Aula 8 – 21/09/2009 - Microeconomia. – Demanda Individual e Demanda de
Mercado. Bibliografia: PINDYCK (2007) – Capítulo 4
Efeito de modificações no preço:
Caso ocorram modificações no preço de determinada mercadoria temos o observado
abaixo de forma gráfica:
FONTE: PINDYCK (2007)
Para cada alteração de preço, temos que as linhas de orçamento se alteram, e o
consumo do consumidor varia de A para B e para D. Cada um desses pontos (A, B e D) é
tangente às curvas de indiferença U1, U2 e U3.
Curva de preço consumo:
Mostra as quantidades que maximizam a utilidade do consumidor dada uma
variação nos preços:
FONTE: PINDYCK (2007)
A curva de demanda individual relaciona a quantidade de um bem que um único
consumidor adquirirá com o preço dele.
Com base no gráfico anterior, verificamos que a curva de demanda é a demonstrada
abaixo:
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FONTE: PINDYCK (2007)
Esta curva tem duas propriedades importantes:
1.
O nível de utilidade que pode ser obtido varia à medida que nos
movemos ao longo da curva.
2.
Em cada ponto da curva de demanda, o consumidor estará
maximizando a utilidade ao satisfazer a condição de que a TMS do vestuário por
alimento seja igual à razão entre os preços desses bens.
FONTE: PINDYCK (2007)
MODIFICAÇÕES NA RENDA:
O impacto de uma mudança na renda pode ser ilustrado por meio de curvas de
indiferença. A medida em que a linha orçamentária se modifica, são alcançadas utilidades
maiores.
FONTE: PINDYCK (2007)
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A curva de renda consumo especifica as combinações de alimento e vestuário que
maximizam a utilidade associada a cada um dos possíveis níveis de renda. Tem inclinação
ascendente.
Modificação da demanda após a alteração da renda
FONTE: PINDYCK (2007)
Quando ocorre um aumento da renda, a linha de orçamento é deslocada para a
direita, aumentando o consumo ao longo da curva renda-consumo. Ao mesmo tempo, o
aumento da renda desloca a curva de demanda para a direita.
Em resumo, comparando os dois casos temos que quando efetuamos uma alteração
dos preços temos um deslocamento na curva de demanda. Quando efetuamos um
deslocamento na renda, temos um deslocamento da curva de demanda.
Bens inferiores versus normais
Caso ocorram modificações na renda:
Quando a curva de renda-consumo apresenta uma inclinação positiva:
A quantidade demandada aumenta com a renda.
A elasticidade de renda da demanda é positiva.
O bem é um bem normal.
Quando a curva de renda-consumo apresenta uma inclinação negativa:
A quantidade demandada diminui com a renda.
A elasticidade de renda da demanda é negativa.
O bem é um bem inferior.
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CURVAS DE ENGEL
Curva que relaciona a quantidade consumida de um bem à renda. Para construir a
curva de Engel utilizamos a curva de renda-consumo.
FONTE: PINDYCK (2007)
FONTE: PINDYCK (2007)
FONTE: PINDYCK (2007)
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Exemplo: Gastos dos consumidores norte americanos:
Grupos de renda (dólares de 2000)
Despesas
($) em:
Acima
Menos de 10.000- 20.000- 30.000- 40.000- 50.000- de
$10.000
19.999 29.999 39.999 49.999 69.999
70.000
763
1.228
1.945
1.248
2.517
868
Vestuário
FONTE: PINDYCK (2007)
Lazer
Moradia própria
Aluguéis Residenciais
Saúde
Alimentação
957
1.961
2.208
1.943
3.328
978
1.399
2.466
2.475
2.018
4.507
1.391
1.658
3.735
2.530
1.977
5.118
1.686
1.982
4.466
2.567
2.173
6.228
1.986
2.507
6.121
1.742
2.320
6.557
2.359
3.912
10.619
1.382
2.882
8.665
4.004
Observamos que a curva de Engel anterior refere-se a apenas um consumidor.
Entretanto, podemos utilizar essas curvas para um grupo de consumidores. Os gastos em
lazer e residência própria, são significativamente maiores para as rendas mais altas. Já para
aluguéis residenciais, os gastos são maiores nas rendas mais baixas. Isso modifica o tipo de
bem para cada classe. Para as classes mais abastadas, o aluguel residencial é um bem
inferior.
Efeito renda e efeito substituição.
