Boletim Informativo da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia
Março/2015
Ano 3
Nº 13
Projeto
Bolsistas farão pesquisas e
pós-graduação na área de
gás natural
pág. 3
Acontece na Poli
Ciência na Esfera,
nosso planeta visto
do espaço
pág. 4
Equipe Keep Flying
representa
a Poli na SAE Brasil
Aerodesign
pág. 5
Educação
Poli Cidadã oferece
disciplinas e faz novas
parcerias
pág. 6
Crianças aprendem
a jogar Capoeira
na Poli
pág. 7
O Que Estou Lendo
As sugestões de
leitura de Ubiraci
Espinelli de Souza pág. 8
www.fdte.org.br
CRISE DA ÁGUA EXIGE
CORAGEM DE UM ESTADISTA
de extensão, permitindo acesso à
José Walter Merlo*
uma estrada paralela. Um túnel
“O problema da falta d’água em São
vertical bombearia a água para um
Paulo é grave; uma crise anunciada
reservatório intermediário e outro
que poderia acontecer. Faço aqui um
túnel levaria água ao reservatório
breve histórico de quando pude parda região de Paranapiacaba. O reticipar como engenheiro, tanto como
servatório nº 3, da Cota 30 teria 8
vice-presidente executivo da Cesp
Km², o nº 1, intermediário, 2 Km², e
como presidente da Eletropaulo. Em
o de nº 2, na Cota 900, teria 16 Km².
1980, o Departamento de Água e
Os túneis totalizariam 34 km com
Energia Elétrica do Estado de São Pau7,5 m a 9 m de diâmetro. A casa de
lo (DAEE) fez um estudo para trazer a
força teria seis geradoras com caágua do Vale do Ribeira à região metropacidade de 250 megawatts cada,
politana de São Paulo. A Cesp participou
do trabalho porque tinha interesse em
José Walter Merlo: grandes pro- totalizando 1.500 megawatts e poconstruir uma usina reversível no Esta- blemas exigem grandes soluções deria trazer até 80 m³ por segundo
de água para São Paulo. Nestas
do, que é um acumulador de energia
gerada por outras usinas. Como a Cesp tinha grande capa- condições o impacto ambiental seria mínimo.
cidade geradora, entendíamos que uma usina reversível na
região de São Paulo seria importante para manter a esta- Deste modo, teríamos um reservatório em São Paulo para
bilidade, atender a demanda de ponta e aumentar a con- distribuir energia e água, e ainda uma reserva de 1.500
fiabilidade do sistema. Foram estudados vários locais na megawatts para funcionar de quatro a cinco horas por dia
Serra do Mar e a Cesp chegou a pedir ao Governo Federal no período de pico de uso de energia. O bombeamento da
a concessão para três usinas reversíveis, mas nenhuma foi água da barragem do Rio Juquiá seria durante a noite, nas
horas de menor consumo. Este é o projeto que foi submeconstruída.
tido a várias autoridades estaduais, que bancos internacioQuando a questão da água já se avizinhava como crítica foi nais estavam dispostos a financiar, mas infelizmente não
feito um estudo com o intuito de aproveitar a água do Vale saiu do papel.
do Ribeira, associando abastecimento de água e energia,
construindo uma barragem no Rio Juquiá, no pé da Serra. Neste modelo o reservatório de Juquiá ficaria a 70 quilômeUm túnel de adução levaria a água até a casa de força sub- tros do litoral e usaria uma água limpa que se perde no mar.
terrânea na Cota 30 da usina reversível, e desta, um túnel Se trouxéssemos 80 m³ por segundo, o dobro da Cantareivertical levaria a água até a Cota 900, de onde seria distri- ra, ainda teríamos a grande vantagem de que este volume
buída para São Paulo, por gravidade. Caso todo o sistema de água ao descer o Rio Tietê ajudaria a gerar mais energia
de distribuição de energia de São Paulo fosse cortado, a nas usinas já existentes.
Cesp teria no centro de carga uma usina da ordem de 1,5
milhão de quilowatts, que atenderia a demanda por 3 ou O projeto não foi aceito, acredito, por falta de um adminis4 dias. Este projeto da década de 1980 tinha impacto am- trador com visão de estadista. Não é crítica, mas a realidade
é que hoje está se gastando US$ 1 bilhão para trazer 4,7 m³
biental razoável na região do Vale do Ribeira.
