A missão dos naturalistas no Brasil do século XIX As viagens de cientistas, artistas e estudiosos ao Brasil do século XIX tiveram um grande estímulo a partir de 1817, com o casamento da princesa Leopoldina, arquiduquesa d’Áustria, filha do Imperador Francisco I (1792-1835), então imperador da Áustria, com D. Pedro I, o herdeiro da Coroa portuguesa e futuro imperador do Brasil. Desembarque da princesa Leopoldina, em 05 de novembro de 1817 (Debret). Dona Maria Leopoldina de Habsburgo Jean-Baptiste Debret, integrante da missao artística francesa no Brasil (1816) Com a chegada de Dona Maria Leopoldina: Missão Austríaca (1817). Composição: Karl Philip von Martius, Johann von Spix e Thomas Ender, entre outros. Registraram as vizinhas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão e Pará. Inspiração de todos: Viagem às regiões equinociais do novo continente, feita de 1799 a 1804 por Alexandre von Humboldt e Aimé Bonpland. Em 1819, Spix e Martius chegaram ao Amazonas. Publicações de Spix: “Simiarum et vespertilionum brasiliensium species novae” (1823), “Serpentum brasiliensium novae” (1824), “Animalia nova sive species lacutarum” (1825). Publicações de Martius: “Nova genera et species plantarum brasiliensis” (3 volumes, com 300 pranchas coloridas e com análise das flores e frutos), “Historia naturalis palmarum” com 245 estampas coloridas de palmeiras brasileiras. Flora Brasiliensis On-line: http://florabrasiliensis.cria.org.br O professor Dr. Mário Guimarães Ferri afirmou “Nenhum outro país pode se orgulhar de possuir trabalho de tamanha envergadura sobre sua flora”. Lycopodium fontinaloides Spring Selaginella amazonica Spring Equisetum bogotense Kunth E a descrição de cada espécie encontrada. Martius: “Flora Brasiliensis” (1840) Considerada o esteio de toda a botânica sistemática brasileira, ainda hoje utilizada nos herbários para a identificação de plantas. Esta obra consta de 130 fascículos reunidos em 40 volumes. Com: 3.000 estampas e descrições de 20.000 espécies, das quais, na ocasião 6.000 eram desconhecidas. Participaram desta obra: Endlicher (até 1849), o próprio Martius (até 1868), Eichler (até 1887) e Urban (que a terminou em 1906). Expedição Langsdorff (1822-1829) Rugendas: chegou ao Brasil em 1821, como desenhista documentarista da Expedição Langsdorff. Após 1824, continua sozinho o registro de tipos, costumes, paisagens, fauna e flora brasileiros. Segue para Mato Grosso, Bahia e Espírito Santo e retorna ao Rio de Janeiro ainda no mesmo ano.