Informa Boletim Informativo da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia Novembro de 2013 Ano I - Número 06 Programa social da Poli incentiva a pesquisa O Pré-Iniciação Científica (Pré-IC) é um programa de inserção social da USP que estimula alunos de escolas públicas aprimorar conhecimentos em ambiente universitário A Fotos: Arquivo Poli-USP lém de formar profissionais de alto nível em todas as áreas, a USP realiza inúmeras ações sociais em benefício da comunidade. Uma delas é o Programa de PréIniciação Científica. Segundo o vice-diretor da Escola Politécnica (POLI) em exercício da Diretoria, José Roberto Castilho Piqueira, o Pré-IC oferece aos alunos do ensino médio público a oportunidade de complementar sua formação pessoal, aprimorar conhecimentos, realizar pesquisas científicas e conviver no ambiente universitário. “O fator Estudantes do ensino médio durante as aulas do programa Pré-IC da Poli principal é que esses jovens mudam a própria perspectiva de Piqueira conta que no início, Construção Civil, começaram vida. Descobrem que a USP não a locação deles pelos projetos a prepará-los a ler textos com é inatingível e que existem outras era ao acaso. Os alunos fi- noções do método científico e opções de vida fora da realidade cavam nos laboratórios e também a trabalhar a ideia do em que vivem”, analisa. tinham dificuldade em apro- que eles representavam para o O Pré-IC começou em veitar o estágio. “Faltavam mundo, realizando atividades outubro de 2008, na gestão pré-requisitos mínimos de for- como visita a museus, Estação da reitora Suely Vilela, por mação e eles não entendiam o Ciência e Fundação Catavento. iniciativa da equipe de que estava acontecendo”, conta. “O resultado foi tão bom que pró-reitoria de pesquisa, Então, o professor Diolino resolvemos fazer o Poli Précoordenada pela professora José dos Santos Filho, do de- Iniciação Científica a partir de Mayana Zats. partamento de 2010”, explica. Os laboratórios Mecatrônica Segundo Piqueira, “esda USP foram da POLI, resol- se movimento teve um Queremos ser abertos para veu implantar resultado inesperado”, os uma célula 400 alunos um processo alunos começaram a interpara difundir de escolas de adaptação ferir nos seus colégios, muconhecimento... d i f e r e n t e . dando o comportamento públicas para atuarem como Junto com os dos companheiros em suas pesquisadores p r o f e s s o r e s escolas. “Alguns, depois de por um ano. Edvaldo Simões da participarem do programa, reO programa foi criado em Fonseca Júnior, da Engenharia ceberam bolsas dos cursinhos parceria com a Secretaria de Transportes, Mércia Etapa e do Anglo para fazerem da Educação, responsável Semensato Bottura de Barros, o pré-vestibular, algo que não pela seleção dos alunos, e da Engenharia de Construção poderiam pagar por serem de com o Conselho Nacional de Civil, Osvaldo Shigueru Nakao, origem muito humilde”, diz. Desenvolvimento Científico da Engenharia de Estruturas A partir de 2012, o programa e Tecnológico (CNPq), que e Geotécnica e Cheng Liang passou a contar também com a fornece as bolsas de estudos. Yee, também da Engenharia de FDTE. “Ressalto a importância do apoio da Fundação. As bolsas de estudo do CNPq deste semestre não chegaram a tempo e não poderíamos receber os alunos porque não tínhamos bolsa. Os recursos necessários não vieram da secretaria, mas sim da FDTE, que resolveu o nosso problema”. O coordenador explica que a POLI paga o transporte e a alimentação e a FDTE a bolsa de estudo no valor de R$ 100,00. “Hoje o programa da Poli é quase independente da Secretaria como órgão de fomento, pois temos o PréIC sustentado pela iniciativa privada. Começamos a receber os recursos da Fundação anteriormente, mas eles eram usados apenas em equipamentos”. Exemplo – O professor Piqueira afirma que o objetivo da POLI é que essa experiência possa servir de modelo a outras faculdades. “Queremos ser uma célula para difundir conhecimento como forma de inclusão social.”, afirma. ” ” Leia a versão digital no site: www.fdte.org.br Social Cidadania Cursos Debate sobre Pedágio Urbano em São Paulo