PREVALÊNCIA DA DOR LOMBAR EM FUNCIONÁRIOS DA UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNIDADE PEDRA BRANCA, Ciências da saúde. Pesquisadora responsável: Profª. M.Sc. Inês Alessandra Xavier Lima Pesquisadora principal: Vanessa Philippi Souza Projeto de pesquisa PUIC Curso de Fisioterapia, Campus Pedra Branca. Introdução Objetivos Geral: Investigar a prevalência da dor lombar em funcionários da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unidade Pedra Branca. Específicos: Identificar o quadro álgico lombar e aspectos relacionados com sua postura no posto de trabalho; Identificar a presença de dor lombar na amostra; Avaliar o estilo de vida da amostra; Correlacionar a presença de dor lombar com a faixa etária, gênero, estilo de vida e função laboral. Metodologia Tipo de estudo: descritivo-exploratório, do tipo levantamento de dados, caracterizado por uma perspectiva quantitativa (BARBETTA, 1994). População: funcionários da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Campus Grande Florianópolis / Unidade Pedra Branca. Amostra: do tipo aleatória (BARBETTA, 1994); formada por 50% dos funcionários de cada setor, de ambos os gêneros e com idade mínima de 18 anos. Total: 128 funcionários. Instrumentos utilizados para coleta de dados: 1- Questionário adaptado do artigo “Modelo de avaliação físico-funcional da coluna vertebral” (ALEXANDRE, 2001): utilizado para identificação e caracterização do quadro de lombalgia. 2- Mapa do desconforto corporal: utilizado para identificar a presença e o nível de desconforto nos segmentos corporais. 3- Pentáculo do bem-estar: utilizado para identificar o estilo de vida da amostra. Procedimentos utilizados na coleta de dados: 1. Aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL; 2. Disponibilização da listagem dos funcionários pelo setor de Recursos Humanos da UNISUL; 3. Sorteio dos códigos dos sujeitos para a amostra; 4. Contato de forma direta com os participantes e convidados a participar com a exigência da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). 5. Apresentação e explicação os instrumentos de coleta de dados (citados anteriormente); 6. Finalização com o preenchimento dos referidos instrumentos de pesquisa ou 7. Devido ao horário de trabalho, deixou-se os instrumentos com o funcionário e, preenchidos, foram posteriormente recolhidos pela pesquisadora. 8. Armazenamento dos dados em computador doméstico, organizados, tabulados e tratados através de estatística descritiva (freqüência, média e desvio-padrão). 9. Elaboração de um relatório com os resultados e entregue ao responsável de cada setor para tomada de providências necessárias. •Os resultados indicaram que 63 dos 128 funcionários apresentaram queixa de dor lombar. Esse número é equivalente a quase 50% da amostra. •Aproximadamente 53% das mulheres e 42% dos homens apresentaram lombalgia. •A média de idade da amostra foi de aproximadamente 27,8 anos com desvio padrão de ± 9,501571. Prevalência de lombalgia relacionada ao sexo da amostra Número da amostra 128 96 83 mulheres 64 45 homens 44 32 19 0 população total com lombalgia •A maioria dos indivíduos (≈ 81%) da amostra relatou estar da posição sentada durante a jornada de trabalho. Número de indivíduos da amostra Frequência da posição no trabalho relacionada a prevalência de dor lombar 128 104 96 64 Posição no trabalho 50 Dor lombar 21 32 3 10 3 0 Sentado Em pé Sem posição fixa •A maioria da amostra (≈ 58%) realiza atividades relacionadas ao uso do computador. Frequência em relação ao tipo de atividade realizada pela amostra Nº de indivíduos da amostra A dor lombar é uma das alterações musculoesqueléticas mais comuns nas sociedades industrializadas, afetando 70% a 80% da população adulta em algum momento da vida, tendo predileção por adultos jovens, em fase economicamente ativa, sendo uma das razões mais comuns para aposentadoria por incapacidade total ou parcial (ANDRADE, 2005). A dor lombar crônica (dor presente por mais de 12 semanas) pode ser causada por diversos fatores, entretanto o principal responsável pela maioria das algias de coluna está na chamada lombalgia mecânico postural, ou seja, aquela que possui relação direta com as posturas que adotamos durante a vida diária (ANDRADE, 2005; SILVA, 2004). Pode-se dizer que, fora os traumatismos, as condições que mais lesionam provocando as patologias comuns da coluna vertebral são aquelas ligadas à flexibilidade e as situações prolongadas posições inadequadas, principalmente no ambiente de trabalho, onde se passa grande parte das horas do dia. Principalmente no que diz respeito ao segmento lombar da coluna vertebral, pois é responsável por suportar a maior carga proveniente dos