Nanotecnologia Farmacêutica nanociência e nanotecnologia se referem, respectivamente, ao estudo e às aplicações tecnológicas de objetos e dispositivos que tenham ao menos uma de suas dimensões físicas menor que, ou na ordem de, algumas dezenas de Nanômetros (em geral 100 nm). Compósitos nanométricos para maior compactação e consolidação x Estudar os fenômenos de superfície que influenciam no processo. Nanotecnologia Farmacêutica Nanotecnologia Farmacêutica Novas e incomuns propriedades físicas e químicas – ausentes para o Mesmo material quando de tamanho microscópico ou macroscópico são observadas nessa nova escala nanométrica; Efeitos quânticos mais marcantes – flutuações de campo eletromagnético levando a atração ou repulsão; Efeitos de superfície mais intensos – mais átomos dispersos em uma mesma relação de volume. Catalisadores mais eficientes. Efeitos de tamanho- movimento browniano e Van der waals. Repulsão, atração e campo magnético; Nanotecnologia Farmacêutica Efeitos IN VIVO: Podem atuar como biomaterias mais efetivos; que são materiais (sintéticos ou naturais; sólidos ou, às vezes, líquidos) em contacto com sistemas biológicos, devendo ser biocompatíveis, ou seja, devem atender ao requisito de funcionalidade para o qual foram projetados, não estimulando ou provocando ao mínimo, reações alérgicas ou inflamatórias. Podem atuar como vetores: 1a Geração: necessitam de administração especial; Cateter até o tumor com micropartículas; 2a Geração: chegam ao seu alvo sem uma via especial de admistração; nanosistemas. 3a Geração: reconhecimento molecular; anticorpos. Nanotecnologia Farmacêutica Podem ser fagocitados ou permear no endotélio descontínuo do fígado (menos que 1,0 micrômetro); Por via oral, se otimiza sua absorção e diminui irritação do trato gastrintestinal; Penetram através de lacunas dos capilares sangüíneos; Acumulam-se no espaço intersticial dos tecidos; São capturadas pelas células vias endocitose; Nanopartículas poliméricas e os aglomerados de macromoléculas encontradas em tecidos tumorais podem estar em um número 100 vezes maior do que em tecidos normais. Nanotecnologia Farmacêutica Nanotecnologia Farmacêutica Sistemas mais usuais: Ciclodextrinas: alfa, beta, gama e derivadas. Oligossacarídeos cíclicos obtidos a partir do amido. Modificações sintéticas Clorexidina- inclusão em β e β dimetil CD; estabilidade e mascaramento de sabor – do maior para o menor Nanotubos de carbono – do menor para o maior Os nanotubos de carbono são cilindros formados por átomos de carbono, com diâmetros de aproximadamente 1 nm. Devido a diferenças na forma de confinamento quântico de seus elétrons, esses nanotubos, formados espontaneamente a partir da condensação de vapor de carbono em condições apropriadas, podem ser metálicos ou semicondutores. Nem tudo que é nanométrico tem uma aplicação útil!!!! Calixareno – do menor para o maior Preparation and Biological Properties of Inclusion Compounds of Calix[4]arene and 1,4-Benzodiazepinone Derivatives Russian Journal of General Chemistry, 2008, Vol. 78, No. 5, pp. 949–953. Pamam (poliamido amina)– do menor para o maior Pamam Geração Peso Molecular Diâmetro (Å) Grupos reativos em superfície 0 517 15 4 1 1,430 22 8 2 3,256 29 16 3 6,909 36 32 4 14,215 45 64 5 28,826 54 128 6 58,048 67 256 7 116,493 81 512 8 233,383 97 1024 9 467,162 114 2048 10 934,720 135 4096 The AAPS Journal (2009) DOI: 10.1208/S12248-009-9116-1 PEG-conjugated PAMAM Dendrimers Mediate Efficient Intramuscular Gene Expression Outros sistemas nanométricos Naquim – carvão; Partículas coloidais de ouro ou prata obtidas por reações químicas; Agregados poliméricos; Vírus atenuados - O diâmetro dos principais vírus oscila de 15-300 nm; Variola 100 nm e poliomielite 20 nm; Silicatos Lamelares – Disponíveis na natureza já em estruturas pré-formadas e nanométricas !!!!!!!!! Argilas minerais - Geral: • Materiais naturais de textura terrosa • Baixa granulometria • Adquirem plasticidade quando hidratados • Baixo custo - Bentonita Montmorilonita (60%) Quartzo Feldspato Diferentes cátions Argilas minerais Figura – Modelo esquemático da Bentonita (Extraído de Paiva & Morales, 2006). 