ROSANY VALVERDE GONÇALVES DA SILVA EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA NITERÓI – RJ 2012 ROSANY VALVERDE GONÇALVES DA SIVA EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA Monografia apresentada ao curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade Redentora, como requisito para obtenção do título de Especialista em Ortodontia Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Queiroz Ponce NITERÓI 2012 Apresentação da Monografia Especialização em Ortodontia. em Membros: ALEXANDRE LUIZ QUEIROZ PONCE ANA LUIZA JUNQUEIRA PONCE JOSE LUIS MUNOZ Aprovada com nota _______ e menção. ____/____/______ ao curso de DEDICATÓRIA A Deus pela essência da minha existência. A meus pais a quem Deus confiou a minha educação. Ao meu esposo Uenes e as minhas filhas Karen e Carolina; os quais amo muito, pela compreensão durante o tempo de realização deste trabalho. AGRADECIMENTOS Muitas pessoas contribuíram bastante com tempo, dedicação, capacidade profissional e conhecimentos o que tornou possível a conclusão do curso e a realização deste trabalho. Meus agradecimentos a todos os Doutores, mestres e professores que tornaram possível a realização deste curso. Principalmente aos professores Dr. Alexandre Luiz Queiroz Ponce, Ana Luíza Junqueira Ponce, João Bosco Vaz Lanna, Tasso Dorchete Coutinho, Alessandro Veraldo, Sérgio Soares e ao Prof. Ricardo Pessoa por estarem sempre dispostos a passarem seus conhecimentos técnicos científicos durante os trabalhos na clínica, no laboratório e em sala de aula. A todos os funcionários da Orthodontic pelo carinho e estarem sempre prontos e dispostos a nos auxiliarem em tudo que foi possível. Especialmente Fátima, Ketiléa, Átila, Edelman, Magna e a todos os outros. RESUMO A Expansão Rápida da Maxila (ERM) é um procedimento que tem como objetivo aumentar o diâmetro do arco maxilar, por intermédio de aparelhos ortopédicos, seja ele dento suportado, dento-muco-suportado, ancorado sobre minimplantes ou ainda com cobertura oclusal fazendo com que ocorra a disjunção palatina. Onde o mecanismo de ação dessa técnica é o rompimento ou a separação ortopédica da sutura palatina mediana, ocasionando um afastamento dos processos alveolares, promovendo assim a expansão transversal da maxila gerando dessa maneira um aumento de espaços no perímetro do arco dentário superior aliviando o apinhamento, corrigindo mordidas cruzadas sem afetar de forma desfavorável o perfil facial. Essa mecânica é importante para corrigir as maloclusões mais prevalentes nas clínicas ortodônticas as quais tendo como etiologias genéticas, fisiológicas ou em decorrência de hábitos parafuncionais. Esse cuidado com a correção transversal dos arcos dentários já tem sido pesquisadas há décadas, encontrando-se os primeiros relatos científicos datados de 1860 (ANGELL), e atualmente é consagrada a idéia de que a correção transversal dos arcos dentários é fundamental para uma boa finalização ortodôntica em tratamentos com arcos atrésicos e para garantir uma boa harmonia entre as bases apicais. Apesar da grande importância dessa técnica de tratamento, tem-se provocado grandes controvérsias na especialidade ortodôntica devido à questão da estabilidade no aumento das dimensões do arco dentário superior. Com esse intuito é que foi possível a realização dessa revisão da literatura, conhecendo os tipos, métodos de utilização empregados pelos vários autores pesquisados, assim como os resultados obtidos. Chegando assim a conclusão de que com o emprego dos aparelhos de ERM, obteve-se um aumento transversal significante, através da distância intercanino e intermolar, corrigindo assim a mordida cruzada posterior. Houve também um aumento do perímetro do arco superior permitindo a correção do apinhamento. E devido ao tempo de ossificação da sutura palatina e visando o menor efeito de recidiva (que está em torno de 40%), o aparelho deve ser mantido passivo por 6 meses como forma de contenção para adquirir-se uma maior estabilidade e um prognóstico mais favorável. Palavras-chave: Atresia. Expansão. Estabilidade. ABSTRACT The rapid maxillary expansion (RME) is procedure that aims to increase the diameter of maxillary arch by means of braces, it is supported dental, tooth-mucosasupported, anchore on minimplantes with occlusal coverage or marking disjunction occurs palate. Where the mechanics of action of this technique is the disruption or orthopedic separation of the sutures, causing a departure from the alveolar processes, thus promoting the transverse maxillary expansion there by generating an increase in the perimeter spaces of the upper dental arch reloieving crowding, correcting crossbite not adversely affect the facial profile. This mechanism is important to correct malocclusinons more prevalent in clinical orthodontic which etiologies taking as genetic, physiological or due to parafunctional habits. This concern with the correction of transverse arches have been researched for decades, being the first scientific reports dating from 1860 (Angell), and is currently devoted to the Idea that cross-correction of the dental arches is essential to a good finish orthodontic treatment with atresia arches and to ensure a good harmony between the apical bases. Despite the great importance of this treatment technique, has provoked great controversy in the art orthodontic issue of stability due to the increased dimensions of the upper dental arch. To that end, it was possible the realization of this literature review knowing the types, application methods employed by various authors surveyed, as well as the results obtained thus coming to the conclusion that with the use of the apparatus MRE, gave a significant increase in transverse across the distance intercanino, intermolar and, correcting the posterior crossbite. There was also an increase in upper arch perimeter allowing the correction of crowding. And due to the time of ossification of the sutures and seeking the lower end of recurrence (which is around 40 %), the unit should be kept for 6 months as a passive form of containment in order to get greater stability and a better prognosis favorable. Keywords: Atresia. Expansion. Stability. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Implantes de titânio entre as raízes do primeiro e segundo premolar bilateralmente. 19 Figura 2 - Aparelho para ERMAI instalado. Notar sistemas de ancoragem instalados sobre os molares e implantes. 20 Figura 3 - Seqüência de radiografias oclusais totais da maxila, selecionada aleatoriamente de um paciente do grupo amostral, ilustrando o sistema de escores proposto pelos autores. 23 Figura 4 - Modelos superiores pré e pós tratamento de paciente tratado com AEF (A) e paciente tratado com ERA (B). 25 Figura 5 – Abertura da sutura palatina mediana visualizada (Seta), em T2, na reconstrução em 3D (Software Dolphin Imaging). 27 Figura 6 – Aparelho disjuntor com cobertura oclusal de acrílico. 29 Figura 7 – Cefalograma lateral e localização das grandezas cefalométricas angulares verticais e ântero-posteriores: (1) ângulo SNA; (2) ângulo SNB; (3) ângulo ANB; (4) ângulo SnPP; (5) ângulo PP.GoGn; (6) ângulo SnGoGn; (7) ângulo SnPLoc; (9) Eixo Facial. 30 Figura 8 – Fios de referência adaptados às bandas dos molares superiores. 37 Figura 9 – Representação dos pontos, linhas e planos cefalométricos. 41 Figura 10 – Representação da abertura da sutura palatina por meio da radiografia oclusal. 42 Figura 11 – Tratamento da atresia do arco dentário superior na dentição decídua com aparelho expansor tipo Haas. (A) pré-tratamento, (B) Haas instalado, (C) pósexpansão. 44 Figura 12 - Imagem tomográfica mostra a ruptura da sutura palatina mediana. (A) pré- expansão e (B) pós-expansão. 46 Figura 13 – Radiografia oclusal inicial da maxila. 49 Figura 14 – Radiografia oclusal pós-ERM. 49 Figura 15 – Aparelho Expansor tipo Hyrax. 57 Figura 16 – Telerradiografia em norma frontal: A) pré-expansão (T1), B) imediatamente após a expansão (T2), C) três meses pós- expansão (T3), D) seis meses pós-expansão (T4). 60 Figura 17 – A – Pré-operatório e B – Pós-operatório. Figura 18 – Pontos, Linhas, Planos e Grandezas cefalométricas. 63 65 Figura 19 – (A) Fase I – antes da expansão rápida da maxila, B) Fase II – após a expansão rápida da maxila e C) Fase III – três meses após a expansão rápida da maxila. 68 Figura 20 – Segmentos anatômicos utilizados na análise das radiografias. 70 Figura 21 – Software Radioimp com as mensurações das radiografias oclusais. .Figura 22 – Aparelho de expansão maxilar colado. 71 78 Figura 23 - Aparelho de expansão maxilar colado: (A) pré-expansão. (B) pósexpansão imediata e mantido por 3 meses como forma de contenção. 79 Figura 24 – Pontos de referência. 81 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ERM – expansão rápida da maxila ERMAI – expansão rápida da maxila ancorada em implantes ERMAC – expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente mm – milímetros et al – e outros &-e RUT – ossificação total do osso rádio HAAS – aparelho dento-muco-suportado HYRAX – aparelho dento-suportado % - porcentagem AER – aparelho expansor removível AEF – aparelho expansor fixo TCCBs – tomografia computadorizada cone beam 3D – três dimensões PA – póstero-anterior ATM – articulação têmporo-mandibular S – segundos TC – tomografia computadorizada N – Násio Ba – básio Po – pório S – sela Gn – gnátio Me – mentoniano Or – orbitário Ar - articular ENA – espinha nasal anterior ENP – espinha nasal posterior AFAI – altura facial ântero-inferior NP – linha facial násio-pogônio NBaGoMe – ângulo formado pela intercessão dos planos BaN e plano mandibular (GoMe) NsGn – ângulo formado pela intercessão das linhas SN e SGn SArGo – ângulo formado pela intercessão dos planos SAr e ArGo /1.NB, /1-NB, /1Linha I, IMPA, /1-Jr – medidas cefalométricas realizadas para avaliar os incisivos inferiores. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO___________________________________________13 2 PROPOSIÇÃO___________________________________________15 3 REVISÃO DE LITERATURA_________________________________16 4 DISCUSSÃO_____________________________________________82 5 CONCLUSÃO____________________________________________86 REFERÊNCIAS___________________________________________ 87 1 INTRODUÇÃO As más oclusões caracterizadas pela desarmonia entre as bases ósseas maxilar, mandibular e o maciço craniano, são muito prevalentes nas populações em geral. Entre estas desarmonias estão a atresia maxilar, mandibular, as mordidas cruzadas posteriores uni e bilaterais, fazendo parte das alterações verticais. A expansão rápida da maxila (ERM) onde ocorre a separação da sutura palatina mediana é um procedimento para promover mudanças dento alveolares e esqueléticas no intuito de normalizar ou pelo menos minimizar os problemas de ordem transversal. Para a expansão dos arcos atrésicos, são preconizados vários tipos de aparelhos, os quais são classificados de acordo com o tipo de ancoragem utilizados na fixação desses dispositivos. Segundo a revisão de literatura a seguir, pode-se observar que alguns autores como Chiavini et al (2011), preconizam o aparelho dento-suportado, outros o dento-muco-suportado como descreve Filho et al (2007), o ancorado em implantes fixado no palato segundo Garib et al (2007) e ainda há o com cobertura de acrílico na oclusal de acordo com Rossi et al (2010). Possuindo cada aparelho suas indicações, vantagens e desvantagens. O Hyrax que é um dento-suportado é mais higiênico, mas a sua força é toda direcionada para os dentes de suporte. Já o Haas que é dento-muco-suportado, tem a desvantagem de ser menos higiênico devido à resina no palato, mas em compensação a força é dissipada entre os dentes e a base óssea. Os de cobertura oclusal, são colados aos dentes, de fácil confecção e instalação, que além do controle vertical da maxila, possui também algumas desvantagens com relação à higienização, alimentação e procedimentos de remoção. Os aparelhos de expansão rápida da maxila ancorada 14 em implantes ( ERMAI) possuem a desvantagem de ter procedimentos cirúrgicos para a instalação dos implantes. A disjunção palatina em pacientes com maturação esquelética adiantada continua sendo um procedimento incerto e sujeito a danos periodontais em caso de insucesso como relata Albuquerque & Etto (2006). Então para pacientes adultos é preconizado a expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC), em que se coloca o disjuntor maxilar, mas tem a fase cirúrgica em que se promove a osteotomia com o rompimento da sutura que já estava ossificada. Esse procedimento é utilizado também quando se quer a disjunção e o avanço maxilar em casos de classe III com a maxila atrésica, solucionando assim o problema transverso e anteroposterior da maxila de acordo com Carlini et al (2007). Baseado na necessidade de um estudo minucioso que responda a algumas questões necessárias, essa pesquisa foi proposta no intuito de mostrar a aplicabilidade, as vantagens, desvantagens, assim como o resultado e o grau de estabilidade da expansão maxilar e conseqüentemente a coordenação com o arco mandibular. 15 2 PROPOSIÇÃO O objetivo deste trabalho através desta revisão da literatura foi avaliar: a) Quais as alterações que ocorrem na forma, comprimento, perímetro, no posicionamento transverso e anteroposterior dos arcos dentários, após a ERM? b) Como fica a inclinação dos molares e do rebordo alveolar após a disjunção palatina? c) Como melhorar a estabilidade dos arcos dentários após a utilização dos aparelhos de expansão rápida da maxila? 16 3 REVISÃO DA LITERATURA Scanavini et al. (2006) estudaram a avaliação comparativa dos efeitos maxilares da expansão rápida da maxila com os aparelhos de Haas e Hyrax, para isto utilizaram uma amostra que consistiu, de 93 telerradiografias de perfil de 31 pacientes de ambos os gêneros, sendo 16 do gênero masculino e 15 do feminino, com dentição permanente, brasileiros, com idade média de 13 anos e 2 meses no início do tratamento, com dentição permanente e indicação de disjunção maxilar para correção de atresia maxilar. