FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE JOSÉ EDUARDO CAMILO FERREIRA Universidade Corporativa Estudo de caso: Caixa Econômica Federal São Paulo 2009 2 JOSÉ EDUARDO CAMILO FERREIRA Universidade Corporativa ESTUDO DE CASO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste para obtenção do título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transportes. Orientadora: Prof ª. Dr ª. Marly Cavalcanti São Paulo 2009 3 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte. FERREIRA, José Eduardo Camilo. Universidade Corporativa – Estudo de caso: Caixa Econômica Federal. /José Eduardo Camilo Ferreira. – São Paulo. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, 2009. 89 pgs. Orientador: Profª. Drª. Marly Cavalcanti. Monografia (Graduação) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. 1. Gestão do Conhecimento. 2. Educação Corporativa. 3. Universidade Corporativa. 4 FERREIRA, José Eduardo Camilo Universidade Corporativa - Estudo de caso: Caixa Econômica Federal Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste para obtenção do Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte. Profª Orientadora: Drª Marly Cavalcanti Aprovado em: Banca Examinadora Profª. Drª. Marly Cavalcanti Faculdade de Tecnologia da Zona Leste Julgamento__________________ Assinatura_______________________ Tecgº. Sr. João Borges de Andrade Depto. de Recursos Humanos do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo Julgamento___________________ Assinatura_______________________ Profª. Andréa Alves Santos ETEC de Ferraz de Vasconcelos Julgamento___________________ Assinatura_______________________ São Paulo, 14 de dezembro de 2009. 5 A Deus, aos meus pais: José (in memoriam) e Fátima, à minha minha mulher Vanda e à minha filha Angela... 6 AGRADECIMENTOS À Profª. Drª. Orientadora Marly Cavalcanti pela atenção e constante dedicação. A minha família pelo apoio e compreensão. Aos amigos que auxiliaram e contribuíram para a realização deste trabalho. À amiga Maria Alina, por sua importante participação durante toda essa jornada. A todos que de alguma maneira contribuíram para a finalização deste trabalho. 7 Os grandes ganhos de produtividade, daqui para frente, advirão das melhorias na gestão do conhecimento. Peter Drucker 8 RESUMO FERREIRA, José Eduardo Camilo. Universidade Corporativa – Estudo de Caso: Caixa Econômica Federal. 89 pgs. Monografia (Graduação em Logística com ênfase em Transportes) - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, 2009. Devido às intensas mudanças ocorridas na economia mundial após o advento da globalização, as organizações têm desenvolvido modelos de gestão capazes de garantir-lhes vantagem competitiva diante da acirrada concorrência imposta aos mercados globais. Na atualidade, a gestão do conhecimento tem sido a arma eficaz no desenvolvimento do talento humano dos colaboradores, diretos e indiretos, dos negócios da organização. Sob esta ótica o trabalho da pesquisa discorre sobre a importância da Universidade Corporativa utilizada como ferramenta para a Educação Corporativa alinhada às estratégias da empresa na geração, assimilação, difusão e aplicação do conhecimento organizacional, por meio de um processo de aprendizagem ativa e contínua, gerando resultados que lhes garantam vantagem competitiva frente à concorrência. A qualificação decorrente permite ao colaborador o amplo alcance de um conjunto de habilidades necessárias para a sua adaptação às novas tecnologias e às rápidas mudanças ocorridas no mercado de trabalho. O estudo de caso será realizado na Universidade Corporativa da Caixa Econômica Federal. Palavras-chave: vantagem Universidade Corporativa. competitiva, gestão do conhecimento, 9 ABSTRACT FERREIRA, José Eduardo Camilo. Corporate University – Case Study: Caixa Econômica Federal. 89 pgs. Monografia (Graduação em Logística com ênfase em Transportes) - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, 2009 Due to the intense changes in the global economy after the advent of globalization, organizations have developed management models can provide them a competitive advantage in the face of fierce competition by global markets. Currently, knowledge management has been effective weapon in the development of human talent of employees, direct and indirect, of business organization. In this light the work of the research is about the importance of the Corporate University used as a tool for Corporate Education aligned with business strategies in the generation, assimilation, dissemination and application of organizational knowledge through a process of active learning and continuing, with results that would provide them a competitive advantage over the competition. The resulting classification allows the developer to reach a broad set of skills to adapt to new technologies and the rapid changes in the labor market. The case study will be conducted at the University's Corporate Caixa Econômica Federal. Keywords: competitive advantage, knowledge management and Corporate University. 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14 2 GESTÁO DO CONHECIMENTO ................................................................. 17 2.1 Mudanças na Sociedade: Fatores e Tendências ...................................... 19 2.2 A Evolução dos Modelos de Gestão ......................................................... 22 2.3 A Economia do Conhecimento .................................................................. 26 2.4 A Estratégia do Conhecimento................................................................. 29 2.5 Os Ativos Intangíveis e o Capital Intelectual ............................................. 30 3 A EDUCAÇÃO CORPORATIVA ................................................................... 31 3.1 A Educação nas Organizações ................................................................. 31 3.2 Conceitos e Definições da Educação à Distância (EAD) .......................... 36 4 A UNIVERSIDADE CORPORATIVA ............................................................ 38 4.1 Universidade Tradicional X Universidade Corporativa .............................. 39 4.2 As Tecnologias Empregadas na Universidade Corporativa ...................... 41 5 ESTUDO DE CASO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ................................ 46 5.1 Dados da Empresa ................................................................................... 46 5.2 Histórico da CEF ....................................................................................... 46 5.3 Missão, Visão, Princípios e Valores .......................................................... 48 5.4 Gestão do Conhecimento – Unidades Vinculadas .................................... 52 5.5 Modelo de Gestão de Pessoas da CEF .................................................... 55 5.6 Matriz de Conformidade ............................................................................ 64 5.7 Educação Corporativa da CEF.................................................................. 64 5.8 Universidade Corporativa Caixa ................................................................ 67 5.9 Balanço Social 2008 – Síntese de Desempenho ...................................... 72 5.10 Conclusão ............................................................................................... 80 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 81 REFERÊNCIAS............................................................................................... 85 11 LISTA DE SIGLAS ACT – Acordo Coletivo de Trabalho CEF – Caixa Econômica Federal CGP – Conselhos de Gestão Participativa CPU – Unidade Central de Processamento EAD – Educação à Distância EUA – Estados Unidos da América FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FTP – File Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de Arquivos) HTML – Hypertext Markup Language http – Hyper Text Transfer Protocol ILS – Internet Locator Server IP – Internal Protocol (Protocolo Interno) LAN – Local Area Network (Rede de Acesso Local) LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais MBA – Master in Business Administration OIT – Organização Internacional do Trabalho ONU – Organização das Nações Unidas MMX – Multi Media Extensions PIS – Programa de Integração Social PLR – Participação nos Lucros e Resultados TCP – Transmission Control Protocol T & D – Treinamento e Desenvolvimento TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UCC – Universidade Corporativa Caixa UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNICAMP – Universidade de Campinas 12 LISTA DE QUADROS Quadro 1. Escala da Sabedoria ...................................................................... 22 Quadro 2. A Economia do Conhecimento ...................................................... 28 Quadro 3. Comparativo entre Treinamento e Desenvolvimento e Educação Corporativa .............................................................................................. 33 Quadro 4 : Os Sete Princípios de Sucesso da Educação Corporativa e suas Práticas .................................................................................................... 35 Quadro 5: Formas de interação utilizadas na EAD. ........................................ 36 Quadro 6: Quadro de colaboradores da CAIXA no ano de 2008 .................... 56 13 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Interface do Portal Web da Universidade Caixa .............................. 68 Figura 2: Gráfico do quadro comparativo entre a Receita Bruta e os Valores Adicionados Brutos .................................................................................. 74 Figura 3: Gráfico do quadro comparativo entre Salários, Benefícios e Participações nos resultados pagos aos funcionários da Caixa nos anos 2006, 2007 e 2008. .................................................................................. 75 Figura 4: Ilhas de Impressão: 6º Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro entre os 30 Cases Vencedores. ............................................................... 78 Figura 5: Valorização das Melhores Práticas de Gestão Local ....................... 79 14 1 INTRODUÇÃO Os dias atuais estão marcados por mudanças, principalmente econômicas, cada vez mais rápidas. Para enfrentar a acirrada concorrência, as organizações se voltam ao desenvolvimento de estratégias que lhes resultem em vantagem competitiva1. Neste contexto pode-se dizer que, a obsolescência do conhecimento constitui-se como fator de perda de competitividade e implica diretamente nos negócios das organizações? Segundo Terra (2001, p. 4), “[...] Gestão do Conhecimento é essencial para as empresas e países que querem competir nos mercados e setores mais atraentes da economia.” A globalização aliada às tecnologias de informação reduziu barreiras entre os mercados, acirrando a competitividade, causada tanto pelo aumento da concorrência, no que se refere à questão geográfica quanto entre concorrentes diretos e substitutos, no que se refere aos mercados. (TARAPANOFF, 2004, p. 2) Para sobreviverem, as empresas precisam ser ágeis e flexíveis no atendimento às necessidades e satisfação dos desejos de seus clientes para fidelizá-los através da garantia da melhor qualidade de seus produtos e serviços, preferencialmente oferecidos por menores custos, para que estas ações se reflitam no aumento de produtividade e lucratividade às organizações. Diferenciais como a inteligência, a inovação e principalmente o conhecimento tornaram-se recursos-chave nas organizações ultrapassando em importância o capital, a mão-de-obra e os recursos naturais. As organizações perceberam a importância dos seus ativos intangíveis na geração de valor. O conhecimento é reconhecido hoje como recurso econômico vital e a principal vantagem competitiva sustentável ao longo do tempo. 15 As organizações exigem de seus funcionários novas habilidades e melhor formação educacional. O ser humano torna-se o principal fator para a competitividade das empresas e a necessidade de treinamento e desenvolvimento desses recursos passa a ser estratégico. A Educação Corporativa vem se apresentando como uma das principais preocupações de gestores e estudiosos na realização da Gestão de Pessoas e Gestão do Conhecimento. A Gestão do Conhecimento como nova estratégia das organizações, passa a incentivar o aprendizado contínuo e a investir mais recursos em ações de desenvolvimento profissional e intelectual de seus trabalhadores de forma coerente e alinhada aos objetivos estratégicos. O papel da organização é aumentar o nível de conhecimento de seus colaboradores facilitando o seu aprendizado, apoiando e estimulando o aprendizado individual, amplificando-o, cristalizando-o e sintetizando-o no nível de grupo por meio de diálogos, debates, trocas de experiências e observações. (NONAKA e TAKEUCHI, 1995, p. 239) A Educação Corporativa veio subverter os modelos tradicionais e seculares de ensino e treinamentos: presenciais, baseados na sala de aula, um grupo de alunos e um professor. “Graças à Internet, as empresas estão encontrando a oportunidade de, finalmente, colocar o aprendizado nas mãos do aluno.” (GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 41) “Somente com o treinamento online as organizações conseguirão renovar o conhecimento na velocidade que os novos tempos exigem.” (MEISTER, 1999 apud GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 41) Para Meister (1999, p.29), “Universidade Corporativa é o guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias empresariais”. Este trabalho tem como objetivo analisar o papel da Universidade Corporativa como estratégia na obtenção de vantagem competitiva entre as empresas e também a sua importância na atualidade, com vistas a fornecer informações relevantes ao público alvo de seu interesse. 16 A metodologia utilizada na sua realização será o estudo de caso na Universidade Corporativa da Caixa Econômica Federal além da pesquisa bibliográfica através da revisão de literatura em livros, revistas e internet. Temos como hipótese que as Universidades Corporativas, em termos de alinhamento estratégico às estruturas críticas, podem ser agentes facilitadores do aprendizado e representar um importante diferencial competitivo frente à concorrência e garantir a sustentabilidade econômica das organizações. 17 2 GESTÁO DO CONHECIMENTO “Gestão do conhecimento é a disponibilização do conhecimento certo para as pessoas certas, no momento certo, de modo que estas possam tomar as melhores decisões para a organização.” (PETRASH, 1996, p. 56) ”A gestão do conhecimento aqui é entendida na perspectiva do alinhamento do desenvolvimento dos colaboradores às estratégias da organização, formando um repositório do conhecimento gerado, garantindo sustentação às ações futuras.” (BARRETO, 2002, p. 1) O processo de gestão do conhecimento na empresa caracteriza-se por identificar sistematicamente as lacunas de conhecimento e usar processos bem definidos para preenchê-las; desenvolver um mecanismo sofisticado e ético para reunir informações; formalizar o processo de transferência de melhores práticas, incluindo documentação e lições aprendidas; valorizar o conhecimento tácito2 e transferi-lo para a organização toda. A Gestão do Conhecimento pode ser entendida como um processo evolutivo dos conceitos de: dado, informação, conhecimento. Segundo Miranda (1999, p. 285), o termo 'dado' pode ser definido como: um conjunto de registros qualitativos ou quantitativos conhecido que, organizado, agrupado, categorizado e padronizado adequadamente, transforma-se em informação." “De acordo com o contexto empregado, a palavra ainda pode ser entendida como um registro estruturado de transações ou um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos.” (DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 2). Pode ser entendido ainda como a matéria-prima da informação. Para Drucker (1999, p. 32), informações “são dados interpretados, dotados de relevância e propósito”. É o conjunto das formas, condições e atuações para tornar públicos os elementos do saber, de fatos, de acontecimentos, de especulações, de ações e projetos, tudo isto mediante uma técnica especial, realizada em este fim e utilizando os meios de transmissão ou comunicação social. (XIFRA-HERAS, 1975). 