6° ENCONTRO DE COORDENAÇÃO DO PNAFM Brasília/DF - Novembro/2006 CADASTRO E JUSTIÇA FISCAL 1 CADASTRO E JUSTIÇA FISCAL Msc. Eng. Civil Carlos Etor Averbeck [email protected] 2 O QUE É MÁ GESTÃO? DEIXAR O CADASTRO 50% DESATUALIZADO? OU 30%? DEIXAR DE COBRAR DEVIDAMENTE OS TRIBUTOS? TRATAR DE FORMA IGUAL CIDADÃOS EM SITUAÇÃO DISTINTA? DEIXAR DE EXECUTAR DEVER DE OFÍCIO (ATUALIZAR O CADASTRO E A PVG)? 3 Questões Comuns dos Municípios Como aumentar a arrecadação do IPTU? Como corrigir as injustiças do IPTU? Como atualizar os valores da planta de valores? Como evitar grandes desgastes ao modificar o IPTU? Como aumentar os recursos para investimento? 4 OS PROBLEMAS NA GESTÃO PÚBLICA E SUAS SOLUÇÕES NÃO SÃO ISOLADOS CADASTRO VALORES DOS IMÓVEIS SAÚDE INSTITUIÇÕES TRIBUTOS CIDADÃO HABITAÇÃO ASSISTÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA PLANEJAMENTO POLÍTICA GESTÃO LAZER 5 INJUSTIÇAS SOCIAIS ARRECADAÇÃO ARRECADAÇÃO RISCOS ALTERAÇÕES FÍSICAS E DE USO ARRECADAÇÃO IPTU PREÇO PÚBLICO TAXAS PLANEJ. URBANO INFRA-ESTRUTURA ESPECULAÇÃO ARRECADAÇÃO ITBI RECEITAS SOLO CRIADO INFORMALIDADE ARRECADAÇÃO IMPOSTO RENDA ITCMD CM ITR ARRECADAÇÃO DOAÇÕES DIREITOS DOS MENORES NÃO UTILIZAÇÃO ARRECADAÇÃO POLÍTICA AGRÍCOLA POLÍTICA AMBIENTAL ARRECADAÇÃO 6 PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS RECEITAS MUNICIPAIS 2003 (STN) RECEITA TRIBUTÁRIA TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% ATÉ 2 MIL HAB. 2 A 5 MIL HAB. 5 A 10 MIL HAB. 10 A 20 MIL HAB. 20 A 50 MIL HAB. 50 A 100 MIL HAB. 100 A 200 200 A 500 500 MIL A MIL HAB. MIL HAB. 1000 HAB. 1000 A 5000 MIL HAB. MAIS DE 5000 HAB. 7 Receitas Tributárias/Receitas Correntes Totais 8 IPTU/Hab. Urbano (TCE- SC 2000) 9 Município Araranguá Renda (R$) Pop. Urbana (PIB/Hab.) 2000 (Hab.) 290,08 45.052 IPTU/Hab. Urb. IPTU LANÇADO 2000 (R$) 1998 (R$) 17,83 1.404.034 IPTU ARREC. 1998 (R$) 685.291 EFETIVIDADE 0,4881 Balneário Camboriú Blumenau Brusque Caçador Chapecó 670,28 462,28 416,42 276,22 341,64 73.455 241.943 73.256 55.542 134.592 160,29 26,23 28,92 25,31 33,84 20.654.483 19.007.312 3.768.194 2.416.423 6.577.612 8.946.751 6.681.099 2.097.668 1.477.706 3.561.522 0,4332 0,3515 0,5567 0,6115 0,5415 Concórdia Criciúma Florianópolis Itajaí 380,50 407,95 701,42 387,00 45.254 153.049 332.185 141.950 24,06 10,64 64,61 31,84 1.917.193 8.691.047 50.728.490 9.530.643 860.357 4.673.760 16.548.898 3.469.000 0,4488 0,5378 0,3262 0,3640 Jaraguá do Sul Joinville Lages Palhoça 414,14 407,60 335,45 299,79 96.320 414.972 153.582 97.914 32,29 35,35 16,14 12,71 5.674.766 21.713.000 