Boletim Informativo da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Estratégico da Engenharia
Agosto/2014
Ano 2
Nº 11
A IMPORTÂNCIA DAS FUNDAÇÕES
PARA A SOCIEDADE CIVIL
Acontece na Poli
FDTE promove encontro
com a comunidade
politécnica
pág.3
Tecnologia e Mercado
O comportamento
do usuário terá
influência nos sistemas
construtivos
pág.2
Projeto
Vale usa simulador
virtual para treinar
condutores
de trens pág.4
Soluções de
mobilidade urbana
para Barueri
pág.5
Time Line
Pesquisadores da
Poli analisam a
segurança em sistemas
do Metrô
pág. 6
Educação
AEP promove a
integração
da comunidade
politécnica
pág. 7
O que estou lendo
As sugestões de leitura
do professor Diolino J.
Santos Filho
pág. 8
www.fdte.org.br
Muitas fundações exercem atividade econômica atuando
no mercado prestando serviços ou entregando determinados produtos, e com isso, obtêm um superávit financeiro
que permite desenvolver uma atividade social. No caso das
fundações de apoio, a própria atividade econômica é de interesse social. Quando a FDTE, que é uma fundação de apoio
à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP),
desenvolve um projeto junto a governos ou a empresas privadas, está levando a expertise dos professores que coordenam e executam esses projetos. “Há interesse social na atividade econômica, da qual resulta o superávit que possibilita
o fomento à pesquisa, permitindo que os professores atuem
em projetos não acadêmicos, viabilizando recursos e investimentos para a escola pública”, afirma o promotor de Justiça
Cível Airton Grazzioli, curador das fundações.
O modelo fundação de apoio é importante para a sociedade civil em face das dificuldades das instituições de ensino
superior em exercer com excelência o tripé ensino, pesquisa e extensão. As fundações complementam as carências,
especialmente orçamentárias. “Há quem diga que a fundação de apoio se presta apenas para atender interesses dos
professores. Mas, onde há uma boa universidade sempre
tem as fundações fazendo algo importante, pois complementam o todo”, diz.
Gestão para a comunidade
Entre as atividades das fundações estão a educacional, a
extensão, a pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o
que evidencia a importância das fundações de apoio às
instituições públicas de ensino superior. “Neste modelo
encontra-se a FDTE, que é uma entidade privada de apoio
a um dos organismos da USP, que é a Escola Politécnica”,
afirma Grazzioli.
A FDTE, criada na década de 1970, foi uma das primeiras
fundações de apoio do Estado de São Paulo. “Na época, a
iniciativa foi inovadora porque nasceu quando o administrador público tinha nas autarquias o salvador para todas
as dificuldades. A FDTE inovou instaurando um modelo
diferente de parceria entre o público e o privado”. Segundo Grazzioli, este novo modelo permite a interação entre o
público e o privado no sentido de cada setor levar ao outro
o que tem de bom na medida das necessidades recíprocas.
Em relação à FDTE, Grazzioli diz que a fundação encerrou
um ciclo de gestão e começou outro. A atuação do atual
superintendente, engenheiro André Steagall Gertsenchtein, coloca a gestão num patamar de maior modernidade. “Isso não gera, evidentemente, nenhuma crítica às
gestões anteriores, mas é um momento de evolução com
a implementação de uma série de controles internos e de
Airton Grazzioli: curador das
fundações de São Paulo
uma governança corporativa mais atual”, ressalta. Diz,
ainda, que este novo modelo de gestão permitirá que a
FDTE atue com mais profissionalismo e obtenha resultados para alavancar o apoio à Poli. “A entidade está numa
fase de renovação e atualização. Não temos nenhum problema com a FDTE”, afirma.
Imagem preservada
A Curadoria das Fundações de São Paulo está instalada no
15º andar do Fórum João Mendes, onde os promotores de
Justiça Airton Grazzioli e Ana Maria de Castro Garns atendem as 290 fundações da capital paulista. No Estado de São
Paulo existem cerca de 630 fundações. A Curadoria tem a
obrigação de efetuar o velamento das fundações. “Compreende-se a fiscalização como um ato posterior a uma
irregularidade, ou com a finalidade de buscar informações.
Velamento é mais amplo, porque fiscaliza mas, também
toma medidas preventivas e desenvolve políticas públicas,
propiciando que a organização atue da melhor maneira
possível”, explica Grazzioli.
Em um coletivo de quase 300 fundações, com patrimônio
e número de pessoas significativo, é normal surgirem problemas. Mas, segundo o promotor, a maioria é correta e o
número de irregularidades é pequeno frente ao conjunto
de entidades. “São questões naturais de ocorrer como em
qualquer outro setor lucrativo”, afirma Grazzioli. “Sempre
há uma tentativa do Ministério Público de preservar e não
macular a imagem da instituição”, conclui.
AIRTON GRAZZIOLI – Promotor de Justiça; curador de fundações da capital paulista desde 2005; membro do Ministério
Público do Estado de São Paulo desde 1990 e vice-presidente
da Associação Nacional dos Procuradores e Promotores de
Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social (Profis).
