A UNIVERSIDADE como Principal Agente da Convergência Latino-Americana Construcción del espacio Interamericano de Internacionalización: un componiente esencial de la calidad de la educación superior San José - Costa Rica, outubro de 2011. Prof. Dr. Pedro Antônio de Melo Universidade Federal de Santa Catarina Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária – INPEAU América Latina: É uma região com muitos recursos naturais, terras férteis, potencial energético, grandes volumes de água potável, e uma das mais importantes biodiversidade do planeta. Possui cerca de 600 milhões de pessoas, e unidade lingüística. BELEZAS NATURAIS INCOMPARÁVEIS! A AMÉRICA LATINA é uma GRANDE NAÇÃO! 2 …MAS, continua sendo uma das regiões mais desiguais do Planeta. • Aproximadamente 1/3 da população vive abaixo da linha de pobreza, em situação de extrema penúria. Cerca de 180 milhões de pessoas (BID, 2010). • A maioria absoluta dos países possui vulnerabilidade e dependência econômica externa; • Base da Economia Extrativismo e Agropecuária: exportação de commodities. • Produtos e serviços são pouco competitivos; • FALTA INVESTIMENTO EM ÁREAS ESTRATÉGICAS como: tecnologia, infraestrutura e educação. “Estes gargalos devem ser enfrentados pelos países visando impulsionar o desenvolvimento da região” (Presidente BID, Luis Moreno, 2011). ALTERNATIVAS?!!! 3 Alternativa 1: Educação! 4 Alternativa 2: Educação! Educação!! 5 Alternativa 3: Educação! Educação!! Educação!!! 6 Neste contexto... a Universidade latino-americana possui um papel SOCIAL importantíssimo! Entretanto, poucas são as Universidades que vêm ASSUMINDO ESTE PAPEL, e contribuindo com o desenvolvimento socio-econômico da Região. A MAIORIA se encontra na ZONA DE CONFORTO, praticando a REPRODUÇÃO DO CONHECIMENTO; Essas precisam: sair do COMODISMO, assumir uma postura de instituição COMPROMETIDA com sua região e com a INTEGRAÇÃO ENTRE OS POVOS! Considerando a realidade LatinoAmericana, a Universidade é uma das poucas instituições capazes de promover a integração entre pessoas e países. O exemplo que vem do passado... No início da História, as universidades européias reuniram estudantes de todas as partes do Mundo civilizado! Hoje, em função da Globalização da Economia, o “Tratado de Bolonha” CONSTRÓI a IDÉIA da CONVERGÊNCIA na educação superior européia. Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica e Espanha são, depois dos EUA, os países europeus que mais recebem estudantes estrangeiros. A América Latina, por sua vez... 10 Principais caminhos... A busca pela formação internacional por pesquisadores e estudantes latinoamericanos tem sido caracterizada pela FUGA DE CÉREBROS, que enfraquece o potencial intelectual e a capacidade de pesquisa dos países. 11 A Convergência poderá criar uma identidade Latino-Americana própria. 12 A UNIVERSIDADE pode se transformar no principal agente de integração latinoamericana, mas para assumir este papel, ainda tem muitos desafios a enfrentar, principalmente ORGANIZAR-SE INTERNAMENTE... FORTALECER seus PILARES! 13 ENSINO PILARES e Desafios da Universidade DESAFIO 1: •Promover a Equidade no acesso e permanência na educação superior: Brasil – 14.1% •Investir em tecnologia de informação e comunicação nos cursos presenciais, e disponibilizar informações aos alunos dentro e fora do espaço da sala de aula; •Incrementar a formação interdisciplinar e interinstitucional; •UNIVERSIDADE CIBERESPACIAL - Dotar estudantes das competências necessárias para atuar na Era das tecnologias da Informação e da Comunicação. •Formar cidadãos conscientes de pertencimento à uma mesma comunidade de valores, e de um espaço social comum. 15 PESQUISA ENSINO PILARES e Desafios da Universidade A pesquisa e a pós-graduação na América Latina encontram-se entre seus principais desafios. •Os investimentos brutos em pesquisa e desenvolvimento na América Latina e no Caribe NÃO alcançam 1% do PIB da região; 90% do aporte destinado a P&D na região se concentra em quatro países – Brasil, Argentina, Chile e México (Relatório da UNESCO, 2010 – dados 2007). Cerca de 95% das atividades de pesquisa e desenvolvimento na AL são feitas por universidades, especialmente as públicas; A promoção da cooperação interinstitucional científica e tecnológica poderia fortalecer as demais instituições. 