ARTIGO DE REVISÃO Síncope: Avaliação Diagnóstica e Conduta Syncope: Diagnostic Assessment and Procedure Paulo Aftonso G. Alves; Rose Henríques; Ivan G. Maia Hospital Pró-Cardíaco / Pró-Ritmo - RJ PALAVRAS CHAVE KEY-WORDS Síncope, Teste de Inclinação Syncope, Til! Test RESUMO: SUMMARY Este artigo tem como finalidade oferecer aos clínicos uma atualização sobre síncope, suas causas, mecanismosfisiopatológicos envolvidos bem como as condutas terapêit.c>s atuais. Cor:siceraç',,?s .,' peciais serão dirigidas à síncope cardioneurcgê-nico., sua importância clínica e as diversas opções atuais de tratamento. Discutiremos as indicações e metodoJogias utilizadas no teste de inclinação, bem como a sua utilidade par.a a definição das diversas formas de apresentação da sincope.cardioneu-roqênica. The purpose of this article is to give the ciinicians an updated review on the syncope, etiology, physiopathologic mechanisms and therapeutic approach. Emphasis will be dane to the cardioneurogenic syncope and the clinical applicability of the tilt test for diagnosis, identification oí the several generation mechanisms and therapeutic control. Rev SOCERJ Vol XI . Nº 2 Abr/Mai/Jun - 1998 75 Síncope (do Grego symkope, suspensão, pausa) é um sintoma não específico produzido por uma uma larga variedade de patologias. É definida como uma súbita, transitória e espontânea perda da consciência associada a déficit do tonos postural com recuperação também espontânea(38). Sincope é um sintoma assustador e relativamente comum, que freqüentemente chega a consulta médica, atinge todas as faixas etárias e igualmente aos sexos É responsável por 6% das admissões hospitalares em geral e 3% dos atendimentos nas emergências. De 12 a 48% dos adultos saudáveis já vivenciaram um episódios de perda da consciência, que procuraram ou não atendimento(29) O relatório do Estudo de Framingham mostra que 3% dos homens e 3,5% das mulheres sofreram pelo menos um episódio sincopal durante sua vida e entre os idosos a incidência aumenta para mais de 23%(21). Recorrências são comuns, ocorrendo em torno de 35% dos pacientes(21) A procura de uma causa para a síncope, freqüentemente levava a uma situação embaraçosa, pois a causa específica permanecia desconhecida de 45 a 50%, apesar de uma extensiva e dispendiosa investigação. Recentemente, considerável enfoque tem sido dado, para aperfeiçoar os conhecimentos da fisiopatologia da síncope, identificação dos fatores contribuintes e desenvolvimento de abordagem mais sistematizada para avaliação diagnóstica. A pesquisa tem sido mais efetiva com o uso de novas tecnologias e exames específicos tais como o Teste de Inclinação (Tilt Test), Estudo Eletrofisiológico (EEF), eletrocardiograma de alta-resolução (ECG-AR), Variabilidade de R-R (VRR) e o Monitor implantável de ECG de ionga duração (Subcutaneous írnplantable Loop Recorder) (26). Neste artigo iremos revisar os mecanismos fisiopatológicos, discutiremos o diagnóstico diferencial. classificação e causas das síncopes como também a abordagem diagnóstica e terapêutica desses pacientes. FISIOPATOLOGIA DA SíNCOPE A adequação do fluxo sangüíneo cerebral (FSC : 5060 ml/100g de tecido) é normalmente bem protegido pelos mecanismos de autoregulação intrínseca do leito vascuiar (cerebral e periférico) e mecanismos compensatórios cardíacos, Porém eventualmente a capacidade protetora desses mecanismos falham (e.::, rr,duc:."lo G~ jó,bito cardíaco, dilatação arterial intensa, hipovoi-.» ,iéi severa), nessas circunstâncias a pressão média da artéria carótida pode cair abaixo do limiar necessário para a manutenção do fluxo nu ricional, levando a perda do tonos postura I e perda da consciência(38). O FSC é determinado pela pressão arterial e pela resistência cerebrovascular. À autoregulação cere-· 76 Abr/Mai/Jun bral (ARe) aplica-se as trocas reflexas no tonos cerebrovascular em resposta a aumento ou queda da pressão sangüínea sistêmica. Os mecanismos da síncope na maioria dos casos resulta de uma redução temporária no FSC devido a um dos seguintes mecanismos: 1 - Instabilidade vasomotora e súbita redução na resistência vascular sistêmica (síncope cardioneurogênica). 