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, e cada grupo foi tratado com um tipo diferente de disjuntor. O grupo I foi composto por 18 pacientes, 9 de cada gênero, com idade média de 13 anos e 6 meses ( 9 anos e 6 meses a 15 anos e 8 meses) no início do tratamento tratados com o disjuntor de Haas. Os do grupo II, distribuídos em 7 do gênero masculino e 6 do feminino, com idade média de 13 anos e 5 meses ( 11 anos e 9 meses a 15 anos e 2 meses). Vinte quatro horas após a instalação do aparelho iniciou a fase ativa com ativação de ¼ a cada 12 horas totalizando, ½ volta ao dia até a sobrecorreção, onde a cúspide palatina do primeiro molar superior tocava na cúspide vestibular do primeiro molar inferior. Essa fase ativa durou em média de 11 a 14 dias nos dois grupos da amostra. Após o término da fase ativa o parafuso expansor foi estabilizado com resina acrílica, e o aparelho mantido passivamente por 90 dias, para a reorganização da sutura palatina mediana. Após essa fase passiva o expansor foi removido e feita contenção móvel de acrílico por 6 meses. Após o término da disjunção os pacientes foram submetidos a tratamento ortodôntico com a técnica de Edgewise para a finalização do caso. Cada paciente obtiveram três telerradiografias laterais em oclusão cêntrica, antes da instalação do aparelho, ao final da fase ativa de expansão e ao final da fase de nivelamento ortodôntico, as 17 quais foram submetidas a traçado cefalométrico manuais. Concluindo-se que segundo a metodologia e os dois tipos de aparelhos empregados os resultados para os dois grupos as modificações foram semelhantes, tanto com relação ao posicionamento da maxila no sentido antero-posterior em relação à base do crânio, quanto ao posicionamento da maxila no sentido vertical. Ocorrendo um deslocamento vertical da maxila para baixo sem rotação. Ennes & Consolaro (2004) avaliaram a sutura palatina mediana: avaliação do grau de ossificação em crânios humanos para isto foi avaliados 28 crânios humanos sob os critérios de análise macroscópica, estereomicroscópica e radiográfica. A fase do desenvolvimento cronológico foi assim determinada: criança (indivíduo que não atingiu a puberdade (0 a 12 anos); adulto jovem (púbere) indivíduo entre a infância e a maturidade (13 a 18 anos); adulto (19 a 60 anos); idoso, aquele que atingiu a senilidade. Na análise macroscópica, observou-se o aspecto das margens ósseas da sutura palatina mediana descrevendo-o textualmente. Para verificar o sentido de ossificação da sutura foi relacionado o grau de maturidade óssea com a morfologia da disjunção em radiografias oclusais totais da maxila. Foi verificada uma tendência à forma triangular nos indivíduos mais maduros e uma tendência ao paralelismo das margens ósseas em indivíduos mais jovens. A divergência das margens ósseas, conferindo um aspecto de V, com o vértice no sentido posterior se relacionariam com o sentido póstero-anterior do processo de ossificação na sutura palatina mediana e amadurecimento das suturas faciais na extensão dos pilares posteriores: zigomáticos e pterigoideus. Quanto maior a maturidade esquelética, maior tendência a forma triangular na obtenção da disjunção, indicativa de maior resistência das junções ósseas da base do crânio; do 18 segmento posterior da sutura palatina mediana, quando ossificado e do amadurecimento das suturas faciais no trajeto dos pilares posteriores. Nesses casos a tensigridade do sistema esquelético mais maduro dificultaria a manutenção dos resultados e haveria mais recidivas Sendo concluído que a sutura palatina mediana no homem ossifica-se especialmente a partir da fase adulta, estabelecendo pontes de ossificação entre as margens ósseas. Essa ossificação inicia-se no processo palatino posterior e evolui no sentido anterior conferindo um aspecto de V, com o vértice posterior. E radiograficamente não foi possível avaliar o grau de ossificação na sutura palatina mediana. Garib et al (2007) estudaram a expansão rápida da maxila ancorada em implantes (ERMAI) na dentadura permanente em que o aparelho desenvolvido para a realização da ERMAI, ancora-se posteriormente nos primeiros molares superiores e anteriormente a dois implantes de titânio entre as raízes do primeiro e segundo pré-molar , bilateralmente. Específico para ERMAI, com desenho adequado e de menores dimensões possíveis, para fornecer a estabilidade necessária diante das forças geradas pela expansão rápida da maxila. O diâmetro dos implantes é de 3 mm e comprimento variando entre 7 e 15mm, formado por uma porção intermediária, transmucosa e outra com rosca. Este estudo foi desenvolvido em crânio seco humano. Para a confecção do aparelho utilizando-se o parafuso expansor Hyrax, em que suas extensões posteriores são soldadas nas bandas dos primeiros molares, enquanto suas extensões anteriores são adaptadas a um anel intermediário, de modo a permitir suas fixações aos implantes por meio de um parafuso. A seqüência cirúrgica é feita por um cirurgião seguindo os protocolos para a instalação de implantes utilizados na reabilitação protética, porém apenas uma fase cirúrgica se 19 faz necessária. Logo após a colocação dos implantes, as bandas devem ser adaptadas nos primeiros molares e a moldagem de transferência executada para a confecção do aparelho expansor. As bandas e os análogos dos implantes são posicionados no molde. A seguir vaza-se o gesso obtendo-se o modelo, em que um anel intermediário, onde a extensão anterior do parafuso será soldado, é fixado aos análogos por meio do parafuso, tendo-se então o modelo de trabalho. Após a confecção laboratorial do aparelho o expansor é primeiramente cimentado aos primeiros molares. Em seguida os anéis intermediários estarão localizados sobre os implantes e são fixados a eles por meio de parafusos. Conclui-se que com a idealização deste novo tipo de ancoragem em estudos experimentais devem ser levados para a sua aplicabilidade clínica. Já que questões como velocidade de ativação do parafuso, estabilidade dos implantes diante das forças ortopédicas expansoras e o protocolo adequado para inserção dos parafusos deverão ser ainda melhor estudados. 20 FIGURA 1 – Implantes de titânio entre as raízes do primeiro e segundo premolar bilateralmente. FIGURA 2 – Aparelho para ERMAI instalado. Notar sistemas de ancoragem instalados sobre os molares e implantes. Fonte: Garib et al, (2007) Albuquerque et al (2006) estudaram a previsibilidade de sucesso na disjunção palatina avaliada pelo estágio de maturação esquelética. Para isto a amostra foi constituída de trinta e oito radiografias oclusais de indivíduos leucodermais, jovens com idades entre dez anos e três meses a vinte oito anos e quatro meses, a idade média da amostra foi de dezesseis anos e oito meses. Sendo quatorze do gênero feminino e cinco do gênero masculino. Os pacientes se submeteram a tratamento com disjuntores palatinos dos quais. Para isso dezenove radiografias foram tomadas antes da cimentação dos disjuntores e dezenove foram 21 tomadas após a fase final de ativação destes aparelhos. Todos os pacientes tiveram sua idade esquelética determinada pela radiografia da mão e punho. Estes pacientes apresentavam indicação para expansão rápida da maxila através de expansores maxilares fixos dento suportado (Hyrax) como primeira etapa do plano de tratamento de má oclusão como mordida cruzada uni e bilateral e com tendência a má oclusão de classe III por deficiência maxilar. O emprego da radiografia da mão e punho foi utilizada para a investigação, junto a uma radiografia oclusal superior total realizada antes do início da ativação do aparelho Hyrax e uma radiografia oclusal realizada imediatamente após o período de ativação do aparelho. O método de medição clínica empregado para verificação da ocorrência da disjunção palatina foi a presença do diastema interincisivo superior, o qual foi complementado com o exame radiográfico oclusal. A amostra foi dividida em dois grupos, sendo um grupo denominado estágio de RUT, correspondente aos indivíduos da amostra que apresentavam a ossificação a ossificação total do osso rádio e o outro grupo denominado não RUT, correspondente aos indivíduos que ainda não apresentavam o estágio de ossificação total do osso rádio. Após a realização deste estudo, podese concluir que não foi possível a previsibilidade de sucesso da disjunção palatina baseado na correlação com a ossificação total do osso rádio. Portanto a disjunção palatina em pacientes com maturação esquelética adiantada continua sendo um procedimento incerto e sujeito a danos periodontais em caso de insucesso. Silva Filho et al (2008) estudaram a ossificação da sutura palatina mediana após o procedimento de expansão rápida da maxila: estudo radiográfico, para isto reuniu uma amostra constituída de trinta e oito pacientes variando entre seis e onze anos, com idade média de nove anos, sendo dezenove meninos e 22 dezenove meninas utilizando o aparelho expansor fixo tipo HAAS. A ativação do aparelho expansor constou de uma volta completa por dia sendo 2/4 de volta pela manhã e 2/4 de volta à noite, durante um período de sete dias. Utilizou-se a radiografia oclusal total da maxila para o diagnóstico da abertura da sutura palatina mediana e para o acompanhamento da neo formação óssea subseqüente. As radiografias foram realizadas no estágio de pré-expansão, mensalmente durante o período experimenta e na fase de contenção, com o aparelho expansor mantido na boca, por um período médio de 4,5 meses. As radiografias foram digitalizadas em um scanner com leitor de transparência com uma ampliação de 100%. Após a conclusão da digitalização as imagens foram dispostas lado a lado obedecendo a uma ordem cronológica crescente. Dois examinadores com formação em ortodontia classificaram as imagens da sutura palatina mediana nas radiografias oclusais totais da maxila, tendo como referência a imagem da pré-expansão em escores que variam de 1 a 4. 1-Ausência de ossificação; 2-Ossificação difusa; 3-Ossificação difusa e presença das margens ossificada delineando a sutura nova; 4-Sutura nova ossificada. Com este estudo os resultados revelaram que é necessários pelo menos três meses para a completa neo formação óssea da sutura palatina mediana, mediante análise da imagem radiográfica oclusal, durante a fase passiva da expansão rápida da maxila. Entretanto, devido à variação individual no tempo de ossificação da sutura palatina e visando menor efeito de recidiva, recomenda-se que o aparelho seja mantido passivo por pelo menos seis meses. A imagem avaliada radiograficamente se mostrou confiável para a determinação da época correta de remoção do aparelho expansor. 23 Fig.3-Seqüência de radiografias oclusais totais da maxila, selecionada aleatoriamente de um paciente do grupo amostral, ilustrando o sistema de escores proposto pelos autores. Fonte: Silva Filho et al (2008) Pinto et al (2006) fizeram um estudo sobre a avaliação da inclinação dentoalveolar e dimensões do arco superior em mordidas cruzadas posteriores tratadas com aparelho expansor removível e fixo e para a realização deste estudo foram selecionados modelos de estudo de 31 crianças portadoras de mordida cruzada posterior, de ambos os gêneros, de diversas etnias e na fase de dentadura mista. Destas crianças, 15 foram tratadas com aparelho expansor removível (AER) tipo placa de Hawley modificado com parafuso expansor palatino (600 – 010, 24 Dentaurum) centralizado e as demais 16 crianças foram tratadas com expansão rápida da maxila obtida com o aparelho expansor fixo (AEF) tipo Hyrax (65.05.013, Morelli). Com a finalidade de avaliar as diferenças produzidas pelos dois tipos de tratamento nas dimensões e formas de arco, foram realizadas medidas nos modelos de estudo iniciais e finais desses pacientes. Os pacientes tratados com AER tiveram seu parafuso ativado ¼ de volta por semana até o descruzamento da mordida com sobrecorreção de até 1 mm de cada lado, pelo período de 8,5 meses ( 4 a 11 meses). Já os pacientes tratados com AEF tiveram o parafuso ativado ¾ de volta do parafuso no ato da instalação e mais ¼ de volta pela manhã e ¼ à tarde todo dia pelo período médio de 2,5 semanas até descruzar a mordida, também com sobrecorreção de até 1 mm de cada lado. Após o descruzamento da mordida, o parafuso foi estabilizado pelo período médio de 5 meses (3,5 a 8,5 meses), quando foi removido. As dimensões do arco superior foram analisadas por meio da distância intercaninos ao nível de cúspide e cervical e da distância intermolares ao nível de cúspide mésio-vestibular e cúspide palatina nas imagens escaneadas da oclusal do modelo superior. Analizou-se a forma do arco e inclinação dentária verificando o contorno do palato por meio do ângulo formado pelos hemi-arcos, pelo ângulo do processo alveolar direito e esquerdo, pela profundidade do palato e pelas inclinações dos primeiros molares permanentes superiores utilizando o ângulo oclusal direito e esquerdo. Estas medidas foram tomadas a partir da imagem do contorno do palato e dos molares obtida com auxílio de template ajustável pressionado ao nível da cúspide palatina dos primeiros molares permanentes superiores do modelo de estudo do arco superior. Com este estudo concluíram que o AEF promoveu aproximadamente o dobro de expansão e maior inclinação dos processos alveolares em relação ao AER. 25 A) B) Fig.4- Modelos superiores pré e pós tratamento de paciente tratado com AEF (A) e paciente tratado com AER (B). Fonte: Pinto et al (2006) Baratireri et al (2010) estudaram os efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de classe II: avaliação por tomografia computadorizada cone-Beam, e para este estudo foram selecionadas 17 crianças. Dentre essas crianças havia 8 meninos e 9 meninas, com idade média de 10,67 anos e 10,05 anos, respectivamente, com má oclusão de classe II, divisão 1, e deficiência transversal esquelética da maxila. Todos os pacientes foram submetidos 26 ao protocolo de expansão rápida da maxila preconizada por Haas para pacientes até 14 anos. Os aparelhos foram padronizados com fio de aço de 0, 047” de diâmetro e parafuso expansor de 11mm ( Dentaurum, modelo Magnum). A ativação inicial do aparelho foi de uma volta completa(0,8mm) no dia da instalação, e duas ativações diárias de ¼ de volta (0,2mm por ativação, 0,4mm diários) até a face palatina dos molares superiores contatar a face vestibular do molar inferior quando o paciente projetava a mandíbula, até obter relação de classe I. A fase ativa variou de duas a tr6es semanas, quando então o parafuso expansor foi estabilizado com fio de amarrilho 0,012”duplo. O aparelho expansor foi mantido em boca passivo durante os seis meses seguintes, sendo removido ao final desse período. As TCCBs foram solicitadas no pré-tratamento (T1), imediatamente após a estabilização do parafuso expansor (T2), e depois de completados seis meses de contenção, quando o aparelho foi removido (T3). Para a aquisição de todas as imagens tomográficas, foi utilizado o mesmo aparelho de tomografia ( i-CAT), de acordo com protocolo padronizado e tempo de escaneamento de 20 s. Os exames realizados em T1, T2,e T3 foram salvos em formato Dicom (digital imaging and communications in medicine) e com auxílio do software Dolphin Imaging versão 11.0, foi possível a reconstrução das imagens tomográficas em 3D e a realização das avaliações. A abertura da sutura palatina mediana foi clinicamente confirmada em todos os pacientes com a abertura do diastema interincisivos do terceiro ao quinto dia após o início da ativação do aparelho expansor, e visualizada na imagem tomográfica realizada em T2. Com o presente estudo foi concluído que os pacientes com má oclusão de classeII avaliados obtiveram aumento significativo da dimensão transversa, tanto esquelético quanto dentário, sem causar alterações nos molares de ancoragem. O período de 27 seis meses de contenção com aparelho expansor de Haas permitiu manter o ganho transversal esquelético e o retorno da inclinação dentoalveolar inicial. 