18 O conhecimento é a mistura estruturada que flui da mistura dos dados e da informação porém, acrescem-se a ele outros elementos como a intuição e a experiência. “O conhecimento, diferentemente da informação, refere-se a crenças e compromisso.” [...] “o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que interage com o meio ambiente”. (NONAKA e TAKEUCHI ,1997, p. 63) Conhecimento explícito é o que pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais, entre outros, facilmente transmitido, sistematizado e comunicado. Ele pode ser transmitido formal e facilmente entre os indivíduos. Esse foi o modo dominante de conhecimento na tradição filosófica ocidental. O conhecimento tácito é o mais importante porque “envolve duas dimensões: uma técnica, do tipo know-how e outra cognitiva, que envolve modelos mentais, crenças e percepções.” (TERRA, 2001, p. 70). É difícil de ser articulado na linguagem formal porque é pessoal e resulta de cada experiência vivida e assimilada e “envolve fatores intangíveis como, por exemplo, crenças pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emoções, habilidades.” É um elemento diferencial fundamental na competitividade entre as empresas e só pode ser avaliado por meio da ação e de seus resultados. (BASTOS JR. et al, 2001) Os conhecimentos tácito e explícito são unidades estruturais básicas que se complementam e a interação entre eles é a principal dinâmica da criação do conhecimento na organização de negócios. Segundo NONAKA e TAKEUCHI (1997) o conhecimento estratégico é a combinação dos dois saberes, explícito e tácito, acrescidos de informações estratégicas e de informações de acompanhamento, agregando-se o conhecimento de especialistas. Para se tornar uma empresa que gera conhecimento (knowledge creating company), a organização deve completar uma espiral do conhecimento, espiral esta que vai de tácito para tácito, de explícito a explícito, de tácito a explícito, e finalmente, de explícito a tácito. Logo, o conhecimento deve ser articulado e então internalizado para tornarse parte da base de conhecimento de cada pessoa. A espiral começa novamente depois de ter sido completada, porém em patamares cada vez 19 mais elevados, ampliando assim a aplicação do conhecimento em outras áreas da organização. “As empresas precisam desesperadamente de gente de primeira para sobreviver e prosperar! Nada é tão vital nas agendas das empresas hoje, quanto o talento. Se atraí-los é difícil, mantê-los, mais ainda!” (BLECHER3, 1998 apud COSTA, 2002, p. 13) Segundo Terra (2001, p. 86), é possível concluir que: “[...] existem fortes evidências de que empresas que focam sua gestão na criação, aquisição e compartilhamento do conhecimento têm maior probabilidade de conseguir bons resultados empresariais.” 2.1 Mudanças na Sociedade: Fatores e Tendências Até os anos 1800, a sociedade não tinha a idéia da empresa da forma como hoje é compreendida. Somente a partir da Revolução Industrial, principalmente do século XIX, com o surgimento das máquinas, da produção em série, da classe operária, entre outros, é que se começa a conceber a empresa nos moldes atualmente definidos. (FALSARELLA et al, 2003, p. 142). Durante a Era Industrial, sob a ótica do taylorismo-fordismo, as empresas criaram áreas de treinamento, vinculadas à estrutura organizacional de Recursos Humanos, que propiciavam oportunidades de treinamento através de programas de formação, qualificação, desenvolvimento e aperfeiçoamento, para que os trabalhadores adquirissem as habilidades e os conhecimentos essenciais ao desempenho do cargo. Na década de 30, surgem programas mais estruturados para treinamento para supervisores, o Training Within Industry (TWI), é o mais conhecido deles, cujas técnicas abordavam o ensino do trabalho, as relações humanas, os métodos utilizados e o desenvolvimento de programas de treinamento; e foi formatado para propiciar treinamento nas indústrias que estavam carentes de mão-deobra especializada devido à Primeira Guerra Mundial. (GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 31) . 20 Segundo Falsarella et al (2003), até a primeira metade do século XX as empresas proliferaram, com o foco voltado para a produção em massa e tendo no valor comercial de seus produtos, ou seja, no preço de suas mercadorias o principal elemento de diferencial. Com a crise de 30, ocasionada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque, as empresas passam a enfrentar uma nova situação no mercado, quando o diferencial passa a ser o novo foco. A busca por novas características de seus produtos e novas formas de posicionamento no mercado, ganhou maiores reforços com os avanços tecnológicos obtidos a partir da Segunda Guerra Mundial. Ao longo do tempo, os conceitos de treinamento foram sendo adaptados a partir da realidade econômica sofrida pela velocidade das mudanças, e a eles foram incorporadas as novas tecnologias e a complexidade dos trabalhos, exigindo a modificação das estratégias utilizadas, as quais já não se limitavam na capacitação trabalhadores e a ela se incorporavam as operacional dos questões técnicas e comportamentais. Programas tradicionais de treinamento, originam-se de levantamentos pontuais e avaliações de desempenho anuais, cujo modelo presencial de ensino utiliza a sala de aula e o enfoque educacional “está mais no pensar, do que no sentir e no agir.” (GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 32-33). As eleições de Margareth Thatcher (1979, na Inglaterra) e Ronald Reagan (1980, nos EUA), representam o fortalecimento do pensamento econômico neoliberal e o ataque a todas as propostas de planejamento econômico; as novas políticas adotadas são voltadas explicitamente ao desmantelamento dos programas de proteção social e de redução das desigualdades de renda. Caracteriza-se o predomínio de práticas e comportamentos individualistas. Os EUA assumem forte liderança econômica, e ampliam seu poderio econômico, militar e ideológico. A ascensão de novas Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) exerceram importantes implicações no âmbito empresarial e nas atividades de Estado. (HOBSBAWM, 1962). Segundo Hobsbawm (1962), ampliam-se então, todos os aspectos da globalização e sob esta nova economia, a atuação empresarial fica caracterizada pela adoção crescente de Tecnologias de Informação e 21 Comunicação como forma de racionalizar custos, ampliar estratégias e reduzir as influências do espaço e do tempo em suas atividades produtivas e de comercialização; ampliação da necessidade de buscar mercados externos como alternativa para ampliação das vendas; obsessão pela redução de custos como forma de garantir lucratividade; alternativas crescentes, por parte das grandes corporações, de valorizar seu capital na esfera financeira; acirramento da concorrência entre as grandes empresas, por causa, basicamente, de dois motivos: demanda cresce pouco e mercado se internacionaliza; queda de produtividade na atividade industrial; aumento dos conflitos entre capital e trabalho; busca constante de inovações produtivas e organizacionais por parte das empresas; inovação tecnológica como instrumento da concorrência; transferências de tarefas da atividade empresarial para filiais localizadas pelo mundo; aumento do comércio intrafirmas, no âmbito da maior integração entre matrizes e filiais; custos do trabalho vistos como entrave ao aumento da lucratividade empresarial; redução do peso do emprego industrial nos mercados de trabalho dos principais países capitalistas; aumento expressivo do volume de negócios envolvendo fusões e aquisições de empresas; cada vez maior integração de interesses econômicos financeiros e estratégicos entre os grandes conglomerados empresariais e os respectivos Estados Nacionais e pela influência das grandes empresas transnacionais nas negociações envolvendo Estados nacionais nos órgãos internacionais. As décadas de 80 e 90 marcaram o inicio de uma nova era, pautada na aproximação dos mercados, tendo em vista a necessidade de sobrevivência. Desta forma, as pessoas tiveram que compartilhar conhecimentos, produtos, tecnologias, costumes, aliados a um avanço assustador da tecnologia e que, conseqüentemente, geraram uma revolução do conhecimento. (GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 10) Segundo Teixeira (2001 p. 5), a mudança de paradigma mais importante foi a entrada da humanidade na fase da Sociedade do Conhecimento. Porém, para assegurar-se de tal afirmação, se faz necessário compreender melhor a Escala da Sabedoria e os cinco degraus e de “como se dá o processo de retenção do conhecimento”. 22 A Escala da Sabedoria é abordada para que não se confundam dados com informação, nem cultura com erudição. O Quadro1 Escala da Sabedoria, esclarece acerca dos cinco degraus”. Escala da Sabedoria 1º Degrau Coleta Dados de De origem quantitativa, é o primeiro degrau de aprendizado 2º Degrau Informação Não importa saber tudo e não agir. Ter o poder da informação e ficar para si não trará plenitude de ação. 3º Degrau Cultura A retenção da informação dentro do binômio mentecérebro, permitindo que o processo decisório do dia-adia seja embasado por um nível de conhecimento mais consistente. 4º Degrau Erudição Criação de fatos novos em cada negócio. É a sinergia da informação e cognição, através dos diversos focos culturais. 5º Degrau Sabedoria Capacidade do ser humano de criar idéias novas e vanguarda, interagir a informação Quadro 1. Escala da Sabedoria Fonte: Teixeira (2001 p. 5-6) 2.2 A Evolução dos Modelos de Gestão Segundo Schumpeter4 apud Castro e Trevisan (2002), a inovação é a máquina fundamental que impulsiona o capitalismo e o mantém em constante movimento para acompanhar as novas regras ditadas pelo mercado de consumo. Essa inovação é responsável pelo progresso e pela instabilidade do capitalismo já que se impõe por ciclos econômicos; toma várias formas. Assim a pedra fundamental do capitalismo é a inovação: processo de revolução incessante que destrói o antigo e cria o novo. A destruição criadora é um fator essencial do capitalismo. É do que consiste o capitalismo e do que toda questão desse sistema deve sobreviver. (SANTILLE, 2001 in CASTRO e TREVISAN, 2002, p. 15-16) Segundo Bastos Jr. et al (2001), as abordagens de Administração podem ser analisadas obedecendo ao seguinte esquema: Era da Gestão Empresarial: iniciada em torno de 1920, durante a 2ª Revolução Industrial. Divide-se em 4 períodos diferentes: Era da Produção 23 em Massa (1920/49): ênfase na quantidade de produção e na padronização do processo (linha de montagem); Era da Eficiência (1950/69): ênfase no controle interno das operações (burocratização da gestão); Era da Qualidade (1970/89): ênfase na satisfação do cliente e Era da Competitividade (a partir de 1990): ênfase na busca da excelência empresarial (eficiência + eficácia), atendendo aos interesses de clientes, colaboradores, comunidade e acionistas. As duas primeiras Eras, Produção em Massa e Eficiência, correspondem às abordagens tradicionais da Administração, da Escola Clássica à Teoria da Contingência. Enquanto que as duas últimas (Qualidade e Competitividade) correspondem às novas abordagens da Administração: japonesa; participativa, empreendedora, holística e corporação virtual. Administração Japonesa: Surge no chão de fábrica, nos setores operacionais da manufatura, com a filosofia básica de evitar qualquer tipo de desperdício e de promover o melhoramento contínuo. A permanente busca de conhecimentos e tecnologias avançadas de produção (controle estatístico de processos, planejamento de produção, engenharia de produtos) e aliados ao favorecimento da política econômica governamental, os produtos japoneses alcançaram um diferencial competitivo no mercado internacional. A gestão da produção passa a ser novamente incluída na discussão das estratégias do negócio. O sistema foi amplamente adaptado a todos os ambientes e implementado em todos os tipos de indústrias e setores. (BARBOSA, 2008) Segundo Gonçalves (2009), o modelo japonês evoluiu após a II Guerra Mundial tendo como seu maior idealizador o engenheiro Taiichi Ohno. Ficou conhecido como Sistema Toyota de Produção e se utiliza das seguintes ferramentas: Just-in-Time - sincronização do fluxo de produção, dos fornecedores aos clientes; Kanban - sistema de informação visual, que aciona e controla a produção; Muda - busca da eliminação total de qualquer tipo de desperdício e Kaizen - busca do melhoramento contínuo em todos os aspectos, portanto se refletindo na produtividade e na qualidade, sendo os círculos de controle da qualidade apenas um dos seus aspectos. 24 Administração Participativa: Originada do movimento das relações humanas e difundida a partir dos estudos de Elton Mayo, na Western Electric’s Hawthorne, nos Estados Unidos, entre os anos de 1924 e 1933. Seus estudos revelaram a importância do fator humano nas organizações, relativizando a possibilidade da racionalidade da gestão baseada na organização científica do trabalho, defendida por Fréderic Taylor e os seus seguidores, no início do século. “No domínio das teorias da administração em geral, a gestão participativa corresponde a um conjunto de princípios e processos que defendem e permitem o envolvimento regular e significativo dos colaboradores na tomada de decisão.” (VEIGA, 2007) Gestão Empreendedora: Envolve diversos aspectos dentre eles culturais, psicológicos, econômicos e tecnológicos tendo abrangência ampla e relacionada com a satisfação do cliente. Empreender é enfrentar crises, explorar oportunidades e perseguir a inovação como um instrumento específico e integrado ao alcance dos objetivos. Esse tipo de gestão envolve os funcionários nas decisões estratégicas e no desenvolvimento organizacional da empresa, inclusive na implementação de novos processos, melhorias na gestão de projetos, marketing e comunicação interna transparente, possibilitando ao conjunto de colaboradores assumirem responsabilidades pelos erros e pelos acertos. Participando das decisões todos serão os responsáveis pelos sucessos ou pelo fracasso de uma ação. (BASTOS JR et al, 2001) Segundo Bastos Jr et al (2001), estas são as principais origens da gestão empreendedora: a) Unidades Independentes de Negócios: trata-se de transformar departamentos e divisões em "pequenas empresas" internas à organização, com autonomia operacional e mercadológica (a gestão financeira continua centralizada para otimizar os recursos das várias unidades autonômas). b) Equipes Empreendedoras: grupo de pessoas, liderado por um gerente de estilo empreendedor com o objetivo de buscar oportunidades e desenvolver novos negócios para a empresa. c) "Intrapreneur": segundo PINCHOT III5 (1989, p. 9), é o "sonhador que faz"; é o funcionário que, a despeito da sua vinculação empregatícia, se comporta como se fosse um "empresário", buscando inovação e resultados (visão do cliente). d) Alianças e parcerias: para atingir o nível de 25 competitividade, as empresas de estilo empreendedor de gestão passam a compartilhar com outras empresas investimentos em lançamento de novos produtos e serviços; pesquisa e desenvolvimento tecnológico; abertura de novos mercados e formação de redes empresariais. e) Participação nos resultados ("gain sharing"): recompensa dos empregados ou das equipes em decorrência dos resultados globais (da empresa) ou da unidade de negócio. f) Alternativas de carreira: estímulo à carreira empreendedora, através de carreira em "Y" ou participação societária. Gestão Holística: O modelo de gestão holística nos traz a derivação da palavra grega holos, que significa todo. Esta teoria defende que a empresa não deve ser vista como um conjunto de departamentos que executam apenas as suas atividades isoladamente, mas sim como um sistema aberto em contínua interação com o ambiente. As principais práticas da Administração Holística são as seguintes: Quanto aos objetivos: os objetivos organizacionais devem estar integrados aos objetivos individuais de auto-realização pessoal e profissional; Quanto à estrutura: a estrutura se divide em células autônomas de produção ou de serviços. Quanto ao comportamento individual e grupal: comprometimento com a equipe, priorizando-se o grupo como um todo. Rodízio de funções: ("job rotation"): Os funcionários passam a ser polivalentes ou multifuncionais. Corporação Virtual: Modelos gerenciais e organizacionais que utilizam novas tecnologias de trabalho. Decorre de três aspectos: baseiam-se na filosofia de redução da estrutura formal das organizações, na busca de maior flexibilidade; utilizam-se principalmente da informática, que possibilita a automação de diversos processos administrativos, fabris, operacionais e comerciais, reduzindo a necessidade de recursos físicos e tornando os processos organizacionais cada vez mais intangíveis e viabilizando o surgimento de produtos virtuais como o MP3, na área da música ou o e-book na área editorial; e o aumento das relações de parceria, seja na busca de foco no negócio essencial da empresa ("core business"), seja pela evolução 26 das operações de logística integrada, através de tecnologia da informação, formando redes de valor ("networks). 2.3 A Economia do Conhecimento O capital humano é constituído das pessoas que fazem parte de uma organização. Capital humano significa talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos. Mais do que isso, capital humano significa capital intelectual. Um capital invisível composto de ativos intangíveis. A contabilidade tradicional, preocupada unicamente com ativos tangíveis e físicos, está às voltas com um fenômeno inesperado: o valor de mercado das organizações não depende mais apenas do seu valor patrimonial físico, mas principalmente do seu capital intelectual. (CHIAVENATO, 2001) Para Meister (1999, p. 11), na antiga economia a formatura era um divisor de águas entre o período de aprendizado e formação e o início da vida profissional do indivíduo ao passo que hoje, “[...] espera-se que os trabalhadores construam sua base de conhecimento ao longo da vida.” [...] hoje, mais do que nunca, exige-se do profissional, atitudes mais complexas e integrais, maior capacidade de pensar e executar. A postura voltada ao desenvolvimento e à aprendizagem caracteriza o perfil de gestores e colaboradores do próximo milênio. (EBOLI, 1999) Os desafios e a complexidade dessa nova era começam pelas próprias tentativas de quantificar ou medir o recurso conhecimento. Ao contrário dos estoques financeiros, de recursos naturais ou mesmo de mão-de-obra não-qualificada, o valor econômico do recurso conhecimento não é tão facilmente compreendido, classificado e medido. (TERRA, 2001, p. 20) O grande desafio não é mais tornar produtivo o trabalhador manual, mas sim o trabalhador do conhecimento. Atualmente, “[...] eles estão se tornando rapidamente o maior grupo isolado da força de trabalho do mundo.” Pela primeira vez na história, [...] “as pessoas que trabalham com conhecimento vão sobreviver 6 às organizações que as (DRUCKER in EXAME 2000 apud GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 9) contratam.” 