$ 6.473.000,00 2005 195 R$ 4.395.000,00 2006 109* R$ 1.700.000,00** TOTAL 648 R$ 16.735.000,00 **Dados publicados em D.O.U, atualizados pela GPROP/DIFRA em 25/05/2006. REVISÃO DO REGULAMENTO DE PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS Consulta Pública nº 84, de 16 de novembro de 2005 Referencial: experiências da GPROP – quatro anos de fiscalização com base na RDC 102/2000; necessidades de avanço do nível de qualidade das peças publicitárias. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br PROJETO DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO SOBRE A PROPAGANDA E PUBLICIDADE DE MEDICAMENTOS GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br AÇÕES DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO Desenvolvimento de ações de educação, informação e promoção em saúde, inclusive em escolas de ensino fundamental e médio, tendo por base o estudo das peças captadas e analisadas: Seminários sobre Propaganda e Uso Racional de Medicamentos – Prescritores/dispensadores Workshop sobre Informação e Propaganda de Medicamentos para comunicadores Seminário - Novos Paradigmas e a interdisciplinariedade: O diálogo entre a Saúde e o Direito. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br REFLEXÃO É preciso que os profissionais de saúde admitam a influência exercida pela promoção de medicamentos em suas atividades profissionais e compreendam que qualquer ação promocional tem como finalidade obtenção de resultados em venda do produto divulgado. Não existem “culpados”. Todos os atores desse processo precisam identificar a sua responsabilidade para evitar que a parcela mais vulnerável da população, que não tem conhecimento suficiente para realizar leitura crítica da propaganda de medicamentos, seja exposta a possíveis agravos. GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br EQUIPE DE MONITORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE PROPAGANDA Franklin Rubinstein – Diretor Maria José Delgado Fagundes – Gerente Ana Paula Dutra Massera – Chefe de Unidade Aedê Gomes Cadaxa – Jornalista Andréia da Silva Ferreira – Apoio Administrativo Alfredo Augusto Fernandes Hofmeister – Administrador Ana Júlia Pinheiro - Jornalista Ana Karina de Macedo Tito – Farmacêutica Carlos André Perrelli Baptista – Advogado Cicília Regina Jacó – Odontóloga Cinthya Simone da Paz Elgrably – Advogada GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br EQUIPE DE MONITORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE PROPAGANDA Claudia Passos Guimarães – Farmacêutica Cristiana de Souza Amorim – Advogada Danúbia Roberta de Lima Mascarenhas – Apoio Administrativo Dominique Guimarães Paturle – Advogada Dunalvo Alves Rabelo Júnior – Advogado Fernanda Horne da Cruz – Farmacêutica João Roberto Ferreira de Castro – Advogado Kelly Dias Botelho – Nutricionista Luiz Roberto Ferreira da Silva Júnior – Publicitário Lorilei de Fátima Wzorek – Farmacêutica Márcio Carvalho de Souza – Apoio Administrativo GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br EQUIPE DE MONITORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE PROPAGANDA Marisa de Moraes Lisboa - Médica Mariza Chamone Farago Santos – Apoio Administrativo Marcel Figueira – Advogado Mariana Adelheit Von Collani – Farmacêutica Mairla Rodrigues Pinto – Apoio Muryel Fernandes Santana – Apoio Administrativo Patrícia Domingues Masera – Advogada Pedro da Silva Neto – Farmacêutico Renata de Araújo Ferreira – Nutricionista Renata Rodrigues de Figueiredo – Odontóloga Rosaura Maria da Costa Hexsel – Jornalista Suzany Portal da Silva Moraes - Advogada Tereza Cristina R. Silva Zicari – Apoio Administrativo GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br Gerência de Monitoramento e Fiscalização de Propaganda, Publicidade, Promoção e Informação de Produtos Sujeitos a Vigilância Sanitária – GPROP SEPN 515 - Bloco B - Ed. Ômega - 3º andar - Sala 02 70.770-502 – Brasília – DF Fone: (61) 3448-1222 Fax: (61) 3448-1216 [email protected] [email protected] GPROP/DIFRA www.anvisa.gov.br