TIE, o tomógrafo portátil da POLI pág. 3 José R. Piqueira, vice-diretor da POLI pág. 5 FDTE cria ‘Prêmio Professor Décio de Zagottis’ pág. 6 Editorial Informa A contribuição da universidade no debate das questões relevantes para São Paulo Fotos: Zé Carlos Barretta André Gertsenchtein, diretor superintendente da FDTE N Artigo esta edição do FDTE Informa (FI) encerramos os debates sobre o tema “Pedágio Urbano”. Buscando o contraditório, o FI publicou as opiniões do professor Cândido Malta (favorável à adoção do pedágio urbano), do engenheiro Eduardo Vasconcellos (com restrições ao pedágio como mecanismo de aumento da mobilidade urbana), além de várias opiniões de leitores. Para fechar o debate, o boletim avaliou pontos favoráveis de cada opinião, sempre em busca da solução que melhor atenda os anseios da sociedade. A FDTE, mais que concluir pela adoção ou não do pedágio urbano como ferramenta de gestão do sistema de transportes de São Paulo, sente ter colaborado ao permitir que o debate entre opiniões contrárias levasse cada leitor à sua própria conclusão. Afinal, é do debate que saem novas ideias, muitas vezes melhores que todas as que foram expostas no próprio debate. É a síntese de Hegel, tão conhecida como instrumento de criação. Há outros temas de expressiva relevância para a sociedade com os quais a engenharia pode colaborar. Aproximam-se as chuvas, e, consequentemente, volta a preocupação da metrópole com as enchentes, que será o tema da próximas edições. Como o tema do pedágio urbano, também o das enchentes traz inúmeros tópicos interessantes, tais como a capacidade de vazão das galeria e dos rios (objeto do rebaixamento da calha do Tietê) e áreas de risco, além dos reservatórios de amortecimento de cheias (piscinões). É tema, enfim, que transcende a engenharia, afetando a toda a sociedade, indistintamente, em áreas tão distintas como o trânsito, a saúde pública, as perdas materiais e de vidas, o que justifica plenamente o espaço que lhe será dedicado pelo boletim FDTE Informa. Tecnologia para as empresas A interação entre o setor produtivo e a universidade é mecanismo importante para o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas, embora enfrente obstáculos no mundo inteiro, principalmente em relação ao timing, muito diferente para os dois tipos de organização. Entretanto, esse relacionamento é possível e saudável. Entre 1970 e 1980, por exemplo, dois centros de pesquisas - o da Fundição Tupi, de Santa Catarina e o da Aços Villares, de São Paulo - foram criados com esse tipo de parceria. São entidades empresariais desenvolvidas por pesquisadores da universidade. Nos dois casos, a indústria bancou os recursos e os contratos foram feitos com docentes. Houve também aporte de recursos de incentivos governamentais. Contudo, o professor universitário nem sempre tem disposição ou vocação para administrar o dia a dia dessa interação e a empresa pode não estar informada sobre as oportunidades e o conhecimento existente no meio acadêmico. A existência de uma instituição como a FDTE é muito importante. A academia é beneficiada com o aumento da produtividade do professor/pesquisador. Muitos resultados técnicos dos projetos permitem publicações e o desenvolvimento de teses. A empresa tem a vantagem de poder utilizar o conhecimento disponível na universidade para transformá-lo em tecnologia e, portanto, em resultados. A FDTE funciona como catalisadora, facilitando o trabalho do professor junto ao setor privado. Ela faz a administração financeira do contrato e viabiliza a compra da pesquisa universitária pela empresa. Os departamentos e unidades acadêmicas recebem taxas referentes aos recursos disponibilizados. Trata-se de remuneração sobre o tempo dos professores e dos ensaios em laboratórios, além do que, o custo de ensaios pode ser cobrado no projeto. Um percentual do que a empresa investe em pesquisas entra no orçamento da universidade como recurso adicional. Há um outro ponto que precisa atenção. Atualmente a USP dá preferência para professores com dedicação integral. Essa exigência, no limite extremo, leva ao risco