CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE ESTUDO DE POLIMORFISMOS NO GENE DO FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR E ASSOCIAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DA ENDOMETRIOSE Jéssica Vilarinho Cardoso Rio de Janeiro 2013 ii JÉSSICA VILARINHO CARDOSO Discente do curso de Tecnólogo em Produção de Fármacos Matrícula n.° 1011337670 ESTUDO DE POLIMORFISMOS NO GENE DO FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR E ASSOCIAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DA ENDOMETRIOSE Trabalho de Conclusão de Curso, TCCII, apresentado ao Curso de Graduação Tecnologia em Produção de Fármacos da UEZO como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo em Produção de Fármacos, sob a orientação da professora Jamila Perini. Rio de Janeiro Janeiro de 2013 iii ESTUDO DE POLIMORFISMOS NO GENE DO FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR E ASSOCIAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DA ENDOMETRIOSE Elaborado por Jéssica Vilarinho Cardoso Discente do Curso de Tecnologia em Produção de Fármacos da UEZO Este trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com grau: NOVE Rio de Janeiro, 18 Janeiro de 2013. _______________________________________________ Profa. Jamila Alessandra Perini, Doutora (orientadora) ________________________________________________ Profa. Fabiana Kohlrausch, Doutora ________________________________________________ Prof. Arnaldo Couto, Doutor ________________________________________________ Prof. Daniel Escorsim Machado, Doutor (suplente) RIO DE JANEIRO, RJ-BRASIL JANEIRO DE 2013 iv AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado forças a seguir a diante e me acompanhado todos os dias da minha vida, nos momentos bons ou ruins. Aos meus pais, Márcia Vilarinho e Fernando Cardoso, por todos esses anos de amor e carinho e por me apoiarem na realização e concretização dos meus sonhos. Ao meu irmão, que sempre esteve ao meu lado me apoiado quando eu mais precisava. Ao meu namorado, pelo carinho e amor, e pelas vezes em que eu precisava estudar e ele me compreendia e me apoiava. Aos meus avós, Almerindo, Albina e Neuza, que sempre, desde pequena, estiveram ao meu lado, torcendo por mim, com todo seu amor. As minhas eternas amigas, Paula Fulco, Vivianne Pereira, Thaís Netto e Ana Claudia Deodorio, que me acompanharam durante o curso de Tecnologia em Produção de Fármacos e por cada momento vivido, seja na UEZO ou fora dela. Aos amigos do Laboratório de Pesquisa de Ciências Farmacêuticas, que tive o imenso prazer em conhecê-los durante a minha Iniciação Científica. Aos meus professores do curso de Tecnologia em produção de Fármacos pela dedicação e aprendizado ao longo do curso. Aos Doutores Plínio Berardo e Maurício Abrão que acreditaram e permitiram que este projeto se desenvolvesse. As colaboradoras Maria Luiza Marin e Marta Privato pela dedicação e paciência para a coleta das amostras. Um agradecimento especial a minha orientadora professora Jamila Perini, por quem tenho muita admiração e carinho, por toda sua paciência, dedicação e seus ensinamentos. E por ter me dado a oportunidade de conhecer e desenvolver v este projeto maravilhoso e importante, me fornecendo orientações seguras com toda sua experiência. E a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse trabalho. Obrigado a todos. Vocês fazem parte de um momento muito especial da minha vida. vi "O ensino do sábio é fonte de Vida..." Provérbios 13:14 vii SUMÁRIO Lista de Figuras.....................................................................................................viii Lista de Tabelas......................................................................................................ix Lista de Siglas e abreviaturas..................................................................................x Resumo..................................................................................................................12 Abstract..................................................................................................................14 1. Introdução .........................................................................................................15 1.1. Endometriose e Angiogênese..............................................................18 1.2. Fator de Crescimento Endotelial Vascular - VEGF..............................19 2. Objetivos............................................................................................................25 