CAPÍTULO 3 Comportamento do consumidor Preparado por: Fernando & Yvonn Quijano Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. CAPÍTULO 3 RESUMO Capítulo 3: Comportamento do Consumidor 3.1 Preferências do consumidor 3.2 Restrições orçamentárias 3.3 A escolha do consumidor 3.4 Preferência revelada 3.5 Utilidade marginal e escolha do consumidor Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 2 de 20 Comportamento do consumidor Capítulo 3: Comportamento do Consumidor ● Teoria do comportamento do consumidor Descrição de como os consumidores alocam a renda, entre diferentes bens e serviços, procurando maximizar o bem-estar. O comportamento do consumidor é mais bem compreendido quando ele é examinado em três etapas: 1. Preferências do consumidor 2. Restrições orçamentárias 3. Escolhas do consumidor Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 3 de 20 3.1 PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR Cestas de mercado ● Cestas de mercado Lista com quantidades específicas de um ou mais bens. Capítulo 3: Comportamento do Consumidor TABELA 3.1 Cestas de mercado alternativas Cesta de mercado Unidades de alimento Unidades de vestuário A 20 30 B 10 50 D 40 20 E 30 40 G 10 20 H 10 40 Para explicarmos a teoria do comportamento do consumidor, perguntaremos se os consumidores preferem uma cesta a outra. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 4 de 20 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Algumas premissas básicas sobre preferências 1. Integralidade (completude): As preferências são completas. Isso significa, em outras palavras, que os consumidores podem comparar e ordenar todas as cestas de mercado. Assim, para quaisquer duas cestas A e B, um consumidor pode preferir A a B, ou preferir B a A ou ser indiferente a qualquer uma das duas. Por indiferente indicamos que qualquer uma das cestas deixaria o indivíduo igualmente satisfeito. Observe que essas preferências não levam os preços em consideração. Um consumidor poderia preferir bife a hambúrguer, porém compraria o segundo por ser mais barato. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 5 de 20 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor 2. Transitividade: As preferências são transitivas. Transitividade significa que, se um consumidor prefere a cesta de mercado A a B e prefere B a C, então ele também prefere A a C. Em geral, a transitividade é encarada como necessária para a consistência das escolhas do consumidor. 3. Mais é melhor do que menos: Presumimos que todas as mercadorias são desejáveis. Consequentemente, os consumidores sempre preferem quantidades maiores de cada mercadoria. Assim, eles nunca ficam completamente satisfeitos ou saciados; mais é sempre melhor, mesmo quando se trata de um pouquinho a mais. Essa premissa é adotada por motivos didáticos: ela simplifica a análise gráfica. Certamente, algumas mercadorias poderão ser indesejáveis, como, por exemplo, aquelas que provocam a poluição do ar; os consumidores preferirão sempre menos delas. Ignoramos tais mercadorias indesejáveis no contexto de nossa presente discussão sobre preferência. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 6 de 20 Curvas de indiferença Figura 3.1 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Descrevendo preferências individuais Como os consumidores preferem sempre maiores a menores quantidades de um bem, podemos comparar as cestas de mercado indicadas na área sombreada. A cesta A é certamente preferida à cesta G, ao passo que a cesta E é preferível à A. Entretanto, A não pode ser comparada a B, D ou H sem que haja informações adicionais. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 7 de 20 ● Curva de indiferença Curva que representa todas as combinações de cestas de mercado que geram o mesmo nível de satisfação para um consumidor. Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Figura 3.2 Uma curva de indiferença A curva de indiferença U1 de um consumidor mostra as cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação da cesta A; isso inclui as cestas B e D. O consumidor prefere a cesta E, que está acima de U1, à cesta A, mas prefere A em relação a H ou G, que estão abaixo de U1. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 8 de 20 Mapas de indiferença ● Mapa de indiferença Gráfico que contém um conjunto de curvas de indiferença mostrando os conjuntos de cestas de mercado entre as quais os consumidores são indiferentes. Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Figura 3.3 Um mapa da indiferença Um mapa de indiferença é um conjunto de curvas de indiferença que descrevem as preferências de um consumidor. Qualquer cesta de mercado sobre a curva U3 (por exemplo, a cesta A) é preferível a qualquer cesta sobre a curva U2 (por exemplo, a cesta B), que, por sua vez, é preferível a qualquer cesta sobre a curva U1 (por exemplo, a cesta D). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 9 de 20 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Figura 3.4 Curvas de indiferença não podem se interceptar Se as curvas de indiferença U1 e U2 se interceptassem, uma das premissas da teoria do consumidor seria violada. De acordo com o diagrama, o consumidor seria indiferente à cesta A, B ou D. Entretanto, B é preferível a D, pois B contém quantidades maiores de ambas as mercadorias. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 10 de 20 Taxa marginal de substituição ● Taxa marginal de substituição (TMS) Quantidade máxima de um bem que um consumidor está disposto a deixar de consumir para obter uma unidade adicional de um outro bem. Figura 3.5 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Taxa marginal de substituição A inclinação negativa da curva de indiferença traçada para dado consumidor é a medida de sua taxa marginal de substituição (TMS) entre dois bens. Na figura, a taxa marginal de substituição entre vestuário e alimento cai de 6 (entre A e B) para 4 (entre B e D) para 2 (entre D e E), até 1 (entre E e G). Convexidade O declínio da TMS reflete uma característica importante das preferências dos consumidores. Quando a TMS diminui ao longo da curva da indiferença, a curva é convexa. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 11 de 20 Substitutos perfeitos e complementos perfeitos Capítulo 3: Comportamento do Consumidor ● Substitutos perfeitos Dois bens são substitutos perfeitos quando a taxa marginal de substituição de um pelo outro é constante. ● Complementos perfeitos Dois bens são complementos perfeitos quando a taxa marginal de substituição entre eles é infinita; nesse caso, as curvas de indiferença são ângulos retos. Males ● Males Mercadorias que os consumidores preferem em menor quantidade em vez de maior quantidade. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 12 de 20 Figura 3.7 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Preferências por atributos de automóveis As preferências relativas aos atributos de um automóvel podem ser descritas por curvas de indiferença. Cada curva mostra a combinação de potência e espaço interno que fornece a mesma satisfação. Os proprietários de cupês Ford Mustang (a) estão dispostos a abrir mão de boa dose de espaço interno em troca de potência adicional. O oposto vale para os proprietários de Ford Explorer (b). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 13 de 20 Utilidade e funções de utilidade ● Utilidade Índice numérico que representa a satisfação que um consumidor obtém com dada cesta de mercado. ● Funções de utilidade Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Fórmula que associa níveis de utilidade a cestas de mercado individuais. Figura 3.8 Funções de utilidade e curvas de indiferença Uma função de utilidade pode ser representada por um conjunto de curvas de indiferença, cada qual com um indicador numérico. A figura mostra três curvas de indiferença, com níveis de utilidade de 25, 50 e 100, respectivamente, associadas à função de utilidade AV. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 14 de 20 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Utilidade e funções de utilidade Figura 3.8 Funções de utilidade e curvas de indiferença Portanto, seja um indivíduo com fç utilidade dada por U(A,V) = A.V = A + 2V e dada uma cesta de mercado com 8 unid alimento e 3 unid vestuário. Para este indivíduo isto gerará uma utilidade de 8 + (2 .3) = 14 O indivíduo será indiferente entre esta ou outra cesta (por ex. 6 unid de A e 4 unid de V), pois a utilidade será a mesma (14). Contudo, qq outra cesta que gerar utilidade inferior será preterida Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 15 de 20 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Utilidade Ordinal : - posiciona as cestas de mercado na sequencia de maior preferência para menor prederência. - Não indica em que medida uma cesta é preferível a outra - Pela figura 3.6 sabemos que qq cesta em U3 é preferível a qq oura U2. Porém não sabemos a proporção desta preferência Utilidade Cardinal : - Atribui valores numéricos, mas não é possível afirmar se um indivíduo tem mais satisfação do que outro ao adquirir a mesma cesta Veja que a fç utilidade é apenas um modo de classificar as diferentes cestas de mercado. A grandeza da diferença de utilidade entre duas cestas quaisquer não fornece nenhuma informação adicional. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 16 de 20 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Portanto, o fato de U3 ter nível de utilidade (=100), maior do que U2 não significa que a cesta de mercado U3 gere o dobro de satisfação de U2; Isto ocorre porque não temos outra informação adicional que mensure objetivamente o nível de satisfação de um indivíduo que adquira determinada cesta. Apenas sabemos que U3 é melhor do que U2, que é melhor do que U1. Não sabemos em que medida uma cesta é preferível a outra Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 17 de 20 3.2 RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ● Restrições orçamentárias Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Restrições que os consumidores enfrentam como resultado do fato de suas rendas serem limitadas. Linha do orçamento ● Linha do orçamento Todas as combinações de bens para os quais a quantia de dinheiro gasto é igual à renda. PF F PC C I (3.1) TABELA 3.2 Cestas de mercado e a linha do orçamento Cesta de mercado Alimento (A) Vestuário (V) Despesa total A 0 40 $80 B 20 30 $80 D 40 20 $80 E 60 10 $80 G 80 0 $80 A tabela mostra cestas de mercado associadas a linhas de orçamento A + 2V = $80 Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 18 de 20 Derivação da Linha Orçamentária Figura 3.10 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Linha do orçamento A linha do orçamento do consumidor descreve as combinações de quantidades de dois bens que podem ser adquiridas de acordo com a renda do consumidor e os preços dos dois bens. A linha AG (que passa pelos pontos B, D e E) mostra