A OMC – Organização Mundial do Comércio Porto Alegre A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, quando a cooperação política e econômica parecia ser a melhor forma de manter a paz, foram criados dois importantes órgãos internacionais: a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, e o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt do inglês General Agreement on Tariffs and Trade), com o objetivo de organizar o comércio mundial. Inicialmente, 23 países assinaram o acordo, inclusive o Brasil. Em décadas de atuação, o Gatt não conseguiu organizar o comércio mundial de forma igualitária, sendo constantemente acusado de beneficiar os países desenvolvidos. Em 1995, ele foi substituído pela OMC, de objetivos mais bem definidos e mais amplos. Sediada desde sua fundação em Genebra, na Suíça, a organização contava em 2011 com 153 países-membros, dois terços dos quais compostos por países em desenvolvimento. A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) Entre os principais objetivos da OMC, podem-se destacar: • regulamentação do comércio mundial, promovendo esforços para evitar que países (principalmente os mais pobres) sejam prejudicados em suas atividades comerciais; • resolução de conflitos comerciais entre os países-membros, principalmente em casos relacionados a políticas protecionistas e subsídios (agrícolas ou industriais); • promoção de encontros (rodadas) dos países-membros para discussão e adoção de acordos comerciais. A atuação da OMC Desde a criação da OMC na década de 1990, cresceu muito o volume de trocas comerciais em nível mundial. Um dos fatores que explicam esse crescimento é o mecanismo de reuniões periódicas dos membros da OMC as rodadas que buscam estabelecer acordos comerciais de âmbito mundial. Em 2001, em Doha (Qatar), teve início uma série de rodadas para discutir a diminuição das barreiras e do protecionismo comercial, defendendo-se a importância do livre comércio para as nações em desenvolvimento econômico. Em seguida, houve uma reunião em Cancún (México), em 2003 que ficou marcada pela constituição do G20, sob liderança de Brasil e índia - e outra em Hong Kong, em 2005. Apesar da relevância dos temas tratados - tarifas de comércio internacional, subsídios agrícolas e regras comerciais as rodadas não mostraram verdadeiros avanços, e o ciclo de Doha deverá chegar ao fim sem que os temas em debate sejam solucionados. As críticas à OMC Muitos analistas econômicos e cientistas sociais fazem críticas à atuação da OMC, destacando o fato de que a organização dita as políticas comerciais; coloca os interesses comerciais acima das preocupações com o meio ambiente, a saúde e a segurança; e manipulada pelas grandes potências, oprimindo os países pobres; e principalmente não consegue reduzir os subsídios agrícolas que Estados Unidos e países da União Europeia mantêm em benefício de seus agricultores com enorme prejuízo para os agricultores dos países pobres. O descontentamento relativo à atuação da OMC costuma levar ás ruas milhares de manifestantes em protesto contra as políticas da organização. O Brasil na OMC Uma das funções da OMC é atuar como mediadora de conflitos comerciais entre países, derivados da adoção de medidas protecionistas por um deles. O Brasil apresenta grande número de contestações no órgão, principalmente contra os Estados Unidos e a União Europeia. O motivo é geralmente o mesmo: a adoção de subsídios agrícolas que prejudicam as exportações brasileiras. O país já ganhou ações contestando, entre outros, os preços do algodão, do açúcar e do suco de laranja. Mas o Brasil também sofre ações: em 2001, uma fabricante canadense de aviões acionou a OMC por sentir-se prejudicada pelo oferecimento de incentivos governamentais à fabricante brasileira do mesmo ramo, o que não respeitaria as regras da OMC. Após várias negociações, os dois países chegaram a um acordo.