QUÍMICA
RELATÓRIO DE CONJUNTURA
1. VARIÁVEIS E INDICADORES DAS EMPRESAS
O sector de fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais (CAE 24)
representava, de acordo com dados de 2006, sensivelmente 1,1% do total de empresas da
indústria transformadora nacional (I.T.), sendo o tecido empresarial marcado pelo
predomínio de unidades de reduzida dimensão. As empresas com menos de 10 pessoas ao
serviço representavam, em 2005, 68,3% do total de unidades empresariais, tendo sido
responsáveis por 8,7% do emprego total e 4% do volume de negócios do sector. Por sua
vez, as empresas de maior dimensão, com 250 ou mais trabalhadores, embora
representando apenas 1,4% do total de unidades empresariais geraram cerca de um terço
do total do volume de negócios.
Estrutura do tecido empresarial da CAE 24, em 2005
Volume de Negócios 3,9% 4,5%
Pessoal ao serviço
8,7%
10,7%
48,9%
7,9%
15,9%
Empresas
32,1%
43,2%
24,2%
68,3%
0%
10%
20%
30%
Até 9
11,5%
40%
10 - 19
50%
20 - 49
60%
70%
50 - 249
10,8%
80%
8,1% 1,4%
90%
100%
250 ou mais
Fonte: Fonte: GEE, Ministério Economia e da Inovação
1
Em 2006, as oito maiores empresas representam 30,9 % do total do volume de negócios
deste sector de actividade e 24,8% do valor acrescentado bruto (VAB) do sector,
revelando assim alguma concentração do mercado por um reduzido número de unidades
industriais.
Concentração horizontal: CAE 24 (em 2006)
Volume de negócios
VABcf
Indicador discreto de concentração (%)1
Indicador discreto de concentração (%) (1)
4 maiores empresas
8 maiores empresas
21,90
Fonte: INE, Empresas 2006
4 maiores empresas
8 maiores empresas
16,07
24,84
30,89
Em 2005, cada empresa do sector empregava, em média 21 trabalhadores, um valor
comparativamente mais baixo do que a dimensão média registada a nível europeu (56
trabalhadores por empresa em termos médios para a União Europeia a vinte e sete
Estados-Membros - UE27).
Dimensão média das empresas da CAE 24 (em 2005)
160
136
140
130
120
100
84
80
72
60
41
40
28
30
31
33
42
44
45
45
47
49
53
57
74
75
86
89
77
61
34
21
20
Fr
an
ça
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pa
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l
Ch
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Es
tó
nia
0
Peso (%)
Média UE27
Fonte: GEE, Ministério Economia e Inovação
Os trabalhadores possuem habilitações literárias superiores ao valor médio para a
indústria transformadora como um todo. Com efeito, cerca de um quinto dos
1
Corresponde à quota de mercado detida pelas maiores empresas.
2
trabalhadores possuem um nível de habilitações superior (bacharelato e licenciatura),
contra apenas 6,1% para o valor médio da I.T..
Habilitações literárias dos trabalhadores, em 2005
60
50
40
12,7
30,3
30
19,4
29,4
20
4,4
27,7
10
17,7
1,7 0,8
20,1
13,7
15,3
1,7
4,6
0
Inferior ao 1º
1º Ciclo do Ensino
2º Ciclo do
3º Ciclo do Ensino
Ciclo do Ensino
Básico
Enssino Básico;
Básico
Básico;
Ensino
Secundário
0,4 0,1
Bacharelato
CAE 24
Licenciatura
Situação ignorada
I.T.
Fonte: GEE, Ministério Economia e da Inovação
No que se refere à distribuição geográfica das sociedades existentes, verifica-se uma
maior concentração na região de Lisboa (35%, em 2005), seguindo-se a região de Norte e
a região Centro do país, onde estavam localizadas, respectivamente 33,6 % e 25,3% do
total.