um orçamento associado a uma renda de $ 80, um preço unitário de alimento PA = $ 1 e um preço unitário de vestuário PV = $ 2. A inclinação da linha do orçamento (medida entre os pontos B e D) é −PF/PC = −10/20 = −1/2. C ( I / PC ) ( PF / PC ) F (3.2) Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 19 de 20 3.3 ESCOLHA DO CONSUMIDOR Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Maximizar uma cesta de bens requer que duas condições sejam satisfeitas: 1. estar localizado na linha orçamentária 2. deve ser a combinação de bens e serviços preferida do consumidor Figure 3.13 Maximizando a satisfação do consumidor Um consumidor maximiza sua satisfação escolhendo a cesta A. Neste ponto a linha orçamentária e a curva de indiferença U2 são tangentes. Nenhum nível de satisfação maior pode ser alcançado (isto é, a cesta D). No ponto A (ponto de maximização) a TMS entre os dois bens é igual à razão entre os preços. Em B, a TMS (-(-10/10)=1) é maior que a relação ente os preços (1/2) e a satisfação não é maximizada. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 20 de 20 3.3 ESCOLHA DO CONSUMIDOR Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Dada a restrição orçamentária, a satisfação é maximizada no ponto onde TMS = PF/PC. ● Benefício Marginal é o benefício do consumo adicional de uma unidade a mais do bem ● Custo Marginal é o custo de uma unidade adicional do bem Com base nestas definições, podemos dizer que a satisfação é maximizada quando o benefício marginal é igual ao custo marginal. O benefício marginal é mensurado pela TMS. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 21 de 20 3.3 ESCOLHA DO CONSUMIDOR Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Alcance analítico a partir da igualdade TMS = Pa/Pv = -∆V/ A Caso dois indivíduos estejam maximizando sua satisfação, podemos saber o valor de suas respectivas TMS a partir da observação do preço dos dois bens. O que não podemos mensurar é a quantidade comprada de cada bem, pois esta é determinada pela preferência individual de cada um. Ou seja, pode haver o consumo de diferentes combinações nas quantidades de dois bens, mesmo havendo igualdade entre suas TMS. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 22 de 20 3.3 ESCOLHA DO CONSUMIDOR Figure 3.14 Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Consumer Choice of Automobile Attributes Os consumidores em (a) estão dispostos a abrir mão de uma considerável dose de espaço interno para obter algum desempenho adicional. Dada a restrição orçamentária, eles escolherão um automóvel em que a potência se destaque. O oposto é válido para os consumidores em (b). Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 23 de 20 ESCOLHA DO CONSUMIDOR 3.3 Corner Solutions ● Solução de canto situação na qual a TMS de um bem por outro,em umacesta de mercado, não é igual à inclinação da linha orçamentária. - Reflete escolhas extremas dos indivíduos. Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Figure 3.15 Solução de Canto Quando a TMS de um consumidor não se iguala à razão entre os preços em nenhum nível de consumo, então aparece a solução de canto. O consumidor maximiza sua satisfação adquirindo apenas um entre dois bens. Dada a linha de orçamento AB, o maior nível de satisfaçao é alcançado no ponto B da curva de indiferença U1 , em que a TMS ( de sorvete para yorgute) é maior do que a razão entre os preços dos dois. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 24 de 20 3.4 PREFERÊNCIA REVELADA Se um consumidor escolhe uma cesta de mercado a outra, e se esta cesta escolhida é mais cara do que a alternativa, então o consumidor deve preferir a cesta escolhida. Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Figure 3.17 Revealed Preference: Two Budget Lines Se um indivíduo que se depara com a linha de orçamento I1 escolher a cesta A em vez da B, A se revelará preferível a B. Da mesma forma, ao se deparar com a linha de orçamento I2, o indivíduo opta pela cesta B, e é B então que se revela preferível a D. A é preferível a todas as cestas situadas na área de coloração verde, enquanto todas as cestas de mercado localizadas na área cor de laranja são preferíveis a A. Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 25 de 20 3.5 UTILIDADE MARGINAL E ESCOLHA DO CONSUMIDOR Capítulo 3: Comportamento do Consumidor ● Utilidade marginal (UM) é a satisfação adicional obtida pelo consumo de uma unidade adicional de um bem. ● Utilidade marginal decrescente é o princípio segundo o qual, à medida que se consome mais de determinada mercadoria, quantidades adicionais que forem consumidas vão gerar cada vez uma menor utilidade. ● Princípio da Igualdade Marginal é o princípio segundo o qual a utilidade á maximizada quando os consumidores igualam as utilidades marginais por unidade monetária gasta em cada um dos bens. , Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 26 de 20 3.5 UTILIDADE MARGINAL E ESCOLHA DO CONSUMIDOR Capítulo 3: Comportamento do Consumidor Podemos relacionar o conceito de utilidade marginal ao problema de maximização de utilidade por parte do consumidor. Uma vez que todos os pontos de uma CI nos dão o mesmo nível de utilidade, o ganho total de utilidade associado ao aumento do consumo de alimento equilibra a perda resultante do menor consumo de V. . Obs: MU = UM ; MRS = TMS Portanto, em termos matemáticos: 0 MU F ( F ) M U C ( C ) Copyright © 2010 Pearson Education • Microeconomia • Pindyck/Rubinfeld, 7ed. 27 de 20