por segundo de água em obra emergencial, sendo que este
No início de 2000, a Isoterma, do empresário Og Pozzoli, projeto traria mais que o dobro da capacidade do sistema
se interessou pelo projeto e minimizou o impacto am- Cantareira, e custaria US$ 2 bilhões. O governo estadual,
biental, substituindo barragens por túneis. O novo proje- controlador da Cesp e da Sabesp, poderia dar o aval e deto foi apresentado ao governador do Estado em 2003. Em terminar que essas empresas se unam em parceria públiconovembro deste mesmo ano foi realizado um seminário privada e se empenhem na realização deste projeto, que
no Instituto de Engenharia, quando o aproveitamento ainda iria gerar investimentos e empregos numa das regiões
das águas do Vale da Ribeira foi recomendado. Em 2012 mais pobres de São Paulo. Grandes problemas exigem graneste projeto voltou a ser apresentado ao governo estadu- des soluções e esse é o desafio que temos pela frente.”
al como solução para os próximos 40 anos, podendo ser
implantado em cinco ou seis anos. Previa um reservatório *José Walter Merlo – 78 anos – Engenheiro Eletricista forna Cota 30, no pé da Serra do Mar e um túnel de adução mado pela Poli, ex-vice-presidente da Companhia Energética
levaria água pela ação da gravidade para a casa de má- de São Paulo (Cesp), ex-presidente da Eletropaulo e membro
quinas substerrânea, que teria também um túnel de 7 km do Conselho Deliberativo do Instituto de Engenharia.
EDITORIAL
A corrupção
e a engenharia
De forma equivocada, muitos associam o que ora
ocorre à engenharia. E este sentimento pode envergonhar os alunos que há bem pouco tempo
sentiam orgulho de estudar engenharia numa das
melhores escolas do Brasil.
André S. Gertsenchtein
O Brasil vive crise inédita – ao menos para a geração
que hoje ocupa os bancos escolares. Todos os dias
os depoimentos dos envolvidos na operação Lava
Jato trazem à tona mais fatos envolvendo grandes
contratos de execução de obras de infraestrutura.
A Engenharia, entretanto, não é isso. Engenharia é
a arte de aplicar tecnologia em benefício do cidadão. É o desenvolvimento de materiais, sistemas e
métodos construtivos mais eficientes, acessíveis e
sustentáveis. É uma grande oportunidade de colaborar com uma sociedade melhor e com a redução das desigualdades.
A sociedade, com a paciência esgotada, aplaude o
trabalho da Polícia Federal no desbaratamento de
quadrilhas nos setores público e privado.
A desonestidade hoje exposta só está ligada à
infraestrutura porque se trata de área com expressivo movimento de recursos – o que atrai
aqueles cujo objetivo é o desvio destes recursos. A sociedade brasileira tem lutado para expurgar de seu meio as práticas desonestas, em
franco processo de amadurecimento. Dolorido,
claudicante, mas incontroverso, para quem observa período mais longo da história. E o que a
engenharia tem a ver com a corrupção? Nada.
Tornou-se alvo circunstancial dos corruptos.
Apenas isso.
Finalmente, é preciso “povoar” nosso meio com
bons engenheiros – e engenheiros éticos. Nesse
sentido, os fatos recentes só aumentam a importância da Escola Politécnica da USP (Poli-USP)
como responsável pela formação – profissional
e ética – das novas gerações de engenheiros dos
quais haveremos de nos orgulhar.
Educação
PROGRAMA PRÉ-IC APRESENTA RESULTADOS
O estudante João Pedro Milagres,
aluno da Escola Estadual Santo Dias
da Silva, foi um dos 80 selecionados
no vestibular da Fatec – Faculdade
de Tecnologia de São Paulo – para o
curso de Construção Civil – Edifícios.
No ano passado ele foi um dos integrantes do programa de Pré-Iniciação Científica – Pré-IC da Poli, Escola
Politécnica da USP, que conta com o
apoio da FDTE.
2
O Pré-IC oferece a alunos do ensino
médio público, durante o ano letivo,
a oportunidade de complementar
sua formação pessoal, aprimorar
conhecimentos, realizar pesquisas
científicas e conviver no ambiente
universitário. Vejas as ações do programa no site: www.fdte.org.br
O Pré-IC começou em outubro de 2008, quando
os laboratórios da USP
foram abertos para 400
alunos do ensino médio
de escolas públicas. Em
2010 foi criado o Poli
Pré-Iniciação Científica,
por iniciativa do professor Diolino José dos
Santos Filho, do departamento de Mecatrônica da Poli, junto com os
professores Edvaldo Simões da Fonseca Júnior,
do departamento de
Engenharia de TransporJoão Pedro Milagres tes, Mércia Semensato
Bottura de Barros, do departamento de engenharia de Construção Civil,
Osvaldo Shigueru Nakao, do departamento de
engenharia de Estruturas e Geotécnica e Cheng
Liang Yee, do departamento de engenharia de
Construção Civil. A partir daí os alunos começaram a ser preparados para ler textos, receber
noções do método científico, visitar museus e
a desenvolver projetos utilizando os conhecimentos adquiridos.