17 Argilas minerais Capacidade de troca catiônica – Quantidade de íons (cátions) que a argila pode adsorver e trocar. Argila CTC (meq/ 100g da argila) Caulinita 2H2O Haloisita 4H2O Haloisita Ilita Clorita 3-15 5-10 10-40 10-40 10-40 Sepiolitaatapulgita 20-35 Esmectita Montmorilonita Vermiculita 80-150 80-200 100-150 18 Organoargilas Figura – Processo de troca catiônica entre os íons alquilamôneo e os cátions intercalados da argila montmorilonita (Extraído de Kornmann, 2001). 19 Incorporação de fármacos – preparação de nanocompósitos 20 Drug Development and Industrial Pharmacy (2008) iFirst, 1–11 Copyright © Informa Healthcare USA, Inc. ISSN: 0363-9045 print / 1520-5762 online DOI: 10.1080/036390407018317691 Preparation and Evaluation of Inclusion Complexes of Commercial Sunscreens in Cyclodextrins and Montmorillonites: Performance and Substantivity Studies Uso de materiais poliméricos Polímeros mais usuais: • • • • • • • • Poli ácido lático; Poli ácido glicólico; Poli caprolactona; Poli cianoacrilato; Quitosana; Sulfato de condroitina; Alginato de sódio; Poliacrilatos. Técnicas usuais de preparação – emulsificação e dupla emulsificação Exemplo ciprofloxacina/emulsificação evaporação do solvente Fase Oleosa: 50mg Indometacina 8ml Diclorometano 100mg PCL Fase Aquosa: 50ml PVA (1%) (0,5g em 50ml de água) Aquecer para dispersar Esperar esfriar Verter toda a fase oleosa sobre a aquosa. Deixar 5min no sonicador (ciclo 1; amplitude 60 a 80%), em banho de gelo. Levar para o evaporador rotatório e controlar o vácuo para evaporar o diclorometano sem retirar água. Não usar aquecimento. Coacervação Por Gotejamento: Com auxílio de seringa, agulha e gotejador automático, 30mL de uma solução de sulfato de condroitina 0,05% a 0,1% em tampão bórax são gotejados sobre 30mL de solução de quitosana 0,05% a 0,1% em ácido acético 1%, com sonicação a 100% de amplitude e ciclo 1 e a agitação magnética a 700 rpm. A distância entre a agulha e a solução de quitosana é de 10 cm. Após o preparo e a amostra é liofilizada. Spray Dryer Spray dryer com ultra sonicador; Lipossomas Lipossomas Sonicador; Filme lipídico; Normatização de tamanho; Niossomas. Nanoemulsões Caracterização dos nanocompósitos formados Distribuição de tamanho das partículas Viscosidade, índice de refração, e condutividade Análise de espectroscopia de absorção no infravermelho (FTIR) Difração de raios X (DRX) Análise termogravimétrica (TGA) Análise calorimérica de varredura diferencial (DSC) 32 Caracterização Equipamentos – Entre os principais equipamentos utilizados para ver e manipular a matéria em escala atômica estão o microscópio de força atômica (AFM) - para análise de superfícies em geral, e o Microscópio de Tunelamento (STM) - para amostras condutoras ou semicondutoras. Em escala nano ou micrométrica outras técnicas podem ser utilizadas Não há mudança de fase e sim, redução da mobilidade das moléculas Aplicações Difração de raio X A interação entre vetor elétrico da radiação X e os elétrons do material causa uma difração. A radiação é difratada camada por camada do material, o que requer a presença de uma estrutura organizada e regular para registro. A radiação incidente deve ter comprimento de onda compatível com o espaço interplanar analisado. Princípio da Difração de Raios-X n = 2d sen (equação de Bragg) - n é um número inteiro e é a radiação incidente. Onde d é a distância interplanar do cristal; 5-F:A.S. 2theta 60% 80% 100% 2 332 196 392 2,05 367 199 385 2,1 347 206 379 2,15 385 188 390 2,2 414 237 405 2,25 411 246 395 2,3 440 262 367 2,35 381 292 370 2,4 395 293 394 2,45 377 323 379 2,5 384 313 375 2,55 394 309 429 2,6 395 341 378 2,65 389 341 412 Intensidade (CPS) Intens. 