2.1. Objetivo geral.......................................................................................25 2.2. Objetivos específicos............................................................................25 3. Materiais e Métodos...........................................................................................26 3.1. População estudada.............................................................................26 3.2. Extração de DNA e genotipagem.........................................................27 3.3. Análise estatística.................................................................................28 4. Resultados.........................................................................................................30 4.1. Frequências alélicas dos polimorfismos do VEGF...........................35 4.2. Frequências genotípicas dos polimorfismos do VEGF....................36 4.3. Frequências haplotíplicas dos polimorfismos do VEGF.......................41 5. Discussão...........................................................................................................43 6. Conclusão..........................................................................................................48 7. Referências Bibliográficas..................................................................................49 8. Anexos...............................................................................................................60 viii ANEXO: 1....................................................................................................60 ANEXO: 2....................................................................................................61 ANEXO: 3....................................................................................................62 ANEXO: 4....................................................................................................67 ANEXO: 5....................................................................................................72 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1- Pontos prováveis para a instalação / presença da endometriose.........................................................................................................15 Figura 2- A teoria da menstruação retrógrada......................................................16 Figura 3- Representação do processo angiogênico..............................................18 Figura 4- Estrutura do gene VEGF e a localização dos SNPs -2578C>A (rs699947), -2489C>T (rs1005230), -460C>T (rs833061), -1154G>A (rs1570360), +405G>C (rs2010963), -7C>T (rs25648), +936C>T (rs3025039) e +1612G>A (rs10434)................................................................................................................22 Figura 5- Resultado da determinação dos genótipos de VEGF por PCR em tempo real dos SNPs (a) 2578C>A, (b) -460T>C, (c) -1154G>A, (d) 405G>C e (e) 936C>T..................................................................................................................30 Figura 6- Frequências alélicas dos polimorfismos do VEGF em casos e controles.................................................................................................................36 Figura 7- Desequilíbrio de ligação dos polimorfismos (-2578C>A, -460T>C, 1154G>A, 405G>C e 936C>T) de VEGF nos grupos casos e controles.................................................................................................................41 x LISTA DE TABELAS Tabela 1- Dados de frequência genotípica de SNPs de VEGF em pacientes com e sem endometriose..................................................................................................23 Tabela 2- Características do ensaio PCR em tempo real para os polimorfismos 2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T do VEGF.............................28 Tabela 3- Características demográficas e clínicas das pacientes com endometriose (casos) e das mulheres saudáveis (controle)..................................34 Tabela 4- Frequência dos genótipos de VEGF em pacientes com endometriose e em mulheres do grupo controle.............................................................................37 Tabela 5- Equilíbrio de Hardy-Weinberg dos polimorfismos do VEGF.....................................................................................................................38 Tabela 6- Frequência dos alelos de VEGF em uma amostra da população brasileira e em outras populações