Projeto
BOLSISTAS FARÃO PESQUISAS E
PÓS-GRADUAÇÃO NA ÁREA DE GÁS NATURAL
O convênio de bolsas de estudos celebrado entre a Universidade de São Paulo (USP), Imperial
College, a Fundação para o Desenvolvimento
Tecnológico da Engenharia (FDTE) e a BG Brasil – antiga British Gas – irá fornecer bolsas de
estudos em gás natural em três grandes temas:
Engenharia; Físico-química e Economia e Política
Energética. Uma das pesquisas em Físico-química visa desenvolver células de combustível, que
possibilitam transformar o gás natural em energia elétrica.
No total são 25 bolsas, sendo oito na modalidade
de doutorado sanduíche, onde o aluno fica dois
anos no Brasil e dois anos no Imperial College;
oito de doutorado integral no Imperial College;
quatro de doutorado de dupla titulação, envolvendo alunos do programa de pós-graduação em
Engenharia Mecânica da Poli e o Departamento
de Engenharia Aeronáutica do Imperial College;
e cinco bolsas de pós-doutorado. “Este acordo é
parte de uma iniciativa maior que envolve outro
convênio de desenvolvimento tecnológico científico e a criação do Cepid - Fapesp - BG-Brasil Gas
Innovation Centre, que é um centro de pesquisa,
inovação e difusão de gás natural, que será sediado na Escola Politécnica da USP (Poli)”, afirma Júlio
Meneghini, diretor geral do programa e professor
titular do Núcleo de Dinâmica e Fluidos da Poli.
Este convênio está vinculado ao programa Ciência sem Fronteiras do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Engenharia – Esta área estudará tecnologias
visando o uso de gás natural na propulsão de
grandes embarcações, como os supermetaneiros que transportam gás natural da camada
pré-sal. As pesquisas pretendem ainda desenvolver sistema para a queima eficiente de gás
para micro turbinas e grandes turbinas a gás,
e metodologias de simulação numérica de gás
natural em equipamentos mecânicos, turbinas
e motores a gás natural, ou motores híbridos.
Físico-Química - Um dos projetos nesta área
visa desenvolver célula de combustível movida a
gás natural, que utiliza o hidrogênio que compõe
o metano, o oxigênio do meio ambiente e gera
eletricidade, água e gás carbônico. É uma forma
mais eficiente do que turbinas a gás ou motores
a gás natural e podem ser utilizadas como geradoras de eletricidade em locais remotos, como
plataformas marítimas para a produção de gás.
Professor Júlio Meneghini, diretor geral do programa
As pesquisas também visam transformar o
gás natural – metano CH4 – em insumo para
a indústria petroquímica desenvolver outros
produtos. Os estudos abrangem também a
possibilidade de utilizar processos biológicos.
O CO2 gerado por uma termoelétrica pode
ser usado para produzir certos tipos de algas,
diminuindo a quantidade de gás carbônico liberado para a atmosfera. Outro tema a ser estudado nesta área é a bioenergia. Existe uma
perda muito grande de biomassa que poderia
ser utilizada para gerar biogás, que essencialmente é o metano.
Economia e Política Energética - Os estudos
em Economia e Política Energética visam mitigar a emissão de gás carbônico e estimular
o consumo de gás natural, que ainda não foi
equacionado. A produção do pré-sal está a 300
km da costa e para construir um gasoduto submarino ou usar navios metaneiros é uma das
questões de logística que precisa ser estudada
caso a caso. Além disso, o desenvolvimento de
biogás e a inclusão do setor industrial nessa atividade, em particular as usinas de produção de
etanol, é estratégica para o Brasil.
Cepid - Além das 25 bolsas o Cepid conta com
36 professores coordenadores, 40 bolsas da
Fapesp, e uma equipe com mais de 140 pesquisadores. O professor Julio Meneghini será
o diretor geral do Centro, que terá três coordenadores: o professor Reinaldo Giudici, responsável pela transferência de tecnologia e
inovação; os professores Emílio Silva e Edmilson Santos, pela difusão e disseminação do conhecimento e um coordenador administrativo
ainda a ser escolhido.
O professor Meneghini diz que o objetivo é
manter empresas do setor ligadas ao programa, de modo que elas acompanhem o desenvolvimento dos projetos. “A difusão de conhecimento prevista no Cepid não será apenas
para a indústria, mas também para a sociedade”, conclui.
Julio Romano Meneghini é professor titular
da Poli-USP desde 2010, na especialidade de
Aplicações e Princípios da Engenharia Mecânica. Livre Docente em Mecânica dos Fluidos (Poli,
2002). PhD em Aerodinâmica pela Universidade
de Londres (1993), DIC-Diploma of Imperial College em Engenharia Aeronáutica (1993). Mestre
em Engenharia Mecânica (EPUSP, 1989). Bacharel em Física (IFUSP, 1989). Engenheiro Civil
(EEM, 1984). Atualmente é professor titular do
Núcleo de Dinâmica e Fluidos da Poli.
