649 X Salão de Iniciação Científica PUCRS Relato de atendimentos realizados no projeto de extensão NH no Bairro pelos acadêmicos do Curso de fisioterapia Karin Tavares Lugtenburg (voluntária apresentadora), Briane da Silva Leite, Suzana Oniesko, Driele Santos da Silva, Débora Borsoi, Charlene da Silva, Laura Scalon, Kátia da Silva Pereira, Patrícia C. Steinhorse, Maria Bernadete Rodrigues Martins (orientadora) Curso de Fisioterapia, Centro Universitário Feevale, Instituto da Saúde Resumo No Projeto de Extensão do Centro Universitário Feevale, intitulado NH no Bairro, foram desenvolvidas ações de atendimento à comunidade de duas cidades do Vale dos Sinos. Estas ações visam ampliar e programar práticas de educação e saúde para o esclarecimento, orientação e prevenção, bem como intervenções breves de saúde para as comunidades atendidas havendo assim, a promoção da saúde, pode ser definida como um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da saúde e qualidade de vida (RONZANI, T. M. et al,2005). Assim sendo, os acadêmicos do curso de fisioterapia participantes deste projeto, auxiliaram 34 pessoas, nos municípios de Ivoti e Novo Hamburgo. Introdução Com o objetivo de promover a atenção primária á saúde da comunidade do Vale do Sinos, o Projeto de Extensão NH no Bairro, é realizado quinzenalmente, verificando as queixas de dor dos participantes. O maior índice identificado na população atendida pelo projeto foi a dor lombar, também conhecida como lombalgia e é definida como sendo um sintoma referido na altura da cintura pélvica, podendo ocasionar transtornos na marcha e em alguns casos impossibilita as atividades laborais e de lazer (TOSCANO et al., 2001). Alguns autores reconhecem a etiologia da dor lombar como multifatorial, incluindo fatores sócioeconômicos e demográficos, estilo de vida urbano sedentário, obesidade, fumo, 650 posturas viciosas durante o trabalho, aumento da sobrevida média da população e outros (MATOS et al., 2008). A lombalgia atinge níveis epidêmicos na população em geral, esta é uma afecção muito comum na população, atingindo prevalência de 70% em países industrializados. A dor lombar é uma importante causa de incapacidade, ocorrendo em índices elevados em todas as culturas, influenciando a qualidade de vida das pessoas (MATOS et al., 2008). Metodologia Os atendimentos foram realizados da seguinte forma: preenchimento de uma ficha de avaliação contendo dados de identificação como nome, idade, sexo, profissão, presença da prática ou não de atividades físicas e sua freqüência. Avaliamos também, a presença de dor ou desconforto em alguma região do corpo acometido pelas atividades do dia-a-dia, baseado no diagrama de Corlet e Bishop. Resultados Verificou-se uma predominância acentuada do sexo feminino na busca do atendimento, que representou 79% do total de atendimentos realizados, sendo que a população masculina foi de apenas 21%, conforme ilustra a figura 1. Durante os atendimentos os participantes foram questionados quanto a queixas de dor e obtivemos os seguintes resultados: no sexo feminino a dor lombar teve a prevalência de 35%, seguida da dor cervical e na região do ombro, onde ambos os sexos tiveram o mesmo percentual 19%, de acordo com a figura 2. No sexo masculino a maior incidência de dor foi também na coluna lombar com um total de 30%, seguida da dor na coluna dorsal, pernas e joelhos ambos com 20%, ilustrado na figura 3. Contudo, não se constatou relação entre atividade profissional, atividade física e algias, devido a um número amostral relativamente pequeno. A única relação que podemos constatar é que os avaliados relacionavam suas dores ou desconfortos com o mau posicionamento na hora de sentar, dormir ou até mesmo realizando suas atividades de vida diária. 651 80% 70% 60% 50% Fem inino 40% Masculino 30% 20% 10% 0% Figura 1 Gêneros: feminino e masculino Fonte: elaborado pela autora 35% Ombro 30% 20% Braço Punho Coluna Cervical 15% Coluna Dorsal 25% Coluna Lombar Joelho Perna 10% 5% 0% Pé Mulheres Figura 2 – Mostra as regiões de dor ou desconforto no gênero feminino. Fonte: elaborado pela autora 652 30% 25% Cotovelo 20% Coluna Dorsal 15% Coluna Lombar 10% Joelho 5% Perna 0% Homens Figura 3 - Mostra as regiões de dor ou desconforto no gênero masculino. Fonte: elaborado pela autora Conclusão Com estes dados concluímos que na população atendida pelo projeto NH no bairro a maior incidência de queixas de dor é na coluna lombar com um total de 34% da população, de acordo com a figura 4. Coluna Cervical 35% Ombro 30% Braço 25% Cotovelo 20% Punho 15% Coluna Dorsal 10% Coluna Lombar 5% Perna 0% Joelho Total Pés Figura 4 – Prevalência das queixas de dor Fonte: elaborado pela autora Referências • KENDALL, F.P. et al. Músculos, provas e funções, 4ª ed., São Paulo, Manole, 1999. • MATOS, M.G. et al. Dor lombar em usuários de um plano de saúde: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública. Vol. 24, Nº 9, PP. 21152122, set, 2008 653 • TOSCANO, J.J.O. et al. A influência do sedentarismo na prevalência de lombalgia. Rev. Brás. Med. Esporte . Vol. 7, Nº 4 – Jul/Ago,2001 • RONZANI, T. M. et al. Implantação de rotinas de rastreamento do uso de risco de álcool e de uma intervenção breve na atenção primária à saúde: dificuldades a serem superadas. Cad. Saúde Pública [online]. 2005, vol.21, n.3, pp. 852-861. ISSN 0102-311X. 654 Apêndice Apêndice A- Ficha de Avaliação Fonte: Elaborado pela autora Anexos 655 Anexo A- Diagrama de Corlet e Bishop Fonte: EB Delwing - 2007 - lume.ufrgs.br