de isolar o professor das questões mais aplicadas. As escolas de Engenharia, Arquitetura, Economia, Administração, Medicina, Direito, Farmácia, Odontologia e Agronomia têm por objetivo principal formar profissionais. Portanto se faz necessário que o professor tenha contato com situações reais e faça pesquisas aplicadas. A troca de informações entre empresas e o meio acadêmico vem antes do envolvimento da Fundação. A empresa precisa saber o que está sendo pesquisado na academia para avaliar se há aplicação na melhoria de seus processos produtivos e administrativos. Isto se faz com profissionais nas empresas que consigam dialogar com pesquisadores – uma oportunidade para o uso de doutores nas empresas. Havendo interesse, as partes elaboram o projeto e a FDTE é envolvida, fazendo da interação um círculo virtuoso. Ivan Gilberto Sandoval Falleiros — Possui graduação em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de São Paulo, doutorado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de São Paulo e Postdoctoral Fellow na Universidade de Sussex (UK). É Professor Emérito da EPUSP e conselheiro da FDTE. Foi diretor da POLI de 2006 a 2010. Tem mesclado as atividades acadêmicas e de pesquisa com trabalhos em Gestão Tecnológica. Foi responsável por setores de P&D, de Tecnologia, de Engenharia (Produto e Processos) e da Qualidade na Aços Villares S.A. Ivan Gilberto Sandoval Falleiros Pág. 02 Informa te a b Cidadania De Nas edições 4 e 5 o FDTE Informa promoveu o debate sobre o pedágio urbano como alternativa para reduzir os constantes problemas de trânsito enfrentados pela população das grandes cidades. Nesta edição, o diretor superintendente da FDTE, André Steagall Gertsenchtein, analisa as opiniões e propõe, a partir delas, propostas para melhorar a mobilidade urbana. om esta edição concluímos o debate do tema “Pedágio Urbano”, após termos recebido as colaborações especiais do professor Candido Malta e do engenheiro Eduardo Vasconcellos, ambos renomados especialistas no assunto, além daquelas enviadas por diversos leitores interessados no tema. O que motivou o FDTE Informa foi o fato de se tratar de uma das maiores dificuldades vividas por quem mora em São Paulo, assunto recorrente nas discussões sobre planejamento, mobilidade urbana e qualidade de vida da sociedade. Não se pretende concluir se a eventual adoção do Pedágio Urbano como medida de alívio ao trânsito caótico seria, de forma simplista, um acerto ou um equívoco. O Pedágio Urbano, como ferramenta, tem vantagens e desvantagens, já bastante abordadas pelos especialistas. Torcemos para que as ideias surgidas neste debate possam ser usadas como inspiração na elaboração de políticas urbanísticas de qualidade para São Paulo. Não resta dúvida que o Pedágio urbano seria medida extrema, que só admitimos debater em função da gravidade do problema que se pretende combater - o trânsito - e que já afeta a saúde de parte expressiva da população paulistana. Difícil tratar do remédio (ainda mais por se tratar de remédio amargo) sem análise das causas do problema. São Paulo tem graves deficiências em seu sistema de Mobilidade Urbana. O trânsito caótico, em particular, é consequência destas deficiências, agravadas por um fator cultural importante e também por políticas públicas “curto prazistas” e de incentivo tributário para a produção e aquisição de veículos. Quanto às deficiências do sistema de Mobilidade Urbana, simples comparação do sistema de transporte sobre trilhos de São Paulo com o de outras metrópoles mostra quanto a nossa malha ferroviária é modesta. As poucas linhas de metrô existentes têm ” C O Pedágio Urbano e São Paulo imediatos faz com que se busque realizar investimentos que apresentam resultado rápido (grandes avenidas, túneis e viadutos) em detrimento daqueles que, apesar de imprescindíveis, demoram a aparecer (metrô, vias segregadas de ônibus sem interrupções de conversão e outros). É a tendência do gestor público brasileiro de adotar políticas públicas “curto prazistas”... Foto: Zé Carlos Barretta Quanto aos trens urbanos, a falta de conforto e a superlotação