3
Nosso planeta visto do espaço
No final do ano passado vários colaboradores da
FDTE visitaram o programa Ciência na Esfera, no
Museu Oceanográfico da USP, a convite do professor Michel Michaelovitch de Mahiques, vice-diretor do Instituto Oceanográfico da Universidade de
São Paulo (IO-USP).
Michaelovitch explicou aos presentes que o Ciência na Esfera, ferramenta educacional desenvolvida pela Agência Americana NOAA – National
Oceanic and Atmospheric Administration, é um
sistema de projeção que faz a pessoa se sentir
como se estivesse num planetário invertido, que
tem por objetivo ilustrar o Planeta Terra e seus diferentes fenômenos e processos oceanográficos,
atmosféricos, geológicos, ecológicos, entre outros. “Num planetário vemos o céu, aqui temos a
sensação de estar no espaço observando o nosso
planeta ou outros corpos celestes”.
Tem- se a impressão de que a projeção é feita de
dentro para fora da esfera, mas em cada canto
da sala existe um projetor com data show, num
sistema sincronizado e alinhado diariamente. O
Ciência na Esfera oferece mais de 900 apresentações e alguns dados são atualizados online, pois
o computador é ligado diretamente no servidor
da NOAA, nos EUA. Também existem atualizações semanais e apresentações fixas. O Museu
do IOUSP recebe de 12 a 15 mil pessoas por ano,
mas na última Virada Científica, realizada em outubro passado, recebeu 2100 pessoas em apenas
um final de semana.
Para o pessoal da FDTE foram separadas apresentações fixas e filmes, de modo que os presentes pudessem ter uma idéia do potencial do
sistema. Começou com a apresentação da Terra
girando conforme sua posição natural, sendo
possível ver os continentes, as áreas com maior
vegetação, as desérticas, os oceanos e as calotas polares. Um controle remoto movimenta a
esfera e permite visualizar o nosso planeta de
qualquer ângulo.
4
O professor ressalta que,
por enquanto, os arquivos com falas são todos
em inglês. Apenas um
já foi dublado, mas a expectativa é dublar um
conjunto grande de arquivos. “Além disso, seremos a primeira esfera a
colocar totens com Libra,
a linguagem brasileira de
sinais. Deste modo, nossa
Olhares atentos acompanham apresentação do Ciência na Esfera no Instituto Oceanográfico
esfera será a primeira no mundo, acessível a deficientes auditivos”, afirma.
De acordo com o superintendente da FDTE, André
Steagall Gertsenchtein, o Ciência na Esfera mostra
diversos efeitos, não só aqueles que ocorrem em
tempo real, mas a evolução dos danos feitos pelo
homem no planeta, como a acidificação da água
marinha e a elevação do nível do mar. Em sua
avaliação, o pessoal da FDTE gostou muito, tanto
que a apresentação da esfera foi muito aplaudida
e nós agradecemos ao professor Michel. “Existe
uma relação muito boa entre a FDTE, fundação
ligada à USP e o IO-USP, uma das unidades da
universidade. Esta foi uma oportunidade única.
Não temos isso em todos os lugares e entendemos que ações como esta são importantes para
ampliar o leque de conhecimentos de nossos colaboradores”, afirma.
Colaboradores da FDTE após a apresentação
O Ciência na Esfera, de grande potencial para
utilização acadêmica e científica, tem sido utilizado por cursos de graduação e pós-graduação,
tanto em Oceanografia quanto em outras ciências. Além das aplicações em ensino e pesquisa
apresenta grande utilização em atividades de
extensão. Os professores de colégios também
podem se valer da esfera para dar aulas específicas a seus alunos. O professor Michel Michaelovitch Mahiques lembra que o sistema Ciência
na Esfera recebe crianças de todas as idades.
“Montamos uma programação adequada à idade das crianças. Basta ligar para o telefone do
Museu Oceanográfico (11 - 30916587), ou enviar
e-mail para [email protected] e agendar a escola
de acordo com a idade dos alunos. “Acabamos
tendo um salto qualitativo no Museu, com a instalação da esfera em 2012. Todos que vêm aqui
gostam”, comemora o professor.
Professor Michel Michaelovitch de Mahiques,
vice-diretor do Instituto Oceanográfico
ACONTECE NA POLI
Equipe Keep Flying representa
a Poli na SAE Brasil Aerodesign
gar, o recorde de carga paga da competição e o prêmio NASA Systems
Engineering Award de melhor gestão
de projeto. Em 2010, a equipe inovou
novamente, apresentando o conceito
de asa voadora (sem cauda). Obteve
4ª colocação geral e o recorde de carga paga da competição nacional.
