A ESPACIALIZAÇÃO DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO EM ÁREAS DE MANANCIAIS - PIRAQUARA(PR) Ana Claudia Stangarlin Fróes PIBIC/IC-Voluntária Cristina de Araújo Lima / Milton Brero de Campos / Débora Luiza Schumacher Furlan Introdução/Objetivos A Região Metropolitana de Curitiba possui cerca de 70% do seu território classificado como área de mananciais ou de preservação ambiental. A pesquisa parte da hipótese de que o processo de ocupação urbana em áreas de mananciais na RMC apresenta expansão em áreas contraindicadas, gerando riscos advindos do não cumprimento das diretrizes propostas. Nesse sentido, este trabalho se propõe a traçar o perfil dessas ocupações, classificando-as segundo as densidades de ocupação e existência de infraestrutura adequada e, assim, avaliar os potenciais riscos ao manancial de abastecimento e à população residente. Dentre as áreas de manancial comprometidas com ocupação inadequada na RMC, a região do Guarituba, no município de Piraquara (PR), escolhida como objeto de estudo, se destaca pelo número de habitantes, constituindo a maior ocupação irregular do Paraná. Método Propõe-se apropriar a metodologia de fotointerpretação sobre imagens de satélite dos anos 2000 e 2010, com detalhamento da área urbanizada, construindo chaves de identificação para estimar a evolução da densidade da ocupação do solo no município. Recorre-se a legislação existente e a aos dados do censo do IBGE 2010 para as análises de adequabilidade do solo e de informações demográficas e de infraestrutura das ocupações. Referências ALMEIDA (2010), COMEC (2006), FILHO et Al (2000), IBGE (2010), LIMA (2000), MARTINS (2006), MARICATO (2003), MINEROPAR (1997), OLIVEIRA (2006), PELIZZARO et Al (2008). SUDERHSA (2002), Resultados/Discussão É perceptível a existência de ocupações urbanas adensadas em áreas contraindicadas pela legislação existente, tais como Zonas de Restrição a Ocupação (Lei Estadual 6314/06) e demarcadas como abrangidas pela curva de inundação do Rio Iguaçu quando da ocorrência de chuvas de maior intensidade, pelo Plano Diretor de Drenagem (SUDERHSA, 2002). Considerando o Zoneamento Geotécnico da (MINEROPAR,1997), é possível perceber que grande parte da área urbanizada, em especial aquela com densidade acima de 30%, localiza-se sobre solos aluvionares e/ou turfosos com baixíssimas declividades. Tratam-se de solos com alta suscetibilidade a enchentes e inundações, que se caracterizam como fonte de recursos hídricos tanto supercial como sub-superficial, dispostos como impróprios para loteamentos e implantação de sistema viário. De acordo com os dados do IBGE, cerca de 60% do total de domicílios existentes é atendido pela rede geral de esgotos. Embora represente a maioria das ocupações existentes, é importante lembrar que a área objeto de estudo é uma área de mananciais de abastecimento público de água onde o esgoto despejado diretamente em rios ou valas sem tratamento representa cerca de 15% do total da ocupação existente. É plausível afirmarmos, ainda, que o esgotamento realizado por fossas é igualmente inadequado para uma área de mananciais, o que nos leva a uma porcentagem de cerca de 40% da ocupação da área objeto de estudo com ausência de esgotamento sanitário adequado. Conclusões As análises desenvolvidas comprovam a hipótese de que o processo de ocupação urbana demonstrou expansão e densificação em áreas contraindicadas pela legislação. Conclui-se, que tais instrumentos carecem de revisão para adequar-se a realidade atual e apoiar a ocupação em áreas de mananciais. Se faz necessária, ainda, a implantação de um sistema de saneamento, além da adequação das taxas de permeabilidade do solo em áreas de alta densidade de ocupação.