EDITORIAL
REDES SOCIAIS, A POLI E A FDTE
André S. Gertsenchtein
A Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico
da Engenharia (FDTE) se prepara para a segunda fase de um projeto ambicioso: o uso de redes
sociais (Facebook e Twitter) como ferramenta de
comunicação. Em 15 de agosto último, em evento
ocorrido no Prédio da Engenharia Civil da Escola Po-
litécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a
FDTE apresentou, por meio de seu consultor Rodrigo Mauger, da Agência Fillet Comunicação Digital,
o funcionamento do Facebook e seu uso já disseminado como ferramenta empresarial e institucional
de comunicação. Chamou a atenção a menção feita
ao uso do Facebook pelo Massachussets Institute of
Technology (MIT), instituição que guarda grande
semelhança de princípios e atuação com a Escola
Politécnica. Na ocasião, expliquei aos presentes
que a FDTE fará os investimentos necessários nas
ferramentas, mas que o conteúdo - fator imprescindível para o sucesso de qualquer ferramenta de
comunicação - dependerá da adesão dos docentes
e pesquisadores da Poli. Toda opinião emitida por
um docente da Escola Politécnica a respeito de
tema envolvendo especialidade da engenharia e
de interesse da sociedade civil (tais como o desmoronamento do viaduto de Belo Horizonte ou o acidente com o Cessna Citation de Eduardo Campos)
será bem-vindo nas duas redes e terá divulgação,
juntamente com a foto do docente.
Se bem sucedida, a iniciativa poderá fazer das
duas redes sociais poderoso mecanismo de exposição do conhecimento produzido na Escola
Politécnica e de seus autores. Em se tornando
referência (o que dependerá fundamentalmente
da adesão dos docentes e pesquisadores) certamente as redes sociais da FDTE poderão ajudar o
mercado a localizar especialistas em importantes
áreas da engenharia que, de outra forma, talvez
não tivessem a exposição merecida. Entretanto,
no caso do Waze (um aplicativo de navegação
gratuito para o smartphone com GPS) qualquer
rede social é relevante na proporção da representatividade do número de seus seguidores. A
FDTE fará sua parte e se a comunidade politécnica
motivar-se a dar sua (imprescindível) colaboração,
a iniciativa será destinada ao sucesso.
TECNOLOGIA E MERCADO
O USUÁRIO E OS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
2
A pesquisadora de Sistemas
portamento dos usuáPrediais do Departamento
rios. Se a pessoa levanta
de Engenharia de Construatrasada, seu banho será
ção Civil da Poli, professora
rápido. Caso levante
Lúcia Helena de Oliveira,
uma hora antes poderá
afirma que a partir da décatomar um banho mais
da de 1990 a evolução dos
lento, consumindo mais
sistemas prediais hidráuliágua. “Desenvolvemos
cos tem sido influenciada
uma primeira versão
pelos conceitos de conserdeste método, mas está
vação de água e de energia,
na linha de pesquisa.
estimulando o desenvolO probabilístico está
vimento de componentes
contemplado na norma
economizadores de água,
de água fria e quente e
de medição individualizada
começa a ser utilizado”,
de água, o uso de água não
Lucia Helena de Oliveira
explica.
potável e de sistemas de
aquecimento solar. Um dos impactos é a redução A conservação da água impacta também o esgoto
de valores de vazões de projeto, havendo aí uma sanitário, reduzindo as vazões de descarga dos apanecessidade de atualização nos modelos de de- relhos. “Trabalhamos em uma pesquisa para avaliar
terminação de vazões utilizados.
o escoamento em ramais e coletores com diâmetros menores que os mínimos recomendados pela
Neste sentido a pesquisa que realiza avança para normalização atual. Mantendo o diâmetro, a altura
um modelo de determinação de vazões que em- da lâmina d’água ficará menor podendo gerar proprega lógica nebulosa, que tem por base o com- blemas de autolimpeza. Diminuindo o diâmetro, a
altura da lâmina d’água vai subir e o desempenho
será melhor”, afirma.
A pesquisa está sendo desenvolvida por equipe multidisciplinar e em duas frentes: experimental e simulação numérica. A experimental está sendo realizada
com tubos transparentes, que permitem avaliar o
desempenho do escoamento e validar o modelo de
simulação. As mesmas vazões serão simuladas em
modelo computacional para verificar o desempenho
com diâmetro menor e diferentes declividades.
Também está sendo desenvolvido um modelo de simulação pelo método conhecido como
Moving Particle Semi-implicit (MPS) para avaliar
as vazões e alturas de lâmina d’água em trechos
do sistema de esgoto sanitário, considerando-se
o escoamento não permanente, além do modelo probabilístico para determinar o número
de aparelhos sanitários em uso simultâneo. Os
primeiros resultados da pesquisa confirmam a
importância de se entender o comportamento
do escoamento de esgoto sanitário em condutos
horizontais e, em especial, do fenômeno da atenuação de ondas.
ACONTECE NA POLI
FDTE PROMOVE ENCONTRO COM
A COMUNIDADE POLITÉCNICA
Objetivo foi apresentar os mecanismos para obter o apoio da fundação na administração e
desenvolvimento dos projetos e pesquisas
A Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da
Engenharia (FDTE) promoveu em 15 de agosto, nas
dependências da Engenharia Civil na Cidade Universitária, o primeiro encontro dos representantes da
FDTE com os docentes, coordenadores de projetos,
chefes de departamentos e dos laboratórios de pesquisa da Escola Politécnica da USP (Poli-USP).
O superintendente da FDTE, André Steagall Gertsenchtein, comentou que a ideia do Encontro-Chave surgiu quando se constatou que nem
todos conhecem a totalidade dos serviços prestados pela fundação. “Notamos, em muitas ocasiões, que era preciso replicar aos coordenadores
o que a gente faz. Decidimos pelo encontro porque entendemos que este serviria também para
estreitar o relacionamento entre as pessoas das
instituições.” Explicou que em sua gestão a FDTE
busca uma reaproximação com a Poli. “A Fundação, como instrumento de transferência de recursos da sociedade para a escola, possibilita que os
professores nela permaneçam, desenvolvendo
conhecimento e ensinando, que é uma de suas
funções primordiais”, afirmou.