17 É PRE CISO FORTALECER O SISTEMA DE PÓS-GRADUAÇÃO. Sem uma pós-graduação forte não há pesquisa... SEM PESQUISA: •NÂO HÁ INOVAÇÃO •NÃO HÁ COOPERAÇÃO... •NÃO HÁ COMPETITIVIDADE, •NÂO há criação de NOVOS CONHECIMENTOS! 18 EXTENSÃO PESQUISA ENSINO PILARES e Desafios da Universidade Interação com a Sociedade: A UNIVERSIDADE, está sendo CONVIDADA, ou “INTIMADA”, a participar efetivamente na construção de uma nova sociedade; Precisa abrir-se para seu entorno: ESCUTAR o “Barulho que vem das populações vizinhas”. Ser agente do desenvolvimento sócio-econômico regional (Muhammad Yunus). Expandir-se e INTERAGIR com uma população cada vez mais necessitada. • Construir pontes; • Derrubar fronteiras; • Deixar-se conhecer. 20 Interação com a Sociedade: Transferir à sociedade, os Conhecimentos e Tecnologias Resultantes de pesquisas; Fortalecer o TRIPÉ da COOPERAÇÃO: Universidade – Governo – Empresa; Interagir com as micro e pequenas empresas - maioria absoluta de empresários latino-americanos. 21 Interação com a Sociedade: AÇÃO: Transferir Conhecimentos para melhorar a qualidade de vida. Participar em projetos que levem ao desenvolvimento do país: biotecnologia, Aeronáutica, nanotecnologia, recursos hídricos e minerais... Inserir-se nos principais eixos temáticos: saúde, violência, educação, habitação... ADMINISTRAÇÃO EXTENSÃO PESQUISA ENSINO PILARES e Desafios da Universidade DESAFIO 4: Gestão da Mudança e da Cultura Empreendedora 24 Não há como iniciar qualquer processo sem que haja uma efetiva preparação das PESSOAS para a MUDANÇA. A Gestão da Mudança deve ser incentivada não apenas porque é um modismo... ...mas, principalmente, pela possibilidade de rever os PRÉ “CONCEITOS” que os tomadores de decisão carregam em suas cabeças. 25 A UNIVERSIDADE que temos e vivemos é como um cérebro distoante, em suas COMPLEXIDADES: ESTÁ ENFERMA! As Instituições não se comunicam entre si... As unidades acadêmicas, os departamentos, cursos, os núcleos de pesquisas estão completamente isolados. Reproduzem a Universidade tradicional em seu isolamento no ambiente social. Na ERA do CONHECIMENTO, Compartilhar informações e experiências, é fundamental para se criar uma cultura de integração. 26 A UNIVERSIDADE é uma instituição social constituída de Unidades Autônomas, mas NÃO pode ser administrada como se fosse uma empresa, uma casa, ou, pior ainda, como um grande elefante branco... 27 Prioridades: Profissionalizar a Gestão: investir na formação de Dirigentes com foco na Área de Gestão Universitária: • Excelentes professores podem não ser bons administradores! • Investir na carreira e na Formação de Técnicos e Administrativos em todos os níveis. • • Promover a informatização da dministração: Moodle e outros sistemas eletrônicos; • Universidade sem papel; • CONHECER AS COMPETÊNCIAS DOS COLABORADORES! 28 Prioridades: Profissionalizar a Gestão: OUI/IGLU, fazem o diferencial na América Latina; No Brasil, UFSC: • Cursos de aperfeiçoamento para gestores; • Mestrado em Gestão Universitária; • Pesquisa em Gestão Universitária; • Revista Gestão Universitária • Congresso Internacional em Gestão Universitária. 29 A indissociabilidade entre os pilares permitirá à UNIVERSIDADE cumprir seus PRINCÍPIOS e FINALIDADES no âmbito interno! ADMINISTRAÇÃO EXTENSÃO PESQUISA ENSINO Consolidada internamente, estará preparada para sair de suas fronteiras! A Interação da Universidade com a Sociedade no ambiente Internacional deve ser antecedida pela qualidade de seus serviços. 31 A Universidade deve preparar-se para a Internacionalização •difundir sua marca em NÍVEIS GLOBAIS, mas principalmente entre os PAÍSES VIZINHOS; •Incrementar a Cooperação Científica com as principais universidades latino-americanas e do mundo; •Promover a Mobilidade Bilateral a partir de projetos: Docente e Discente – graduação e Pós-Graduação; .Aumentar o número de Pesquisadores Estrangeiros, nos cursos de graduação e pós-graduação. •Implementrar o sistema de avaliação internos e externos. 