variados movimentos corporais, da própria massa corpórea e das posturas adotadas no cotidiano (REDONDO, 2006). A nossa coluna é dividida em segmentos e cada um deles possui uma curvatura, no plano sagital, que são as chamadas de fisiológicas: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar, e cifose sacral. Durante as atividades de vida diária, enfocando o período da jornada de trabalho, muitas vezes adotam-se posições incorretas e que acarretam na modificação dessas curvaturas. Com a manutenção dessas posturas inadequadas por longos períodos, acabam ocorrendo Além disso, a posição sentada é a mais prejudicial à coluna vertebral: ela faz com que haja a perda das curvaturas fisiológicas aumentando também a pressão sobre o disco intervermicrolesões responsáveis por processos inflamatórios e conseqüente aparecimento da dor. tebral de aproximadamente 300N (na posição em pé) para 500N a 700N. Somando-se a isso, maus hábitos alimentares, ausência de atividade física, fatores de estresse e outros que comprometem a qualidade de vida agravam o quadro de dor lombar. Tendo em vista tais aspectos, pode-se salientar a preocupação para uma boa postura em função não só para a prevenção de futuras doenças, o que já é motivo para alerta, mas por estar ocorrendo com pessoas cada vez mais jovens e que entram no mercado de trabalho cada vez mais cedo estando expostos a fatores de risco. Sendo assim, esta pesquisa preconiza o levantamento de dados em relação à prevalência de dor lombar nos funcionários da UNISUL, já que estes se apresentam como trabalhadores suscetíveis a esse tipo de patologia, uma vez que utilizam manutenções de postura por períodos prolongados e predominantemente sentados durante a maior parte de sua jornada de trabalho. Resultados 128 computador 96 74 atendimento ao público 64 32 29 24 14 organização de materiais sem resposta 0 •O estilo de vida não apresentou diferença significativa nos resultados. Em todos os itens os resultados apresentaram-se negativos. Entretanto, comparando-se os indivíduos da amostra que possuíam lombalgia e aqueles sem queixas álgicas lombares, apenas em alguns itens dos componentes atividade física e comportamento preventivo apresentaram discreta diferença com melhores resultados naqueles que não possuíam lombalgia. Conclusões Partindo dos objetivos desse estudo pode-se concluir que o resultado apresentou um número significativo da amostra de quase 50% com queixa álgica lombar, sendo a maioria de sexo feminino e idade média de aproximadamente 27,8 anos. Além disso, a amostra está predominantemente na posição sentada durante a jornada de trabalho, realizando atividades que e envolvam o uso do computador, não possuindo diferenças significativas em relação ao estilo de vida. A dor lombar é uma das situações clínicas mais comumente encontradas atualmente, mas se torna ainda mais relevante ao considerar-se como um sinal para a pré-existência de outras.Com base nesses dados, pode-se afirmar também que a postura sentada, adotada pela maioria dos trabalhadores, pode ser considerada uma das principais causas pelas diversas patologias que acometem a população. Segundo Viel & Esnaut (2000), o modo de vida atual impõe que passemos uma grande parte da jornada de trabalho sentada em razão de nos deslocarmos de automóveis, de mantermos uma posição sentada frente a uma escrivaninha ou a um computador. Portanto, de acordo com os resultados da pesquisa, conclui-se que o estudo confirmou os achados na literatura o que deixa um sinal de alerta para busca de soluções – tratamentos, mudanças nos hábitos de vida diária. Bibliografia ALEXANDRE, N. M. C; MORAES, M. M. A. Modelo de avaliação físico-funcional da coluna vertebral. Rev. Latino-am Enfermagem. São Paulo: mar. 2001; 9(2): 67-75. ANDRADE, S. C.; ARAUJO, A. G. R.; VILAR, M. J. P. Escola de Coluna: revisão histórica e sua aplicação na lombalgia crônica. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo, v. 45, n. 4, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042005000400006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 28 Abr 2007. Pré-publicação. BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1994. MORAES, L. F. S. Os princípios das cadeias musculares na avaliação dos desconfortos corporais e constrangimentos posturais em motoristas do transporte coletivo. 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. REDONDO, B. Isostretching: a reeducação da coluna. 2. ed. Piracicaba/SP: CSBM, 2006. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 2. ed. Londrina: Midiograf, 2001. VIEL, E; ESNAULT, M. Lombalgias e cervicalgias da posição sentada: conselhos e exercícios. São Paulo: Manole, 2000. Apoio Financeiro: Unisul