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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
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ID
O
AVM FACULDADE INTEGRADA
DO
CU
M
SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL - ECONOMIA
VERDE
Por: Verônica de Lemos Mira
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2013
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL - ECONOMIA
VERDE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em Gestão no Setor Petróleo e Gás.
Por: . Verônica de Lemos Mira
AGRADECIMENTOS
... Ao meu esposo Wagner e minha filha
Giovanna,
pela
paciência
e
solidariedade
prestadas ao longo deste programa. A minha
cunhada Vanessa e ao meu irmão Ronan pelo
companheirismo. Aos meus sobrinhos João
Pedro e Nicolle, que são os amores da minha
vida. Aos meus pais queridos e amados.
DEDICATÓRIA
...dedica-se a professora Andreia Meira que me
incentivou em relação ao tema abordado, e me fez
acreditar na mudança comportamental no que diz
respeito à Responsabilidade Social. Dedico a
Deus que está sempre presente em minha vida.
RESUMO
O trabalho vem dando foco à questão da responsabilidade social/ambiental
empresarial em face de uma nova dinâmica mundial em que, cada vez mais, o meio
ambiente adquire grande importância e sua preservação torna-se uma condição
indispensável para toda a humanidade. Em razão disto, este trabalho tem como objetivo
principal demonstrar como as empresas se incluem neste novo método, onde o lucro
atualmente não e o único objetivo a ser alcançado e o crescimento homogêneo dos
produtos e serviços oferecidos ao consumidor faz com que a empresa se preocupe em
buscar uma imagem responsável na visão do mercado, onde esta imagem associa-se a
uma preocupação com padrões éticos comportamentais, com a preservação ambiental,
com a inserção de parcelas discriminadas da população em seus quadros de
funcionários, etc., de forma a caracterizar-se como uma empresa socialmente
responsável. O objetivo principal deste trabalho é traduzir a atuação responsável da
empresa, dando ênfase ao aspecto ambiental. Daremos foco também à Conferência
Rio + 20, considerada a maior sobre o tema, tanto pelo numero de países participantes,
quanto pelos acordos alcançados. Alem de discutir diferentes áreas dentro da questão
ambiental, como a mudança de clima, as florestas e a biodiversidade, se consolidou o
movimento de desenvolvimento sustentável, que vem se tornando a base das
discussões ambientais.
METODOLOGIA
Desenvolvimento dos conceitos baseados nos tópicos definidos acima, dando ênfase
ao estudo e conferencia da Rio+ 20. Os métodos que levam ao problema proposto
foram pesquisas relacionadas ao tema em revistas, Internet, teses, monografias ,
autores e livros citados na bibliografia deste trabalho. Agradeço aos autores e às
instituições que cederam o material ou que foi o objeto de observação e estudo, citados
a seguir: BALDICERO, Luiz Carlos apud Righetti, Sabine. Terrorismo sobre o clima é
ameaça à soberania nacional; Folha de São Paulo. São Paulo. 27 de junho de 2012,
Ciência Mais Saúde, p. C9; BOKAVA, Irina, EK, Lena, HIRANO, Hirofumi. Depois da
Rio +20. Folha de São Paulo. São Paulo. 24 de junho de 2012. p.A3. ; ELKINGTON,
John. Cannibals With Forks : the triple bottom line of 21st century business s. Oxford.
Capstone Publishing, 1997;FIRJAN. Revista Súmula Ambiental - Edição Especial. Rio
de Janeiro. Junho, 2003;FRIAS, Maria Cristina. Antes da Rio+40. Folha de São Paulo.
São Paulo, 24 de junho de 2012, Mercado Aberto p.B2 Mercado;INSTITUTO ETHOS
DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Indicadores Ethos de Responsabilidade Social
Empresarial . São Paulo. Março, 2000; LIGTERINGEN, Ernst Apud ANGELO, Claudio.
Rio +20 cobra relatório ambiental na Bolsa. Folha de São Paulo. São Paulo. 25 de
junho de 2012, p.B4; JORNAL DO BRASIL. Caderno Economia & Negócios. 15 de
Março de 2003, p A11; JORNAL DO BRASIL. Revista JB Ecológico. Março – número
14. São Paulo, 2003;ROCKSTRÖN,Johan apud. ANGELO, Claudio. Inação está
levando o planeta ao limite. Folha de São Paulo. São Paulo. 25 de junho de 2012.
Ciência mais Saúde, p.C7;SANTOS , Mario Augusto dos. Empresas, Meio Ambiente e
Responsabilidade Social – Um Olhar Sobre o Rio de Janeiro – Monografia . Graduação
em Economia- Universidade Federal do Rio de Janeiro- 2003; SCHMIDHEINY, S.
Mudando o Rumo : uma perspectiva empresarial global sobre desenvolvimento e meio
ambiente. Rio de Janeiro: FGV, 1992; VINHA, Valéria Gonçalves Da. A Convenção do
Desenvolvimento Sustentável e As Empresas Eco- comprometidas. Tese de Doutorado.
Curso de Pós - Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade –
CPDA/UFRRJ. Rio de Janeiro, 2000.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS
EMPRESAS
10
CAPÍTULO II - A NOVA MENTALIDADE
EMPRESARIAL
16
CAPÍTULO III - UM PANORAMA DA
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E EMPRESARIAL
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
26
CAPÍTULO IV - UM RESUMO DA RIO+ 20CRÍTICAS, AVANÇOS E PRÁTICAS: SERÁ O
FUTURO QUE QUEREMOS?
29
CONCLUSÃO
36
BIBLIOGRAFIA
39
ÍNDICE
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
43
INTRODUÇÃO
Atualmente as empresas são importantes agentes de desenvolvimento
econômico de um país incluindo seu avanço tecnológico. As mesmas possuem uma
capacidade já constatada de criação de recursos, num contexto onde o bem estar
comuns depende cada vez mais de uma ação cooperativa e integrada de todos os
setores da economia e que faz parte de um processo de desenvolvimento que tem por
objetivo a preservação do meio ambiente e a promoção dos direitos humanos.
O “ tema responsabilidade social ” é infinitamente amplo, onde nos referimos à
ética como principal balizadora das ações e das relações com os diversos segmentos
com os quais as empresas interagem: acionistas, funcionários, consumidores, rede de
fornecedores, meio ambiente, governo, mercado e comunidade.
Sendo assim,
pontuamos que o tema citado, diz respeito à postura legal da empresa, à prática
filantrópica por ela exercida ou ao apoio dado à comunidade, significando, dessa forma,
uma mudança de atitude voltada para uma perspectiva de gestão empresarial com foco
na qualidade dessas relações e na geração de valor para todos. Quando uma empresa
adiciona às suas premissas e competências básicas um comportamento ético e
socialmente responsável, elas estão adquirindo o respeito das pessoas e das
comunidades que sofreram o impacto de suas atividades, sendo assim reconhecidas
pelos seus consumidores e com o engajamento de seus colaboradores, fatores esses
importantes que as levam conquistar vantagem competitiva e sucesso empresarial.
Alinhado a este processo, a responsabilidade empresarial como estratégia de gestão
vem contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, onde a preservação
ambiental é, acima de tudo, um dever de todos .