1. Fig. 5 – Abertura da sutura palatina mediana visualizada (seta), em T2 na reconstrução em 3D ( software Dolphin Imaging) Fonte: Baratieri et al (2010) 28 Rossi et al (2010 ) estudaram a avaliação cefalométrica das alterações verticais e anteroposteriores associadas ao uso do expansor maxilar com cobertura oclusal e para o estudo utilizaram uma amostra composta por 25 crianças (13 meninas e 12 meninos ), sem distinção de gênero, raça ou classe social. A média de idades foi de 8 anos e 5 meses ( variando de 6 anos e 11 meses a 10 anos e 11 meses ) apresentando atresia maxilar e mordida cruzada posterior, uni ou bilateral, com indicação para expansão maxilar como primeira etapa do tratamento ortodôntico. As crianças incluídas na amostra não receberam nenhum tipo de tratamento ortodôntico prévio, apresentavam boa saúde geral e bucal e os primeiros molares permanentes superiores e inferiores, irrompidos e em oclusão. Para a documentação ortodôntica, foram obtidas radiografias panorâmicas e oclusais, telerradiografias laterais e frontais, fotografias intrabucais e modelos de estudo. A expansão rápida da maxila foi realizada com aparelho expansor maxilar com cobertura oclusal de acrílico incolor recobrindo os dentes posteriores e um parafuso para expansão palatal de 9 mm posicionado sobre a rafe palatina a aproximadamente 2mm do palato e entre os segundos molares decíduos. O aparelho foi ajustado na boca do paciente de modo a obter-se o maior número possível de contatos oclusais, bilateralmente, e a fixação foi feita com cimento resinoso adesivo dual. As ativações foram realizadas pelos responsáveis pela criança em ¼ de volta a cada 12 horas, iniciada uma semana após a instalação do aparelho. Quando foi observada a sobrecorreção da mordida cruzada, ou seja, quando as cúspides palatinas dos dentes superiores posteriores estavam ocluindo nas cúspides vestibulares dos dentes posteriores inferiores, o parafuso expansor foi imobilizado com resina acrílica e realizou-se novo ajuste oclusal. O intervalo médio das ativações foi de 20 dias (variando de 14 a 26 dias) e os pacientes 29 permaneceram com o aparelho como contenção fixa por um período mínimo de 90 dias. Após esse período, o aparelho foi removido e os pacientes utilizaram contenção removível (placa de Hawley) por 6 meses. As telerradiografias em norma lateral foram realizadas antes do início do tratamento (T1) e após a remoção do aparelho expansor (T2). As radiografias cefalométricas foram realizadas de forma padronizada, por um único técnico no mesmo laboratório. Os traçados cefalométricos foram realizados; pelo método manual; por um mesmo examinador, nos cefalogramas laterais, foram localizados e marcados os seguintes pontos cefalométricos. Para a análise do comportamento anteroposterior e vertical das bases apicais, foram utilizadas medidas cefalométricas. Com esse trabalho concluíram os autores, que a expansão rápida da maxila, realizada em crianças com o aparelho expansor com cobertura oclusal de acrílico, não promoveu alterações cefalométricas verticais e anteroposteriores. 30 Fig.6 – Aparelho disjuntor com cobertura oclusal de acrilico Fonte: Rossi et al (2010) Fig:7 – Cefalograma lateral e localização das grandezas cefalométricas angulares verticais e antero-posteriores (1) ângulo SNA; (2) ângulo SNB; (3) ângulo ANB; (4) ângulo SNPP; (5) ângulo GoGn; (6) ângulo SN; (7) ângulo SN Poc; (8) ângulo SN Gn (9) Eixo Facial Fonte: Rossi et al (2010) Chiavini et al (2011) estudaram as modificações de forma e dimensões dos arcos superior e inferior obtidas em modelos de estudo após a expansão rápida da maxila com o aparelho Hyrax, para este trabalho foram avaliados modelos de 31 estudo de 14 crianças com idades entre sete e onze anos. Sendo sete do gênero feminino e sete do gênero masculino, que apresentavam mordida cruzada posterior e necessitavam de expansão rápida da maxila. A terapia para correção desta alteração transversal foi realizada com o aparelho Hyrax. As crianças selecionadas eram leucodermas, portadoras de mordida cruzada posterior unilateral ou bilateral, apresentavam ausência de cárie e sem perda precoce de dentes posteriores superiores. Todos os pacientes foram tratados pelo mesmo profissional, seguindo uma padronização dos procedimentos de instalação do aparelho Hyrax, ativação, contenção e remoção do aparelho. O material para a análise constou de três pares de modelos de cada paciente selecionado; o primeiro par obtido no início do tratamento (pré-expansão), o segundo par imediatamente após o período da contenção ativa com o próprio aparelho Hyrax, pelo tempo médio de cinco meses (pós-expansão), e o terceiro par em média 17,2 meses após a remoção do Hyrax (pós-contenção). Estes pares de modelos permitiram a avaliação das alterações de forma, perímetro, comprimento, distâncias lineares transversais do arco, assim como as alterações na inclinação dos molares e rebordo alveolar. Para a construção do aparelho foram selecionadas e adaptadas bandas aos primeiros molares superiores, que deveriam estar inseridas aos dentes no ato da moldagem. Após serem feitas as moldagens de transferências e para evitar deslocamento das bandas no ato do vazamento de gesso pedra no molde, vestia-se de cera utilidade derretida na face lingual das bandas para que as mesmas tivessem maior retenção. Nestes modelos de trabalho foram confeccionados os aparelhos do tipo Hyrax com torno expansor consistindo de um parafuso para expansão de 11mm de abertura com fio de espessura de 1mm, cuja extensão distal foi soldada nas bandas e a mesial tocasse a face lingual dos caninos decíduos. O aparelho então foi cimentado na boca do 32 paciente com ionômero de vidro e colado na lingual dos caninos decíduos com resina autopolimerizável. No ato de instalação do expansor tipo Hyrax, todos os pacientes foram submetidos a ¾ de ativação, nos dias subseqüentes, os responsáveis foram instruídos a ativar o aparelho ¼ de volta pela manhã e ¼ de volta à tarde até que houvesse a sobrecorreção da mordida cruzada posterior, ou seja, as cúspides linguais dos molares superiores deveriam tocar as cúspides vestibulares dos molares inferiores sem trespassá-las. Após ser obtido o resultado esperado foi realizada a estabilização o aparelho inserindo fio de amarrilho 0,25 polegadas no parafuso, evitando qualquer movimento do mesmo. Este aparelho foi mantido por um período médio de cinco meses, tempo este que permite a neo formação óssea na sutura palatina mediana. Após este período de estabilização, o aparelho Hyrax foi removido e realizou-se a moldagem de estudo para a confecção do modelo do tempo pós-expansão. Após um período de 17 meses, estes pacientes foram chamados para a obtenção de novos modelos de estudo, referentes ao tempo pós-contenção. Com este estudo foi revelado que os efeitos da expansão rápida da maxila tanto na pós-expansão como na pós-contenção levaram a: Um aumento estatisticamente significante da distância entre os primeiros molares superiores e dos caninos superiores, que conseqüentemente corrigiu a mordida cruzada posterior; uma recidiva de aproximadamente 40% nas distâncias intermolares e intercaninos, indicando a necessidade de sobrecorreção; uma diminuição do comprimento e um aumento do perímetro do arco superior estatisticamente significante, que permite melhor ganho de espaço para melhor alinhamento dentário e correção da mordida cruzada posterior esquelética. Farronato et al.(2011) estudaram os efeitos sagital e vertical da expansão rápida da maxila em oclusões de classe I, II e III e para este estudo a amostra 33 utilizada foi de: 183 pacientes com idade média de 8,7 anos sendo 91 do gênero feminino e 92 do gênero masculino. Desses 65 eram de classe I, 55 de classeII esquelética e 63 de classe III esquelética com mordida cruzada maxilar bilateral. Os critérios de inclusão foram os seguintes: Pacientes sem história de tratamento ortodôntico, não havia problema de crescimento, as radiografias lateral de pré e pós tratamento eram de excelentes contraste, possuíam hipoplasia maxilar transversal e presença de mordida cruzada posterior bilateral. Os critérios para exclusão foram os seguintes: pacientes com anomalias congênitas, tratamento ortodôntico anterior, assimetrias facial ou dentária e anomalias dentais. Todos os pacientes foram tratados com o expansor Hyrax para corrigir a dimensão transversal. Um cefalograma lateral foi tomada antes do tratamento (T0) e um segundo foi tomado depois da contenção (T1). Nenhum outro tratamento ocorreu durante o período estendendo-se desde T0 a T1. O parafuso Hyrax foi ativado duas vezes por dia com ¼ de volta pela manhã e outro à noite por 15 dias. O aparelho foi deixado no local em um estado passivo por 6 meses. Os pacientes foram controlados semanalmente até que a sobrecorreção foi obtida. As diferenças médias no início e no final do tratamento foram avaliadas com uma t-teste. Com este estudo concluiu-se que em relação à base do crânio a maxila avançou de maneira estatisticamente significativa apenas em pacientes de classe III; a mandíbula mostrou uma pequena rotação para trás somente em pacientes classe III, enquanto que na classe II os pacientes mostraram um aumento estatisticamente significativo como resultado de um movimento para frente; o plano palatino mostrou uma pequena rotação para trás após a expansão rápida da maxila em todos os pacientes; um aumento significativo na altura facial anterior ( N-Me ) foi observada somente em pacientes de classe III. Os dados obtidos neste estudo permitem-nos sublinhar o fato de que a expansão 34 rápida da maxila pode ser usada em todas as classes esqueléticas com bons resultados sagitais e verticais. Gracco et al. (2010) avaliaram o volume palatal após a expansão rápida da maxila na dentição mista, cuja amostra utilizada foi composta por 30 pacientes , sendo 18 do gênero feminino e 12 do gênero masculino em dentição mista. Foram tratados precocemente com um dispositivo de Haas. A idade média dos pacientes tratados pelo mesmo operador, no inicio da expansão foi de 7 anos e 5 meses todos pacientes tinham boa qualidade dos dentes superiores e sem cáries. Em todos os casos a ativação do dispositivo foi realizada por um único turno de seus parafusos por dia até que a cúspide palatina do primeiro molar superior entrou em contato com a cúspide vestibular do primeiro molar inferior. Após a conclusão da fase de expansão, o dispositivo foi usado para manter a mandíbula expandida por um período de 12 meses, antes de ser removido. As impressões do arco maxilar foram tomadas em três intervalos diferentes durante o período da expansão: no inicio do tratamento T1, após a remoção do dispositivo (média de 12 meses), T2 e depois de um período de observação antes da segunda fase do tratamento ortodôntico com um aparelho fixo T3 (média de 2,6 anos). Todas as impressões foram feitas em vinil polissiloxano, os modelos de gesso obtidos foram submetidos a digitalização piezoelétrico. Este processamento scan sistema, em conjunto com software apropriado permite o seguinte: (1) reconstrução 3D precisa do modelo, (2) medições precisas e (3) volume do objeto digitalizado para ser avaliado. Com este estudo os autores concluíram que a Expansão rápida da maxila é um meio eficaz para aumentar o volume do palato e permanece estável ao longo do tempo. E a aplicação 35 de tecnologia de engenharia reversa através de laser para digitalização de modelos de gesso para obter virtual 3D supera as limitações de análise em 2D. Barreto et al. (2005) avaliaram transversal e verticalmente a maxila, após expansão rápida, utilizando um método de padronização das radiografias pósteroanteriores, para este trabalho foram selecionadas 20 crianças que apresentavam mordida cruzada posterior e necessitavam de expansão rápida da maxila. Para selecionar a amostra vários requisitos foram observados: crianças de ambos os gêneros com idade entre 7 e 11 anos; portadores de mordida cruzada posterior uni ou bilateral; leucodermas; ausência de cáries e sem perda precoce de dentes posteriores superiores; ausência de sinais e sintomas de disfunção da ATM; ausências de displasias ântero-posteriores ósseas graves; ausência de problemas periodontais e de má higiene bucal. Uma vez selecionados os pacientes foram tratados, por meio da expansão rápida da maxila com o aparelho Hyrax. Solicitou-se, para avaliação do tratamento, telerradiografias cefalométrica em norma frontal que foram tomadas pelo mesmo operador. Estas radiografias foram realizadas na fase inicial e pós-expansão. Todos os pacientes que iriam ser submetidos à expansão rápida da maxila com o aparelho Hyrax, passavam antes pelo método de realização das telerradiografias em norma frontal (PA), o qual preconizava o uso de fios de referência, adaptados às bandas dos molares superiores. Para a construção do aparelho, as bandas inicialmente utilizadas na primeira tomada radiográfica foram aproveitadas, tomando-se o cuidado de cimentá-las exatamente na mesma altura em relação às pontas de cúspide mesio e disto- vestibular à borda superior da banda. Os fios de referência com diferentes desenhos, que estavam inseridos nos tubos, foram removidos logo após a realização da radiografia e mantidos guardados 36 para posteriores tomadas radiográficas. Estes fios, pelo fato de se mostrarem radiopacos nas radiografias, serviram como referências na avaliação da expansão. A partir daí, foi feita uma moldagem convencional com alginato e as bandas trans feridas para o molde obtido, que foi então vazado com gesso, de forma a obter um modelo de trabalho. Nesse modelo foi