Distribuição geográfica das sociedades existentes, em 2005
Alentejo
4%
Algarve
1%
Regiões Autónomas
1%
Norte
34%
Lisboa
35%
Centro
25%
Fonte: GEE, Ministério Economia e da Inovação
3
Em 2005, a taxa de natalidade, medida pela proporção do número de sociedades
constituídas face ao número de sociedades existentes, foi de 4,2% (acima do valor médio
para a I.T.), enquanto a taxa de mortalidade, medida pela proporção do número de
sociedades dissolvidas face ao número de sociedades existentes, ascendeu a 2,5% (abaixo
do valor médio para a I.T.), permitindo, deste modo, expandir o número das empresas do
sector.
Apesar de representar apenas 1,1% das empresas da I.T., o sector evidencia uma maior
expressividade se nos reportarmos ao valor de outros indicadores, como sejam o peso do
volume de negócios e do VAB no contexto da indústria transformadora portuguesa. Em
2005 o valor destes indicadores rondava os 6%.
Alguns indicadores da CAE 24
Indicadores
2005
2006
Empresas (Nº)
1027
1038
Pessoal ao Serviço (Nº)
21216
n.d.
Volume Negócios (milhões €)
4207
n.d.
VAB (milhões €)
1111
n.d.
Exportações (milhões €)
2175
2376
Importações (milhões €)
5516
6025
Peso da CAE 24 na I.T. (%)
Indicadores
2001
2002
2003
2004
2006
Empresas
1,1
1,1
1,0
1,0
1,1
P. Serviço
2,5
2,4
2,5
n.d.
2,4
n.d.
V. Negócios
5,5
5,7
5,9
n.d.
5,8
n.d.
VAB
5,4
5,5
5,7
n.d.
5,9
n.d.
5,2%
5,4%
5,6%
7,3%
7,1%
Exportações (*)
n.d.
2005
6,2%
Importações (*)
10,1% 11,1% 11,5% 11,4% 11,6% 11,7%
n.d. - não disponível;(*) Peso nas exportações totais e importações totais nacionais
Fonte: GEE, Ministério Economia e Inovação
Em termos de comparações internacionais, destaque-se o facto do peso do VAB do sector
no VAB total da I.T., ser em Portugal inferior à média verificada ao nível da União
Europeia a vinte e sete Estados-Membros (UE27), cujo valor ascendia, em 2005, a
10,9%.
4
Peso do VAB da CAE 24 no VAB da I.T. (em 2005)
40
35,1
35
30
25
21,8
20
18,3
15
10
5
2,8
3,6
4,3
4,9
5,8
5,9
5,9
6,1
6,2
6,3
6,7
7,1
7,3
7,5
8,6
9,6
10,3
11,4
12,1
12,2
13,1
13,9
Peso (%)
Fr
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vá
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0
Média UE27
Fonte: GEE, Ministério Economia e da Inovação
Por subsectores, a três dígitos da CAE, destacam-se o peso do de fabricação de produtos
farmacêuticos (CAE 244) e do de fabricação de produtos químicos de base (CAE 241),
responsáveis conjuntamente por 64% do VAB e, praticamente, por dois terços do volume
de negócios da CAE 24 (dados de 2003).
A produtividade do trabalho (medida pelo quociente entre o valor acrescentado bruto, a
preços constantes, e o emprego) situava-se, em 2005, acima da média da indústria
transformadora nacional (41755 euros contra 22867 euros, respectivamente), reflectindo
assim uma eficiência das empresas do sector na utilização dos recursos.