Dessa forma, a questão da responsabilidade empresarial frente ao meio
ambiente é centrada na análise de como as empresas interagem com o meio
em que estas habitam e praticam suas atividades. Tal atuação (seja esta responsável
ou não) é que irá definir a tomada de decisões por parte da empresa, a definição de sua
estratégia de gestão, se esta irá respeitar ou não a legislação ambiental vigente e quais
os ganhos e perdas daí advindos (como, por exemplo, perda de competitividade e
mercado externo). Assim, a intenção presente neste trabalho é mostrar de que forma a
manutenção de uma política de responsabilidade social com relação ao meio ambiente
é vantajosa para as empresas e sociedade como um todo, na medida em que, para a
sociedade esta política garante a preservação ambiental, a melhoria da qualidade de
vida, redução dos efeitos das mudanças climáticas globais, etc., e para as empresas
acaba por gerar novas oportunidades de negócios, um marketing social bastante
favorável, e ganhos de competitividade através da certificação ambiental que a
diferenciará positivamente de sua concorrente, tudo isso gerando um maior lucro.
A idéia principal e abordar a questão da responsabilidade social das empresas e
seus mais diversos aspectos; analisar o conceito de ambientalismo empresarial;
demonstrar como a mudança no contexto mundial influenciou a adoção de uma nova e
diferente mentalidade no meio empresarial; concentração análise de indicadores
pertinentes à atuação ambiental das empresas principalmente situadas no Estado do
Rio de Janeiro
Para tanto, este trabalho apresenta - se da seguinte forma: no primeiro capítulo é
abordada a questão da responsabilidade social das empresas e seus mais diversos
aspectos e implicações; o segundo capítulo concentra - se na análise da nova
mentalidade empresarial; no terceiro objetiva-se análise da atuação ambiental das
empresas, usando como exemplo o Estado do Rio de Janeiro. Finalizando, faremos um
resumo sobre os temas abordados na conferencia Rio + 20.
CAPÍTULO I
RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
Utilizamos como base bibliográfica neste capítulo os estudos do Instituto
Ethos,no entanto, faz-se necessário uma breve apresentação deste Instituto e de sua
relevância.
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social foi fundado em 1998 e
é uma associação sem fins lucrativos que tem como missão mobilizar, sensibilizar e
ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente responsável,
tornando - as parceiras na construção de uma sociedade mais próspera e justa,
disseminando, dessa forma, a prática da Responsabilidade Social Empresarial.
O Instituto Ethos assume como relevância para a questão da Responsabilidade Social
Empresarial, que advém do fato deste ajudar as empresas a:
a) compreender e incorporar de forma progressiva o conceito de comportamento
empresarial socialmente responsável;
b) implementar políticas e práticas que atendam a elevados critérios éticos,
contribuindo, assim, para o alcance do sucesso econômico sustentável a longo prazo;
c) assumir suas responsabilidades com todos aqueles que são impactados por suas
atividades;
d) demonstrar aos seus acionistas a importância de um comportamento socialmente
responsável para um retorno em longo prazo sobre seus investimentos;
e) identificar formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria com as comunidades
na construção do bem- estar comum;
f)
prosperar,
contribuindo
para
um
desenvolvimento
social,
econômico
e
ambientalmente responsável.
1.1 – TRAÇOS HISTÓRICOS
A queda de barreiras comerciais e a integração dos mercados, tem sido um dos
traços mais marcantes da recente evolução da economia Mundial. Para um grande
numero de empresas, isso significou a inserção, muitas vezes forçada, na competição
em escala global. Em um pequeno espaço de tempo, elas viram- se compelidas a
mudar literalmente suas estratégias de negócio e padrões gerenciais para enfrentar
desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes da ampliação de seus mercados
potenciais, do surgimento de novos concorrentes e novas demandas da sociedade.
Esse contexto foi apresentado como desafio para as empresas buscando de maneira
progressiva, níveis maiores de competitividade e produtividade e introduziu nas
mesmas a preocupação com a legitimidade social de sua atuação.
Respondendo ao desafio, empresas deste contexto, passaram a investir em
qualidade, primeiramente com foco e a atenção nos produtos, depois evoluindo para a
abordagem dos processos e culminando no tratamento abrangente das relações entre a
atividade empresarial, os empregados, os fornecedores, os consumidores, a sociedade
e o meio ambiente. Sendo assim, dentro desse novo contexto, a gestão empresarial
que possua como referência apenas os interesses dos acionistas revela- se
insuficiente. Este tipo de gestão deve ser pautada pelos interesses e contribuições dos
stakeholders (partes envolvidas/grupo de interesse).
Com isso, verificamos que a busca de excelência empresarial passe a ter como
objetivos a sustentabilidade econômica, social e ambiental. Esta ideia corresponde ao
termo Triple Bottom Line, que significa o tripé da sustentabilidade, também chamado
People Planet Profit, corresponde aos resultados de uma organização medidos em
termos sociais, ambientais e econômicos. São apresentados nos relatórios corporativos
das empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Por enquanto, são
medições de caráter voluntário.
Atualmente, na Europa Ocidental, 68% das multinacionais fazem este tipo de
relatórios e, nos Estados Unidos, mesmo a percentagem sendo menor (41%), tem um
crescimento vertiginoso. Em todos os casos, as empresas que apresentam esta conta
tripla de resultados perceberam, antes de outras, que no futuro imediato o consumidor
se tornará cada vez mais responsável e exigirá saber qual é o impacto econômico,
ambiental e social que geram os produtos que premia com a sua compra. O conceito foi
criado nos anos 1990 por John Ellington, cofundador da organização não
governamental internacional Sustainability; é um “termo criado, que representa a
expansão do modelo de negócios tradicional para um novo modelo que passa a
considerar o desempenho ambiental e social da companhia, além da financeira”.
1.2 – VISAO GERAL
A atuação baseada em princípios éticos elevados e na busca de qualidade nas
relações são manifestações de responsabilidade social empresarial. Dessa forma, a
adoção de padrões de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade e o meio
ambiente são exigências cada vez mais presentes no contexto empresarial. Mas o que
caracterizaria a empresa como socialmente responsável? De forma simples, pode - se
dizer que a empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de
respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e
saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa
melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Com esta
performance a empresa, além de agregar valor a sua imagem, conquistando, com isso,
uma maior fatia do mercado consumidor, também aumenta sua capacidade de recrutar
e manter em seus quadros os melhores profissionais.
No campo prático, a empresa demonstra sua responsabilidade social ao
comprometer-se com programas sociais voltados para o futuro da comunidade e da
sociedade. Outrossim, o investimento em processos produtivos compatíveis com a
preservação ambiental, e a preocupação com o uso racional dos recursos naturais,
também tem importante valor simbólico, por serem de interesse da empresa e da
coletividade.
No Brasil, o movimento de valorização da responsabilidade social empresarial
ganhou forte impulso na década de 90, através da ação de entidades não
governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questão. A
partir de então, as empresas brasileiras têm buscado uma adequação à prática vigente,
sendo grande o número de empresas que, atualmente, procuram oferecer empregos a
deficientes físicos e outras atitudes responsáveis, já que estas empresas visam obter
certificados de padrões de qualidade e de adequação ambiental, as chamadas
certificações ISO e, mais recentemente, como forma de comprovar sua observância
quanto
à
responsabilidade
social,
as
certificações
sociais,
tipo
SA
(Social
Accountability) 8000.
I.3 - POLITICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ENVOLVENDO
ETICA E VALORES E A SOCIEDADE COMO UM TODO.
Apresentamos ate o momento algumas das características de uma empresa
considerada socialmente responsável. Agora, abordaremos uma análise mais detalhada
acerca das políticas e práticas a serem adotadas e respeitadas pelas empresas nos
diferentes aspectos, de modo que as mesmas consigam efetivamente internalizar os
princípios da responsabilidade social.
1.3.1- Ética e Valores
Princípios éticos e valores são à base da cultura de uma empresa, são
fundamentais para orientação de sua conduta e missão social.