confeccionado o aparelho Hyrax, consistindo de um parafuso para expansão de 11 mm de abertura com fio de 1,2 mm, cuja extensão distal é soldada nas bandas e a mesial toca a face lingual dos caninos decíduos. O aparelho foi então cimentado na boca do paciente, mantendo a altura das bandas, com ionômero de vidro e colado na lingual dos caninos decíduos com resina autopolimerizável. Logo após a instalação, todos os pacientes foram submetidos a três quartos de volta de ativação. Estes foram instruídos a ativar o aparelho um quarto de volta pela manhã e um quarto de volta à tarde até que se sobre corrigisse a mordida cruzada posterior. Obtendo-se o resultado esperado, estabilizou-se o aparelho, com fio de amarrilho 0,25” amarrado no parafuso, por 3 meses. Após este período de estabilização, o aparelho foi removido sem a remoção das bandas, cortando-o com uma broca diamantada nas extremidades. Reposicionaram-se, então, os fios de referência nas bandas e realizou-se a segunda tomada radiográfica póstero-anterior, seguindo o método de padronização. Com base na metodologia empregada e na proposição sugerida pode-se concluir da presente pesquisa que: Foi estabelecida uma metodologia para padronização das radiografias póstero-anteriores o que permitiu avaliações confiáveis; é possível empregar, com confiança, medidas verticais na análise cefalométrica frontal, até então não utilizadas devido à falta de padronização; as medidas verticais avaliadas não se alteraram, significativamente, após a expansão rápida da maxila; transversalmente, a expansão rápida da maxila com o aparelho Hyrax provocou 37 efeitos ortopédicos, aumentando a largura da base maxilar e efeitos ortodônticos com a inclinação dos molares superiores para vestibular. Além disso, a largura da cavidade nasal aumentou em todos os pacientes. Figura 8 – Fios de referência adaptados às bandas dos molares superiores. Fonte: Barreto et al (2005) Moura et al (2009) estudaram a expansão rápida da maxila através da avaliação de dois métodos de reconstrução 3D por meio de um método laboratorial, 38 neste estudo foi desenvolvido um modelo laboratorial para análise do efeito transverso da expansão rápida da maxila, por meio de diferentes recursos de reconstrução tridimensional a partir de um crânio seco humano. A expansão maxilar foi realizada com um disjuntor tipo Haas, com anéis adaptados aos segundos molares e aos primeiros pré-molares, pois esses elementos apresentavam suas raízes com maior inserção no processo alveolar, oferecendo melhor ancoragem para a realização do procedimento. Para viabilizar a abertura do parafuso expansor (Dentaurum, 600-301, com capacidade para 7,5mm de expansão), por tratar-se de um crânio seco de um adulto com maturidade esquelética, uma lima para gesso foi utilizada para romper a sutura palatina mediana, desde a espinha nasal anterior até o ponto de inserção da sutura palatina mediana e sutura palatina transversa. Em seguida, o parafuso foi acionado 4 voltas completas, com uma abertura linear de 3,2 mm, ponto a partir do qual a resistência óssea era suficiente para deformar a chave de ativação do parafuso, não permitindo uma abertura maior. Para a obtenção das TC, o aparelho Asteion (Toshiba, Japan) foi configurado com: 120kvp, 80mA, cortes de 1mm de espessura e 1mm de intervalo, e tempo de exposição de 3,6s. As CBCT foram obtidas através do iCAT (Imaging Sciences International, Hatfield, PA), configurado com 120Kvp, 30mA, cortes de 1mm e voxel de 0,4mm. A reconstrução tridimensional das estruturas maxilares foi realizada pelo programa Dental Slice v. 2.1 (BioParts Brasília, Brasil) para todos os exames tomográficos. Com isso foi concluído que a utilização de cortes tomográficos, adquiridos tanto por meio de tomógrafo computadorizado de alta resolução quanto por meio da técnica cone beam, possibilita a reconstrução tridimensional da maxila após o procedimento de expansão rápida, com o propósito de possibilitar uma real avaliação da abertura intermaxilar. 39 Scanavini et al (2010) avaliaram a rotação mandibular após os efeitos da disjunção rápida da sutura palatina mediana, para a realização deste estudo a amostra utilizada foi a seguinte: 93 telerradiografias cefalométricas obtidas em norma lateral de 31pacientes jovens, sendo 16 do gênero masculino e 15 do feminino, com idade média de 13 anos e 2 meses no início do tratamento, apresentando dentição permanente, atresia maxilar severa, os quais foram submetidos à disjunção rápida da sutura palatina mediana previamente ao tratamento ortodôntico corretivo. A amostra foi dividida em dois grupos, de acordo com o tipo de aparelho utilizado, sendo o Grupo I (GI) constituído de 18 pacientes (nove do gênero masculino e nove do feminino) que utilizaram o Haas; e o grupo II com 13 pacientes (sete do gênero masculino e seis do feminino) que usaram o Hyrax. Os aparelhos disjuntores foram adaptados e instalados na boca dos pacientes, onde tiveram uma imediata ativação, acionando-se o parafuso expansor em dois quartos de volta (um quarto realizado pelo profissional e um quarto, pelo acompanhante responsável). Os pacientes ou responsáveis legais foram orientados quanto à higienização e aos cuidados com o dispositivo ortodôntico, sua correta ativação e efeitos esperados. Padronizou-se meia volta por dia (um quarto pela manhã e um quarto à noite) durante 11 a 14 dias em média, estabelecendo-se assim a fase ativa do tratamento. Os dois grupos da amostra foram assistidos a cada três ou quatro dias nessa primeira fase e, na fase de contenção, foram monitorados em visitas mensais por três meses (fase passiva do tratamento). A expansão lateral do arco superior foi considerada satisfatória após a obtenção dos contatos das cúspides palatinas dos dentes superiores contra as cúspides vestibulares dos inferiores, alcançando uma sobrecorreção em cerca de 2 a 3 mm. As telerradiografias foram 40 obtidas em três fases: Fase 1 no início do tratamento; Fase 2 imediatamente após o término da disjunção rápida e Fase 3 ao término do nivelamento dos arcos dentários. As radiografias foram executadas com os pacientes em máxima intercuspidação habitual e lábios em repouso, tendo o plano horizontal de Frankfurt orientado paralelamente ao solo. O desenho anatômico foi elaborado utilizando-se a delimitação das estruturas dentoesqueléticas que permitem a demarcação dos pontos e traçados das linhas e planos cefalométricos, fornecendo uma visualização clara dos padrões cefalométricos a serem estudados. Os efeitos ortopédicos da disjunção rápida da sutura palatina mediana são bem conhecidos e descritos na literatura. À medida que o parafuso expansor é ativado, ocorre a disjunção da sutura palatina mediana, ocasionando um aumento real do perímetro do arco dentário superior; acompanhado de boa estabilidade. Essas respostas ortopédicas podem ser comprovadas nos planos horizontais e frontais. No plano horizontal, a abertura da sutura palatina mediana assume uma forma triangular, visualizada por meio de radiografias oclusais, com o vértice localizado na união das lâminas horizontais dos ossos palatinos com base voltada para os incisivos. Associada a essa abertura de sutura ocorre uma inclinação vestibular dos processos alveolares e dos dentes postero-superiores. Os dois tipos de aparelhos disjuntores demonstraram a sua capacidade em promover a disjunção rápida da sutura palatina mediana, resultando em alterações dento esqueléticas no sentido vertical, com o aumento da altura facial anteroinferior e o abaixamento da mandíbula, girando-a no sentido horário. Esse fato pôde ser comprovado observando-se as mudanças ocorridas no padrão esquelético em norma lateral por meio de sobreposição de telerradiografias. As medidas angulares NBA. GoMe, SArGo e NS.Gn, que avaliaram o posicionamento mandibular, apresentaram um aumento significativo entre as fases início de 41 tratamento e pós-disjunção em ambos os grupos (Haas e Hyrax). Baseando-se nos resultados obtidos e na metodologia utilizada, pode-se concluir que o deslocamento rotacional da mandíbula no sentido horário, para baixo e para trás, foi verificado pelo aumento estatisticamente significativo das medidas angulares estudadas na fase pós-disjunção, permanecendo na fase final de nivelamento em ambos os grupos. Este resultado está em concordância com os estudos concernentes à disjunção rápida da sutura palatina mediana com a utilização de aparelhos disjuntores fixos dentomucossuportados e dentossuportados. 42 Fig 9: Representação dos pontos cefalométricos Fig. 10: Representação da abertura da sutura palatina mediana por meio de radiografia oclusal Fonte Scanavini et al (2010) Filho et al (2007) avaliaram o comportamento da sutura palatina mediana em crianças submetidas à expansão rápida da maxila com avaliação mediante imagem de tomografia computadorizada, para este estudo utilizou uma amostra que constou de 17 crianças. As crianças, sendo 10 do gênero masculino e 7 do gênero feminino, apresentavam uma faixa etária de 5 anos e 2 meses a 10 anos e 5 meses, com idade média de 8 anos e 2 meses no início do tratamento. Apenas um paciente encontrava-se no estágio de dentadura decídua, estando todos os demais no estágio de dentadura mista. Para o tratamento da atresia do arco dentário superior 43 utilizou-se um aparelho expansor fixo dento-muco-suportado tipo Haas. O protocolo de ativação consistiu em acionar o parafuso expansor uma volta completa por dia até a obtenção de uma boa morfologia do arco dentário superior, com alguma sobrecorreção. Para estudar o comportamento da sutura palatina mediana frente à expansão rápida da maxila, utilizou-se a tomografia computadorizada, um método de diagnóstico por imagem que permite obter a visualização nítida de uma secção do corpo humano nos três planos do espaço. Todos os pacientes foram submetidos ao exame tomográfico computadorizado três vezes: antes da expansão, imediatamente a fase ativa da expansão e após a fase de contenção com o aparelho expansor. Foi empregado o aparelho de tomografia computadorizada helicoidal Toshiba, modelo Xvision EX, fabricado em 1997, trabalhando com 120KV e 100 mA, com colimador quadrangular de 0,9mm x 0,9mm, inexistindo a radiação secundária. Foram realizados cortes axiais de 1 mm de espessura, paralelamente ao plano palatino, englobando as regiões dentoalveolar e basal da maxila, até o terço inferior da cavidade nasal . A extensão escaneada totalizou, aproximadamente, de 36 mm a 40mm, portanto de 36 a 40 cortes. Os dados foram enviados Workstation, ou estação de trabalho independente. Nesse computador, desvinculado do aparelho de tomografia computadorizada que adquiriu as imagens, o software possibilitou a execução de reconstruções de cortes axiais paralelos ao plano palatino ao nível da sutura palatina mediana. Os cortes tomográficos foram avaliados morfologicamente pelos autores que, em comum acordo, diagnosticaram o comportamento da sutura palatina mediana após a fase de contenção, por volta de 8 a 9 meses com o aparelho expansor fixo. Além do diagnóstico visual, a distância aberta no extremo anterior da sutura palatina mediana e a região da espinha nasal posterior foram medidas com auxílio de ferramenta de medição existente no próprio programa para a 44 leitura das tomografias. Foram calculados a média e o desvio padrão para a abertura da sutura palatina mediana no seu extremo anterior e na região da ENP, bem como a diferença para cada uma delas no período pré-expansão e pós-contenção. Foi aplicado o teste t de Student, para averiguar se havia ou não diferença estatisticamente significante para os valores medidos na região da ENA e ENP na fase de pré-expansão e pós-contenção . Foi concluído então que a imagem tomográfica englobando as regiões dentoalveolar e basal da maxila revelou que após 8 a 9 meses, em média, de contenção com o aparelho expansor, a sutura palatina mediana mostrou-se completamente ossificada em toda a sua extensão. (A) (B) 45 (C) Figura 11 - Tratamento da atresia do arco dentário superior na dentição decídua com aparelho expansor tipo Haas. (A) pré-tratamento; (B) Haas instalado; (C) pós-expansão. Fonte: Filho et al (2007) 46 (A) (B) Figura 12 - Imagem tomográfica mostra a ruptura da sutura palatina mediana (A) pré-expansão e (B) pós- expansão. Filho et al (2007) 47 Coelho et al (2009) avaliaram a posição e a estabilidade dos incisivos inferiores após expansão rápida da maxila, para este estudo foi utilizada uma amostra que consistiu em 21 escolares com idade entre 6 anos e 11 meses e 11 anos, na dentição mista e com mordida cruzada posterior e primeiros molares permanentes irrompidos. As crianças foram divididas aleatoriamente em dois grupos: grupo1 (composto por onze crianças), no qual foi utilizado expansor rápido de maxila encapsulado e grupo 2 ( composto por dez crianças ), no qual foi utilizado expansor Hyrax convencional. Três telerradiografias de cada indivíduo, em norma lateral, foram realizadas: antes do tratamento, após expansão rápida da maxila e após um período de 5 meses de contenção. As medidas cefalométricas utilizadas para avaliar os incisivos foram: /1. NB, /1-NB, /1-LinhaI, IMPA e /1-Jr. Concluindo assim com o presente trabalho que a expansão rápida da maxila, utilizando-se expansor encapsulado ou Hyrax, não provocou alteração significativa das grandezas /1.NB, /1NB, /1-LinhaI, IMPA, antes, após expansão rápida da maxila e após contenção. Entretanto, observou-se diferença na posição dos incisivos inferiores, com vestibularização destes, após expansão da maxila nos grupos 1 e 2 (Hyrax e expansor colado), demonstrado pelo aumento nos valores das medidas incisais, apesar de estas mudanças não terem sido estatisticamente significativas. Houve um retorno à posição inicial dos incisivos inferiores após contenção e remoção dos aparelhos. Lima & Bernardes (2003) estudaram a avaliação da sutura palatina mediana e das alterações verticais das bases ósseas pós-expansão rápida da maxila com aparelho tipo Haas, para este estudo utilizou-se uma amostra que se constituiu de 10 telerradiografias e 10 traçados, 10 radiografias oclusais tomadas no início e após a expansão rápida da maxila de indivíduos leucodermas, brasileiros de ambos os 48 gêneros e com idade de 10 anos e 13 anos e 11 meses. Os pacientes foram selecionados de acordo com os seguintes requisitos: em surto de crescimento; sutura palatina mediana aberta; atresia esquelética transversal da maxila, com indicação terapêutica de expansão maxilar rápida; presença dos primeiros molares permanentes na cavidade bucal. Para