No final de 2014 a equipe de Aerodesign Keep
Flying representou a Escola Politécnica da USP
na competição SAE Brasil Aerodesign na categoria regular, a mais concorrida, com a participação de 76 equipes de diversas universidades
do Brasil e do exterior. A concorrência cresceu
muito nos últimos anos de modo que a última
edição teve limite de vagas para inscrição, dando prioridade para equipes veteranas e com
bom desempenho.
A competição SAE Aerodesign pode ser divida em duas etapas: de projeto e de testes de
protótipos em voo. Na competição de projeto
são avaliadas as áreas de projeto de engenharia
aeronáutica por juízes, geralmente engenheiros voluntários da Embraer, por meio de um
relatório de projeto aeronáutico da aeronave
e de apresentação oral. Na competição de voo
pode-se resumir que o objetivo é carregar a
maior quantidade de carga útil. Outros fatores,
como o peso vazio (sem carga) e a acuracidade
(capacidade de prever a carga levantada para
uma altitude-densidade) contribuem para a
pontuação.
A Keep Flying tem excelente histórico, sendo
tradicionalmente conhecida com boas colocações e trazendo sempre aspectos inovadores.
Destacam-se o uso pioneiro na competição
de algoritmo de otimização multidisciplinar
em 2006, rendendo o primeiro lugar geral na
competição e dando o direito de representar o
Brasil na competição SAE Aerodesign East, nos
Estados Unidos. Em 2008, a equipe conseguiu a
segunda colocação na competição nacional e,
novamente, representou o Brasil na competição
americana, quando conquistou o primeiro lu-
Em 2014 a equipe de estudantes da
Poli teve um ótimo resultado. Mesmo com a redução para 60% do orçamento de 2013 a Keep Flying reorganizou-se e contou com importante
apoio financeiro da FDTE. Foram fabricados 10 aviões protótipos para
testes pré-competição, avaliando os
resultados de cálculos realizados pelos membros na etapa de projeto. Conforme explica
Eduardo Tadashi Katsuno, capitão da equipe,
“o número de protótipos foi elevado em relação aos anos anteriores, o que caracteriza um
aspecto positivo, pois permite melhorias pontuais a cada novo teste”.
Os resultados na competição de projeto foram:
2º melhor relatório da competição, cujas notas
são a soma das notas de todas as áreas de projeto. Analisando individualmente, destacou-se o
1º lugar nas áreas de projeto elétrico, apresentação oral e de organização de projeto. A equipe
também obteve o 2º melhor projeto de desempenho, 3º melhor projeto de aerodinâmica, 6º
melhor projeto de estabilidade e controle e 9º
melhor projeto de cargas e estruturas.
Na competição de voo a equipe apresentou a
aeronave de nome “Siriema”, uma das aeronaves mais leves da competição. Fabricar uma
aeronave com peso vazio baixo constitui um
desafio na busca de equilíbrio de materiais leves e resistentes. A colocação geral da equipe,
consideradas as duas etapas, foi o 7º lugar.
Mais do que resultados, a competição motivou
um projeto real de engenharia, testando os
conhecimentos na prática, estimulando conhecimentos que não são vistos em sala de aula.
“Quinze estudantes de diferentes habilitações
experimentaram como é desenvolver qualidades além da técnica: trabalhar em equipe e ter
espírito de liderança, além da responsabilidade
de representar a Poli em uma desafiadora competição nacional”, afirma o Professor Antonio
Luís de C. Mariani, orientador das equipes da
Poli no AeroDesign há mais de 12 anos, para
quem tudo isto certamente contribui para a
formação de melhores engenheiros para o País.
Professor Antonio Luís de Campos Mariani (primeiro à esquerda) e componentes da equipe
Keep Flying exibindo a Aeronave Siriema, uma das mais leves da competição.
5
Poli Cidadã oferece disciplinas
e faz parceria com projetos
de ações educativas
O Programa Poli Cidadã, da Escola Politécnica
da USP (Poli), está oferecendo duas disciplinas
para realizar projetos de graduação com responsabilidade social: Tecnologia e Desenvolvimento Social I e II. Além disso está propondo uma
atuação em forma de rede, com integração de
alunos, docentes e laboratórios da Poli e organismos da sociedade civil por meio de projetos
específicos, incluindo os de pesquisa e pós-graduação que atendam a demandas sociais. Na
implantação desta nova fase o Programa conta
com apoio da Fundação para o Desenvolvimento
Tecnológico da Engenharia (FDTE), que viabiliza
a infraestrutura operacional das atividades do
programa. “Todos os professores e laboratórios
da Poli estão convidados a participar desta rede
de integração que possibilitará ampliar nossa
atuação junto a organismos sociais e a ter o Selo
Poli Cidadã”, afirma o professor Antonio Luis de
Campos Mariani.