são de conhecimento de todos... ” abrangência limitada e, salvo raras exceções, já estão no limite de sua capacidade. Quanto aos trens urbanos, a falta de conforto e a superlotação são de conhecimento de todos os que, normalmente por falta de alternativas, os utilizam. Aos demais usuários de transporte público, resta usar o transporte sobre pneus, no qual, além da superlotação, sofrem também com o próprio trânsito caótico. Qualquer mudança no sistema de Mobilidade Urbana da metrópole, porém, requer a adoção de planejamento e de políticas de longo prazo, o que não é a característica mais marcante de nossas políticas públicas. A busca de dividendos André Steagall Gertsenchtein Mas não é só. Há a questão cultural. Por ser apaixonado por carros, o cidadão brasileiro considera ter seu próprio automóvel uma realização pessoal. O de menor poder aquisitivo quer comprar um carro usado, mesmo que em mau estado. Podendo, quer trocar de carro. Só o custo ligado ao uso diário (combustível, manutenção, licenciamento) inibe a adoção do automóvel como meio de transporte individual. O cidadão de maior poder aquisitivo tem em geral um carro reserva (para o dia de rodízio) e o hábito de usar seu veículo sem qualquer cerimônia mesmo para os menores percursos. Em muitos países, a consciência da necessidade de redução do uso dos automóveis promove, através da educação, incentivo ao uso de bicicletas e de transporte coletivo. Educação, no entanto, também é política de longo prazo. Não bastassem as questões cultural e da baixa qualidade do transporte coletivo, assistimos a seguidas políticas de incentivo à aquisição de veículos promovidas pelo Governo Federal, facilitando o financiamento e reduzindo tributos... e está feita a confusão: um trânsito infernal. Enfrentar o trânsito exige, na medida do possível, abordar as três questões. É preciso reeducar o cidadão (o que, novamente, é processo de longo prazo), criar políticas de incentivo ao uso de bicicletas e do transporte coletivo, investir na melhoria deste último e, finalmente, encarecer o uso do automóvel nas grandes metrópoles, como faz Nova Iorque. O pedágio urbano, ainda que seja (e certamente é) medida de alívio imediato ao trânsito, aborda apenas uma destas linhas: ao encarecer o uso do automóvel, reduz o número daqueles que têm recursos para usá-lo como meio de transporte principal. Apenas inibir o uso de automóveis pelos cidadãos de menor renda, entretanto, não ataca as verdadeiras causas do problema, nem promove mudança cultural duradoura, muito menos substitui os investimentos necessários para melhoria do sistema de transporte coletivo. Pode até ser uma medida de alívio ao trânsito eficiente, mas é, não obstante, insuficiente. Há que se fazer muito mais! Pág. 03 Informa De ba Social Opinião dos leitores te “Com o crescimento da renda, observa-se uma tendência de aumento da taxa de motorização na cidade. A expansão do sistema de transporte coletivo e a rigorosa prioridade para o mesmo no espaço viário não serão, porém, suficientes para inibir tal tendência e as deseconomias geradas pelo congestionamento resultante. Exemplos como Londres, Cingapura, Hong Kong e Nova Iorque mostram que políticas que tornam o uso do automóvel menos atrativo podem ser complementos importantes aos seus excepcionais e modernos sistemas de transporte de alta e média capacidade. Alocar ao automóvel as externalidades criadas por ele já é bastante discutido em São Paulo, o que inclui simulações que comprovam seus resultados. Entretanto, atualmente, a implementação de tal instrumento não faz sentido enquanto não se dispõe de um eficiente serviço de transporte coletivo, capaz de acolher os usuários que passariam a utilizá-lo por causa do pedágio urbano. Faz-se necessário expandir radicalmente o serviço de transporte coletivo para então se discutir com a sociedade formas de controle do uso do automóvel, a fim de se alcançar o efeitos almejados que, além do controle de congestionamentos, ainda traz como subproduto uma receita financeira não desprezível que deve ser utilizada para colaborar com o financiamento do