FLÁVIA MARIA RIBEIRO VITAL EFETIVIDADE E SEGURANÇA DA VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA NÃO-INVASIVA NO EDEMA PULMONAR CARDIOGÊNICO: Revisão Sistemática e Metanálises Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Doutor em Ciências São Paulo 2006 FLÁVIA MARIA RIBEIRO VITAL EFETIVIDADE E SEGURANÇA DA VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA NÃO-INVASIVA NO EDEMA PULMONAR CARDIOGÊNICO: Revisão Sistemática e Metanálises Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Doutor em Ciências Orientador: Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah Co-orientador: Prof. Dr. Humberto Saconato São Paulo 2006 Vital, Flávia Maria Ribeiro Efetividade e segurança da ventilação com pressão positiva nãoinvasiva no edema pulmonar cardiogênico: revisão sistemática e metanálises/ Flávia Maria Ribeiro Vital – São Paulo, 2006. xxv, 162f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Medicina Interna e Terapêutica. Effectiveness and safety of noninvasive positive pressure ventilation in cardiogenic pulmonary edema: systematic review and meta-analysis. 1. Insuficiência cardíaca congestiva. 2. Infarto do miocárdio. 3. Respiração artificial. 4. Ventilador mecânico. 5. Ensaio controlado aleatório. DADOS DO AUTOR Nome: Flávia Maria Ribeiro Vital Nome para publicação: Vital, Flávia Maria Ribeiro Endereço residencial: Rua Getúlio Vargas, 409/202. Muriaé – MG CEP: 36880 000 Telefones: (32) 3728-2241, (32) 3729-7040, (32) 9953-9443 E-mail: [email protected] FORMAÇÃO Graduação: Fisioterapia Local: Universidade Federal de Juiz de Fora - MG Período: Agosto de 1994 a agosto de 1999 Aprimoramento: Fisioterapia Cardio-respiratória Local: Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto – SP Período: Fevereiro de 2000 a março de 2001 ATUAÇÃO PROFISSIONAL Cargo: Fisioterapeuta Responsável Técnica Local: Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella – MG Período: Janeiro de 2003 até o presente Cargo: Professora da Faculdade de Fisioterapia Local: Faculdade de Minas – FAMINAS – Muriaé – MG Período: Agosto de 2006 até o presente UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA DISCIPLINA DE MEDICINA DE URGÊNCIA E MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA INTERNA E TERAPÊUTICA Chefe do Departamento: Prof. Dra. Emília Inoue Sato Coordenador do Curso de Pós-graduação: Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah FLÁVIA MARIA RIBEIRO VITAL EFETIVIDADE E SEGURANÇA DA VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA NÃO-INVASIVA NO EDEMA PULMONAR CARDIOGÊNICO: Revisão Sistemática e Metanálises PRESIDENTE DA BANCA Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Irineu Tadeu Velasco Prof. Dr. Augusto Scalabrini Neto Prof. Dr. Antônio José Gonçalves Prof. Dr. Moacir Fernandes de Godoy SUPLENTES Prof. Dr. Roberto de Queiroz Padilha Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo Aprovada em 18/09/2006 DEDICATÓRIA A Deus, Que ilumina os meus caminhos e Que, a cada dia, me permite a dádiva de viver com alegria. Ao meu amado esposo Clayson, meu amor e gratidão em reconhecimento à compreensão, apoio e carinho que me foram fundamentais para dar continuidade a este trabalho. Aos meus queridos pais Manoel e Laura, meu carinho e minha gratidão em reconhecimento ao amor incondicional a mim devotado, e pelo exemplo de vida abnegada e retilínea que norteia minha existência. vii AGRADECIMENTOS Ao prezado Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah, pela oportunidade, pela orientação e pelo exemplo de pessoa íntegra, dedicada e idônea, capaz de passar tantos conhecimentos de forma simplificada e inteligível. Ao Prof. Dr. Humberto Saconato, pela pronta orientação e dedicação sempre que necessitava. Ao Prof. Bernardo pelo estímulo e orientação. À cara amiga Magdaline Trindade Ladeira, pelo interesse, estímulo e apoio expressos. A Karen Burns, Ayan Sen e Claire Hawkes, pelo pronto auxílio sempre que necessário. A Theresa Moore, Coordenadora do Cochrane Heart Group, na Inglaterra, pelo apoio e orientação. A Davi Leite da Silva, a Mauro Ishioka, a Anderson Anacleto, a Joana Amélia Pantoja, a Régis Andriolo, a Regina El Dib, Aline Mizusaki, funcionários e amigos do Centro Cochrane do Brasil, pelo carinho e presteza. Aos autores dos estudos que responderam as correspondências ou e-mails relativos aos dados adicionais de seus estudos: Bersten AD, Bellone A, Crane SD, Delclaux C, Kelly CA, Masip J, Nava S, Park M, Räsänen J, Takeda S, Thys F. A todos os colaboradores do Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella, instituição que me acolheu como fisioterapeuta responsável técnica e na qual pretendo dar continuidade as minhas pequisas. viii EPÍGRAFE “A vida é curta, A arte é longa, A oportunidade fugaz, A experiência falaciosa, O julgamento difícil.” (Hipócrates) ix SUMÁRIO DEDICATÓRIA ............................................................................................................................................vii AGRADECIMENTOS .................................................................................................................................viii EPÍGRAFE……………………………………………………………………..………………………...……….....ix LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................................xiii LISTA DE QUADROS .................................................................................................................................xx LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................................................xxi RESUMO ..................................................................................................................................................xxiii 1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................1 2 OBJETIVOS ...............................................................................................................................................6 2.1 Objetivos primários do estudo.............................................................................................................7 2.2 Objetivos secundários do estudo .......................................................................................................7 3 MÉTODOS .................................................................................................................................................8 3.1 Modelo de estudo................................................................................................................................9 3.2 Local do estudo...................................................................................................................................9 3.3 Critérios de inclusão............................................................................................................................9 3.3.1 Tipos de estudos ........................................................................................................................9 3.3.2 Tipos de participantes.................................................................................................................9 3.3.3 Tipos de intervenções...............................................................................................................10 3.3.4 Tipos de desfechos...................................................................................................................10 3.3.4.1 Desfecho primário ..............................................................................................................10 3.3.4.2 Desfechos secundários ......................................................................................................11 3.4 Estratégia de busca para identificação dos estudos ........................................................................11 3.4.1 Bases de dados eletrônicas .....................................................................................................11 3.4.2 Lista de referências ..................................................................................................................13 3.4.3 Comunicação pessoal ..............................................................................................................13 3.4.4 Idioma .......................................................................................................................................14 3.5 Seleção dos estudos e extração dos dados .....................................................................................14 3.6 Análise da qualidade dos estudos ....................................................................................................14 3.6.1 Ocultação de alocação .............................................................................................................14 3.6.2 Geração da seqüência da alocação .........................................................................................15 3.6.3 Mascaramento ..........................................................................................................................15 3.6.4 Finalização do acompanhamento.............................................................................................15 3.6.5 Análise por intenção de tratar...................................................................................................16 3.7 Análise estatística .............................................................................................................................16 4 RESULTADOS .........................................................................................................................................18 4.1 Busca dos estudos............................................................................................................................19 4.2 Desenho dos estudos .......................................................................................................................21 4.3 Participantes .....................................................................................................................................21 4.4 Intervenções .....................................................................................................................................22 4.5 Qualidade metodológica dos estudos incluídos ...............................................................................24 4.6 Desfechos.........................................................................................................................................25 4.6.1 Mortalidade hospitalar..............................................................................................................26 4.6.1.1 NPPV versus TP ................................................................................................................26 4.6.1.2 CPAP versus TP ................................................................................................................29 4.6.1.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................30 4.6.1.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................31 4.6.2 Freqüência de intubação endotraqueal ...................................................................................31 4.6.2.1 NPPV versus TP ................................................................................................................31 4.6.2.2 CPAP versus TP ................................................................................................................33 4.6.2.3 NPPV bi-level versus TP ....................................................................................................35 4.6.2.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................36 x 4.6.3 Incidência de IAM durante a intervenção ................................................................................36 4.6.3.1 NPPV versus TP ................................................................................................................36 4.6.3.2 CPAP versus TP ................................................................................................................37 4.6.3.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................38 4.6.3.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................39 4.6.4 Incidência de IAM após a intervenção .....................................................................................39 4.6.4.1 NPPV versus TP ................................................................................................................39 4.6.4.2 CPAP versus TP ................................................................................................................40 4.6.4.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................40 4.6.4.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................41 4.6.5 Intolerância ao tratamento alocado ........................................................................................41 4 6.5.1 NPPV versus TP ................................................................................................................41 4.6.5.2 CPAP versus TP ................................................................................................................42 4.6.5.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................43 4.6.5.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................43 4.6.6 Efeitos adversos .....................................................................................................................44 4.6.6.1 CPAP versus TP ................................................................................................................44 4.6.6.1.1 Lesões de pele .....................................................................................................46 4.6.6.1.2 Pneumonia............................................................................................................46 4.6.6.1.3 Aspiração pulmonar..............................................................................................46 4.6.6.1.4 Sangramento gastrointestinal...............................................................................46 4.6.6.1.5 Distensão gástrica ................................................................................................47 4.6.6.1.6 Vômito..................................................................................................................47 4.6.6.1.7 Asfixia ...................................................................................................................47 4.6.6.1.8 Pneumotorax ........................................................................................................47 4.6.6.1.9 Conjuntivite ...........................................................................................................47 4.6.6.1.10 Sinusite................................................................................................................48 4.6.6.1.11 Desconforto com a máscara ...............................................................................48 4.6.6.2 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................48 4.6.6.2.1 Lesões de pele .....................................................................................................50 4.6.6.2.2 Pneumonia............................................................................................................50 4.6.6.2.3 Desconforto com a máscara.................................................................................50 4.6.6.2.4 Sangramento gastrointestinal...............................................................................50 4.6.6.2.5 Distensão gástrica ................................................................................................51 4.6.6.2.6 Vômito...................................................................................................................51 4.6.6.2.7 Claustrofobia.........................................................................................................51 4.6.6.2.8 Pneumotórax ........................................................................................................51 4.6.6.2.9 Irritação nos olhos ................................................................................................52 4.6.6.2.10 Sinusite................................................................................................................52 4.6.6.2.11 Parada cardíaca ..................................................................................................52 4.6.6.2.12 Isquemia cerebral................................................................................................52 4.6.6.2.13 Convulsão ...........................................................................................................53 4.6.6.3 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................53 4.6.6.3.1 Lesões de pele .....................................................................................................54 4.6.6.3.2 Pneumotórax ........................................................................................................54 4.6.6.3.3 Aspiração Pulmonar .............................................................................................54 4.6.6.3.4 Distensão gástrica ................................................................................................54 4.6.6.3.5 Vômito...................................................................................................................55 4.6.6.3.6 Desconforto com a máscara.................................................................................55 4.6.7 Tempo de permanência hospitalar ..........................................................................................55 4.6.7.1 NPPV versus TP ................................................................................................................55 4.6.7.2 CPAP versus TP ................................................................................................................56 4.6.7.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................56 4.6.7.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................57 4.6.8 Tempo de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) ..............................................58 4.6.8.1 NPPV versus TP ................................................................................................................58 4.6.8.2 CPAP versus TP ................................................................................................................58 4.6.8.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................59 4.6.8.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................59 4.6.9 PaO2 após uma hora de intervenção ......................................................................................60 xi 4.6.9.1 NPPV versus TP ................................................................................................................60 4.6.9.2 CPAP versus TP ................................................................................................................61 4.6.9.3 NPPV bi-level versus TP....................................................................................................62 4.6.9.4 CPAP versus NPPV bi-level ..............................................................................................62 4.6.10 Freqüência respiratória (FR) uma hora após a intervenção.................................................63 4.6.10.1 NPPV versus TP ...........................................................................................................63 4.6.10.2 CPAP versus TP ...........................................................................................................63 4.6.10.3 NPPV bi-level versus TP...............................................................................................64 4.6.10.4 CPAP versus NPPV bi-level .........................................................................................64 4.6.11 Freqüencia cardíaca (FC) 1 hora após a intervenção ..........................................................65 4.6.11.1 NPPV versus TP ...........................................................................................................65 4.6.11.2 CPAP versus TP ...........................................................................................................66 4.6.11.3 NPPV bi-level versus TP...............................................................................................67 4.6.11.4 CPAP versus NPPV bi-level .........................................................................................68 4.6.12 Pressão arterial sistólica (PAS) uma hora após a intervenção ............................................68 4.6.12.1 NPPV versus TP ...........................................................................................................68 4.6.12.2 CPAP versus TP ...........................................................................................................69 4.6.12.3 NPPV bi-level versus TP...............................................................................................70 4.6.12.4 CPAP versus NPPV bi-level .........................................................................................70 4.6.13 Pressão arterial diastólica (PAD) uma hora após a intervenção..........................................71 4.6.13.1 NPPV versus TP ...........................................................................................................71 4.6.13.2 CPAP versus TP ...........................................................................................................72 4.6.13.3 NPPV bi-level versus TP...............................................................................................73 4.6.13.4 CPAP versus NPPV bi-level .........................................................................................74 4.6.14 Pressão arterial média (PAM) uma hora após a intervenção...............................................75 4.6.14.1 NPPV versus TP ...........................................................................................................75 4.6.14.2 CPAP versus TP ...........................................................................................................76 4.6.14.3 NPPV bi-level versus TP...............................................................................................76 4.7 Pesquisa de viés de publicação .......................................................................................................77 5 DISCUSSÃO ............................................................................................................................................78 5.1 Limitações desta revisão sistemática ...............................................................................................95 6 CONCLUSÕES ........................................................................................................................................96 6.1 Implicações para a prática ................................................................................................................97 6.2 Implicações para pesquisa................................................................................................................97 7 ANEXOS .................................................................................................................................................98 8 APÊNDICE………………………………………………………………………………………………………102 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................115 ABSTRACT BIBLIOGRAFIA CONSULTADA xii LISTA DE FIGURAS Figura 1. Fluxograma: identificação dos estudos para inclusão na metanálise. ............20 Figura 2. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV versus TP....................................................................................................26 Figura 3. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV versus TP após análise de sensibilidade. ...................................................27 Figura 4. Gráfico de metanálise cumulativa de efeito fixo sobre mortalidade com NPPV versus TP. .....................................................................................................................28 Figura 5. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com CPAP versus TP....................................................................................................29 Figura 6. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com CPAP versus TP após análise de sensibilidade. ...................................................30 Figura 7. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV bi-level versus TP........................................................................................30 Figura 8. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV bi-level versus TP após análise de sensibilidade. .......................................31 Figura 9. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com CPAP versus NPPV bi-level. .................................................................................31 Figura 10. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV versus TP. ......................................32 Figura 11. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV versus TP após análise de sensibilidade..................................................................................................................33 Figura 12. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com CPAP versus TP. ......................................34 xiii Figura 13. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com CPAP versus TP após análise de sensibilidade..................................................................................................................34 Figura 14. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV bi-level versus TP...........................35 Figura 15. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV bi-level versus TP após análise de sensibilidade..................................................................................................................35 Figura 16. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com CPAP versus NPPV bi-level. ....................36 Figura 17. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com NPPV versus TP. ...............................................................37 Figura 18. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com CPAP versus TP. ...............................................................37 Figura 19. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com NPPV bi-level versus TP. ...................................................38 Figura 20. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com NPPV bi-level versus TP após eliminar a heterogeneidade. ......................................................................................................................................38 Figura 21. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com CPAP versus NPPV bi-level. ..............................................39 Figura 22. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM após a intervenção com NPPV versus TP.....................................................................40 Figura 23. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM após a intervenção com CPAP versus TP.....................................................................40 Figura 24. Risco relativo de IAM após a intervenção com CPAP versus NPPV bi-level. ......................................................................................................................................41 xiv Figura 25. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho intolerância ao tratamento alocado com NPPV versus TP. ...........................................42 Figura 26. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho intolerância ao tratamento alocado com CPAP versus TP. ...........................................42 Figura 27. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho intolerância ao tratamento alocado com NPPV bi-level versus TP................................43 Figura 28. Risco relativo de intolerância ao tratamento alocado com CPAP versus NPPV bi-level. ...............................................................................................................43 Figura 29. Riscos relativos dos efeitos adversos com CPAP versus TP. ......................45 Figura 30. Gráfico de metanálises ou risco relativo dos efeitos adversos com NPPV bilevel versus TP. .............................................................................................................49 Figura 31. Riscos relativos dos efeitos adversos com CPAP versus NPPV bi-level .....53 Figura 32. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com NPPV versus TP. .............................................56 Figura 33. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com CPAP versus TP. .............................................56 Figura 34. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com NPPV bi-level versus TP..................................57 Figura 35. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com CPAP versus NPPV bi-level. ...........................57 Figura 36. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência na UTI com NPPV versus TP...................................................58 Figura 37. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência na UTI com CPAP versus TP...................................................58 Figura 38. Diferença média ponderada do tempo de permanência na UTI com NPPV bilevel versus TP. .............................................................................................................59 xv Figura 39. Diferença média ponderada do tempo de permanência na UTI com CPAP versus NPPV bi-level. ....................................................................................................59 Figura 40. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com NPPV versus TP uma hora após a intervenção...........................................60 Figura 41. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com CPAP versus TP uma hora após a intervenção...........................................61 Figura 42. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com CPAP versus TP uma hora após a intervenção, após eliminar a heterogeneidade............................................................................................................61 Figura 43. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. .............................62 Figura 44. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. ........................62 Figura 45. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. ..............................................63 Figura 46. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. ..............................................64 Figura 47. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção...................................64 Figura 48. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. ............................65 Figura 49. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. ..............................................65 Figura 50. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com NPPV versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade............................................................................................................66 xvi Figura 51. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. ..............................................67 Figura 52. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com CPAP versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade............................................................................................................67 Figura 53. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção...................................68 Figura 54. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. ............................68 Figura 55. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. ...........................................69 Figura 56. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. ...........................................69 Figura 57. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. ...............................70 Figura 58. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. ..........................70 Figura 59. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade............................................................................................................71 Figura 60. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. ...........................................71 Figura 61. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com NPPV versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade............................................................................................................72 Figura 62. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. ...........................................73 xvii Figura 63. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade............................................................................................................73 Figura 64. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. ...............................74 Figura 65. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção...........................74 Figura 66. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade............................................................................................................75 Figura 67. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAM com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. ...........................................75 Figura 68. Diferença média ponderada da PAM com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. ...................................................................................................................76 Figura 69. Diferença média ponderada da PAM com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. .......................................................................................................76 Figura 70. “Funnel-plot” do risco relativo de mortalidade com NPPV versus TP. ..........77 Figura 71. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV versus TP. ......................86 Figura 72. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV versus TP............................................................................................................87 Figura 73. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte em pacientes hipercápnicos na admissão com CPAP versus NPPV bi-level......87 Figura 74. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação em pacientes hipercápnicos na admissão com CPAP versus NPPV bi-level. ...............................................................................................................88 xviii Figura 75. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV bi-level versus TP. ..........88 Figura 76. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV bi-level versus TP. ..............................................................................................88 Figura 77. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de morte no departamento de emergência com NPPV versus TP. ...................................................90 Figura 78. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de morte na unidade de terapia intensiva com NPPV versus TP. .....................................................91 Figura 79. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de morte com IPAP>/=14 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP >/=8 cmH2O e EPAP ou CPAP >/=10 cmH2O com NPPV versus TP.............................................................................92 Figura 80. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de freqüência de intubação endotraqueal com IPAP>/=14 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP >/=8 cmH2O e EPAP ou CPAP >/=10 cmH2O com NPPV versus TP. .........................93 Figura 81. Risco relativo de morte com IPAP </=12 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP <8 cmH2O e EPAP ou CPAP <10 cmH2O com NPPV versus TP......................93 Figura 82. Risco relativo de freqüência de intubação endotraqueal com com IPAP </=12 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP <8 cmH2O e EPAP ou CPAP <10 cmH2O com NPPV versus TP....................................................................................................94 xix LISTA DE QUADROS QUADRO 1. Características das intervenções com NPPV...........................................23 QUADRO 2. Eventos adversos associados com a administração de NPPV................84 xx LISTA DE ABREVIATURAS BiPAP – Bi-level positive airway pressure (pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis) CPAP – Continuous positive airway pressure (Pressão positiva contínua nas vias aéreas) CENTRAL: Cochrane central register of controlled trials CINAHL: Cumulative index to nursing and allied health literature DARE: Database of abstracts of review effectiveness DE – Departamento de emergência DMP – Diferença de média ponderada DR – Diferença de risco absoluta DP – Desvio padrão ECA – Ensaio clínico aleatório ECG – Eletrocardiograma ECQA – Ensaio clínico quase-aleatório EPAP – Expiratory positive airway pressure (Pressão positiva nas vias aéreas na expiração) EPCA – Edema pulmonar cardiogênico agudo FC – Freqüência cardíaca FiO2 – Fração inspirada de oxigênio FR – Freqüência respiratória IAM – Infarto agudo do miocárdio IC – Intervalo de confiança ICA – Insuficiênica cardíaca aguda ICC – Insuficiência cardíaca congestiva IPAP – Inspiratory positive airway pressure (Pressão positiva nas vias aéreas na inspiração) ITT – Intention to treat (intenção de tratar) LILACS: literature Latino-Americana e do Caribe em ciências da saúde NNT – Number need to treat (número necessário para tratar) NPPV – Noninvasive positive pressure ventilation (Ventilação com pressão positiva não-invasiva) xxi NPPV bi-level – Noninvasive positive pressure ventilation bi-level (Ventilação com pressão positiva não-invasiva em dois níveis) PaCO2 – Pressão parcial de dióxido de carbono arterial PaO2 – Pressão parcial de oxigênio arterial PEEP – Pressão positiva no final da expiração PAD – Pressão arterial diastólica PAM – Pressão arterial média PAS – Pressão arterial sistólica pH – Potencial de hidrogênio iônico PS – Pressão de suporte RR – Risco relativo SMC – Standard medical care SAPS – Simplified acute physiology score (Escore fisiológico agudo simplificado) TP – Tratamento padrão UTI – Unidade de terapia intensiva xxii RESUMO Resumo Contexto: A ventilação com pressão positiva não-invasiva tem sido amplamente utilizada para aliviar os sinais e sintomas decorrentes de insuficiência respiratória por diversas causas. Sua utilização previne o colapso alveolar e auxilia na redistribuição do líquido extravasado nos alvéolos, melhorando assim a complacência pulmonar e diminuindo o trabalho respiratório. Objetivos: Determinar a efetividade e segurança do tratamento com ventilação com pressão positiva não-invasiva associado ao tratamento padrão comparado ao tratamento padrão no edema pulmonar cardiogênico. Fonte de dados: Foi realizada uma busca sensível em seis bases de dados eletrônicas em abril de 2005. Foi revisada a lista de referências bibliográficas de todos os estudos incluídos e realizado o contato com os autores, além de especialistas na área, fabricantes de equipamentos e com o Cochrane Heart Group. Não houve restrições a idiomas. Seleção dos estudos: Foram selecionados ensaios clínicos aleatórios e ensaios clínicos quase-aleatórios que incluíram pacientes adultos com edema pulmonar cardiogênico agudo ou crônico agudizado. Os principais desfechos avaliados foram: mortalidade hospitalar, freqüência de intubação endotraqueal, tempo de permanência na UTI, tempo de permanência hospitalar, incidência de infarto agudo do miocárdio, alteração nos gases do sangue arterial e no pH, bem como alteração nos sinais vitais. Extração dos dados: Dois autores selecionaram de forma independente os artigos que satisfizeram os critérios de inclusão, um terceiro autor analizou e resolveu as discordâncias. A qualidade dos estudos foi avaliada com ênfase na ocultação de alocação, na análise por intenção de tratar e nas perdas durante o acompanhamento. A extração dos dados foi realizada por meio de uma ficha padronizada. Resultados: Foram incluídos 21 estudos envolvendo 1071 participantes. O uso da ventilação com pressão positiva não-invasiva resultou numa significativa redução da mortalidade [Risco relativo (RR) 0.64; 95% intervalo de confiança (IC) 0.47, 0.87], da freqüência de intubação endotraqueal (RR 0.53; 95%IC 0.35, 0.82) e do tempo de permanência na UTI [diferença média ponderada (DMP) -1.07 dias; 95%IC -1.60, -0.53], além de demonstrar uma melhora na freqüência respiratória (DMP -2.63 rpm; 95%IC -3.67, 1.59) e na freqüência cardíaca (DMP -4.63 bpm; 95%IC -9.11, -0.15) após uma hora de intervenção. Não houve diferença estatisticamente significante em relação à incidência de infarto agudo do miocárdio durante (RR 1.23; 95%IC 0.78, 1.93) ou após o uso da ventilação não-invasiva (RR 1.08;95%IC 0.11, 10.23), no tempo de permanência hospitalar, na pressão arterial e nas variáveis gasométricas. Conclusão: A ventilação xxiv Resumo com pressão positiva não-invasiva é uma intervenção efetiva e segura no tratamento de pacientes adultos com edema pulmonar cardiogênico. xxv 1 INTRODUÇÃO Introdução 2 Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ocorreu em cerca de 4,9 milhões de americanos (American Heart Association, 2005) e em 10 milhões de europeus em 2005 (Nieminen et al, 2005). Nos EUA, 400.000 novos casos de ICC são diagnosticados a cada ano (Gehlbach, Geppert, 2004). No grupo etário acima de 75 anos, a incidência é maior em mulheres que em homens (Gehlbach, Geppert, 2004; American Heart Association, 2005). Quando temos uma manifestação aguda de ICC, essa é definida como a rápida instalação de sinais e sintomas secundários a disfunção cardíaca. É uma situação de risco e requer tratamento urgente. A Insuficiência cardíaca aguda (ICA) pode ocorrer com ou sem doença cardíaca prévia e pode culminar em edema pulmonar cardiogênico agudo (EPCA), o qual se manifesta por insuficiência respiratória, estertores pulmonares, ortopnéia e saturação de oxigênio usualmente abaixo de 90% antes de iniciar o tratamento. O diagnóstico clínico pode ser auxiliado por uma radiografia de tórax. Pacientes com ICA têm pior prognóstico. A mortalidade é particularmente alta em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) acompanhado por insuficiência cardíaca grave, ocorrendo em 30% dos casos em 12 meses. Do mesmo modo, no EPCA a mortalidade tem sido relatada em cerca de 12% intrahospitalar e 40% um ano após o evento (Nieminen et al, 2005). Não encontramos dados disponíveis sobre a incidência de EPCA. As alterações fisiopatológicas que ocorrem no EPCA são causadas pela falha na bomba cardíaca, que gera um aumento na pressão retrógrada da circulação pulmonar, levando ao extravasamento de líquido nos espaços aéreos, excedendo a capacidade de remoção pelo sitema linfático (Allison, 1991). Esse líquido enche os alvéolos, dilui o surfactante e neutraliza suas propriedades lubrificantes. Os pulmões ficam endurecidos e a expansão dificultada, a complacência é diminuída e o trabalho respiratório é dramaticamente aumentado (Martínez et al 1995; Meyer et al, 1998; Park et al, 2001; Chadda et al, 2002). A força da gravidade associada à transudação de fluidos do espaço intra para o extravascular promove edema por coletar líquido nas bases pulmonares quando o paciente está em pé, provocando um “shunt” intrapulmonar, o que altera a relação ventilação-perfusão nessas áreas. Este quadro causa um achado radiológico típico de inversão da trama vascular no intuito de compensar o “shunt” nas bases atavés do aumento da perfusão em ápices numa tentativa de melhorar as trocas gasosas (Grenvik et al, 2000). A expressão clínica seria hipoxemia, aumento do trabalho da respiração, ansiedade e uma concomitante Introdução 3 resposta simpática: taquicardia, hipertensão, vasoconstrição periférica e sudorese (Allison, 1991). As causas mais comuns de EPCA são as síndromes coronarianas (6070% dos pacientes com ICA), crises hipertensivas, cardiomiopatia dilatada, arritmia aguda, regurgitação valvar aguda, estenose de valva aórtica grave (Williams et al, 1995; Gibelin, 2002; Nieminen et al, 2005; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005). Muitos pacientes com EPCA podem ser tratados com oxigênio, diuréticos, nitroglicerina, nitratos, sulfato de morfina, nitroprussiato, dobutamina, dopamina, trombolítico e em alguns casos cirurgia de urgência (Williams et al, 1995; Remme et al, 1997; Nieminen et al, 2005; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005). Entretanto, quando o quadro de insuficiência respiratória progride, alguns pacientes requerem intubação endotraqueal e ventilação mecânica para sobreviver (Meyer et al, 1998). O objetivo da ventilação mecânica é aumentar a complacência pulmonar e melhorar a oxigenação por recrutar alvéolos previamente colapsados (Williams et al, 1995; Levitt et al 2001). No entanto, embora esse procedimento possa salvar a vida, a intubação endotraqueal e a ventilação mecânica podem levar a complicações hemodinâmicas e respiratórias (lesões na traquéia, infecções nosocomiais relacionadas ao ventilador), aumentando assim o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) e no hospital, pois será necessário um tempo adicional para conduzir o desmame e as possíveis complicações da intubação (Keenan et al, 1997; Pang et al, 1998; Levitt et al 2001). Não obstante, os mesmos objetivos podem ser obtidos em pacientes selecionados com o uso de ventilação com pressão positiva não-invasiva (NPPV) (Keenan et al, 1997). Uma revisão sistemática sobre o uso da NPPV em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica mostrou uma significante diminuição na mortalidade, na freqüência de intubação endotraqueal, no tempo de permanência hospitalar, nas complicações relacionadas ao tratamento e nas falhas do tratamento. Foi demonstrada também uma rápida melhora, dentro da primeira hora, no pH, na PaCO2 e na freqüência respiratória (Ram et al, 2004). NPPV foi definida como qualquer forma de suporte ventilatório aplicado sem o uso de tubo endotraqueal, incluindo pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) sem ou com pressão de suporte inspiratória (NPPV bi-level ou BiPAP - Respironics, Inc, Murrysville, PA) (Evans et al 2001). O CPAP mantém a pressão positiva durante todo o ciclo respiratório, prevenindo o colapso alveolar no final da expiração. Assim, menos energia é gasta para reabrir os alvéolos colapsados, e conseqüentemente ocorre melhora na complacência pulmonar e diminuição do trabalho Introdução 4 respiratório, além de diminuir a pré e pós-cargas ventriculares (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Allison, 1991). O CPAP melhora a oxigenação do sangue arterial (PaO2) por aumentar a capacidade residual funcional dos pulmões, melhorando as trocas gasosas e diminuindo o “shunt” intrapulmonar (Räsänen et al, 1985). Por preservar o esforço respiratório espontâneo, evitam-se altas pressões médias em vias aéreas; assim menor pressão média intratorácica é desenvolvida durante a inspiração. Isto previne os efeitos adversos cardiovasculares associados com os altos níveis de pressão intratorácica, como redução secundária no retorno venoso e barotrauma (Coveli et al, 1982; Kelly et al, 1997). O alívio da insuficiência respiratória com o CPAP tem sido associado com significante melhora hemodinâmica e reversão da hipertensão e taquicardia em pacientes com EPCA (Väisänen, Räsänen, 1987). Já a NPPV bi-level combina uma pressão de suporte na inspiração (PS ou IPAP) com uma pressão positiva no final da expiração (PEEP ou EPAP). Este aparelho poderia prover não apenas os benefícios do CPAP, mas também, assistência inspiratória que reduz a atividade dos músculos da respiração (Mehta et al 1997). CPAP e NPPV bi-level requerem o uso de uma máscara (nasal ou facial) como interface entre o paciente e o ventilador (Keenan et al, 1997; Chadda et al, 2002). Complicações associadas com o uso de NPPV incluem vazamentos que comprometam a ventilação, desconforto com a máscara, lesões na pele, irritação nos olhos, congestão nos seios paranasais, ressecamento oronasal e assincronia paciente-respirador. Embora a insuflação gástrica seja um efeito adverso comum do uso de NPPV, ela raramente é de significância clínica. Pneumotórax e pneumonia também podem ocorrer com a administração de NPPV, mas são menos comuns que com ventilação mecânica invasiva (Back et al, 1997). Tem sido considerado, também, que a NPPV poderia protelar a intubação endotraqueal e a ventilação mecânica, resultando em uma pior evolução clínica (Wood et al, 1998). Nos últimos 30 anos, houve vários relatos da literatura a respeito da efetividade do tratamento com NPPV em pacientes com EPCA (Räsänen et al, 1985; Masip et al, 2000; Park et al, 2001), entretanto sua utilização tem permanecido esporádica, principalmente nos departamentos de emergência. As razões para tal podem incluir a necessidade de uma supervisão constante do paciente, a inexperiência da equipe em usar o equipamento, a falta de disponibilidade do equipamento e os potenciais efeitos adversos relacionados à NPPV (Pang et al, 1998; Bersten et al,1991). Um estudo aleatório mostrou que NPPV é efetiva no tratamento do EPCA; os Introdução 5 resultados mostraram uma melhora rápida dos sinais vitais e dos gases do sangue arterial e evitaram a intubação (Park et al, 2001). A função do NPPV bi-level no EPCA permanece controversa. O NPPV bi-level estaria associado a uma recuperação mais rápida dos parâmetros respiratórios e hemodinâmicos quando comparado com o CPAP (Park et al, 2001). Entretanto o NPPV bi-level foi associado com uma incidência maior de infarto agudo do miocárdio (IAM) em comparação com o CPAP em um outro estudo, cuja análise não mostrou diferença na mortalidade hospitalar (uma morte no grupo NPPV bi-level e duas mortes no grupo CPAP) ou na necessidade de intubação (uma em cada grupo). A comparação entre os dois grupos mostrou que mais pacientes com dor torácica entraram para o grupo NPPV bi-level, o que poderia ser um viés explicativo do alto número de infartos do miocárdio nesse grupo (Mehta et al, 1997). A respeito das potenciais vantagens da NPPV para conduzir o EPCA, parece haver uma carência de evidências clínicas de alta qualidade para dar base científica a essa intervenção. A proposta desta revisão sistemática é estabelecer a melhor base de evidências sobre a utilização da NPPV no EPCA por meio da revisão de ensaios clínicos de boa qualidade em busca de recomendações para a prática baseada nas melhores evidências disponíveis e sugerir áreas para pesquisas futuras. 2 OBJETIVOS Objetivos 7 2.1 Objetivos primários do estudo Determinar a efetividade, através da análise da mortalidade, da freqüência de intubação, do tempo de permanência hospitalar e na unidade de terapia intensiva, além da segurança relacionada à incidência de infarto agudo do miocárdio e efeitos adversos com NPPV associada ao tratamento padrão (TP) comparado ao tratamento padrão isolado em pacientes adultos com edema pulmonar cardiogênico agudo ou crônico agudizado. 2.2 Objetivos secundários do estudo Avaliar as alterações nos gases do sangue arterial e no pH, além das alterações nos sinais vitais após a primeira hora de intervenção. E ainda, a intolerância ao tratamento alocado (pacientes com critérios para intubação) e as possíveis diferenças entre o tratamento com CPAP e NPPV bi-level. 3 MÉTODOS Métodos 9 3.1 Modelo de estudo Revisão sistemática de ensaios clínicos aleatórios (ECAs) e/ou ensaios clínicos quase-aleatórios (ECQAs), comparando o uso da NPPV ao TP em pacientes adultos com edema pulmonar cardiogênico agudo ou crônico agudizado. 3.2 Local do estudo Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina e Centro Cochrane do Brasil. Programa de Pós-graduação em Medicina Interna e Terapêutica. 3.3 Critérios de inclusão 3.3.1 Tipos de estudos Foram incluídos apenas ensaios clínicos aleatórios ou ensaios clínicos quase-aleatórios com ou sem mascaramento. Por ensaios clínicos quase-aleatórios entendem-se aqueles estudos cujo procedimento de alocação é improvável de ser adequadamente ocultado, tais como aqueles que fazem a seleção dos pacientes escolhendo entre números pares ou ímpares, número do seguro social do paciente, dias da semana, número do registro hospitalar, etc. 3.3.2 Tipos de participantes Somente estudos com pacientes adultos com edema pulmonar cardiogênico agudo ou crônico agudizado foram incluídos nesta revisão. Todos os pacientes tinham o diagnóstico de EPCA usando critérios aceitos internacionalmente, Métodos 10 tais como os da American Heart Association (Williams et al, 1995) ou os da European Society of Cardiology (Nieminen et al, 2005). O diagnóstico de EPCA foi baseado em sinais e sintomas clínicos, tais como dispnéia, tosse seca ou com escarro espumoso, palidez ou cianose cutânea, pele úmida e fria, pressão sanguínea elevada ou normal e estertores audíveis à ausculta pulmonar. Esses achados eram associados aos da radiografia de tórax (mostrando congestão/ edema pulmonar) e, às vezes, confirmados por eletrocardiografia, biomarcadores e/ou Doppler-ecocardiografia. Estudos em que os pacientes recebessem o diagnóstico primário de pneumonia ou outra etiologia de insuficiência respiratória, bem como de desmame não foram incluídos nesta revisão. 3.3.3 Tipos de intervenções O grupo-controle poderia incluir qualquer forma de tratamento padrão (Nieminen et al, 2005) para conduzir o edema pulmonar cardiogênico (oxigênio, diuréticos, vasodilatadores e cardiotônicos) e os problemas associados, mas que não envolvesse NPPV ou qualquer outro tipo de suporte ventilatório. O grupo-intervenção seria formado por pacientes que receberam o tratamento padrão para edema pulmonar cardiogênico associado à NPPV (CPAP ou NPPV bi-level) aplicada por meio de máscara nasal ou facial (máscara que veda nariz e boca). 3.3.4 Tipos de desfechos 3.3.4.1 Desfecho primário • Mortalidade hospitalar (morte ocorrida durante o período de internação após o evento agudo de edema pulmonar cardiogênico, estando relacionada a esse direta ou indiretamente). Métodos 11 3.3.4.2 Desfechos secundários • Freqüência de intubação endotraqueal (número de pacientes que foram intubados, mesmo após receberem o tratamento); • Incidência de IAM (número de pacientes infartados durante ou após o uso da NPPV ou no grupo-controle); • Intolerância ao tratamento alocado (pacientes com critérios para intubação, mas que não eram necessariamente intubados, pois podiam receber outro tipo de suporte ventilatório); • Efeitos adversos relacionados ao tratamento alocado. • Tempo de permanência hospitalar (período de tempo entre a admissão no hospital até o evento morte ou alta hospitalar); • Tempo de permanência na UTI (período de tempo entre a admissão na UTI até o evento morte ou alta da UTI); • Alteração nos gases do sangue arterial (PaO2 e PaCO2) e do pH uma hora após a intervenção; • Alteração nos sinais vitais [freqüência respiratória (FR), freqüência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA)] uma hora após a intervenção. 3.4 Estratégia de busca para identificação dos estudos 3.4.1 Bases de dados eletrônicas Foi realizada a pesquisa nas seguintes bases de dados: Database of Abstracts of Reviews Efectiveness (DARE) (1º. Trimestre de 2005), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (1º. Trimestre de 2005), MEDLINE (de 1966 até abril de 2005), EMBASE (de 1980 até abril de 2005), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) (de 1982 até abril de 2005) e na Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) (de 1982 até abril de 2005). A estratégia de busca para a CENTRAL está detalhada abaixo e foi combinada com uma estratégia de busca altamente sensível para identificar ECA nas bases de Métodos 12 dados MEDLINE (Dickersin et al, 1994), EMBASE (Lefebvre, McDonald, 1996) e LILACS (Castro et al, 1999). Estratégia de busca pela CENTRAL (os termos em maiúsculas são termos MESH e aqueles em minúsculas são palavras do texto): #1 HEART FAILURE CONGESTIVE #2 MYOCARDIAL INFARCTION #3 (cardiogenic near edema) #4 (cardiogenic near oedema) #5 (pulmonary near edema) #6 (pulmonary near oedema) #7 (cardiac next failure) #8 (heart next failure) #9 (cardiac next insufficiency) #10 (heart next insufficiency) #11 (left next ventricular next insufficiency) #12 (left next ventricular next dysfunction) #13 (wet near lung) #14 (#1 or #2 or #3 or #4 or #5 or #6 #7 or #8 or #9 or #10 or #11 or #12 or #13) #15 RESPIRATION ARTIFICIAL #16 VENTILATORS MECHANICAL #17 (mechanical next ventilation) #18 (artificial next ventilation) #19 (assisted next ventilation) #20 (artificial next respiration) #21 (positive next pressure next ventilation) #22 (pulmonary next ventilat*) #23 respirator or respirators #24 (non next invasive next ventilation) #25 (noninvasive next ventilation) #26 (non-invasive next ventilation) #27 (pressure next support next ventilation) #28 (inspiratory next positive next pressure next ventilation) #29 (positive next end next expiratory next pressure) Métodos 13 #30 (NPPV bi-level next positive next airway next pressure) #31 (NPPV bi-level next positive next airway next pressure) #32 NPPV bi-level #33 nippv #34 nppv #35 niv #36 niav #37 cpap #38 aprv #39 ippb #40 ippv #41 peep #42 (mask next ventilation) #43 (#15 or #16 or #17 or #18 or #19 or #20 or #21 or #22 or #23 or #24 or #25 ) #44 (#26 or #27 or #28 or #29 or #30 or #31 or #32 or #33 or #34 or #35 or #36 ) #45 (#37 or #38 or #39 or #40 or #41 or #42) #46 (#43 or #44 or #45) #47 (#46 and #14) 3.4.2 Lista de referências Foi verificada a lista de referências dos artigos incluídos para buscar outros ensaios publicados ou não. 3.4.3 Comunicação pessoal Os autores dos ECAs incluídos foram contatados, assim como membros do Cochrane Heart Group, especialistas da área e fabricantes de equipamentos, em busca de estudos semelhantes publicados ou não. Métodos 14 3.4.4 Idioma Não houve qualquer restrição a idiomas. 3.5 Seleção dos estudos e extração dos dados Foram rastreados os títulos e resumos das publicações obtidas pela estratégia de busca. Dados não publicados foram requeridos pelo autor quando necessário. Uma ficha padronizada foi usada para extrair os dados (Anexo 1): características do estudo (desenho, geração da alocação, método de alocação, mascaramento, perdas/abandonos, análise de intenção de tratar, obtenção de consentimento informado, local e multicentricidade do estudo); participantes (idade, gênero, número, critérios de diagnóstico, de inclusão e de exclusão); intervenção (tipo de NPPV, duração da terapia, níveis pressóricos utilizados, co-intervenções); controle (agente, dose); desfechos (tempo necessário para chegar a um resultado, efeitos adversos); e resultados. Esses dados foram inseridos no programa Review Mananger 4.2.7 (RevMan, 2003). 3.6 Análise da qualidade dos estudos A qualidade metodológica dos ensaios incluídos foi avaliada com ênfase particular na ocultação de alocação, na geração da seqüência de alocação, no mascaramento, nas perdas durante o acompanhamento e na análise por intenção de tratar (Schulz et al, 1995). Foi considerada como um critério de qualidade, também, a obtenção de consentimento informado pelos participantes. As recomendações do manual da Colabração Cochrane foram acompanhadas (Alderson et al, 2004). 3.6.1 Ocultação de alocação A. Adequada – método de aleatorização descrito de forma tal que o investigador/ participante não pudesse saber ou influenciar o Métodos 15 grupo intervenção antes que o participante eleito entrasse para o estudo. B. Não-clara – Aleatorização declarada, sem informação do método utilizado. C. Inadequada – Método de aleatorização inadequado, tal como alternação do número do registro hospitalar ou envelopes não lacrados, ou seja, qualquer informação no estudo que indique que os pesquisadores ou participantes poderiam influenciar o grupo intervenção. D. Aleatorização não realizada. 3.6.2 Geração da seqüência da alocação • Adequada: tabela de números aleatórios, números aleatórios gerados por computador ou similar. • Inadequada ou desconhecida: o estudo era descrito como aleatório, mas o método utilizado para gerar a seqüência da alocação não era descrito. 3.6.3 Mascaramento Quando os envolidos no estudo (paciente, quem oferece a intervenção ou quem analisa os dados do estudo) desconhecem o grupo para o qual o paticipante foi alocado. Pode ser classificado como simples-cego, duplo-cego etc. 3.6.4 Finalização do acompanhamento Número de participantes excluídos ou perdidos durante o acompanhamento. Métodos 16 3.6.5 Análise por intenção de tratar Sim – Foi especificamente relatado pelos autores que a análise por intenção de tratar foi empreendida e foi confirmada na avaliação do estudo. Não – Não relatada ou confirmada a falta da análise por intenção de tratar na avaliação do estudo (os pacientes que foram aleatorizados não foram incluídos na análise, porque não receberam a intervenção do estudo, ou se afastaram dele ou, ainda, violaram seu protocolo). 3.7 Análise estatística Os dados de todos os ensaios foram analisados mediante uso do programa RevMan 4.2.7 fornecido pela Colaboração Cochrane (RevMan, 2003). As variáveis contínuas, tais como mensuração dos gases sangüíneos e sinais vitais, foram analisadas utilizando a diferença de média ponderada (DMP) com 95% do intervalo de confiança (95%IC). Para variáveis dicotômicas, o risco relativo (RR) com 95% IC foi utilizado seguindo o princípio de intenção de tratar. A diferença de risco absoluto (DR) e o número necessário para tratar (NNT) foram calculados para resultados estatisticamente significantes. Os dados foram analisados com um modelo de efeito randômico. O modelo de efeito fixo foi também utilizado para assegurar a robustez dos resultados. A heterogeneidade entre os estudos foi avaliada pelo teste do I2, considerando um valor de p<0,1 como estatisticamente significante. Na presença de heterogeneidade significativa e de número suficiente de estudos relatando o desfecho, conduziu-se uma análise exploratória para investigar as potenciais fontes de heterogeneidade, por meio de análises de subgrupos (ex: qualidade do estudo, participantes e tratamentos). A heterogeneidade entre os participantes poderia estar relacionada à idade, gênero ou comorbidade patológica. A heterogeneidade entre os tratamentos poderia estar relacionada ao tratamento anteriormente utilizado, aos níveis pressóricos e à duração da terapia. Realizou-se uma análise de sensibilidade para avaliar o efeito dos ECQAs nos desfechos de mortalidade e freqüência de intubação endotraqueal. Métodos 17 Construiu-se o gráfico em funil (“funnel plot”) para avaliar o viés de publicação (Egger et al, 1997). O protocolo desta revisão sistemática foi publicado na Cochrane Library e encontra-se no apêndice. 4 RESULTADOS Resultados 19 4.1 Busca dos estudos A busca eletrônica encontrou 1293 citações: 630 referências foram encontradas na MEDLINE; 449 na EMBASE, 136 na CENTRAL; 74, no CINAHL, três na LILACS e um na DARE. Outros 23 estudos foram encontrados por meio de referências bibliográficas dos artigos incluídos e três outros foram encaminhados por autores e fabricantes de equipamentos. Em uma pré-seleção por meio dos títulos e resumos (quando disponível), um revisor selecionou 118 (FMRV) referências, e um segundo revisor (AS) selecionou 140 referências, havendo uma concordância interobservador pelo teste de Kappa de 66%. As discordâncias foram resolvidas por um terceiro revisor (MTL). Vinte e um estudos foram finalmente incluídos nesta revisão (Figura 1) (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Lin, Chiang, 1991; Lin et al, 1995; Mehta et al, 1997; Takeda et al, 1997; Takeda et al, 1998; Delclaux et al, 2000; Masip et al, 2000; Sharon et al, 2000; Levitt 2001; Park et al, 2001; Kelly et al, 2002; Thys et al, 2002; Liesching et al, 2003; Nava et al, 2003; Crane et al, 2004; L'Her et al, 2004; Park et al, 2004; Bellone et al, 2004; Bellone et al, 2005). Um quadro com as justificativas dos estudos excluídos encontra-se em anexo (Anexo 2). O resumo dos estudos incluídos está descrito abaixo (figura 1). Resultados Artigos potencialmente identificados pela estratégia de busca (1319) Os título ou resumos não preenchiam os critério de inclusão, ou os títulos eram duplicados nas bases de dados (1153) Estudos selecionados para serem analisados (140) Estudos que não preenchiam os critérios de inclusão após a análise do resumo ou do artigo na íntegra (109) Estudos potencialmente eleitos (31) Estudos cujos desfechos ou a população analisada eram diferentes dos preconizados no protocolo desta revisão (10) Estudos que preencheram os critérios de inclusão (21) Figura 1. Fluxograma: identificação dos estudos para inclusão na metanálise. 20 Resultados 4.2 21 Desenho dos estudos Dezenove estudos eram ensaios clínicos aleatórios e apenas dois eram ensaios clínicos quase-aleatórios (Bersten et al, 1991 e Sharon et al, 2000), todos usaram um desenho paralelo. Em todos os ensaios os pacientes eram alocados para o grupo de NPPV de uma maneira aleatória. O duplo-cego foi utilizado apenas no estudo de Mehta et al (1997) e simples-cego foi declarado nos estudos de Delclaux et al (2000) e Thys et al (2002). Apenas em um estudo (Liesching et al, 2003) os dados foram extraídos da publicação do resumo. 