2 - Obstrução mecânica ao débito cardíaco (estenose aórtica). . 3 - Arritmias com redução de débito cardíaco (Taquicardia ventricular [TV]). 4 - Doença cerebrovascular com redução de perfusão (isquemia transitória vertebrobasilar). 5 - Aumento na resistência cerebrovascular (hiperventilação). Sincope pode ocasionalmente ocorrer sem redução do FSC, quando houver desequilíbrio metabólico importante, como hipoglicemia ou hipóxia. Porém o quadro clínico é diferente, sendo a alteração do nível de consciência mais prolongado. Síncope cardioneurogênica é descrita como uma slnororne resultante de respostas autonômicas inadequadas, devido a anormalidade no controle da resistência vascular periférica e na freqüência cardíaca (inapropriada vasodilatação e/ou bradicardia). Os ramos autonômicos eferentes vagal e simpático normalmente são regulados por uma variedade de reflexos cardiovasculares, incluindo baroreflexos (seios carótideos e aorta) e reflexos cardíacos (mecanoreceptores). O ramo aferente do reflexo cardioneurogênico origina-se nos mecanoreceptores (Fibras C), primariamente localizados na parede ínfero-postenor do ventrfculo esquerdo (VE), Esses receptores podem ser ativados por diversos mecanismos, incluindo estiramento mecânico, aumento na pressão de enchimento do VE e contração sistólica vigorosa. Também vários ativadores químicos e hormonais foram descritos, como prostaciclinas durante isquemia miocárdica, vasopressina, diqital e isoproterenol. Ao contrário, os -bloqueadores reduzem a ação desses reflexos aferentes. Condições que induzem a redução do volume intravascular (posição ortostática prolongada, retenção sangüínea nos membros inferiores) produzem vasoconstrição compensatória, taquicardia, e aumento no inotropismo. devido à redução do retorno venoso e redução dos estímulos dos baroreceptores arteriais. A contração vigorosa do VE devido a hipovolemia relativa e o aumento da circulação de catecolaminas estimulam as fibras C, desencadean- . do uma inibição do reflexo vasopressor. Nos pacientes suscetíveis, esta ativação resulta numa vasodilatação, bradicardia e síncope(21), A síncope vasodepressora é caracterizada pelo aumento da vasodilatação -mediada (epinefrina) junto com a queda da a-adrenérgica. Rev SOCERJ .Vol XI - 1998 .. ---,_._-~ ----_._-_._._-,.~----_._-_._-------.~---_.-_._~.-:---..-- _.,... ".-'--- ' .- .. --.---- -.:....._._~-- ,------ ..---~-. NQ2 1 I R«IuçAo do retorno venoso Isquemia vasopressina Oigil.' slmpâeieu ,. Tono ••••Pressão de enchirnente do VI': Estiramento mecânico . Catccolaminss ::=~J cercttdeos \ / .' ·o~rtor es mtrl.v~tJ"JC\1r.rcs I / Meanoreceptor es GU.Gl Sistema nervosc central {entro medular / Aferentes corticais Ativ •. ção inihição r pnrassimpitic.13 simpático 1- CAUSAS DE SíNCOPE MEDIADA NEURALMENTE (21). A- Vasovaqal (neurocardiogênica, vasodepressora) B- Vagovagal (situacional) '" Miccional " Defecação " Deglutição " Da tosse • Do espirro " Neuralgias (glossofarígeo, trigêmeo) • Posprandial • Outras (Mergulho, Levantamento de peso, Instrumentação) C- Síncope de Seio Carotídeo D- Psiquiátrica (Síndrome do pânico, depressão, distúrbio da ansiedade) E- Miscelânea (exercício, altitude, medicamentosa) I Hípotensão e bradicardis 2- CAUSAS DE HIPOTENSÃO ORTOST Á TICA. A- Drogas Síncope mediada neuralmente O reflexo inibitório neural descrito pode ser ativado por outros caminhos aíerentes distintos do VE/mecanoreceptores, inciuindo aqueles oriundos das vísceras, seios carotídeos e c6rtex cerebral e podem ser' geralmente referidos como sincope mediada neuralmente. Adicionalmente, susceptibilidade ao reflexo vasodepressor pode também ser influenciado por impulsos neurais dos centros corticais altos e relaxamento do tonos vagal (21,9). 