27 Das mais variadas formas, o conhecimento tornou-se determinante para a vantagem competitiva entre os mercados e países. O mundo vive um momento de importante transição do ambiente econômico onde as vantagens como localização, mão-de-obra barata, recursos naturais e financeiros, perdem seus espaços para a gestão pró-ativa, que passa a figurar no papel central deste novo ambiente. A intangibilidade do conhecimento torna difícil o estabelecimento de seus limites e valores: [...] competência, aprendizado e habilidade, criatividade, capital intelectual, capital humano, tecnologia, capacidade inovadora, ativos intangíveis, e inteligência empresarial, entre outros, são empregados no dia-a-dia das empresas e na literatura gerencial. [...] É um recurso invisível, intangível e difícil de imitar. Uma de suas características mais fundamentais, porém, é o fato de esse recurso ser altamente reutilizável, ou seja, quanto mais utilizado e difundido, maior o seu valor. O efeito depreciação funciona, portanto, de maneira oposta: a depreciação se acelera se o conhecimento não é aplicado. (TERRA, 2001, p. 19-20) Para Eboli (2004, p. 38) será necessária uma mudança na visão sobre a gestão a partir de um novo estilo voltado para a uma cultura empresarial de competência e resultado, “[...] o que supõe profundas mudanças não só na estrutura, nos sistemas, nas políticas e nas práticas de gestão, como também, essencialmente, na mentalidade organizacional e individual”. Para que se possam desenvolver amplas qualificações embasadas no conhecimento, se faz necessário o comprometimento contínuo com a aprendizagem e a educação. 28 De acordo com o quadro 2, a economia do conhecimento pode ser facilmente entendida. A Economia do Conhecimento Informação Conjunto de dados interpretados e analisados, que Comunicação após serem compartilhados gera... Aprendizagem Através da Economia do Conhecimento, gera... Valor Conhecimento Após este estágio, se resulta no... Foco do negócio Recursos É a capacidade das pessoas de gerarem recursos... Ilimitados Pessoas São vistos como os... Meios de produção Poder Quem tem conhecimento, tem poder Conhecimento Fator crítico Tempo É o tempo e competência Quadro 2. A Economia do Conhecimento Fonte: Teixeira (2001, p. 7) Podemos afirmar que a economia do conhecimento segue uma nova lógica econômica. O conhecimento difere radicalmente de todas as outras commodities, porque não segue a teoria da escassez. Ao contrário, segue a teoria da abundância. (GOMES, 2002) Na sua carreira, o conhecimento é como um litro de leite. Ele tem um prazo de validade impresso na embalagem. O prazo de validade de um diploma universitário é de menos de dois anos. Portanto, se você não substituir tudo o que sabe a cada três anos, sua carreira irá deteriorar-se, exatamente como aquele litro de leite. (MEISTER, 1999, p. 9) 29 2.4 A Estratégia do Conhecimento “[...] é necessário que se derrubem as barreiras que nos impedem de aprender, pois o que distinguirá as organizações que aprendem daquelas que pararam no tempo é o domínio de determinadas disciplinas básicas.” (ALTO e RICHE, 2001, p. 37) Para Senge7 (1994) apud Alto e Riche (2001, p.39) as disciplinas básicas são as seguintes: Domínio Pessoal: é o aprofundamento da visão pessoal a ponto de enxergar a realidade objetivamente, para isso, devem-se concentrar as energias e desenvolver a paciência. Empresa e integrantes devem manter a mesma capacidade e comprometimento. Quando ambos são capazes de vislumbrar tudo o que realmente tem valor ou importância, passam a viver a serviço de nobres aspirações. Modelos mentais: muitas vezes, os modelos mentais estabelecidos impedem a prática de novos modelos de gestão; idéias arraigadas e paradigmas interferem nas nossas atitudes sem que tenhamos consciência disso. Visão Compartilhada: a visão da empresa deve ser focada de forma a despertar o compromisso e o comprometimento das pessoas, para que se sintam motivadas a oferecerem o melhor de si, adotando uma visão compartilhada de uma visão assimilada automaticamente, e não impingida. Aprendizagem em Equipe: promover o diálogo entre os grupos, de maneira que no processo de aprendizagem onde a unidade não é o indivíduo, mas o grupo. 30 Pensamento Sistêmico: esta é a quinta disciplina, a que integra todas as outras, o elo de ligação, fundindo-as em um corpo coerente de teoria e prática. O pensamento sistêmico ajuda-nos a enxergar as coisas como parte de um todo, não como peças isoladas, bem como criar e mudar a sua realidade. 2.5 Os Ativos Intangíveis e o Capital Intelectual Para Stewart (1998), capital Intelectual é a capacidade organizacional de uma empresa no suprimento às exigências do mercado. A sua definição engloba o capital humano e o capital estrutural e ressalta que a distinção entre os dois é fundamental para a gerência do conhecimento, já que, “[...] compartilhar e transmitir o conhecimento – alavancá-lo – exige ativos estruturais como sistemas de informação, laboratórios, inteligência competitiva e de mercado, conhecimento dos canais de mercado, foco gerencial, que transformam o “know-how” individual em propriedades do grupo. Assim, como o capital humano, o capital estrutural só existe no contexto de um ponto de vista, uma estratégia, um destino, um propósito.” (GDIKIAN e SILVA, 2002, p. 15) Segundo Hamel e Prahalad8 (1990) apud Gdikian e Silva (2002, p. 13), “no século XXI, a mudança é descontínua, abrupta e indócil. Pois estamos no limiar de uma nova era, a Era da Revolução”. O grande desafio desta era imposto às organizações é a criação de capital intelectual e a perpetuação e proliferação deste fundamento no meio empresarial. A vantagem competitiva das organizações vai depender da diferenciação dos profissionais e no desenvolvimento de competências essenciais em todos os níveis. O Capital Intelectual pode ser mensurado pela diferença entre o valor de mercado e o valor patrimonial da organização. Talentos, competências, conhecimentos, marca, dentre outros que compõem o capital intelectual, além do capital físico, agregam valores ao seu valor patrimonial. (GDIKIAN e SILVA, 2002) 31 3 A EDUCAÇÃO CORPORATIVA 3.1 A Educação nas Organizações O aumento da competitividade imposto às empresas pela globalização obrigam-nas a adequarem novos modelos de gestão e se ajustarem às rápidas mudanças ocorridas no cenário global. Para outros setores mais complexos, é mais difícil atingir a mesma medida de velocidade. A celeridade com que essas novas exigências entram em cena não tem abrigo no quadro escolar brasileiro, em vista de um modelo educacional uniforme, tradicional e sem sólida formação científica desde a educação básica. A política educacional brasileira para todos os níveis e modalidades de ensino, exceção feita à expansão generalizada da rede escolar básica e ao acesso à mesma, não deu atenção às modificações do perfil e das novas competências de formação em relação ao mundo do trabalho. A reação do sistema educacional brasileiro a essas exigências é lenta e sem condições de acompanhar as demandas por formação científica, conhecimentos e tecnologias em informática e comunicação, além de reagir, modestamente, na multiplicação de papéis que exigem alto conhecimento em determinados campos profissionais. (PAZETO, 2005, p. 490) Segundo Al-Mufti et al (1996, p.101-102), relatores na Comissão Internacional para a Educação no século XXI, no relatório vinculado à UNESCO9, sugere um novo modelo de educação apoiado em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Aprender a conhecer: Produzir métodos eficientes de aprendizagem garantindo um acesso inteligente aos mais diferentes saberes e estabelecer pontes entre eles. Aprender a fazer: Descobrir formas novas e prazerosas do fazer profissional e atribuir conhecimentos técnicos à sua prática. 32 Aprender a conviver: Interagir nas relações com os membros de uma coletividade com respeito e ética, acatando as normas estabelecidas e estabelecendo um convívio harmonioso. Aprender a ser: Criar dimensões transpessoais na construção de si mesmo. Para Nonaka, Ichijo e Krogh (2001), a visão do conhecimento confere aos planejadores organizacionais um mapa mental de três áreas correlatas: o mundo em que vivem, o mundo em que devem viver e o conhecimento que deve buscar e criar. A educação corporativa surgiu como um desdobramento ou aprofundamento das atividades de treinamento dos Departamentos de Recursos Humanos nas empresas. No início, o seu foco, nos Estados Unidos, foi o treinamento de seus empregados buscando a melhoria de habilidades profissionais e a proficiência em sua atividade dentro da corporação (desenvolvimento de expertise). Desde o seu início, refletia um engajamento claro da indústria com a educação de seus empregados – o tipo de educação que pode manter a competitividade da empresa. (Davis e Botkin, 1994). Para Chiavenato (2004) as empresas que implantam Universidades Corporativas lucram com “escola em casa” de acordo com pesquisa realizada em cem universidades corporativas nos Estados Unidos que revelou que o retorno do investimento é o dobro de um treinamento convencional. Segundo Meister (1999), uma mudança bastante significativa é que a responsabilidade pelo processo de aprendizagem sai do departamento de treinamento para chegar aos gerentes. Uma empresa pode obter vantagem competitiva quando produz nas pessoas a capacidade de pensar criticamente, tomar decisões, resolver problemas, trabalhar em equipe e estabelecer um bom relacionamento com seus clientes. Para Teixeira (2001), a educação corporativa tem como principal objetivo o desenvolvimento das competências essenciais determinantes do sucesso ou do fracasso na condução do negócio da empresas e despertar 33 nos indivíduos a consciência sobre a importância do capital intelectual como fator determinante na competitividade entre as empresas. O fortalecimento da cultura corporativa deve ser o foco organizacional capaz de despertar nas pessoas a vocação para o aprendizado; incentivar e estruturar atividades de autodesenvolvimento e motivar e reter os melhores talentos contribuindo para o aumento da felicidade pessoal, dentro de um clima organizacional saudável. O quadro 3 representa as diferenças entre T&D e Educação Corporativa. Comparativo entre T & D e Educação Corporativa Vetores Foco Universidade T&D Habilidade conhecimento Corporativa e Competência, cultura e estratégia organizacional Missão Informar e capacitar Função Administrativa Capacitar para desenvolver competências e otimizar o desempenho no trabalho. Unidade de negócio, centro de lucros Ação Burocrática/reativa Competitiva/pró-ativa Local Sala de aula física Espaço virtual e real Estruturação Metodologia Descentralizada e Centralizada e coesa pulverizada Preponderância de Aprendizagem presencial, virtual aulas expositivas e e autodesenvolvimento teóricas Quadro 3. Comparativo entre Treinamento e Desenvolvimento e Educação Corporativa Fonte: (Gdikian e Silva, 2002, p. 47) 34 Para Meister (1999) apud Costa (2001, p. 17), a principal diferença é que nos departamentos de treinamento a aprendizagem acontece de forma reativa e descentralizada voltada para um público amplo, com vários programas abertos enquanto que a Educação Corporativa oferece “soluções de aprendizagem com relevância estratégica para cada família de cargos, dentro da organização.” O papel das organizações no aprendizado de seus funcionários está se ampliando cada vez mais. A educação corporativa põe o foco no desenvolvimento do quadro de pessoas com vistas a obter resultados nos negócios. É um modelo diferente do treinamento tradicional, feito para transmitir conhecimentos específicos do assunto em que a pessoa apresenta alguma deficiência, por trazer uma visão mais ampla e de longo prazo. A educação corporativa está sendo estimulada por um ambiente inquieto, curioso e revolucionário provocado por fatores externos como a globalização, o desenvolvimento tecnológico, a competitividade, as mudanças rápidas e descontínuas etc, que causam impacto na administração das organizações. Trata-se de incentivar a aprendizagem contínua para desenvolver atitudes, formas de pensamento e hábitos, competências e uma visão do negócio, que possam dotar as pessoas de ferramentas mentais que aperfeiçoem seu trabalho. O gerenciamento do conhecimento procura alinhar a educação das pessoas aos objetivos estratégicos do negócio. (CHIAVENATO 2004, apud BOAS, OLIVEIRA e TRINTA, 2007) De acordo com Ives e Javenpaa10 (1996) apud Barbosa et al (1998), a nova infra-estrutura intelectual caracteriza-se por comunidades virtuais de aprendizado nas quais existe pouca ou nenhuma interação física entre alunos e professores, fato que reduz o custo e o tempo disponibilizados por eliminar os deslocamentos além de aumentar a conveniência e a flexibilidade. Estudantes de diversas áreas geográficas e respectivas horários podem ser agrupados a partir de diversas afinidades, aptidões ou interesses, numa rica oportunidade de usufruir os benefícios da heterogeneidade de culturas e experiências. Segundo Eboli (2004, p. 61), “a qualidade de um sistema de educação corporativa depende da qualidade de pensamento de seus idealizadores, que deve ser balizado pelos sete princípios [...]” de sucesso da Educação 35 Corporativa e suas Práticas. Todos esses princípios sejam contemplados na elaboração do projeto de concepção do sistema de educação corporativa e que haja práticas associadas a cada um deles. Essas práticas, são as escolhas organizacionais que permitem transformar as escolhas estratégicas (competências empresariais) em escolhas pessoais (competências humanas). Os princípios básicos são: Competitividade, Sustentabilidade, Perpetuidade, Conectividade, Disponibilidade, Parceria e Cidadania. O quadro 4 descreve o cada um destes princípios. Os Sete Princípios de Sucesso da Educação Corporativa e suas Práticas Princípios Práticas Obter o compromisso e envolvimento da alta cúpula com o sistema de educação; alinhar as estratégias, diretrizes e práticas de gestão de Competitividade pessoas às estratégias do negócio; implantar um modelo de gestão de pessoas por competências; conceber ações e programas educacionais alinhados às estratégias do negócio. Ser veículo de disseminação da cultura empresarial; responsabilizar líderes e gestores pelo processo de aprendizagem. Perpetuidade Conectividade Adotar e implementar a educação inclusiva, contemplando o público interno e o externo; implantar modelo de gestão do conhecimento que estimule o compartilhamento de conhecimentos organizacionais e a troca de experiências; integrar sistema de educação com o modelo de gestão do conhecimento; criar mecanismos de gestão que favoreçam a construção social do conhecimento. Utilizar de forma intensiva tecnologia aplicada à educação; implantar projetos virtuais de educação (aprendizagem medida por tecnologia); Disponibilidade implantar múltiplas formas e processos de aprendizagem que favoreçam "a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar". Obter sinergia entre programas educacionais e projetos sociais; comprometer-se com a cidadania empresarial, estimulando: a formação Cidadania de atores sociais dentro e fora da empresa e a construção social do conhecimento organizacional. Parcerias Internas: responsabilizar líderes e gestores pelo processo de aprendizagem de suas equipes, estimulando a participação nos programas educacionais e criando um ambiente de trabalho propício à Parceria aprendizagem. Parcerias Externas: estabelecer parcerias estratégicas com instituições de ensino superior. Tornar-se um centro de agregação de resultados para o negócio; implantar sistema métrico para avaliar os resultados obtidos, Sustentabilidade considerando-se os objetivos do negócio; criar mecanismos que favoreçam a auto-sustentabilidade financeira do sistema. Quadro 4 : Os Sete Princípios de Sucesso da Educação Corporativa e suas Práticas Fonte: Eboli (2004, p. 60) 36 3.2 Conceitos e Definições da Educação à Distância (EAD) Segundo Keegan (1991, p. 38), o ensino à distância caracteriza-se por alguns elementos centrais que pontuam a sua conceituação: a separação física entre professor e aluno; a influência da organização educacional; uso de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos; a comunicação de mão-dupla, onde o estudante pode beneficiar-se da iniciativa no diálogo; a possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização; e a participação de uma forma industrializada de educação, potencialmente revolucionária. As formas de comunicação podem ser classificadas em síncronas, quando acontece on line em tempo real; e assíncrona quando não acontece em tempo real e o aluno determina o seu acesso ao conteúdo didático. Os sistemas síncronos são relativamente mais caros porque exigem tecnologia mais sofisticada, estão mais condicionados ao desempenho do suporte tecnológico e podem ser menos flexíveis, devido à necessidade de interação on-line, essa é uma das razões que atualmente as organizações optam pelo sistema assíncrono, apesar de existir a tendência de combinação entre os dois sistemas de interação para o aumento de produtividade da EAD. O quadro 5, demonstra as formas de interação utilizadas em EAD. Formas de Interação utilizadas na Educação à Distância Tipo de Comunicação Natureza da Comunicação Suporte Tecnológico Um-para-Um Síncrona Telefone, fax, videofone Um-para-Um Assíncrona E-mail, transferência de arquivo, homepages Um-para-Muitos Síncrona Transmissão direta via satélite com interação Um-para-Muitos Assíncrona Listas de discussão, transferência de arquivo Muitos-para-Muitos Síncrona Transmissão direta via satélite com interação Reuniões através do computador ou teleconferência Quadro 5: Formas de interação utilizadas na EAD. Fonte: do autor Muitos-para-Muitos Assíncrona 37 Desde a antiguidade a comunicação educativa existe com o objetivo de promover aprendizagem através de mensagens escritas apesar das consideráveis distâncias entre os interlocutores. Inicialmente na Grécia e, depois, em Roma, existia uma rede de comunicação que permitia o desenvolvimento significativo da correspondência. Às cartas comunicando informações sobre o quotidiano pessoal e coletivo juntam-se as que transmitiam informações científicas e aquelas que, intencional e deliberadamente, destinavam-se à instrução. Esse epistolário greco-romano vai se manifestar no Cristianismo nascente e, atravessando os séculos, adquire especial desenvolvimento nos períodos do Humanismo e do Iluminismo. (SARAIVA, 1996, p. 18) No Brasil, “Vivemos a etapa do ensino por correspondência; passamos pela transmissão radiofônica e, depois, televisiva; utilizamos a informática até os atuais processos de utilização conjugada de meios - a telemática e a multimídia.” (SARAIVA, 1996, p.19). 