a avaliação cefalométrica das alterações verticais foram utilizados os seguintes pontos cefalométricos: Sela (S): ponto médio localizado no contorno interno da sela túrcica; Násio (N): ponto situado na sutura entre os ossos frontais e nasais; Espinha nasal anterior (ENA): ponto mais anterior da espinha nasal anterior; Espinha nasal posterior (ENP): ponto localizado no limite posterior do palato duro; Gnátio (GN): ponto mais anterior e inferior da sínfise mentoniana, determinado pela bissetriz do ângulo formado entre as linhas NP e GoMe; Mentoniano (Me): ponto mais inferior no contorno do mento ósseo. A partir desses pontos cefalométricos foram traçadas as seguintes linhas e planos: Linha SN: linha que passa pelos pontos Sela(S) e Násio(N); Linha Sem: linha que passa pelos pontos Sela(S) e gnátio(Gn); Plano horizontal de Frankfurt(PoOr): plano determinado pela união dos pontos Po (pório) e Or (orbitário); Plano mandibular de Tweed (GoMe): plano determinado pelos pontos Go (gônio) e Me (mentoniano); Plano oclusal: tangente à oclusal dos molares; Altura facial anteroinferior (ENA Me): linha vertical entre os pontos ENA e Me, medida perpendicularmente ao plano horizontal de Frankfurt. A partir dessas linhas e planos obteve-se as grandezas cefalométricas verticais das bases ósseas que são as seguintes: FMA: ângulo formado entre os planos de Frankfurt e o plano mandibular (GoMe); SnGoMe: formado pela linha SN e o plano mandibular GoMe; Ângulo do eixo y de crescimento (SNGn): formado pelas linhas SN e SGn; ângulo do eixo y: formado pelo plano Frankfurt e Gn; Ângulo do plano oclusal: formado pelo plano oclusalGoGn; 49 Inclinação do plano oclusal: formado pelo plano oclusal e o plano de Frankfurt; Altura facial ântero-superior (AFAI): distância linear vertical entre os pontos ENA e Me, medida perpendicularmente ao plano horizontal de Frankfurt. Para a análise da sutura palatina mediana foram utilizadas 20 radiografias oclusais da maxila obtidas antes e após a expansão. Nas radiografias oclusais iniciais, foi observada uma linha radiolúcida dividindo a prémaxila ao meio, um indicativo de que a sutura palatina mediana ainda não tinha completado sua consolidação. Nas radiografias oclusais pós-expansão, observa-se que as margens ósseas da sutura palatina mediana apresentaram-se bastante afastadas, dando um formato de V, com um maior aumento na região anterior, seguido em ordem decrescente dos aumentos nas regiões média e posterior. As conclusões obtidas foram: 1) não houve diferenças estatisticamente significantes das variáveis cefalométricas verticais das bases ósseas, embora todas as medidas finais encontrem-se em torno de 60 a 90% alteradas a mais, em relação às iniciais; 2) a abertura da sutura palatina mediana foi em forma de V, póstero-anterior, com afastamento maior na região anterior do que na posterior. Figura 13-Radiografia oclusal inicial da maxila Fonte:Lima.&.Bernardes,(2003) Figura14-Radiografia oclusal pós ERM 50 Vianna et al (2003) avaliaram os efeitos imediatos da expansão rápida da maxila (ERM) em telerradiografias póstero-anteriores utilizando o programa Dentofacial Planner Plus, para este estudo foram avaliados 6 pacientes, sendo 4 do gênero feminino e 2 do gênero masculino, com atresia maxilar transversa e indicação para expansão rápida da maxila, com idades entre 7anos e 7 meses a 11 anos de idade. Foi construído, para cada um dos pacientes, um aparelho tipo “Haas modificado”, composto por anéis ortodônticos nos primeiros molares permanentes, uma conexão em fio de aço inoxidável de 1,2mm adaptada à face palatina, em ambos os lados, do primeiro molar permanente até a região de caninos decíduos, com um parafuso expansor (Dentaurum de 11 mm) e acrílico na região palatina. A fixação do aparelho foi realizada com cimento de ionômero de vidro nos primeiros molares e com resina fotoativada nas faces palatinas dos dentes à frente dos primeiros molares permanentes. Na consulta de cimentação, o aparelho foi ativado 4/4 de volta, sendo o paciente e seus responsáveis orientados a realizar a ativação de ¼ de volta de 12 em 12 horas nos dias subseqüentes. A cada 7 dias os pacientes retornaram para as consulta de monitoramento. A expansão foi interrompida quando se observava que as arestas longitudinais das cúspides palatinas dos primeiros molares permanentes superiores ocluíam com as porções mais superiores das vertentes triturantes das cúspides vestibulares dos primeiros molares inferiores. Nesse momento, procedeu-se à fixação dos parafusos com uso de fios de amarrilho metálico de 0.30mm, sendo os aparelhos mantidos em posição por 90 dias. Optouse pela utilização das telerradiografias póstero-anteriores (PA), pois elas constituem um meio excelente para avaliar os efeitos ortopédicos e ortodônticos nos casos tratados através da ERM. As telerradiografias foram obtidas em dois momentos, como parte da documentação inicial do caso e no momento da fixação dos 51 parafusos, quando foi interrompida a expansão. O intervalo de tempo entre as duas tomadas radiográficas não ultrapassou 30 dias. Sobre cada uma das radiografias foram realizados traçados cefalométricos frontais, por um único examinador. Os traçados foram digitalizados por um único pesquisador utilizando o Programa Dentofacial Planner Plus, sendo selecionado o traçado “Standard 55 Frontais”. Para controlar o número de ativações realizadas pelos pacientes, foi entregue a cada indivíduo uma folha com espaço para anotação da data e dos horários das ativações. Essas folhas eram avaliadas em cada uma das consultas de monitoramento e posteriormente foram recolhidas quando da estabilização dos parafusos expansores e início do período de contenção. Concluindo com base nos resultados obtidos no presente estudo, pode-se sugerir que: 1) As modificações relacionadas à ERM extrapolaram os limites da sutura palatina mediana; 2) Foi obtido um aumento expressivo do espaço nasal após a ERM; 3) Na arcada inferior não ocorreram modificações dimensionais imediatas após ERM; 4) As telerradiografias PA são importantes meios de avaliação dos efeitos da ERM e deveriam ser realizadas como rotina para permitir melhor visualização das estruturas anatômicas da face e alterações decorrentes da mecânica ortodôntica. Souza et al (2007) estudaram a análise morfológica do arco superior de portadores de fissura labiopalatal submetidos a diferentes protocolos de expansão rápida maxilar: avaliação das alterações maxilares, para esta pesquisa foi utilizada uma amostra constituída de, 15 pacientes com fissura transforame incisivo unilateral, com atresia maxilar (transversal e anteroposterior) e idades entre 7 e 14 anos, que realizaram as cirurgias primárias reabilitadoras ( queiloplastia e palatoplastia) que foram selecionados para o procedimento de expansão e protração maxilar. A 52 seleção da amostra foi baseada em escolha aleatória de indivíduos brasileiros, leucodermas, sendo sete do gênero masculino e oito do gênero feminino, divididos em dois grupos. Um grupo, composto por sete indivíduo, foi submetido à expansão rápida da maxila (ERM) com protocolo de ativação convencional (Grupo 1 ), enquanto o outro grupo, com oito integrantes, foi submetido à ERM com protocolo de ativação, de expansões e contrações alternadas ( Grupo 2 ), sendo ambos submetidos posteriormente à protração maxilar com máscara de tração reversa. A ERM foi realizada com aparelho disjuntor tipo Haas modificado- composto por anéis nos primeiros molares permanentes e primeiros molares decíduos (ou primeiros prémolares)-confeccionados com fio de aço inoxidável de 1,0mm de diâmetro e soldado aos anéis por vestibular e palatino. Na mesial dos anéis dos primeiros pré-molares foram confeccionados ganchos para protração maxilar. O parafuso expansor possuía passe de 0,8mm e abertura de 11 mm. O protocolo de tratamento para o grupo 1 foi de uma semana de ERM, seguida de 23 semanas de protração maxilar, perfazendo um total de 24 semanas (aproximadamente 6 meses) de expansão e protração maxilar. A ativação do parafuso iniciou-se no mesmo dia da cimentação, com 0,8mm por dia, durante uma semana. A primeira ativação foi de 4/4 de volta (1 volta completa) e, nos dias subseqüentes, a ativação foi de 2/4 de volta pela manhã e 2/4 de volta à noite. Após uma semana da fase ativa da ERM, o parafuso expansor foi estabilizado com fio de amarrilho 0,30mm de diâmetro. Foi iniciada então, a protração da maxila com máscara facial tipo Petit com elásticos de protração adaptados aos ganchos localizados na distal dos caninos superiores, sendo trocados semanalmente. A tensão nos elásticos foi de 500g de cada lado. Os pacientes foram instruídos a usar a máscara facial durante um período de 24 horas por dia, ou o máximo possível. Para o grupo 2, o protocolo de ativação foi de sete 53 semanas alternadas de expansões e contrações rápidas da maxila, iniciando-se pela expansão, seguidas de 17 semanas de protração maxilar, completando o período de 24 semanas de tratamento. A seqüência foi de seis sessões semanais alternadas de expansões e contrações da maxila, seguida por uma semana de expansão final, com ativações de 0,8mm por dia (uma volta completa do parafuso). A máscara facial foi instalada após as sete semanas de expansões e contrações alternadas da maxila e seguiu-se o mesmo protocolo de tratamento do Grupo1. Como documentação foi realizado modelos de gesso antes da cimentação do disjuntor tipo Haas modificado e após 24 semanas de tratamento em ambos os grupos. As moldagens foram realizadas com alginato manipulado, de acordo com as especificações do fabricante, e os moldes vazados com gesso pedra especiais, em razão de sua maior reprodução de detalhes. Após a obtenção dos modelos de gesso, as distâncias transversais foram registradas com um paquímetro digital tanto na região anterior como na posterior do arco superior, sendo analisadas as seguintes dimensões: distância interpré-molares superiores: correspondente à região anterior do arco, sendo considerada a distância entre as pontas das cúspides palatinas dos primeiros pré-molares (14 e 24). Quando esses estavam ausentes, foi considerada a distância entre as pontas das cúspides mesiopalatinas dos primeiros molares decíduos (54 e 64); distância intermolares superiores: correspondente à região posterior do arco, sendo considerada a distância entre as pontas das cúspides mesiopalatinas dos primeiros molares superiores permanentes (16 e 26). Com base na análise dos resultados obtidos, conclui-se que os dois protocolos de ativação foram igualmente efetivos na expansão maxilar, não havendo diferença em relação ao aumento transversal obtido. Sendo assim, ambos podem ser utilizados 54 quando o intuito do tratamento é obter um aumento no diâmetro transversal do arco superior. Gondo et al ( 2010 ) avaliaram as alterações transversais e verticais decorrentes da expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC) para isto foram selecionados 17 pacientes, sendo seis do gênero masculino e 11 do feminino, com média de idade de 24 anos e um mês, variando de 17 a 35 anos. Todos os pacientes selecionados apresentavam maturação esquelética definida, atresia maxilar superior a 5 mm, associada a mordida cruzada posterior uni ou bilateral, não tinham sido submetidos a tratamento ortodôntico prévio e com ausência de síndrome craniofaciais. O material para análise e para comparação constou de três telerradiografias póstero-anterior de cada paciente selecionado, realizadas no início do tratamento, no período pré-expansão (T1), imediatamente após a expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (T2) e outra após três meses de contensão com o próprio aparelho expansor (T3), totalizando 51 telerradiografias. Para efeito de padronização, as radiografias foram obtidas sempre por um mesmo profissional (técnico em Radiologia). Os pacientes foram posicionados em pé no interior do cefalostato, com o tórax e cabeça verticalizados. Para cada paciente foi confeccionado um aparelho expansor maxilar do tipo Hyrax, com um parafuso expansor co capacidade para até 13 mm de expansão. Foram utilizados quatro dentes de ancoragem, sendo os dois primeiros molares e os dois primeiros pré-molares. Os fios ortodônticos de 1,2mm de diâmetro fizeram as conexões entre as bandas nas superfícies vestibulares e palatinas. Eles foram instalados uma semana antes da realização da cirurgia. O procedimento cirúrgico padronizado e adotado obedeceu ao traçado estabelecido para uma cirurgia de 55 osteotomia de maxila tipo Le Fort I, caracterizado pela não abordagem da sutura pterigopalatina e ser associado à osteotomia sagital mediana da maxila. Após as osteotomias, o dispositivo expansor foi então ativado de forma que os maxilares fossem expandidos cerca de 3 a 5 mm antes do fechamento dos tecidos incisados para conferência das osteotomias e avaliação da expansão bilateral e simétrica. Caso fosse verificada apenas expansão unilateral, as osteotomias seriam conferidas e complementada no lado estável, para evitar uma expansão unilateral assimétrica. Posteriormente, o parafuso expansor era desativado, mantendo-o com uma abertura de 1 mm. O início da ativação do parafuso expansor foi a partir do terceiro dia após a realização da cirurgia. Na primeira consulta, foi realizada uma ativação (¼ de volta). Após as orientações, o responsável pela ativação do aparelho era instruído a realizar ¼ de volta a cada 12 horas, totalizando 2/4 de volta ao dia. Os pacientes retornavam uma vez por semana para controle da ativação, até completar a abertura total do parafuso ou alcançar os objetivos oclusais. Os limites para a expansão foram determinados por critérios eminentemente clínicos, sempre procurando realizar uma sobrecorreção dental, com o objetivo de maximizar o efeito ortopédico, permitir a subseqüente verticalização dos dentes inclinados e a remodelação do processo alveolar. A pausa da ativação do parafuso ocorria quando havia o contato das vertentes vestibulares das cúspides palatinas dos molares superiores com as vertentes linguais das cúspides vestibulares dos molares inferiores. Passada a fase de expansão, o parafuso expansor era estabilizado com um fio de aço, evitando a sua desativação durante a fase de contenção. Diante deste estudo pode-se concluir que: 1) Houve um aumento significante nos valores da largura maxilar e largura nasal com a expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC) e uma estabilização dos mesmos no período de contenção. Verticalmente, ocorreu 56 aumento significante da altura facial ântero-inferior com a expansão e estabilização da mesma durante o período de contenção; 2) Tanto a distância entre os ápices como a entre as coroas dos incisivos centrais superiores aumentaram significantemente com a ERMAC retornando em direção à posição inicial, durante o período de contenção, principalmente a distância entre as coroas; 3) As distâncias intermolares superiores e inferiores aumentaram significantemente com a expansão e se mantiveram estáveis durante o período de contenção. O aumento das distâncias intermolares foi aumentado devido a expansão causada pela abertura da sutura palatina mediana como conseqüência a vestibularização dos molares superiores. 