5.249.336 2.562.891 3.132.992 12.849.686 2.390.623 526.413 0,5521 0,5918 0,4554 0,2054 Rio do Sul São Bento do Sul São José Tubarão 391,61 324,54 427,58 382,69 48.418 61.826 171.230 69.925 31,48 55,37 31,41 25,54 36,88 4.102.642 3.883.944 13.660.565 3.823.725 185.366.300 1.537.072 3.236.620 6.242.688 1.613.634 80.531.780 0,3747 0,8333 0,4570 0,4220 0,4750 Desempenho dos maiores municípios de SC em 1998 (IBGE,2001) 10 DESEMPENHO EFETIVO 2000 X DESEMPENHO PROJETADO 2000 Renda/hab. (R$) Até 200 200 a 300 300 a 400 Mais de 400 TOTAL IPTU real 2000 1.530.211 19.997.107 28.147.418 88.434.801 138.109.353 IPTU projetado 2.510.967 28.524.741 41.630.826 119.694.810 192.361.343 Variação Pop. Urb. (mil) 64,09% 42,64% 47,90% 35,35% 39,28% Até 5 5 a 20 20 a 100 Mais de 100 TOTAL IPTU real 2000 5.277.339 20.874.144 50.917.991 61.039.879 138.109.353 IPTU projetado 8.229.707 29.089.402 64.688.833 90.353.401 192.361.343 Variação 55,94% 39,36% 27,05% 48,02% 39,28% DESEMPENHO EFETIVO E PROJETADO DOS MUNICÍPIOS DE SC (Averbeck, 2003) 11 COMO FINANCIAR O DESENVOLVIMENTO URBANO? 12 COMO EXERCITAR A JUSTIÇA SOCIAL? 13 O PROBLEMA NÃO É SÓ DO MUNICÍPIO. MAS COMO ESTRUTURAR O MUNICÍPIO PARA ENFRENTAR ESSAS QUESTÕES? 14 Dificuldades do Cadastro: • foco único na arrecadação (cadastro fiscal) • baixo nível de tecnologia (morosidade, imprecisão, insegurança) • ausência de rotinas de atualização • ausência de equipes de fiscalização • equipes de cadastro desmotivadas • cadastro arcaico, não simples 15 Dificuldades do Cadastro: • desvinculação do sistema legal de propriedades • não integração com outras instituições • não divulgação das informações registradas • não percepção da multifinalidade e dos benefícios no próprio mandato 16 Dificuldades da Planta de Valores Genéricos: • nível da avaliação distante do mercado • baixa uniformidade das avaliações • cálculo dos valores através de métodos e fórmulas inconsistentes • ausência de atualização da PVG • baixo conhecimento técnico dos municípios • aprovação em conjunto com a lei do IPTU • ação política nas avaliações 17 DESEMPENHO DA PVG 1 - Nível de Avaliação Relação entre o valor avaliado e o valor de mercado NA = VA / VM Para verificação do NA utiliza-se a MEDIANA 18 DESEMPENHO DA PVG 2 - Uniformidade Necessidade de avaliar os imóveis no mesmo nível K = VA / VM Para verificação do Grau de Uniformidade utiliza-se o CD - Coeficiente de Dispersão, que indica a variabilidade das avaliações em % 19 DESEMPENHO DA PVG Exemplo A Exemplo B Mediana: 1,00 Mediana: 1,00 Casos: 7 Observações VV/PV Desvio Casos: 7 Observações VV/PV Desvio 1 0,840 0,160 1 0,400 0,600 2 0,880 0,120 2 0,600 0,400 3 0,970 0,067 3 0,750 0,250 4 1,000 0,000 4 1,000 0,000 5 1,067 0,067 5 1,250 0,250 6 1,120 0,120 6 1,400 0,400 7 1,100 0,160 7 1,600 0,600 Soma CD [%]= 0,694 9,91 Soma CD [%]= 2,500 35,71 Parâmetros -> O que é aceitável? 