O diretor da Poli, professor José Roberto Castilho
Piqueira, lembrou que a FDTE é parceira importante. “A fundação tem uma história de décadas
de relação com a Poli. Surgiu aqui dentro por
ação da professora Edith Ranzini, do professor
Lucas Moscatto e do professor Nelson Zuanella.
A continuidade deste trabalho é muito importante para nós”. Comentou sobre a atuação da
entidade na manutenção do Programa de Pré-iniciação Científica (Pré-IC), voltado aos alunos
do ensino médio de escolas públicas de regiões
carentes. “Quando a Secretaria de Educação do
Estado parou de ajudar o projeto a FDTE nos deu
as bolsas e permitiu que a gente pudesse manter
este trabalho social muito importante. Entendemos ser vital que nossos laços sejam cada vez
mais estreitados”, disse.
Para a vice-diretora Liedi Légi Bariani Bernucci a
fundação tem cumprido seu papel além da parceria. “É uma entidade irmã, que tem colaborado de
uma forma muito positiva”, disse. No caso da parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que trata de um edital
“para fazermos um plano de pesquisa e mostrar
nossa força e os estudos que temos aqui com
empresas privadas e públicas, a FDTE nos ajudou
diariamente, inclusive nas visitas que a Embrapii
nos fez. A FDTE é muito ativa nessas parcerias que
a gente a solicita”, afirmou.
O superintendente da FDTE destacou ainda que a
entidade distribui 87 bolsas, destinadas à graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doc e bolsas a funcionários da escola que buscam
melhorar sua qualificação. Falou do apoio aos programas Poli Cidadã, e às equipes Poli de Baja, Poli
Racing, Keep Flying, Poli Jr., Poligen e i-Poli – este
último traz alunos de fora para estudar na Poli e envia seus alunos para o exterior, muitas vezes com o
duplo diploma. “Também criamos uma ferramenta
de comunicação que reputamos muito boa, que é o
boletim FDTE Informa. Este boletim tem divulgado
notícias da FDTE e o que se faz dentro da Poli. Até
mesmo o que os docentes estão lendo”, destacou.
O diretor de operações da FDTE, João Machado, falou dos serviços que a FDTE presta e da oportunidade que esse encontro proporciona ao ter um contato
pessoal com coordenadores, chefes de departamentos. Lembrou que a área de operações e a comercial
têm grande interface de contato com projetos e coordenadores visando maior agilidade possível. “Procuramos fazer nosso trabalho de modo ágil, rápido e
descomplicado, apesar das nossas limitações com o
Tribunal de Contas, Ministério Público e com nosso
regulamento de compras”, disse.
Comentou ainda que a FDTE, para divulgar de
maneira transparente a contrapartida que oferece pela taxa de administração que cobra para
organizar as atividades de administração geral e
financeira dos contratos e recursos humanos colocou estas informações em seu site e também
distribuiu um folheto aos presentes. “Este folder
demonstra o que está e o que não está incluído
em nosso trabalho.”
Imagem e mídias sociais
O Encontro-Chave contou ainda com a participação
de Gláucia Bonner, da empresa Ideia Viva Inteligência Estratégica Comunicação, que desenvolveu a
nova marca da FDTE. “Procuramos revitalizar as características principais da marca e criar uma imagem
para representar o universo mental e intelectual de
um projeto em beneficio da sociedade. O novo elemento gráfico, essa identidade visual que foi criada,
ela passa para todas as peças com as quais a fundação se comunica com os seus públicos”, afirmou.
José Roberto
Castilho Piqueira
Liedi Légi
Bariani Bernucci
André Steagal
Gertsenchtein
João Machado
Nelson Zuanella, presidente do Conselho
Curador da FDTE ladeado por Claudio
Dall’Acqua e Edith Ranzini
A nova marca está presente em toda a papelaria da
entidade, no boletim FDTE Informa, nas peças de comunicação digital, como no site, que passou por total reestruturação, e na comunicação dos cursos. “No
site, além de trazer um pouco mais de tecnologia e
impacto visual, tivemos a preocupação com sua organização, a hierarquia de informações, sua arquitetura,
visando tornar relevante o seu conteúdo”, afirmou.
O evento foi encerrado com a participação do
publicitário Rodrigo Mauger, da empresa Fillet,
responsável pela apresentação e conteúdo da
página da FDTE no Facebook. Ele destacou os novos projetos para divulgação da marca FDTE e da
Poli no Twitter, Facebook e YouTube e apresentou estatísticas e dados demográficos que mostram a importância de todos os departamentos
e laboratórios da Poli estarem representados nas
redes sociais. “O Facebook deixou de ser um site
de encontro de jovens e se tornou um verdadeiro
centro de negócios”, afirmou.
3
VALE USA SIMULADOR VIRTUAL
PARA TREINAR CONDUTORES DE TRENS
Desde 2008 a Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (Poli) desenvolve programas que
trazem para a tela do computador todas as situações enfrentadas pelos maquinistas de trens de
carga. De acordo com o professor Roberto Spinola
Barbosa, coordenador do Laboratório de Dinâmica e Simulação Veicular do Departamento de
Engenharia Mecânica da escola os simuladores de
trens de carga desenvolvidos pela Poli estão em
funcionamento na Vale desde 2010.
tempo por um único instrutor. Além disso, nessa
configuração pode ter até seis instrutores, multiplicando em seis vezes a quantidade de cabines”,
diz.