étnicas.............................................................39 Tabela 7- Genótipos de VEGF e a magnitude de associação com a endometriose.........................................................................................................40 Tabela 8- Frequência dos haplótipos de VEGF em uma amostra da população brasileira (pacientes com endometriose e em mulheres controle) e a magnitude de associação com a endometriose............................................................................42 Tabela 9- Resumo de dados da literatura e do presente estudo avaliando a magnitude de associação dos SNPs de VEGF com a endometriose....................44 xi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ASRM = Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva GnRH = Hormônio liberador de gonadotrofina VEGF = Fator de crescimento do endotélio vascular PlGF = Fator de Crescimento Placentário VEGFR-1, -2 e -3 = Receptor do Fator de Crescimento Endotelial Vascular 1, -2 e -3. UTR = Região não traduzida SNP = Polimorfismos de um único nucleotídeo mRNA = Acido Ribonucleico mensageiro CDS = Região Codificante PCR = Reação em cadeia de polimerase FMUSP = Faculdade de Medicina Universitária de São Paulo HFSE = Hospital Federal dos Servidores do Estado Kg = Quilograma Cm = Centímetro OR = Razão de Chance H2O q. s. p. = Água quantidade suficiente para 12 RESUMO A endometriose é uma doença ginecológica que afeta cerca de 5 -15% das mulheres na idade reprodutiva e é caracterizada pela presença de tecido endometrial estromal e/ou glandular em localizações extra-uterinas. O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) tem um papel importante na angiogênese e polimorfismos no gene VEGF podem influenciar no desenvolvimento da endometriose. O presente estudo tem como objetivo determinar a frequência de cinco polimorfismos do gene VEGF: -2578C>A (rs699947), -1154G>A (rs1570360), -460T>C (rs833061), 405G>C (rs2010963) e 936C>T (rs3025039), e avaliar se existe associação entre tais polimorfismos e o desenvolvimento da endometriose. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da FMUSP (N° 09010/11) e do HFSE-RJ (N° 000.414). A amostra do estudo foi composta por 150 mulheres brasileiras com endometriose histopatologicamente confirmadas (casos) e 35 mulheres brasileiras sem a evidência laparoscópica da doença (controles). O DNA genômico foi extraído de amostras de sangue e a genotipagem dos polimorfismos estudados foi realizada por PCR em Tempo Real. As variáveis nominais foram avaliados pelo teste Quiquadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher e foi calculada a razão de chance (OR), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). As frequências dos cinco polimorfismos de VEGF estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg na população estudada. Não foram observadas diferenças significativas entre as frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos -2578A>C, -1154G>A, -460T>C e 936C>T entre os dois grupos. A frequência dos genótipos GG, GC e CC do polimorfismo 405 de VEGF foi 45%, 42% e 13%, respectivamente, nos casos e, 26%, 68% e 6%, respectivamente, nos controles (P = 0.0249). Considerando o polimorfismo 405G>C a razão de chance entre os genótipos [GG /(GC+CC)], comparando casos e controles, foi de 0,434 (OR) com um intervalo de confiança de 95% (0,189 – 0,992). Concluímos que o polimorfismo 405G>C do gene VEGF foi significativamente associado com a susceptibilidade à endometriose com um aparente efeito protetor na presença de pelo menos um alelo variante. 13 Palavras-chaves: endometriose, VEGF, polimorfismos. 14 ABSTRACT Endometriosis is a gynecological disease that affects approximately 5 -15% of women of reproductive age and is characterized by the presence of endometrial stromal tissue and / or glandular in extra-uterine locations. The vascular endothelial growth factor (VEGF) plays an important role in angiogenesis and VEGF polymorphisms might influence endometriosis development. The present study aims to determine the frequency of five VEGF gene polymorphisms: 2578C>A (rs699947), -460T>C (rs833061), -1154 G>A, +405G>C (rs2010963) and +936C>T (rs3025039) and evaluating whether there is an association between these polymorphisms and the development of endometriosis. This project was approved by the Human Research Ethics Committee of the FMUSP (N° 09010/11) and HFSE-RJ (N° 000.414). The study sample consisted of 150 Brazilian women with histologically confirmed endometriosis (cases) and 35 women