Revista Manutenção y Qualidade SIMPLIFICANDO O GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO USANDO O MMS Marcelo Albuquerque de Oliveira Instituto Nokia de Tecnologia Rod. Torquato Tapajós 7200 69093-415 Manaus-AM [email protected] Revista Manutenção y Qualidade Página 1 1. SUMÁRIO & PROPOSTA Existem vários sistemas para gerenciamento de manutenção disponíveis no mercado, com uma gama de alternativas, facilidades e complexidades. Na sua totalidade, oferecem muito mais recursos e/ou opções aos usuários do que aquelas que realmente eles necessitam. E isso faz com estes elejam, por assim dizer, algumas destas funções como as mais importantes. Isso se traduz no fato de que se paga por um sistema e se usa apenas, no máximo, 40% de seus recursos, sendo este um fator de custo a ser avaliado. Após vários anos de pesquisa e utilização de sistemas de gerenciamento, concluiu-se que um sistema simples poderia ser desenvolvido, e de baixíssimo custo, que pudesse ser compatível com qualquer processo e ser, acima de tudo, flexível e robusto. Com base nestes fatos, a equipe formada por pesquisadores experientes em gestão de manutenção e alunos de graduação do curso de engenharia da computação da Universidade Paulista ( campus de Manaus ), desenvolveram o sistema MMS ( Maintenance Management System ) para gestão de manutenção. Um sistema fácil, simples e barato para tornar a gestão dos processos de manutenção igualmente simples, objetiva e eficiente. Um sistema que permitirá ao usuário o uso de 100% de sua capacidade operacional. 2. INTRODUÇÃO Em um mercado competitivo, melhorar a utilização das instalações é um ponto vital para se melhorar a eficiência operacional, aliando redução dos custos e aumento de produtividade. Embora, erroneamente, o histórico passado não reflita essa afirmação, hoje em dia a manutenção ocupa sua função estratégica dentro das organizações, pois é responsável por garantir a disponibilidade dos equipamentos e instalações. Além disso, precisa atender o processo produtivo com Revista Manutenção y Qualidade confiabilidade, segurança, custos adequados e etc. Esses parâmetros e atribuições têm uma importância fundamental nos resultados das empresas. A constante busca pela eficiência em produtividade e redução de custos nos processos produtivos faz com que as demais áreas da empresa busquem suas alternativas e dêem sua contribuição, uma vez que, hoje em dia, estas metas não se restringirem ao conhecido chão de fábrica. E isso proporcionou uma maior e melhor aproximação entre áreas distintas da empresa. No contexto da manutenção, esses resultados serão tanto melhores quanto mais eficaz for a gestão da função manutenção. 3. CARACTERÍSTICAS DO MMS As empresas de softwares hoje em dia disponibilizam no mercado diversos aplicativos para controle e gerenciamento, muitos dos quais podem tornar-se obsoletos ou mal usados se as equipes de manutenção não entenderem a sua finalidade. Além disso, algumas estratégias adotadas para o gerenciamento da manutenção podem fazer com que determinado aplicativo seja um “elefante branco”, pois o mesmo pode estar sendo subaproveitado. Ainda na fase de planejamento existe a definição do escopo e abrangência da sua utilização. Nesta etapa, nos deparamos com a necessidade de oferecer os recursos para mais pessoas ou limitar o número, devido às licenças para utilização, que sempre estão associadas nesta fase. E isso causa um forte impacto no custo final. Por fim, acabam-se escolhendo os usuários chave. A licença de utilização e manutenção desses aplicativos custa aos clientes milhões por ano, mesmo considerando que o potencial do aplicativo, em sua totalidade, não é utilizado. Quando muito, atinge cerca de 40% de utilização do sistema. A idéia deste trabalho é disponibilizar: Um sistema que atenda especificamente as necessidades do cliente; Elaborar um sistema de baixo custo; Facilidade de manutenção; Página 2 Fácil operação; Que disponibilize uma resposta rápida e simples para quem o utiliza Sistema que requeira um baixo custo de estrutura de rede; Software de fácil visualização e interatividade para gerenciar os processos no dia-a-dia Sem limite de licença de usuários. O MMS – Maintenance Management System ( Gerenciador de Sistema de Manutenção) permitirá: Armazenar