transporte coletivo.” Sou contra a implantação do pedágio urbano. Seu custo e complexidade seriam enormes, além de polêmico e desgastante para o administrador público. Creio que seria muito mais simples, barato e eficaz estabelecer um valor adicional aos combustíveis para subsidiar e investir em o transporte público, com o efeito secundário de reduzir o fluxo de carros no trânsito. Prof. Dr. Miguel Luiz Bucalem Arlindo Faria, eletricista engenheiro FDTE institui prêmio à inclusão social e sustentabilidade A FDTE anuncia a criação do ‘Prêmio Prof. Décio de Zagottis’, que tem por objetivo estimular o desenvolvimento de projetos que promovam a inclusão social e atendam a requisitos de sustentabilidade. A proposta também tem por objetivo reforçar, entre os estudantes, a consciência de que são alunos de uma escola pública mantida com recursos da sociedade, dando a oportunidade de retribuírem, contribuindo com aquilo que aprendem. Segundo o diretor superin- tendente da Fundação, André Steagall Gertsenchtein, o prêmio será voltado exclusivamente aos alunos dos cursos da POLI-USP. “É uma forma de incentivar a criação de projetos que resultem em melhorias das condições de vida da população”, afirma. O prêmio será dividido em três categorias: uma dará destaque aos melhores trabalhos apresentados pelos alunos do Pré-Iniciação Científica. As outras duas premiarão os projetos do ciclo básico (dois anos iniciais do curso de engenharia) e dos alunos com conhecimento específico (do terceiro ao quinto ano). Os dois primeiros grupos ainda têm pouco conhecimento específico das disciplinas de engenharia, o que resultará em projetos mais criativos, enquanto que o último grupo terá condições de desenvolver projetos mais técnicos. Participam da formatação do prêmio os engenheiros André Gertsenchtein, Antonio Carlos Fonseca e Enio Blay, da FDTE, este último voltado para os aspectos de sustentabilidade. A premiação contará ainda com os apoios da Profª Liedi Bernucci, do PTR, e Antonio Luis Mariani, do PME. Gertsenchtein explica que uma vez definidas as regras, a FDTE fará convite ao Diretor da POLI, professor José Roberto Cardoso, ao vice-diretor, professor José Roberto Piqueira, e aos chefes dos departamentos de Engenharia da POLI para que componham, com o grupo inicial, a Comissão Julgadora. USP Cidades debate a gestão urbana Com o tema ‘Os desafios urbanos e os Centros de Estudos das Cidades’, o núcleo USP Cidades realizou, em 03 de outubro, na Biblioteca Brasiliana, na Cidade Universitária, o primeiro Seminário Internacional, que contou com a participação de Edgar Pieterse, da África do Sul e Nicolas Ronderos, dos Estados Unidos. A palestra de Pieterse, do African Center for Cities, foi sobre ‘Cidade e conhecimento no desenvolvimento do território’ e a de Ronderos, da Regional Plan Association, apresentou o ‘Estudo de Caso: Planejamento Metropolitano em Nova Iorque’. O seminário contou ainda com três mesas redondas. A primeira moderada por Matthew Shirts da National Geographic Brasil e Planeta Sustentável, teve como debatedores os professores Alexandre Delijaikov e José Goldemberg. A segunda, moderada por Pamela Puchalski, do Brookings Institute, teve como debatedores os professores Luis Antônio Lindau, Orlando Strambi e o engenheiro Mário Eduardo Garcia. A mesa redonda de encerramento teve como moderador o jornalista Leão Serva, da Santa Clara Ideias e da Folha de S. Paulo. Os debatedores foram Edgar Pieterse e Nicolas Ronderos. Segundo o coordeador do USP Cidades, engenheiro Miguel Luiz Bucalem, o núcleo é um centro de pesquisa, formação e difusão de soluções inovadoras para a gestão urbana no Brasil e tem entre seus objetivos promover eventos nacionais e internacionais. “Os eventos organizados pelo USP Cidades reúnem pensadores, estudiosos, líderes e profissionais ligados à questão urbana, para discutir iniciativas, trocar experiências e procurar soluções para os desafios das cidades”, explica. Bucalem informa que como parte de seus objetivos, Foto: Camila Picolo Seminário Internacional realizado pelo núcleo USP Cidades o USP Cidades lança em 