4.3 Participantes Os 21 estudos incluídos vieram de várias partes do mundo. Räsänen et al (1985), da Finlândia; Bersten et al (1991), da Austrália; Lin e Chiang (1991) e Lin et al (1995), de Taiwan; Takeda et al (1997) e Takeda (1998), do Japão; Masip et al (2000), da Espanha; Sharon et al (2000), de Israel; Mehta et al (1997), Levitt (2001) e Liesching et al (2003), dos Estados Unidos da América; Park et al (2001) e Park et al (2004), do Brasil; Kelly et al (2002), do Reino Unido; Thys et al (2002), da Bélgica; Bellone et al (2004) e Bellone et al (2005), da Itália. Havia quatro estudos multicêntricos: Delclaux et al (2000), em seis hospitais (três da França, um da Espanha, um da Tunísia e o outro da Itália), Nava et al (2003) em cinco hospitais da Itália, L'Her et al (2004) em quatro hospitais da França e Crane et al (2004) em dois hospitais universitários do Reino Unido. Todos os pacientes incluídos eram adultos com edema pulmonar cardiogênico agudo ou crônico agudizado. O número de pacientes recrutados em cada estudo variou de oito a 130, e o número total na revisão foi de 1071 participantes. Havia um número semelhante de pacientes recrutados em ambos os grupos nos estudos. As médias (como faixa de variação) para as características dos pacientes (quando relatadas) foram idade de 50 a 90 anos e em relação ao sexo 56% eram homens e 44% eram mulheres). Resultados 4.4 22 Intervenções Nove estudos compararam CPAP (associado ao TP) ao TP (Räsänen et al 1985; Bersten et al, 1991; Lin, Chiang, 1991; Lin et al, 1995; Takeda et al, 1997; Takeda et al, 1998; Delclaux et al, 2000; Kelly et al, 2002; L'Her et al, 2004), outros cinco compararam NPPV bi-level (associado ao TP) ao TP (Masip et al, 2000; Sharon et al, 2000; Levitt, 2001; Thys et al, 2002; Nava et al, 2003), três compararam CPAP (associado ao TP) a NPPV bi-level (associado ao TP) e ao TP (Park et al, 2001; Park et al, 2004 e Crane et al, 2004) e os quatro outros estudos compararam CPAP (associado ao TP) ao NPPV bi-level (associado ao TP) (Mehta et al, 1997; Liesching et al, 2003; Bellone et al, 2004 e Bellone et al, 2005). Cinco estudos foram conduzidos apenas na UTI (Räsänen et al, 1985; Lin, Ciang, 1991; Takeda et al, 1997; Takeda et al, 1998; Delclaux et al, 2000), outros quatro estudos foram conduzidos no departamento de emergência ou os pacientes estavam internados na enfermaria e eram encaminhados para UTI (Bersten et al, 1991; Mehta et al, 1997; Masip et al, 2000 e Thys et al, 2002); Park et al (2001) relatam apenas que o estudo foi conduzido no hospital e Liesching et al (2003) não referem o local onde o estudo foi conduzido. Já o estudo de Sharon et al (2000) foi iniciado em uma UTI móvel e foi continuado no departamento de emergência; os demais estudos foram conduzidos dentro do departamento de emergência. O nível de pressão positiva inspiratória nas vias aéreas (IPAP) e de pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP) ou pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), assim como o tempo de duração da intervenção com NPPV dos estudos que descreveram essas variáveis estão descritos no Quadro 1. Resultados 23 QUADRO 1. CARACTERÍSTICAS DAS INTERVENÇÕES COM NPPV Nível de EPAP (cmH2O) Nível de CPAP (cmH2O) Duração do NPPV bilevel (minutos) Duração do CPAP (minutos) Bellone et al, 2004 5 10 98 (DP 39) 103 (DP 45) Bellone et al, 2005 5 10 205 (DP 68) 220 (DP 82) Autores Nível de IPAP (cmH2O) Bersten et al, 1991 Crane et al, 2004 10 15 5 10 Kelly et al, 2002 7.5 L'Her et al, 2004 7.5 Liesching et al, 2003 558 (DP 82) 480 (DP 360) 12 4 10 Mehta et al, 1997 14.35 (DP 1.73) 5 10.08 (DP 1.24) Masip et al, 2000 15.2 (DP 2.4) 5 Park et al, 2001 12 4 7.5 155 (DP 38) 170 (DP 90) Park et al, 2004 17 (DP 2) 11 (DP 2) 11 (DP 2) 124 (DP 62) 102 (DP 41) Räsänen et al, 1985 Sharon et al, 2000 426 (DP 282) 384 (DP 348) 254 (DP 90) 10 9.3 (DP 2.3) 4.2 (DP 3.1) Takeda et al, 1997 Thys et al, 2002 714 (DP 504) 16.5 (DP 3.3) 6.1 (DP 1.5) Legenda: DP - desvio padrão. 77.33 (DP16.25) Resultados 24 A escolha das máscaras para oferecer a NPPV variou entre os estudos. Três estudos usaram somente máscaras nasais (Mehta et al, 1997; Takeda et al, 1997 e Takeda et al, 1998). No estudo de Levitt (2001), a escolha da máscara entre nasal e facial era feita de acordo com a tolerância do paciente. Park et al (2001) utilizaram máscaras nasais nos pacientes alocados para NPPV bi-level, e máscaras faciais para os alocados para CPAP. Sharon et al (2000) e Liesching et al (2003) não relataram o tipo de mácara utilizada. Os demais estudos utilizaram máscaras faciais (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Lin, Chiang, 1991; Lin et al, 1995; Delclaux et al, 2000; Masip et al, 2000; Kelly et al, 2002; Thys et al, 2002; Nava et al, 2003; Crane et al, 2004; L'Her et al, 2004; Park et al, 2004; Bellone et al, 2004; Bellone et al, 2005). Além do oxigênio, o tratamento padrão dispunha das seguintes possibilidades de medicamentos: furosemida, morfina, diamorfina, nitroprussiato de sódio, gliceril trinitrato, nitrato, isorsobida dinitrato, nitroglicerina, digoxina, digitálicos, dopamina, dobutamina, epinefrina, norepinefrina, diazepan, clorpromazina e antibióticos. 4.5 Qualidade metodológica dos estudos incluídos Todos os estudos incluídos declararam que a alocação do tratamento foi aleatória. A ocultação de alocação foi classificada como "A" em 13 estudos: Räsänen et al (1985); Takeda et al (1998); Delclaux et al (2000); Masip et al (2000); Park et al (2001); Kelly et al (2002); Thys et al (2002); Nava et al (2003); Crane et al (2004); L'Her et al (2004); Park et al (2004); Bellone et al (2004); Bellone et al (2005). 6 estudos foram classificados como "B”: Levitt (2001), Liesching et al (2003), Lin e Chiang (1991); Lin et al (1995); Mehta et al (1997); Takeda et al (1997); e apenas dois estudos receberam a classificação "C": Bersten et al (1991) e Sharon et al (2000). Apenas um estudo era duplo-cego (Mehta et al, 1997) e outros dois eram declarados simples-cegos (Delclaux et al, 2000; Thys et al, 2002). Em dez estudos a geração da seqüência de alocação foi descrita de forma adequada (Mehta et al, 1997; Delclaux et al, 2000; Masip et al, 2000; Levitt 2001; Park et al, 2001; Nava et al, 2003; Crane et al, 2004; L'Her et al, 2004; Bellone et al, 2004; Bellone et al, 2005) e nos demais estudos ela não foi descrita (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Lin, Chiang, 1991; Lin et al, 1995; Takeda et al, 1997; Resultados 25 Takeda et al, 1998; Sharon et al, 2000; Kelly et al, 2002; Thys et al, 2002; Liesching et al, 2003; Park et al, 2004). A análise por intenção de tratar foi empreendida e confirmada na avaliação de 15 estudos: Räsänen et al (1985); Lin et al (1995); Takeda et al (1997); Takeda et al (1998); Delclaux et al (2000); Sharon et al (2000); Park et al (2001); Kelly et al (2002); Thys et al (2002); Liesching et al (2003); Nava et al (2003); Crane et al (2004); L'Her et al (2004); Bellone et al (2004); Bellone et al (2005). Esses não apresentaram perdas ou exclusões de pacientes após a aleatorização. Já nos outros seis estudos alguns pacientes foram perdidos, não fazendo parte da análise dos dados, são eles: Bersten et al (1991), (um entre 40 pacientes); Lin e Chiang (1991), (35 entre 80 pacientes), Mehta et al (1997), (nove entre 36 pacientes); Masip et al (2000), (três entre 40 pacientes); Levitt (2001), (quatro entre 42 pacientes) e Park et al (2004), (três entre 83 pacientes). Cinco estudos (Mehta et al 1997; Sharon et al 2000; Thys et al 2002; L'Her et al 2004; Park et al, 2004) foram interrompidos após análise interina. Apenas os estudos de Räsänen et al (1985); Lin et al (1995) e Liesching et al (2003) não relataram se solicitaram o consentimento informado dos pacientes envolvidos nos estudos. 4.6 Desfechos O desfecho morte foi analisado em quase todos os estudos, exceto em Liesching et al (2003). Os demais desfechos tiveram sua inclusão de forma variada entre os estudos. Todos os desfechos contínuos incluídos foram descritos por meio da média e desvio-padrão dos pacientes incluídos e os desfechos dicotômicos foram analisados levando em consideração todos os pacientes alocados para cada grupo (ITT – intenção de tratar). Nos estudos de Kelly et al (2002) e Crane et al (2004), foi necessário realizar a conversão de unidades, no caso, a PaO2 e a PaCO2 foram descritas em KPA e transformadas em mmHg. Os resultados em relação aos desfechos foram descritos para NPPV (agrupando os resultados de CPAP e NPPV bi-level) versus TP, CPAP versus TP e NPPV bi-level versus TP e ainda CPAP versus NPPV bi-level, como segue abaixo: Resultados 26 4.6.1 Mortalidade hospitalar 4.6.1.1 NPPV versus TP Na comparação de NPPV associada ao TP versus TP, o desfecho morte foi analisado em 17 estudos, num total de 987 pacientes. A mortalidade foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV (11%) em relação ao TP (19%) (DR -8%; 95%IC -0.13, -0.03; NNT 13; 95%IC 8, 33), significando uma redução de risco relativo de 36% (RR 0.64; 95% IC 0.47, 0.87) (Figura 2). Figura 2. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV versus TP. Legenda: NPPV, Noninvasive positive pressure ventilation (= ventilação com pressão positiva não-invasiva); SMC, Standard medical care (= tratamento padrão); RR, Relative risk (risco relativo); CI, Confidence interval (= intervalo de confiança). Resultados 27 Ao realizarmos a análise de sensibilidade com a exclusão dos ECQAs (Bersten et al, 1991 e Sharon et al, 2000), o resultado permaneceu estatisticamente significante, o que mostra que a mortalidade foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV (11%) em relação ao TP (20%) (DR -9%; 95%IC -0.14, -0.04; NNT 11; 95%IC 7, 25), do que se infere uma redução de risco relativo de 37% (RR 0.63; 95% IC 0.46, 0.87) (Figura 3). Figura 3. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV versus TP após análise de sensibilidade. Este resultado já seria viável desde 1998, como podemos observar pela metanálise cumulativa por data (Figura 4). Resultados 28 Cum ulative forest plot - RR (MH) - Fixed effect Räsänen 1985 C B ersten 1991C Lin 1991C Lin 1995 C Takeda 1997 C Takeda 1998 C Delclaux 2000 C M asip 2000 B Sharo n 2000 B Studies P ark 2001C Levitt 2001B P ark 2001B Kelly 2002 C Thys 2002 B Nava 2003 B Crane 2004 C L'Her 2004 C P ark 2004 C Crane 2004 B P ark 2004 B 0,1 1 10 RR (log scale) Figura 4. Gráfico de metanálise cumulativa de efeito fixo sobre mortalidade com NPPV versus TP. Legenda: C: estudo com CPAP, B: estudo com NPPV bi-level. Foi realizada uma outra análise de sensibilidade onde além de excluir os ECQA foram excluídos também os estudos de Lin e Chiang (1991) e Takeda et al (1997), por hipotetizarmos que eles poderiam conter os mesmos pacientes dos estudos de Lin et al (1995) e Takeda et al (1998) respectivamente, uma vez que os autores não nos confirmaram isso. Contudo, ainda que houvesse essa duplicação de Resultados 29 dados, aos excluirmos esses estudos os resultados praticamente não se alteraram e permaneceram estatisticamente significantes, com um risco relativo de morte para o grupo NPPV de 37% do risco de morte com o TP somente (RR 0.63; 95% IC 0.49, 0.90). 4.6.1.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho morte foi analisado em 12 estudos, num total de 614 pacientes. A mortalidade foi significantemente menor nos pacientes que usaram CPAP (12%) em relação ao TP (23%) (DR -12%; 95%IC -0.19, -0.05; NNT 9; 95%IC 5, 20), demonstrando uma redução de risco relativo de 42% (RR 0.58; 95%IC 0.38, 0.88) (Figura 5). Figura 5. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com CPAP versus TP. Ao realizarmos a análise de sensibilidade com a exclusão do ECQA (Bersten et al, 1991), o resultado permanece estatisticamente significante. A mortalidade foi significantemente menor nos pacientes que usaram CPAP (12%) em relação ao TP (23%) (DR -12%; 95%IC -0.20, -0.04; NNT 9; 95%IC 5, 25), auferindo uma redução de risco relativo de 44% (RR 0.56; 95% IC 0.35, 0.89) (Figura 6). Resultados 30 Figura 6. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com CPAP versus TP após análise de sensibilidade. 4.6.1.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP o desfecho morte foi analisado em oito estudos, num total de 373 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto à mortalidade (RR 0.70; 95%IC 0.40, 1.23), provavelmente por falta de poder estatístico (Figura 7). Figura 7. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV bi-level versus TP. Ao realizarmos a análise de sensibilidade excluindo o ECQA (Sharon et al, 2000), o resultado se mantém sem significância estatística entre os grupos quanto à mortalidade (RR 0.65; 95% IC 0.37, 1.16) (Figura 8). Resultados 31 Figura 8. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com NPPV bi-level versus TP após análise de sensibilidade. 4.6.1.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP o desfecho morte foi analisado em seis estudos, num total de 230 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à mortalidade (RR 1.19; 95%IC 0.36, 3.86) (Figura 9). Figura 9. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte com CPAP versus NPPV bi-level. 4.6.2 Freqüência de intubação endotraqueal 4.6.2.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associada ao TP versus TP, o desfecho freqüência de intubação endotraqueal foi analisado em 17 estudos, que somaram 987 Resultados 32 pacientes. A freqüência de intubação endotraqueal foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV (16%) em relação ao TP (28%) (DR -13%; 95%IC -0.22,0.04; NNT 8; 95%IC 5, 25), com redução no risco relativo de 47% (RR 0.53; 95%IC 0.35, 0.82) (Figura 10). Figura 10. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV versus TP. O agrupamento dos resultados destes 17 estudos mostrou heterogeneidade significante. Ao realizarmos a análise de sensibilidade excluindo os ECQAs (Bersten et al, 1991 e Sharon et al, 2000), o resultado permanece estatisticamente significante, reduz a heterogeneidade e mostra que a freqüência de intubação endotraqueal foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV (13%) em relação ao TP (28%) (DR -15%; 95%IC -0.24,-0.07; NNT 7; 95%IC 4, 14), implicando uma redução no risco relativo de 50% (RR 0.50; 95%IC 0.37, 0.67) (Figura 11). Resultados 33 Figura 11. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV versus TP após análise de sensibilidade. 4.6.2.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho freqüência de intubação endotraqueal foi analisado em 12 estudos, num total de 616 pacientes. A freqüência de intubação endotraqueal foi significantemente menor nos pacientes que usaram CPAP (12%) em relação ao TP (30%) (DR -18%; 95%IC -0.30,0.06; NNT 6; 95%IC 3, 17), implicando uma redução no risco relativo de 54% (RR 0.46; 95%IC 0.32, 0.65) (Figura 12). Resultados 34 Figura 12. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com CPAP versus TP. Ao realizarmos a análise de sensibilidade com a exclusão do ECQA (Bersten et al, 1991), o resultado permanece estatisticamente significante, o que revela que a freqüência de intubação endotraqueal foi significantemente menor nos pacientes que usaram CPAP (13%) em relação a TP (30%) (DR -16%; 95%IC -0.28, -0.04; NNT 7; 95%IC 4, 25), significando uma redução de risco relativo de 52% (RR 0.48; 95% IC 0.34, 0.67) (Figura 13). Figura 13. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com CPAP versus TP após análise de sensibilidade. Resultados 35 4.6.2.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho freqüência de intubação endotraqueal foi analisado em oito estudos, num total de 373 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à freqüência de intubação endotraqueal (RR 0.68; 95%IC 0.27, 1.73), provavelmente devido ao pequeno tamanho da amostra, que não proporcionou poder estatístico (Figura 14). Figura 14. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV bi-level versus TP. O agrupamento dos resultados destes oito estudos mostrou heterogeneidade significante. A análise de sensibilidade sem o ECQA (Sharon et al, 2000) reduziu a heterogeneidade, embora os resultados se tenham mantido sem significância estatística entre os grupos em relação à freqüência de intubação endotraqueal (RR 0.49; 95%IC 0.24, 1.01) (Figura 15). Figura 15. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com NPPV bi-level versus TP após análise de sensibilidade. Resultados 4.6.2.4 36 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho freqüência de intubação endotraqueal foi analisado em sete estudos, num total de 257 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à freqüência de intubação endotraqueal (RR 0.92; 95%IC 0.36, 2.32) (Figura 16). Figura 16. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal com CPAP versus NPPV bi-level. 4.6.3 Incidência de IAM durante a intervenção 4.6.3.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associada ao TP versus TP o desfecho incidência de IAM durante a intervenção foi analisado em oito estudos, num total de 508 pacientes. Não se constatou diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à incidência de IAM durante a intervenção (RR 1.23; 95%IC 0.78, 1.93) (Figura 17). Resultados 37 Figura 17. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com NPPV versus TP. 4.6.3.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho incidência de IAM durante a intervenção foi analisado em três estudos, num total de 152 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a incidência de IAM durante à intervenção (RR 0.91; 95%IC 0.37, 2.24) (Figura 18) . Figura 18. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com CPAP versus TP. Resultados 4.6.3.3 38 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP o desfecho incidência de IAM durante a intervenção foi analisado em sete estudos, num total de 356 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à incidência de IAM durante a intervenção (RR 1.40; 95%IC 0.78, 2.49) (Figura 19). Figura 19. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com NPPV bi-level versus TP. O conjunto de resultados destes sete estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção do estudo de Sharon, que é um ECQA, fez desaparecer heterogeneidade, embora os resultados continuassem sem diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto à incidência de IAM durante a intervenção (RR 1.14; 95%IC 0.69, 1.88) (Figura 20). Figura 20. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com NPPV bi-level versus TP após eliminar a heterogeneidade. Resultados 4.6.3.4 39 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação de CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho incidência de IAM durante a intervenção foi analisado em cinco estudos, num total de 205 pacientes. A amostra analisada não apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à incidência de IAM durante a intervenção (RR 0.56; 95%IC 0.27, 1.20) (Figura 21). Figura 21. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM durante a intervenção com CPAP versus NPPV bi-level. 4.6.4 Incidência de IAM após a intervenção 4.6.4.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associada ao TP versus TP, o desfecho incidência de IAM após a intervenção foi analisado em dois estudos, num total de 116 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a incidência de IAM após a intervenção (RR 1.08; 95%IC 0.11, 10.23) (Figura 22). Resultados 40 Figura 22. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM após a intervenção com NPPV versus TP. 4.6.4.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho incidência de IAM após a intervenção foi analisado em dois estudos, num total de 99 pacientes. Não se registrou diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à incidência de IAM após a intervenção (RR 1.08; 95%IC 0.11, 10.23) (Figura 23). Figura 23. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho IAM após a intervenção com CPAP versus TP. 4.6.4.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho incidência de IAM após a intervenção foi analisado em um estudo (Park et al, Resultados 41 2001), num total de 17 pacientes, sem, entretanto, eventos para descrever esse desfecho. 4.6.4.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho incidência de IAM após a intervenção foi analisado em um estudo, num total de 16 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à incidência de IAM após a intervenção (RR 0.42; 95%IC 0.02, 8.91) (Figura 24). Figura 24. Risco relativo de IAM após a intervenção com CPAP versus NPPV bi-level. 4.6.5 Intolerância ao tratamento alocado 4. 6.5.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho intolerância ao tratamento alocado foi analisado em nove estudos, num total de 535 pacientes. Mais pacientes no grupo TP (35%) não toleraram o tratamento alocado em relação ao grupo NPPV (14%) (DR -23%; 95% IC -0.37, -0.09; NNT 5; 95%IC 3, 11), significando uma redução de risco relativo de 58% (RR 0.42; 95% IC 0.28, 0.62) (Figura 25). Resultados 42 Figura 25. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho intolerância ao tratamento alocado com NPPV versus TP. 4. 6.5.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho intolerância ao tratamento alocado foi analisado em sete estudos, num total de 447 pacientes. Mais pacientes no grupo TP (33%) não toleraram o tratamento alocado em relação ao CPAP (15%) (DR -17%; 95%IC -0.30, -0.04; NNT 6; 95%IC 3, 25), o que perfaz uma redução de risco relativo de 54% (RR 0.46; 95%IC 0.29,0.73) (Figura 26). Figura 26. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho intolerância ao tratamento alocado com CPAP versus TP. Resultados 4. 6.5.3 43 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho intolerância ao tratamento alocado foi analisado em três estudos, num total de 88 pacientes. Mais pacientes no grupo TP (27%) não toleraram o tratamento alocado em relação ao NPPV bi-level (5%) (DR -38%; 95%IC -0.84, -0.08; NNT 3; 95%IC 1, 12), significando uma redução de risco relativo de 75% (RR 0.25; 95%IC 0.06, 0.99) (Figura 27). Figura 27. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho intolerância ao tratamento alocado com NPPV bi-level versus TP. 4. 6.5.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho intolerância ao tratamento alocado foi analisado em um estudo, num total de 40 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a intolerância ao tratamento alocado (RR 4.00; 95%IC 0.49, 32.72) (Figura 28). Figura 28. Risco relativo de intolerância ao tratamento alocado com CPAP versus NPPV bi-level. Resultados 4.6.6 Efeitos adversos 4. 6.6.1 CPAP versus TP 44 Sete estudos relataram efeitos adversos com a intervenção alocada. Ocorreram oito complicações entre 210 pacientes do grupo CPAP e três complicações em 215 pacientes do grupo TP (Figura 29). Resultados Figura 29. Riscos relativos dos efeitos adversos com CPAP versus TP. 45 Resultados 46 A descrição detalhada dos efeitos adversos segue abaixo. 4. 