A responsabilidade social empresarial compreende que a ação das empresas
deve, necessariamente, procurar trazer benefícios para os parceiros e para o meio
ambiente, além de retorno para os investidores. Adotar uma postura clara e
transparente no que diz respeito aos objetivos e compromissos éticos da empresa
fortalece a legitimidade social de suas atividades, refletindo - se positivamente no
conjunto de suas relações.
Destacamos em relação a este tema os tópicos:
Compromissos Éticos – instrumento de realização da visão e da missão da empresa,
orienta suas ações e explicita sua postura social a todos com quem mantêm relações.
Atuação dos Stakeholders – o envolvimento dos parceiros na definição das estratégias
de negócios da empresa gera compromisso mútuo com as metas estabelecidas.
Balanço Social - O Balanço Social da empresa deve explicitar as iniciativas de caráter
social, resultados atingidos e investimentos realizados.
1.3.2- Natureza e Meio Ambiente
Empresas responsáveis ambientalmente buscam a cada dia minimizar os
impactos negativos e alem disso buscam ampliação dos impactos positivos. Sendo
assim, costuma agir em busca da manutenção e melhoria das condições ambientais,
minimizando ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente e
disseminando em outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos nesse
sentido. Em relação a este aspecto, destacamos os seguintes parâmetros:
Conhecimento sobre o Impacto no Meio Ambiente, Minimização de Entradas e Saídas
do Processo Produtivo Responsabilidade Sobre o Ciclo de Vida dos Produtos e
Serviços e Educação Ambiental.
1.3.3 – Público Interno
As
empresas
socialmente
responsáveis,
investem
no
desenvolvimento
profissional e pessoal dos empregados, alem de respeitar os diretos dos trabalhadores
de acordo com a legislação trabalhista. Alem disso, buscam estar atentas ao respeito às
culturas de cada localidade e seus interesses.
1.3.4 – Parceiros e Fornecedores
As empresas que destacam compromissos com a responsabilidade social
envolvem - se com seu parceiro e seus fornecedores, trabalhando pelo aprimoramento
de suas relações de parceria e cumprindo os contratos fechados e estabelecidos. Tem
por obrigação repassar os valores de seu código de conduta a todos os envolvidos no
processo e a seus fornecedores conscientizando- os do seu papel no fortalecimento
dessa cadeia, atuando no desenvolvimento dos elos mais fracos e na valorização da
livre concorrência.
1.3.5 – População e Comunidade
A comunidade onde a empresa participa, geralmente lhe fornece infra -estrutura
e capital social, contribuindo, decisivamente, para a viabilização de seus negócios.
Assim sendo, os investimentos por parte das empresas em ações que tragam
benefícios para as comunidades é uma contrapartida justa, além de reverter em ganhos
para o ambiente interno e na percepção que os clientes possuem da própria empresa.
O respeito a estes costumes, a cultura locais e ao empenho na educação e na
disseminação dos valores sociais devem fazer parte de uma política de denvolvimento
comunitário da empresa, resultado da compreensão de seu papel de agente de
melhorias sociais.
1.3.6 – Clientes e Consumidores
As empresas devem investir permanentemente em busca do desenvolvimento de
serviços e produtos de confiança, minimizando assim os riscos de danos à saúde dos
consumidores em geral. Assim sendo, informações detalhadas devem estar incluídas
nas embalagens e deve ser assegurado ao cliente um suporte antes, durante e após o
consumo, de modo a satisfazer suas necessidades.
1.3.7 – Sociedade e Governo
As empresas responsáveis devem manter uma atuação política coerente com
seus princípios éticos evidenciando os seus alinhamentos com os interesses da
sociedade. Por isso, estas empresas observam os seguintes aspectos: Práticas Anticorrupção e Propina, Contribuição à Campanhas Políticas e Liderança Social.
Essas empresas relacionam - se de forma ética e responsável com os poderes
públicos, cumprindo leis e mantendo interações dinâmicas com seus representantes,
visando a constante melhoria das condições sociais e políticas do país.
CAPÍTULO II
A NOVA MENTALIDADE EMPRESARIAL
Segundo a tese de Mario A dos Santos (2003), o mesmo focaliza a questão da
responsabilidade ambiental empresarial face a nova dinâmica mundial em que, cada
vez mais, o meio ambiente adquire grande importância
e sua preservação.
O setor empresarial desempenhará um papel vital na saúde futura de
nosso planeta. Como líderes empresariais, estamos Comprometidos
com o desenvolvimento sustentável e com a Satisfação das
necessidades do presente sem comprometer o bem estar das futuras
gerações. Este conceito reconhece estarem o crescimento econômico e
a proteção ambiental inextrincavelmente ligados e que a qualidade de
Vida presente e futura se fundamenta em suprir as necessidades
Humanas básicas sem destruir o meio ambiente do qual toda vida
depende. Novas formas de cooperação entre o governo, a empresa
privada e a sociedade são necessárias para atingir esse objetivo (...) O
mundo está caminhando para a desregulamentação, iniciativas privadas
e mercados globais. Isso requer empresas aptas a assumir mais
responsabilidades sociais, econômicas e ambientais na definição de sua
atuação. Temos de expandi r nosso conceito sobre aqueles que são
parceiros interessados em nossas operações, incluindo não apenas os
empregados e acionistas, mas também fornecedores, consumidores,
vizinhos, grupos de cidadãos e outros. A comunicação apropriada com
esses parceiros nos ajudará a aperfeiçoar continuamente a nossa visão,
novas estratégias e ações... (MARIO A DOS SANTOS),Empresa, Meio
Ambiente e Responsabilidade Social- Um Olhar sobre o RJ,UFRJ,
Junho de 2003.
2.1 – O Desenvolvimento Sustentável como Meta
Muitos são os desafios pelos quais a humanidade tem passado no decorrer dos
anos. E tais questões fundamentam-se sempre no conflito entre desenvolvimento
econômico e preservação ambiental.
O que fazer diante deste desafio em conciliar o desenvolvimento econômico com
a sustentabilidade? Essa é a pergunta que todos tentamos responder. Chuva ácida,
mudanças climáticas globais e o problema da camada de ozônio, tudo isso vem a
confirmar a insustentabilidade do padrão de desenvolvimento econômico utilizado. Seja
pela extrema rapidez do crescimento populacional mundial, que acaba agravando
qualquer problema ambiental. Seja pelo acelerado, crescente e mal planejado consumo
dos recursos naturais existentes, consumo este que concorre para acelerar a
degradação ambiental de várias áreas do planeta, consequentemente causando perda
de diversidade biológica e genética nessas áreas afetadas. Ou seja pela poluição do ar,
da água e do solo, dificultando, cada vez mais, a produção agrícola e a sobrevivência
de várias pessoas; tudo isso vem a corroborar a tese de que é imprescindível uma
mudança no modelo vigente, de modo a que nossas necessidades do presente não
venham a comprometer a capacidade das futuras gerações atenderem à suas próprias
necessidades. Para que o desenvolvimento sustentável esteja presente torna - se
necessário a integração da esfera econômica, social e ambiental em qualquer processo
de tomada de decisões, tanto a curto quanto a longo prazo. Para as empresas, foco
principal desse estudo, as questões que se colocam são as seguintes:
a) como construir o futuro de uma empresa aproveitando - se de novas oportunidades
que levem em consideração o critério ambiental e social, assim como o econômico;
b) como fazer com que a empresa seja conhecida pela prática de atividades que gerem
benefícios sociais e econômicos com o mínimo impacto ambiental;
c) como demonstrar que o lucro não é incompatível com as preocupações com o
planeta e sua população.
Entretanto, muitas empresas ainda encontram- se num estágio inicial no que diz
respeito ao desenvolvimento sustentável. Em geral, observa - se um maior progresso
com relação aos impactos ambientais do que com os impactos sociais causados.