2014 o MBA em “Planejamento e Gestão de Cidades”, para profissionais do setor público e privado. As inscrições já estão abertas e as informações estão disponíveis em www.cidades.usp.br. Pág. 04 O Tomógrafo portátil da Poli ajuda salvar vidas no HC tomógrafo por impedância elétrica (TIE), desenvolvido pela equipe do professor Raul Gonzalez Lima, do Laboratório de Engenharia Ambiental e Biomédica (LAB) da POLI e a equipe do Professor Marcelo Amato da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) está sendo utilizado experimentalmente no Hospital das Clínicas da faculdade desde 2006, para monitorar pacientes que estão na Unidade de Terapia Intensiva e que necessitam de ventilação artificial. Gonzalez Lima explica que nas UTIs, parte significativa dos pacientes apresenta Síndrome de Angústia Respiratória, doença que se não for cuidada devidamente leva à morte. Com a tomografia de impedância elétrica é possível determinar a pressão mínima no final da expiração, reduzindo em 43% o número de óbitos nesses casos. O TIE, que já está sendo usado também nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, gera 50 imagens por segundo da ventilação nos pulmões na beira de leito. Esta taxa de geração de imagens não é possível de se obter por meio de aparelhos de raios-X atualmente. O TIE permite que o paciente seja monitorado por muito mais tempo, pois não utiliza nenhum tipo de radiação ionizante. Pelo fato de ser portátil evita os riscos envolvidos no deslocamento de doentes em estado grave até salas de tomografia baseadas em raios-X. Além disso, seu custo é em torno de 15 vezes menor do que o do tomógrafo de raio-X. O equipamento obtém imagens através de uma cinta com 32 eletrodos, como os utilizados em um eletrocardiograma. A cinta é aderida ao tórax do paciente. Mas era preciso visualizar o que ocorria com o pulmão do paciente. Passados oito anos, Marcelo Amato procurou o engenheiro Raul Gonzalez Lima, que desenvolvia estudos de identificação de sistemas, para saber se era possível obter imagens de ventilação no pulmão. Resolveram desenvolver um equipamento de diagnóstico por imagem que utilizasse eletricidade para mapear o funcionamento do pulmão. Desse encontro surgiu a parceria entre a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Escola Politécnica para a fabricação do tomógrafo de impedância elétrica, com tecnologia nacional. “A FDTE tem um papel fundamental nesse processo, pois tem sido muito transparente nas regras para a contratação dos estudos”, afirma. O acordo entre a Fundação, a POLI e a Philips ajuda a financiar estudos dentro da universidade. “São esses convênios que possibilitam manter as pesquisas com bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado e a manter uma equipe coesa ao longo do tempo”. conclui. Também participaram da pesquisa o Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP e a Dixtal Biomédica, uma empresa especializada em equipamentos hospitalares. Foto: Arquivo Poli-USP Demonstração de um paciente utilizando o TIE (acima) e imagens feitas a partir do aparelho (direita) O TIE funciona aplicandose uma corrente elétrica de baixa intensidade ao tórax, medindo as alterações de potencial elétrico na pele que ocorrem quando os pulmões se enchem de ar, possibilitando o controle individualizado por meio de imagem, da pressão mínima no final da expiração do ar injetado nos pulmões. Raul Gonzalez diz que as primeiras patentes sobre o assunto têm cerca de 20 anos e que hoje existem ” Projetos Informa nosso objetivo é que esse aparelho esteja presente em todas as UTIs do país ” aproximadamente 30 grupos de pesquisa em todo o mundo desenvolvendo a tecnologia. Este equipamento está em fase de comercialização no Brasil. “Nosso objetivo é que este equipamento esteja presente em todas as UTIs do país”. História — O pesquisador Raul Gonzalez Lima, c o o rd e nador do convênio Philips, POLI e FDTE sobre Tomografia de Impedância Elétrica, conta que durante uma epidemia de leptospirose ocorrida em São Paulo, há mais de 20 anos, o pneumologista Marcelo Britto Passos Amato percebeu que o aumento