6.6.1.1 Lesões de pele Sete estudos (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Takeda et al, 1998; Kelly et al, 2002; Crane et al, 2004; L'Her et al, 2004; Park et al, 2004) observaram lesões de pele com um evento entre os 170 pacientes do grupo CPAP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos CPAP e TP em relação às lesões de pele (RR 3.00; 95%IC 0.13, 69.52). 4. 6.6.1.2 Pneumonia Um estudo (Lin, Chiang, 1991) observou o efeito adverso pneumonia, entretanto nenhum evento ocorreu em qualquer dos grupos CPAP ou TP num total de 80 pacientes. 4. 6.14.1.3 Aspiração pulmonar Quatro estudos (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Lin, Chiang, 1991; Kelly et al, 2002) observaram o efeito adverso aspiração pulmonar, entretanto sem que nenhum evento tenha ocorrido em qualquer dos grupos CPAP ou TP, num total de 218 pacientes. 4. 6.6.1.4 Sangramento gastrointestinal Um estudo (Takeda et al, 1998) observou o efeito adverso sangramento gastrointestinal, apesar de nenhum evento ter ocorrido em qualquer dos grupos CPAP ou TP, num total de 22 pacientes. Resultados 4. 6.6.1.5 47 Distensão gástrica Seis estudos (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Lin, Chiang, 1991, Takeda et al, 1998; Park et al, 2004; L'He et al) observaram distensão gástrica nos pacientes. Ocorreram cinco eventos entre os 161 pacientes do grupo CPAP e nenhum evento entre 164 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos CPAP e TP em relação à distensão gástrica (RR 11.00; 95%IC 0.64, 189.65). 4. 6.6.1.6 Vômito Dois estudos (Crane et al, 2004; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso vômito. Ocorreu um evento num total de 47 pacientes do grupo CPAP e dois eventos num total de 47 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos CPAP e TP em relação a vômito (RR 0.50; 95%IC 0.05, 5.08). 4. 6.6.1.7 Asfixia Um estudo (Bersten et al, 1991) observou o efeito adverso asfixia, sem qualquer evento nos grupos CPAP ou TP, num total de 40 pacientes. 4. 6.6.1.8 Pneumotorax Três estudos (Bersten et al, 1991; Kelly et al, 2002; L'Her et al, 2004) observaram o efeito adverso barotrauma, sem nenhum evento em qualquer dos grupos CPAP ou TP, num total de 98 pacientes. 4. 6.6.1.9 Conjuntivite Resultados 48 Dois estudos (Kelly et al, 2002; L'Her et al, 2004) observaram o efeito adverso conjuntivite, embora nenhum evento tenha ocorrido em qualquer dos grupos CPAP ou TP, num total de 147 pacientes. 4. 6.6.1.10 Sinusite Um estudo (L'Her et al, 2004) observou o efeito adverso sinusite, apesar de nenhum evento ocorrer em qualquer dos grupos CPAP ou TP, num total de 89 pacientes. 4. 6.6.1.11 Desconforto com a máscara Um estudo (L'Her et al, 2004) observou o efeito adverso desconforto com a máscara, mas nenhum evento ocorreu em qualquer dos grupos CPAP ou TP, num total de 89 pacientes. 4. 6.6.2 NPPV bi-level versus TP Cinco estudos (Masip et al, 2000; Thys et al, 2002; Nava et al, 2003; Crane et al, 2004; Park et al, 2004) relataram efeitos adversos com a intervenção alocada. Ocorreram 39 efeitos adversos entre os 137 pacientes do grupo NPPV bi-level e oito efeitos adversos entre os 137 pacientes do grupo TP (Figura 30). Resultados 49 Figura 30. Gráfico de metanálises ou riscos relativos dos efeitos adversos com NPPV bi-level versus TP. Resultados 50 A descrição detalhada das complicações segue abaixo: 4. 6.6.2.1 Lesões de pele Cinco estudos (Masip et al, 2000; Thys et al, 2002; Nava et al, 2003; Crane et al, 2004; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso lesão de pele. Ocorreram 15 eventos num total de 137 pacientes do grupo NPPV bi-level e nenhum evento num total de 137 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP (RR 10.35; 95%IC 0.98, 109.04). 4. 6.6.2.2 Pneumonia Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso pneumonia. Ocorreu um evento num total de 65 pacientes do grupo NPPV bi-level e dois eventos num total de 65 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação à pneumonia (RR 0.50; 95%IC 0.05, 5.38). 4. 6.6.2.3 Desconforto com a máscara Três estudos (Masip et al, 2000; Nava et al, 2003; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso desconforto com a máscara. Ocorreram seis eventos no total de 114 pacientes do grupo NPPV bi-level e nenhum evento num total de 112 pacientes do grupo TP, mostrando que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação ao desconforto com a máscara (RR 7; 95%IC 0.89, 55.26). 4. 6.6.2.4 Sangramento gastrointestinal Dois estudos (Masip et al, 2000; Nava et al, 2003) observaram o efeito adverso sangramento gastrointestinal. Ocorreram três eventos num total de 85 pacientes do grupo NPPV bi-level e um evento num total de 85 pacientes do grupo TP. Resultados 51 Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação a sangramento gastrointestinal (RR 2.32; 95%IC 0.35, 15.42). 4. 6.6.2.5 Distensão gástrica Dois estudos (Thys et al, 2002; Park 2004) observaram o efeito adverso distensão gástrica. Ocorreram oito eventos num total de 32 pacientes do grupo NPPV bi-level e nenhum evento num total de 32 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação à distensão gástrica (RR 15.87; 95%IC 0.96, 262.30). 4. 6.6.2.6 Vômito Quatro estudos (Masip et al, 2000; Thys et al, 2002; Crane et al, 2004; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso vômito. Ocorreu um evento num total de 72 pacientes do grupo NPPV bi-level e dois eventos num total de 72 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação a vômito (RR 0.74; 95%IC 0.05, 10.50). 4. 6.6.2.7 Claustrofobia Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso claustrofobia. Ocorreu um evento num total de 65 pacientes do grupo NPPV bi-level e nenhum evento num total de 65 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação a claustrofobia (RR 3.00; 95%IC 0.12, 72.31). 4. 6.6.2.8 Pneumotórax Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso pneumonia. Não ocorreram eventos num total de 65 pacientes do grupo NPPV bi-level, mas ocorreu um evento num total de 65 pacientes do grupo TP. Não houve diferença Resultados 52 estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação a pneumotórax (RR 0.33; 95%IC 0.01, 8.03). 4. 6.6.2.9 Irritação nos olhos Um estudo (Masip et al, 2000) observou o efeito adverso irritação nos olhos, sem nenhum evento em qualquer dos grupos NPPV bi-level ou TP, num total de 40 pacientes. 4. 6.6.2.10 Sinusite Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso sinusite. Ocorreu um evento num total de 65 pacientes do grupo NPPV bi-level e nenhum evento num total de 65 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação à sinusite (RR 3.00; 95%IC 0.12, 72.31). 4. 6.6.2.11 Parada cardíaca Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso parada cardíaca. Ocorreram três eventos num total de 65 pacientes do grupo NPPV bi-level e dois eventos num total de 65 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação à parada cardíaca (RR 3.00; 95%IC 0.32, 28.09). 4. 6.6.2.12 Isquemia cerebral Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso isquemia cerebral, sem nenhum evento em qualquer dos grupos NPPV bi-level ou TP, num total de 130 pacientes. Resultados 4. 6.6.2.13 53 Convulsão Um estudo (Nava et al, 2003) observou o efeito adverso convulsão. Não ocorreram eventos num total de 65 pacientes do grupo NPPV bi-level, mas ocorreu um evento num total de 65 pacientes do grupo TP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e TP em relação a convulsão (RR 0.33; 95%IC 0.01, 8.03). 4. 6.6.3 CPAP versus NPPV bi-level Três estudos (Mehta et al, 1997; Crane et al, 2004; Park et al, 2004) relataram efeitos adversos com a intervenção alocada. Ocorreram 9 efeitos adversos em 68 pacientes do grupo NPPV bi-level e 8 efeitos adversos em 64 pacientes do grupo CPAP (Figura 31). Figura 31. Riscos relativos dos efeitos adversos com CPAP versus NPPV bi-level. Resultados 54 A descrição detalhada das complicações segue abaixo: 4. 6.6.3.1 Lesões de pele Três estudos (Mehta et al, 1997; Crane et al, 1997; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso lesões de pele. Ocorreu um evento num total de 68 pacientes do grupo NPPV bi-level e um evento num total de 64 pacientes do grupo CPAP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e CPAP em relação a lesões de pele (RR 1.00; 95%IC 0.07, 14.90). 4. 6.6.3.2 Pneumotórax Um estudo (Mehta et al, 1997) observou o efeito adverso pneumotórax, mas nenhum evento ocorreu em qualquer dos grupos NPPV bi-level ou CPAP, num total de 36 pacientes. 4. 6.6.3.3 Aspiração Pulmonar Um estudo (Mehta et al, 1997) observou o efeito adverso aspiração pulmonar, mas nenhum evento ocorreu em qualquer dos grupos NPPV bi-level ou CPAP, num total de 36 pacientes. 4. 6.6.3.4 Distensão gástrica Dois estudos (Mehta et al, 1997; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso distensão gástrica. Ocorreram oito eventos num total de 48 pacientes do grupo NPPV bi-level e cinco eventos num total de 44 pacientes do grupo CPAP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e CPAP em relação a distensão gástrica (RR 1.49; 95%IC 0.56, 4.00). Resultados 4. 6.6.3.5 55 Vômito Dois estudos (Crane et al, 2004; Park et al, 2004) observaram o efeito adverso vômito. Não ocorreram eventos num total de 49 pacientes do grupo NPPV bi-level, mas ocorreu um evento num total de 47 pacientes do grupo CPAP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e CPAP em relação a vômito (RR 0.33; 95%IC 0.01, 7.72). 4. 6.6.3.6 Desconforto com a máscara Dois estudos (Mehta et al, 1997 e Park et al, 2004) observaram o efeito adverso desconforto com a máscara. Não ocorreram eventos num total de 43 pacientes do grupo NPPV bi-level, mas ocorreu um evento num total de 40 pacientes do grupo CPAP. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos NPPV bi-level e CPAP em relação ao desconforto com a máscara (RR 0.31; 95%IC 0.01, 7.02). 4.6.7 Tempo de permanência hospitalar 4. 6.7.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho tempo de permanência hospitalar foi analisado em nove estudos, num total de 603 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao tempo de permanência hospitalar (WMD -0.27 dias; 95%IC -1.08, 0.55) (Figura 32). Resultados 56 Figura 32. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com NPPV versus TP. 4. 6.7.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho tempo de permanência hospitalar foi analisado em cinco estudos, num total de 337 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao tempo de permanência hospitalar (WMD -0.51 dias; 95%IC -1.69, 0.67) (Figura 33). Figura 33. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com CPAP versus TP. 4. 6.7.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho tempo de permanência hospitalar foi analisado em cinco estudos, num total Resultados 57 de 266 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao tempo de permanência hospitalar (WMD 0.12 dias; 95%IC -0.84, 1.08) (Figura 34). Figura 34. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com NPPV bi-level versus TP. 4. 6.7.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho tempo de permanência hospitalar foi analisado em dois estudos, num total de 81 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao tempo de permanência hospitalar (WMD 0.28 dias; 95%IC -2.52, 3.09) (Figura 35). Figura 35. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência hospitalar com CPAP versus NPPV bi-level. Resultados 58 4.6.8 Tempo de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) 4. 6.8.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho tempo de permanência na UTI foi analisado em quatro estudos, num total de 177 pacientes. O tempo de permanência na UTI foi significantemente menor nos pacientes do grupo NPPV em relação ao TP (WMD -1.07 dias; 95%IC -1.60, -0.53) (Figura 36). Figura 36. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência na UTI com NPPV versus TP. 4. 6.8.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho tempo de permanência na UTI foi analisado em três estudos, num total de 169 pacientes. O tempo de permanência na UTI foi significantemente menor nos pacientes do grupo CPAP em relação ao TP (WMD -1.09 dias; 95%IC -1.63, -0.56) (Figura 37). Figura 37. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico do tempo de permanência na UTI com CPAP versus TP. Resultados 4. 6.8.3 59 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho tempo de permanência na UTI foi analisado em um estudos, num total de oito pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao tempo de permanência na UTI (WMD 0.44 dias; 95%IC -1.02, 1.90) (Figura 38). Figura 38. Diferença média ponderada do tempo de permanência na UTI com NPPV bilevel versus TP. 4. 6.8.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho tempo de permanência na UTI foi analisado em um estudo, num total de 27 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao tempo de permanência na UTI (WMD 0.40 dias; 95%IC 2.59, 3.39) (Figura 39). Figura 39. Diferença média ponderada do tempo de permanência na UTI com CPAP versus NPPV bi-level. Resultados 60 4.6.9 PaO2 após uma hora de intervenção 4.6.9.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associada ao TP versus TP, o desfecho PaO2 após uma hora de intervenção, foi analisado em cinco estudos, num total de 234 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PaO2, após uma hora de intervenção (WMD -0.83mmHg; 95%IC -18.77, 17.11 (Figura 40). Figura 40. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. Legenda: WMD, weighted mean difference (= diferença média ponderada); Mean (= media); SD, standard deviation (= desvio padrão). O conjunto de resultados destes cinco estudos mostrou heterogeneidade significante, que não foi resolvida por não encontrarmos justificativa plausível para este fenômeno. Resultados 4.6.9.2 61 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho PaO2 após uma hora de intervenção, foi analisado em cinco estudos, num total de 119 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à PaO2 após uma hora de intervenção (WMD -2.64 mmHg; 95%IC -25.87, 20.59) (Figura 41) . Figura 41. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. O conjunto de resultados destes cinco estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção dos estudos de Räsänen et al (1985) e Lin e Chiang (1991) resolveu a heterogeneidade, entretanto, não encontramos justificativa para essa resolução. Com a exclusão desses estudos, os resultados tornaram-se estatisticamente significantes. A PaO2 após uma hora de intervenção, foi significantemente maior nos pacientes do TP em comparação aos do CPAP (WMD 22.09 mmHg; 95%IC -34.35, -9.83), num total de 117 pacientes (Figura 42). Figura 42. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com CPAP versus TP uma hora após a intervenção, após eliminar a heterogeneidade. Resultados 4.6.9.3 62 NPPV bi-level versus TP Na comparação de NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho PaO2 após uma hora de intervenção foi analisado em dois estudos, num total de 57 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à PaO2 após uma hora de intervenção (WMD 5.16 mmHg; 95%IC -32.26, 42.58) (Figura 43). Figura 43. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. 4.6.9.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação de CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho PaO2 após uma hora de intervenção, foi analisado em dois estudos, num total de 56 pacientes. A PaO2 após uma hora de intervenção foi significantemente maior nos pacientes que usaram NPPV bi-level em relação aos que usaram CPAP (WMD -27.36 mmHg; 95%IC -53.93, -0.80) (Figura 44). Figura 44. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PaO2 com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. Não foi possível realizar a metanálise das alterações da PaCO2 e do pH após uma hora, pois esses desfechos são avaliados dentro de uma média de Resultados 63 variação de normalidade. Assim sendo, sua interpretação pela metanálise ficaria incorreta. 4.6.10 Freqüência respiratória (FR) uma hora após a intervenção 4.6.10.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho FR após uma hora de intervenção foi analisado em nove estudos, num total de 524 pacientes. A FR após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV em relação aos do TP (WMD -2.63 rpm; 95%IC -3.67, 1.59) (Figura 45). Figura 45. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. 4.6.10.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho FR após uma hora de intervenção foi analisado em 7 estudos, num total de 300 pacientes. A FR após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos Resultados 64 pacientes que usaram CPAP em relação aos do TP (WMD -2.39 rpm; 95%IC -3.70, 1.07) (Figura 46). Figura 46. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.10.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho FR após uma hora de intervenção foi analisado em quatro estudos, num total de 224 pacientes. A FR após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV bi-level em relação aos do TP (WMD -3.07rpm; 95%IC 4.97, -1.18) (Figura 47). Figura 47. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.10.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP o desfecho FR após uma hora de intervenção foi analisado em quatro estudos, num total de 138 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante Resultados 65 entre os grupos em relação a FR após uma hora de intervenção (WMD 0.48 rpm; 95%IC -1.37, 2.32) (Figura 48). Figura 48. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FR com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. 4.6.11 Freqüencia cardíaca (FC) 1 hora após a intervenção 4. 6.11.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho FC após uma hora de intervenção foi analisado em 9 estudos, num total de 524 pacientes. A FC após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV em relação aos do TP (WMD -4.63 bpm; 95%IC -9.11, 0.15) (Figura 49). Figura 49. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. Resultados O conjunto de resultados 66 destes nove estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção do estudo de Räsänen et al (1985) resolveu a heterogeneidade, uma vez que, o menor valor de FC basal foi a diferença encontrada neste estudo. Desta forma, os resultados se mantiveram estatisticamente significantes. A FC após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV em relação ao TP (WMD -5.99 bpm; 95%IC -9.88, -2.09), num total de 487 pacientes (Figura 50). Figura 50. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com NPPV versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade. 4. 6.11.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho FC após uma hora de intervenção foi analisado em sete estudos, num total de 300 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a FC após uma hora de intervenção (WMD -4.45 bpm; 95%IC -10.81, 1.92) (Figura 51). Resultados 67 Figura 51. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. O conjunto de resultados destes sete estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção dos estudos de Räsänen et al (1985) e L’Her (2004) resolveu a heterogeneidade, no entanto não encontramos uma justificativa para esta resolução. Todavia, os resultados continuaram mostrando que não havia diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à FC após uma hora de intervenção (WMD -4.10 bpm; 95%IC -8.93, 0.72) (Figura 52). Figura 52. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com CPAP versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade. 4.6.11.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho FC após uma hora de intervenção foi analisado em quatro estudos, num total de 224 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a FC após uma hora de intervenção (WMD -4.71bpm; 95%IC -11.00, 1.58) (Figura 53). Resultados 68 Figura 53. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.11.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP o desfecho FC após uma hora de intervenção foi analisado em três estudos, num total de 102 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a FC após uma hora de intervenção (WMD 0.58 bpm; 95%IC -5.76, 6.92) (Figura 54). Figura 54. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da FC com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. 4.6.12 Pressão arterial sistólica (PAS) uma hora após a intervenção 4. 6.12.1 NPPV versus TP Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho PAS após uma hora de intervenção foi analisado em seis estudos, num total de 268 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em Resultados 69 relação a PAS após uma hora de intervenção (WMD 0.69 mmHg; 95%IC -4.70, 6.08) (Figura 55). Figura 55. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.12.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP o desfecho PAS após uma hora de intervenção foi analisado em seis estudos, num total de 211 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAS após uma hora de intervenção (WMD -0.12 mmHg; 95%IC -6.56, 6.81) (Figura 56). Figura 56. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. Resultados 4. 6.12.3 70 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho PAS após uma hora de intervenção foi analisado em dois estudos, num total de 57 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAS após uma hora de intervenção (WMD 4.00 mmHg; 95%IC -9.25, 17.25) (Figura 57). Figura 57. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.12.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho PAS após uma hora de intervenção foi analisado em três estudos, num total de 102 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAS após uma hora de intervenção (WMD -4.79 mmHg; 95%IC -15.47, 5.89) (Figura 58). Figura 58. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. O conjunto de resultados destes três estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção do estudo de Bellone et al (2004) resolveu a Resultados 71 heterogeneidade, uma vez que a PAS dos pacientes ao entrarem neste estudo era mais elevada em relação aos dos estudos de Park et al, 2001 e Crane et al, 2004. Entretanto, os resultados continuaram mostrando que não havia diferença significante entre os grupos em relação à PAS após uma hora de intervenção (WMD -0.94 mmHg; 95%IC -7.72, 5.84), num total de 56 pacientes (Figura 59). Figura 59. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAS com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade. 4.6.13 Pressão arterial diastólica (PAD) uma hora após a intervenção 4. 6.13.1 NPPV versus TP Na comparação de NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho PAD após uma hora de intervenção foi analisado em cinco estudos, num total de 224 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à PAD após uma hora de intervenção (WMD -0.28 mmHg; 95%IC -6.99, 5.83) (Figura 60). Figura 60. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. Resultados O conjunto de resultados 72 destes cinco estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção dos estudos de Räsänen et al (1985) e Crane et al (2004) resolveu a heterogeneidade, entretanto não encontramos justificativa para essa resolução. Com a exclusão destes estudos os resultados tornaram-se estatisticamente significantes. A PAD após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram NPPV em relação ao TP (WMD 6.39 mmHg; 95%IC -11.42, -1.36), num total de 124 pacientes (Figura 61). Figura 61. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com NPPV versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a heterogeneidade. 4. 6.13.2 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP, o desfecho PAD após uma hora de intervenção foi analisado em cinco estudos, num total de 167 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAD após uma hora de intervenção (WMD -0.92 mmHg; 95%IC -9.10, 7.27) (Figura 62). Resultados 73 Figura 62. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. O conjunto de resultados destes cinco estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção dos estudos de Räsänen et al (1985) e Crane et al (2004) resolveu a heterogeneidade, entretanto não encontramos justificativa para essa resolução. Com a exclusão destes estudos os resultados tornaram-se estatisticamente significantes. A PAD após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram CPAP em relação ao TP (WMD 7.32 mmHg; 95%IC -12.79, -1.86), num total de 107 pacientes (Figura 63). Figura 63. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus TP uma hora após a intervenção, após analisar a hetrogeneidade. 4. 6.13.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP, o desfecho PAD após uma hora de intervenção foi analisado em dois estudos, num total de 57 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAD após uma hora de intervenção (WMD 2.10 mmHg; 95%IC -5.32, 9.52) (Figura 64). Resultados 74 Figura 64. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.13.4 CPAP versus NPPV bi-level Na comparação do CPAP associado ao TP versus NPPV bi-level associado ao TP, o desfecho PAD após uma hora de intervenção foi analisado em três estudos, num total de 102 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAD após uma hora de intervenção (WMD -4.21 mmHg; 95%IC -13.68, 5.26) (Figura 65). Figura 65. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção. O conjunto de resultados destes três estudos mostrou heterogeneidade significante. A remoção do estudo de Crane et al (2004) resolveu a heterogeneidade, uma vez que a PAD inicial dos seus participantes era inferior a dos demais estudos quando levamos em consideração a média. Com a exclusão deste estudo os resultados tornaram-se estatisticamente significantes. A PAD após uma hora de intervenção foi significantemente menor nos pacientes que usaram CPAP em relação ao NPPV bi-level (WMD -7.32 mmHg; 95%IC -12.79, -1.86), num total de 107 pacientes (Figura 66). Resultados 75 Figura 66. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAD com CPAP versus NPPV bi-level uma hora após a intervenção, após analisar a hetrogeneidade. 4.6.14 Pressão arterial média (PAM) uma hora após a 4. 6.14.1 NPPV versus TP intervenção Na comparação da NPPV associado ao TP versus TP, o desfecho PAM após uma hora de intervenção foi analisado em três estudos, num total de 256 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAM após uma hora de intervenção (WMD -2.41 mmHg; 95%IC -8.27, 3.45) (Figura 67). Figura 67. Gráfico de metanálise da diferença média ponderada de efeito randômico da PAM com NPPV versus TP uma hora após a intervenção. Resultados 4. 6.14.2 76 CPAP versus TP Na comparação do CPAP associado ao TP versus TP o desfecho PAM após uma hora de intervenção foi analisado em um estudo, num total de 89 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a PAM após uma hora de intervenção (WMD 3.00 mmHg; 95%IC -5.31, 11.31) (Figura 68). Figura 68. Diferença média ponderada da PAM com CPAP versus TP uma hora após a intervenção. 4. 6.14.3 NPPV bi-level versus TP Na comparação do NPPV bi-level associado ao TP versus TP o desfecho PAM após uma hora de intervenção foi analisado em dois estudos, num total de 167 pacientes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação à PAM após uma hora de intervenção (WMD -5.42 mmHg; 95%IC -11.60, 0.76) (Figura 69). Figura 69. Diferença média ponderada da PAM com NPPV bi-level versus TP uma hora após a intervenção. O modelo de efeito fixo assegurou a robustez dos resultados obtidos com o modelo de efeito randômico em todos os desfechos. Resultados 4.7 77 Pesquisa de viés de publicação Ao analizarmos o “funnel-plot” dos 17 estudos comparando a NPPV com TP incluídos no desfecho mortalidade podemos perceber que o viés de publicação é pouco provável de ter ocorrido nesta revisão sistemática, uma vez que o gráfico é simétrico (Figura 70). Figura 70. Funnel-plot do risco relativo de mortalidade com NPPV versus TP. 5 DISCUSSÃO Discussão 79 Os resultados dos 21 estudos incluidos nesta revisão mostraram claramente a efetividade e a segurança do uso da NPPV (CPAP e NPPV bi-level) como terapia adjuvante do tratamento padrão ao conduzir pacientes com insuficiência respiratória devido a edema pulmonar cardiogênico. A NPPV associada ao TP mostrou significativa diminuição na mortalidade hospitalar, na freqüência de intubação e no tempo de permanência na UTI, além de melhorar mais rapidamente a FR e a FC e PAD, esta última após a análise da heterogeneidade, e ainda ser mais bem tolerada que o TP isolado. A segurança foi demonstrada por não aumentar a incidência de IAM ou de efeitos adversos durante a utilização da NPPV. Entretanto o CPAP deve ter prioridade na escolha da terapêutica não invasiva, uma vez que a NPPV bi-level não teve poder estatístico para demonstrar sua efetividade quando comparado separadamente ao TP. Embora o “guideline” europeu sobre insuficiência cardíaca aguda de 2005 (Nieminen et al, 2005) não tivesse apresentado evidências convincentes para indicar o uso da NPPV como grau de recomendação I no edema pulmonar cardiogênico, isto se torna possível a partir desta revisão, pois demonstramos que a NPPV é uma terapia benéfica, útil e efetiva no tratamento do edema pulmonar cardiogênico. E diante da rígida e reconhecida metodologia da Colaboração Cochrane, os dados desta revisão se tornam confiáveis, como vêm demonstrando alguns estudos que destacam o diferencial qualitativo das revisões Cochrane (Jadad et al, 2000; McKibbon et al, 2004). E o reconhecimento disso, evidenciou-se nesta revisão, pela notável colaboração de onze autores (Räsänen et al, 1985; Bersten et al, 1991; Takeda et al, 1998; Delclaux et al, 2000; Masip et al, 2000; Kelly et al, 2002; Thys et al, 2002; Nava et al, 2003; Crane et al, 2004; Park et al, 2004; Bellone et al, 2005) de estudos incluídos que responderam e/ou enviaram os dados adicionais solicitados, fato não muito comum, principalmente quando se trata de dados de mais de 20 anos. Vale lembrar que esta revisão incluiu artigos de diversas partes do mundo, o que sugere que resultados semelhantes são possíveis, independentemente da etnia e das variáveis locais das instituições ao oferecer a terapêutica. Das revisões sistemáticas publicadas sobre o tema, nenhuma conseguiu envolver um número semelhante de estudos como esta (Pang et al, 1998; Hess, 2004; Nadar et al, 2005). Talvez porque suas estratégias de buscas tenham sido menos abrangentes nos termos, nas bases de dados e/ou na linguagem. Nossa revisão incluiu um total de 21 estudos comparativamente a nove na revisão sistemática de Discussão 80 Nadar et al (2005), quatro na de Hess (2004) e três na de Pang et al (1998). Portanto, nossa metanálise nos permitiu um maior poder estatístico e, conseqüentemente, resultados mais consistentes. Pang et al, em 1998, já haviam demonstrado a diminuição na freqüência de intubação nos pacientes que utilizaram CPAP, mas ainda não havia evidência para suportar o uso do NPPV bi-level no EPCA. Já Hess, em 2004, embora não tenha conseguido demonstrar a efetividade do NPPV bi-level, sugeriu em sua análise de subgrupo que o NPPV bi-level poderia ser benéfico em pacientes hipercápnicos que sofrem de EPCA. Nadar et al, em 2005, concluiram que a NPPV bilevel diminuía a necessidade de intubação, melhorava a oxigenação e parecia ser mais bem tolerado e mais efetivo que CPAP em pacientes com EPCA, no entanto, como a segurança da NPPV bi-level ainda gerava dúvidas, devido à maior incidência de IAM, não pôde preconizar seu uso em situações agudas, todavia essa conclusão foi embasada em uma revisão literária. Nadar et al (2005) fez uma atualização do estudo de Pang et al (1998), em que a efetividade do CPAP em diminuir a necessidade de intubação se mantinha, enquanto o desfecho mortalidade continuava sem comprovação de efetividade. Contudo este resultado já seria viável desde 1998, como demonstrado no gráfico de metanálise cumulativa por data (Figura 4). Nossa revisão demonstrou a efetividade da NPPV e do CPAP comparada ao TP em reduzir a mortalidade hospitalar. Nossos resultados demonstram que uma morte pode ser evitada a cada 13 pacientes com edema pulmonar cardiogênico agudo (EPCA) tratados com NPPV e similarmente, uma morte pode ser prevenida a cada nove pacientes com EPCA tratados especificamente com CPAP. Isto significa que podemos salvar cerca de 77 vidas a cada 1.000 pacientes com EPCA, quando adicionamos o uso da NPPV ao TP. Resultados semelhantes não foram vistos com o uso do NPPV bi-level comparado ao TP, provavelmente devido ao menor número de estudos e ao fato de o total de pacientes ser insuficiente para ter poder estatístico comprobatório ou não de significativa redução no risco de mortalidade, uma vez que proporcionalmente os resultados apresentaram um número semelhante de mortes (12% CPAP e 10% NPPV bi-level). O número de estudos com NPPV bi-level teve apenas 26% de poder estatístico para detectar uma redução na mortalidade quando comparado ao tratamento padrão, conseqüentemente, uma grande possibilidade de erro tipo II, ou seja, de não encontrar uma diferença quando ela verdadeiramente existe. Contudo, ao compararmos CPAP com NPPV bi-level não verificamos diferenças estatisticamente significantes em relação à mortalidade, o que Discussão 81 reforça a idéia de que ambas as terapias são efetivas e que a diferença entre elas em relação à mortalidade talvez não tenha relevância clínica. A freqüência de intubação endotraqueal foi significantemente reduzida em nossa revisão sistemática com o uso da NPPV em relação ao TP, pois demonstramos que se pode evitar uma intubação endotraqueal a cada oito pacientes (ou sete se basearmos na análise de sensibilidade) tratados com NPPV. Resultados semelhantes foram obtidos na comparação do CPAP com o TP, uma vez que uma intubação pode ser evitada a cada seis pacientes tratados com CPAP. Entretanto, ao compararmos o NPPV bi-level com o TP, não observamos diferenças estatisticamente significantes em relação à freqüência de intubação endotraqueal, talvez pelo menor poder estatístico do agrupamento dos estudos nesta comparação, como pode ter ocorrido no desfecho mortalidade. Assim como a comparação do CPAP com NPPV bilevel por não ter apresentado diferença estatisticamente significante, o que nos leva a crer que ambas as terapias são efetivas e que as diferenças entre elas talvez não sejam de significância clínica. Embora esta revisão tenha demonstrado a efetividade da NPPV em diminuir a freqüência de intubação, não foi possível avaliar se a NPPV poderia protelar este desfecho, como sugerido no estudo de Wood et al (1998). Esse estudo aleatório relata que houve significante demora para intubar e ventilar mecanicamente os pacientes que receberam NPPV bi-level em relação ao TP em pacientes com insuficiência respiratória aguda. Entretanto, ao analisar esse estudo, verificamos que essa diferença não foi estatisticamente significante (p=0.055), mesmo porque o número de eventos nos grupos era muito pequeno (sete intubações no grupo NPPV bi-level e cinco no grupo TP) para demonstrar poder nessa diferença, assim como não foram estatisticamente significantes as diferenças entre os grupos em relação ao desfechos mortalidade. De forma oposta, no estudo de Confalonieri et al (1999), em pacientes com pneumonia, apesar do NPPV bi-level ter diminuído a necessidade de intubação, não foram observadas diferenças no tempo para intubar e iniciar a ventilação mecânica (Confalonieri et al, 1999). Em nossa revisão, não encontramos diferenças entre as formas de NPPV e o TP ou entre CPAP e NPPV bi-level em relação à freqüência de IAM durante ou após o uso de NPPV. Entretanto alguns estudos (Mehta et al, 1997; Rutherholtz er al, 1999; Sharon et al, 2000) vinham demonstrando uma maior incidência de IAM em pacientes que utilizaram NPPV bi-level, embora nenhum deles explicasse com clareza se o IAM estava presente na admissão ou se ocorria após o uso de NPPV bi-level. Discussão 82 Bellone et al (2004) desenharam um estudo com critérios mais rígidos para detectar o desfecho IAM durante o uso de CPAP ou NPPV bi-level. Entretanto não detectaram diferenças significantes, assim como a metanálise dos estudos que analisaram esse desfecho e foram incluídos nesta revisão. Mehta et al (1997) demonstraram uma maior incidência de infartos nos pacientes que usaram NPPV bi-level em relação ao CPAP e consideraram que a possível causa seria a diminuição da capacidade de trabalho cardíaco. Contrariamente Gust e Bohrer (1998) argumentaram não terem encontrado diferenças significantes na capacidade de trabalho cardíaco entre os pacientes que usaram CPAP e NPPV bi-level em seu estudo. Vale lembrar que o processo de alocação do estudo de Mehta et al (1997) não foi descrito e a proporção entre os pacientes que apresentaram dor torácica no início do estudo e apresentaram IAM foi semelhante. Rusterholtz et al (1999) demonstraram em um estudo não controlado que os pacientes que usaram NPPV bi-level, e necessitaram ser intubados, tinham uma maior incidência de infarto e morreram. Entretanto, ao analisarmos os dados, verificamos que esses pacientes tinham uma menor fração de ejeção na avaliação ecocardiográfica, o que sugere uma maior gravidade na população de seu estudo. Também o estudo de Sharon et al (2000) levantou dúvidas a esse respeito, pois foi finalizado precocemente, devido ao maior número de falhas terapêuticas (intubação e IAM) no grupo NPPV bi-level. Embora seu critério de exclusão incluísse ECG com elevação do segmento ST consistente com infarto, os valores de pico de creatinina kinase foram significantemente superiores no grupo NPPV bi-level, o que, para o autor, justificou os altos índices de IAM, que, associado a uma hipoxemia grave, levou a uma maior necessidade de intubação nesse grupo. Entretanto, como um ECG isolado não tem uma boa sensibilidade para diagnosticar IAM (Turi et al, 1985; Singer et al, 1997; Rajappa, Sharma, 2005), pode ser que esses pacientes já estivessem infartando ao serem alocados e não que a intervenção com NPPV bi-level tivesse aumentado a incidência de IAM. Vale lembrar que o processo de alocação não foi adequado nesse estudo. Sharon demonstrou que altas doses de nitrato de isosorbida eram mais efetivas que NPPV bi-level associado a doses mais baixas de isosorbida-dinitrato, entretanto Lin (1995) usou doses bem mais elevadas como TP em ambos os grupos (controle e CPAP), e os melhores resultados ventilatórios, gasométricos, menor freqüência de intubação e menos falhas terapêuticas foram encontrados no grupo CPAP. Além do mais, no estudo de Sharon et al (2000), foram utilizados baixos níveis pressóricos para a oferta do NPPV bi-level, o que poderia ser uma assistência ventilatória inadequada. Discussão 83 Nosso estudo não apresentou diferença estatisticamente significante em relação ao tempo de permanência hospitalar nas comparações NPPV e TP, CPAP vs TP, NPPV bi-level vs TP ou CPAP vs NPPV bi-level. E quando realizamos uma nova análise com os estudos que analisaram o tempo de permanência hospitalar excluindo os óbitos (Bersten et al, 1991; Lin et al, 1995; L’Her, 2004) os resultados permaneceram sem diferença estatística entre os pacientes do grupo CPAP e TP (WMD 1.01 dias; 95%IC -1.32, 3.35). Entretanto houve uma redução no tempo de permanência na UTI de um dia nos pacientes do grupo NPPV comparado ao TP e CPAP comparado ao TP, mas não foi possível realizar a metanálise do desfecho tempo de permanência na UTI excluindo os óbitos, uma vez que apenas o estudo de Lin et al (1995) realizou essa análise. Outros estudos têm demonstrado uma redução no tempo de permanência hospitalar em pacientes com EPC que usaram CPAP (Holt et al, 1994), ou têm relacionado a diminuição da necessidade de intubação com a diminuição no tempo de permanência hospitalar (Wysocki et al, 1995). Embora nossa revisão tenha demonstrado que NPPV, CPAP e NPPV bi-level são mais bem tolerados que o TP é necessário que outros estudos analisem se a não tolerância ao tratamento está relacionada a desfechos mais relevantes, como mortalidade e freqüência de intubação, assim como o estudo de Crane et al (2004), que observou que, apesar de um maior número de pacientes do grupo CPAP não ter tolerado o tratamento, esse foi o grupo com maior sobrevida quando comparado com NPPV bi-level e TP. Nosso estudo não apresentou diferença estatisticamente significante em relação aos efeitos adversos entre qualquer das comparações. Todavia, ao comparar NPPV bi-level ao TP, os efeitos adversos lesões de pele, distensão gástrica e desconforto com a máscara mostraram uma tendência desfavorável à NPPV bi-level, entretanto, quando esses eventos ocorriam eram, geralmente, relatados pelos autores como de pouca significância clinica (Quadro 2). Estes achados são semelhantes aos de outra publicação (Bach et al, 1997). Discussão 84 QUADRO 2. EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS COM A ADMINISTRAÇÃO DE NPPV Número de Número total eventos de pacientes com NPPV com NPPV bi bi-level level 185 15 156 0 40 1 65 Aspiração pulmonar 0 143 0 36 Distensão gástrica 5 178 8 51 0 11 3 85 Vômito 1 47 1 72 Pneumotorax 0 107 0 84 Asfixia/Claustrofobia 0 20 1 65 1 83 6 128 Sinusite 0 43 1 65 Cunjuntivite 0 70 Irritação nos olhos 0 20 Parada cardíaca 3 65 Isquemia cerebral 0 65 Convulsão 0 65 Número de Número total eventos de pacientes com CPAP com CPAP Lesões de pele 1 Pneumonia Eventos Adversos Sangramento gastrointestinal Desconforto com a máscara Uma vez que os resultados gasométricos não apresentaram alterações significativas, em sua maioria, torna-se questionável sua importância como fator preditor de mortalidade ou necessidade de intubação, que são desfechos realmente relavantes. Uma vez que alguns estudos mais recentes levantaram a hipótese que o subgrupo de pacientes com edema pulmonar cardiogênico agudo e hipercapnia poderiam se beneficiar mais da NPPV, principalmente o NPPV bi-level, resolvemos realizar uma análise “post-hoc” por meio de uma metanálise dos estudos Discussão 85 que apresentavam indivíduos hipercápnicos na admissão e ao compararmos a NPPV com o TP, detectamos um risco relativo de morte menor que o da população geral de pacientes com edema pulmonar cardiogênico (RR 0.62; 95%IC 0.40, 0.97) (Figura 71), e uma redução na diferença de risco absoluto nesse desfecho (DR -0.11; 95%IC -0.17, -0.05), assim como uma redução no risco relativo de intubação endotraqueal (RR 0.39; 95%IC 0.18, 0.86) (Figura 72), e uma discreta diferença no risco absoluto nesse desfecho (DR -0.14; 95%IC -0.26, -0.02); embora essas diferenças não sejam estatisticamente significantes. Da mesma forma, encontramos uma redução no risco relativo favorável ao NPPV bi-level, ao compararmos a mortalidade e a freqüência de intubação, respectivamente, em pacientes hipercápnicos na comparação CPAP versus NPPV bi-level [RR 1.17; 95%IC 0.20, 6.76 (Figura 73) e RR 1.32; 95%IC 0.43, 4.08 (Figura 74)] e na comparação NPPV bi-level versus TP [RR 0.60; 95%IC 0.32, 1.13 (Figura 75) e (RR 0.44; 95%IC 0.14, 1.39 (Figura 76)]; embora tais diferenças não sejam estatisticamente significantes. Nossos achados assim como outras literaturas (Rusterholtz et al, 1999; Hoffmann; Welte, 1999) sugerem que os pacientes com PaCO2 basal elevada responderiam melhor a NPPV. Esses estudos não-controlados justificam que o NPPV bi-level seria mais benéfico para pacientes afetados por doenças pulmonares crônicas ou por desordens nas quais os músculos da respiração estivessem provavelmente fadigados, uma vez que promoveria o descanso dessa musculatura, minimizando, com isto, a incidência de hipercapnia e o desenvolvimento de acidose respiratória. Da mesma forma, estudos aleatórios têm sugerido que o NPPV bi-level é mais efetivo em diminuir a necessidade de intubação e o tempo de permanência na UTI em pacientes com insuficiência respiratória aguda e hipercapnia (Masip et al, 2000; Wysocki et al, 1995) e ainda melhorar a dispnéia, a FR e a relação PaO2/FiO2 em pacientes com EPC e hipercapnia (Nava et al, 2003). Esses achados são compatíveis com os achados em pacientes com pneumonia adquirida na comunidade (Confalonieri et al, 1999). Em contrapartida, no estudo não controlado de Valipour et al (2004) sobre NPPV bi-level no EPC, o subgrupo de pacientes com hipocapnia na admissão, apresentou um maior risco de mortalidade hospitalar (87%) e necessidade de intubação (14%). Em contrapartida, no estudo aleatório de Lin e Chiang (1991) os pacientes também eram hipocápnicos, entretanto o grupo CPAP apresentou uma menor freqüência de intubação, sem diferença quanto à mortalidade quando comparado ao TP. Apesar de hipocápnicos, estes pacientes não apresentavam alcalose, embora, também não apresentassem melhora significativa na PaCO2 ou no Discussão 86 pH após uma hora. Essa hipocapnia e não alteração da PaCO2 e pH poderiam ter sido conseqüência da alta fração inspirada de oxigênio (100%) recebida pelos pacientes durante os primeiros 30 minutos antes dos dados basais serem colhidos e ainda mantido por três horas, visto que altas frações inspiradas de oxigênio levam a uma resposta hiperventilatória e conseqüente hipocapnia (Becker et al, 1996; Iscoe, Fisher, 2005). Figura 71. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV versus TP. Discussão 87 Figura 72. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV versus TP. Figura 73. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte em pacientes hipercápnicos na admissão com CPAP versus NPPV bi-level. Discussão 88 Figura 74. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação em pacientes hipercápnicos na admissão com CPAP versus NPPV bi-level. Figura 75. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho morte em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV bi-level versus TP. Figura 76. Gráfico de metanálise de risco relativo de efeito randômico do desfecho freqüência de intubação endotraqueal em pacientes hipercápnicos na admissão com NPPV bi-level versus TP. Em nossa revisão não observamos diferença estatisticamente significante entre NPPV e TP ou entre NPPV bi-level e TP em relação a PaO2 após uma hora de intervenção. Entretanto, ao compararmos CPAP e TP, após a resolução Discussão 89 da heterogeneidade, a PaO2 foi estatisticamente maior nos pacientes do TP após uma hora, e, na comparação do CPAP com NPPV bi-level, NPPV bi-level mostrou uma melhora significante em relação a PaO2, resultado compatível com o do estudo de Philip-Joet et al (1999), em que o NPPV bi-level aumentou a PaO2 e diminuiu a PaCO2 mais do que o CPAP. Da mesma forma, o estudo aleatório, “cross-over” de Väisänen e Räsänen (1987) não percebeu grandes alterações com uso do CPAP versus TP em relação a PaO2, e considerou que a melhora nas variáveis cardio-pulmonares não estaria relacionada à melhora na hipoxemia. Talvez esta seja uma hipótese verdadeira, uma vez que todos os estudos que avaliaram a PaO2 mostraram uma tendência em diminuir a mortalidade e/ou a freqüência de intubação com o uso da NPPV e não necessariamente uma melhora na PaO2 dentro da primeira hora de uso da NPPV, talvez a justificativa para essa não melhora da hipoxemia fosse aumento de consumo de oxigênio pelo miocárdio. Seria importante, também, que se fizesse a análise do índice PaO2/FiO2, uma vez que a PaO2 terá uma influência direta da FiO2, embora, isto não tenha sido previsto no protocolo desta revisão. Observamos uma redução estatisticamente significante da FR nos pacientes que usaram NPPV comparado ao TP, CPAP comparado ao TP e NPPV bilevel comparado ao TP, mas não uma diferença entre CPAP e NPPV bi-level. Embora a redução tenha sido estatisticamente significante, em termos clínicos não é, uma vez que, em média, os pacientes continuavam taquipneicos. Apesar de essa diferença poder aumentar com o passar do tempo de uso da NPPV, como mostram os estudos de Takeda et al (1997) e Takeda et al (1998), que, mesmo sem terem avaliado a FR na primeira hora, mostraram uma diminuição progressiva entre a 6ª e 24ª hora de uso do CPAP em relação ao TP. Houve uma redução estatisticamente significante da FC nos pacientes que usaram NPPV comparativamente ao TP. Entretanto, na comparação CPAP versus TP os resultados só foram significativos e favoráveis ao CPAP após a resolução da heterogeneidade. Não observamos diferenças estatisticamente significantes entre NPPV bi-level comparativamente ao TP e CPAP comparado a NPPV bi-level em relação à FC após uma hora de intervenção. Embora alguns resultados sejam estatisticamente significantes, em termos clínicos não são, uma vez que, em média, os pacientes continuaram taquicárdicos. Entretanto, assim como a FR, a FC poderia mostrar diferenças mais significativas com o passar do tempo de uso da NPPV, como mostram os estudos de Takeda et al (1997) e Takeda et al (1998), que, mesmo Discussão 90 não tendo avaliado a FC na primeira hora, mostraram uma diminuição após 24 horas de uso do CPAP em relação ao TP. A NPPV passou a ser utilizada nos departamento de emergência desde 1991 (Bersten et al, 1991), mas somente a partir de 2001 esta passou a ser uma prática mais comum, como demonstrado em diversos estudos subseqüentes (Levitt, 2001; Kellyet al, 2002; Thys et al, 2002; Nava et al, 2003; Park et al, 2004; L'Her et al, 2004; Crane et al, 2004; Bellone et al, 2004; Bellone et al, 2005). Em nossa revisão, os pacientes tratados com NPPV no departamento de emergência apresentaram uma menor mortalidade (RR 0.66; 95%IC 0.45, 0.96) comparado aos pacientes tratados na UTI (RR 0.57; 95%IC 0.32, 1.03) (Figuras 77 e 78), embora esta diferença não seja estatísticamente significante. Há ainda estudos não aleatórios mostrando que pacientes trados com NPPV bi-level durante o transporte até o hospital apresentaram uma melhora mais rápida da SaO2 e da dispnéia em relação ao TP, mas não apresentaram diferenças quanto à mortalidade, freqüência de intubação ou tempo de permanência hospitalar. Aqueles tratados com CPAP parecem ter diminuída a necessidade de intubação (Craven et al, 2000; Kosowsky et al, 2001). Esses dados nos ajudam a reduzir as incertezas na tomada de decisão no departamento de emergência ou durante o transporte do paciente para o hospital, uma vez que o uso precoce da NPPV , principalmente o CPAP, poderia reduzir a frequência de intubação e a mortalidade de pacientes com EPC. Todavia a equipe deve estar adequadamente treinada para identificar a situação, indicar e instalar a NPPV. Figura 77. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de morte no departamento de emergência com NPPV versus TP. Discussão 91 Figura 78. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de morte na unidade de terapia intensiva com NPPV versus TP. O tempo gasto para instalar e monitorar o uso da NPPV tem sido questionado em alguns estudos, inclusive que profissional lidaria melhor com esse equipamento, mas ainda não há uma resposta conclusiva (Evans et al, 2001; Confalonieri et al, 1999; Kramer et al, 1995; Rosenberg, Goldstein, 1997). Contudo, em nossa revisão, não foi previsto analisarmos essas variáveis. Com o objetivo de tentar identificar os níveis pressóricos mais adequados para oferecer aos pacientes com edema pulmonar cardiogênico agudo, realizamos uma outra análise “post-hoc” e observamos que os estudos que utilizaram níveis pressóricos mais altos (IPAP >/=14 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP >/=8 cmH2O, e EPAP ou CPAP >/=10 cmH2O) apresentaram um menor risco relativo de morte (RR 0.53; 95%IC 0.28, 1.02) (Figura 79) e freqüência de intubação (RR 0.45; 95%IC 0.15, 1.34) (Figura 80) quando utilizaram NPPV versus TP. Da mesma forma, quando níveis pressóricos mais baixos foram utilizados (IPAP </=12 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP <8 cmH2O, e EPAP ou CPAP <10 cmH2O), o risco relativo de morte e freqüência de intubação, era respectivamente maior, nos pacientes do TP (RR 5.00; 95%IC 0.26, 98.00 e RR 4.00; 95%IC 1.62, 9.87) (Figuras 81 e 82). Assim sendo, a escolha dos níveis pressóricos parece estar diretamente relacionada aos desfechos mortalidade e freqüência de intubação. Também observamos que o sucesso da NPPV no tratamento do EPCA, por meio de uma tendência dos estudos em mostrar uma diminuição da mortalidade e da freqüência de intubação, parece estar relacionado a uma melhora na primeira hora de intervenção da PaO2 e da FR, sendo Discussão 92 que, nos pacientes que usaram NPPV bi-level, a melhora da PAM na primeira hora também indicou sucesso, assim como uma idade mais avançada (a maioria dos pacientes tinha entre 70 e 80 anos). Entretanto os estudos que demonstraram uma tendência ao sucesso nem sempre tinham parâmetros basais de hipercapnia ou acidose grave e, em geral, eram atendidos tanto na UTI como no DE e usaram tanto máscara nasal quanto facial. Diferentemente, em um estudo observacional prospectivo, os preditores de sucesso foram um baixo SAPS II (Simplified Acute Physiology Score), a admissão no departamento de emergência, elevada PaCO2 na admissão e melhora do índice PaO2/FiO2 dentro da primeira hora de tratamento (Rodriguez et al, 2005). Figura 79. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de morte com IPAP>/=14 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP >/=8 cmH2O e EPAP ou CPAP >/=10 cmH2O com NPPV versus TP. Discussão 93 Figura 80. Gráfico de metanálise de efeito randômico: risco relativo de freqüência de intubação endotraqueal com IPAP>/=14 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP >/=8 cmH2O e EPAP ou CPAP >/=10 cmH2O com NPPV versus TP. Figura 81. Risco relativo de morte com IPAP </=12 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP <8 cmH2O e EPAP ou CPAP <10 cmH2O com NPPV versus TP. Discussão 94 Figura 82. Risco relativo de freqüência de intubação endotraqueal com com IPAP </=12 cmH2O com diferença entre IPAP e EPAP <8 cmH2O e EPAP ou CPAP <10 cmH2O com NPPV versus TP. Na tentativa de identificar se há diferença entre as máscaras faciais e nasais em termos de efetividade, realizamos as metanálises com os estudos que utilizaram apenas um desses tipos de máscaras, e isso só foi possível na comparação do CPAP ao TP. Assim, observamos que há uma tendencia a favorecer a utilização da máscara nasal, uma vez que o risco relativo de morte (RR 0.21; 95%IC 0.05, 0.87) assim como a freqüência de intubação (RR 0.22; 95%IC 0.07, 0.66) foram relativamente menores que o risco relativo de morte (RR 0.65; 95%IC 0.43, 0.98) ou freqüência de intubação (RR 0.52; 95%IC 0.32, 0.82) quando se utilizou a máscara facial. Todavia esta diferença não é significativa, e o número de estudos que utilizaram máscaras nasais foi muito pequeno (apenas Takeda et al, 1997 e Takeda et al, 1998) para podermos concluir sobre o assunto. Uma vez demonstrados os benefícios da NPPV, é importante que se façam mais estudos comparando custos, como ocorreu no estudo de Newberry (1995), que demonstrou que a NPPV tem um custo muito menor que a ventilação mecânica. Em outro estudo, os gastos com equipamentos respiratórios foram menores quando utilizaram NPPV em relação ao TP, mas o total gasto com NPPV foi maior que no grupo TP (Kramer et al, 1995). Já o estudo prospectivo de Holt et al (1994) demonstrou que o CPAP em pacientes com EPC grave é custo-efetivo, pois diminui os custos diários e o tempo de permanência hospitalar, uma vez que, o custo de 35 pacientes Discussão 95 ventilados mecanicamente foi maior que o de 100 pacientes que utilizaram CPAP. Infelizmente, não foi possível analisar essa variável em nossa revisão. 5.1 Limitações desta revisão sistemática O TP é algo que variou muito entre os estudos, do que se infere que diferentes drogas e doses possam influenciar no efeito do tratamento. Um outro viés pode estar relacionado à inclusão da amostra, uma vez que não é possível padronizar os critérios de inclusão e exclusão dos estudos, o que poderia levar a características basais não tão semelhantes. Uma vez que houve uma grande variação entre os estudos em relação aos critérios de intubação, é possível que isso possa ser um viés que influencie o desfecho freqüência de intubação. 6 CONCLUSÕES Conclusões 6.1 97 Implicações para a prática Há evidências suficientes para afirmar que a ventilação com pressão positiva não-invasiva associada ao tratamento padrão é efetiva e segura para tratar edema pulmonar cardiogênico agudo, uma vez demonstrada a diminuição da mortalidade, da freqüência de intubação, do tempo de permanência na unidade de terapia intensiva, além da melhora mais rápida dos sinais vitais, ser mais bem tolerada e não aumentar a incidência de infarto agudo do miocárdio ou de efeitos adversos quando comparado ao tratamento padrão somente. No entanto o CPAP deve ser considerado como primeira opção na escolha da VPPNI, uma vez que até então a metanálise dos estudos com VPPNI bilevel não teve poder estatístico para definir sua efetividade. 6.2 Implicações para pesquisa Mais estudos são necessários para reduzirmos as incertezas quanto ao tempo de internação hospitalar, mortalidade a longo prazo, nível pressórico mais adequado, momento certo para iniciar a terapia, custos, tempo gasto no manuseio e monitoração e indicação do profissional mais adequado para lidar com os equipamentos de NPPV. Outros estudos são necessários para elucidar se o subgrupo de pacientes com EPCA e hipercapnia se beneficia mais quando utilizado um dos aparelhos (CPAP ou NPPV bi-level), se ocorre um alívio maior da sobrecarga da musculatura da respiração com NPPV bi-level do que com o CPAP, e ainda, se um desses aparelhos é mais efetivo que o outro. Revisões sistemáticas do mesmo tema, mas com ênfase no alívio da sobrecarga da musculatura da respiração e nos desfechos hemodinâmicos (pressão cardíaca transmural, “output” cardíaco, fração de ejeção, regurgitação valvar), também se fazem necessários para avaliarmos a repercussão da NPPV na função hemodinâmica, uma vez que, de acordo com a disfunção cardíaca, o efeito da pressão positiva pode ser diferente (Chadda et al, 2002; Bellone et al, 2002; Lenique et al, 1997; Baratz et al, 1992; Bradley, 1992). 7 ANEXOS Anexos Anexo 1 – Ficha para coleta dos dados Revisão Sistemática: Efetividade e segurança da NPPV no EPC AUTOR/ ANO DE PUBLICAÇÃO PERGUNTA Processo de randomização Alocação Mascaramento Duração Desenho do estudo Multicentrico ITT Consentimento informado PARTICIPANTES N Local Idade Sexo Critério diagnóstico MÉTODOS História Critério de exclusão OBS 97 Anexos INTERVENÇÕES Intervenção Nível de PEEP Nível de PS N Tempo Co-intervenção Grupo controle N OBS Mortalidade Freqüência de intubação Permanênica na UTI Permanência hospitalar Incidência de IAM Gases do sangue aterial PaO2 PCO2 pH Sinais vitais FR FC PA Falhas no tratamento Efeitos adversos Intolerância ao tratamento Perdas/ abandonos OBS 98 Anexos 99 Anexo 2 – Características dos estudos excluídos Estudo Acosta 2000 Albert 2000 Andrade 1998 Antonelli 2001 Barach 1938 Baratz 1992 Bellone 2002 Blomqvist 1991 Bollaert 2002 Bouquin 1998 Bradley 2000 Brezins 1993 Brijker 1999 Brochard 1998 Carbone 2000 Chadda 2002 Crane 2002 Craven 2000 Cross 2000 Cross 2003 Cydulka 2005 Domenighetti 2002 Du Cailar 1975 Eaton 2002 Evans 2001 Fromm 1995 Giacomini 2003 Girou 2003 Guerra 2005 Guntupalli 1984 Gust 1998 Hao 2002 Hess 2004 Hilberg 1997 Hipona 1996 Hoffman B 1999 Razão para exclusão Não encontrou critérios para inclusão. Não encontrou critérios para inclusão. Não encontrou critérios para inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Não encontrou critérios para inclusão. Estudo envolvendo outro tipo de suporte ventilatório (PAV). Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Não encontrou critérios para inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Era apenas uma carta comentando o estudo de l’Her 2004. Era o mesmo estudo publicado em: Am J Respir Crit Care Med, 168(1432-7) in 2003. Era um ECA, crossover, mas seus desfechos não encontraram critérios para inclusão nesta revisão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Era apenas uma carta comentando o estudo de Nava 2003. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Incluia pacientes com outras patologias de base. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Era apenas uma carta ao editor. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Era apenas uma carta ao editor. Não era um ECA ou ECQA. Anexos Hoffmann 1999 Holt 1994 Hotchkiss 1998 Hughes 1999 Iapichino 2004 Jackson 2000 Jackson 2001 Jackson R 2001 Kallio 2003 Keenan 2004 Kelly 2001 Kiely 1998 Kindgen-Milles 2000 Kosowsky 2000 Kosowsky 2001 Kramer 1995 L'Her 1998 L'Her E 1998 Lal 1969 Lapinsky 1994 Lenique 1997 Liesching T 2003 Lo Coco 1997 Mackay CA 2000 Massaria 1976 Meduri 1991 Mehta 2000 Mehta 2004 Mehta 2005 Minuto 2003 Mollica 2001 Moritz 2003 Murray 2002 Murray 2003 Nadar 2005 Nava 2001 Nava 2002 Newberry 1995 Nikki 1982 100 Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Era apenas uma carta ao editor. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Era apenas uma carta ao editor. Os desfechos não encontraram nossos critérios de inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Comparava apenas diferentes máscaras de oxigênio. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Continha apenas o resumo e não possuía dados suficientes para ser incluído. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Os desfechos não encontraram nossos critérios de inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Os desfechos não encontraram nossos critérios de inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Era o mesmo estudo publicado por Nava 2003, incluído nesta revisão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Comparava CPAP com ventilação mecânica convencional. Anexos Niranjan 1998 Panacek 2002 Pang 1998 Park 2002 Park 2005 Perel 1983 Philip-joet 1999 Pollack 1996 Poponick 1999 Poulton 1936 Rabatin 1999 Rasanen J 1985 Rizk 1982 Roche 2003 Rusterholtz 1999 Sacchetti 2001 Sachetti 1995 Salvucci A 2001 Sarullo 2004 Severinghaus 2002 Simonds 2000 Sinuff 2000 Somauroo 2000 Sutton 2002 Uy 2003 Vaisanen 1987 Valipour 2004 Werdan 1999 Widger 2001 Wood 1998 Wright 2001 Wysocki 1995 Wysocki 1999 101 Era apenas uma carta ao editor. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Era o mesmo estudo publicado por Park 2004, incluído nesta revisão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Era apenas uma carta ao editor. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não encontrou critérios para inclusão. Era apenas uma carta ao editor. Comparava CPAP com ventilação mecânica convencional. Os desfechos não encontraram nossos critérios de inclusão. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Não era um ECA ou ECQA. Este estudo era com pacientes com insuficiência respiratória aguda e incluia um subgrupo de pacientes com edema pulmonar cardiogênico. Entretanto, embora o autor tenha sido contactado para enviar os dados deste subgrupo separadamente, não obtivemos resposta. Era apenas uma carta ao editor. Este estudo era com pacientes com insuficiência respiratória aguda e incluia um subgrupo de pacientes com edema pulmonar cardiogênico. Entretanto, embora o autor tenha sido contactado para enviar os dados deste subgrupo separadamente, não obtivemos resposta. Não era um ECA ou ECQA. 8 APÊNDICE Apêndice Apêndice – Protocolo publicado na Cochrane Library Non-invasive positive pressure ventilation (CPAP or BiPAP) in cardiogenic pulmonary oedema [Protocol] FMR Vital, A Sen, AN Atallah, MTT Ladeira, BGDO Soares, KEA Burns, C Hawkes The Cochrane Database of Systematic Reviews 2005, Issue 4 Copyright © 2005 The Cochrane Collaboration. Published by John Wiley & Sons, Ltd. DOI : 10.1002/14651858.CD005351 This version first published online: 20 July 2005 in Issue 3, 2005 Date of Most Recent Substantive Amendment: 09 May 2005 This record should be cited as: Vital FMR, Sen A, Atallah AN, Ladeira MTT, Soares BGDO, Burns KEA, Hawkes C. Non-invasive positive pressure ventilation (CPAP or BiPAP) in cardiogenic pulmonary oedema. The Cochrane Database of Systematic Reviews 2005, Issue 3. Art. No.: CD005351. DOI: 10.1002/14651858.CD005351. Abstract This is the protocol for a review and there is no abstract. The objectives are as follows: The objective of this review is to determine the effectiveness and safety of NPPV compared to standard medical therapy in adult patients with acute, or acute on chronic, cardiogenic pulmonary oedema with respect to mortality. As a secondary objective we will look at tracheal intubation rates, changes in blood gases and vital signs, hospital and intensive care unit (ICU) length of stay, effect of positive end-expiratory pressure (PEEP) levels, and bilevel NPPV vs CPAP, duration of therapy, treatment failure, complications, increase in frequence of acute myocardial infarction, compliance of patients in accepting the NPPV. Background Acute heart failure (AHF) is defined as the rapid onset of signs and symptoms secondary to abnormal cardiac function. Cardiac dysfunction can be related to systolic or diastolic dysfunction, to abnormalities in cardiac rhythm, or to pre-load and after-load mismatch. It is often life threatening and requires urgent treatment. AHF may occur with or without previous cardiac disease and can culminate in acute cardiogenic pulmonary oedema (ACPO), that is accompanied by severe respiratory distress, with crackles over the lung on ascultation, orthopnoea and O 2 saturation usually at <90% prior to treatment (Nieminen 2005). Diagnosis can be verified by chest X-ray. Congestive heart failure occurred in 4,900,000 Americans in 2005, and in 10 million people in countries that are represented by the European Society of Cardiology. In USA 400,000 new cases are diagnosed each year. In the under 75 age group the incidence is greater in women than in men (AHA 2005; Gehlbach 2004; Nieminen 2005). Patients with AHF have a very poor prognosis. Mortality is particularly high in patients with acute myocardial infarction (AMI) accompanied by severe heart failure, with a 30% 12 month mortality. Likewise, in acute pulmonary oedema a 12% in-hospital and 40% 1 year mortality have been reported (Nieminen 2005). There are no available data on the incidence on ACPO. The pathophysiological changes that occur in ACPO cause fluid to escape from the pulmonary capillaries and fill the airspaces. The rate of trans vascular fluid filtration exceeds the rate of fluid removal by the lymphatics (Allison 1991). The Apêndice failure of the cardiac pump causes increased back pressure on the pulmonary circulation leading to the extravasation of fluid. This fluid fills the alveoli, dilutes surfactant and neutralises its lubricating properties. The lungs become stiff and expansion difficult, compliance is decreased