with no laparoscopic evidence of disease (controls). Genomic DNA was extracted from blood samples, and genotyping was performed by real time PCR. The nominal variables were evaluated by Pearson Chi-square test or Fisher's Exact test, with calculation of the odds ratios (OR) with 95% confidence intervals (95%CI). The frequencies of the five polymorphisms of VEGF are in HardyWeinberg equilibrium in the study population. No significant differences were observed between the allele and genotype frequencies of polymorphisms 2578A>C, -1154G>A, -460T>C e 936C>T among the two groups. The frequencies of the VEGF 405 genotypes GG, GC and CC were 45%, 42%, 13%, respectively, among cases and, 25%, 67%, and 8%, respectively, among controls (P = 0.0249). Considering the polymorphism 405G>C odds ratio between genotypes [GG / (GC + CC)], comparing cases and controls, was 0.434 (OR) with a confidence interval of 95% (0.189 to 0.992). We conclude that the polymorphism 405G>C in the VEGF gene was significantly associated with susceptibility to endometriosis with an apparent protective effect in the presence of at least one variant allele. Key-words: endometriosis, VEGF, polymorphism. 15 1- INTRODUÇÃO O endométrio é um tecido especializado que está localizado na camada interna do útero, que sofre modificações cíclicas sequenciais, pela ação dos hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelo corpo lúteo (estrogênio e progesterona), sendo eliminado, em pequenos fragmentos, mensalmente na menstruação. (KEITH, 2004). A endometriose é uma doença ginecológica caracterizada pelo crescimento do endométrio em locais ectópicos, tais como a cavidade abdominal, o ovário, peritônio pélvico, fundo-de-saco, ligamentos uterossacros, face posterior do útero, cólon sigmóide e bexiga (GIUDICE e KAO, 2004) (Figura 1). É uma doença comum, que afeta cerca de 5 - 15% das mulheres em idade reprodutiva (JIA e cols., 2012). Figura 1- Pontos prováveis para a instalação / presença da endometriose Alguns pesquisadores têm proposto teorias para o desenvolvimento da endometriose. Porém a teoria mais aceita foi a de SAMPSON (1927), o qual sugeriu que tecidos endometriais são derramados pela tuba uterina dentro da 16 cavidade peritoneal durante a menstruação retrógrada, sofrendo proliferação e crescimento em sítios ectópicos (Figura 2). Essa teoria é suportada pela presença de fragmentos de endométrio, que quando transplantados para meios de cultura ou em animais, levam à formação de focos de endometriose (KOKS e cols., 1997). Embora a teoria da menstruação retrógrada seja uma das explicações mais aceita para o desenvolvimento da doença, os reais mecanismos celulares e moleculares ainda não são claros. Muitas mulheres podem ter fluxo menstrual retrógrado, porém normalmente seu sistema imune é capaz de retirar os restos de fragmentos endometriais e prevenir implantações e crescimento de células. Entretanto, em algumas pacientes o tecido endometrial transplantado pela menstruação retrógrada se prolifera e cresce desenvolvendo a endometriose (SIMPSON, 2000). Figura 2- A teoria da menstruação retrógrada. Durante a menstruação, fragmentos do endométrio sofrem refluxos (1) através das tubas uterinas para dentro da cavidade abdominal (2) os fragmentos aderem à superfície peritoneal (3), invadem (4), e adquire um suprimento de sangue (5) (GROOTHUIS e cols.,2005). 17 Diversas classificações têm sido propostas para a endometriose e a mais recente foi a da American Fertility Society, que propôs uma classificação em sistema de escores reunidos em estádios, analogamente ao que se faz para neoplasias malignas, considerando o tamanho da lesão e o grau de acometimento (superficial ou profundo); tanto no peritônio quanto nos ovários direito e esquerdo; a obliteração do fundo-de-saco posterior (parcial ou completa); e o tipo de aderências (velamentosa ou densa) nos ovários e nas trompas, ressaltando o envolvimento total das fímbrias tubárias por aderências, dividindo os pacientes em quatro estágios: I (mínima), II (leve), III (moderado) e IV (severo). (AMERICAN SOCIETY FOR REPRODUCTIVE MEDICINE, 1997). O diagnóstico definitivo da doença é eminentemente cirúrgico, caracterizado por hemorragia e fibrose de padrão cicatricial associada a elementos epiteliais e/ou estromais mullerianos. No entanto, algumas características clínicas, como o próprio exame físico, exames laboratoriais e evidências de exames de imagem podem sugerir o diagnóstico da endometriose. Clinicamente, a paciente pode apresentar sintomas como