2. COMÉRCIO INTERNACIONAL
Balança comercial da CAE 24
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Exportações
1.393
1.473
1.575
1.838
2.175
2.376
2.668
Importações
4.469
4.718
4.816
5.220
5.516
6.025
6.386
Taxa de
Cobertura
31,2%
31,2%
32,7%
35,2%
39,4%
39,4%
41,8%
(Valor: Milhões €)
Saldo Comercial
-3.076
-3.245
-3.241
-3.382
-3.341
-3.649
-3.718
Fonte: GEE, Ministério Economia e da Inovação
5
Evolução do comércio internacional da CAE 24
Taxa de variação em valor (CAE 24)
7.000
45,0%
6.000
40,0%
18,0%
35,0%
16,0%
30,0%
14,0%
4.000
25,0%
12,0%
3.000
20,0%
5.000
Milhões €
20,0%
10,0%
15,0%
2.000
10,0%
8,0%
1.000
5,0%
6,0%
0
0,0%
4,0%
2001
2002
2003
2004
Exportações
2005
2006
Importações
2007
2,0%
Taxa de Cobertura
0,0%
2002
2003
2004
2005
Exportações
2006
2007
Importações
Estrutura2 das exportações e importações da CAE 24, em 2007 (%)
60
54,9
50
40,6
40
30,5
30
20
17,1
9,4
10
9,7
7
10
5,6
4,7
4,8
3,1
1,1
1,4
0
CAE 241
CAE 242
CAE 243
CAE 244
CAE 245
Exportações
CAE 246
CAE 247
Importações
Portugal tem apresentado sistematicamente um saldo comercial negativo. Nos últimos
anos, apesar do acréscimo das exportações ter superado sempre a taxa de variação das
importações, com excepção do ano de 2006, em que se igualaram, o défice da balança
comercial tem vindo, contudo, a agravar-se. Em 2007 a balança comercial do sector
registou um saldo negativo de 3,7 mil milhões de euros, a que correspondeu uma taxa de
cobertura das importações pelas exportações de 41,8%.
Contudo, a taxa de cobertura tem vindo a registar uma ligeira melhoria ao longo dos
últimos anos (39,4% em 2006 contra 41,7% em 2007).
2
CAE 241 - Fabric. de produtos químicos de base
CAE 242 - Fabric. de produtos farmacêuticos
CAE 243 - Fabric. de outros produtos químicos
CAE 244 - Fabric. de sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e produtos de higiene
CAE 245 - Fabric. de tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
CAE 246 - Fabric. de fibras sintéticas ou artificiais
CAE 247 - Fabric. de pesticidas e outros produtos agroquímicos
6
Este sector desempenha um papel de relevo no total do comércio externo português,
representando, em 2007, 7,3% do conjunto das exportações e 11,5% das importações.
Comparativamente com o ano de 2006, o sector reduziu ligeiramente o seu peso relativo
no cômputo das importações globais e aumentou, também de forma ligeira, o seu peso
relativo na totalidade das exportações.
Peso da CAE 24 no comércio internacional português
14,0%
12,0%
11,7%
11,6%
11,5%
10,0%
8,0%
7,3%
7,3%
7,1%
6,0%
4,0%
2,0%
0,0%
2005
2006
Exportações
2007
Importações
Principais parceiros comerciais da CAE 24 (em 2007)
Clientes
% total Fornecedores
Espanha
33,2
Espanha
Países Baixos
10,9
Alemanha
Alemanha
10,3
França
França
6,1
Países Baixos
Reino Unido
5,3
Bélgica
Bélgica
5,3
Reino Unido
Angola
4,0
Itália
Turquia
3,8
Suíça
Itália
3,4
Irlanda
EUA
2,5
EUA
Fonte: GEE, Ministério Economia e da Inovação
% total
27,4
14,3
11,2
9,0
6,3
5,8
4,7
3,5
3,4
1,9
Os países europeus concentram grande parte dos fluxos comerciais deste sector, cabendo
a posição de liderança, tanto como fornecedor como cliente, a Espanha, responsável por
27,4% das importações e praticamente um terço das exportações (em 2007).
No grupo de fornecedores, destacam-se, também, a Alemanha, França e Países Baixos,
que representam, respectivamente, 14,3%, 11,2%, 9% das importações efectuadas pelo
sector.
7
No grupo de clientes, salientam-se, ainda, os Países Baixos, a Alemanha, a França, e o
Reino Unido, representando, respectivamente, 10,9%, 10,3%, 6,1% e 5,3% do total das
exportações portuguesas deste sector.
Fora do contexto europeu destacam-se os Estados Unidos da América, origem de 1,9%
das importações e destino de 2,5% das exportações globais deste sector, bem como, nas
exportações, Angola, com 4% do total.
8
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emprego total