Assim, somente poucas empresas já incorporaram o conceito de desenvolvimento
sustentável a sua cultura e planejamento estratégico.
Desta forma, o Dow Jones Sustainability Index, vem demonstrar que tais
empresas que possuem um compromisso com o desenvolvimento sustentável
apresentam um desempenho financeiro superior àquelas que não possuem este
compromisso.
Para uma empresa ter o desenvolvimento sustentável como meta, é necessário
que haja um real compromisso rumo aos padrão de sustentabilidade. Além disso, é
imprescindível à incorporação de novas idéias ao planejamento, política e prática
empresarial com relação aos negócios. Do mesmo modo, existem grandes dilemas que
devemos considerar como importantes, tais como a atuação dos fornecedores e
produtores que possuem relações comerciais com a empresa. Tal fato se justifica na
medida em que, na maioria das vezes, os produtos são transportados por longas
distâncias e vendidos em mercados distantes de onde foram produzidos. Dessa forma,
os parceiros da empresa que possuem participação nos negócios podem, inicialmente,
não compartilhar das mesmas preocupações quanto às práticas de sustentabilidade
adotas pela empresa.
Em vista disso, algumas empresas que exercem posição de liderança em seus
respectivos setores, já vêm trabalhando junto a seus parceiros nos negócios, visando
integrar os aspectos econômicos, sociais e ambientais em seu processo de tomada de
decisão. Assim, através da revisão de todo o processo de como os produtos são
produzidos, distribuídos e utilizados e da procura por serviços e soluções
ambientalmente adequadas (soluções que usem energia, água e outros materiais de
forma mais eficiente), estas empresas visam providenciar produtos e serviços de
grande benefício e reduzido impacto ambiental. Além disso, se uma empresa é
compromissada com o desenvolvimento sustentável ela também buscará maneiras de
aumentar sua contribuição social e adicionar valor às comunidades locais. Com isso
estará atenta à necessidade de engajamento com os stakeholders, o que ajudará no
planejamento de seus negócios e no processo de tomada de decisão.
Mas
o
que
levaria
uma
determinada
empresa
a
contribuir
para
o
desenvolvimento sustentável já que nada é feito sem a devida contrapartida? A
resposta é que tais empresas acreditam que com isso podem obter diversos benefícios
em seus negócios, como por exemplo:
a) manutenção da licença para operar em determinado lugar;
b) redução de custos e aumento do retorno de capital;
c) redução do passivo ambiental e dos riscos;
d) incentivo à entrada em novos mercados;
e) melhoria em sua posição no mercado e na sua reputação;
f) aumento da efetividade e da capacidade de manter funcionários.
Porém, nesse contexto faz- se necessário a presença de outros importantes agentes,
de modo a se garantir a manutenção da sustentabilidade. E é justamente a atuação
desses outros agentes o que iremos agora abordar.
2.1.1 – O Papel das ONGs na busca do Desenvolvimento Sustentável como
meta
Atuando em parceria com as empresas e contando com o apoio de organizações
governamentais, as ONGs desenvolvem um importante papel na busca de melhores
condições sociais e ambientais. Muitas atuam fortemente em campanhas publicitárias
que visam protestar contra os prejuízos causados ao meio ambiente e a deterioração
das condições sociais. É de notável importância o trabalho realizado pela Fundação
SOS Mata Atlântica, pela Fundação Aqualung e pelo World Wide Fund (ONGs
ambientalistas) no que diz respeito à preservação ambiental.
Dessa forma, as ONGs têm um grande papel a representar perante às
empresas, contribuindo de modo a guiar e garantir que os esforços das últimas possam
corresponder aos anseios de seus respectivos funcionários e clientes. E com isso, cada
vez mais as empresas descobrem que este engajamento com algumas ONGs pode
adicionar valor aos seus negócios.
Adicionalmente, os órgãos governamentais e as empresas reconhecem que a
contribuição das ONGs no debate das questões ambientais e sociais não é somente
deveras produtivo, mas também é a melhor forma de evitar futuros confrontos
improdutivos no trato destas questões de suma importância. Isso leva a uma maior
compreensão e aceitação dos direitos e responsabilidades de todos os atores
envolvidos na criação de um futuro sustentável.
2.1.2 – O papel do Governo na busca do desenvolvimento sustentável como
meta
Como órgão máximo regulador, o Governo deve harmonizar as políticas
relacionadas ao desenvolvimento econômico, proteção ambiental e desenvolvimento
social, atuando sempre em parceria com as empresas, ONGs e outros stakeholders.
Muitos chegam a adotar várias medidas e incentivos econômicos, tais como
investimento em programas de reciclagem, em métodos agrícolas e tecnologias novas,
e em energia renovável, tudo isso visando a promoção do desenvolvimento sustentável.
A atuação governamental na promoção do desenvolvimento sustentável é algo que
varia com relação ao grau de desenvolvimento do país.
Dessa maneira, as prioridades traçadas diferem de país a país. Exemplificando,
nos países mais pobres geralmente se prioriza o combate à pobreza e busca- se
garantir comida, moradia e saneamento básico à população. Já nos países em
desenvolvimento, o aumento da participação nos mercados globais, a busca por um
melhor e mais adequado gerenciamento dos recursos naturais e um maior investimento
no capital humano (educação e saúde, por exemplo) são geralmente as prioridades.
A questão torna-se um pouco mais complexa nos países industrializados e
desenvolvidos, onde os desafios a serem vencidos rumo ao desenvolvimento
sustentável são fruto do próprio modelo de desenvolvimento adotado, modelo este
responsável pelos graves problemas ambientais (poluição atmosférica e acúmulo de
resíduos sólidos) e sociais existentes. Quase sempre a introdução de novas tecnologias
não poluentes acaba causando um trade - off entre a diminuição dos danos ambientais
e o aumento do desemprego, já que tais tecnologias são poupadoras de mão de obra.
Assim, alguns impactos ambientais possuem uma amplitude global, não se restringindo
somente a determinadas nações ou áreas do planeta. É o caso do fenômeno das
mudanças climáticas globais, da destruição da camada de ozônio e da emissão de
gases tóxicos na atmosfera. Aqui a atuação governamental não se traduz de forma
isolada, mas sim de maneira conjunta, através da elaboração e manutenção de acordos
internacionais entre as nações, acordos estes que objetivam preservar o meio ambiente
e, com isso, promover o desenvolvimento sustentável a nível mundial. E para tanto, é
necessário à atuação e envolvimento de todos os agentes da sociedade, quais sejam:
as empresas, ONGs, governos e demais stakeholders.
2.2 –A Mudança de Rumo
Segundo a antiga visão empresarial, no que diz respeito à relação entre as
empresas e o meio ambiente, a lucratividade e a preservação ambiental seriam
naturalmente opostas e incompatíveis, ou seja, a preservação ambiental aumentaria os
custos, aumento esse que seria repassado aos consumidores, e reduziria o lucro da
empresa. Em contrapartida, a manutenção de um alto padrão de consumo e a
consequente degradação ambiental gerada seriam vistas como essenciais à
manutenção da lucratividade da empresa. Com o passar dos anos tal visão começou a
ser questionada e modificada, devido a maior conscientização a nível mundial acerca
dos problemas ambientais causados pelo homem, o que veio a gerar uma paulatina
mudança de mentalidade e atitude por parte do empresariado.