38 4 A UNIVERSIDADE CORPORATIVA ”O foco institucional assentado no conhecimento, na formação e na interlocução com as demandas sociais é substituído por padrões próprios das organizações que operam em função de interesses imediatos.“ (CHAUI, 1999, p.190) Para Meister (1999, p. 88-93), a principal meta de uma Universidade Corporativa deve objetivar a aprendizagem contínua de seus funcionários alinhada às estratégias organizacionais da empresa, provendo as estruturas necessárias para a atualização constante das qualificações e do conhecimento de seus funcionários. Para isso elabora um currículo básico para as universidades corporativas, baseado nos 3 C’s: Cidadania Corporativa, Estrutura Contextual e Competências Básicas do Ambiente de Negócios. Cidadania Corporativa – Conscientização de todos os funcionários da identidade cultural da organização através da sua missão, visão, valores e tradições. Estrutura Contextual – A empresa deve oferecer uma estrutura capaz de disseminar conhecimentos sólidos entre seus funcionários sobre os negócios da empresa, clientes, concorrentes e as melhores práticas e padrões de excelência dentro do mercado em que atua. Competências Básicas do Ambiente do Negócio - Desenvolver as sete competências específicas para o negócio da organização, sejam elas: Aprendendo a aprender – mostrar comprometimento com o auto desenvolvimento aplicando o conhecimento adquirido nas práticas cotidianas; Comunicação e colaboração – saber ouvir, comunicar-se e trabalhar efetivamente em grupo; 39 Raciocínio criativo e resolução de problemas – possuir técnicas de raciocínio capazes de implementar soluções criativas na resolução de problemas; Conhecimento tecnológico - Capacidade de usar as tecnologias disponíveis como ferramenta; Conhecimento de negócios globais – Conhecer técnicas empresariais e saber como avaliar o potencial dos negócios globais; Desenvolvimento de liderança – Os líderes precisam saber definir e concretizar uma visão compartilhada; Autogerenciamento da carreira – Capacidade de gerenciar o próprio desenvolvimento e a carreira. 4.1 Universidade Tradicional X Universidade Corporativa [...] Demonstrou-se que uma universidade pode cumprir o seu papel de consolidação da ordem social vigente ou de agente de transformação nesta mesma ordem. As universidades que atuam como meras guardiãs do saber tradicional somente podem sobreviver enquanto suas sociedades se mantém estáticas. Entretanto, quando estas começam a mudar, a universidade também se vê desafiada a alterar suas formas para servir às novas forças sociais. Quando não o faz, provoca o florescimento do novo saber fora de seus muros e acaba sendo assaltada e transfigurada pelos mais capazes de expressá-lo. Ao contrário disso, as universidades que se antecipam, na medida do possível, às transformações sociais podem converter-se em instrumento de superação ao atraso nacional, que, em certas circunstâncias, contribui decisivamente para a transformação radical de suas sociedades. (RIBEIRO, 1969, p. 35) A flexibilidade do ensino e a opção por parceria configuram-se como tendências ao tipo de mão-de-obra exigido pela tecnologia. Em países como os latino-americanos demandas ainda mais básicas estão longe de serem atendidas, caso do domínio da leitura e da escrita. 40 Habilidades cognitivas e competências sociais de grau superior como flexibilidade, autonomia e capacidade de adaptação à situações novas, não constituem prioridade. No entanto é possível que a abordagem adequada das prioridades não seja a hierarquização das necessidades básicas de aprendizagem. A universalização do ensino elementar, a garantia do domínio dos códigos básicos de leitura e escrita e a superação do fracasso escolar devem ocorrer para que o conteúdo do ensino receba tratamento adequado ao desenvolvimento cognitivo. Apesar dos indicadores da demanda, até 2001, não havia cursos técnicos na área de transportes. “O mercado de trabalho neste segmento se amplia pela vigência do novo Código Brasileiro de Trânsito, que atribui ao município a capacidade legal de planejar, controlar e fiscalizar o trânsito.” (MARTINO, 2006, p. 102) À margem dessas considerações, verifica-se que o Centro Paula Souza é constantemente procurado por empresas instituições sem fins lucrativos e órgãos públicos interessados em estabelecer parcerias. Em geral os contatos visam à qualificação profissional dos trabalhadores em seus respectivos setores de atuação, o que constitui uma respostas para as preocupações que a população tem sobre educação profissional. [...] a maior parte dos cursos construída de maneira compartilhada, resultam do atendimento às diversas demandas de diversas secretarias estaduais, prefeituras municipais, órgãos não governamentais, empresas públicas e privadas, sempre tendo como ponto de partida o interesse destas instituições em desenvolver e melhorar a qualidade dos serviços prestados por seus recursos humanos. [...] Nesse processo, o mundo empresarial e o acadêmico cruzamse, formando uma conexão para discutir as linhas de ação para a formação de profissionais (ainda que nesta etapa não tenha a presença dos trabalhadores e representantes da classe). A articulação entre os atores sociais empresa e instituição de ensino representa uma mudança significativa nos procedimentos de preparação e planejamento de cursos. (MARTINO, 2002, p.113) Os autores ressaltam que a sobrevivência das universidades, enquanto instituições de ensino, demanda o desenvolvimento de maior competência no uso da tecnologia da informação e nas novas tecnologias de EAD. Para eles, as instituições que vão permanecer serão aquelas que desenvolverem uma sólida imagem e reputação, consolidando uma marca, destacando-se tanto em volume de cursos como em abrangência de 41 conhecimentos. Para isso devem repensar e aperfeiçoar continuamente sua qualidade de serviços, sistemas de avaliação e flexibilidade. O conceito de universidade corporativa surgiu em 1955 com o lançamento da Crotonville11 pela General Eletric. Apesar disso somente no final do século XX as empresas perceberam que a defasagem do conhecimento era proporcional ao rápido avanço tecnológico que a nova era a elas impunha, e que o ensino tradicional já não oferecia suporte adequado às novas exigências. Assim, percebem a necessidade de “[...] obter um controle mais rígido sobre o processo de aprendizagem para que ele se mantivesse vinculado aos objetivos, metas e resultados reais da empresa [...]”, surgem então, “[...] as universidades corporativas como complemento estratégico do gerenciamento do aprendizado e desenvolvimento dos funcionários de uma organização.” (MEISTER,1999, p.xxvii) Segundo Litwin12 (2001), apud Boas, Oliveira e Trinta (2007), na expressão Universidade corporativa, o uso do termo corporativo significa que a universidade é vinculada a uma corporação e que serviços educacionais não são seu principal objetivo. Já o termo universidade não deve ser entendido dentro do contexto do sistema de ensino superior, o qual designa a educação de estudantes e o desenvolvimento de pesquisa em várias áreas do conhecimento, uma vez que a universidade corporativa oferece instrução específica, sempre relacionada à área de negócio da própria organização. 4.2 As Tecnologias Empregadas na Universidade Corporativa No final do século XX, as novas tecnologias de informação e comunicação surgidas influenciaram radicalmente o estilo de vida da sociedade e causando uma revolução no campo da educação. As tecnologias de educação à distância são componentes que permitem o desenvolvimento científico e tecnológico otimizando os recursos intelectuais disponíveis ao mesmo tempo em que introduzem um componente de modernidade e atualização tecnológica às organizações que delas se utilizam. Multiplicam 42 conhecimentos e facilitam o acesso ao saber produzindo resultados como qualificação de ambientes acadêmicos na elaboração de conteúdos, formatação e acompanhamento da aplicação dos produtos de ensino à distância e mobilização do setor privado na busca de oportunidades de melhoria de performance a partir de programas de formação, especialização, atualização e requalificação da mão-de-obra com o uso de modernas tecnologias de comunicação aplicadas à educação. Sob o âmbito da gestão do conhecimento, as Tecnologias utilizadas nas Universidades Corporativas desempenham algumas funções específicas como: promover a ligação dos membros da empresa assim como os públicos externos; criar uma única memória institucional disponibilizada para todos; fomentar o desenvolvimento de uma tecnologia de informação "centrada nas pessoas" (grifo do autor); apoiar a colaboração e colocar-se rapidamente colocada nas mãos dos colaboradores; os sistemas são rápidos, integrados e inteligentes. (BARRETO, 2002) As tecnologias disponíveis utilizadas nas universidades corporativas são: Multimídia - O termo Multimídia significa: qualificação da comunicação, ou seja, indica a utilização de vários meios para a realização da comunicação. A morfologia da palavra é multi (muito, vários) + mídia (meio), sendo a última, um dos elementos da comunicação. A utilização de recursos Multimídia surge da intenção de tornar a comunicação mais interessante e completa, pois o interesse do receptor é um importante fator no sucesso da comunicação, assim como a coesão e a coerência da mensagem. Deste modo, pode-se dizer que a utilização de recursos Multimídia deve ser aplicada com técnicas e cuidados, visando bons resultados ao receptor. (UNICAMP, 2009) E-learnig - É o ensino realizado através de meios eletrônicos. É basicamente um sistema hospedado no servidor da empresa que vai transmitir, através da Internet ou Intranet, informações e instruções aos 43 alunos visando agregar conhecimento especifico. O sistema pode substituir total ou parcialmente, o que é mais comum, o instrutor, na condução do processo de ensino. No e-learning, as etapas de ensino são préprogramadas, divididas em módulos e são utilizados diversos recursos como o e-mail, textos e imagens digitalizadas, sala de bate-papo, links para fontes externas de informações, vídeos e teleconferências, entre outras. O treinamento com o e-learning pode ser montado pela própria empresa ou por qualquer dos fornecedores desse tipo de solução já existentes no mercado. (FELIPINI, 2009). Internet - A Internet é um ambiente virtual da hipermídia que incorpora a interatividade entre pessoas e computadores. Assim, a Internet não é a simulação de um ambiente real, mas uma alternativa frente a ambientes do mundo real, onde usuários interativamente acessa seu conteúdo e se comunicam imediatamente. (SANTILLE, 2001) A definição de internet é um conglomerado de redes locais espalhadas pelo mundo, o que torna possível e interligação entre os computadores utilizando o protocolo de internet. A internet é uma das melhores formas de pesquisa hoje encontrada, de fácil acesso e capacidade de assimilação do que é buscado. Em março de 2007 foi feito um senso que divulgou que cerca de 16,9% da população mundial utiliza internet, ou seja, cerca de 1,1 bilhão de pessoas. Atualmente a Internet é um dos principais meios de comunicação utilizado pelo homem, pela capacidade de transmitir textos, fotos, vídeos, fazer ligação de voz ou conferência através de vídeo, com pessoas de qualquer parte do mundo, em tempo real e instantaneamente, por um preço muito pequeno. Intranet - As empresas estão cada vez mais necessitando de centralização das informações, métodos de comunicação interna para reduzir custos. A intranet possibilita tudo o que a própria internet dispõe. Porém a principal diferença entre ambas é que a intranet é restrita a um certo público. Há restrição de acesso, por exemplo, por uma empresa, ou seja, todos os 44 colaboradores da empresa podem acessar a intranet com um nome de usuário e senha devidamente especificados pela coordenação da empresa. A intranet ainda possibilita você a utilizar mais protocolos de comunicação, não somente o HTTP usado pela internet. Geralmente o acesso a intranet é feito em um servidor local em uma rede local chamada de LAN sigla da língua inglesa que significa Local Area Network (rede de acesso local) instalada na própria empresa. Extranet - A extranet seria uma extensão da intranet. Funciona igualmente como a intranet, porém sua principal característica é a possibilidade de acesso via internet, ou seja, de qualquer lugar do mundo você pode acessar os dados de sua empresa. A idéia de uma extranet é melhorar a comunicação entre os funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar novas soluções. HTML - A Hypertext Markup Language (HTML) é uma linguagem criada para a manipulação e exibição de hipertextos disponíveis em todos os servidores da Internet. Por meio dela, é possível se realizar a interligação entre documentos com o auxílio de “links” (BITTENCOURT, 1999) Videoconferência - Uma videoconferência consiste em uma discussão em grupo ou pessoa-a-pessoa na qual os participantes estão em locais diferentes, mas podem ver e ouvir uns aos outros como se estivessem reunidos em um único local. (CARNEIRO, 2009). Segundo a Unicamp (2009), existem várias formas de realizar uma conferência: Conferência Ponto-a-Ponto - Conexão um-a-um onde cada um deve rodar o software de videoconferência em seu computador, através da Internet ou de rede, conectando-se diretamente através do número IP. 45 Conferência Multicast - Pode ser de dois tipos: Conferência em grupo - é uma conferência interativa onde todos os usuários que estão conectados através de um software servidor, podem enviar e receber áudio e vídeo proporcionando um ambiente colaborativo onde o grupo tem um endereço IP ou "host name" . (CARNEIRO, 2009) Um exemplo disto é o Mbone (Multicast Backbone), onde uma mensagem é enviada com o endereço de um grupo e é recebida por todos os membros deste grupo, desde que estes estejam acessíveis pela rede Mbone. Cybercast (ou conferência "one-way"): somente o criador da conferência pode enviar vídeo e áudio e os demais participantes podem ver e ouvir os dados enviados, mas não os podem enviar. (UNICAMP, 2009) 46 5 ESTUDO DE CASO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 5.1 Dados da Empresa Nome da Empresa: Caixa Econômica Federal Tipo de Instituição: Estatal Setor: Terciário Presidente da República Federativa do Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Fazenda: Guido Mantega Presidenta da CAIXA: Maria Fernanda Ramos Coelho Endereço da CAIXA: SBS, Quadra 4 Lote 3/4, 70092-900, Brasília (DF) Endereço Eletrônico: http://www.caixa.gov.br 5.2 Histórico da CEF O decreto nº 2.723, assinado por D. Pedro II em 12 de janeiro de 1861 deu início à história da Caixa Econômica e Monte de Socorro. Criada com o intuito de incentivar a poupança e de conceder empréstimos sob penhor, a instituição veio combater outras que agiam no mercado e que não