6- Perda de Volume C- Perda sangüínea " Desidratação " Insuficiência adrenal D- Retenção Venosa • Gravidez • Posição ortostática prolongada ft Varizes de membros inferiores E- Disautonomia Frimária •• Disautonomia Idiopática (Sínd BradburyEggleston) " Atrofia Sistêmica Múltipla (Sínd. Shy-Drager) Secundária " Diabetes Melittus co Aicoolismo • Amiloidose •• I'-!europatia Autonômica paraneop!ásica li ,Ll,nemiaPerniciosa • Neuropatias Inflamatórias (Guillain-Barré) •• f"-leuropatia Infecciosa (Sífilis, Herpes Zoster, lmunoríeficiências) •• Lesões medulares (Seringomielia) • D:sautonomia familiar) " Deficiência de Dopamina -hidroxilase •• F.'J1,qnr:ia r10C:: ':)8r(v.'~cotores . CLASSIFICAÇÃO E CAUSAS DE SíNCOPE 1- Síncope mediada neuraimente. • Vc.sodepressor (vasovagal, neurocardiogênica) • Situacional. o Síncope do Seio Carotídeo • Psicogênica • Miscelânea í - Hipotensão Ortostática. • Drogas ..,Disautono.nia primária .' H:p0volêmica 2- S!;-IC0peCardíaca. •. Elétrica •• Mecânica 3- \\jeurológic8. 4- lnexplicada. Iremos exernpuricar cada um desses grupos e suegn,;pos, nos detenoo mais nas cardioneuroçêrucas e mpotensão ortostática por serem as mais freqüentes e de interesse ciínico. Rev SOCERJ A- Excesso de vasodilac..çao • Hiperbradicinernia (Sínd. Carcinóide) • Mastocitose •• Hipermagnesemia B- Miscel2inea •• Prolapso da Válvula mitra! Vol XI . Ng 2 Abr/Mai/Jun :~. .. -:". . - 1998 "'. -' ;t.. 77 3- CAUSAS DE SíNCOPE CARDíACA como palidez, náusea, sudorese e palpitações. O paciente idoso pode não ter ou ter muito pouco "aviso". A segunda etapa é o exame físico cuidadoso, com avaliação da pressão arterial deitado e-de pé, nos quatro membros, exame dos pulsos e ausculta cardíaca, etc. Avaliando a possibilidade de doença cardíaca. Passando então para os exame laboratoriais: ECG de 12 derivações: (arritmias, WPW, hipertrofia miocárdica, infarto silencioso, bloqueio de ramo, fascículares ou atrio-ventriculares, OTc prolonqados, etc.). Ecocardiograma (lesões oro-valvulares, PVM, miocardiopatias, displasia arritmogênica de VD, etc.). Com esse dados devemos selecionar os casos que deverão prosseguir na investigação. Os pacientes portadores de síncopes classificadas como malignas (sem pródromos ou com lesões por seqüelas) e recidivantes, devem obrigatoriamente aprofundar a pesquisa. 1) Com cardiopatia ou com mais de 65 anos mesmo sem evidências: Holter 24 horas (arritmias, isquemias, etc.), com avaliação de variabilidade de R-R (distúrbios autonómicos). ECG de Alta Resolução - Sinais de baixa amplitude e alta freqüência (substrato anatõmico), sendo um método com boa acurácia tanto preditiva positiva, como preditiva negativo para as TV (90%) . Estudo Eletrofisiológico, importante para identificação, reprodução e tratamento das arritmias complexas(24). 2) Os pacientes sem cardiopatia e sincope sugestiva de cardioneuneurogênica. Teste de Inclinação (Tilt Teste, Head-up Tilt Testing, Head-up Tilt Tab!e Testing) Registrador de Eventos ("Holter de Eventos", "Loop Recording") - para a gravação de arritmias, sendo "acionado pelo paciente" durante os sintomas, podendo ser usado uma semana ou mais. Transmitido ou não via telefônica. Loop Record de longa duração (implantável no subcutâneo), sem a necessidade de ser acionado durante os sintomas(36). A- Elétrica Taquicardias • VT - incluindo Torsades de Pointes, Sínd. OT Longo • TSV - incluindo pré-excitação Bradicardias • Doença do Nó Sinusal (Sínd. Taqui-Bradi) • Bloqueios A-V Mal Funcionamento do Sistema de Marca-Passo • Da unidade geradora, do cateter eletrodo, da interface e Sínd. do marca-passo. B- Mecânica Obstrução