2000 1500 60% 1000 80% 500 100% 0 0 5 10 15 2teta 20 25 A intensidade registrada, a qual se correlaciona a um ângulo (2 teta) se obtém da ionização de gases ou sólidos CuK cintilográficos. A amostra deve ser finamente dividida para que se forme uma superfície plana e pouco irregular, trabalhando-se neste caso com a difratometria de pós. Distâncias interplanares mensuráveis: Planos de um cristal – molécula ou polímero; Espaçamento de nano-estruturas; Polimorfismo – molecular ou polimérico; Conformação de cristais líquidos. Observar com cuidado a influência da porção amorfa do material no difratograma obtido. As alterações de base se referem às porções amorfas do material Infravermelho Observa-se vibrações moleculares; Estiramento de ligação; Deformação angular; Torção. O estiramento pode ser ainda simétrico, assimétrico, em fase, fora de fase ou referente a um anel aromático. Nem todas as vibrações teóricas (3 x n 6) Serão observadas – translações e rotações ao longo dos 3 eixos. Depende da estrutura da molécula ou macromolécula. Bandas degeneradas de igual energia. Usualmente se trabalha na região de freqüência média, isto é, de 400 a 4000 cm -1; As freqüências vibracionais das moléculas analisadas dependem de massa dos átomos, geometria da molécula, diferença de dipolo das ligações químicas, e ambiente eletrônico onde se encontram as mesmas. As análises podem se destinar tanto para moléculas pequenas como para macromoléculas ou partículas sólidas. Análise do espectro de infravermelho: Avaliar as freqüências vibracionais dos grupos funcionais característicos; Alargamento de banda x Freqüência; Pode se observar ligações de hidrogênio, interações iônicas e processos similares; Maior massa, menor freqüência; Mais forte ligação, maior a freqüência; Maior distância internuclear, menor a freqüência; Materiais cristalinos apresentam bandas mais finas; Uso de bibliotecas de padrões para comparação. Microscopia eletrônica Ao contrário da microscopia ótica esta técnica utiliza elétrons, e não a luz para a formação de imagens. Este princípio, permite visualizar estruturas de menos de um nanômetro, ao contrário do microscópio ótico, de alcance micrométrico. Microscópio eletrônico de varredura: utilizado para avaliar estruturas superficiais ou sub-superficiais. São imagens tridimensionais e a amostra é de fácil preparação. Opera sob vácuo, produzindo um sinal elétrico para cada ponto da imagem varrido. Detecta elétrons secundários gerados na superfície da amostra. Detecta também, elétrons retro-espalhados em até 1 micra de profundidade. O ouro retro-espalha mais elétrons que o carbono. As amostras são preparadas utilizando um porta amostra na forma de disco em liga de alumínio com superfície lisa, onde uma fita de carbono dupla face é fixada na superfície lisa do disco, realizando-se a deposição da amostra em forma de pó, sendo a quantidade de pó depositada sobre a superfície do porta amostra muito pequena, procurando assim, evitar os efeitos de carga gerados pelo feixe eletrônico durante as observações. Pode se aplicar o revestimento com ouro. MET: analisa a imagem em uma determinada profundidade. O princípio de funcionamento se assemelha ao MEV.