ofereciam garantias sérias aos depositantes ou que cobravam juros excessivos. A Caixa acumulou experiência suficiente para inaugurar em 1931, operações de empréstimo em consignação para pessoas físicas. Neste ano, começou a operar a carteira hipotecária para aquisição de bens imóveis. Em 1934, por determinação do governo federal, assumiu a exclusividade dos empréstimos sob penhor, com conseqüente extinção das casas de prego operadas por particulares. Em quase um século e meio de existência, a Caixa presenciou transformações que marcaram a história do 47 Brasil. Acompanhou mudanças de regimes políticos e participou ativamente do processo de urbanização e industrialização do país. Em 1986, incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH), assumindo definitivamente a condição de maior agente de financiamento da casa própria e de importante financiadora do desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico. Também, neste mesmo ano, incorporou o papel de agente operador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), antes gerido pelo BNH. Três anos depois, passou a centralizar todas as contas recolhedoras desse fundo e o pagamento dos valores aos trabalhadores. Desde a sua criação, a Caixa estabeleceu estreitas relações com a população, assistindo suas necessidades imediatas por meio da poupança, empréstimos, FGTS, PIS, seguro-desemprego, crédito educativo, financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais. Também alimentou sonhos de riqueza e de uma vida melhor com as Loterias Federais, das quais detém o monopólio de 1961. Ao longo de sua história, a Caixa cresceu e se desenvolveu, diversificando sua missão e ampliando sua área de atuação. Hoje ela atende correntistas, trabalhadores, beneficiários de programas sociais e apostadores. Também, apóia iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas em todo o Brasil. Como principal agente das políticas públicas do governo federal, a Caixa infiltra-se pelo país e promove aproximações geográficas e sociais. Já são mais de 28 milhões de clientes e 23 milhões de cadernetas de poupança, o que corresponde a 31% de todo o mercado de poupança nacional. Passados 148 anos, a Caixa consolidou-se como um banco de grande porte, sólido e moderno, e uma empresa pública que é sinônimo de responsabilidade social, sem nunca ter perdido o seu intuito original: ser uma Caixa para todos os brasileiros. Possui a maior rede de atendimento do país, que abrange todos os 5.561 municípios brasileiros, com mais de 17 mil pontos de atendimento, entre suas 2.434 agências, as casas lotéricas e os correspondentes CAIXA AQUI. 48 A Caixa Econômica Federal, além de estar presente em todo o país, agora atende os brasileiros que não moram no Brasil, oferecendo remessas de valores e aplicações financeiras. 5.3 Missão, Visão, Princípios e Valores Missão Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro. Valores Sustentabilidade econômica, financeira e socioambiental; valorização do ser humano; respeito à diversidade; transparência e ética com o cliente; reconhecimento e valorização das pessoas que fazem a Caixa; eficiência e inovação nos serviços, produtos e processos. Fundamentados nos princípios de: respeito, honestidade, compromisso, transparência e responsabilidade. Visão Ser referência mundial como banco público integrado, rentável, socialmente responsável, eficiente, ágil e com permanente capacidade de renovação e consolidar sua posição como o banco da maioria da população brasileira. Manter relacionamentos sólidos, coesos e inovadores com parceiros competentes e de forte compromisso social. Princípios Além dos valores que integram a Missão da CAIXA, a partir de Resolução de Diretoria, a atuação da empresa passou a ser orientada, também, pelos princípios seguintes: 49 Responsabilidade ou accountability: assumir voluntariamente o dever de responder por todas as consequências de suas ações; Transparência: mais que a obrigação de informar, deve ser cultivado o desejo de informar, mediante a divulgação eficaz, oportuna e precisa de informações financeiras e não financeiras, inclusive aquelas relacionadas às práticas de sustentabilidade e responsabilidade social da CAIXA, para proporcionar às partes interessadas o acompanhamento e o entendimento do desempenho de forma inequívoca. Código de Ética A conjuntura em que vivemos exige uma profunda reflexão em torno dos caminhos percorridos, com o objetivo de delinear ações que favoreçam a prosperidade, a sustentabilidade, a segurança e a cidadania para todos, por meio do esforço conjunto de todas as sociedades e culturas. Do contrário, as gerações futuras estarão comprometidas. Nesse contexto, delineia-se o papel da Caixa como um espaço de promoção de melhores condições de vida, em todos os sentidos, e de formação de pessoas socialmente responsáveis. A consciência ética surge como um elemento fundamental desse processo e se revela na prática cotidiana por meio da ação alicerçada na responsabilidade sócio-ambiental. Revela-se portanto, como instrumento de natureza imprescindível para a Caixa, o seu Código de Ética, por sistematizar os valores éticos que devem nortear a condução dos negócios, orientar as ações e o relacionamento com os interlocutores internos e externos. O Código de Ética foi elaborado de forma participativa, após uma pesquisa realizada em 2004 com os colaboradores e ao mesmo tempo conjuga as recomendações corporativas com os princípios éticos universais e da boa governança. Está baseado em cinco valores: Respeito, Honestidade, Compromisso, Transparência e Responsabilidade. 50 RESPEITO: As pessoas na CAIXA devem tratar com ética, justiça, respeito, cortesia, igualdade e dignidade. A CAIXA exige de seus dirigentes, empregados e parceiros absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela sociedade e pelo meio ambiente. Ela repudia todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, à raça, ao gênero, à cor, à idade, à religião, ao credo, à classe social, à incapacidade física e a quaisquer outras formas de discriminação. Respeita e valoriza seus clientes e seus direitos de consumidores, com a prestação de informações corretas, o cumprimento dos prazos acordados e o oferecimento de alternativa para satisfação de suas necessidades de negócios com a CAIXA. Preserva a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstância, com a determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam o seu amor próprio e a sua integridade moral. Seus patrocínios atentam para o respeito aos costumes, às tradições e aos valores da sociedade, bem como à preservação do meio ambiente. HONESTIDADE: No exercício profissional, os interesses da CAIXA devem estar em primeiro lugar nas mentes dos seus empregados e dirigentes, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem. Devem gerenciar com honestidade seus negócios e os recursos da sociedade e dos fundos e programas por ela administrados, oferecer oportunidades iguais nas transações e relações de emprego. Não admitir qualquer relacionamento ou prática desleal de comportamento que resulte em conflito de interesses e que esteja em desacordo com o mais alto padrão ético. Não admitir práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e comprometam o seu corpo funcional. Condenar atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de serviços, sob qualquer pretexto. Condenar a solicitação de doações, contribuições de bens materiais ou valores a parceiros comerciais ou institucionais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto. 51 COMPROMISSO: Os dirigentes, os empregados e os parceiros da CAIXA devem estar comprometidos com a uniformidade de procedimentos e com o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais. Devem ter compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos internos e externos que regem a nossa instituição. Os relacionamentos com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, controladas, patrocinadas, associações e entidades de classe devem ser pautados dentro dos princípios deste Código de Ética, mantendo o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que atendam às expectativas dos nossos clientes ou as superem. Prestar orientações e informações corretas aos nossos clientes para que tomem decisões conscientes em seus negócios. Preservar o sigilo e a segurança das informações. Buscar a melhoria das condições de segurança e saúde do ambiente de trabalho, preservando a qualidade de vida dos que nele convivem. Incentivar a participação voluntária em atividades sociais destinadas a resgatar a cidadania do povo brasileiro. RESPONSABILIDADE – A CAIXA procura pautar suas ações nos preceitos e valores éticos deste código, de forma a resguardá-la de ações e atitudes inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer dirigentes e empregados, direta ou indiretamente. Zelar pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização das informações, dos bens, equipamentos e demais recursos colocados à sua disposição para a gestão eficaz dos seus negócios. Busca a preservação ambiental nos projetos dos quais participa, por entende que a vida depende diretamente da qualidade do meio ambiente. Garantir a proteção contra qualquer forma de represália ou discriminação profissional a quem denunciar as violações a este código, como maneira de preservar os valores da CAIXA. TRANSPARÊNCIA - As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas pelo princípio da transparência e pela adoção de critérios técnicos. Como empresa pública, está comprometida com a prestação de contas de suas atividades, dos recursos por ela geridos e com a 52 integridade dos seus controles. Aos seus clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia dispensa tratamento equânime na disponibilidade de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito cumprimento dos normativos aos quais está subordinada. Deve oferecer aos seus empregados oportunidades de ascensão profissional, com critérios claros e do conhecimento de todos, valorizando o processo de comunicação interna e disseminar informações relevantes relacionadas aos negócios e às decisões corporativas. 5.4 Gestão do Conhecimento – Unidades Vinculadas Na Era da Informação, maior desafio imposto às organizações é transformar o acesso mais fácil e rápido à informação em um fator crucial para a gestão. Para isso, se faz necessário coletar, processar e tornar disponível a todos na organização da informação necessária para obtenção de resultados sustentáveis. A missão da Gestão do Conhecimento é organizar e estruturar com códigos específicos todo o conhecimento adquirido diariamente pela empresa. Além de organizado e estruturado, o conhecimento deve ser retido como patrimônio intransferível. A entrada e saída de empregados (de unidades e da própria empresa) são eventos rotineiros, mas o conhecimento não pode e não deve sair da Empresa. GEPAE – Gerência Nacional de Planejamento Estratégico Objetivo: Coordenar a formulação estratégica e subsidiar a gestão estratégica na Caixa. Macroatividades: Desenvolvimento Prospectar Empresarial; e propor disponibilizar e manter cenários para metodologias para elaboração dos Planos Estratégicos, de Implementação e Operacionais; 53 coordenar a formulação do Plano Estratégico e do Plano de Implementação; disseminar a cultura de Planejamento Estratégico na Caixa; alinhar os Planos Operacionais e ações das Vice-Presidências às estratégias; analisar as proposições estratégicas das Unidades para alinhamento à estratégia traçada no planejamento; coordenar a participação da Caixa no Plano Plurianual do Governo Federal; Subsidiara elaboração do Plano Integrado de Ação Regional (PIAR); apresentar, semestralmente, o monitoramento e os resultados da implantação de todas as políticas de Gestão da Caixa aprovados pelo Conselho Diretor; propor modelos e coordenar a implementação e aprimoramento dos instrumentos de avaliação das Unidades: preço de transferência e acordos de nível de serviço. GESEM – Gerência Nacional de Soluções Empresariais Objetivo: Alinhar e prover soluções empresariais de acordo com o Planejamento Estratégico da Caixa. Macroatividades: Prospectar, prover e classificar soluções empresariais alinhadas ao Planejamento Estratégico; definir critérios de modelagem e monitoração para os fluxos dos negócios das unidades da Matriz, filiais e rede; monitorar os fluxos de negócio e sua geração de valor, com foco no Planejamento Estratégico; elaborar, normatizar e manter Metodologias de Desenvolvimento Empresarial. GEMOG – Gerência Nacional de Modelo de Gestão Objetivo: Propor, implementar e aprimorar a arquitetura organizacional e a governança corporativa da Caixa. Macroatividades: Definir, divulgar, implantar e manter a modelagem organizacional para as Unidades da Matriz, filiais e rede, envolvendo a estrutura organizacional, seu modelo de funcionamento, objetivos e macroatividades; definir as atribuições para as Unidades da Matriz, Filiais e 54 Rede; Propor e monitorar arquitetura e modelo de funcionamento e de atendimento dos Postos de Vendas (próprios e parceiros); definir, manter e atualizar o Modelo Organizacional Básico (MOB) – macroprocessos e macroestrutura – inclusive criação e extinção de Unidades; estabelecer, monitorar e aperfeiçoar a estrutura de governança corporativa adotada pela Caixa; avaliar e validar o alinhamento das diversas políticas e normas corporativas. GEESC – Gerência Nacional de Estratégias de Canais Objetivo: Formular estratégia, políticas e dimensionamento dos canais Caixa, exceto canal Internet. Macroatividades: Formular a política e desenvolver estratégia de canais da Caixa, exceto canal Internet, e gerir e monitorar sua execução; dimensionar canais; definir critérios e diretrizes para a avaliação da rentabilidade dos canais; prospectar novos canais; definir padrões e metodologias; definir critérios para abertura, fechamento e movimentação de canais; alinhar a estratégia de canais ao MOB; homologar a definição de produtos em canais; definir critérios para implementação de canais móveis; monitorar o desempenho dos canais; cotejar informações e elaborar a formação de bancos de dados; elaborar e disponibilizar relatórios gerenciais sobre canais; definir critérios e diretrizes para avaliação do desempenho operacional dos canais; prosperar, identificar, propor, avaliar e dimensionar as atuais e novas soluções de compartilhamento dos canais Caixa; desenvolver e implementar projetos estratégicos dos Canais Caixa. GEDES – Gerência Nacional de Desenvolvimento Humano e Profissional Objetivo: Propor e implementar políticas, ações e metodologias para melhor gerenciamento das competências profissionais e humanas que otimizem as Competências Organizacionais. 55 Macroatividades: Propor e implementar Política da Gestão do Conhecimento; desenvolver e gerir o modelo de sistematização do conhecimento; desenvolver instrumentos para promover, reter e compartilhar conhecimentos; gerir banco de boas práticas e talentos; gerir o Programa Idéias da Gente; Implementar e gerir a sistemática do processo seletivo interno e banco de habilitados e/ou sucessores para o provimento de cargo em comissão; implementar e gerir concurso público para provimento de cargo efetivo; propor, estabelecer e manter a política e metodologia de Gestão de Desempenho de Pessoas; gerenciar a Gestão do Desempenho de Pessoas e promover o alinhamento permanente das competências profissionais às competências organizacionais e ao Planejamento Estratégico Caixa. GENEC – Gerência Nacional de Educação Corporativa Objetivo: promover a geração, a assimilação, a difusão e a aplicação de conhecimentos no âmbito corporativo. Macroatividades: Proporcionar aprendizagem e desenvolvimento contínuo das competências necessárias desempenho dos cargos e ao alcance dos resultados da Empresa; fomentar o desenvolvimento e a capacitação dos empregados de uma empresa, com foco nos objetivos estratégicos, nas competências para os desafios do cargo que ocupam e atualização/aperfeiçoamento desse conhecimento necessário à inovação e à operação de processos da organização. 5.5 Modelo de Gestão de Pessoas da CEF Signatária do acordo internacional, O Pacto Global, articulado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a CAIXA tem um compromisso assumido com o aprimoramento constante do seu relacionamento com os seus empregados. 56 O modelo de Gestão de Pessoas da CAIXA elabora suas estratégias através de um fórum permanente de discussão acerca das demandas e problemas práticos vivenciados pelos colaboradores no desempenho de suas funções. Essa Comissão é formada por representantes de todos os níveis operacionais com valores estratégicos. Por meio de suas deliberações, o órgão promove o ajuste fino das relações entre as pessoas dentro da organização e também entre os colaboradores e a empresa, examinando cada caso sob a lente dos princípios da responsabilidade sócio-empresarial. O trabalho realizado pela Comissão de Ética resulta no destaque das questões mais relevantes que levadas ao conhecimento da alta administração conduzem à revisão de processos ou procedimentos. Em 2008 a CAIXA contava com 98.491 colaboradores distribuídos entre empregados permanentes concursados, estagiários, adolescentes e prestadores de serviços terceirizados. O quadro 6 representa o quadro de colaboradores da CAIXA: QUADRO DE COLABORADORES DA CAIXA (2008) Concursados 78.175 Candidatos aprovados em concurso público realizado para seleção, convocação e contratação de diversos cargos de carreira administrativa ou profissional. 