Segundo um alto executivo de uma multinacional:
Tem- se argumentado que não se pode servir ao mesmo tempo às
necessidades da indústria e às do meio ambiente. Creio que isso não é
tarefa impossível. A indústria não pode mais dar - se ao luxo de ignorar
as necessidade ambientais. O lucro deixa de ter sentido se não há
qualidade de vida. As contas financeiras dizem muito, mas não tudo, e
medir o desempenho unicamente pelo lucro não é suficiente. Contudo,
um futuro mais verde permanecerá um sonho idealista, a menos que
indústrias e ambientalistas se encontrem para transformá-lo em
realidade, comunicando - se e compartilhando os problemas.
(SCHMIDHEINY, S). Mudando o Rumo: uma perspectiva empresarial
global sobre desenvolvimento e meio ambiente. Rio de Janeiro: FGV,
1992.
Assim, muitas empresas saíram da resistência à mudanças e conflitos com
ambientalistas para agirem e considerarem as questões ambientais como parte de sua
estratégia de negócios e tentarem parcerias com atores no setor governamental e
sociedade civil. Tais empresas criaram departamentos de meio ambiente e investiram
somas consideráveis em projetos ambientais internos e externos. Alguns fatores têm
sido de grande importância e motivadores das mudanças ocorridas no setor privado.
Essas empresas têm percebido que podem ganhar em produção ou economizar
recursos financeiros com a melhoria ambiental, ocasionando, com isso, situações de
melhoria econômica e financeira de forma simultânea dentro das empresas, situações
estas que podem gerar retornos de curto, médio e longo prazos, ou seja, é a chamada
eco eficiência. Adicionalmente, um investimento visando mudar um determinado
processo produtivo a fim de torná-lo menos poluente, pode também gerar ganhos
financeiros e em produtividade bastante consideráveis.
Existem leis ambientais severas no Brasil, gerando um grande risco para
empresas que descuidam- se da parte ambiental. Tem-se observado, recentemente, a
aplicação de multas milionárias devido a crimes ambientais causados por algumas
empresas. E a tendência é que, cada vez mais, a legislação ambiental torne - se mais
rígida. Mudanças recentes, como a nova lei de crimes ambientais, tornaram as penas
mais severas, responsabilizando, inclusive, dirigentes empresariais e órgão públicos
que não cumprem com seu papel. Além disso, muitos órgãos ambientais têm sido
criados ou mesmo tornado - se mais eficientes e equipados para fiscalizar e punir as
empresas por danos ambientais. Também, novos agentes que antes não estavam
presentes na arena ambiental (o Ministério Público, por exemplo), têm atuado de forma
bastante agressiva junto à fiscalização, denúncia e punição de crimes ambientais.Tem
aumentado o interesse da sociedade civil no que concerne à questões ambientais, ou
seja, um número cada vez maior de ONGs ambientalistas tem aparecido em diversas
partes do país e adquirindo, assim, um crescente poder de mobilização para
determinadas questões ambientais. Dessa forma, a pressão que alguns grupos
ambientalistas costumam fazer junto às empresas levam o empresariado a reconsiderar
a decisão de não investir em melhorias ambientais.
O mercado cada vez mais exige produtos que sejam feitos da forma mais
ambientalmente adequada e sustentável. Isto é exigido, na medida em que os
consumidores finais e clientes vêm buscando informações sobre os aspectos
ambientais e sociais de produtos e empresas antes de efetuarem uma determinada
aquisição de um produto ou serviço. Observa - se, inclusive, que muitos consumidores
preferem pagar mais caro por uma melhor qualidade ambiental nos produtos e serviços,
o que abre um nicho de mercado bastante lucrativo para as empresas que buscam
excelência na qualidade ambiental.
Com relação ao comércio internacional, alguns países introduzem barreiras fitosanitárias e ambientais para barrar importações. Mercados exigentes tal como o
europeu, só são abertos às empresas que possuam alta performance ambiental. Muitas
empresas nos países mais desenvolvidos, sob a pressão de consumidores e acionistas,
boicotam insumos e produtos que pequem pela falta de cuidado com o meio ambiente
ou com os aspectos sociais. Com isso, empresas que visam exportar tendem a mudar a
fim de se adequarem e cumprirem tais exigências.
Finalmente, vários investidores têm começado a observar a performance
ambiental da empresa antes de adquirirem ações da mesma. Pode- se, inclusive,
observar que as ações das empresas mais responsáveis ambientalmente têm se
valorizado substancialmente mais do que a média. Além disso, já existem diversos
fundos de investimento que priorizam investimentos em empresas socialmente
responsáveis. Em virtude de todos esses fatores, percebe - se que o empresariado,
paulatinamente, reconfigurou seu pensamento, convencendo - se que é lucrativo para o
futuro da empresa sua inserção nos princípios do desenvolvimento sustentável. Dessa
forma, o empresariado tem por objetivo:
a) reconhecer que não pode haver crescimento econômico a longo prazo, a menos que
ele seja sustentável em termos de meio ambiente;
b) manter a liberdade empresarial através de iniciativas voluntárias, em vez de coerções
reguladoras;
c) confirmar que todos os produtos, serviços e processos têm de contribuir para um
mundo sustentável;
d) criar um diálogo aberto com todos os seus parceiros e, com isso, identificar
problemas e oportunidades e estruturar a credibilidade com base nas suas respostas.
E dessa mudança de atitude e mentalidade, vem a necessidade de adoção de novas
estratégias empresariais, o que será objeto de estudo do item seguinte.
2.3 - Novas Estratégias Aplicadas nas Empresas: Alguns Exemplos
Importantes
Segundo afirmado por Schmidheiny em seu livro Mudando o Rumo, dada à
mudança nos padrões de competitividade, que abrange também agora o respeito ao
meio ambiente, as empresas passam a adotar novas estratégias condizentes com o
desenvolvimento sustentável. Tais estratégias, além de diferenciar positivamente as
empresas no mercado, também geram lucro a estas, lucro este não mais encarado pelo
empresariado como conflitante com a preservação ambiental. Vejamos, então, algumas
dessas estratégias empresariais, sendo as duas primeiras presentes no livro de
Schmidheiny e a última extraída de uma reportagem publicada no Jornal do Brasil.
2.3.1 – Auditoria Ambiental como Estratégia de Gestão – O exemplo
da Norsk Hydro
Surgida nos EUA, no fim da década de setenta, entre os setores industriais de
maior impacto ambiental e visando assessorar a manutenção de uma crescente
variedade de regulamentações ambientais por parte das empresas, a auditoria
ambiental evoluiu rápida e decisivamente, tornando – se um instrumento indispensável
de gestão interna, instrumento este que fornece às empresas informações vitais para o
controle do risco ambiental. Definida como um instrumento administrativo que
compreende uma avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva do grau de
desempenho da organização, da gestão e do equipamento ambiental de uma empresa,
as auditorias ambientais (diferentemente das financeiras) têm sido
totalmente
voluntárias e adotadas por empresas líderes no mercado para ajudar a melhorar seu
desempenho.
A Norsk Hydro, um conglomerado norueguês de química e energia, ao passar
por diversos impactos ambientais tais como a descoberta de extensa poluição de águas
subterrâneas sob sua usina de cloreto de vinila em Rafnes, a contaminação do solo por
mercúrio ao redor de suas instalações de cloroálcalis em Heroya, as altas emissões de
mercúrio nas instalações de cloro em Porsgrunn e um grave incêndio em sua usina em
Rafnes, decidiu que a única forma de eliminar tais problemas e recuperar a confiança
pública seria ampliar seu programa de auditoria de saúde e segurança para o campo
ambiental. Assim, a empresa elaborou um plano estabelecendo que todas suas
companhias e usinas deveriam ser ambientalmente auditadas a cada dois anos. Dessa
forma, a auditoria interna na Norsk Hydro passou a ser um instrumento padrão de
administração, utilizado não só como um registro de metas alcançadas nas atividades
da empresa, mas também como um método para o planejamento, implementação e
acompanhamento de projetos específicos. Além dessas auditorias ambientais, a Norsk
Hydro, por acreditar que seu desempenho deveria ser, necessariamente, levado a
conhecimento público, adotou um programa de relatórios ambientais, onde informava
todas as suas atividades relacionadas ao meio ambiente e, com isso, melhorava sua
imagem pública.