A conexão via internet, feita por meio de uma máquina adicional que armazena as informações, possibilita que o instrutor que está ativo possa programar
e fiscalizar o treinamento de um maquinista que está
em Moçambique, por exemplo. “Essa flexibilidade de
acoplamento possibilita estar com um treinamento
em São Paulo, um aluno em São Luis, o instrutor em
Vitória e outro aluno em Moçambique, todos interligados dentro da mesma base”, explica.
O professor conta que os primeiros simuladores
foram desenvolvidos na década de 1970 nos EUA
e Europa, com máquinas rudimentares, programas simplificados, cabine única e custo elevado.
Em 2008 a Vale decidiu trocar esses programas
por simulador próprio, dando oportunidade para
a Poli desenvolver um novo sistema em parceria.
Quando a Vale mostrou interesse, Spinola que havia trabalhado na área de transporte do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas e atendia o meio ferroviário, foi indicado para liderar o projeto e criou
um grupo formado por pesquisadores do Laboratório de Dinâmica e Simulação Veicular (LDSV),
coordenado por ele, e que fez a parte mecânica
e os modelos; do Laboratório de Automação e
Controle (LAC) onde atua o grupo do professor
Fuad Kassab Júnior, do Departamento de Engenharia Elétrica, que fez a programação computacional e a conexão completa de rede; e a equipe
do professor Kazuo Nishimoto, coordenador do
Tanque de Provas Numérico do Departamento de
Engenharia Naval (TPN), que tem experiência em
simuladores e processamento de imagens por ter
um simulador das aplicações da Petrobras para
operações em plataformas, navios e portos.
4
Os componentes desse grupo visitaram a Vale várias vezes para conhecer o sistema existente, identificar os antigos fornecedores e avaliar o que deveria
ser mantido e o que poderia ser modernizado. “O
fato de contar com equipes multidisciplinares especializadas e conhecimento avançado permitiu
velocidade maior no desenvolvimento, que tem o
que há de mais moderno, permitindo o uso de mapas georreferenciados, visualização tridimensional,
conexão via internet e rede com processamento remoto”. Spínola conta que a primeira versão foi instalada na Vale em Vitória (ES) em 2010. “Depois fizemos uma segunda versão, cujo desenvolvimento
se iniciou em 2011 e terminou em 2013 incluindo
modulo multiusuário, centro de controle e dinâmica completa do vagão”, diz.
Professor Roberto Spinola, simulador
permite visualização tridimensional
Treinamento
O simulador de trens desenvolvido para a Vale
utiliza fotos georeferenciadas de satélite e tem
visualização tridimensional. O mapa da ferrovia
da empresa é importado em sua geometria para
o software junto com a foto do terreno de seu entorno. Deste modo, quando na tela do computador surge uma montanha ou um rio é porque eles
existem no local por onde passa a ferrovia. “O simulador ficou tão flexível que quando a Vale quis
fazer instalação em Moçambique a adaptação foi
feita em apenas uma semana. Baixamos as fotos
do satélite, incorporamos no simulador, pegamos
o mapa da ferrovia com suas retas e curvas e juntamos os dois mapas, e a Vale ficou com o simulador próprio para Moçambique em pouquíssimo
tempo”, informa.
O sistema desenvolvido pelos pesquisadores da
Poli é formado por cabines de treinamento individuais, compostas por uma cadeira, um painel
de operação, a visualização e um painel de instrumentos. Cada conjunto dentro de uma cabine representa uma locomotiva virtual que pode puxar
um trem de até 400 vagões de qualquer linha da
Vale a ser configurada na tela. “A novidade é que
pode ser replicado até 24 vezes, pois as conexões
via internet permitem uma expansão muito grande”, afirma. Esta versatilidade permite ter um único instrutor que cria o programa de treinamento
e descarrega em várias cabines. “O programa permite que 24 pessoas sejam orientadas ao mesmo
Segurança
A Vale tem em torno de três mil maquinistas que
fazem reciclagem no simulador. Além disso, dá
treinamento aos novos operadores. Se a empresa
fizer uma reciclagem de treinamento de cinco em
cinco anos e ao mesmo tempo treinar os novatos,
treinará em torno de 1000 pessoas a cada ano.
Em geral, o aluno pratica a operação dos trens
com a vantagem de poder testar casos críticos
sem causar prejuízos ou acidentes. “Se o freio não
funciona é preciso disparar a frenagem de emergência. Isto no simulador é fácil e sem riscos mas,
se esta situação ocorrer de fato pode descarrilar
um trem transportando minério”, explica.
Spinola diz que no simulador o maquinista treina
várias situações de risco. Quando está chovendo
é preciso operar devagar, porque o trilho perde
o atrito e o freio fica menos eficaz. O aluno testa
os parâmetros ideais do coeficiente de atrito sem
riscos. Ao descer uma serra, ele precisa acertar a
dosagem do freio na primeira tentativa. Não pode
ter erro. “Estes testes só podem ser feitos no simulador, pois em ferrovia poderiam causar graves
acidentes”, orienta.
Segundo o professor os simuladores podem ser
adaptados para os trens de passageiros e também
para as linhas de metrô existentes no país. “No caso
das linhas de metrô seria preciso simular, entre
outras ações, as paradas nas estações no local determinado, abertura de portas, tempo de parada e
de percurso, taxa de aceleração e de frenagem, que
são muito mais rápidas que num trem de carga”,
diz. Comenta ainda que o treinamento teria de ser
bem mais específico, pois o tráfego é muito mais
severo em termos de cruzamentos e de passagens
nas linhas com uma dinâmica muito especializada.