11.755 Estudantes do Ensino Médio e Ensino Superior que atuavam respectivamente em funções administrativas e operacionais. Estagiários Adolescentes 3.710 de 15 a 17 anos Prestadores 4.851 de Serviços Terceirizados TOTAL Introduzidos no mercado de trabalho através do Programa Adolescente Aprendiz Prevê a contratação de serviço terceirizado em dois casos: para execução de trabalho fora do ambiente da empresa, em espaço físico e com meios de produção fornecidos pelo contratado; e, em casos específicos, para execução de serviço, em ambiente interno, mediante justificativa técnica a ser apreciada pela área competente. 98.491 Quadro 6: Quadro de colaboradores da CAIXA no ano de 2008 57 Qualificação Profissional - O atual programa de qualificação profissional desenvolvido na CAIXA teve seu início em 1996 com o Programa Crescer, órgão que incentiva o crescimento profissional do trabalhador e o incentiva a elevar o seu nível educacional, promovendo e identificando oportunidades de aprendizado numa extensa e diversificada programação de atividades de formação e capacitação. Desse trabalho nasceu a Universidade Corporativa da CAIXA que possibilita a evolução do nível de seus trabalhadores, através de seus cursos presenciais, ministrados em seu espaço físico situado na cidade de São Paulo, e; virtuais através de elearning ministradas pelo campus virtual na internet. Em 2008, a Universidade CAIXA disponibilizou aos seus empregados um leque de ações educacionais que contribuem para a atuação em responsabilidade social empresarial, a excelência de atendimento, a ampliação de conhecimentos e a abertura de espaços para o debate em relação à gestão da sustentabilidade. A empresa também aplica recursos no incentivo à educação continuada dos empregados: em 2007, foram 1.409 benefícios para cursos de pós-gradução, 3.847 para graduação e 2.136 para aprendizado de idiomas. A CAIXA oferece ainda aos seus profissionais oportunidades de complementação ao conhecimento já adquirido através de seminários internos de atualização técnica e gerencial, cursos ministrados em local de trabalho, cursos sequenciais de nível superior a distância, MBA e pósgraduação lato sensu. O investimento da CAIXA na capacitação de seus colaboradores tem aumentado a qualidade de seus serviços e negócios, melhorado o seu relacionamento interno e externo e promovido o desenvolvimento sustentável. Para ampliar a visão de sustentabilidade nos negócios entre seus gestores, patrocina suas participações no Curso de Gestão Estratégica para a Sustentabilidade. 58 A participação de empregados da CAIXA em ações educacionais nos exercícios de 2007 e 2008 teve a seguinte configuração: Estagiários e ProUni - A CAIXA abre regularmente vagas de estágio para estudantes do Ensino Médio e Ensino Superior, oriundos de estabelecimentos públicos ou privados, mediante comprovação de matrícula e frequência. Estagiários de nível médio - Dão expediente em agências e postos de atendimento, ao passo que os de nível universitário (que estejam pelo menos no 5º semestre de seu curso de graduação) atuam em unidades administrativas da empresa. Em sintonia com as políticas públicas educacionais, a CAIXA mantém convênio com o Ministério da Educação no sentido de favorecer a absorção de bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) no mercado de trabalho. Segundo o acordo, 20% das vagas do Programa de Estágio da CAIXA são reservados a esse público – os demais 80% continuam abertos para acolher universitários não-bolsistas do ProUni. Direitos Trabalhistas e Relações Sindicais - Desde 2003, a CAIXA adota o princípio de negociação permanente com seus empregados. Havendo interesse das partes em abordar assuntos relativos à categoria, os canais de diálogo estão sempre abertos para além da data-base. Exemplos disso são os grupos de trabalho que tratam de temas específicos – como saúde ou segurança bancária – e têm caráter permanente. Sua composição respeita a paridade: 50% dos integrantes são indicados pela empresa e os outros 50%, pelas entidades representativas dos trabalhadores. Instrumento indispensável para regular o relacionamento da CAIXA com seus colaboradores, o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) contempla 100% dos empregados e garante plena liberdade de sindicalização, bem como a disponibilidade remunerada de colaboradores investidos de mandato sindical, preservando-lhes todos os direitos e vantagens trabalhistas. Os trabalhadores 59 da CAIXA são livres para eleger seus delegados sindicais, respeitados os critérios de proporcionalidade: um delegado para cada grupo de 100 colaboradores até o limite de cinco delegados para grupos acima de 401 colaboradores. As entidades representativas dos empregados têm à disposição, nas dependências da CAIXA, quadros para afixação de comunicados oficiais de interesse da categoria. A cada 12 meses, a empresa compromete-se a facilitar a realização de campanha de sindicalização, mediante acerto prévio com o sindicato sobre local e horário do evento. Programa Adolescente Aprendiz - Um dos itens de destaque entre as iniciativas geridas pela Universidade CAIXA é o Programa Adolescente Aprendiz, de iniciação ao mundo do trabalho por meio da capacitação em serviços bancários e administrativos. Criado para acolher jovens de famílias de baixa renda per capita (igual ou inferior a meio salário mínimo), o programa admite candidatos com idade entre 15 anos e 17 anos, com escolaridade mínima equivalente à 7ª série (8º ano) do Ensino Fundamental. Lançado em 2003, o programa contribui para a erradicação do trabalho infantil. Cada adolescente admitido recebe o acompanhamento de um colaborador voluntário, que atua como uma espécie de monitor do treinamento, organizado em módulos disponibilizados pela Universidade Corporativa. Além de ter contato com noções sobre os serviços bancários e administrativos, o jovem participante recebe orientações básicas sobre cidadania ao longo de um período de contrato que varia de 18 a 24 meses. Ao fim da experiência, o treinando tem a tarefa de analisar dois diferentes perfis profissionais (um, de formação técnica; outro, de nível superior), a fim de identificar as próprias aptidões e traçar um plano para seu futuro. O êxito do programa, que desde sua implantação já beneficiou mais de 10 mil adolescentes, resultou em novos frutos: no segundo semestre de 2008, a CAIXA implementou o Programa Jovem Aprendiz, igualmente orientado para o público de baixa renda e que abre oportunidades de emprego para jovens entre 18 e 24 anos de idade. Cerca de 15.400 jovens, entre aprendizes e estagiários, compõem a equipe da CAIXA 60 O ACT 2008/2009 definiu conquistas importantes para os empregados da CAIXA, entre as quais o reajuste de 10% sobre a rubrica de saláriopadrão, de 10% sobre o piso salarial de mercado até R$ 2.500,00 (e de 8,15% sobre o piso salarial acima de R$ 2.500,00) e de 8,15% sobre as gratificações de cargo em comissão. Para além da questão dos salários, o ACT manteve a devolução do adiantamento por ocasião do gozo das férias regulamentares em até dez parcelas iguais e sucessivas. Os colaboradores seguem com direito à isenção da anuidade dos cartões de crédito durante o período de 1º de setembro de 2008 a 31 de agosto de 2009. Da mesma forma, empregados, aposentados e pensionistas da CAIXA permanecem enquadrados no programa que lhes faculta redução de juros do cheque especial. Participação nos Resultados - Reconhecer o empenho individual da força de trabalho é a finalidade da política de participação nos resultados adotada pela CAIXA. A distribuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) acompanha o que é negociado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Em 2008, foi composta de uma parcela fixa de R$ 960,00 e de uma parcela variável correspondente a 90% da remuneração-base, ficando a soma das parcelas limitada a um teto de R$ 6.301,00 por empregado. Conselho de Gestão Participativa - O modelo de gestão participativa é fundamentado na atuação dos Conselhos de Gestão Participativa (CGP), que em 2008 cumpriram seu quarto ciclo, confirmando-se como instrumento de valorização dos empregados, de melhoria dos resultados, de transparência e de busca pelo desenvolvimento sustentado. Implantada em 2004 pela Superintendência Nacional do Fundo de Garantia da CAIXA, a iniciativa dos CGP visa incorporar e sistematizar as contribuições dos colaboradores para a tomada de decisão dos gestores. Cada CGP é formado por: 61 I - Um conselheiro presidente; II - Dois a cinco conselheiros titulares, responsáveis pelas pastas: Qualificação Profissional e Pessoal; Relacionamento Interno e Externo; Qualidade dos Processos e Serviços Prestados; Informações e Qualidade de Vida. III - Conselheiros suplentes, até a mesma quantidade dos titulares. A quantidade específica de conselheiros titulares será definida pelo CGP, juntamente com o gerente de filial ou o superintendente Nacional, em assembleia. Focados nesses cinco temas, os Conselhos de Gestão Participativa sinalizam para toda a empresa um modelo viável de inclusão dos colaboradores no processo de administração. Além de oxigenar o intercâmbio de idéias no ambiente corporativo, esse modelo tem um caráter altamente motivacional: ao se ver como agente responsável pela condução dos rumos administrativos e institucionais, o empregado efetivamente reforça seu apreço pela empresa e seu engajamento profissional. Entre os destaques da ação dos CGP em 2008 está a iniciativa liderada pela Gerência de Filial do FGTS de Campinas (SP), no sentido de implantar o Programa Pegada Ecológica. O objetivo da iniciativa consiste em medir o impacto da atividade daquela unidade administrativa sobre o meio ambiente, valendo-se de metodologia internacionalmente reconhecida. A partir dos volumes de energia e de matéria-prima demandados pela atividade (bem como de resíduos por ela produzidos), o modelo de cálculo estima a área de terras ecologicamente produtivas que seriam necessárias para sustentar tal consumo de recursos naturais. Para além do efeito da conscientização ambiental, o dimensionamento da “pegada ecológica” fornece aos gestores dados concretos para fundamentar as decisões sobre economia de recursos, uso racional das fontes de energia e tratamento de resíduos. 62 Ouvidoria Interna - Trata-se de um canal de uso exclusivo do público interno para o encaminhamento de sugestões, reclamações, elogios, solicitações e denúncias aos gestores da CAIXA. Além de fazer circular essas manifestações, cabe à Ouvidoria Interna converter as informações recebidas em subsídios que resultam em indicadores úteis para o aprimoramento de processos e a melhora progressiva do ambiente profissional. Esse trabalho é demonstração concreta da aplicação das diretrizes definidas pela CAIXA de prioridade para o atendimento. Um dos desafios estratégicos da empresa é ser referencial de excelência no atendimento. Certamente, isso só pode ser alcançado com o respeito que demonstra quem responde a um registro da Ouvidoria. Cada vez mais, os gestores e empregados percebem que o canal da Ouvidoria, longe de ser um obstáculo ao banco comercial, funciona como uma consultoria rápida, direta e transparente. Diversidade - A CAIXA acredita nas pessoas. Por consequência, acredita também no respeito às diferenças como valor fundamental de uma sociedade. Essa crença tem sua expressão máxima no Programa CAIXA de Diversidade, que desde 2005 orienta políticas e implementa ações destinadas à promoção da diversidade, tanto dentro como fora do ambiente corporativo. Nunca é demais lembrar que a empresa foi uma das primeiras do País a estender seu Plano de Benefícios a companheiros de empregados do mesmo sexo, deliberação exemplar que mereceu destaque no Relatório Global da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Atitudes como a valorização das diferenças na formação de equipes e a justiça na distribuição equânime de oportunidades mantêm estreita correlação com aspectos como melhora do clima organizacional, impulso do resultado financeiro e inovação nos modelos de gestão. A busca do diferencial competitivo proporcionado pelo apoio à diversidade motiva a empresa, que tem como desafio assegurar seu posto entre os melhores lugares para se trabalhar no País. Em outra vertente, o alinhamento com o governo federal no combate a discriminações de qualquer natureza configurase como um dever institucional para com o próprio Brasil. 63 O Programa CAIXA de Diversidade tem três desafios a serem superados, todos relacionados à cadeia de valor. São eles: capilarizar as ações pela rede da organização, presente em todo o País; atingir seus mais de 78 mil empregados, além de stakeholders importantes, como os fornecedores; sensibilizar os públicos envolvidos com a CAIXA, disseminando a cultura, as crenças e os valores da diversidade. Com essas preocupações em foco, a empresa planeja e executa ações de estímulo ao debate interno em todo o território nacional: seminários, chats e distribuição de cartilhas são alguns meios utilizados. Ao mesmo tempo que a diversidade passa, cada vez mais, a figurar como pauta nos programas educacionais corporativos, a CAIXA apoia internamente a criação de comissões e subcomissões temáticas. Em setembro de 2008, por demanda de empregados, foram instauradas as seguintes comissões nacionais: de Igualdade Racial, de Pessoas com Deficiência e de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), integrando os esforços de colaboradores de todas as regiões do País que já lidavam com os assuntos. Equidade - Identificar e respeitar diferenças são os primeiros e essenciais passos rumo à adoção de políticas de equidade de gênero e de raça/etnia na ocupação de cargos de chefia e de gerência. Na CAIXA, há um grande esforço nesse sentido, e uma das iniciativas que enfatiza o tratamento dado ao tema é a disponibilização de um sistema de dados que monitora mensalmente a distribuição de oportunidades entre homens e mulheres, brancos e negros, auferindo indicadores especialmente criados para auxiliar a gestão da equidade. Universidade Corporativa - Núcleo de capacitação e qualificação dos profissionais da empresa. 64 5.6 Matriz de Conformidade A Matriz de Conformidade é um instrumento para verificação do Nível de Conformidade das Unidades Gestoras com relação à Norma Externa, Manual Normativo, Comunicação Eletrônica, Roteiro Padrão, Plano de Ação, Sistema de Ouvidoria, Relatório de Controles Internos e Prazos de Auditoria, cujo objetivo maior é estimular o alcance do índice de 100%. Na Matriz de Conformidade, quanto menor a pontuação atribuída a uma Unidade Gestora, menor o seu Nível de Conformidade e maior a sua exposição a riscos. O Nível de Conformidade nas áreas da Matriz em 2008 foi apurado a partir do mesmo conjunto de indicadores durante todo o ano. Embora o conjunto de indicadores não tenha sofrido alteração, a metodologia foi alterada em quase todos os indicadores, com ajustes que exigiram maior desempenho dos gestores para manutenção do Nível de Conformidade das áreas e, por conseguinte, da Caixa. A Superintendência de Desenvolvimento Humano (SUDHU) apresentou no ano de 2008 o índice médio de 99,54% de conformidade. 5.7 Educação Corporativa da CEF Iniciou o processo de educação corporativa na década de 70 e desde então, a Empresa vem aprimorando o processo, visando a uma educação empresarial de excelência e capaz de gerar competências reconhecidas tanto dentro, quanto externamente à Empresa. Inicialmente os programas de treinamentos de seus colaboradores eram exclusivamente presenciais e, em sua maioria com foco no desenvolvimento de gerentes. Hoje, o processo de educação corporativa da CAIXA cresceu de forma horizontal e verticalmente, ampliando o atendimento ao público utilizando-se de modalidades de ensinoaprendizagem, como a Educação a Distância, o Treinamento Em Serviço (On The Job), o Aprendizado Prático Monitorado, o Suporte ao Desempenho, entre outros além de mídias alternativas voltadas para a aprendizagem. 