32 DESAFIOS: •Governos devem criar programas de cooperação entre países; •Adotar um sistema compatível de currículos e titulação que facilite o reconhecimento acadêmico e profissional na região; •Incrementar a formação interdisciplinar que permita a mobilidade e o aproveitamento de créditos; •Intercâmbios de estudantes de graduação e pósgraduação no BRASIL: 75.000 novas bolsas até 2014. 33 A internacionalização universidade pressupõe: Compromisso Social A INTERNACIONALIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE LATINO-AMERICANA DEVERÁ CONTEMPLAR: Estreitamento dos laços de amizades entre os países; FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS ÉTICOS E RESPONSÁVEIS... CIDADÃOS COMPROMETIDOS E CONSCIENTES DE SUAS FUNÇÕES SOCIAIS... CIDADÃOS PREPARADOS PARA COMPROMETER-SE COM A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR! Obrigado! [email protected] FATORES RESTRITIVOS À INTEGRAÇÃO UNIVERSITÁRIA NOS PAÍSES SUL-AMERICANOS FATORES RESTRITIVOS • • • • • • • • SISTEMAS ACADEMICOS DE ENSINO FATORES POLÍTICOS FATORES ECONÔMICOS FATORES CULTURAIS CONCEPÇÃO DE UNIVERSIDADE COMUNICAÇÕES FATORES ADMINISTRATIVOS QUALIDADE Sistema de Ensino •Diferenciação dos Sistemas Educacionais: Carga horária, duração dos cursos, sistema de créditos, programas de ensino, ano acadêmico... •Inexistência de Conteúdos Mínimos em programas de cursos correspondentes •Diversidade e diferenciação de titulação e dificuldades de reconhecimento de títulos •Diferenças na valorização da carreira docente •Diferentes formas de ingresso FATORES POLÍTICOS • Pouca vontade política e falta de decisão para a integração • Políticas de Ciência e Tecnologia diferenciadas entre os países • Inexistência de políticas regionais para intercâmbio e parcerias. • Ausência de um organismo internacional a estimular e a apoiar a integração • Ausência de uma política de desenvolvimento regional integrado FATORES ECONÔMICOS • Escassez de recursos e problemas orçamentários • Inexistência de um Fundo específico para investir no processo de integração • Salários docentes baixos e diferenciados entre os países e entre os sistemas educacionais FATORES CULTURAIS • Inexistência de uma cultura de integração regional • Certa competitividade entre alguns países • Alguma tendência de buscar integração “fora”da região • Tendência à burocratização e controles excessivos • Elementos culturais diversificados CONCEPÇÃO DE UNIVERSIDADE • Diferentes concepções de universidade entre os países e entre instituições de um mesmo país • Objetivos institucionais pouco claros ou indefinidos em alguns sistemas educacionais COMUNICAÇÕES • Comunicações confusas entre governos e instituições • Inexistência de um Banco de Dados • Ausência de troca de informações entre governo e instituições sobre suas respectivas atividades • Inexistência de um Sistema de Informações único ou integrado FATORES ADMINISTRATIVOS • Capacitação de Pessoal Técnico e de dirigentes para a Gestão • Relacionamento difícil entre a elite política e burocrática e, entre acadêmicos e administradores • Cultura organizacional diferenciada entre os sistemas educacionais • Falta de uma estratégia governamental para iniciar o processo • Falta de visão estratégica da própria instituição universitária • Deficiências gerenciais na Gestão Universitária • Ausência de um projeto de integração. QUALIDADE • Diferentes critérios de qualidade do Ensino • Diferenças na formação e capacitação do corpo docente • Ausência de Sistemas de Avaliação comuns • Diversidade de programas de pós-graduação • Pouco ênfase e falta de estímulo à pesquisa por parte do governo • Diferenças e pouco qualidade de laboratórios e bibliotecas. OUTROS FATORES • • • • Idioma Diferenças de tamanho entre os sistemas Morosidade na consolidação do Mercosul Pouca conscientização na comunidade acadêmica sobre o processo de integração • Infra-estruturas diferenciadas em termos de tipo e de qualidade • Fatores legais, trabalhistas e profissionais, diferenciados