da pressão mínima de ar injetado no pulmão do paciente reduzia sinais de hemorragia pulmonar. Diante disso, propôs que se usasse pressão mínima mais elevada para salvar a vida dos doentes e esse procedimento foi adotado na maioria das UTIs do mundo, como manobras protetoras do pulmão, visando minimizar a hemorragia pulmonar, com cuidado para não provocar a formação de pneumotórax. Pág. 05 Cursos Informa CURSOS FDTE 2014 A FDTE prepara oito novos cursos para o início do próximo ano. Os interessados podem fazer a matrícula por meio do site www.fdte.org.br Início em 10 de fevereiro Início em 13 de fevereiro Gerenciamento de Ativos Imobiliários Corporativos - 216 horas Prof. Moacyr da Graça e equipe Introdução à Gestão Estratégica Portuária - 120 horas Prof. Rui Botter e equipe Introdução à Otimização Estrutural - 32 horas Prof. Emílio Carlos Silva Início em 11 de fevereiro Eficiência Energética nas Organizações e Empreendimentos - 42 horas Início em 14 de fevereiro Metodologia do Projeto - planejamento, execução e gerenciamento - 36 horas Prof. Omar Moore de Madureira Prof. Eduardo Ioshimoto Início em 12 de fevereiro Introdução à Análise de Riscos - 96 horas Prof. Marcelo Martins Curtas Gestão de Organizações de TI - 192 horas Prof. Renato Moraes e equipe Gestão de Operações na Web Prof. Renato Moraes e equipe POLI firma parceria com a ONU A Poli-USP se tornou parceira institucional da Agência Habitat da ONU, Organização das Nações Unidas, a partir de outubro. Esta parceria acontece através da ‘Habitat University Network Initiative’ (Habitat UNI) e envolve atividades de educação, pesquisa, desenvolvimento profissional, consultorias e gestão do conhecimento apoiando sempre o desenvolvimento sustentável das metrópoles e das cidades de menor tamanho. A Habitat UNI é voltada para os assentamentos humanos. Seu objetivo é a promoção social e ambiental, buscando uma habitação adequada para todos. A parceria surgiu através do professor Alex Abiko, do Departamento de Engenharia de Construção Civil da POLI, que se colocou à disposição de docentes, alunos e pesquisadores envolvidos com esta área do conhecimento. “Esta parceria surgiu após a nossa participação em um evento no qual esta agência da ONU divulgou esta iniciativa e que buscava aproximação com as universidades que desenvolviam atividades na área do desenvolvimento urbano, gestão de cidades e habitação”, explica. Abiko comenta que a POLI se envolve com estes temas há muitos anos com equipes de pesquisa, ensino e extensão e a parceria de colaboração interinstitucional e com mais essa parceria surgirão grandes benefícios a sociedade. “Os benefícios são inúmeros e particularmente teremos acesso privilegiado às informações e os conhecimentos existentes internacionalmente nesta área. Além disso, vamos ter também a oportunidade de interagir com as demais universidades parceiras da Habitat UNI, desenvolvendo projetos conjuntos, possibilitando a troca de docentes e intercambio de alunos de graduação e de pós-graduação”, destaca. Curta e siga a FDTE nas redes sociais Expediente ‘FDTE Informa’ é uma publicação da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia. Disponível no site da entidade (www.fdte.org.br) e distribuída gratuitamente. FDTE Diretor Superintendente: André Steagall Gertsenchtein Diretor de Operações: João Antonio Machado Neto Diretor Administrativo e Financeiro: Antonio Carlos Fonseca Diretora de Assuntos Especiais: Edith Ranzini Conselho Curador Presidente: Nelson Zuanella Vice-Presidente: Célio Taniguchi Membros: Antonio Hélio Guerra Vieira Cláudio Amaury Dall’Acqua Ettore José Bottura Ivan Gilberto Sandoval Falleiros João Cyro André José Roberto Cardoso Ozires Silva Endereço: Av. Eusébio Matoso, 1375 – 6º andar - Pinheiros – São Paulo / SP - Cep: 05423-180 Telefone: 11 3132 - 4000 Jornalista responsável: Luiz Voltoini (MTb - 11.095) Diagramação: Douglas Vital (MTb - 74.255) Tiragem: 2.000 exemplares Periodicidade: Bimestral A reprodução do conteúdo desta publicação é permitida mediante autorização prévia e citada a fonte www.facebook.com/FDTEBR @fdte_br Pág. 06