Dr. José Henrique Andrade Vila
Coordenador da câmara técnica de cardiologia
Coordenador do PEMC
Conselheiro do CREMESP
Médico responsável clínico pelo programa de transplante cardíaco do Hospital
Beneficência Portuguesa de SP.
Sincope
Conceito:
Perda súbita de consciência, com
duração de segundos ou poucos
minutos e retorno ao normal. Tem
como explicação fisiopatológica o
hipofluxo cerebral transitório, que pode
ocorrer por causa cardíaca ou periférica
(vasovagal).
Qual a grande dificuldade para o
médico pronto socorrista, na
avaliação de um paciente que refere
sincope?
É que na grande maioria das vezes o médico não assistiu
ao quadro e irá se basear em informações de
acompanhantes (e do próprio paciente) que nem sempre
são confiaveis.
O que pode ser relatado como
sincope (desmaio) e na
verdade, não o ser ?
Queda comum, com ou sem
trauma encefálico.
Agressão com traumatismo
craniano.
Síndrome convulsiva.
Histeria.
Como abordar um paciente com
estória de síncope na emergência?
 Com meticulosa anamnese e exame clínico cuidadoso.
 Procurar antecedentes cardiovasculares, neurológicos,
psiquiátricos, uso de medicações vasodilatadoras, antihipertensivas, anticonvulsivantes, digital e drogas ilícitas,
como cocaína e derivados.
 Interrogar o paciente e acompanhantes minunciosamente
sobre história familiar, a forma em que ocorreu a sincope e
pródromos, presença de dor em segmento cefálico, no tórax
ou abdome, posição prévia do paciente, tipos de
movimentos convulsivos se existirem, tempo de
inconsciência, se estava relacionado a tosse, diurese ou
emoção, súbita exposição ao frio e ao esforço.
No exame clínico procurar:
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Anemia, dispneia e alterações pupilares.
Lesões de língua.
Hematomas e lesões no segmento cefálico.
Sopros carotídeos.
Arritmias cardíacas, sopros cardíacos B3 e B4,
hiperfonese de P2 ou hipofonese de A2.
 Cuidadosa palpação abdominal.
 Cuidadosa palpação dos pulsos periféricos.
 Pressão arterial deitado, sentado e em pé (ambos os
braços).
Se o médico surpreende o paciente
no momento da sincope, o exame
das pupilas pode ajudar?
Sim.
 Na sincope vasovagal, em geral existe miose.
 Na sincope cardiogenica (arritmia grave, estenose
aórtica, hipertensão pulmonar, mixoma de átrio
esquerdo, estenose hipertrófica subaórtica) existe
midríase.
Dados diferenciais entre convulsão e sincope.
Dmitry Duplyakov et. Al.Cardiology Journal2010, Vol. 17,
No. 4, pp. 420–427
Ouyang & Quinn. Diagnosis and Evaluation of Syncope in the ED
Hipoglicemia e hipóxia são
causas de sincope?
Não
Doença cerebrovascular severa
pode ser causa de sincope?
Sim, porém não muito
frequentemente.
Doença coronariana grave, pode
ser causa de sincope?
Sim, por indução de taquicardia
ventricular rápidam e consequente
queda do débito cardiaco.
Protocolos de avaliação
J. Plasek et al. The EGSYS and OESIL risk scores for classification of cardiac etiology of syncope: comparison,
revaluation, and clinical implications. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Repub. 2010 Jun;
154(2):169–173
J. Plasek et al. The EGSYS and OESIL risk scores for classification of cardiac etiology of syncope: comparison,
revaluation, and clinical implications. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Repub. 2010 Jun;
154(2):169–173
Exames auxiliares
 ECG sempre
 Eco de estresse
 Holter 24 horas
 MAPA
 Ultrason de carótidas e vertebrais.
 Tilt test
 outros
Terapêutica
 Corrigir a causa de base, quando houver.
 Na sincope vasovagal
 Aumento da ingesta de sal e agua
 Meias elásticas
 Betabloqueadores
 Fluoxetina
 Fludrocortisona
 Alfaagonistas
 Medidas fisioterápicas e exercícios posturais.