PROJETO
SOLUÇÕES DE MOBILIDADE
URBANA PARA BARUERI
Acordo firmado entre a prefeitura de Barueri e a Poli prevê a criação da Companhia de Engenharia
de Tráfego da cidade, cursos de gestão pública e a criação de um polo tecnológico
para estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico, e para a comunidade em geral.
Ao centro, o prefeito Gil Arantes cumprimenta o diretor da Poli, José
Roberto Castilho Piqueira, ladeados pelos professores Nicolau Gualda e
Antonio Marcos Massola, André Gertsenchtein e Antonio Carlos Fonseca
A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a Prefeitura de Barueri e a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) assinaram, no início de agosto,
um convênio com vigência de cinco anos, com
o propósito de estabelecer um programa de cooperação e intercâmbio científico, tecnológico e
de serviços. Um dos itens do Termo de Cooperação Técnica do município, que foi concebido
pelos professores Antônio Mar­cos de Aguirra
Massola e Nicolau Dionísio Fares Gualda, prevê a
realização de estudos do sistema viário, visando
aumentar a fluidez do tráfego e da mobilidade
urbana, além de im­plantar a Companhia de Engenharia de Tráfego na cidade, a CET Barueri.
O diretor da Poli, José Roberto Castilho Piqueira,
afirma que pouco se tem feito do ponto de vista
científico nas grandes cidades a respeito da mobilidade urbana. Neste acordo, o plano de trabalho
trará uma solução inovadora, tanto do ponto de
vista de otimização de tráfego na cidade, como de
gestão da atividade de mobilidade urbana. “Acreditamos que esse trabalho de engenharia de tráfego a ser realizado em Barueri servirá de modelo
para as principais cidades brasileiras”, afirma.
Gestão Pública
O acordo prevê treinamento para o pessoal docente, funcionários e alunos das escolas básicas
e de ensino médio de Barueri por meio da implantação de eixos estruturantes de soluções,
conceitos a serem aplicados, pedagogia da tecnologia, formação de educadores, estimulação
dos alunos e configuração tecnológica de salas
de aula. Abrange ainda a criação de cursos de
gestão pública para os funcionários da Prefeitura de Barueri.
ACORDO PREVÊ A
IMPLANTANÇÃO DO
POLO TECNOLÓGICO
A Poli fará estudos de viabilidade visando à
instalação do Polo Tecnológico do Município
de Barueri. “Como temos na Poli um conhecimento científico e tecnológico desenvolvido,
trabalharemos em conjunto com a prefeitura
para implantar o polo tecnológico da cidade”,
diz Piqueira. “Com esse acordo vamos realizar o
sonho de ter o polo tecnológico em nossa cidade”, afirma o prefeito de Barueri, Gil Arantes.
De acordo com o programa, a Poli também irá realizar ações de interesse educacional, de difusão
do conhecimento e divulgação de informações
institucionais e acadêmicas, bem como promoverá orientação científica, técnica e vocacional
Evento
Para a assinatura do Termo de Cooperação Técnica a Prefeitura de Barueri promoveu um evento que contou com a participação do prefeito
Gil Arantes; do diretor da Poli, professor José
Roberto Castilho Piqueira; e do superintendente da FDTE, André Steagall Gertsenchtein, que
explica que a fundação funciona como um escritório de engenharia de apoio à Poli. “Somos
o braço operacional da Poli. A inteligência sempre vem dos docentes, dos pesquisadores. Este
é o plano de trabalho, em particular da primeira
fase de nove meses. Para a FDTE, é um privilégio
trabalhar para Barueri, uma cidade conhecida
por ser inovadora”, afirma.
PLANO TRARÁ
SOLUÇÃO INOVADORA
PARA O TRANSITO
Também estiveram presentes na solenidade o diretor financeiro da FDTE, Antonio Carlos Fonseca,
o assessor de projetos especiais da Poli, professor
Antônio Marcos de Aguirra Massola; o coordenador
do Laboratório de Planejamento e Operação de
Transportes do Departamento de Engenharia de
Transportes da Poli, professor Nicolau Dionísio Fares Gualda; o vice-prefeito de Barueri e secretário
de Educação, Jaques Artur Munhoz; o secretário de
Administração, Pedro Arcanjo da Mata; o secretário
de Transportes, João Amâncio da Conceição; e o superintendente da Fundação Instituto de Educação
de Barueri (Fieb), Agnério Neri Ferreira.
Em seu gabinete, Gil Arantes conversa
com os representantes da Poli e da FDTE
5
TIME LINE
PESQUISADORES DA POLI ANALISAM
A SEGURANÇA EM SISTEMAS DO METRÔ
Sentados à esquerda o professor Jorge Rady e ao centro o professor
João Batista Camargo Jr. e demais componentes da equipe
O grupo especializado em análise de segurança
da Escola Politécnica da USP (Poli-USP) começou
em 1982, com a análise do projeto para a Linha-2
Vermelha do Metrô. A princípio era uma pequena
equipe que foi ampliando sua atuação e de maneira natural resultou em um grupo de pesquisa.
“Naquela época o perfil da Poli e da USP era outro”,
conta o professor João Batista Camargo Júnior,
coordenador do grupo. “A FDTE ficava dentro da
universidade, onde todos os projetos eram desenvolvidos. Os projetos possibilitaram a evolução da
FDTE e esse do Metrô foi de grande importância”.
Com o tempo as sedes das fundações deixaram
o campus e este movimento separou as funções:
as fundações passaram a se preocupar mais com
a interface com a sociedade, com o mercado e a
Poli, com sua grande vocação e missão, a pesquisa, ensino e extensão universitária.