CAPITULO III
UM PANORAMA DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E
EMPRESARIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Ainda segundo a tese de Mario A. dos Santos (2003), apesar do crescimento do
nível de conscientização ambiental na sociedade, o empresariado ainda não se
encontra devidamente informado sobre a questão da responsabilidade ambiental e,
dessa forma, sua atuação tanto na área social como ambiental é algo que necessita ser
melhor estruturado. Isso se justifica devido ao fato que qualquer mudança, por menor
que seja ela, deve ser muito bem analisada e ponderada. E, logicamente, uma
mudança na estratégia empresarial (ainda mais se considerarmos o conservadorismo
vigente na mentalidade empresarial) nunca é feita subitamente.
Com isso, observamos que ações externas de responsabilidade social e
ambiental é algo ainda em fase de evolução no meio empresarial. Questão de
fundamental importância para o estudo da Responsabilidade Social / Ambiental
Empresarial, a atuação das empresas com relação ao meio ambienta abrange diversos
aspectos que encontram-se extremamente correlacionados, tais como o controle da
poluição, emissão de gases poluentes, utilização racional de energia, água e solos,
tratamento adequado de resíduos, reciclagem, etc. Todos esses aspectos acabam
interagindo entre si e, portanto, é necessário que sejam devidamente equacionados
pela empresa que almeja inserir - se nos padrões da responsabilidade ambiental. De
nada adiantaria a esta tratar adequadamente seus resíduos e, no entanto, não se
preocupar com a emissão de gases poluentes na atmosfera. Seria como alguém de
dois metros de altura utilizar um cobertor de apenas um metro.Certamente esta pessoa
teria que escolher entre cobrir a parte inferior do corpo e sentir frio na parte de cima ou
vice- versa. Outrossim, a questão da responsabilidade ambiental empresarial enfrenta
inúmeros problemas e obstáculos que impedem ou dificultam a melhoria ambiental nas
empresas, tais como a falta de investimentos e de mão de obra especializada, falta de
informação e desconhecimento da legislação pertinente, dentre outros.
Mas como relacionar e equacionar todos esses fatores? De que forma tais
podem ser analisados e, a partir daí, como poderia ser traçado um panorama da
questão da responsabilidade ambiental empresarial? Para tanto, a Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), em parceria com a EBAPE/FGV,
ciente da carência de dados ambientais necessários para balizar ações estratégicas
efetivas e que priorizem as reais necessidades empresariais, vem realizando pesquisas
de diagnóstico da situação da Gestão Ambiental nas empresas do Rio de Janeiro.
A partir desses estudos , observamos que ações externas de responsabilidade
social e ambiental é algo ainda em fase de evolução no meio empresarial. A nível
interno, as empresas cada vez mais procuram solucionar seus problemas na área
ambiental, já que a excelência nessa área só tem a gerar benefícios as mesmas,
benefícios estes que vão desde a melhoria de sua imagem perante a sociedade até
maiores lucros. Em vista disso, diversas ações de controle e prevenção ambientais, tais
como a disposição adequada de resíduos sólidos, a introdução de equipamentos para
controle de emissões atmosféricas, a redução do uso de água ou energia e reciclagem
são implantados de forma satisfatória.
A globalização das questões ambientais trouxe importantes consequências
econômicas no mundo inteiro. No entanto, apesar de algumas mudanças no
comportamento dos setores de maior impacto sobre o meio ambiente já serem visíveis,
a grande maioria das empresas brasileiras ainda restringe sua responsabilidade
ambiental ao mero atendimento à legislação de controle da poluição da água, do ar e
do solo. Para que este contexto se modifique, o que, em hipótese alguma, ocorre de
forma voluntária, é necessário, sobretudo, uma atuação governamental consistente (às
vezes em parceria com outras empresas e ONGs ambientalistas) de forma a incentivar
a melhoria ambiental nas empresas. Tal atuação implica a adoção de uma série de
mecanismos.
Então, de acordo com os dados da pesquisa da FIRJAN, para 71% do
empresariado do Rio de Janeiro o governo deve dar incentivos fiscais para estimular
determinadas ações ambientais. Outros dois mecanismos importantes para incentivar a
melhoria ambiental nas empresas são:
a) dar mais informações sobre a legislação ambiental, para 70% do empresariado;
b) dar mais informações técnicas sobre a questão ambiental, para 68% do
empresariado.
Com relação às empresas, é sabido que estas devem se adaptar às novas
exigências do mercado, assumindo uma postura ambientalmente responsável, caso
desejem manter - se competitivas em seu setor de atividade. Para tanto é
imprescindível a inserção no modelo de Responsabilidade Ambiental Empresarial, ou
seja, readaptando sua estratégia empresarial e adotando diversas medidas que
comprovem sua postura ambientalmente correta.
CAPITULO IV
UM RESUMO DA RIO +20 – CRÍTICAS, AVANÇOS E
PRÁTICAS: SERÁ O FUTURO QUE QUEREMOS?
Muitas foram as discussões e manifestações em torno da Conferência das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada no Rio de
Janeiro em junho deste ano. Em meio aos debates e ao registro de um Documento
denominado: “O Futuro que Queremos”, muitas foram as críticas negativas expressadas
por conhecedores do tema “Desenvolvimento Sustentável”, como também o
reconhecimento de alguns avanços trazidos nas discussões e práticas.
O que importa é fazer uma análise do que ocorreu e resgatar o legado que a
Conferência poderá nos deixar como aprendizado. Os textos publicados na mídia,
abordam as diversas dimensões que circularam no evento. Os textos trazem análises
de pontos específicos, como as mudanças climáticas e seus efeitos, a discussão em
torno das métricas para restrição das emissões de gases de efeito estufa, o impasse
que envolve o uso da terra, a escassez de água e as preocupações com os oceanos, o
uso eficiente dos recursos naturais, o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas
para o desenvolvimento sustentável, as discussões inseridas no debate da pobreza e
da fome no mundo, a questão social, os investimentos e as responsabilidades por parte
dos governos, e todos os assuntos periféricos que cercam a temática.
Um dos pontos chaves, foi de tentar encontrar um ponto de “cola identitária”
entre, o desenvolvimento e crescimento econômico e as diretrizes do desenvolvimento
sustentável, este sim, o foco de maior interesse da governança global. Entre defensores
e opositores, para a maioria dos críticos, o documento gerado pela Conferência não
trouxe maiores avanços e compromissos, muitos deles foram deixados para um debate
futuro (como no caso da conferência de Durban, que deixou para 2020 a redução de
emissões de gases causadores do efeito estufa). Os mais duros garantem que pode ser
tarde demais, para efetivar ações de defesa em relação ao meio ambiente.
Luiz Carlos Baldicero Molion (Universidade Federal do Alagoas) pesquisador em
dinâmicas do clima e mudanças climáticas e gestor da Comissão Climatológica –
organização meteorológica mundial, comenta que, “os artigos sobre compromissos,
metas e definições foram retirados”. Outra critica apontada é de que os “modelos
matemáticos em que se baseiam as projeções de mudança, são simplificados e
equivocados” (2012). Outro crítico é Rockström, cientista sueco e coordenador de um
grupo de Prêmios Nobel, que produziu uma carta de recomendações a respeito da
sustentabilidade global, para dar suporte as decisões da Conferência. Para o cientista,
as pesquisas mostram que avançamos o limite do bom relacionamento com a Terra.