informações das falhas e ações tomadas para solucionar as mesmas; Armazenar informações técnicas de cada máquina, entre outras; Proporcionará maior facilidade aos técnicos no controle de ordem de serviços abertas à ele; Permitirá acompanhar todo o processo de manutenção, desde o início de um sinistro, a tomada de ação, solução do problema e a finalização do mesmo; Emitir relatórios de MTBF, MTTR, Disponibilidade, Indisponibilidade e OEE em um determinado período de tempo; Cálculo de indicadores em tempo real; Fácil manutenção do sistema; Sistema independente do tipo de gerenciador de banco de dados; Fácil implementação de novos módulos para outras áreas; Fácil implementação de novas versões; Adaptável para ser usado com qualquer sistema; Licença livre para uso, sem limitações de usuários na rede; Sistema Web; Preparado para módulos de análise de falhas; Criação de FMEA 8D’s a partir da base de dados gerada; Conceito de programação baseado em software livre. Revista Manutenção y Qualidade ( Figura 1. Hierarquia do MMS ) A gestão da manutenção é um sistema que se baseia em dados técnicos e econômicos, com o intuito de poder estabelecer um plano que possibilite prever quais serão as ações de curto, médio e longo prazo que serão necessárias. Se em tempos de abundância a necessidade de se ajustar custos e buscar eficiência já eram a “Ordem do Dia”, em tempos mais agudos essa necessidade torna-se mais latente ainda. Diante de um mercado continuamente desafiador e competitivo, a diversidade das técnicas de manutenção faz com que o modelo administrativo adotado necessite de ferramentas fortes ( softwares de gestão ). Isso permitirá o suporte necessário para todo o processo de manutenção dos ativos e auxiliar na tomada de decisão de uma forma ágil. Atualmente existem aplicativos que fornecem ferramentas poderosas para gerenciar importantes funções de negócios, mas, na maioria dos casos, funcionam sem levar em conta a individualidade e as necessidades específicas dos clientes. Esta particularidade faz com que o usuário requisite funções adicionais ao sistema, encarecendo-o ainda mais, se assim ele desejar. Em outros casos, se o sistema não for amigável o suficiente, este se tornará obsoleto devido ao baixo uso pelas equipes de manutenção da empresa. Página 3 ( Figura 2. Tela do Técnico ) De posse destes registros, a equipe de manutenção conduzirá as análises para o estudo apropriado em busca da causa básica das falhas. Os resultados devem ser analisados e propostas de melhorias para do ativo sejam recomendadas. O sistema classificará todas as intervenções com seus respectivos modos de falha, o que possibilitará a criação de planilhas RCM, FMEA para os estudos. A simplicidade conferida por este sistema aos usuários permitirá que este seja utilizado em sua plena capacidade, pois está modelado para as funções realmente importantes para a gestão de ativos. Muitos sistemas de manutenção informatizados trazem uma gama de funcionalidades não utilizadas pelos usuários, ou subutilizada. Já outros sistemas possuem complexidade operacional que acabam por desestimular o usuário. ( Figura 3. Tela da Engenharia ) Os conceitos de manutenção tiveram significativos avanços ao longo dos últimos anos, desde a estratégia corretiva até a aplicação da confiabilidade como meio para melhorias. Todas estas técnicas devem estar acompanhadas de um forte programa de treinamento nas ferramentas de gestão, com o intuito de se fazer os estudos necessários para a busca da causa básica das falhas. O conceito adotado para a funcionalidade do MMS é justamente dotar o sistema das condições básicas para que as análises de falha sejam, enfim, melhor executadas pelas equipes de manutenção. Como premissa básica, trata os tipos de manutenção corretiva, preventiva e preditiva, de forma a manter os registros de todas as intervenções realizadas nos ativos da planta. Revista Manutenção y Qualidade ( Figura 4. Tela relatório OS fechada ) 4. INDICADORES Os estudos na área da gestão de manutenção propiciaram o surgimento de vários tipos de indicadores, que podem ser adotadas para o gerenciamento de um sistema de manutenção. Todavia, a falta de uma análise crítica destes resultados torna os indicadores uma figura de mérito. Muitos aplicativos e autores divergem