Criado em 2004, o programa Poli Cidadã estimula alunos e professores a desenvolverem atividades de caráter social, a fim de estreitar a relação
da Universidade com a sociedade, incentivando
a realização de projetos de graduação com responsabilidade social. Deste modo, oferece aos
alunos da Poli a oportunidade de experimentar
uma realidade muitas vezes diferente da sua, desenvolvendo nos estudantes a sensibilidade para
identificar problemas para os quais a engenharia
apresenta soluções e que podem contribuir com
toda a sociedade.
Em sua trajetória já motivou e certificou mais
de 100 projetos de graduação realizados por
alunos com orientação docente. Tem realizado,
também, projetos intensivos com diferentes
formatos, promovendo a interação entre alunos, professores, funcionários e comunidades
socialmente desfavorecidas. A Comissão Gestora do Programa é composta pelos professores
Douglas Lauria, Samuel Toffoli, Silvio Melhado,
Maria Inês Piffer e coordenada por Antonio Luis
de Campos Mariani.
6
Os alunos são convidados a participar do Programa de duas maneiras: atividades intensivas ou
atividades extensivas. As primeiras são realizadas
através de projetos específicos, de curta duração,
relacionados a comunidades, enquanto as extensivas são realizadas em trabalhos de conclusão
de curso (TCC), ou projetos de disciplinas. Nesta
última modalidade o aluno pode desenvolver seu
próprio projeto social ou escolher uma proposta
de projeto entre os temas solicitados pelas instituições parceiras do programa. Para participar
basta apresentar a proposta de projeto no site
http://www.policidada.poli.usp.br/
NOVAS PARCERIAS
No último dia 15 de dezembro, o professor Mariani se reuniu com representantes dos projetos
Matemática em Movimento, Kali e Projeto Potência, com vistas a planejar as atividades conjuntas a serem implementadas no início deste
ano letivo. Estes três projetos realizam ações
educativas e de reforço escolar para estudantes
do Ensino Médio em escolas da rede pública.
Uma das metas é colaborar na preparação para
o exame vestibular. A seguir um perfil de cada
grupo e orientações para os novos alunos politécnicos que pretendam atuar como voluntários nestas ações sociais voltadas para escolas
públicas de São Paulo.
O MM é formado por
voluntários dispostos
a contribuir para uma
Educação
Pública
mais abrangente e
de maior qualidade.
O primeiro objetivo
é prestar atenção à
juventude brasileira
que não tem acesso a uma educação digna, humana e de qualidade. Como fruto dessa atenção,
a solidariedade, a multiplicação do conhecimento
e a relação humana sincera surgem entre todos
os envolvidos. Por meio do ensino dinâmico da
matemática e da busca por entender a realidade
dos alunos, a equipe de voluntários do MM pretende fomentar o sonho de jovens em mudar a
sua própria realidade e, como consequência, o
mundo. O MM busca formas de abrir o leque de
opções a esses alunos com visitas a faculdades e
universidades, orientação vocacional, plantão de
dúvidas online, passeios culturais e palestras com
profissionais de diversas áreas. Contato: www.
matmov.com.br
O Kali, projeto social fundado em 13 de setembro
de 2013, atua na Escola Estadual Mário Toledo de
Moraes, na cidade de Caieiras, onde conta com o
apoio da comunidade, do colégio e dos alunos
para realizar seu trabalho.
O Kali tem por objetivo despertar nos
alunos o interesse pelos estudos,
por meio de aulas
diferenciadas, ensino de aluno para
aluno, matéria préprogramada com
material didático
próprio e exclusivo, entre outros.
Procura dar base,
estrutura e apoio aos alunos do ensino médio
da rede pública, despertando interesse nas aulas
regulares, na educação em geral e na busca pelo
conhecimento, incentivando-os na continuidade
dos estudos. Contatos: projeto.kali.2013@gmail.
com ou facebook.com/projetokali
Criado em agosto de 2011, o Projeto Potência é
uma organização voluntária que tem por propósito auxiliar na educação de alunos do sistema
público de ensino. Os professores são alunos da
USP, que ministram aulas aos sábados pela manhã na Escola Estadual Prof. Giulio David Leone,
localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo.
Neste período os alunos recebem aulas de Matemática, Física, Química e Redação.
Durante o curso é feita a divulgação de informações sobre os sistemas de inclusão na USP
(PASUSP, INCLUSP, Pré-IC, entre outros), provas
de bolsas de estudos em cursinhos particulares
e cronogramas de cursinhos comunitários (FEA,
Poli, Psico, Direito, Medicina).