Em 2009 estes limites eram: biodiversidades, mudanças climáticas e ciclo de
nitrogênio (correspondente ao uso demasiado de fertilizantes entre outras mazelas
ambientais). Rockström avisa que chegamos ao “teto do que o planeta é capaz de
suportar sem gerar nenhuma surpresa”. Uma de suas maiores críticas é o
distanciamento da ciência no debate político das conferências ambientais da ONU. O
estudioso ressalta que os governos não escutam e a impressão não se interessa por
cientistas. Para Rockström, “a Rio+20 não nos leva muito longe para resolver o
problema. O texto não reflete a urgência que enfrentamos.[...] Se não acertarmos
agora, será tarde demais: a Rio+30 não vai resolver”. (2012).
Bokova, Diretora-geral da UNESCO, Ek, Ministra do Meio Ambiente da Suécia,
Hirano, Ministro da Educação, Cultura, Esporte e Tecnologia do Japão (2012), informa
que é preciso se antecipar ás políticas e acordos econômicos. Para os mesmos, a
forma de efetivar uma sociedade apta a viver sob as diretrizes do desenvolvimento
sustentável é aquela que possui conhecimento adequado e em habilidades e valores
pautados no desenvolvimento sustentável.
As lições aprendidas pelos representantes dos países acima citados, remetem a
um argumento central e este argumento passa pela educação para o desenvolvimento
sustentável (EDS). O foco é começar cedo, dentro das escolas, por meio de revisões
curriculares, qualificações profissionais, programas educacionais, capacitação ampla de
profissionais. É preciso formar uma sociedade apta para se inserirem em “empregos
verdes”, criando novas competências essenciais para a inovação voltada ao
desenvolvimento sustentável. Para estes representantes é preciso inserir a educação
para o desenvolvimento sustentável nas estratégias e deve ser parte do quadro de
cooperação pós-2015. A Suécia tornou obrigatório no currículo nacional de ensino à
aprendizagem do desenvolvimento sustentável (leia mais nos textos escritos por
Arbache em pesquisa realizada na Suécia em 2011). O Japão inseriu a EDS nas
diretrizes curriculares nacionais. A China já possui projeto piloto em 10 mil escolas com
EDS. A título de contribuição, Brasil inseriu nos Parâmetros Curriculares Nacionais de
1996, o tema transversal do “meio ambiente”, que passou a ser trabalho no ensino
fundamental (leia mais a respeito os textos de Arbache 2012).
Do documento, para a prática, muitas são as evidências de que um setor da
sociedade já está se movimentando para dar respostas mais efetivas às demandas de
crescimento econômico com desenvolvimento sustentável. Algumas empresas já
demonstram para o mercado as suas práticas e intenções em torno do tema. Para
Ernst Ligteringen, presidente da Global Reporting Iniciative (GRI), há um movimento
para encorajar as companhias a divulgarem informações sobre sustentabilidade. As
informações abordam a respeito do uso da água e energia, relacionamento com
comunidades e seus diferentes públicos de relacionamento, conservação de florestas,
com integração das informações econômicas. Estes relatórios, na visão do presidente,
tem se tornando cada vez mais consistentes e poderão ajudar na relação com
investidores, acionistas, consumidores e toda a sociedade. BM&FBOVESPA tem
incentivado as empresas a publicarem seus relatórios socioambientais (Leia mais em
textos referentes à visita de Arbache à BM&FBOVESPA, 2012). Ernst Ligteringen,
chamou a atenção na ocasião do evento da ONU de que “uma das dificuldades é as
empresas entenderem que não se trata de marketing, mas de comunicar de forma
consistente e objetiva os impactos ambientais que elas têm causado e o que tem sido
feito para superar os desafios” (2012).
Frias, Maria Cristina. Antes da Rio+20. Folha de São Paulo. São Paulo, 24 de
junho de 2012, Mercado Aberto p.B2 Mercado, compilou algumas práticas relevantes já
exercidas por empresas brasileiras, que antecipam das discussões da conferência.
Estas práticas já demarcam o compromisso claro com metas e vale ressaltar que, as
400 companhias brasileiras que integram o Pacto Global, divulgaram documento
assumindo o compromisso com dez práticas: ampliar a eficiência do uso de recursos
naturais, reduzir desperdício, gerar empregos dignos, apoiar políticas do governo
brasileiro nessa área, direcionar investimentos para fortalecer a educação e a inclusão,
entre outras). As práticas assumidas por sete empresas podem ser analisadas a seguir
no quadro adaptado por FRIAS, Maria Cristina, na Folha de São Paulo , 24 de Junho de
2012, Mercado Aberto p.B2 Mercado.
(Quadro Adaptado: FRIAS, MARIA CRISTINA. Antes da Rio+20. Folha de São Paulo. São Paulo, 24 de
junho de 2012, Mercado Aberto p.B2 Mercado).
Portanto, passando por diferentes visões e ações, o que a Rio+20 deixa de
legado é uma maior tomada de consciência em relação ao tema. A grandiosidade do
evento vivido na América do Sul mostra que, boa parte da população do planeta já
pensa em como será o futuro, mas ainda não sabe aos certo, se será o futuro que
realmente queremos!
O Evento aconteceu na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de Junho
de 2012, a Rio + 20 é a Conferência Nacional da Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável Esse encontro marca o vigésimo aniversário da
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que
aconteceu na capital carioca no ano de 1992, e ficou conhecido como Rio-92, e
também os dez anos da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que
ocorreu em Johanesburgo, África do Sul, no ano de 2002. Durante esses dias, chefes
de Estado e de Governo, ativistas ambientais, cientistas e representantes de mais de
150 países trabalharão dois temas principais: “A economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, e a “Estrutura institucional
para o desenvolvimento sustentável”.
Na Rio + 20 os líderes fizeram um balanço de tudo o que foi feito nos últimos
vinte anos, renovando o compromisso mundial com o desenvolvimento sustentável;
avaliando quais as lacunas que ainda existem na execução dos acordos internacionais;
abordarão os novos desafios emergentes e discutirão novas formas de recuperar os
estragos que já fizemos em nosso planeta, sem deixar de progredir. Uma das grandes
discussões da conferência foi sobre o papel de uma instância global que seja capaz de
unir as metas de preservação do meio ambiente com as necessidades contínuas de
progresso econômico, isto é, progredir sem agredir o meio ambiente. Segundo o
embaixador André Aranha Correa do Lago, diretor do departamento de meio ambiente
do Ministério das Relações Exteriores, e negociador-chefe do Brasil na Rio+20, “A
questão institucional da conferência será a revisão do mandato do PNUMA (Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente), mas não exatamente a criação de uma
organização mundial de meio ambiente, uma proposta dos europeus que o Brasil acha
que não resolve os dilemas atuais. O que pedimos insistentemente é uma instituição
que lide com desenvolvimento sustentável e não somente com meio ambiente. A
proposta inicial européia deturpa o conceito de desenvolvimento sustentável, é um
retrocesso a 1972, ano da Conferência de Estocolmo, quando a preocupação deles era
o fim dos recursos naturais”. Ainda segundo o embaixador, “Os europeus estão
voltando para a visão de mundo pré-1972. Defendem agora a criação de uma
Organização Mundial do Meio Ambiente para salvaguardar os recursos naturais do
planeta. Mas, salvaguardar para quem? Para eles?, É como se dissessem: vocês, os
pobres, precisam planejar seu crescimento populacional e também gastar menos
recursos naturais, porque nós, os ricos, precisamos deles”, resume o diplomata. As
alternativas pensadas para a diminuição do impacto da humanidade na Terra não é
responsabilidade somente dos nossos governantes, mas nossa também. Afinal, todas
as nossas atitudes do dia a dia, como o meio de transporte que utilizamos, o modo
como descartamos o nosso lixo, o tempo que demoramos no banho, entre tantas outras
atitudes, refletem de alguma forma no meio ambiente e, por consequência, em nossa
vida. LOUREDO. Paula( 2012) http://www.brasilescola.com/biologia/rio-20.htm
CONCLUSÃO
Nas últimas três décadas, com a diminuição do intervencionismo estatal na
economia, a iniciativa privada adquiriu grande importância na alavancagem do
crescimento econômico de uma nação. Com isso, as empresas cresceram e se
desenvolveram, formando grandes conglomerados com atuação em diversos países. E
desta forma, a responsabilidade da iniciativa privada para com a sociedade adquiriu um
papel de grande relevância. Em vista disso, constata - se que as empresas buscam
investir em programas de melhoria em comunidades carentes, respeitar seus
empregados, não agredir o meio ambiente, enfim, tentam enquadrar - se dentro do
modelo de responsabilidade social.