Se a curva preço-consumo tem inclinação descendente, os dois bens são
considerados substitutos.
Se a curva preço-consumo tem inclinação ascendente, os dois bens são considerados
complementos.
1. Os consumidores tenderão a comprar mais do bem que se tornou
mais barato e menos das mercadorias que se tornaram relativamente mais caras.
Isso é o efeito substituição. Ex: ingressos para o cinema e aluguel de fitas de
vídeo.
2. Pelo fato de um dos bens ter se tornado mais barato, há um aumento
no poder de compra dos consumidores. Assim, eles encontram agora em uma
situação melhor. A mudança na demanda resultante da alteração do poder de
compra é chamada de efeito renda. Ex: gasolina e óleos lubrificantes para
motores.
3. Duas mercadorias são chamadas independentes quando a variação no
preço de uma delas não tem efeito algum sobre a quantidade demandada da
outra.
Efeito substituição
O efeito substituição corresponde à modificação no consumo de um item associada
a uma variação no seu preço, mantido constante o nível de utilidade .
Quando o preço de um item diminui, o efeito substituição sempre leva a um
aumento na quantidade demandada do item. Nos gráficos a seguir, pode ser representada
por uma linha paralela a nova linha do orçamento, que nos mostra a nova relação dos
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preços relativos. Ou seja, o ponto onde a utilidade permaneceu constante e os preços
relativos se alteraram. Como o ponto A não estaria mais disponível, temos que o ponto
B seria agora consumido. Isso decorre das preferências reveladas, apresentadas na
última aula. O efeito substituição sempre é positivo. Um declínio do preço do bem
sempre provoca um aumento do consumo.
Efeito renda
O efeito renda é a variação no consumo de um item ocasionada pelo aumento do
poder aquisitivo, mantido constante o preço do item. Quando a renda de uma pessoa
aumenta,a quantidade demandada de um produto pode aumentar ou diminuir. Mede o
movimento do consumidor de uma curva de indiferença para outra. Pode ser negativo
ou positivo.
Os dois efeitos normalmente acontecem simultaneamente.
Caso para bem normal:
FONTE: PINDYCK (2007)
FONTE: PINDYCK (2007)
Caso para bem inferior:
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FONTE: PINDYCK (2007)
O alimento é um bem inferior, mas o efeito substituição é maior do que o efeito
renda, assim, uma redução no preço causa uma elevação no consumo.
Bens de Giffen: Teoricamente, o efeito renda pode ser suficientemente grande para
fazer com que a curva de demanda de um bem passe a ter inclinação ascendente. Quando
reduzo o preço o consumo se reduz. Isso gera uma curva de demanda positivamente
inclinada.
Gráfico em sala.
DEMANDA DE MERCADO:
Imagine a existência de apenas 3 consumidores em um mercado consumindo as
quantidades abaixo:
Preço
($)
1
2
3
4
5
Consumidor
A
(unidades)
6
4
2
0
0
Consumidor
B
(unidades)
10
8
6
4
2
Consumidor
C
(unidades)
16
13
10
7
4
Mercado
(unidades)
32
25
18
11
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FONTE: PINDYCK (2007)
O gráfico abaixo nos mostra as curvas de demanda individual e a curva de demanda
do mercado:
FONTE: PINDYCK (2007)
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1. A demanda de mercado se deslocará para a direita à medida que o número
de consumidores no mercado aumenta.
2. Os fatores que influenciam as demandas individuais de muitos
consumidores afetarão também a demanda de mercado.
Você pode estudar grupos como:
- Famílias com crianças, Pessoas solteiras, etc.
Exemplo: Mercado de trigo norte americano.
A demanda total por trigo dos EUA é composta pela demanda interna (consumo
dentro dos Estados Unidos) e demanda de exportação (consumo fora dos Estados Unidos).
A demanda interna de trigo é dada pela equação:
QDI = 1.465 - 88P
A demanda de exportação é dada pela equação:
QDE = 1.344 - 138P
Para acharmos a demanda total é só somar ambas as retas:
QDI+QDE= (1.465 - 88P) + (1.344 - 138P) = 2.809-226P
É importante perceber que assim vislumbramos apenas o segmento EF (gráfico a
seguir). Para todos os preços superiores a C, não temos demanda de exportação.
O gráfico abaixo nos mostra a demanda total como soma de ambas demandas.
FONTE: PINDYCK (2007)
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