Litíase Urinária José Palma dos Reis Litíase Urinária Fisiopatologia Tipos de Cálculos – Localização – – Aparelho urinário superior Aparelho urinário inferior Abordagem diagnóstica – – – Composição, morfologia, dimensões Anamnese Exames de imagem Outros exames Opções Terapêuticas – – – Terapêutica Médica Terapêutica minimamente invasiva Terapêutica Cirúrgica – Endoscópica “Aberta” Prevenção Fisiopatologia (geral) Supersaturação – – – Presença de inibidores – concentração do soluto carga iónica pH urinário Citrato, Magnésio, Pirofosfato, GAG Epitaxia Estase, infecção Matriz (não cristalina) Fisiopatologia - Oxalato de Cálcio pH>6 hiperoxalúria – – – primária dietética entérica hipocitratúria hiperuricosúria hipercalciúria – – – – idiopática hiperabsorção jejunal perdas renais reabsorção (hiperparatiroidismo) Fisiopatologia Ácido úrico – – pH <5.5 hiperuricosúria Cistina – Defeito genético, autosómico recessivo (crom. 2p.16 e mais recentemente 19q13.1) - Absorção anormal, intestinal e tubular renal de aminoácidos dibásicos, como a cistina, ornitina, lisina e arginina (COLA) Fisiopatologia - Fosfato amoníacomagnesiano - “struvite” pH > 7.2 estase bactérias desdobradoras de ureia – – – Proteus mirabilis Pseudomona spp (mas não a E. coli) Localização Clínica assintomática relacionada com: – – obstrução infecção a cólica renal Cólica renal quase sempre a causa é litiásica... mas pensar também noutras causas de obstrução: – – – necrose papilar coágulo tumor Cólica renal Pródromos frequentes – – – – náuseas e vómitos hipotensão hipersudorese sialorreia Características típicas – – – – – carácter ondulante sem posição de alívio localização mal definida, visceral piora com a ingesta hídrica irradiação inguinal ou genital homolateral Cólica renal Leucocitose ligeira frequente Infecção grave requer terapêutica imediata – – – leucocitose com neutrofilia febre alta com arrepios piúria Avaliação diagnóstico de litíase caracterização da litíase diagnóstico da obstrução despiste da infecção associada identificação de factores de risco Ecografia Melhor método para identificar: – – presença de litíase repercussão mecânica aguda sobre o excretor Pode mostrar: – – – repercussão crónica existência de infecção do parênquima, do excretor ou peri-renal presença de factores predisponentes Ecografia Ecografia Limitações – – – – – identificação química provável dos cálculos avaliação do tamanho e forma dos cálculos visualização de cálculos do ureter médio correcta avaliação da massa litiásica avaliação da função renal “RX simples de abdomen” “KUB” – incluir sempre toda a bacia! Método mais simples para avaliar: – – – – a natureza química da litíase (presumível) correctamente a massa litiásica radiopaca a progressão dos cálculos a eficácia das terapêuticas Urografia Intra-Venosa Urografia Intra-Venosa permite avaliação grosseira da função renal correcta avaliação do excretor identificação de cálculos radiotransparentes identificação de imagens duvidosas Tomografia Axial Computadorizada (TAC) Aquisição helicoidal ou “multislice” Normalmente não é necessária a administração de qualquer contraste, inclusivamente endovenoso Permite a visualização de cálculos “radiotransparentes” como os de ácido úrico e a localização de cálculos em todo o trajecto do ureter Análise sumária de urina cheiro e urina turva, típicos de infecção hematúria eliminação da cálculos ou cristais pH urinário leucocitúria ou piúria presença de bactérias Laboratório (hematologia / bioquímica) ureia e creatinina leucograma glicémia ionograma PCR Cólica Renal A abordagem imediata depende de: – – – – – tamanho do cálculo e probabilidade de eliminação espontânea complicações médicas obstrução grave infecção sintomatologia Cólica Renal Indicações para hospitalização – – – – – hidronefrose com cálculo >10 mm febre > 38 º anúria insuficiência renal sintomatologia grave dor vómitos com desiquilíbrio HE Cólica Renal Tratamento – – – – – da dor da obstrução da insuficiência renal da infecção do cálculo (normalmente diferido, mas com uma progressiva tendência a poder ser resolvido na urgência em algumas situações) Cólica Renal - Tratamento DOR – – analgésicos redução da diurese – – – restrição hídrica AINE HAD relaxantes musculares antiespasmódicos “gate control” Cólica Renal - Tratamento OBSTRUÇÃO – – nefrostomia percutânea cateterização ureteral INSUFICIÊNCIA RENAL – – – – alívio da obstrução é fundamental considerar hemodiálise correcção electrolítica controlo da diurese pós-obstrutiva Cólica Renal - Tratamento INFECÇÃO – – alívio da obstrução é fundamental antibioterapia dirigida – cefalosporinas ou quinolonas? aminoglicosidos ajustados à função renal drenagem de colecções purulentas Cólica Renal - Tratamento CÁLCULO – – Geralmente o tratamento é diferido Tendência futura (na urgência) LOCE Ureterorrenoscopia Litíase - Terapêutica Terapêutica Médica / Prevenção Terapêutica minimamente invasiva Terapêutica Cirúrgica – – Endoscópica “Aberta” Litíase - Terapêutica Medidas Preventivas Gerais – Litíase Oxalato / Cálcica – – – – REFORÇO HÍDRICO +++ Restrição de oxalatos Liberalização do calcio Magnésio Citrato Litíase úrica – – – dieta pobre em purinas alcalinização da urina alopurinol Litotrícia por ondas de choque extracorporais (LOCE) Fonte de energia geradora de ondas de choque Interface de acoplamento Focagem das ondas Sistema de localização LOCE electromagnética piezoelectrica electrohidráulica LOCE LOCE Focagem • lente acústica • elipsóide • esferóides cálculo LOCE Acoplagem LOCE Localização ecografia Rx LOCE antes LOCE 1º dia 3º dia LOCE Resultados – – – 80-90% de sucesso nos cálculos renais < 2cm 50-60 % de sucesso nos cálculos do ureter médio A taxa de sucesso eleva-se a valores muito mais elevados, próximos dos 100% quando associada a outras modalidades terapêuticas LOCE Contraindicações (Relativas) – – – – – diatese hemorrágica gravidez insuficiência renal obesidade extrema obstrução distal Litíase – Terapêutica Endoscópica Fontes de Energia – – – – – Electrohidráulica Pneumática Ultrassónica Laser Mecânica Litotrícia electrohidráulica • faísca eléctrica bolha de cavitação • Onda de choque fragmentação risco de lesão parietal mais usada na litíase vesical Litotrícia Pneumática (Pneumatomecânica) Litotrícia Ultrassónica Menor eficácia / rapidez de fragmentação Maior segurança – praticamente isenta de lesão tecidular mecânica Existem presentemente aparelhos mistos que combinam a litotrícia ultrassónica com a pneumato-mecânica LASER Extrema facilidade na “entrega” da energia, que é trasmitida por fibra óptica, muito flexível Permite o uso de endoscópios flexíveis Litotrícia Mecânica Antigamente realizada quer “às cegas” quer “sob visão” no tratamento da litíase vesical. Presentemente interesse muito limitado. Vias de Abordagem Uretero(reno)scopia – Abordagem retrógrada Nefrostolitotomia percutânea – Abordagem anterógrada Ureteroscopia Uretero-renoscópios – – – rígidos semi-rígidos flexíveis Ureteroscopia Ureteroscopia Ureteroscopia É uma excelente abordagem para os cálculos distais do ureter, permitindo elevadas taxas de sucesso imediato Também pode ser usada nos cálculos proximais do ureter embora com mais riscos que a LOCE Permite o uso de: – – ureterolitoextracção litotrícia Ureteroscopia com litotrícia in situ – LASER Holmium Ureterolitoextracção Ureteroscopia Taxas de Sucesso – – – 99% nos cálculos distais 70-80% nos cálculos médios 70% nos cálculos proximais Nefrostolitotomia Percutânea Nefrostolitotomia Percutânea Nefrostomia Dilatação do trajecto Nefrostolitotomia Percutânea Agulhas de punção Dilatadores fasciais calibres progressivos Bainha de Amplatz “Kit” de Punção/Dilatação/Acesso Nefrostolitotomia Percutânea Nefrostolitotomia Percutânea Indicações – – – – – cálculo coraliforme ou > 2,5 cm cálculo de cistina (litotrícia ultrassónica) anatomia contraindicando LOCE anomalias uretéricas estenosantes divertículos caliciais Nefrostolitotomia Percutânea Factores de escolha da terapêutica – – – – – massa litiásica número de cálculos localização do cálculo composição do cálculo anatomia calicial piélica uretérica Nefrostolitotomia Percutânea Contra-Indicações – – – – diátese hemorrágica obesidade extrema interposição cólica esplenomegália franca Nefrostolitotomia Percutânea Resultados – – 80% de doentes livres de cálculos em monoterapia Quando em associação com a LOCE, as taxas de sucesso aproxima-se dos 100% Cirurgia Aberta Ureterolitotomia Pielolitomia Nefrolitotomia anatrófica e radiária Cistolitotomia – – suprapúbica transuretral Cirurgia Aberta Ureterolitotomia Cirurgia Aberta Lombotomia Cirurgia Aberta Nefrolitotomia radiária Pielolitotomia Nefrolitotomia anatrófica Cirurgia Aberta Cistolitotomia suprapúbica Cistolitotomia transuretral