PELA SUA SAÚDE Hipertensão arterial (HTA) O QUE É ARTERIAL? PRESSÃO A pressão arterial corresponde à força exercida pelo sangue na aorta quando sai do coração. Para melhor compreender este conceito imagine-se o coração como uma bomba que contrai e relaxa. Ao movimento de contracção do coração chama-se sistole; é nesta fase que o coração “empurra “ para a aorta, e daí para todo o corpo, o sangue oxigenado vindo dos pulmões. A pressão gerada nesta fase chama-se pressão arterial sistólica ou mais comummente conhecida pressão arterial máxima. Dr.ª Catarina Pereira Especialista de medicina interna O período de relaxamento cardíaco chama-se diástole, fase em que o coração se volta a encher de sangue; a pressão exercida pelo sangue na aorta nesta fase é muito menor e denomina-se pressão arterial diastólica ou mínima. COMO SE DEFINE HIPERTENSÃO ARTERIAL? De um modo simples pode dizer-se que quando os valores de pressão arterial estão elevados estamos na presença de hipertensão arterial. Quais são então os valores considerados normais? Quando se diz que alguém é hipertenso/a? A dieta mediterrânica, baseada em peixe, vegetais e frutas é muito rica nos nutrientes que mais contribuem para manter uma pressão arterial baixa: o potássio, o magnésio e o cálcio. in TIME.com, 2011-06-08 Ao longo dos vários anos, os investigadores têm feito estudos comparativos em doentes tentando perceber quais são os valores de pressão arterial que correspondem a um menor risco vascular (risco de ter um enfarte agudo do miocárdio, um AVC, processo de aterosclerose mais avançada), tendo-se estabelecido que quanto mais elevados os valores de pressão arterial, maior é o risco vascular. Sendo assim, à luz dos valores actuais, o valor de pressão arterial normal é aquele que os estudos demonstraram (independentemente de outros factores como a diabetes, a dislipidémia) levar a uma menor probabilidade de se vir a ter um evento vascular. Actualmente, e na ausência de outros factores de risco, considera-se que um individuo é hipertenso quando a sua pressão arterial é ≥140 (máxima)/ 90 (mínima) mmHg. A título de curiosidade, é costume ouvirmos os doentes assustados porque têm “as tensões muito juntas” Ao contrário do que nos diz a sabedoria popular , valores de pressão arterial máxima e mínima próximos, constituem um factor de bom prognóstico, já que correspondem a menor diferencial de pressões infligido à parede arterial e como tal retardando a evolução do processo aterosclerótico. QUAL A CAUSA DA HTA? Infelizmente apenas em 5% dos casos se consegue encontrar uma causa para a HTA; é a chamada HTA secundária. As causas mais frequentes são distúrbios hormonais, por exemplo da tiróide, malformações vasculares. No entanto, apesar desta baixa percentagem, é mandatório, particularmente num doente jovem com HTA de novo, excluir estas causas, já que são tratáveis e como tal o seu tratamento implica também a cura da HTA. Nos restantes 95%, não existe causa identificável, sendo, então, uma HTA essencial. QUAIS OS ORGÃOS MAIS ATINGIDOS PELA HTA? Os órgãos alvo da HTA são: • coração: manifesta-se clinicamente por quadros de insuficiência cardíaca (cansaço para esforços progressivamente menores, dificuldade em respirar deitado, pernas inchadas) e é o resultado do esforço continuado do coração para bombear uma quantidade de sangue adequada contra um pressão arterial elevada. • rim: as artérias que levam o sangue ao rim, tornam-se menos elásticas, comprometendo assim a circulação renal; em situações graves os doentes podem vir a precisar de fazer hemodiálise. • cérebro: em que a grande manifestação são os AVC’s sejam eles hemorrágicos (os mais frequentes em situações de HTA, por ruptura de uma artéria no cérebro) ou isquémicos (obstrução da circulação numa artéria). • olho: retinopatia hipertensiva com compromisso da acuidade visual. COMO SE TRATA A HTA? À excepção das situações de HTA secundária cujo tratamento, como já foi referido, é a correcção da causa subjacente, o tratamento da HTA compreende 4 vertentes: -correcção de estilos de vida (dieta pobre em sal e gorduras, evicção tabágica, exercício físico) -tratamento farmacológico com fármacos que actuam nos mecanismos implicados na génese da pressão arterial (por exemplo os diuréticos como o conhecido Lasix®, que ao aumentar a diurese e consequentemente o volume de liquido dentro dos vasos, leva a uma diminuição da quantidade de sangue que sai do coração por minuto, com consequente diminuição dos valores de pressão arterial). -prevenção e tratamento complicações nos órgãos alvo + GORDURA AÇÚCAR SAL das -tratamento agressivo de outros factores de risco vascular (diabetes, colesterol, obesidade). O facto de ser uma patologia que não dói, leva frequentemente a que o doente a desvalorize, e como tal se empenhe pouco no seu tratamento. No entanto as suas consequências são devastadoras, constituindo importante causa de morbilidade e mortalidade no nosso país. TABACO