57 Figura 15-Aparelho Expansor tipo Hyrax. Fonte: Gondo et al (2010) Scattaregi & Siqueira (2009) realizaram um estudo sobre a avaliação cefalométrica da estabilidade pós-expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente, a amostra selecionada para esse estudo retrospectivo foi composta por 60 telerradiografias em norma frontal, de 15 pacientes. Sendo 6 do gênero masculino e 9 do gênero feminino, com média de idades de 23 anos e 3 meses, variando de 18 a 35 anos. Todos os pacientes foram submetidos à expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC). Os critérios de seleção dos pacientes foram: adultos com maturação esquelética definida; presença da atresia maxilar de 5 58 mm ou mais; mordida cruzada posterior uni ou bilateral; sem tratamento ortodôntico prévio e ausência de síndromes craniofaciais. Para esse estudo foram utilizadas apenas as telerradiografias em norma frontal. As telerradiografias utilizadas para a comparação foram em número de quatro, todas em norma frontal (posteroanterior), para cada paciente selecionado, realizadas ao início do tratamento, na fase de préexpansão (T1); imediatamente após a expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (T2); aos três meses pós-expansão, com o próprio aparelho expansor como contenção (T3); e aos seis meses pós-expansão, com placa removível de acrílico como contenção (T4)-totalizando 60 telerradiografias. Para cada paciente foi confeccionado o expansor maxilar tipo Hyrax, com o parafuso expansor (Morelli) com capacidade para 13 mm de expansão. Foram utilizados quatro dentes de ancoragem, sendo os dois primeiros molares e os dois primeiros pré-molares. Todos os aparelhos foram confeccionados de forma padronizada. Os fios ortodônticos de 1,2mm de diâmetro fizeram as conexões entre as bandas nas superfícies vestibulares e palatinas. Utilizou-se solda de prata na união entre os fios e as bandas e entre as bandas e os parafusos. Esses parafusos foram instalados uma semana antes da realização da cirurgia, após prévia separação com elástico separador, com cimento de ionômero de vidro. A técnica cirúrgica consistiu de uma osteotomia de maxila Le Fort I modificada, caracterizada pela osteotomia sagital mediana da maxila e não abordagem da sutura pterigopalatina. O dispositivo expansor foi, então, ativado de forma que os maxilares fossem expandidos cerca de 3 a 5mm antes do fechamento dos tecidos incisados, para conferência das osteotomias e avaliação da simetria da expansão bilateral. Caso fosse verificada apenas a expansão unilateral, as osteotomias seriam conferidas e complementadas no lado estável, para evitar uma expansão unilateral assimétrica. Posteriormente, o 59 parafuso expansor foi desativado, sendo mantido com uma abertura de 1 mm, e realizado o fechamento por planos das incisões, com pontos separados de vicryl 3.0. O início da ativação do parafuso expansor para a obtenção da expansão rápida da maxila ocorreu a partir do terceiro dia após a realização da cirurgia. Na primeira consulta foi realizada uma ativação (1/4 de volta). Após as orientações o responsável pela ativação do aparelho foi instruído a realizar ¼ de volta a cada 12 horas totalizando 2/4 de volta ao dia, sendo a chave inserida e direcionada de anterior para posterior. Os pacientes retornavam uma vez por semana para controle da ativação, até completar a abertura total do parafuso ou alcançar os objetivos oclusais. Os limites para a expansão foram determinados por critérios eminentemente clínicos, sempre procurando realizar uma sobrecorreção dentária, com o objetivo de maximizar o efeito ortopédico, e permitir subseqüente verticalização dos dentes inclinados e remodelação do processo alveolar. A pausa da ativação do parafuso ocorria quando havia o contato das vertentes vestibulares das cúspides palatinas dos molares superiores com as vertentes linguais das cúspides vestibulares dos molares inferiores. Passada a fase de expansão, o parafuso expansor foi estabilizado com um fio de latão, evitando a sua desativação durante a fase de contenção. Três meses após a estabilização, o disjuntor tipo Hyrax foi removido e, imediatamente após, foi instalada uma placa removível de contenção, utilizada por mais três meses. Para a realização dos traçados cefalométricos, as telerradiografias foram digitalizadas, as quais posteriormente foram importadas para o software Radiocef Studio 2. As variáveis lineares medidas foram: A) Largura facial; B) Largura nasal; C) Largura maxilar: distância; D) Distância intermolares superiores; E) Distância intermolares inferiores; F) Altura facial anteroinferior. Com base neste estudo, na metodologia empregada e nos resultados obtidos é possível concluir que: 60 a) Houve um aumento da distância intermolares superiores imediatamente após a expansão, que se manteve estável aos três e aos seis meses pós-expansão. Para a distância intermolares inferiores, a ERMAC não promoveu nenhuma alteração significativa; b) A largura facial não apresentou alteração após a ERMAC, entretanto, as larguras nasais e maxilares demonstraram um aumento imediatamente após a expansão, que se manteve estável aos três e aos seis meses pós-expansão; c) A altura facial anteroinferior apresentou um aumento imediatamente após a expansão, com diminuição aos três meses de pós-expansão e estabilidade após seis meses de expansão. (A) (B) 61 (C) (D( Fig.16-telerradiografias em norma frontal: A) pré-expansão (T1), B) imediatamente após a expansão (T2), C) três meses pós-expansão (T3) e D) seis meses pósexpansão (T4). Fonte: Scattaregi & Siqueira (2009) Carlini et al (2007) avaliaram a correção das deficiências transversas e ântero-posteriores da maxila em pacientes adultos esse estudo foi realizado com 10 pacientes adultos, variando de 25 a 34 anos, 7 pacientes do gênero masculino e 3 do gênero feminino. Todos eram portadores de classe III esquelética e discrepância transversal real. Seis pacientes apresentavam retrognatismo maxilar e três pacientes apresentavam mau posicionamento mandibular. Para potencializar o efeito ortopédico de tração reversa, recomendou-se a instalação do aparelho expansor tipo Hyrax, que recebeu ganchos soldados na vestibular de caninos e pré-molares. Nestes ganchos, foram encaixados os elásticos que faziam a ligação entre o expansor e a máscara facial. Os elásticos utilizados promoveram uma força de 500g de cada lado e o paciente foi orientado a usar a máscara facial de 16 a 18 horas por 62 dia, até a sobrecorreção da deficiência. A média de uso da máscara foi de 4 meses e durante seu uso foi realizada a expansão da maxila. Com o paciente sob anestesia geral e anestesia infiltrativa no fundo de vestíbulo maxilar, sendo feita uma incisão neste local com uma lâmina número 15, estendendo-se de primeiro molar ao primeiro molar contralateral. Os tecidos moles foram destacados subperiostalmente, expondo a porção superior e lateral da maxila, a fossa nasal e a abertura piriforme. O deslocamento foi tunelizado para posterior, em direção à junção pterigomaxilar. A osteotomia da parede lateral da maxila foi determinada 5 mm acima dos ápices dentários. A osteotomia Le Fort I era realizada por completo, evitando somente o rebaixamento e soltura da maxila. Nesta fase, o aparelho expansor foi ativado para confirmar se a maxila estava expandindo simetricamente. Em seguida, retornou-se o parafuso totalmente e realizo-se a sutura com fio de poligalactina 4.0. Após sete dias de cirurgia, iniciou-se a ativação do aparelho tipo Hyrax, ativando ½ volta ao dia do parafuso, dividido em ¼ de volta pela manhã e ¼ de volta à tarde. Concomitante à expansão, foi instalada a máscara facial, O período médio foi de 4 meses para o uso do Hyrax e da máscara facial. Após este período, o paciente foi liberado para o tratamento ortodôntico. Recomendamos que antes do procedimento na maxila, seja instalado o aparelho ortodôntico fixo no arco inferior, para descompensar os dentes inferiores e estabilizá-los com arcos retangulares. Nesta situação teremos a condição real dos movimentos da maxila no sentido ântero-posterior e transversal. Para mensurar o movimento ântero-posterior da maxila, tomamos como referências as bordas incisais dos incisivos centrais superiores e inferiores. Quanto ao movimento transverso, houve somente avaliação clínica. Foram solicitadas radiografias pós-operatórias (telerradiografias de perfil e oclusal superior). A primeira, para mensurar o movimento ântero-posterior e a segunda para observar a 63 consolidação óssea da sutura palatina. Foi concluído que com a utilização da técnica descrita proporciona um menor tempo de tratamento, menor custo e, principalmente, evita a necessidade de duas intervenções cirúrgicas (disjunção e avanço maxilar), solucionando, simultaneamente, o problema transverso e ântero-posterior da maxila. As desvantagens observadas são a dificuldade de adaptação no uso da máscara facial e o compromisso do paciente na sua utilização. (A) (B) Figura 17 -A - pré-operatório e B-pós-operatório. Fonte: Carlini et al (2007) Simões et al (2009) avaliaram a altura facial inferior após expansão rápida da maxila, para este estudo foram utilizadas uma amostra constituída de 93 telerradiografias em norma lateral, de 31 pacientes, sendo 15 do gênero feminino e 16 do gênero masculino, brasileiros, com idade média de 13 anos e 2 meses, com atresia maxilar severa na dentadura permanente. Na primeira etapa da correção da 64 má oclusão os pacientes foram submetidos à disjunção rápida da sutura palatina mediana, por meio de aparelhos disjuntores fixos dentomucossuportados tipo Haas e dento suportados tipo Hyrax. O procedimento clínico da disjunção rápida da sutura palatina mediana inclui uma fase ativa, que libera forças laterais disjuntando a sutura, e outra passiva, de contenção, em que o aparelho permanece passivo na cavidade bucal por um período mínimo de três meses, quando se processa a reorganização sutural da maxila e as forças residuais acumuladas são dissipadas. Os aparelhos foram ativados de acordo com o seguinte protocolo: O primeiro acionamento do parafuso expansor, foi logo na seqüência de sua instalação, em 2/4 de volta (sendo ¼ de volta realizado pelo profissional e ¼ pelo acompanhante do paciente); ativações diárias de 2/4 de volta (1/4 pela manhã e ¼ à noite), durante 11 a 14 dias. Os pacientes foram assistidos a cada 3 ou 4 dias, até o final da fase ativa da disjunção, segundo o grau de atresia maxilar, e durante o período de contenção, eventualmente. A expansão lateral do arco superior foi considerada satisfatória somente após a obtenção dos contatos oclusais diretos entre as pontas de cúspides palatinas dos dentes póstero-superiores, com as vestibulares dos póstero-inferiores, alcançando uma sobrecorreção em cerca de 2 a 3 mm. Para cada paciente foram obtidas três telerradiografias em norma lateral direita e com os dentes em oclusão cêntrica, no início do tratamento (Ti), imediatamente após a finalização da disjunção rápida da sutura palatina mediana com aparelho disjuntor fixo (T2), e ao término da fase de nivelamento dos arcos dentários (T3). O desenho anatômico constituiu-se dos detalhes obtidos segundo os critérios descritos por Interlandi (1969), pela delimitação das estruturas. A altura facial total foi medida por meio das distâncias SGo e N-Me, e a altura facial inferior por Go-PP. Concluindo, observou-se que nos dois grupos estudados, teve um aumento estatisticamente significante na altura 65 facial inferior (anterior e posterior) imediatamente após a disjunção rápida da sutura palatina mediana até a fase de nivelamento, caracterizando um padrão esquelético mais vertical. Fig.18 - Pontos, Linhas, Planos e grandezas cefalométricas. Fonte: Simões et al (2009) 66 Martins et al (2009) analisaram a expansão rápida da maxila, enfatizando a análise da densidade radiográfica da sutura palatina mediana e sua correlação nos estágios de neo-formação óssea, por meio da imagem digitalizada. Para este foi utilizada uma amostra de 23 pacientes com idades entre 9 e 12 anos, em que todos foram tratados com o procedimento de expansão rápida da maxila, sendo submetidos ao mesmo protocolo de ativação, por meio de aparelhos expansores dentossuportados Hyrax e Macnamara. O procedimento de expansão teve a duração de duas semanas, sendo que as ativações iniciaram com uma volta completa no parafuso uma semana após a ativação do disjuntor, continuando com duas ativações diárias de ¼ de volta pela manhã e ¼ de volta à noite. Uma vez concluída a disjunção, o parafuso expansor foi fixado, para que não ocorresse nenhuma movimentação. Com a finalização desta fase, iniciou-se a fase de contenção pósexpansão, a qual teve duração de três meses. Os diferentes momentos analisados durante o procedimento foram divididos em: Fase I – antes da expansão; Fase II – término da expansão e fixação do parafuso; e Fase III – três meses após o término da expansão. Durante essas fases, as radiografias oclusais foram obtidas e posteriormente digitalizadas. Para a obtenção dessas imagens, utilizou-se um aparelho de raios X SPECTROII Dabi-Atlante, com o tempo de exposição de 1s, filme oclusais Kodak Insight e um posicionador para técnica oclusal com inclinação de 65 graus a fim de determinar a distância foco-filme. Com a finalidade de padronização, um corpo-de-prova radiopaco, representado pelo número 1, foi instalado na radiografia antes da incidência radiográfica, visando a equalização das leituras de densidade e a eliminação das variações relacionadas com a temperatura e a concentração das soluções químicas durante seu processamento, bem como 67 variáveis referentes ao tipo de scanner utilizado. Todas as radiografias foram reveladas por processamento automático, em uma processadora AT 2000 Plus, com solução química Kodak a 30 graus centígrados. Em seguidas, essas imagens foram digitalizadas em um scanner Scanion A3 com resolução