A política exterior brasileira na era da informação: O caso da disputa brasileiroestado-unidense sobre os direitos de propriedade intelectual dos medicamentos de combate à HIV / AIDS na Organização Mundial do Comércio Prof. Me. Tomaz Espósito Neto • Objetivo: Analisar as mudanças na forma de condução da política exterior brasileira na chamada Era da Informação, por meio do estudo da disputa entre Brasil e Estados Unidos, sobre o caso das patentes de medicamentos de combate à AIDS na Organização Mundial do Comércio (OMC). • Justificativa: – Propriedade Intelectual e Saúde Pública; • HIV 30 milhões de pessoas (UNAIDS, 2010). – Setor Farmacêutico; – Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) - Organização Mundial do Comércio (OMC); • Política Nacional de Genéricos; – Relações de Poder Assimétricas; • Estados Unidos, Brasil e Outros atores (Estados, instituições multilaterais, organizações não governamentais, entre outros); • Hipótese: – O aumento dos fluxos de informação, comércio e pessoas, conhecidos como globalização, engendrou profundas mudanças forma de se fazer a política internacional; • Novos espaços, novos interlocutores, entre outros; – Essas transformações refletiram na forma do Itamaraty de conduzir as relações exteriores brasileiras; • Democratização e Fluxos Globais; – Renovação do “Multilateralismo Brasileiro”; • Incorporação de atores não estatais; – ECO 92 • Fontes: – Revisão Bibliográfica e Relatórios da OMC e OMS ; • Divisão do Trabalho: – A Política Externa Brasileira na Globalização; – O papel da OMC na Sociedade Internacional Contemporânea; – O Estudo Caso:As origens e a evolução do contencioso brasileironorte-americano na Organização Mundial do Comércio (OMC); – Considerações Finais; • A Política Externa Brasileira na Globalização: – Insulamento Burocrático; • IRBr e a estrutura da carreira; – Globalização e Redemocratização; • Novos Temas, Novos Atores, Cooperação Sub-nacional; • Politização das Relações Exteriores; – Tema de Campanha Eleitoral; – Complexidade dos Temas; • O papel da OMC na Sociedade Internacional Contemporânea • Rodada Uruguai (1986 -1993); • Organização Mundial do Comércio (1995); – OSC (Dispute Settlement Body) – O Estudo Caso:As origens e a evolução do contencioso brasileironorte-americano na Organização Mundial do Comércio (OMC); • Os países membros da OMC firmaram o Acordo das TRIPS (Trade-Related Aspects of Intelectual Propety Rights) em 1994 , com vistas a proteger o direitos relacionados à autoria, os chamados copyrights, e a propriedade intelectual industrial, como marcas, patentes, entre outros (WTO, 1994). • Lei no. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, “ Lei dos Genéricos” – – • No início de 2000, o governo dos Estados Unidos coloca o Brasil na Section 301 Watch List; – • Permite a quebra de patentes e de outros direitos de propriedade intelectual para remédios de uso controlado e contínuo; Redução de Custos dos Medicamentos distribuídos pelo SUS (Sistema Único de Saúde); Distorção do comércio internacional; Em 30 de maio de 2000, os governos brasileiros e norte-americano iniciaram o processo de consultas; O USTR abriu um panel no OSC em 2001 • Tudo encaminhava para uma derrota brasileira, pois a “Lei dos Genéricos” feria o “espírito” das normas da OMC; – Duas opções: • Pedido de Waiver; • Enfrentar o Processo; – Reunião com o Presidente Fernando Henrique, Ministro da Saúde José Serra, Chanceler Celso Lafer e Embaixador Celso Amorim; • Opta-se pela segunda opção; • A Estratégia brasileira atuou nos seguintes “fronts”: – Ganhou tempo no Órgão de Solução de Controvérsias, protelando as explicações; – Trouxe a questão para outros fóruns, como a UNAIDS, OMS, a Assembléia Geral, entre outras; • 18 de maio de 2001, a OMS declarou o acesso aos medicamentos contra AIDS como direito humano fundamental; – Conseguiu o apoio de outros Estados, principalmente dos países pobres “África, Ásia, América Latina,...” – Ganhou apoio de organizações não governamentais, como Health GAP, Oxfam e Médicos Sem Fronteiras...; – Fez uma ampla divulgação das questões na imprensa; – Apoio de autoridades e personalidades; • O Brasil buscou ganhar a opinião pública mundial; – – – – (Soft power); Saúde vs. Lucros (?) Impôs altos custos políticos ao Governo dos EUA; Discussões sobre a reforma do TRIPS; • Os Eua recuam e negociaram um acordo com o Brasil; • Debates sobre Direitos da Propriedade Intelectual vs. Saúde Pública; • Após o 11 de Setembro, os EUA alteraram sua posição: – Risco de ataque terrorista com armas bioquímicas; • ANTRAX Considerações Finais: • O processo de “abertura” da política externa brasileira permitiu ao país utilizar de novos instrumentos e canais de pressão política; • As instituições servem como um anteparo contra a assimetria de poder entre os Estados; • O sentido e as normas dos regimes podem ser alterados; – As questões comerciais tratadas na OMC tratam temas diversos ou transversais; • FIM