A intenção do Projeto Potência é que os alunos
não parem de estudar quando concluírem o
ensino médio. Com a bibliografia recomendada
incentivamos o aluno a desenvolver a capacidade de independência e autodidatismo, pois
poderá obter os livros, estudar em casa e tirar
dúvidas durante ou após as aulas. Contato: https://sites.google.com/site/preparacaoemexatas/ ou https://www.facebook.com
Educação
CRIANÇAS APRENDEM A JOGAR
CAPOEIRA NA POLI
sexta-feira é substituída por uma roda de capoeira. “Dedicamos este dia para as pessoas se divertirem, bater o atabaque, jogar capoeira, dançar
samba. Com esse evento, ao invés de irem para a
rua ficam aqui na festa deles”, afirma.
O professor Sérgio Eston comenta que quem ajuda recebe mais do que oferece. “O mestre Graúna está comigo desde o começo, foi meu aluno e
virou mestre, não tem recompensa melhor. Outro
professor, o Marrom, entrou aqui pequenino, se
formou e hoje é professor de educação física,
dando aula em academias. Isso não tem
preço. Com este projeto
eu recebo mais do que
dou”, afirma.
História – O professor
conta que há quase
duas décadas, depois
do almoço, por volta
pela FDTE. As crianças são orientadas pelo
das 14 horas, o dono
Mestre Graúna, pelo contramestre Rodrigo da Silva Morais e pela auxiliar Pia da
Anderson Viana Chaves e de uma lanchonete que
Silva Morais, membros da Associação de
Mariana de Andrade com havia perto da residênCapoeira Frente do Gravatá. www.frentea filha Larissa cia dos estudantes foi
morto a tiros ao cobrar
dogravata.org. “As crianças gostam tanto
que consideram o Centro Moraes Rego (CMR) da dois meninos que estavam tomando cerveja. “Foi
Engenharia de Minas da Poli, como sendo a casa um escândalo na USP e eu fiquei pensando no que
delas”, afirma Eston. Como atividade de socializa- poderia fazer para ajudar. Uma semana depois fui
ção, os alunos participam de eventos fora da USP ao Banespa Central da USP e ao descer do carro uns
e alguns passam a fazer parte da equipe do pro- 10 meninos me cercaram pedindo dinheiro. Sentafessor Eston, que há 20 anos ensina capoeira no mos na calçada e disse a eles que não ia dar dinheiro, mas que faria uma proposta: dou aula de capoEsporte Clube Pinheiros.
eira, instrumentos, treino vocês de graça se vocês
A turma deste ano é formada por 22 crianças e vierem treinar comigo. Dos 10, quatro toparam.
as aulas ocorrem às terças, quintas e sextas-feiras Consegui o espaço aqui com os alunos do CMR e
das 19h00 às 20h30. A cada 15 dias a aula da iniciamos o trabalho que segue até hoje”.
Professor Sérgio Médici de Eston, com o Mestre Graúna, auxiliares e algumas crianças participantes do projeto Poli Fonte Mirim
Com muita alegria, crianças de cinco a quinze anos
entram na USP com o sonho de um dia se tornarem
mestres de capoeira. Acompanhadas dos pais, elas
participam das aulas ministradas por Wilson Luiz
Manoel, o Mestre Graúna, funcionário da USP. O
projeto Poli Fonte Mirim foi criado há 19 anos com
o objetivo de auxiliar, integrar e socializar crianças
carentes que residem nas comunidades São Remo
e Favela do Jaguaré, localizadas na periferia da USP.
Coordenado pelo professor Sérgio Médici de Eston, do Departamento de Engenharia de Minas e
Petróleo da Poli-USP, o projeto proporciona treinamento de capoeira, danças folclóricas, instrumentos de percussão, transmitindo uma série de
princípios. As famílias que participam do programa recebem uma cesta básica por mês, oferecida
Equipe do Mestre Graúna, familiares e crianças do projeto
Crianças participantes do projeto jogando capoeira
7
O QUE ESTOU LENDO
A ARTE DA ENTREVISTA E O REMORSO
DE BALTAZAR SERAPIÃO
Ubiraci Espinelli LeInfelizmente não tenho o dom para contrimes de Souza – “A
buir, na literatura, com outros tipos de satisprática da Engenharia
fação que um livro pode trazer e, neste seninduz, de minha parte,
tido, me limito a ser um leitor interessado
uma constante leitutanto em enriquecer minhas experiências
ra de textos técnicos,
de vida, com os cenários diversos que são
onde mais que a busca
criados pelos escritores, quanto em conhede uma satisfação pescer diferentes estilos de redação e conviver
soal estou à procura de
com a riqueza de ideias que posso extrair
soluções para probledas leituras que faço.
mas da atividade proUbiraci Espinelli
fissional. Os livros, porNeste momento, a leitura de “o remorso de
Lemes de Souza
tanto, têm sido muito
baltazar serapião” (com o nome próprio em
importantes para a
minúsculas mesmo!), de Valter Hugo Mãe,
ampliação do meu conhecimento técnico. Escrevi me traz, além de um cenário que me faz lembrar
três livros pela editora PINI – Como Aumentar a dos sertões brasileiros, uma experiência diferente
Eficiência da Mão de Obra; Projeto e Implantação quanto ao uso da língua portuguesa, com uma grado Canteiro - Nome da Rosa e Como Reduzir Per- mática menos regrada e mais poética em termos de
das nos Canteiros – e espero ter contribuído para fluência. Mas é a releitura de “a Arte da Entrevista”
satisfazer este mesmo tipo de necessidade de ou- (recomendo!), coletânea de textos organizada por
tros profissionais da área.