de 300dpi e submetidas a um programa específico para leituras de imagens digitais (Digora for Windows 5.6, Digital Dental, Reino Unido). Essas imagens foram realçadas em suas características de brilho, contraste e densidade (recursos oferecidos pelo programa utilizado). Após esse procedimento, duas áreas de interesse foram demarcadas na região da sutura palatina mediana e uma terceira área no corpo-de-prova que foi instalado nas radiografias conforme descrito anteriormente. A primeira área, denominada “A”, situou-se na região anterior da sutura palatina mediana. A segunda área, denominada “B”, localizou-se na região posterior da sutura palatina mediana; e a terceira área, denominada “C”, foi localizada dentro do corpo-de-prova. Logo após foi obtido os valores médios da densidade nos três momentos estabelecidos. Com esse trabalho concluiu-se que a neo-formação óssea da sutura palatina mediana sofreu variações em função do tempo, nas várias fases analisadas, apresentando uma ossificação incompleta no período de três meses de contenção, o qual foi insuficiente para a recuperação completa dessa sutura. Sendo assim, sugere-se a remoção do aparelho expansor somente depois que a reorganização da sutura estiver completamente concluída, e que o tempo de contenção após a expansão rápida seja maior – com a finalidade de controlar as indesejáveis recidivas, beneficiando, portanto, a estabilidade do tratamento. Concluiu-se também que, por meio do estudo comparativo das densidades radiográficas, a neo-formação óssea sutural ocorreu primeiramente na região anterior, em relação à posterior, e que a leitura das densidades utilizando o software Digora for Windows 5.6 revela com 68 clareza a definição de detalhes. O uso das imagens digitalizadas na análise da densidade radiográfica é uma ferramenta que permite uma interpretação minuciosa da neo-formação óssea da sutura palatina mediana, mostrando detalhes muitas vezes difíceis de serem observados a olho nu. Fig.19: - A) Fase I – antes da expansão rápida da maxila. B) Fase II – após a expansão rápida da maxila. C) Fase III – três meses após a expansão rapida da maxila. Fonte: Martins et al (2009) David et al (2009) avaliaram e mensuraram a sutura palatina mediana por meio da radiografia oclusal total digitalizadas em pacientes submetidos à expansão rápida maxilar, utilizando uma amostra constituída por 17 paciente com idades entre 7 e 22 anos. Esses pacientes necessitaram submeter-se à disjunção palatina por meio da expansão rápida da maxila com a utilização do disjuntor de Haas. A 69 instalação do aparelho disjuntor tipo Haas foi feita logo após o início do tratamento. As ativações do aparelho duraram, em média de 10 a 15 dias, com duas ativações diárias – sendo 2/4 de volta pela manhã e 2/4 de volta à noite nas crianças, e ¼ de volta pela manhã e ¼ de volta à noite nos adolescentes tardios e adultos – até conseguir-se a disjunção desejada. Após essa fase, o parafuso expansor foi estabilizado, com a fixação do mesmo por um período de 120 dias. As radiografias oclusais totais da maxila foram executadas em duas fases da pesquisa: a primeira obtida na fase de pré-disjunção, logo após a instalação do aparelho, e a segunda imediatamente após a constatação clínica da disjunção. As radiografias oclusais foram examinadas em negatoscópio com luz adequada e com máscara escura, para melhor visualização da imagem, sendo analisadas uma a uma, respeitando-se os critérios de análise radiográfica de cada fase: 1) Presença visível da sutura, mesmo que sinuosa, e ausência de áreas patológicas e/ou alterações radiolúcidas ou radiopacas no osso maxilar que comprometessem o tratamento; 2) Presença da abertura da sutura palatina mediana, expressa por área radiolúcida separando os segmentos ósseos maxilares. As radiografias oclusais foram digitalizadas no scanner, utilizando-se seu respectivo software (Deskscan II) para captura das imagens. Para a análise das radiografias oclusais, foram utilizados os seguintes pontos anatômicos disponibilizados pelo software Radioimp para determinar segmentos e realizar as análises iniciais e finais das radiografias oclusais: A) distância entre os incisivos centrais superiores na borda incisal; B) distância entre as cristas alveolares na sutura palatina mediana; C) abertura na distância de 10 mm da crista para posterior na sutura palatina mediana; D) abertura na distância de 3 mm do segmento distal do parafuso expansor para posterior na sutura palatina mediana. Esse programa oferece recursos para facilitar a visualização das estruturas no 70 momento da marcação dos pontos para o traçado, tais como: alteração de brilho e contraste, ampliação e redução da imagem, realce de bordas, pseudocoloração e inversão da imagem. Com este trabalho chegou-se as seguintes conclusões: 1) na região dos incisivos, houve uma abertura palatina mediana estatisticamente significativa; 2) houve abertura de diastema entre os incisivos centrais superiores em torno de 69,38% dos casos; 3) houve uma maior abertura da sutura palatina mediana na região a 10 mm a partir da crista para posterior, em comparação com a região a 3 mm para posterior do parafuso expansor; 4) houve uma abertura de 35,97% na região a 3mm para posterior do parafuso expansor, e de 69,37% de abertura na região a 10mm para posterior da crista. Fig.20: Segmentos anatômicos utilizados na análise das radiografias 71 Fig. 21: Software Radioimp com as mensurações das radiografias oclusais Fonte: David et al (2009) Ferreira et al (2007) realizaram um estudo sobre os efeitos dentais e esqueletais mediatos da expansão rápida da maxila utilizando o disjuntor Hyrax. Nesta pesquisa foram analisadas radiografias cefalométricas laterais de 30 crianças com sinais clínicos de estreitamento maxilar como: apinhamento, forma do arco alterada, corredor bucal aumentado, apresentando necessidade de expansão maxilar, sendo 18 do gênero feminino e 12 do masculino, na faixa etária de 6 a 12 anos e seis meses, com idade média de 7 anos e 8 meses. Estas crianças foram tratadas com o uso do disjuntor palatino tipo Hyrax. Os pais das crianças foram orientados a ativar o parafuso 2/4 de volta por dia. Os parafusos expansores da marca Dentaurum, com capacidade de 11mm, foram ativados até que se 72 conseguisse evidenciar o diastema anterior e a sobrecorreção posterior. Cessadas as ativações, os parafusos foram imobilizados com resina acrílica e os aparelhos mantidos instalados, aguardando estabilização. Após o período de 4 meses, esses aparelhos foram retirados e substituídos por aparelhos removíveis de acrílico, os quais serviram como contenção por mais 6 meses. Nenhum outro tipo de tratamento ortodôntico foi aplicado nesses pacientes até a tomada da segunda radiografia, que foi obtida, em média, 2,9 anos após a disjunção maxilar. A amostra do grupo controle, foi constituída por 30 crianças sem necessidade de correção ortopédica, apresentando apenas pequena má oclusão, sendo 17 do gênero feminino e 13 do gênero masculino, na faixa etária de 6 anos e 10 meses a 13 anos e 6 meses, com idade média de 7 anos e 8 meses. Essas crianças do grupo controle foram acompanhadas até o momento ideal para o início do tratamento ortodôntico corretivo. A segunda radiografia cefalométrica lateral desse grupo foi obtida, em média, 2 anos e 9 meses após a inicial; nesse período, tais pacientes não passaram por qualquer tipo de tratamento ortodôntico. Com a intenção de favorecer a comparação, as radiografias foram selecionadas levando em consideração se foram tomadas no mesmo aparelho de raios x. Os traçados e mensurações foram obtidos com o programa de cefalometria Quik Ceph (Alemanha), que permite visualizar as análises de Rickets, Jarabak, Steiner, McNamara e Soft Tissue ou mesmo inserir outras de preferência pessoal. Os pontos digitados foram os exigidos pelo referido programa e as grandezas cefalométricas utilizadas foram agrupadas e inseridas como uma nova análise. A radiografia inicial do grupo tratado foi denominada T1 e a final de T2, as do grupo controle foram denominadas de NT1, as iniciais, e NT2, as finais. As grandezas cefalométricas eleitas para análise das modificações ânteroposteriores foram: SNA, SNB, ANB, Profundidade facial, Profundidade maxilar. Para 73 a análise das alterações verticais, foram utilizadas as seguintes grandezas cefalométricas: Altura facial posterior, altura facial anterior, Eixo facial e Ângulo goníaco. Com este trabalho foi concluído que: o disjuntor Hyrax é eficiente na promoção de efeitos esqueléticos sobre a maxila e o deslocamento para baixo e para trás da mandíbula, geralmente observado com aparelhos bandados, não foi permanente, visto que, comparadas as diferenças das médias iniciais e finais dos pacientes tratados com as do grupo controle, nota-se que todas as medidas angulares e lineares verticais foram compatíveis com o crescimento normal. Lima et al (2005) avaliaram a resposta espontânea do arco inferior após a expansão rápida da maxila em um estudo a longo prazo na má-oclusão de classe I. Para este estudo a amostra abrangeu 120 modelos dentários obtidos em 4 estágios de avaliação: pré-expansão (A1), acompanhamento a curto prazo (A2), progresso (A3) e acompanhamento a longo prazo (A4), provenientes de 30 pacientes (12 do gênero masculino e 18 do gênero feminino), com idade média de 8,2 anos em A1, 9,4 anos em A2, 13,2 anos em A3 e 20,7 anos em A4 tratados apenas com expansão rápida da maxila. Os pacientes foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: 1) todos os pacientes foram tratados sem extração durante o estágio de dentadura decídua ou mista intermediária, 2) todos os pacientes apresentavam má-oclusão de classe I com discrepância esquelética transversa maxilar/mandibular, 3) nenhum tratamento ortodôntico subsequente foi implementedo na maxila ou na mandíbula e 4) todos os arcos dentários inferiores apresentavam um apinhamento moderado ou nenhum apinhamento. Nos modelos dentários iniciais, observou-se a condição de mordida cruzada e a seguinte distribuição: 21 pacientes apresentavam mordida cruzada unilateral, 7 bilateral e 8 74 estavam associados com mordida cruzada anterior, apenas 2 pacientes não possuíam mordida cruzada inicial, com os dentes posteriores com inclinação para vestibular e oclusão topo-a-topo. Com exceção de 3 pacientes, toda a amostra apresentava desvios de linha média associados a diversas movimentações mandibulares. Todos os expansores palatinos foram fabricados, cimentados e ativados pelo mesmo profissional, de acordo com o seguinte protocolo: na ativação inicial os aparelhos foram ativados 2/4 de volta (0,5mm). Em seguida, o aparelho foi ativado ¼ de volta de manhã e ¼ de volta no início da noite. Os indivíduos foram observados em intervalos semanais durante aproximadamente 3 semanas. Ao se alcançar uma sobrecorreção desejada para cada paciente (parafuso com uma abertura de 8 a 11 mm), o aparelho foi estabilizado. O expansor foi mantido durante a expansão e a estabilização por um período médio de 5 meses (variação de 3-7 meses). Após a remoção do expansor, uma placa acrílica removível foi posicionada em 48 horas. Cada paciente utilizou a placa acrílica por um período variável de tempo, geralmente durante 1 ano ou até que as impressões do acompanhamento a curto prazo fossem tomadas. As mensurações foram realizadas diretamente sobre os modelos dentários inferiores, com um compasso digital eletrônico. Os dados foram diretamente digitalizados no computador com um programa específico. De acordo com as conclusões obtidas observou-se que a largura intermolar do arco inferior aumentou significantemente após a expansão rápida da maxila com um aparelho de expansão tipo Haas. A largura intercanino permaneceu estável durante todos os estágios de avaliação. O comprimento e o perímetro do arco diminuíram durante a transição da dentadura mista para a permanente. Nenhum efeito contrário significativo foi observado na dentadura inferior após a expansão rápida da maxila, e os efeitos da dentadura inferior associado com essa forma de intervenção maxilar 75 foram favoráveis. Os resultados a longo prazo na resposta espontânea do arco inferior à expansão rápida da maxila demostraram uma estabilidade clínica positiva e notável nas dimensões da largura do arco inferior em pacientes com má-oclusão Classe I tratados apenas com expansão rápida da maxila. Latuf et al (2009) pesquisaram a avaliação da estabilidade dos efeitos dento-esqueléticos decorrentes da expansão rápida da maxila (ERM) por meio da análise cefalométrica frontal. O material utilizado para esse estudo constou de 9 telerradiografias frontais (contenção), papel de acetato, lapiseira com grafite 0,5mm, negatoscópio e fita adesiva transparente. A amostra era composta por 9 indivíduos, sendo 5 do gênero feminino e 4 do gênero masculino, portadores de mordida cruzada posterior uni ou bilateral com envolvimento esquelético e que apresentavam idade média no início do tratamento ortopédico de 11 anos e 2 meses. Todos os pacientes foram tratados com a ERM para correçào da má-oclusão e o aparelho utilizado no início do tratamento e durante um período de contenção de 3 meses foi o expansor tipo Hyrax com cobertura acrílica cimentado aos dentes posteriores. Os pacientes da amostra foram radiografados após um intervalo médio de 2 anos póscontenção da ERM e durante esse período não foi utilizada nenhum tipo de aparatologia fixa ou removível. Como padronização para as tomadas radiográficas, a cabeça do paciente foi posicionada com o plano sagital mediano perpendicular ao filme radiográfico e o ápice nasal apoiado ao chassi. Além disso todos foram orientados a permanecerem com os lábios na posiçào de repouso e em máxima intercuspidação habitual. O filme utilizado foi o da marca KodaK, tipo T-MAT G/RA, tamanho 20x25cm e o método de revelação das radiografias foi o de tempotemperatura. Em um ambiente escurecido, sobre negatoscópio de luz fluorescente 76 para uma melhor visualização e evidênciaçào das estruturas anatômicas, foi realizado em folha de papel acetato (Ultraphan) o traçado do cefalograma, obedecendo aos critérios descritos na análise Cefalométrica frontal de Ricketts. Com essa pesquisa foi possível concluir que: 1- Os efeitos ortopédicos decorrentes da ERM correspondentes às larguras nasal, maxilar, facial e mandibular e, a dimensão vertical nasal mantiveram-se estáveis durante todo o período de observação, atestando assim, a boa estabilidade dessa terapia. 