A partir dessa mudança a equipe que era formada, a princípio, pelos professores Francisco Dias,
Benício José de Souza, Giorgio Gambirasio e pelos
pesquisadores Wilson Matheus, Ting Kong e Sergio Miranda foi evoluindo, relata o professor Jorge
Rady, que fazia parte da equipe e hoje é vice-co-
ordenador do grupo
de análise de segurança. Ele conta que
neste primeiro projeto o Metrô fez um
convênio de transferência de tecnologia
com o Battelle Institute, de Columbus.
”Vários profissionais
do Metrô e da Poli
foram para Ohio visando o aperfeiçoamento na análise
de segurança, bem
como especialistas
do instituto vieram
ao Brasil contribuir
com toda a equipe”, conta.
Segundo Camargo, esse convênio foi necessário
porque na época estava sendo desenvolvido um
sistema microprocessado de sinalização metroviário, o primeiro da América Latina e um dos primeiros do mundo. “Imagine, em 1982, o que representava para a segurança um microprocessador
controlar um trem”, diz Camargo. Como era algo
novo no mundo, achou-se por bem ter o aval da
USP e do Battelle Institute, que fazia análise de segurança para a Boeing e para o metrô de São Francisco. Rady comenta que depois da linha vermelha
o Metrô expandiu, mas que todos os sistemas tinham uma arquitetura computacional semelhante.
Com as mudanças na USP e nas fundações, no
lugar de bolsas de estudos, alguns alunos de
mestrado e doutorado optaram por serem remunerados pelos projetos de extensão, visando uma
vivência prática em projetos de sofisticada tecnologia. Camargo explica que é fundamental manter
uma equipe altamente especializada. “O pesquisador passa a ser também engenheiro da FDTE,
por intermédio da qual ele trabalha no projeto.
A pesquisa ajuda no projeto, que, por sua vez, dá
experiência e maior senso crítico ao pesquisador”,
explica Camargo Júnior.
Nesses 30 anos a equipe da Poli tem contribuído
com a segurança destes sistemas e várias modificações foram feitas a partir dos resultados destas
análises. Depois das correções feitas pelo fornecedor o sistema volta para análise na Poli. “Realizamos um trabalho invisível para o usuário, mas que
deve ser constante devido sua grande importância”, afirma Rady. “A imagem do Metrô sempre foi
muito boa perante a população e nós temos uma
parcela de apoio à obtenção dessa imagem do
Metrô”, complementa Camargo Júnior.
Atualmente o grupo faz análise de segurança em
projetos desenvolvidos por diversos fornecedores
internacionais para a modernização e implantação
das novas linhas. “Os novos sistemas têm outra concepção e exigem nova metodologia de analise de
segurança”, afirma Rady. A modernização se faz necessária porque além da manutenção ficar dificultada, o Metrô pretende diminuir o intervalo entre
os trens. Estão sendo modernizadas as Linhas 1, 2
e 3. A extensão da linha 5 e as linhas 15 e linha 17
já terão os novos sistemas de sinalização de linhas
dentro dos princípios da nova concepção conhecida como CBTC – “Communication Based Train Control”. Uma característica das novas linhas é que os
trens não precisam de condutores.
O grupo de análise de segurança da Poli também
já fez trabalhos para a Trensurb, de Porto Alegre;
Metrô de Recife; CBTU do Rio de Janeiro e de Belo
Horizonte e para a ferrovia da Vale que vai de São
Luís, no Maranhão para Carajás, no Pará.
Também tem participado de congressos especializados no exterior, além de publicações científicas
em periódicos internacionais. “É fundamental que
os pesquisadores e engenheiros participem de
eventos científicos, para saberem onde está e para
onde caminha a pesquisa acadêmica”, conclui.
PROJETOS DE ANÁLISE DE SEGURANÇA PARA O METRÔ DE SÃO PAULO
1982/1984 - Sistema de controle automático de trens da linha Leste/ Oeste,
em cooperação com o Battelle Institute,
de Columbus–Ohio - EUA
1995/1999 - Sistema de controle automático de trens das linhas Leste/ Oeste
e Vila Madalena/ Vila Prudente
1995/1999 - Sistema de controle da mo-
6
vimentação de trens da extensão Norte da
linha 1 – Azul do Metrô São Paulo
1999/2002 - Segurança do Subsistema
de Sinalização e Controle Automático de
Trens do Trecho Vila Madalena – Sumaré
e as Interfaces com o Trecho Clínicas –
Ana Rosa da Linha 2 – Verde
2004/2006 - Projeto da Etapa 2 do Sistema
de Sinalização de Campo do Trecho Artur
Alvim / Guaianazes da Extensão Leste da
Linha 3 – Vermelha do Metrô de São Paulo
2005/2008 - Projeto do Sistema de Sinalização e Controle de Estações e Vias do
Trecho Ana Rosa – Imigrantes da Linha 2 –
Verde do Metrô de São Paulo
2005/2008 - Projeto do Sistema de Sinali-
zação e Controle Automático de Trens,
Relativo às Estações, Vias, Pátio e Trens
do Trecho Capão Redondo-Largo Treze
da Linha 5 - Lilás
2009/2010 - Projeto de Subsistema ATC
de Bordo para as Frotas de 16 Trens da
Linha 2 – Verde e de 17 Trens das Linhas
1 – Azul e 3 – Vermelha
EDUCAÇÃO
AEP PROMOVE A INTEGRAÇÃO
DA COMUNIDADE POLITÉCNICA
Desde 1935, a Associação dos Engenheiros Politécnicos, por meio de seus programas e projetos promove a interação entre engenheiros
e estudantes da graduação, buscando estreitar
as relações da Escola Politécnica da USP (Poli)
com o mercado de trabalho, identificando as
demandas e ofertas.