Nos dias atuais, a questão da responsabilidade social empresarial é algo
amplamente discutido. Seminários, congressos, publicação de livros, têm contribuído
para um maior esclarecimento com relação a essa questão. Além disso, a crescente
pressão da sociedade e de várias ONGs têm impulsionado a disseminação das práticas
de responsabilidade social. Na realidade porém, apesar da existência de diversificada
literatura sobre este tema, as coisas não funcionam como deveriam, e aquilo que seria
uma obrigação da empresa nos é ofertado como uma medida assistencialista barata,
sempre em troca de alguma vantagem fiscal ou mesmo de abatimentos no montante da
dívida da empresa para com a União.
Com relação ao meio ambiente, a polêmica é ainda mais acentuada e, dessa
forma, a distância entre teoria e realidade é bastante extensa. Muitas empresas que se
dizem ambientalmente responsáveis, nada mais fazem do que seguir a legislação
ambiental vigente (isso quando o fazem), a qual, devido a falta de fiscalização
adequada, na maioria das vezes não é cumprida. E o que dizer dos inúmeros desastres
ambientais causados pela Petrobrás, empresa esta que diz cumprir todas as exigências
ambientais requeridas e possuir várias certificações ambientais e de segurança. É
curioso (um tanto quanto lastimável, na verdade) o modo como a maioria das empresas
encara a preservação ambiental. Somente se preocupam com esta após a ocorrência
de algum acidente, isto é, contrariando o famoso dito popular que diz: “é melhor
prevenir do que remediar.” Tal situação torna - se ainda mais grave quando os riscos
ambientais são previamente conhecidos mas nenhuma medida concreta é tomada pelo
empresariado. Até o momento em que ocorre algum acidente de graves proporções e a
mídia o torna público. Nessas horas a remediação nem sempre é possível.
Assim, podemos observar que a questão da responsabilidade ambiental
empresarial é algo ainda não muito bem assimilado no meio empresarial. Para tanto,
concorrem os seguintes fatores: a debilidade dos órgãos públicos em fiscalizar as
atividades econômicas e orientar o empresariado, já que muitas empresas operam sem
o devido licenciamento e mantém resíduos sem a disposição adequada; o
desconhecimento de empresários e profissionais com relação à legislação ambiental
em vigor e a falta de consciência de sua responsabilidade ambiental; a falta de
informação e consciência da população sobre os riscos advindos para sua saúde e para
a comunidade devido ao funcionamento precário de uma atividade econômica, o que,
devido a necessidade de garantir o seu sustento leva a comunidade a se posicionar
contra a interdição de uma determinada fábrica e a continuar comendo um alimento
contaminado; por último, a existência de controvérsias com relação a multas por danos
ambientais causados, ou seja, quem a aplica, o valor da mesma, a aplicação dos
recursos, valoração dos danos e ressarcimento. Num primeiro momento, o anúncio do
valor da multa a ser aplicada dá uma satisfação à sociedade e abre perspectivas de
recursos para municípios e comunidades. Logo após, o valor da multa e a capacidade
de pagamento do infrator são questionados, deixando na população um rastro de
desconfiança de impunidade, algo, infelizmente, muito comum em nosso país. Na
realidade, poucas são as empresas que realmente apresentam uma postura e atitude
ambientalmente responsável, que possuem uma gerência ambiental consciente de seus
deveres e responsabilidades, que não se contentam apenas em respeitar a legislação
ambiental vigente e têm a preservação ambiental como um fator inerente a sua cultura
organizacional.
Finalizando, devemos ter em mente que vivemos um processo de mudança que
exige de cada empresário e cidadão conhecer, pensar, sentir e agir com
responsabilidade ambiental.
BIBLIOGRAFIA
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soberania nacional. Folha de São Paulo. São Paulo. 27 de junho de 2012, Ciência Mais
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FRIAS, Maria Cristina. Antes da Rio+20. Folha de São Paulo. São Paulo, 24 de junho
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LIGTERINGEN, Ernst Apud ANGELO, Claudio. Rio +20 cobra relatório ambiental na
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JORNAL DO BRASIL. Revista JB Ecológico. Março – número 14. São Paulo, 2003.
LOUREDO. Paula. (2012), Rio + 20, Conferência das Nações Unidas sobre
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SANTOS , Mario Augusto dos. Empresas, Meio Ambiente e Responsabilidade Social –
Um Olhar Sobre o Rio de Janeiro – Monografia . Graduação em EconomiaUniversidade Federal do Rio de Janeiro- 2003.
SCHMIDHEINY, S. Mudando o Rumo : uma perspectiva empresarial global sobre
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VINHA, Valéria Gonçalves Da. A Convenção do Desenvolvimento Sustentável e As
Empresas Eco- comprometidas. Tese de Doutorado. Curso de Pós - Graduação em
Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade – CPDA/UFRRJ. Rio de Janeiro, 2000.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
10
1.1 – Traços Históricos
10
1.2 – Visão Geral
12
1.3 – Políticas de Responsabilidade Social Envolvendo
Ética e valores e a sociedade como um todo
13
1.3.1 - Ética e Valores
13
1.3.2 - Natureza e Meio Ambiente
14
1.3.3 - Público Interno
14
1.3.4 - Parceiros e Fornecedores
14
1.3.5 - População e Comunidade
14
1.3.6 - Clientes e Consumidores
15
1.3.7 - Sociedade e Governo
15
CAPÍTULO II
A NOVA MENTALIDADE EMPRESARIAL
16
2.1 – O Desenvolvimento Sustentável como meta
16
2.1.1 - O Papel da ONGS na busca do
Desenvolvimento Sustentável como meta
19
2.1.2 - O papel do Governo na busca do
Desenvolvimento Sustentável como meta
2.2 – A Mudança de Rumo
19
20
2.3 – Novas Estratégias Aplicadas nas Empresas:
Alguns Exemplos Importantes
24
2.3.1 - Auditoria Ambiental como estratégia de
Gestão- O Exemplo da Norsk Hydro
23
CAPÍTULO III
UM PANORAMA DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
E EMPRESARIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
26
CAPÍTULO IV
UM RESUMO DA RIO+ 20- CRÍTICAS,AVANÇOS E
PRÁTICAS: SERÁ O FUTURO QUE QUEREMOS?
29
CONCLUSÃO
36
BIBLIOGRAFIA
39
ÍNDICE
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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Verônica de Lemos Mira - AVM Faculdade Integrada