and the work of breathing is dramatically increased (Chadda 2002; Martínez 1995; Meyer 1998; Park 2001). As gravity causes most of the oedema fluid to collect at the lung bases in the upright patient, there is intrapulmonary shunting and ventilation-perfusion (V-Q) mismatching in these areas. This causes the typical radiological appearance of upper lobe blood diversion. The clinical effects of this are: hypoxaemia, increased work of breathing, anxiety and the concurrent sympathetic nervous system response - tachycardia, hypertension, peripheral vasoconstriction and diaphoresis (Allison 1991). The most common causes of ACPO are acute coronary syndromes (60-70% of patients with AHF), hypertensive crisis, dilated cardiomyopathy, acute arrhythmia, valvular regurgitation, severe aortic valve stenosis, acute severe myocarditis, cardiac tamponade and aortic dissection (ACC/AHA 1995; Gibelin 2002; Nieminen 2005; SBC 2004). Most patients with ACPO can be treated with oxygen, diuretics, nitroglycerin, morphine sulfate, nitroprusside, dobutamine, dopamine, thrombolytic or urgent surgery (ACC/AHA 1995). However, some patients require endotracheal intubation and mechanical ventilation to survive. The object of mechanical ventilation is to increases pulmonary compliance and improve oxygenation by recruiting previously collapsed alveoli (ACC/AHA 1995; Levitt 2001). However, while lifesaving, invasive ventilation may lead to complications such as infection or injury to the trachea (Keenan 1997). Additionally, endotracheal intubation and mechanical ventilation may prolong intensive care unit or hospital stay because additional time may be necessary for weaning or for managing the complications of intubation (traumatic injury to the upper and lower airway and an increased risk of ventilator associated nosocomial infections) (Pang 1998). However today it is known the same objectives can be obtained in selected patients with the use of noninvasive positive pressure ventilation (NPPV). Systematic review about NPPV in patients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD) showed significant decreases in mortality, intubation rates, complications associated with treatment and treatment failure. It also demonstrated a rapid improvement, within the first hour, in pH, PaCO 2 and respiratory rate and a reduction in length of hospital stay (Ram 2004). There are two main forms of NPPV: continuous positive airway pressure CPAP) and bi-level positive pressure ventilation ( Bi-level or BiPAP®- Respironics, Inc, Murrysville, PA). CPAP maintains positive pressure throughout the whole respiratory cycle preventing alveoli from collapsing at the end of expiration. Thus, less energy is used re-opening stiff alveoli. This leads to an increase in lung compliance, a decrease in threshold work, a decrease in preload and afterload (Allison 1991; Bersten 1991; Martínez 1995; Rasanen 1985). CPAP improves arterial blood oxygenation (PaO2) by increasing the functional residual capacity of the lungs, improving gas exchange and reducing intrapulmonary shunt. By preserving spontaneous respiratory effort, high mean airway pressures are avoided and a lower mean intrathoracic pressure develops during inspiration. This prevents the adverse cardiovascular effects associated with high intrathoracic pressures; any secondary reduction in venous return is minimised and the risk of barotrauma is potentially removed (Covelli 1982; Kelly 1997). Relief of respiratory distress with CPAP has been associated with significant haemodynamic improvement and reversal of hypertension and tachycardia (Väisänen 1987). The Bi-level combines Apêndice pressure support on inspiration (IPAP or PS) with a positive end expiratory pressure (EPAP or PEEP). This device would theoretically provide not only the benefits of CPAP, but also inspiratory assistance to reduce respiratory muscle activity (Mehta 1997). CPAP and Bi-level NPPV require the use of a mask (nasal, oronasal or total) at the patient -ventilator interface (Chadda 2002; Keenan 1997). Complications associated with the use of NPPV include leaks that compromise ventilation, mask discomfort, skin breakdown, eye irritation, sinus congestion, oronasal drying and patient-ventilator dyssynchrony. Although gastric insufflation is a common complication of NPPV delivery, it is rarely of clinical significance. Pneumothoraces and pneumonias also can occur with NPPV administration but are less common than with invasive mechanical ventilation (AARC 1997). There has also been concern that NPPV may delay endotracheal intubation and mechanical ventilation resulting in a worse outcome (Wood 1998). Over the last 30 years there have been various reports in the literature about the effectiveness of NPPV therapy for patients with ACPO. Utilisation has however remained sporadic especially in many emergency departments. The reasons for this may include the need for constant patient supervision, the inexperience of staff in using the equipment, the lack of availability of the equipment and concerns about the potential adverse effects and complications of CPAP (Bersten 1991; Pang 1998). A randomised study showed that NPPV was effective in the treatment of ACPO; the findings showed an accelerated recovery of vital signs and arterial blood gases, and avoidance of intubation (Park 2001). The role of bi-level ventilation in ACPO remains controversial. Bi-level ventilation was associated with a more rapid recovery in respiratory and haemodynamic parameters compared with patients treated with CPAP (Lin 1991). However, Bi-level was associated with a higher rate of myocardial infarction in this and in another study (Mehta 1997). Mehta conducted a randomised controlled trial with a sample of 27 patients comparing CPAP with bi-level. The study was prematurely terminated due to an increased incidence of myocardial infarction in the BiPAP group. The interim analysis found no difference in hospital mortality (one death in the NIV group, two deaths in the CPAP group) or need for intubation (one in each group). Comparison of the two groups at entry showed that more patients with chest pain were entered into the BiPAP group, raising the possibility of entry mismatch as an explanation for the higher number of myocardial infarctions in the BiPAP treated group (Mehta 1997). In spite of the potential advantages of NPPV for managing acute cardiogenic pulmonary oedema, there appears to be a lack of high quality clinical evidence to support these interventions. The purpose of this review is to establish the existing evidence base for the use of NPPV for ACPO by reviewing high quality clinical studies, to make pratice recommendations based on the available evidence and to propose areas for future research. Objectives The objective of this review is to determine the effectiveness and safety of NPPV compared to standard medical therapy in adult patients with acute, or acute on chronic, cardiogenic pulmonary oedema with respect to mortality. As a secondary objective we will look at tracheal intubation rates, changes in blood gases and vital signs, hospital and intensive care unit (ICU) length of stay, effect of positive end-expiratory pressure (PEEP) levels, and bilevel NPPV vs CPAP, duration Apêndice of therapy, treatment failure, complications, increase in frequence of acute myocardial infarction, compliance of patients in accepting the NPPV. Criteria for considering studies for this review Types of studies Studies will only be included if they are randomised controlled trials (RCT) or quasi-randomised controlled trials (QRCT) with or without blinding (although blinding seems unlikely to be feasible). QRCT are those studies in which the allocation procedure is unlikely to be adequately concealed, such as coin flips, oddeven numbers or according to patient social security numbers, days of the week or medical record numbers. Types of participants Only studies of adult subjects with acute or acute on chronic cardiogenic pulmonary oedema will be included in this review. All subjects must have the diagnosis of cardiogenic pulmonary oedema using internationally accepted criteria such as those by the American Heart Association (ACC/AHA 1995) or European Society of Cardiology (Nieminen 2005). The diagnosis of AHF is based on the symptoms and clinical findings such as: dyspnoea, shortness of breath (dry cough, sometimes with frothy sputum), pallor or even cyanosis, cold clammy skin, and normal or elevated blood pressure. Fine rales are usually audible over the lung fields. This should be supported by appropriate investigations such as ECG, chest X-ray (to show pulmonary congestion/oedema), biomarkers, and Doppler-echocardiography. Trials where subjects have a primary diagnosis of pneumonia, or other underlying pathologies, and weaning studies will not be considered for inclusion in this review. Types of intervention Intervention: standard medical care (SMC) (ACC/AHA 1995) for the management of cardiogenic pulmonary oedema plus NPPV (CPAP or Bi-level) applied through a nasal or facemask. The control group may include any form of standard therapy for the management of cardiogenic pulmonary oedema, but which does not involve NPPV or any other kind of ventilatory support . Types of outcome measures Primary outcome measure: • Hospital mortality. Secondary outcome measures: Apêndice • • • • • • • • • • • Length of Intensive Care Unit (ICU) stay. Hospital length of stay. Arterial blood gases (PaCO 2 , PaO 2 ) and pH one-hour post intervention. Vital signs: respiratory rate, heart rate, blood pressure one-hour post intervention. PEEP levels, PS levels and bilevel NPPV vs CPAP. Duration of therapy. Tracheal intubation rate. Treatment failure (the combination of mortality and/or intubation and/or intolerance to theallocated treatment). Complications (fistulae, pneumothorax, bleeding, hospital infection, important leaks, mask discomfort, skin breakdown, eye irritation, sinus congestion, oronasal drying, gastric insufflation and patient-ventilator dyssynchrony). Incidence of acute myocardial infarction. Compliance of patients with NPPV. Search strategy for identification of studies See: Heart Group search strategy 1. Electronic databases: We will search the following databases: the Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) on The Cochrane Library, MEDLINE (1966 to present), EMBASE (1980 to present), CINAHL (1982 to present) and LILACS (1982 to present). The search strategy for CENTRAL is detailed below. This will be combined with a highly sensitive search strategy for identifying RCTs for MEDLINE (Dickersin 1994) and EMBASE (Lefebvre 1996). Search strategy for CENTRAL (Terms in capitals are exploded MeSH terms and those in lower case are text word searches.): #1 HEART FAILURE CONGESTIVE #2 MYOCARDIAL INFARCTION #3 (cardiogenic near edema) #4 (cardiogenic near oedema) #5 (pulmonary near edema) #6 (pulmonary near oedema) #7 (cardiac next failure) #8 (heart next failure) #9 (cardiac next insufficiency) #10 (heart next insufficiency) #11 (left next ventricular next insufficiency) #12 (left next ventricular next dysfunction) #13 (wet near lung) #14 (#1 or #2 or #3 or #4 or #5 or #6 #7 or #8 or #9 or #10 or #11 or #12 or #13) #15 RESPIRATION ARTIFICIAL #16 VENTILATORS MECHANICAL #17 (mechanical next ventilation) #18 (artificial next ventilation) #19 (assisted next ventilation) #20 (artificial next respiration) Apêndice #21 #22 #23 #24 #25 #26 #27 #28 #29 #30 #31 #32 #33 #34 #35 #36 #37 #38 #39 #40 #41 #42 #43 #25 #44 #36 #45 #46 #47 (positive next pressure next ventilation) (pulmonary next ventilat*) respirator or respirators (non next invasive next ventilation) (noninvasive next ventilation) (non-invasive next ventilation) (pressure next support next ventilation) (inspiratory next positive next pressure next ventilation) (positive next end next expiratory next pressure) (bi-level next positive next airway next pressure) (bilevel next positive next airway next pressure) bipap nippv nppv niv niav cpap aprv ippb ippv peep (mask next ventilation) (#15 or #16 or #17 or #18 or #19 or #20 or #21 or #22 or #23 or #24 or ) (#26 or #27 or #28 or #29 or #30 or #31 or #32 or #33 or #34 or #35 or ) (#37 or #38 or #39 or #40 or #41 or #42) (#43 or #44 or #45) (#46 and #14) 2. Reference cross-checking: We will check the reference lists of retrieved articles to check for other related published and unpublished studies. 3. Personal communication: In addition, authors of included RCTs, members of the Cochrane Heart Group, experts in this field and manufacturers of ventilators will be contacted for information pertaining to published and unpublished materials. 4. Language: No language restrictions will be applied. Methods of the review The recommendations of the Cochrane Handbook will be followed (Alderson 2004). Two authors (Vital and Sen) will independently select trials found with the search strategy, extract the data, assess trial quality, and analyse the results. In case of disagreements, a third author (Atallah) will be consulted. If a consensus cannot be reached, the trial's author will be approched to resolve the issue. Until then the data will not be included in the review. Apêndice Selection of studies and data extraction Authors will screen the title and abstracts of publications obtained by the search strategy. Unpublished data will be requested from the primary authors when necessary. A standard form will be used to extract the following data: characteristics of the study (design, methods of randomisation, withdrawals / dropouts); participants (age, gender); intervention (type of NPPV, timing and duration of therapy, co-interventions); control (agent and dose); outcomes (types of outcome measures, timing of outcomes, adverse events); and results. This data will then be entered into Review Manager 4.2.7 (RevMan 2003) by a third party who will also identify and resolve discrepancies in the data extraction forms. Study quality grading Methodological quality of the included trials will be assessed with particular emphasis on allocation concealment, intention-to-treat analysis and loss to followup (Schulz 1995). We will also consider obtaining informed consent from participants as a quality criteria. 1. Allocation Concealment: A. Adequate - Randomisation method described such that it would not allow investigator/participant to know or influence intervention group before eligible participant entered in the study. B. Unclear - Randomisation stated but no information on method used available. C. Inadequate - Method of randomisation used such as alternate medical record numbers or unsealed envelopes; any information in the study that indicated that investigators or participants could influence intervention group. D. Not done. 2. Intention-to-treat analysis: Yes - Specifically reported by authors that intention-to-treat analysis was undertaken and this to be confirmed on study assessment. No - Not reported and lack of intention-to-treat analysis confirmed on study assessment. (Patients who were randomised were not included in the analysis because they did not receive the study intervention, they withdrew from the study or were not included because of protocol violation). Not stated. 3. Completeness to follow-up: Percentage of participants excluded/lost to follow-up. Statistical analysis Data from all trials will be analysed using RevMan 4.2.7(RevMan 2003). We will pool continuous variables (such as measurement of blood gases, vital signs) using the weighted mean difference (WMD) or standardized mean difference (SMD - using a scoring system) with 95% confidence intervals (95%CI). Apêndice We will pool dichotomous variables using relative risk (RR) with 95%CIs. The number needed to treat (NNT) will be calculated for statistically significant results. Data will be pooled using the random effects model. A fixed effects model will also be used to ensure robustness of the model chosen. Heterogeneity Heterogeneity among pooled estimates will be tested using the I 2 . A pvalue of <0.1 will be considered statistically significant. This illustrates the percentage of the variability in effect estimates resulting from heterogeneity rather than sampling error. In the presence of significant heterogeneity and if there are a sufficient number of studies which report the outcome, we will conduct exploratory analyses to investigate potential sources of heterogeneity. Sensitivity analysis If there are sufficient studies we will conduct a sensitivity analysis to assess the effect of excluding quasi-randomised controlled trials (QRCT) on the outcomes of mortality and the need for endotracheal intubation. Subgroups analysis Subgroup analysis will be used to explore possible sources of heterogeneity (e.g. participants, treatments and study quality). Heterogeneity among participants could be related to age, gender or comorbid pathology. Heterogeneity in treatments could be related to prior treatment(s) used, pressure level or duration of therapy. Adverse effects will be tabulated and assessed with descriptive techniques, as they are likely to be different for the various agents (CPAP/BiPAP) used. Where possible, the risk difference with 95% CI will be calculated for each adverse effect, either compared to no treatment or to another agent. If sufficient RCTs are identified, an attempt will be made to examine for publication bias using a funnel plot (Egger 1997). Potential conflict of interest There are no known conflicts of interest. Sources of support • No sources of support supplied External sources of support Internal sources of support Apêndice • • Department of Internal and Therapeutic Medicine, Universidade Federal de São Paulo BRAZIL Brazilian Cochrane Centre BRAZIL Cover Sheet Title Non-invasive positive pressure ventilation (CPAP or BiPAP) in cardiogenic pulmonary oedema Author(s) Vital FMR, Sen A, Atallah AN, Ladeira MTT, Soares BGDO, Burns KEA, Hawkes C Contribution of author(s) Flávia Vital has done the protocol conceiving, designing, coordinating and writing and will do the following tasks: selection of studies, quality evaluation, extraction and data analysis, final report and completion of the Cochrane publication. Ayan Sen has done the protocol writing and will do the following tasks: selection of studies, quality evaluation, extraction and data analysis. Álvaro Atallah has done the protocol writing and will do the following tasks: selection of studies, data analysis, final report and completion of the Cochrane publication. Expertise advice. Magdaline Ladeira has done the protocol writing and will do the following tasks: selection of studies, quality evaluation, and completion of the Cochrane publication. Bernardo Soares has done the protocol writing and will do the following tasks: selection of studies, data analysis, final report and completion of the Cochrane publication. Expertise advice. Karen Burns has done the protocol writing and will do the following tasks: undertaking searches, screening search results organising retrieval of papers, writing to authors of papers for additional information, providing additional data about papers and obtaining and screening data on unpublished studies. Claire Hawkes will do the following tasks: undertaking searches, screening search results organising retrieval of papers, writing to authors of papers for additional information, providing additional data about papers and obtaining and screening data on unpublished studies. Issue protocol first published 2005 Issue 3 Date of most recent amendment May 24, 2005 Date of most recent SUBSTANTIVE amendment May 9, 2005 Apêndice Review expected to be published in Issue 3, 2005 Contact address Ms Flávia Vital Post-graduation student Brazilian Cochrane Centre - Universidade Federal de São Paulo Av. Getúlio Vargas 409, apart. 202 – Muriaé - Minas Gerais – BRAZIL. 36880-000 [email protected] phone: 55 32 3728 2241. fax: 55 11 5575 2970 DOI 10.1002/14651858.CD005351 Cochrane Library number CD005351 Editorial group Cochrane Heart Group Editorial group code HM-VASC References Additional references AARC 1997 The American Association for Respiratory Care. 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Additionally, we reviewed the bibliographies of all included studies and contacted your authors, experts, equipment manufacturers, and the Heart Group of Cochrane Collaboration. No language restrictions were applied. Study Selection: We selected blinded or unblinded randomized or quasi-randomized clinical trials evaluating adult patients with acute or acute-on-chronic cardiogenic pulmonary edema and reporting any: of hospital mortality, endotracheal intubation rate, hospital and intensive care unit length of stay, incidence of acute myocardial infarction, arterial blood gases and pH alteration and vital signs alteration. Data Extraction: Two authors independently selected articles meeting the inclusion criteria, assessed study quality with emphasis on allocation concealment, intention-to-treat analysis and loss to follow-up. Data extraction was undertaken through a standardized form. Results: We included 21 studies involving 1071 participants. Use of noninvasive ventilation led to significant reductions in hospital mortality [Relative Risk (RR) 0.64; 95% Confidence Interval (CI) 0.47, 0.87], endotracheal intubation rate (RR 0.53; 95%IC 0.35, 0.82) and intensive care unit length of stay [weighted mean difference (WMD) –1.07 days; 95%IC -1.60,-0.53]. We noted non significant differences in the incidence of acute myocardial infarction during (RR 1.23; 95%IC 0.78, 1.93) or after noninvasive ventilation (RR 1.08; 95%IC 0.11, 10.23), side-effects and in hospital length of stay. Further led to significant improvement in respiratory (WMD -2.63 rpm; 95%IC -3.67, -1.59) and cardiac rate (WMD -4.63 bpm; 95%IC -9.11, -0.15) after one hour intervention. Conclusion: Noninvasive positivepressure ventilation is an effective and safe intervention for the treatment of adult patients with cardiogenic pulmonary edema. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Biliografia Consultada 1. Acosta B, DiBenedetto R, Rahimi A, Acosta MF, Cuadra O, Van Nguyen A, et al. 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