O conselheiro da AEP, professor Nicola Paciléo
Netto, explica que a missão da entidade é promover a integração entre alunos, ex-alunos e
professores da Poli e propiciar condições para
que desenvolvam suas qualificações técnicas,
profissionais e sociais, contribuindo para o
desenvolvimento da sociedade. Em relação ao
número de sócios comenta que todo aluno formado pela Poli faz parte da associação, mas que
a entidade conta com 900 associados pagantes,
além de cerca de outros 400, que contribuem
para programas mantidos pela entidade.
As atividades da AEP abrangem duas áreas: “social”, com apoio indireto à sociedade e “profissional”, voltada para a comunidade politécnica.
A ação social engloba os programas de bolsas
de estudos, de iniciação científica e de desenvolvimento social, de duplo diploma e prêmio
de iniciação científica. A ação de desenvolvimento profissional promove palestras e mantém o programa gestão de carreiras.
O conselheiro da AEP, engenheiro José Augusto Muller de Oliveira Gomes, conta que a
associação foi fundada em 1935 com objetivo
de promover encontros entre ex-alunos com
almoços, jantares, palestras e excursões. “Ainda
realizamos um jantar anual em homenagem às
turmas de formandos que completam 50 anos,
25 anos e 10 anos. Mas, hoje desenvolvemos
ações de apoio à Poli, principalmente beneficiando os estudantes”, afirma. Diz ainda que
a entidade oferece bolsas de estudo para que
alunos, que mais necessitem, tenham condições de frequentar a escola sem grandes percalços. “Alunos escolhidos para participar do
programa duplo diploma, nas mais diversas
universidades do mundo, continuam a receber
a Bolsa da AEP enquanto estiverem estudando
no exterior”, diz.
De 2004 a 2013 a AEP concedeu 871 bolsas de
estudo. Neste ano estão sendo beneficiados
59 alunos, que recebem um salário mínimo
por mês durante o período letivo. A entidade
também distribui outros dois tipos de bolsas.
Os coordenadores da AEP, engenheiro José Au­gusto Muller de Oliveira Gomes e o
professor Nicola Paciléo Netto nas dependências da associação
As de iniciação científica, destinadas a alunos
indicados por professores para desenvolver ao
longo do ano um trabalho de interesse nas várias áreas da engenharia e as bolsas sociais, tendo como tema de estudo assunto de interesse
social, mas sempre ligado a algum setor da engenharia, como saneamento, habitação ou ambiental. Em 2013 foram fornecidas 11 bolsas de
iniciação científica e duas de desenvolvimento
social, sendo que cada aluno recebeu R$ 400,00
por mês. “Essas bolsas têm um intuito técnico
e a quantidade de alunos beneficiados resulta
da receita que nós temos, oriunda de uma parcela expressiva que vem de empresas e outra
parcela de contribuições dos sócios”, explica o
professor Paciléo Netto.
Prêmios
Além das bolsas a entidade oferece dois prêmios aos bolsistas: o de Iniciação Científica e o
PTR. O prêmio de iniciação científica, instituído
há cinco anos, é oferecido ao bolsista que realizou o melhor trabalho durante o ano. O julgamento é feito por dois professores da Poli e um
representante da AEP. O prêmio de R$ 12 mil é
destinado ao aluno e ao seu professor para fazerem uma viagem internacional. “O local a ser
visitado é decidido em comum acordo entre o
professor e o aluno, mas deve contemplar as es-
colas no exterior que são associadas ao trabalho premiado na Poli”, explica o professor Nicola
Paciléo Netto.
O prêmio PTR, iniciado em 2002, é disputado
por todos os alunos da Engenharia Civil, na disciplina Informações Espaciais I. Eles fazem um
levantamento planialtimétrico dentro da Cidade Universitária e são premiados os três melhores trabalhos. O valor total do prêmio é de
R$ 7 mil, sendo que o terceiro colocado recebe
menção honrosa.
Duplo diploma.
A Poli mantém convênios de duplo diploma
com escolas do mundo inteiro, oportunidade
oferecida aos alunos que desejam fazer um período em escolas no exterior ou aos estudantes
estrangeiros que desejam estudar no Brasil. O
engenheiro Muller informa que os diplomas,
nestes casos, valem tanto para o Brasil como
para o país escolhido. “Sabemos que no exterior
o aluno vai precisar de mais recursos. Portanto,
além da bolsa para ir ao exterior o aluno continua recebendo a bolsa da AEP, como se estivesse na Poli”. Muller diz ainda que para participar
dos programas da AEP os interessados encontram informações detalhadas no site da entidade http://www.politecnicos.org.br
7
O QUE ESTOU LENDO
SABEDORIA, AUTORIDADE E SUBMISSÃO
Diolino J. Santos Filho – profesOs sete saberes de Edgar Morin
sor de Departamento de Enge(Cortez Editora) tem sido uma das
nharia Mecatrônica e de Sistemas
minhas leituras preferidas. Como
Mecânicos e do Programa Pré-IC.
todo engenheiro, vivo à procura de
“Hoje em dia, tenho sido motivamétodos para solucionar probledo a ler sobre uma questão que
mas. A questão é quando o probleeu acredito ser muito interesma tem duas pernas e pensa! Daí
sante: as formas de lidar com a
não há limites para a complexidaedificação contínua das pessoas.
de e parece uma tarefa impossível
Talvez, como diariamente estou
acreditar que tudo pode ser resolviem contato com jovens que rejudo pelo princípio da compreensão,
venescem meu espírito, fica mais
Diolino J. Santos Filho
bom senso e introspecção.
fácil manter uma dupla dinâmica
com alunos do Pré-IC
de pensamentos: de um lado, a
Como pessoa, quantas vezes consensação de inconformismo com a passividade e, de fundimos compreender com justificar? Um dos granoutro, uma necessidade de sempre querer encontrar des entraves para a evolução do relacionamento hualternativas diferentes.
mano tem sido a busca por autojustificativa em todo
o tempo. Neste ponto eu
gostaria de citar outra leitura que tem mexido comigo:
Watchman Nee, levantando
reflexões sobre autoridade
e submissão. Quando abro
a porta de minha casa, sinto o peso destas palavras
ao olhar para meus filhos,
e projeto isso para as relações em uma sociedade.