ao fluxo do VE • Estenose aórtica • Cardiomiopatia hipertrófica • Estenose Mitral • Disfunção protética (trombose) • Mixoma de AE Obstrueão ao fluxo do VD • Hipertensão Arterial Pulmonar • Embolia Pulmonar • Estenose Pulmonar • Síndrome de Eisemnenger e Mixoma de AO Doenças do Miocárdio • Infarto do miocárdio extenso • Isquemia miocárdica global • Severa disfunção miocárdica Outras • Tamponamento Cardíaco • Dissecção Aórtica ABORDAGEM DIAGNÓSTICA A primeira etapa na avaliação de um paciente com síncope é distinguir a presença de sintomas conseqüentes a outras condições como a tontura rotatória, isquemia cerebral transitória, epilepsia e distúrbios metabólicos (hipoglicemia). Realizar anamnese livre e dirigida para o conhecimento dos sintomas, se possível também de um "espectador", já que pode ocorrer amnesia retrograda dos episódios Registrando OS sintomas, sinais, tempos e fatos ocorridos antes, durante e após cada evento (relaxamento de esfíncter, abalos musculares, crise convulsiva). Estado e posição que estava quando despertou. tempo de recuperação parcial e total,. Ouaotos e qual a freqüência dos episódios. Avaliar as patologias (crônicas ou em curso), O uso de drogas (crônicas ou não) e hábitos alimentares recentes (regimes), uso de bebidas alcoólicas. Os pródromos podem estar ausentes (síncope maligna), breves e com discreta tontura, porém freqüentemente cursam com vários outros sinais e sintomas .78 Abr/Mai/Jun TESTE DE INCLINAÇÃO O Teste de Inclinação (TI) é uma técnica de uso clínico recente, apesar de já ser utilizada para fins de pesquisa cientifica desde antes dos anos 40(3). Deve ser realizado pela marhã, em ambiento hospitalar calmo, pouca luminosidade. Utilizando-se monrtorízaçao contínua de ·cÇG-3 pressao sanqüínea batimento a batimento por técnica de pletismografia digital (Finapres ), mesa própria com suporte para os pés, bandas de proteção, inclinação de 60 a 80 e possibilidade de movimentação rápida para a posição de Trendelemburg. Um consenso de protocolo, patrocinado pelo American Col/ege of Cardiology, Rev SOCERJ - 1998· .. ' - --~------- ----------~-----.. . '. -, ' - -- .- ._. ;." - : .rO.~ Vol XI NQ2 recentemente publicada(8), recomenda 20-45 minutos na posição supina e 30-45 minutos de inclinação passiva com angulo de 60-80 - teste passivo. Se necessário, seguir com teste farmacológico(34) (isoproterenol, nitroglicerina, edrophonium) por mais 10-15 minutos. Nós de rotina complementamos o exame com a massagem dos seios carotídeos através de leve compressão por 5 segundos em cada lado, com intervalo de 2 minutos e em posição inclinada. A inclinação passiva provoca seqüestro sangüíneo para as extremidades dos membros inferiores com redução do volume intravascular efetivo, estimulando os mecano-receptores e assim o reflexo neurocardiogênico. Poderá resultar em hipoterisão ek»: bradicardia em indivíduos suscetíveis. O único critério de positividade aceito sem críticas é a ocorrência de sintomas (síncope ou pré-síncope) durante o procedimento. São adotados os seguintes critérios(6): Neurocardiogênica - súbita hipotensão com ou sem bradicardia. Disautonomia - queda gradual e paralela da pressão arterial sistólica e diastólica. Sindrome da taquicardia postura. ortostática (P.G.TS) (18,49) - Resposta excessiva da freqüência cardíaca para manutenção da pressão arterial. Síncope cerebral - Síncope associada a vasoconstrição cerebral na ausência de hipotensão sistêmica. Psicogênica - Síncope sem alterações hemodinâmicas. Na resposta neurocardiogênica observamos três padrões de resposta: vasoplégica (inicialmente queda da PAl, cardioinibitória (a hipotensão ocorre em decorrência da bradicardia) e mista (a queda da FC e Pf, são paralelas). VL 71 anos TT294 uma súbita redução da pressão sistólica e diastólica com muito discreta queda da freqüência cardíaca, caracterizando um padrão do tipo vasoplégico. Na figura 2, observa-se que aos 52 minutos de inclinação ocorre uma súbita redução das pressões sistólica, diastólica bem como da freqüência cardíaca (assistolia importante no ECG), caracterizando um padrão de resposta do tipo misto. M. F. F. masco 26 anos módico 2 episódios de síncope com ab.los muculares Tn02 - 09/05197 I TESTE . 