da forma de como um determinado indicador deve ser calculado, em sua essência, sem mascarar ou retornar um resultado fictício. Página 4 Além disso, em sistemas informatizados, estes indicadores são gerados a partir de relatórios parametrizados. A proposta contida no MMS é de calcular apenas alguns indicadores básicos, a saber: MTBF; MTTR; Disponibilidade: OEE; e Custos. De toda sorte, e com o amadurecimento da utilização do sistema, novos indicadores poderão ser adicionados. Um diferencial apresentado pelo MMS está no fato de que todos os indicadores propostos serão calculados em tempo real, ou seja, sempre que uma solicitação de serviço for finalizada e arquivada, a tela de indicadores é atualizada ( conforme os níveis desejados ). ( Figura 5. Tela de Indicadores ) 5 CONCLUSÃO A maior motivação deste trabalho está associada com a quebra de paradigmas de nossa sociedade, onde as tecnologias vigentes mudaram definitivamente a forma de ver, agir e pensar de ser humano. E alguns segmentos da indústria não ficaram imunes a isto tudo, vide as tecnologias existentes para o tratamento de áudio e vídeo, que proporcionaram uma nova maneira de “ver” o negócio da música, por exemplo, como entretenimento de baixo custo – ou custo zero. E isso conferiu ao setor uma quebra de paradigmas nunca antes avaliada. Revista Manutenção y Qualidade Baseado na idéia de oferecer um sistema de baixo custo e administrando funções básicas e essenciais de um sistema de gestão de manutenção, o MMS auxiliará o gestor na tomada de decisão mais ágil diante dos resultados apresentados durante um determinado período de análise. Além de determinar alguns índices vitais, tais como a freqüência de falhas, tempo de resolução para um determinado problema, disponibilidade e custos, o sistema ainda permite que os dados armazenados possibilitem a formação de planilhas de ação para a melhoria da manutenção ( FMEA, RCM, por exemplo ). Com uma proposta de versatilidade e adaptabilidade para qualquer banco de dados e sistema operacional adotada pela empresa, ainda tem o ganho diferenciado de que o conceito do software segue a moderna tendência de software livre. O MMS é baseado no livre uso de seus recursos, não estando associado a um número de licença para ser utilizado por vários colaboradores ao mesmo tempo. A proposta do MMS é disseminar a simplicidade da gestão da manutenção, associada ao preparo acadêmico e técnico das equipes de manutenção, com a intensificação do uso das diversas ferramentas disponíveis atualmente para que a manutenção seja cada vez mais um diferencial na busca pela eficiência e confiabilidade, pois, além de armazenar as informações técnicas dos ativos, proporcionará maior facilidade para a equipe técnica no controle das solicitações de serviço a ele destinadas. Como resumo, nós temos: 1. Sistema simples e de baixo custo. 2. Controle de indicadores básicos em tempo real. 3. Número de licenças ilimitada. 4. Aplicável a qualquer sistema operacional. 5. Flexível para qualquer banco de dados. Um bom plano de manutenção e o uso de indicadores apropriados são pontos fundamentais para uma boa gestão da função manutenção. Página 5 ( Figura 6. Equipe de Desenvolvimento, Orientadores e Avaliadores ) 6 REFERÊNCIAS 1. OLIVEIRA, M.A., O ESTUDO DE FALHAS NO 2. 3. CHÃO DE FÁBRICA USANDO O MÉTODO DA CONFIABILIDADE, UA, AM, 2003. CARDOSO, I.A., SOUZA, G.F., TOMYAMA, D., ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO PARA LINHA DE PRODUÇÃO OPERANDO NOVOS CONCEITOS EM SMD, 8º CIBIM, Cuzco-Peru 2007. CARDOSO, I.A., ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE MANUTENÇÃO: UMA ABORDAGEM VOLTADA À ANÁLISE DE CONFIABILIDADE POLI-USP, SÃO PAULO 2000. 4. LEVITT, Joel, The Handbook of Maintenance Management, 1st Edition, New York-NY, 1997. 5. HIGGINS, Lindley R., MOBLEY, R. Keith, Maintenance Engineering Handbook, 6st Edition, McGraw-Hill, 2002. 6. OLIVEIRA, M.A, CARDOSO, I.A., RELIABILITY STUDY FOR A PRODUCTION LINE OF MOBILE PHONE MANUFACTURING, 6° SIC, FLORIANÓPOLIS, 2008. 7. SMITH, Anthony M., HINCHELIFFE, R. Glenn, RCM – Gateway to World Class Manufacturing, Elsevier ButterworthHeinemann, 2004. 8. BLOMM, Neil B., Reliability Centered Maintenance: Implementation made simple, McGraw-Hill, 2006. Revista Manutenção y Qualidade Página 6