FATORES FACILITADORES DA INTEGRAÇÃO UNIVERSITÁRIA NOS PAÍSES SUL-AMERICANOS FATORES POLÍTICOS • Interesse político dos governos em fortalecer a integração econômica e a consolidação de um bloco geo-econômico • Festígios de mudança de mentalidade dos governos em relação à educação superior • Busca de estabilidade econômica da região • Tendência a estabilidade política e democratização nos países da região FATORES CULTURAIS • Existência de uma integração físico-geográfica entre os países • Interesse e necessidade da universidade em transcender suas fronteiras • Existência de um processo histórico semelhante • Existênia de uma identidade latino-americana • Facilidade de relacionamento entre os países CONCEPÇÃO DE UNIVERSIDADE • Concepção de universidade e missão semelhantes entre os sistemas educacionais • Concepção generalizada entre os países de que a educação superior é o elemento fundamental do desenvolvimento e da integração regional CONSCIENTIZAÇÃO • Existência de uma conscientização geral sobre a importância e o significado da integração universitária na América do Sul. • Sensibilização das instituições universitárias e disposição para participar mais ativamente no processo de integração. • Vontade de vários segmentos acadêmicos de ingressar no processo de integração universitário. COMUNICAÇÕES • Facilidades tecnológicas de informações a permitir melhor relacionamento e aproximação entre os sistemas educacionais. • Existência de redes e acordos já estruturados e em funcionamento (Grupo Montevidéu, Convênio UFSC/Universidade Mar Del Plata) OUTROS FATORES • Facilidade na aprendizagem dos idiomas • Experiências de Iniciativas em várias instituições a buscar intercâmbios e parcerias • Problemas e interesses comuns entre os países • Forte interesse de intercambio e parcerias em programas de pós-graduação e em pesquisas conjunto • Influência do processo de globalização e do interesse em fortalecer sistemas ou blocos regionais • Proximidade geográfica e afinidades culturais CONCLUSÕES DA PESQUISA• AUSÊNCIA DE ESPECIALISTAS E ADMINISTRADORES UNIVERSITÁRIOS JUNTO AOS ÓRGÃOS DE DECISÃO DO MERCOSUL; - O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR É INICIATIVA DOS REPRESENTANTES DO GOVERNO; -AS UNIVERSIDADES NÃO SE MOBILIZAM -- O SUCESSO OU FRACASSO DEPENDEM QUASE QUE EXCLUSIVAMENTE DA COESÃO DOS REPRESENTANTES DOS GOVERNOS; - NO BRASIL E NA ARGENTINA O INTERESSE DIRECIONA-SE A ÁREAS DE EXCELÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO; - NO URUGUAY E PARAGUAI A PREOCUPAÇÃO PRIMORDIAL SE CONCENTRA NA FORMAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO DE GRADUAÇÃO; -DEVE SER ESTIMULADO PROGRAMAS DE INTERCÂMBIO E PARCERIAS COM VISTAS À LEGITIMAÇÃO DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO - VERIFICA-SE QUE O PROCESSO POLÍTICO É DECISIVO PARA A INTEGRAÇÃO UNIVERSITÁRIA NO MERCOSUL, E - A COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA EM CADA PAÍS TEM EXPECTATIVAS COM NÍVEIS DE ASPIRAÇÕES DIFERENTES. POSSÍVEIS SUGESTÕES A NÍVEL GOVERNAMENTAL: • priorizar a integração universitária como fator estratégico para a integração do bloco geo-econômico; • apoiar-se em pesquisas e estudos avançados desenvolvidos pela comunidade acadêmica regional; • dinamizar e apoiar programas de intercâmbios em níveis de Pós-Graduação, visando a consolidação de uma cultura universitária Sul-Americana POSSÍVEIS SUGESTÕES A NÍVEL DAS INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS: • ampliar a discussão do tema, à luz da análise das “areas de excelência” da instituição. • estabelecer comunicações efetivas com seus respectivos governos visando maior participação no processo decisõrio em assuntos de seu interesse. • definir padrões e critérios de qualidade e avaliação, passíveis de comparação entre os diversos sistemas educacionais • Buscar melhoria contínua no desempenho de seus sistemas administrativos, bem como valorizaçaõ tanto do pessoal técnico do corpo docente. GRACIAS! MUITO OBRIGADO! Muito Obrigado! GRACIAS! Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Centro Sócio-Econômico - CSE