Discussão de Tema Educação Alimentar de forma Articulada e Integral no Currículo Escolar Discussão com base no Filme Ponto de Mutação A preocupação em conscientizar a sociedade como um todo sobre a importância em relação a um alimento adequado, visa um conhecimento maior na totalidade em estruturar sistemas justos, de base agroecológica e sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos, instituir processos permanentes de educação e capacitação em segurança alimentar e direito humano à alimentação adequada. Produção Sustentável dos alimentos: abrange agroecologia, agroflorestal, agricultura orgânica, agricultura familiar, zoneamento rural, cinturão verde urbano, em contra partida a realidade atual trabalha-se a produção industrial, a valorização de agrotóxicos para aumentar a durabilidade dos alimentos, monoculturas, ocorrendo o desequilíbrio ambiental. Genericamente os alimentos perecíveis são aqueles sensíveis a qualquer tipo de deterioração, seja biológica, física ou química e que podem ter prejudicadas as suas qualidades para comercialização e consumo se não forem devidamente acondicionados na origem, conservados, transportados, dispostos adequadamente nos pontos de venda e nos locais de utilização. No atual contexto de competitividade dos mercados, nos quais os agentes da cadeia de abastecimento pressionam por preços e impõem pedidos (lotes) e prazos cada vez menores (just-in-time) e os exigentes consumidores cada vez menos fiéis às marcas clamam por preço, qualidade e disponibilidade, não é possível elaborar uma análise simplista sob risco de obtenção de resultados totalmente distorcidos. Para uma análise adequada da logística de distribuição de alimentos perecíveis deveremos considerar no mínimo os seguintes aspectos: - Visão sistêmica da logística; - Caracterização das restrições e condições para preservação; - Acondicionamento (embalagem e unitização); - Armazenagem (movimentações, estocagens, transferências e transbordos); e - Transporte. O artigo 6º da Constituição Federal, publicado no Diário Oficial da União em 05 fevereiro de 2010 inclui alimentação entre os direitos sociais, o que representa um progresso ao Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA). Segundo Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH) a fome é considerada uma violação do Direito Humano à Alimentação Adequada e aos objetivos da Segurança Alimentar que busca “a garantia, a todos, de condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas, com base em práticas alimentares que possibilitem a saudável reprodução do organismo humano, contribuindo, assim, para uma existência digna”. A Segurança Alimentar e Nutricional engloba duas dimensões bem definidas: a alimentar e a nutricional. A primeira se refere aos processos de disponibilidade (produção, comercialização e acesso ao alimento) e a segunda diz respeito mais diretamente à escolha, ao preparo e consumo alimentar e sua relação com a saúde e a utilização biológica do alimento. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD realizada em 2004, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, encontrou que no território brasileiro 34,8% dos domicílios apresentavam problema de insegurança alimentar (leve, moderada ou grave). A insegurança alimentar pode ser dividida em absoluta e relativa. A insegurança alimentar absoluta é uma condição de restrição contínua de alimento, nesta situação o indivíduo apresenta fome por não ter condições de produzir ou comprar alimentos e pode evoluir para desnutrição, apresentando maior risco de mortalidade por desnutrição e/ou infecções. Já a insegurança alimentar relativa não é normalmente uma condição de restrição alimentar e sim uma violação da qualidade da alimentação no ponto de vista nutricional, neste caso alimentação não oferece todos os nutrientes essenciais para a saúde do indivíduo ou os alimentos consumidos apresentam risco para a saúde do indivíduo como: qualidade sanitária inadequada, produtos industrializados com quantidades elevadas de sal, açúcar e gorduras, entre outros. Neste caso o maior risco à saúde é o desenvolvimento de doenças crônicas: obesidade, hipertensão arterial e diabetes, por exemplo. A insegurança alimentar é considerada uma violação ao Direito Humano a Alimentação Adequada para evitá-la a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional apresenta os objetivos de: promover o acesso universal à alimentação adequada; estruturar sistemas justos, de base agroecológica e sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos; instituir processos permanentes de educação e capacitação em segurança alimentar e direito humano à alimentação adequada; ampliar e coordenar as ações de segurança alimentar e nutricional voltadas para povos indígenas e comunidades tradicionais; fortalecer as ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e nutricional; promover a soberania e segurança alimentar e nutricional em âmbito internacional e promover o acesso à água para consumo humano e para a produção de alimentos. Atualmente, considera-se que para alcançar a Segurança Alimentar é importante que os indivíduos apoderem-se das informações e dos instrumentos dos direitos humanos para que possam reivindicar do Estado ações corretivas e compensações pelas violações de seus direitos. Garantir a alimentação adequada à população é considerado essencial para que o cidadão alcance todos os outros direitos. A educação alimentar e nutricional envolve modificação e melhoria do hábito alimentar a médio e longo prazos e está relacionada a representações sobre o alimento, Conhecimentos, atitudes e valores. A educação alimentar e nutricional tem um papel importante em relação à promoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância. Na escola, onde crianças e jovens passam grande parte de seu dia, as ações de orientação de promoção da saúde constituem importante meios de informação e formação de hábitos. Defende-se que a educação alimentar e nutricional na escola deve fazer parte do projeto pedagógico, sendo necessários maiores investimentos nesta área como por exemplo, a produção de materiais didáticos sobre o tema e a capacitação dos professores, por meio de cursos de formação continuada. Destaca-se que tão importante quanto avaliar o antes e o depois do projeto de intervenção realizado nesta pesquisa, é discutir as potencialidades do espaço da escola como um local onde o aprendizado de hábitos saudáveis em alimentação pode ser realizado. Por tudo o que foi analisado e discutido, considerando a nutrição como um dos principais determinantes da saúde e do bem estar dos seres humanos e considerando que a formação dos hábitos alimentares se inicia na infância e se define na adolescência, e que estes hábitos e costumes serão carregados durante toda a vida, conclui-se que a escola é um local privilegiado para se ensinar sobre a alimentação saudável e também para a prática da alimentação correta. Trabalho elaborado pelos professores do Ceebja CIC de Curitiba.