65 Em 1994, introduziu o e-learning a essas modalidades, ampliando as oportunidades de aprendizagem sem limitar o acesso de seus participantes a outras formas que privilegiem os vários estilos de aprendizagem. A implantação da Universidade Corporativa CAIXA, a partir de 2001 permitiu uma atuação mais efetiva em relação ao desenvolvimento de competências individuais e coletivas, além de ampliar o processo para parceiros como Lotéricos, Órgãos do Governo, Prefeituras Municipais, entre outros, representando um importante passo no processo evolutivo da educação corporativa da Empresa. A Gerência Nacional de Educação Corporativa (GENEC), responde pelos processos de estruturação e implementação da educação corporativa da empresa, os quais se concretizam em ações educacionais organizadas em módulos, cursos e programas de aprendizagem. A educação corporativa na Caixa é orientada por uma proposta pedagógica própria, elaborada em função do perfil de profissional que a empresa deseja ter em seus quadros: mentes críticas, criativas e capazes de estabelecer paralelos entre o conhecimento e a prática vigente na empresa. A CAIXA mantém seu objetivo de conseguir abranger, no mais breve tempo, todos aqueles que têm contato com a CAIXA, com os seus produtos e serviços e que procuram nela formas de parcerias de desenvolvimento. Estratégia A CAIXA é um banco público que exerce papel fundamental na promoção da justiça social e do desenvolvimento econômico, social e ambiental do País, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente a de baixa renda. Suas ações têm funções múltiplas e diferenciadas, atendendo aos compromissos firmados como organização ligada ao governo federal, como instituição financeira e como agente promotor de políticas públicas. Para que seus objetivos sejam alcançados, a empresa conta com uma série de recursos de gestão. Um deles é o Planejamento Estratégico, 66 documento que serve de guia para as ações corporativas ao longo de um determinado período. Em 2003, a CAIXA inaugurou uma prática inédita no que se refere ao Planejamento Estratégico – o estabelecimento de mecanismos para a efetiva participação dos empregados em seu processo de elaboração. O envolvimento dos colaboradores na definição do planejamento teve início ainda em 2004, com as discussões para a formatação do conteúdo da versão 2005-2007. A prática participativa revelou-se de grande utilidade para a CAIXA, já que possibilitou o desenvolvimento de um amplo e rico processo interno de avaliação das estratégias da empresa. Como resultado, foram estabelecidas as novas diretrizes corporativas, bem como definidos os conteúdos da Visão de Futuro e dos Desafios Estratégicos da CAIXA. Outro resultado importante desse trabalho foi o estabelecimento de indicadores de acompanhamento da evolução das ações programadas. O ano de 2009 será igualmente importante na vida da CAIXA, já que marca a revisão do Plano Estratégico para o período que se estende até 2015. Esse processo se voltará também para a adequação dos conceitos da Missão, da Visão de Futuro, dos Valores e dos Desafios Estratégicos à nova realidade da CAIXA no contexto de suas relações institucionais e competitivas. A revisão tem como premissas o processo participativo – que ampliará o envolvimento dos empregados em relação a 2004 – e o alinhamento das ações estratégicas da CAIXA ao Plano Plurianual do governo federal (PPA). Outro objetivo a ser perseguido será a conquista da plena assimilação Responsabilidade interna Social dos conceitos Empresarial, relativos aos Desenvolvimento temas: Regional Sustentável, Sustentabilidade Empresarial, Sinergia e Integração dos Negócios. 67 5.8 Universidade Corporativa Caixa Fundada em janeiro de 2001 com o propósito de identificar e prover os recursos necessários ao desenvolvimento do corpo de empregados, clientes, fornecedores, parceiros e comunidade, a fim de cumprir suas estratégias empresariais como empresa cidadã socialmente responsável. Comprometida com um modelo de aprendizagem democrático, que valoriza o espaço de interlocução entre os participantes do processo ensinoaprendizagem, o estímulo à reflexão, à criatividade e ao compartilhamento de idéias, críticas e sugestões e, sobretudo, os valores que contribuem para o crescimento do indivíduo em seu processo sócio-histórico-cultural. Para a Universidade CAIXA o desenvolvimento das pessoas é um processo contínuo em que todos os vínculos essenciais da CAIXA – seus empregados, clientes, fornecedores, parceiros, desenvolvem uma visão compartilhada sobre a CAIXA, sua missão, seus valores e sua importância junto à sociedade. O campus Virtual da Universidade Caixa é o portal da Web que abriga os recursos e funcionalidades para a educação corporativa, principalmente, nas metodologias a distância e semipresencial. Este portal está disponível para todos os empregados, estagiários e adolescentes aprendizes tanto na Intranet quanto na Internet, vinte e quatro horas por dia, sete dias na semana. Dentre os recursos e funcionalidades podem ser destacados os ambientes virtuais: “Meus Estudos”, “Páginas de Escolas”, “Trilhas de Desenvolvimento”, “Mochileiro Virtual” e “Ambiente Colaborativo”. O acesso ao campus virtual para os empregados e colaboradores pode ser feito pelos seguintes endereços: Intranet: http://universidade.caixa Internet: http://universidade.caixa.gov.br Além do Campus Virtual da Universidade Caixa para empregados e colaboradores, disponível na intranet e Internet, existem os campis abaixo relacionados: 68 Campus Virtual Público – Portal web disponível a qualquer cidadão, divulgando ações educacionais promovidas pela Universidade Caixa e oferecendo cursos a distância. Este campus virtual pode ser acessado pelo endereço: http://universidade.caixa.gov.br. Campus Virtual para Parceiros – Trata-se de um portal web disponível para empresas e entidades conveniadas com a Caixa. Cada empresa ou entidade conveniada possui um ambiente com conteúdos direcionados, controle de acessos e acompanhamento gerencial das ações educacionais ali realizadas. Este campus virtual é acessado pelo endereço: http://universidade.caixa.gov.br, utilizando conexão para parceiros. Campus físico – É o campus localizado em São Paulo – SP, onde são realizadas algumas das ações educacionais presenciais. A figura 1 demonstra a interface do Portal da Universidade Corporativa Caixa na web. Figura 1. Interface do Portal Web da Universidade Caixa Fonte: Universidade.Caixa(2009) 69 Políticas de Educação Corporativa O alinhamento estratégico da Universidade Corporativa da Caixa aos objetivos da empresa viabiliza-se por meio de cinco políticas: Política I – A Caixa reconhece o processo de educação corporativa como estratégia de crescimento profissional e prioriza o investimento contínuo em ações de desenvolvimento integradas com seus objetivos estratégicos. Política II – A Caixa estimula o desenvolvimento permanente da sua cadeia de valor como forma de valorizar a competência e a profissionalização e fortalecer a responsabilidade social. Política III – A Caixa reconhece o exercício da liderança educadora como prática essencial na gestão de pessoas. Política IV – A atividade de instrutoria/tutoria é considerada de alta relevância e prioridade para o processo de educação corporativa da Caixa. Política V – A Caixa considera imprescindível a capacitação do empregado para o desempenho de suas atribuições profissionais. Premissas para Atuação As ações desenvolvidas pela Universidade Corporativa CAIXA estão fundamentadas em 15 premissas que as norteiam: 1. A contribuição para o fortalecimento do papel da CAIXA como agente governamental estratégico na implementação das políticas públicas; 2. A valorização, o desenvolvimento contínuo e a profissionalização dos colaboradores internos, de forma integrada com os objetivos organizacionais; 3. A valorização, em todos os níveis da CAIXA, da cooperação, da integração, da transparência nas ações, da atuação em equipe, do espírito público e da gestão de pessoas; 70 4. O reconhecimento e a valorização de cada colaborador interno, inclusive daquele em vias de se aposentar, favorecendo a sua qualidade de vida; 5. O aproveitamento e o desenvolvimento do saber, dos aspectos culturais desejáveis e da experiência individual e das equipes da CAIXA, no processo de reconstrução cultural e formação de opinião; 6. O reconhecimento de que aprender é um processo contínuo e de que é na interação com pessoas e situações vivenciadas no dia-a-dia que o aprendizado se consolida; 7. O estabelecimento de um sistema de deveres e direitos mútuos Empresa e Empregado - em relação às ações de desenvolvimento; 8. A valorização dos parceiros da CAIXA e a participação mais direta na sua profissionalização; 9. A contribuição para o aumento da produtividade e melhoria dos serviços sociais prestados aos cidadãos; 10. A contribuição para a sedimentação da conduta de transparência e do respeito a todos os agentes envolvidos no âmbito de atuação da Empresa; 11. O favorecimento do equilíbrio econômico-financeiro-social e da sustentação ao negócio da Empresa; 12. A preservação dos valores éticos da sociedade em todos os negócios e áreas de atuação da CAIXA; 13. Desenvolvimento de competências individuais e coletivas que sustentem as competências essenciais da CAIXA e garantam resultados sustentáveis; 14. O desenvolvimento de competências e sua efetividade dentro de um contexto educacional que estimule o espírito crítico, criativo e empreendedor e respeite a autonomia dos sujeitos; 15. A busca da excelência em gestão pública, por meio do desenvolvimento de lideranças mobilizadoras de pessoas e equipes para o 71 alcance de metas organizacionais sustentáveis e para a implantação de soluções inovadora. Oportunidades de Aprendizagem A CAIXA mantém, por meio da sua Universidade Corporativa, os seguintes programas e ações de desenvolvimento, destinados à formação, atualização e ao aperfeiçoamento contínuo dos empregados: seminários internos destinados à atualização técnica e gerencial; cursos e outras ações de aprendizagem presenciais, a distância, em serviço, auto-instrucionais; programas focados no desenvolvimento de competências essenciais ao atendimento ao cliente; programas de desenvolvimento gerencial com foco nas competências requeridas pela Empresa; programas de incentivo à elevação da escolaridade e ao aperfeiçoamento em nível superior; bolsa de estudos para conclusão de curso de graduação; oferta de cursos seqüenciais de nível superior, a distância; bolsa de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização; incentivo à pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado; programas de incentivo ao desenvolvimento em idiomas estrangeiros; programas de MBA e Cursos de Pós-Graduação lato sensu corporativos. Além das ações citadas, a Universidade Corporativa CAIXA desenvolve também programas e soluções específicos para a capacitação de adolescentes que participam do Programa Adolescente Aprendiz da CAIXA, cujo objetivo é oferecer capacitação qualificada e contribuir para a inclusão desses menores no mercado de trabalho. Parceiros A CAIXA acredita que a obtenção e manutenção da competitividade de uma Empresa estão diretamente relacionadas à sua capacidade de desenvolver uma cultura de aprendizagem contínua em toda a sua cadeia de valor, corpo de empregados, fornecedores, clientes, parceiros de vendas e comunidade. É com base nessa crença que a Universidade Corporativa CAIXA vem buscando ampliar a sua atuação, por meio de parcerias que resultem em crescimento para todos os envolvidos. 72 Por meio da UCC, ela quer ampliar sua capacidade de relacionamento, já consolidada por meio de sua vasta rede de Agências e dos seus inúmeros programas sociais. Por meio do estabelecimento de parcerias com outros órgãos do Governo Federal, com fornecedores que prezam a responsabilidade social, com instituições de ensino que valorizam a integração aprendizado e trabalho, assim como com outras Universidades Corporativas, pretende desenvolver um vocabulário comum e um senso de confiança que resultem em um esforço cooperativo no sentido de alcançar metas compartilhadas. Nesse esforço, conta com os talentos da CAIXA que, embora já tenham se desligado da Empresa, mantêm em seu portifólio de conhecimentos, habilidades e atitudes um conjunto de competências que muito agregará aos objetivos da UCC – os empregados aposentados da CAIXA. Premiação por Excelência A Universidade Caixa foi premiada com o 2° lugar no CUBIC AWARDS BRASIL 2009 - Prêmio de Excelência em Educação Corporativa, promovido pelo IQPC – International Quality & Productivity Center do Brasil, instituição internacional que procura disseminar competências empresariais por meio de eventos de alto nível. O primeiro lugar foi concedido à Universidade Corporativa da Empresa Inglesa Ernest & Young, que atua no ramo de consultoria empresarial. Concorreram ao Prêmio de Excelência em Educação Corporativa 2009 várias empresas de grande porte, tanto nacionais quanto estrangeiras com atuação no Brasil. 5.9 Balanço Social 2008 – Síntese de Desempenho De acordo com o Balanço Social 2008, apresentado pela Caixa em seu Relatório Anual de Sustentabilidade na Síntese de Desempenho registrou-se em 2008, o saldo das operações de crédito da CAIXA, o qual chegou a um total de R$ 80,1 bilhões, montante 43,3% a mais do que o do ano precedente. 73 A carteira de pessoa física saltou 4% em relação a 2007, atingindo um saldo de R$ 13,7 bilhões, enquanto a carteira de pessoa jurídica chegou a R$ 15,1 bilhões, valor que representou uma expansão de 87% no ano. Para 2009, a oferta de empréstimos do banco para as pessoas jurídicas e para as pessoas físicas tenderá a aumentar. Essa previsão está lastreada na decisão da empresa de reduzir juros. Em 2008, 435 unidades da CAIXA já estavam adaptadas para os portadores de necessidades especiais. O maior programa de transferência de renda do País, O Bolsa Família, pagou 126 milhões de benefícios, que somaram R$ 10,3 bilhões e alcançaram milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social. Além de transferir tais recursos, no ano passado a empresa fez, dentro de seus próprios esforços em favor do Projeto Fome Zero, o repasse de R$ 862,5 mil ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, aproximadamente 41,5% superior ao distribuído em 2007. Outra área de atuação tradicional da CAIXA, como instrumento da ação governamental, está na distribuição dos benefícios assegurados pela legislação trabalhista, tais como Seguro Desemprego, Abono Salarial e PIS. No desempenho desse serviço, a empresa pagou 55,6 milhões de benefícios em 2008, num total de R$ 20,8 bilhões. Em solidariedade e apoio às vítimas das enchentes de Santa Catarina, a CAIXA disponibilizou a possibilidade de doação financeira direta ao Fundo Estadual de Defesa Civil, por meio de depósitos em conta efetuados em todas as agências, casas lotéricas e terminais das salas de auto-atendimento. Até 31 de dezembro de 2008, foram arrecadados mais de R$ 2,9 milhões, que serão aplicados conforme definição do Comitê Gestor de Ações para a Reconstrução do Estado (Reação), coordenado pelo governo estadual e pela Secretaria de Articulação Nacional, por intermédio do Decreto nº 1940, de 3 de dezembro de 2008. Com a campanha de arrecadação de roupas realizada pela CAIXA, foram entregues à Defesa Civil de Santa Catarina cerca de 60 mil itens de vestuário, lençóis, toalhas e alimentos doados por empregados e clientes. Para agilizar a liberação do pagamento emergencial do FGTS para as vítimas da calamidade, foram abertas 12 Centrais de Atendimento ao Trabalhador sendo as principais nas cidades de Blumenau, Itajaí, Gaspar, 74 Brusque, Camboriú e Navegantes, e 14 agências da região foram diretamente envolvidas. Foram previstos atendimentos a aproximadamente 500 mil trabalhadores até fevereiro de 2009 e pagamentos de R$ 1 bilhão, recursos que contribuirão para o reaquecimento da economia local. Criaram-se linhas de crédito específicas para as empresas de Santa Catarina, com taxas de juros diferenciadas, de forma a auxiliar na recuperação dos prejuízos causados pelas enchentes ocorridas. Dentro desse contexto, foram disponibilizados R$ 50 milhões, para crédito especifico a micros e pequenas empresas, com taxas a partir da Taxa Referencial (TR) + 0,83% ao mês. O limite máximo de empréstimo dessa linha de crédito passou de R$ 10 mil para R$ 50 mil por empresa. De acordo com o Balanço Social de 2008, houve considerável crescimento na receita bruta de 16,63% em relação à 2006 e 15,18% em relação à 2007, e no valor adicional bruto de 22,05% e 25,38% respectivamente, em relação aos últimos anos. A figura 2 demonstra o quadro comparativo entre os anos 2006, 2007 e 2008, relacionado à geração de riquezas conforme a síntese de desempenho apresentada no Balanço Social 2008. Figura 2: Gráfico do quadro comparativo entre a receita bruta e os valores adicionados brutos arrecadados pela Caixa nos anos 2006, 2007 e 2008. Fonte: o autor 75 De acordo com o Relatório de Sustentabilidade e o Balanço Social 2008, conforme a síntese de desempenho apresentada, houve crescimento em relação aos anos anteriores nos itens salários, benefícios e participação nos resultados, conforme demonstra a figura 3: Gráfico do quadro comparativo entre os pagamentos efetuados nos anos de 2006, 2007 e 2008, aos funcionários da Caixa. Figura 3: Gráfico do quadro comparativo entre salários, benefícios e participações nos resultados pagos aos funcionários da Caixa nos anos 2006, 2007 e 2008. Fonte: o autor Segundo a Demonstração Financeira do ano de 2002, a Caixa apurou como lucro líquido R$ 1,08 bilhão, com o registro de R$ 1,98 bilhão em tributos e encargos sociais e a destinação de R$ 222 milhões ao Tesouro Nacional, a título de dividendos, quando foram observados números recordes em toda a história da instituição atribuídas às transformações ocorridas pela reestruturação patrimonial ocorrida no ano de 2001. Seis anos depois, o lucro líquido obtido em 2008 foi de R$ 3,9 bilhões no ano. Os valores dos repasses com tributos e encargos sociais à União, Estados e Municípios somaram R$ 2,9 bilhões. Foi destinado R$ 1,6 bilhão entre dividendos e juros sobre capital próprio. 