Atualmente, meu ponto mais alto de conjecturas
está em reconhecer que o berço da autoridade está
em ser submisso e este pode ser um aspecto a ser
incorporado nos sete saberes que podem amalgamar
contextos que levam à divisão e ao conflito, dificultando a edificação de cada um de nós. É isso. E que bons
pensamentos povoem sua mente.”
CURTAS
DEBATE – O FDTE Informa retoma, na próxima
edição, os debates sobre assuntos de interesse da
sociedade. Na edição passada, encerramos a série
de três opiniões sobre as políticas públicas de combate às enchentes em São Paulo. As próximas edições trarão a opinião de especialistas sobre a maior
crise de abastecimento de água no Estado de São
Paulo. O leitor pode participar do debate pelas
mídias sociais Facebook e Twitter ou enviando sua
opinião pelo e-mail [email protected]
FUPAM – A diretora de assuntos especiais da
FDTE, professora Edith Ranzini, é a nova administradora da Fundação para a Pesquisa Ambiental (Fupam). Fundada em agosto de 1977,
a Fupam é uma instituição privada, sem fins
lucrativos, que atua nas áreas de arquitetura, urbanismo e meio ambiente e parceira da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de São Paulo (FAU-USP). Seu principal objetivo
é estimular o trabalho conjunto entre universidade e comunidade, visando promover o desen-
volvimento humano, social e cultural, por meio do
estudo de temas relacionados à intervenção urbana, aos equipamentos de uso comunitário e aos
espaços e edifícios públicos.
GOVERNO DIGITAL – O professor Andreiwid
Sheffer Corrêa, doutorando em engenharia de
computação pela Poli participou, em junho, da
15ª dg.o 2014 - 15th Annual International Conference on Digital Government Research, na cidade
de Aguascalientes, no México. Ele fez uma análise
dos portais de transparência municipais à luz dos
conceitos de dados abertos governamentais. Desde 2011, o Brasil faz parte e é um dos oito países
fundadores do Open Government Partinership
(OGP), movimento que visa o estabelecimento de
ações e compromissos por parte dos governos e
da sociedade para implementar reformas em prol
da abertura dos registros públicos.
O Departamento de Engenharia de Construção
Civil da Escola Politécnica da USP convida para o
40º Simpósio Internacional CIB W062, a ser realizado de 8 a 10 de setembro de 2014, em São Paulo,
no Maksoud Plaza. O evento oferece a oportunidade de aprendizado e integração com professores, pesquisadores, profissionais e empresários de
todo o mundo, ligados à área de Sistemas Prediais
de Água e Esgoto e temas correlatos.
IUTAM 2014 – A União Internacional de Mecânica Teórica e Aplicada (IUTAM) e a Associação
Brasileira de Ciências Mecânicas (ABCM) promovem o IUTAM-ABCM Symposium on Laminar-Turbulent Transition, que acontecerá no
Rio de Janeiro de 9 a 12 de setembro. A IUTAM
realizou uma série de simpósios nos últimos 35
anos em centros de renome de pesquisa no assunto – Estugarda, Novosibirsk, Toulouse, Sendai, Sedona (Arizona), Bangalore e Estocolmo.
A oitava reunião da série será realizada no Rio
de Janeiro e discutirá o progresso que houve
após a reunião de Estocolmo, em 2009, e traçar
as direções futuras.
Expediente
8
FTDE
Diretor-Superintendente: André Steagall Gertsenchtein
Diretor de Operações: João Antonio Machado Neto
Diretor Administrativo e Financeiro:
Antonio Carlos Fonseca
Diretora de Assuntos Especiais: Edith Ranzini
Conselho Curador
Presidente: Nelson Zuanella
Vice-Presidente: Célio Taniguchi
Membros:
Antonio Hélio Guerra Vieira
Claudio Amaury Dall’Acqua
Ettore José Bottura
Ivan Gilberto Sandoval Falleiros
João Cyro André
José Roberto Cardoso
Ozires Silva
Endereço: Av. Eusébio Matoso, 1375 – 6º andar
Pinheiros – São Paulo / SP - CEP: 05423-180
Telefone: (11) 3132 - 4000
Jornalista responsável: Luiz Voltolini (MTb - 11.095)
Revisão: Maria Aparecida Masucci
Diagramação: Samuel Coelho - [email protected]
Tiragem: 1.700 exemplares
Periodicidade: bimestral
A reprodução do conteúdo desta publicação é permitida
mediante autorização prévia e citada a fonte
FDTE Informa é uma publicação
da FDTE - Fundação para o
Desenvolvimento Tecnológico da
Engenharia. Disponível no site da
entidade (www.fdte.org.br) e distribuída
gratuitamente.
Os textos e artigos assinados são de
inteira responsabilidade de seus autores.
Download

a importância das fundações para a sociedade civil