EXERCÍCIOS PARA REGIÃO LOMBAR
Os exercícios para a região lombar (segmento inferior das costas)
e abdominais são prescritos para uma ampla variedade de razões, mas
principalmente para a reabilitação da região lombar lesionada, para a
prevenção de lesões e/ou como um componente dos programas de
treinamento para aptidão. Apesar de o conhecimento das forças
teciduais que atuam durante o exercício ser importante para evitar
qualquer lesão adicional, a escolha da carga ideal requer uma mistura
de ARTE e CIÊNCIA. Em geral, os programas de exercícios mais efetivos
são abordados de forma a treinar o sistema de controle motor para
ativar os estabilizadores vertebrais, progredindo a seguir para o
treinamento de endurance e, finalmente, dando início ao
aprimoramento da força e da flexibilidade. O desafio profissional
consiste em tomar decisões sábias, com base em um equilíbrio entre o
laboratório e a experiência clínica. Exercício e Lombalgia A eficácia relatada de vários programas de treinamento e de
reabilitação para a região lombar é bastante variável, com alguns
reivindicando um grande sucesso e outros não relatando qualquer
sucesso ou até mesmo resultados negativos. De fato, alguns programas
de treinamento parecem prejudicar a região lombar de alguns
indivíduos. Esse dano tecidual foi atribuído à flexão excessiva do
tronco, aos comprimentos desvantajosos dos músculos em algumas
posturas, à orientação imprópria das estruturas internas do tronco,
com relação às pernas e a outros fatores. A discrepância acerca da
eficiência e da segurança dos programas de exercício em vários relatos
pode ser devida à prescrição de exercícios impróprios em virtude da
falta de compreensão da carga tecidual que resulta durante as várias
tarefas. Às vezes, os profissionais do exercício formulam
inconscientemente programas que criam cargas excessivas e que
exacerbam o dano. Enquanto que exercícios específicos foram
recomendados no passado por sua capacidade de maximizar a atividade
muscular, praticamente nenhum deles foi examinado em termos de sua
segurança através da quantificação das forças individuais que atuam
sobre os tecidos vertebrais.
Podem ser aventadas várias hipóteses para explicar o papel geral
do exercício sobre a manutenção da saúde tecidual da região lombar e a
otimização do processo de reparo. Existe evidência concreta
demonstrando que o exercício é capaz de:
·
·
Estimular a hipertrofia tecidual
Tornar mais lentas (e possivelmente reverter) várias condições
degenerativas
·
Enfatizar o benefício nutricional para o disco intravertebral
·
Ser eficaz no tratamento das costas lesionadas em comparação
com a intervenção cirúrgica, o repouso do leito ou os simples
programas de flexibilidade. Como Ocorrem as Lesões Uma boa compreensão da causa de lesão é importante para a
prescrição apropriada do exercício e a elaboração de estratégias
destinadas a evitar a ocorrência de lesões. Existe uma tendência entre
os que relatam ou os que descrevem a lesão lombar de identificar um
único evento específico como a causa do dano, como acontece ao
erguer­se e rodar­se enquanto se segura uma caixa. Entretanto,
relativamente poucas lesões lombares ocorrem em virtude de um único
evento; pelo contrário, o evento que culminou em lesão foi precedido por
uma história de CARGAS EXCESSIVAS que reduziram gradualmente o
nível de tolerância a uma falha tecidual. Por exemplo, a falha definitiva
de um tecido (uma lesão) pode resultar de traumas acumulados,
produzidos seja pela aplicação repetida de uma carga (e falha por
fadiga), seja por uma carga contínua que é aplicada por longos períodos
ou de forma repetida (e falha por deformação e tensão). Assim sendo, o
processo lesivo nem sempre estará associado a cargas de alta
magnitude.
Fonte:
ACSM.Manual de Pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e
sua prescrição. Guanabara Koogan.4ª edição.Rio de Janeiro. 2003.
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Exercício e Lombalgia - Jeferson Corrêa Porto