76 Premiações A presença em todo o território nacional, o destino de ser agente governamental de desenvolvimento, a vocação para a inovação e o compromisso de estabelecer novos patamares de responsabilidade para a atuação empresarial ajudam a explicar a constância com que a CAIXA recebe prêmios e reconhecimentos dos mais diversos setores da sociedade. Em 2008, a empresa mais uma vez mereceu distinções importantes, entre as quais é possível destacar: Top Social : O Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local conquistou o Top Social 2008, premiação da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) a empresas que se destacam por desenvolver ações sociais com critério e responsabilidade. Por meio do programa, a CAIXA identifica, documenta, seleciona, premia e divulga as melhores experiências do País em gestão local em categorias como Habitação, Saneamento, Meio Ambiente, Gestão Urbana e Inclusão Social: Criada em 1999, a iniciativa estimula a replicação de práticas bem-sucedidas para além da escala local. Desenvolvimento Humano: Em 2008, pelo segundo ano consecutivo, a CAIXA figurou entre as 100 empresas brasileiras com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Organizacional (IDHO), segundo pesquisa nacional da revista Gestão e RH. Inspirado no IDH, utilizado para medir o nível de desenvolvimento humano de países a partir de indicadores como educação, saúde, longevidade e renda per capita, o IDHO analisa a atuação das empresas sob o prisma de quatro dimensões: cidadania empresarial, capital humano (clima organizacional e qualidade de vida), governança corporativa e transparência (Balanço Social e Relatório de Sustentabilidade). 77 Empresa Cidadã: A CAIXA foi agraciada com o Certificado Empresa Cidadã, premiação organizada pelo Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRC-RJ) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Considerado um modelo inovador no País, o certificado promove o reconhecimento público das empresas realizadoras de ações sociais e ambientais. O objetivo é incentivar a produção, a publicação e a valorização dos balanços sociais pelas organizações brasileiras. Responsabilidade Social: A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul distinguiu a CAIXA com o Prêmio de Responsabilidade Social 2008, na categoria Entidades Governamentais. A premiação visa estimular empresas, instituições de ensino e entidades governamentais a utilizarem o instrumento do Balanço Social para divulgar suas ações de responsabilidade corporativa. Qualidade: Em 2008, a filial de Administração do FGTS da CAIXA no Rio de Janeiro conquistou a medalha de ouro e o Certificado Prêmio Qualidade Rio (PQRio), concedido pelo governo fluminense. Destinada a organizações privadas e públicas, a premiação foi criada para estimular o aprimoramento da gestão do serviço público. É a terceira vez consecutiva que a CAIXA tem destaque no PQRio: nas vezes anteriores, a empresa conquistou as medalhas de bronze (2006) e prata (2007). Ilhas de Impressão - Benchmarking Ambiental Brasileiro: Uma ideia simples, com grandes resultados. Assim é o Projeto Ilhas de Impressão, implantado nas unidades da CAIXA com vistas à otimização do parque de impressoras e à redução no consumo de papel, toner e cartuchos de tinta. Pelos resultados alcançados, o projeto corporativo mereceu lugar entre os 30 cases vencedores do 6º Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro – ação independente que identifica e compartilha práticas de excelência da gestão sócio-ambiental. 78 A figura 4 retrata o Projeto Ilhas de Impressão. Figura 4: Ilhas de Impressão: 6º Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro entre os 30 cases vencedores. Fonte: Relatório de Sustentabilidade da Caixa (2008) TI & Governo:Dois projetos da CAIXA na área tecnológica – SMS e TV Digital CAIXA Interativa – conquistaram o prêmio TI & Governo, reconhecimento oferecido pela publicação homônima com vistas a celebrar empresas e órgãos públicos responsáveis pelas melhores iniciativas de governo eletrônico do Brasil. Com arquitetura baseada em software livre, o Projeto SMS instaurou novo canal de comunicação com a clientela, por meio dos recursos da telefonia móvel: pelo celular, o cliente recebe avisos sobre movimentações financeiras em sua conta. O passo seguinte será agregar ao sistema serviços como consulta de saldo, transferência de fundos e resultados de loterias. Por sua vez, a TV Digital CAIXA Interativa põe a empresa na vanguarda da inovação tecnológica bancária, ao possibilitar a clientes e não-clientes interatividade com produtos e serviços, como o simulador de financiamentos habitacionais. Prêmio e-Finance: A CAIXA foi a vencedora de seis categorias do Prêmio e-Finance 2008, oferecido pela Editora Executivos Financeiros para destacar as inovações tecnológicas que ajudaram a elevar a qualidade dos serviços financeiros no País. Entregue anualmente no CIAB Febraban, maior congresso e exposição de TI das instituições financeiras na América Latina, o e-Finance reconheceu a CAIXA nas modalidades Especial T-banking, 79 Integração de Sistemas, Segurança-Inovação, Software Livre, Virtualização e Chief Information Officer (CIO). Prêmio GazetaInveste: A 4ª edição do Prêmio GazetaInveste 2008 teve a CAIXA como vencedora da modalidade Fundos Cambiais. O produto que garantiu o triunfo – CAIXA Dólar FIC Cambial – diferenciou-se no mercado por permitir que o valor indexado ao dólar chegasse a 95%, quando os demais gestores de fundos estabeleciam a indexação máxima em 80%. Tratou-se de reconhecimento inédito para a empresa, uma vez que fundos cambiais não são sua especialidade. Publicação do jornal Gazeta Mercantil, a revista GazetaInveste utilizou critérios da consultoria Austin Rating para analisar e premiar os melhores fundos e gestores do mercado. Valorização das melhores práticas de gestão local: rendeu à CAIXA premiação concedida pela ADVB 100. A figura 5 retrata o Programa Melhores Práticas da Gestão Local. Figura 5: Valorização das Melhores Práticas de Gestão local Fonte: Relatório de Sustentabilidade da Caixa (2008) 80 5.10 Conclusão Observa-se que o aumento da produtividade e lucratividade não foi crescente ao longo dos anos apenas em números relacionados às cifras relatadas nos seus demonstrativos financeiros anuais, mas principalmente na melhoria das competências atribuídas aos seus gestores, principais envolvidos na questão do aumento do conhecimento e das competências essenciais de seus colaboradores, clientes e fornecedores entre outros. No caso da Caixa o ganho é muito maior já que além das fronteiras competitivas pertinentes a uma organização do seu porte, ela as ultrapassa ao assumir as responsabilidades sociais que competem a uma empresa pública, no que diz respeito ao país como um todo. Ganha a Caixa, ganha o Brasil e principalmente os brasileiros. Um caso como o da Caixa, não coloca em vantagem competitiva apenas uma organização, mas um país inteiro. Com a implementação da Universidade Corporativa Caixa, é possível visualizar figurativamente como Meister, o enorme guarda-chuva a abrigar o crescimento intelectual e econômico constantemente evolutivos seus empregados e conseqüentemente da organização como (merecida) detentora desse know how. 81 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS As mudanças ocorridas no cenário econômico mundial nos últimos anos interferiram diretamente no ambiente organizacional das empresas, as quais tiveram que buscar alternativas para adequação de suas estratégias no sentido de manter vantagem competitiva diante da concorrência em seu mercado de atuação. Dentro deste contexto partiu-se da seguinte premissa: a obsolescência do conhecimento constitui-se como fator de perda de competitividade e implica diretamente nos negócios da organização? Como resposta a esta pergunta, encontrou-se vasta bibliografia que trouxeram informações coerentes com a nova realidade e com a urgência da mudança de paradigmas, voltadas para um novo modelo de gestão onde o investimento no capital humano, se traduz no aumento de bens intangíveis e de difícil mensuração. Para que estas empresas se mantenham competitivas e flexíveis diante das novas regras impostas pelo mercado, necessitam de formar e capacitar seus gestores e colaboradores, mediante estratégias previamente definidas. Para isso criam estruturas educativas, alinhadas ás suas estratégias como forma de elevar o nível de conhecimento de seus colaboradores. O conhecimento por eles adquiridos é tido hoje como a principal vantagem competitiva sustentável ao longo do tempo. Pela primeira vez na história, o ser humano é o ator principal na estrutura capitalista, é valorizado e respeitado não apenas pelo grau de instrução ou pela sua formação profissional, mas por todo o conhecimento e habilidades que desenvolveu ao longo de sua vida, além de ter a oportunidade de elencar as competências necessárias e pertinentes à sua área de atuação, disponibilizadas pela própria organização. A Educação Corporativa emerge como substituta intransigente aos modelos de treinamento e desenvolvimento tradicionais e à educação presencial, e passa a ser virtual e disponível a qualquer tempo e em qualquer 82 lugar. A análise do caso da Universidade Caixa trouxe clara a ilustração de que realmente isso é possível, já que mantém filiais e é representada em todos os municípios brasileiros, além deste acesso ultrapassar todas as fronteiras geográficas. As considerações sobre o Estudo de caso na Universidade Corporativa Caixa foram baseados nos sete princípios básicos de sucesso da educação corporativa e suas práticas apontados por Eboli, (2004, p.60), onde pode-se dizer que: No item competitividade a alta cúpula está diretamente envolvida e comprometida com o sistema de educação corporativa através da Gerência Nacional de Educação Corporativa responsável por promover a geração, a assimilação, a difusão e a aplicação de conhecimentos neste âmbito ao implantar o modelo de gestão de pessoas por competências e conceber ações e programas educacionais alinhados às estratégias da Caixa. O alinhamento das estratégias, diretrizes e práticas de gestão de pessoas às estratégias do negócio é subsidiado pela Gerência Nacional de Planejamento Estratégico e pela Gerência Nacional de Soluções Empresariais que além estar comprometida com o alinhamento estratégico, ainda provê as soluções empresariais necessárias para garantir que ele ocorra. A Gerência Nacional de Desenvolvimento implementação de Humano políticas, e Profissional ações e é responsável metodologias para pela melhor gerenciamento das competências profissionais e humanas para otimização das Competências Organizacionais. O sistema de Gestão conta ainda com a Gerência Nacional de Modelo de Gestão que tem por objetivos primordiais, propor, implementar e aprimorar a arquitetura organizacional e a governança corporativa da Caixa, e a Gerência Nacional de Estratégias de Canais para formular estratégias, políticas e dimensionamento dos canais de comunicação da Caixa. No item de avaliação relativo à perpetuidade percebe-se que a Universidade da Caixa é um importante veículo de sua cultura empresarial e que seus líderes e gestores são conscientes da responsabilidade que a eles impõe o processo de aprendizagem desenvolvido pela empresa. 83 No item conectividade, a Universidade Corporativa Caixa está voltada para uma educação inclusiva quando mantém canais de comunicação abertos com o público interno e externo, num modelo de gestão que além de estimular o compartilhamento de conhecimentos organizacionais e a troca de experiências, ainda integra o sistema de educação com o modelo de gestão do conhecimento e cria mecanismos de gestão que favorecem a construção social do conhecimento. No item disponiblidade, a Universidade Corporativa Caixa mantém as mais modernas tecnologias existentes garantindo o seu acesso a qualquer hora em qualquer lugar do mundo. No item cidadania, a Caixa desenvolve através de seus diversos programas educacionais e projetos sociais o permanente compromisso com a cidadania empresarial e social ao estimular a formação e o desenvolvimento intelectual, social e econômico de atores sociais dentro e fora da empresa participando da construção social do conhecimento organizacional. No item parcerias, a Caixa promove as parcerias internas com seus líderes e gestores envolvendo-os e comprometendo-os e responsabilizandoos pelo processo de aprendizagem de suas equipes, estimulando a participação nos programas educacionais e criando um ambiente de trabalho propício à aprendizagem, disponibiliza um portal na web para acesso de todos os empregados, estagiários e adolescentes aprendizes tanto na Intranet quanto na Internet, vinte e quatro horas por dia, sete dias na semana, cujos recursos e funcionalidades podem ser destacados em diversos ambientes virtuais, além de um campus físico onde acontecem cursos presenciais. Para as Parcerias Externas a Universidade Corporativa da Caixa mantém um portal exclusivo na web para as empresas conveniadas onde cada uma possui um ambiente com conteúdos direcionados, controle de acessos e acompanhamento gerencial. Mantém também um portal web disponível a qualquer cidadão, onde divulga as ações educacionais promovidas pela Universidade Caixa e oferece os cursos a distância. No item sustentabilidade, através das estratégias aplicadas a Caixa tem investido na sustentabilidade da empresa ao investir na capacitação de seus colaboradores o que tem implicado no aumento da qualidade de seus 84 serviços e de seus negócios. Para isso tem criado mecanismos para melhora do seu relacionamento interno e externo, sejam através de suas ações educacionais como os programas Adolescente Aprendiz, PróUni e Estagiário de níveis médio e superior, seja na garantia dos direitos trabalhistas e sindicais de seus colaboradores, no respeito à diversidade e a equidade ou na criação de canais de comunicação que facilitem o seu acesso e participação, aos resultados obtidos pela empresa. A Matriz de Conformidade é a ferramenta eficiente utilizada na geração dos indicadores de avaliação dos resultados obtidos e esperados, proporcionando a melhora contínua de seus processos de gestão. Todos os elementos favorecem a autosustentabilidade financeira da Caixa e a manutenção da vantagem competitiva frente à concorrência. Todos esses parâmetros observados através dos muitos subsídios informativos fornecidos pela Caixa, podem ser interpretados como resultados positivos alcançados pela organização frente à concorrência, estes resultados têm se evidenciado ano após ano pela correta implementação destas estratégias de gestão entre as quais, a implantação da Universidade Corporativa tem sido importante diferencial na melhora da qualidade de seus processos e serviços através do acesso de seus colaboradores à Educação Corporativa, promovendo o aumento de suas competências essências e intelectuais e o intercâmbio dos saberes adquiridos. O acesso aos Balanços Sociais anuais e Demonstrativos Financeiros, permitiu a análise concreta das razões que a mantém em vantagem competitiva frente a sua concorrência. Este acesso também nos permitiu estabelecer comparativos deste crescimento a cada ano, e obviamente atribuir seus resultados às novas estratégias desenvolvidas com a educação corporativa aplicada. O objetivo principal foi atingido e a hipótese levantada foi satisfatoriamente comprovada, acreditando-se que este trabalho possa servir como importante fonte de consulta e fornece informações relevantes ao público alvo de seu interesse. 85 REFERÊNCIAS AL-MUFTI, I; AMAGI, I; CARNEIRO, R.; CHUNG, F.; DELORS, J.; GEREMEK, B.; GORHAM, W.; KORNHAUSER, A; MANLEY, M; QUERO, M. P.; SAVANÉ, M. A.; SINGH, K. STAVENHAGEN, R.; SUHR, M. W. e NANZHAO, Z. Educação, Um Tesouro A Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. CORTEZ , UNESCO e MEC - Ministério da Educação e do Desporto Título original: Learning: The Treasure Within. Report to Unesco of the International Commission on Education for the Twenty-first Century ISBN: 85-249-0673-1. UNESCO, 1996. Impresso no Brasil : Cortez Editora, jan.e 1998. ALTO, R. M. e RICHE, G. A. As Organizações que Aprendem, Segundo Peter Senge: “A Quinta Disciplina”. 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A quinta disciplina – caderno de campo: estratégias para construir uma organização que aprende. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994. 8 HAMEL, G. e PRAHALAD, C. K. The Core Competence of the Corporation. Harvard Business Review, 1990. 9 UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 10 IVES, B e JARVENPAA, S. L. Will the Internet revolutionize business education and research? Sloan Management Review, 1996. 11 Crotonville é o lendário centro de formação da GE que ocupa uma área de 220 mil metros quadrados na pequena cidade de Ossining, Estados Unidos. Reconhecida pela sua excelência, é a maior fábrica de executivos do mundo, formando cerca de 9 mil gestores todos anos, o que implica um investimento de 1,2 mil milhões de dólares. (CORREA, 2009) 12 LITWIN, E (org) EAD: Termo para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre:Artmed, 2001. Anais do 2º CONTECSI. São Paulo: USP, 2005