29/04/97 mmHg elevada 220 o •••• "" •• _ •••• I DE INCLINAÇÃO a mesa 60 ,11- -. _ 200 - :. _._ .. _ _,_ _ "" . Trendelemburg ~:~::~::~:~:~:~::~:~:~<~ <:~:::~~'; ~:~::'.:~ ~.~:< ...:.,::. :"'1'" .~:~:( 140 - ~~~ • • .. -. •••• •• ......•. . ..:'.~' ...•••. ••• __ •...... 0.0 -- ..~.\ o,' " •.. _ \ - 80 ~f' 4. \ I ~(',.., __ ~g~aus ",_~ PAS =::D .. 60~==;;;;;;;;;.:;;:.;;;;;' 40 ....................................................•.... 20 ..•...............•. "'11' O i ... pré-síncope I .......•.•............................................ I 1 I 15 I I 21 I I I I I 29 I I I I I I 37 I 45 minutos Nas figuras 1 e 2 mostramos dois exemplos de respostas positivas ao teste de inclinação. Na figura 1, nota-se que aos trinta minutos de inclinação ocorre Rev SOCERJ .. .. .. .. " --_._----:-;--;-:"o"" .... _ ..- .. •• •• Abordagem Terapêutica: Achamos importante que os pacientes reconheçam os sinais e sintomas (pródromos) de suas crises e adotem medidas para evitar "fatores desencadeantes" para evitar ou proteger-se de possíveis traumas, adotando posições adequadas (pernas mais altas que a cabeça). Devem ser avisados para evitar desidratação, tempos prolongados em posição sentada ou de pé, lugares muito quentes e cheios, mudanças rápidas posturais, principalmente após repouso prolongado. A conduta na síncope vasovagal compreende tanto tratamento farmacológico com não farmacológico. As opções não farmacológicas compreendem o uso de meias elásticas, dieta rica em sal( 44), hidratação (importantes em pacientes com retenção venosa, desidratados e hipovolêmicos). O tratamento com drogas pode ser guiado pelo teste de inclinação ou ser empírico( 18,36). Várias drogas tem sido usadas para prevenir os episódios, como b-bloqueadores (atua nos mecano-receptores)( 40), disopiramida (anticolinérgico), agentes anticolinérgicos como a escopolamina, alfa-agonistas (aumenta o tonos venoso), teofilina, hidrocloridrato de fluxetina( 17,27), fludrocortisona (retenção salina e volêrnica), clonidina e dihidroergota;llini:' _. .so gama de drogas reflete por um lado a grande variedade de mecanismos fisiopatológicos envolvidos nete tipo de síncope, diferentes reações dos pacientes e por outro lado a ineficiência parcial das mesmas. O uso de marca-passo de dupla-câmara, apesar de sua inicial aceitação, atualmente gera centrovérsias(10,27,28,37). Em pacientes com síncope Abr/Mai/Jun Vol XI . Nº 2 _'--_ ...._._ '"---_ _._._-_ _-_.- _----:--~-- .. I. . 13 Vários e nsõctos de síncope sem pródromos L TESTE ;:- DE INCLl"lAÇ.~O - 1998 79 maligna (cardioinibitória), usa-se concormtantemente ao uso de drogas, com a finalidade de retardar a perda dos sentidos, rlando oportunidade para o paciente se proteger. Nesta revisão procuramos resumir os conhecimentos atuais sobre a síncope, no entanto, muitos fatos ainda nos são totalmente desconhecidos, especialmente a fisiopatologia dos mecanismos indutores. Apesar disso, muito se avançou nos últimos anos em relação a conduta diagnóstica e especialmente aos meios terapêuticos a serem adotados. . 13) Gatzou/is K., Mamare/is /.E., Apost%pou/os T Dileveris P, Gia/afos Toutouzas P po/ymorfh;~ ~entncu~ar Ta~hycardla Induced ouring Ti/t Testing m a Petient with Syncope and Probab/e Oysfunction of Sinus Nade. PACE 1995; 18(pt1):1075-1079 14) Grubb B., Kosinski O., SamoiIO., Pothoulakis A . Lorton M, Kip K Postpettum Syncope. PACE 1995" 18(Pt): 1028-1031. 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