2- No que diz respeito aos efeitos dentários decorrentes da ERM, a distância inter-molar superior apresentou uma pequena recidiva, já o mesmo não foi observado para as distâncias intr-molar inferior e inter-incisiva. 3- Não foram encontradas diferenças estatísticamente significantes para todas as variáveis estudadas em relação ao dimorfismo sexual, indicando que a estabilidade dos efeitos dentoesqueléticos decorrentes da ERM foi alcançada de forma semelhante, tanto no gênero feminino como no masculino. Bramante & Almeida (2002) avaliaram as alterações dentoesqueléticas verificadas por telerradiogrfias iníciais e três meses após a utilização do aparelho expansor maxilar com cobertura oclusal. Para esse estudo a amostra consistiu de 69 telerradiografias, obtidas de 23 pacientes que apresentavam idades de 9 anos e 8 meses a 15 anos e 5 meses, sendo respectivamente, 15 do gênero feminino e 8 do gênero masculino. Os pacientes apresentavam as seguintes características: eram leucodermas, portadores de mordida cruzada posterior uni ou bilateral, receberam os aparelhos expansores dentossuportados colados à superfície oclusal e apresentavam idade média de 12 anos e 7 meses, antes da instalação do aparelho. O material era constituído de três radiografias cefalométricas, em norma lateral, de cada paciente avaliado, realizadas no início do tratamento, imediatamente após o 77 término da expansão e após três meses de contenção. Na costrução da estrutura metálica dos aparelhos com cobertura oclusal, foi utilizado um parafuso de 0,9 mm da Dentaurum e na região próxima ao parafuso, fio 1,2mm de espessura. A resina acrílica foi manipulada sobre a oclusal do modelo de gesso, de modo que englobasse toda a porção oclusal, estendendo-se até as superfícies vestibulares e palatinas, ao nível cervical dos últimos dentes superiores. Em pacientes na fase da dentadura mista, a cobertura oclusal em resina estendeu-se até os caninos. A cimentação foi feita com cimento ionomérico Fugi ORTHO LC. Os pais foram recomendados a ativar 4/4 de volta por dia, ou seja, uma volta completa por dia, sendo 2/4 pela manhã e 2/4 à noite. As ativações só finalizaram após ter sido observada uma sobrecorreção dos dentes superiores aos inferiores e os aparelhos foram mantidos por três meses na cavidade oral, como forma de contenção. Sobre as telerradiografias em norma lateral, traçou-se o desenho antômico, manualmente, sobre o negatoscópio em uma sala escurecida. Após a realização do desenho anatômico, foi digitalizado os pontos cefalométricos de acordo com McNamara Junior (1984), para a obenção das grandezas cefalométricas lineares e angulares. De acordo com esse trabalho chegou-se as seguintes conclusões: 1) imediatamente após a fase ativa de expansão, o grupo com o aparelho colado evidenciou um avanço estatisticamente significante da maxila para a anterior; 2) durante a fase ativa, foi verificado que a espinha nasal anterior e a posterior (ENA e ENP) deslocaram-se inferiormente, induzindo a rotação mandibular no sentido horário, o que acarretou o aumento da altura facial ântero-inferior (AFAI); 3) da fase pósexpansão ao final do período de contenção, a maioria das alterações citadas anteriormente mostrou tendência a retornar aos valores iniciais, com exceção da rotação mandibular e da alturaq facial ântero-inferior; 4) da fase pré-tratamento ao 78 final do período de contenção, constatou-se um deslocamento da maxila para baixo, estatísticamente significante, verificado pela ENA e ENP, que acarretou a rotação mandibular e acentuação do AFAI, significantemente após esse período. Clinicamente, essas alteraçòes não foram perceptíveis, o que provavelmente não alterou o perfil mole dos pacientes. A comparação geral de todas as medidas, entre o início e o final do período de contenção, leva-nos a concluir que não há vantagens do aparelho colado na prevenção de alterações desfavoráveis, no sentido vertical. Figura 22 – Aparelho de expansão maxilar colado. (A) 79 (B) Figura 23 – Aparelho de expansão maxilar colado: (A) pré-expansão, (B) pós-expansão imediata e mantido colado por 3 meses como forma de contenção. Fonte: Bramante & Almeida (2002) Claro et al (2006) estudaram a correlação entre expansão transversal e aumento no perímetro do arco dentário após a expansão rápida da maxila, para este trabalho foi utilizado modelo de estudo da arcada superior de 18 pacientes, com idades variando de 7 a 10 anos. Estes modelos foram obtidos antes e cerca de 5 meses após a expansão rápida da maxila, resultando em um total de 18 pares. O estudo incluiu apenas modelos fornecidos com primeiros molares permanentes, incisivos centrais e caninos decíduos, em pré e pós-tratamento de estágios, que foram considerados pontos de referência para o processo de medição. Os pacientes foram tratados com uma placa de acrílico ligado a um expansor, com a utilização de um parafuso tipo Hyrax, com uma capacidade de abertura elevada e uma cobertura 80 oclusal de acrílico. Antes e após o tratamento, os modelos foram fotocopiados. Com o intuito de identificar a magnitude da distorção introduzida pelo processo de cópia, os moldes foram fotocopiados lado a lado com uma moeda, utilizada como um padrão tridimensional para o ajuste da imagem da máquina de cópia, de modo que o diâmetro da moeda medido com um paquímetro digital (precisão: 0,01mm) no papel corresponde ao diâmetro da moeda real. Os pontos de referência foram os seguintes: a) pontos linguais na margem gengival dos primeiros molares superiores foram levados para a medida da largura intermolares; b) pontos linguais na margem gengival dos caninos decíduos foram levados para a medida da largura intercaninos; c) os pontos na face mesial dos primeiros molares permanentes, sob o aspecto distal dos caninos e dos incisivos centrais foram levados para medir o perímetro do arco; c) os pontos na face mesial dos primeiros molares e no aspecto mesial dos incisivos centrais foram levados para medir o comprimento do arco. As medidas foram realizadas com um paquímetro digital. Com base nas evidências encontradas, foi concluído que o aumento no perímetro do arco superior foi de 0,54 vezes a distância intercaninos e de 0,87 vezes o comprimento do arco. As conclusões acima podem ser usadas durante o planejamento do tratamento como uma orientação para estimar o ganho de perímetro superior do arco como uma conseqüência da expansão rápida da maxila. 81 Fig. 24: - Pontos de referência Fonte: Claro et al (2006) 82 4 DISCUSSÃO A expansão rápida da maxila (ERM) é um procedimento para promover mudanças dento alveolares e esqueléticas no intuito de resolver ou amenizar as deficiências transversas maxilares, como especificamente a atresia e a mordida cruzada posterior, como cita Rossi et al (2010) em que manteve o aparelho até que obteve uma sobrecorreção da mordida cruzada com um aparelho expansor com cobertura oclusal. Chiavini et al (2011) com a utilização do aparelho expansor tipo Hyrax obteve um aumento significante da distância entre os primeiros molares superiores e dos caninos superiores, uma diminuição do comprimento , e um aumento no perímetro do arco superior estatisticamente significante, permitindo melhor ganho de espaço para o alinhamento dentário e correção da mordida cruzada posterior esquelética. Barreto et al (2005) transversalmente, a ERM com o aparelho Hyrax provocou efeitos ortopédicos, aumentando a largura da base maxilar e efeitos ortodônticos com a inclinação dos molares superiores para vestibular. Com relação ao efeito sagital e vertical da ERM Fanorratoa et al (2011) utilizando o aparelho Hyrax em pacientes com oclusões de classe I, II e III teve bons resultados sagitais e verticais. Em seu trabalho Rossi et al (2010) o aparelho expansor não promoveu alterações cefalométricas verticais e anteroposteriores. Scanavini et al (2006) na avaliação comparativa com os aparelhos expansores Haas e Hyrax ocorreu um deslocamento da maxila para baixo sem rotação. No estudo sobre a correção das deficiências transversas e ântero-posteriores da maxila em pacientes adultos portadores de classe III, Carlini et al (2007) utilizando máscara 83 facial, complementado com osteotomia Le Fort I e disjuntor tipo Hyrax solucionou o problema transverso e ântero-posterior da maxila. Os efeitos da disjunção rápida na rotação mandibular Scanavini et al (2010) concluiu que houve deslocamento rotacional da mandíbula no sentido horário, para baixo e para trás. O mesmo ocorreu com Farronatoa et al (2010) que em pacientes de classe III a mandíbula mostrou uma pequena rotação para trás. Segundo Ferreira et al (2007) a ERM com disjuntor Hyrax promoveu também além dos efeitos sobre a maxila, um deslocamento para trás e para baixo da mandíbula. A abertura da sutura palatina mediana na disjunção em radiografias oclusais totais da maxila foi verificada de acordo com Ennes & Consolaro (2004) uma abertura na sutura palatina mediana de forma triangular, em forma de V, com vértice no sentido posterior nos indivíduos mais maduros e uma tendência ao paralelismo das margens ósseas em indivíduos mais jovens. Lima & Bernardes (2003) nas radiografias oclusais pós-expansão, observa-se que as margens ósseas da sutura palatina mediana apresentaram-se bastantes afastadas, dando um formato de V, com maior aumento na região anterior do que na posterior. A previsibilidade de sucesso na disjunção palatina no estágio de maturação esquelética segundo Albuquerque & Etto (2006) é que a disjunção palatina em pacientes com maturação esquelética adiantada continua sendo um procedimento incerto e sujeito a danos periodontais em caso de insucesso. De acordo com Gondo et al (2010) em pacientes adulto para ter sucesso na disjunção palatina tem que ser com expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC), em que ocorreu um aumento significante da largura maxilar e nasal, aumento da altura facial ânteroinferior, distâncias intermolares superiores e inferiores e se mantiveram estáveis 84 durante o período de contenção. Scattaregi & Siqueira (2009) com relação à estabilidade pós ERMAC em pacientes de 18 a 35 anos obteve aumento na distância intermolares superiores imediatamente após a expansão, que se manteve estável aos três e aos seis meses pó-expansão. Para a distância intermolares inferiores e a largura facial não promoveram nenhuma alteração significativa após a ERMAC, entretanto as larguras nasais e maxilares demonstraram um aumento imediatamente após a expansão, que se manteve estável aos três e aos seis meses pós-expansão. Já a altura facial anteroinferior apresentou um aumento imediatamente após a expansão, com diminuição aos três meses de pós-expansão e estabilidade após seis meses de expansão. Simões et al (2009) avaliando a altura facial inferior após ERM com aparelhos tipo Haas e Hyrax em pacientes em idade de crescimento, obtiveram um aumento significante na altura facial inferior (anterior e posterior) após a disjunção rápida da sutura palatina mediana até a fase de nivelamento. Sobre a estabilidade dos efeitos dento esqueléticos decorrentes da ERM os autores são concordantes que o aparelho deve ficar ativo por um período de 90 dias e deve ser mantido passivo por um período de 6 meses. Latuf et al (2009) a largura nasal , maxilar, facial, mandibular e altura vertical nasal mantiveram-se estáveis durante todo o período de observação. Já Scanavini et al (2006) relata em seu trabalho que após a fase ativa, o aparelho deve ser mantido passivamente por 90 dias, para a reorganização da sutura palatina mediana. E após essa fase passiva o expansor foi removido e feita uma contenção móvel de acrílico por 6 meses. Em seu trabalho Silva Filho et al (2008) sobre a ossificação da sutura palatina mediana após procedimento da ERM devido à variação individual de ossificação da sutura palatina e visando menor efeito de recidiva, recomenda-se que o aparelho seja mantido 85 passivo por pelo menos seis meses. É recomendado também por Baratieri et al (2010) esse mesmo período para a remoção da contenção. Pinto et al relata que a contenção deve ficar por um período médio de 5 meses para maior estabilidade do caso Rossi et al (2010) que depois do expansor ficar 90 dias estabilizado como contenção fixa, após esse período, o aparelho deve ser removido e o paciente usar contenção móvel por 5 meses. Filho et al (2007) revelou que em criança com média de idade de 8 anos e 2 meses a avaliação tomográfica revelou que após 8 a 9 meses em média de contenção com o aparelho expansor, a sutura palatina mediana mostrou-se completamente ossificada em toda sua extensão. Como método de visualização da abertura da sutura palatina mediana e grau de ossificação da sutura palatina mediana de acordo com Silva Filho et al (2008) a imagem avaliada radiograficamente se mostrou confiável para a determinação da época de remoção do aparelho. Já segundo Ennes e Consolaro (2004) radiograficamente não foi possível avaliar o grau de ossificação da sutura palatina mediana. Nos trabalhos de Baratieri et al (2010) a abertura da sutura palatina mediana foi visualizada na imagem tomográfica Moura et al (2009) defende também tanto o uso de tomógrafo computadorizado de alta resolução como por meio da técnica do cone beam para possibilitar uma real avaliação da abertura intermaxilar. Como método de visualização dos efeitos da ERM Vianna et al (2003) fez referência as telerradiografias PA como importante meio de avaliação. 86 5 CONCLUSÃO De acordo com a revisão de literatura apresentada sobre a expansão rápida da maxila e os efeitos tanto no pós-expansão como na pós-contenção podemos concluir que: a) Houve um aumento significante da distância entre os primeiros molares superiores e dos caninos superiores, corrigindo assim conseqüentemente a mordida cruzada posterior; b) Ocorre uma recidiva de aproximadamente 40% nas distâncias intermolares e intercaninos, indicando a necessidade de sobrecorreção; c) Há uma diminuição do comprimento e um aumento significante no perímetro do arco superior, que permite melhor ganho de espaço para o alinhamento dentário e correção da mordida cruzada posterior esquelética; d) Inclinação dos primeiros molares superiores para vestibular não significante, não existindo assim grande alteração com relação à posição vestíbulolingual dos mesmos; e) Devido à variação individual no tempo de ossificação da sutura palatina mediana e visando menor efeito de recidiva, recomenda-se que o aparelho seja mantido passivo por pelo menos 6 meses como forma de contenção. 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Albuquerque RR, Eto LF. 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