Fábio Altman, que me tem ocupado um tempinho
todas as noites; o
livro é composto
de entrevistas
selecionadas onde tanto o
entrevistador quanto o entrevistado são pessoas
ilustres e que se destacaram no cenário nacional e
mundial, em experiências completamente diferentes. Cada subconjunto de páginas permite conhecer
o modo de pensar de pessoas tão interessantes e diversas quanto Al Capone, Marilyn Monroe, Thomas
Edison, Pablo Picasso, Adolf Hitler, John Lennon,
José Bonifácio de Andrada e Silva, dentre outros.
Além do lazer proporcionado pela leitura tenho
certeza de que novas ideias me virão à mente para
aprimorar a minha vida.”
Curtas
COMEMORAÇÃO - Ex-alunos do curso ‘Engenheiro Eletricista – opção Eletrônica’ da Escola
Politécnica de São Paulo (Poli), formados em
1964, promoveram um encontro entre alunos
e professores no auditório do Centro de Engenharia Elétrica da Poli, para comemorar os 50
anos da conclusão do curso. O evento, realizado no dia 26 de novembro de 2014, foi capitaneado pelo Prof. Dr. Ademar Ferreira, coordenador e pesquisador do Grupo de Robótica
e Tecnologias Cognitivas da Poli. Compareceram os ex-professores Nelson Zuanella, Paulo
Antonio Mariotto, Paulo Villela, Plínio Castruc-
ci, Octávio Ferreira Affonso, Roberto Marconato
e Jacyntho José Angerami, e os ex-alunos Ademar Ferreira, Romeu Grandinetti Filho, Alessandro Contessa, Paulo Boulos, Roberto Minoru
Koga, Ro Chee Hsiung, Mário Pollastri, Edgard
Calia e Fernando Ramos. Nelson Zuanella, presidente do Conselho Curador da FDTE, ressaltou
a sensibilidade dos ex-alunos ao promoverem
o encontro para homenagear a “mãe”, a Escola
Politécnica, e indiretamente, os ex-professores.
“Eles foram minhas primeiras cobaias e, portanto, os primeiros professores de didática”,
afirmou.
THUNDERATZ NO JAPÃO - Os guerreiros da
ThundeRatz, equipe de robótica da Poli, Marx Thezolin de Paula e Lucas Rebelo Dal’Bello garantiram
o quarto lugar na competição All Japan Robot-Sumo Tournament, organizada pela Fujisoft no
Japão. Eles viajaram para Tóquio com apoio da
FDTE e competiram com o robô Stonehenge, que
ficou atrás apenas da equipe Esimez, do México,
que disputou com dois robôs, e da campeã, uma
equipe japonesa. No Japão a quarta colocação
significa um lugar no pódio. O Stonehenge está
entre os quatro melhores robôs de Sumô Rádio
Controlado do mundo e é o melhor do Brasil.
Ivan Gilberto Sandoval Falleiros
João Cyro André
José Roberto Cardoso
José Roberto Castilho Piqueira
Lucas Moscato
Endereço: Av. Eusébio Matoso, 1375 – 6º andar
Pinheiros – São Paulo / SP - Cep: 05423-180
Telefone: (11) 3132 - 4000
Jornalista responsável: Luiz Voltolini (MTb - 11.095)
Revisão: Maria Aparecida Masucci
Fotos: Zé Barretta - [email protected]
Diagramação: Samuel Coelho - [email protected]
Tiragem: 2.000 exemplares
Periodicidade: bimestral
A reprodução do conteúdo desta publicação é permitida
mediante autorização prévia e citada a fonte
Expediente
FDTE
Diretor-Superintendente: André Steagall Gertsenchtein
Diretor de Operações: João Antonio Machado Neto
Diretor Administrativo e Financeiro:
Antonio Carlos Fonseca
Diretora de Assuntos Especiais: Edith Ranzini
Conselho Curador
Presidente: Nelson Zuanella
Vice-Presidente: Célio Taniguchi
Membros:
Antonio Hélio Guerra Vieira
Claudio Amaury Dall’Acqua
8
FDTE Informa é uma publicação da
FDTE - Fundação para o Desenvolvimento
Tecnológico da Engenharia. Disponível
no site da entidade (www.fdte.org.br) e
distribuída gratuitamente.
Os textos e artigos assinados são de inteira
responsabilidade de seus autores.