20 DESEMPENHO DA PVG Exemplo A Exemplo B Mediana: 1,00 Mediana: 1,00 Casos: 7 Observações VV/PV Desvio Casos: 7 Observações VV/PV Desvio 1 0,840 0,160 1 0,400 0,600 2 0,880 0,120 2 0,600 0,400 3 0,970 0,067 3 0,750 0,250 4 1,000 0,000 4 1,000 0,000 5 1,067 0,067 5 1,250 0,250 6 1,120 0,120 6 1,400 0,400 7 1,100 0,160 7 1,600 0,600 Soma CD [%]= 0,694 9,91 Soma CD [%]= 2,500 35,71 Parâmetros -> O que consideramos aceitável? 21 ILUSTRAÇÃO DE INEQÜIDADE K 0.60 0.45 0.30 0.15 0.00 1 2 Preço baixo 3 4 5 6 Preço de venda Preço alto 22 Conseqüências aos Municípios: • baixa arrecadação • injustiça fiscal • subdeclaração e sonegação • informalidade e lavagem de dinheiro • baixa credibilidade da administração pública • alto custo político para atualização • inadimplência • não aplicação das leis (CF, CTN, LRF) 23 PERGUNTA CENTRAL: SE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL DEFINEM O VALOR VENAL (REFERENTE A VENDA, DE MERCADO) COMO BASE DE CÁLCULO DO IPTU, POR QUE NÃO SE APLICA A LEI? 24 ESTRUTURA BÁSICA DO IPTU VALOR DO TRIBUTO = VALOR DO IMÓVEL x ALÍQUOTA VALOR DO IMÓVEL = VALOR VENAL (MERCADO) ALÍQUOTA = VARIÁVEL 25 EXERCÍCIO IMÓVEL COM VALOR DE MERCADO DE R$ 100.000,OO VALOR DE AVALIAÇÃO DO MUNIC.: R$ 40.000,00 IPTU: 1% R$ 400,00/ANO VENDA POR R$ 100.000,00 ITBI: 2% R$ 800,00 26 EXERCÍCIO (cont.) • VALOR CONSTANTE NO REGISTRO DE IMÓVEIS: ? • VALOR LANÇADO NAS DECLARAÇÕES DE RENDA: ? • IMPOSTO DE RENDA: ? • PERPETUAÇÃO DO PROCESSO 27 EXERCÍCIO (cont.) • INFORMALIDADE • OUTROS NEGÓCIOS, OUTROS TRIBUTOS • LAVAGEM DE DINHEIRO OS PREJUÍZOS NÃO FINANCEIROS SÃO MUITO MAIORES QUE OS DE ORDEM FISCAL 28 IPTU - DIMENSÃO FISCAL • CADASTRO DESATUALIZADO • PVG DESATUALIZADA • SISTEMAS SEM SEGURANÇA • INADIMPLÊNCIA • AUSÊNCIA DE VONTADE POLÍTICA DE COBRAR • ALÍQUOTAS DESAJUSTADAS • RESULTADO: BAIXA ARRECADAÇÃO 29 IPTU - DIMENSÃO EXTRA-FISCAL • DEFASAGENS MAIORES NOS IMÓVEIS QUE MAIS SE VALORIZARAM • AVALIAÇÃO POR METODOLOGIA BASEADA NO CUSTO DAS EDIFICAÇÕES • INSEGURANÇA NOS SISTEMAS FAVORECE QUEM POSSUI INFLUÊNCIA • POLÍTICA TRIBUTÁRIA DEFINIDA EM GABINETES • RESULTADO: FORTE INJUSTIÇA FISCAL 30 IPTU - DIMENSÃO EXTRA-FISCAL • APLICAÇÃO DE OUTROS INSTRUMENTOS DE FINANCIAMENTO PÚBLICO (CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA, PREÇO PÚBLICO) • IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS E USO DAS FERRAMENTAS DO ESTATUTO DA CIDADE (SOLO CRIADO, IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO...) • ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR (JUSTA DIVISÃO DOS ÔNUS E BÔNUS DAS AÇÕES DO MUNICÍPIO) 31 IPTU - DIMENSÃO EXTRA-FISCAL • EXERCÍCIO DE POLÍTICA DE DESCONCENTRAÇÃO DE RENDA, ATRAVÉS DE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS • COMBATE À ESPECULAÇÃO DE TERRAS • PROJEÇÃO DE CENÁRIOS PARA QUALIFICAR A POLÍTICA TRIBUTÁRIA • APROVAÇÃO DE MUDANÇAS NO IPTU, EM RAZÃO DA FALTA DE CLAREZA NOS DADOS 32 IPTU - DIMENSÃO EXTRA-FISCAL • BAIXA EFETIVIDADE NO USO DO IPTU PROGRESSIVO • REDUÇÃO DA AUTO-ESTIMA E DO CONCEITO DOS GESTORES PÚBLICOS • POLÍTICAS PÚBLICAS COM BAIXA PARTICIPAÇÃO POPULAR • MODELO INDUTOR DA INFORMALIDADE • LAVAGEM DE DINHEIRO 33 IPTU - DIMENSÃO EXTRA-FISCAL • SUBDECLARAÇÃO DO PATRIMÔNIO E SONEGAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA • NÃO ATENDIMENTO DOS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS 34 PROPOSTAS E REFLEXÕES • DISCUSSÃO PÚBLICA DA AVALIAÇÃO E DA POLÍTICA TRIBUTÁRIA • PROCESSO TÉCNICO E PROCESSO POLÍTICO • IMPLANTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE (SOLO CRIADO, IPTU PROGRESSIVO...) • RESPONSABILIDADES DOS GESTORES 35 PROPOSTAS E REFLEXÕES • DESPOLITIZAÇÃO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO • CRIAÇÃO DE MECANISMO DE CONTROLE DE DESEMPENHO DA PVG E DO CADASTRO • DIMINUIÇÃO DO TEMPO ENTRE AVALIAÇÕES • CAPACITAÇÃO DOS MUNICÍPIOS • RECURSOS FINANCEIROS COM ASSISTÊNCIA TÉCNICA 36 PROPOSTAS E REFLEXÕES • CONTROLE DE QUALIDADE DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA PVG E DO CADASTRO • DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES À SOCIEDADE • ROTINAS DE ATUALIZAÇÃO • SISTEMAS DE SEGURANÇA • PARCERIAS 37 PERSPECTIVAS • FORTALECIMENTO DOS MUNICÍPIOS • PLANEJAMENTO E GESTÃO SOBRE INFORMAÇÃO • INFORMAÇÃO DE QUALIDADE • TRANSPARÊNCIA • JUSTIÇA SOCIAL • PARTICIPAÇÃO SOCIAL 38 PERSPECTIVAS • MARCO REGULATÓRIO DO CADASTRO • BUSCA PERMANENTE DA MULTIFINALIDADE • INTEGRAÇÃO COM REGISTRO DE IMÓVEIS • CAPACITAÇÃO TÉCNICA CRESCENTE • DISPONIBILIZAÇÃO RECURSOS FINANCEIROS • PARCERIAS 39 O CONHECIMENTO DA REALIDADE LOCAL É CONDIÇÃO BÁSICA PARA O SUCESSO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA 40 JUSTIÇA SOCIAL E SUSTENTABILIDADE EXIGEM INSTRUMENTOS DE GESTÃO ATUALIZADOS 41 CADASTRO E JUSTIÇA FISCAL Msc. Eng. Civil Carlos Etor Averbeck [email protected] 42