dismenorréia, em vários graus, dor pélvica, dispareunia, infertilidade e alterações intestinais cíclicas (NEME e cols., 2000). Porém, em alguns casos, a mulher portadora da endometriose pode ser assintomática, dificultando o diagnóstico da doença (GIUDICE e cols., 2004). O tratamento clínico da endometriose é ainda assunto controverso e existe na literatura um consenso de que o tratamento deve ser cirúrgico (FEDELE e cols., 2000). A via de acesso pode ser por laparotomia ou laparoscopia, dependendo da extensão e acometimento da doença (ROSEAU, e cols., 2000). A endometriose não é uma doença maligna, mas tem semelhanças com um tumor em desenvolvimento, pois estas células podem se conectar, invadir e danificar outros tecidos (COLLETTE e cols., 2006). Estudos demonstram que a vascularização dos implantes de endometriose é provavelmente um dos fatores mais importantes para a invasão de outros tecidos por células endometriais (TAYLOR e cols., 2002). Em pacientes com endometriose, o processo de angiogênese é alterado em favor da sobrevivência e do reabastecimento do tecido endometrial (MAY e cols., 2008). 18 1.1. Endometriose e Angiogênese A manifestação clínica da endometriose é acompanhada por angiogênese e formação de adesão celular (LI e cols., 2009), possivelmente devido ao ambiente peritoneal alterado e o sistema imunitário (CHRISTODOULAKOS, 2007). A angiogênese é definida como a formação de novos vasos sanguíneos a partir de vasos pré-existentes em um processo envolvendo quebra da membrana basal e destruição do tecido conjuntivo pelas metaloproteináses de matriz (MMPs), migração e proliferação de células endoteliais, maturação de células endoteliais e tubulização, como ilustrado na figura 3. Uma vez que estes vasos sanguíneos foram estabelecidos, as células endoteliais sofrem alterações teciduais específicas para gerar funcionalmente vasos distintos (FIGG e FOLKMAN, 2008). Figura 3- Representação do processo angiogênico 19 O crescimento de tecido normal, tal como no desenvolvimento embrionário, na cicatrização de feridas, na função ovariana e do ciclo menstrual, depende da formação de novos vasos (angiogênese) para o fornecimento de oxigênio e nutrientes. (FOLKMAN, 1971). Além disso, o processo de angiogênese envolve vários processos patológicos, tais como, o crescimento tumoral, a artrite reumatoide, a retinopatia diabética, a psoríase (HOEBEN, e cols., 2004) e a endometriose (LASCHKE e cols., 2012). A angiogênse é um processo complexo e que requer um delicado balanço entre indutores e inibidores (SCHAMS e cols., 2004). Várias moléculas são identificadas como indutoras da angiogênese, pois esse processo é dependente de fatores liberados pelas células. Dentre os fatores que estão envolvidos no crescimento de vasos sanguíneos, o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) é o mais importante (MCLAREN, 2000). 1.2. Fator de Crescimento Endotelial Vascular - VEGF O VEGF foi uma dos primeiros fatores angiogênicos a serem identificados. Em 1983, Harold Dvorak e colaboradores identificaram esta glicoproteína, por meio da purificação de células tumorais, percebendo que esta melhorava a permeabilidade celular, sendo chamada de fator de permeabilidade vascular (VPF). Posteriormente, em 1989 FERRARA e HENZEL identificaram a mesma proteína, em meio condicionado, em células pituitárias bovinas e verificaram que promovia a proliferação de células endoteliais vasculares. E em 1990, ficou claro que as duas proteínas eram a mesma, passando a ser denominado fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) sendo um potente regulador positivo da angiogênese (RUHRBERG, 2008). O VEGF é uma glicoproteína homodimérica com peso molecular de 30 – 46 kilodaltons (kDa) caracterizada como um dos membros da superfamília de fatores de crescimento que possuem um nó de cistina, formado por oito resíduos de cisteínas ligados por pontes dissulfeto (HOLMES e cols., 2005). 20 Atualmente, a família do VEGF em humanos inclui cinco membros: VEGFA (ou VEGF), VEGF-B, VEGF-C, VEGF-D e o PlGF (Fator de Crescimento Placentário), ligados denominados receptor a três do receptores fator de transmembrana crescimento tirosina endotelial quinase vascular - 1 (VEGFR-1), receptor do fator de crescimento endotelial vascular - 2 (VEGFR2) e receptor do fator de crescimento endotelial vascular - 3 (VEGFR-3). Os dois primeiros receptores são expressos predominantemente em células endoteliais vasculares e suas progenitoras e o VEGFR-3 é expresso principalmente em células endoteliais linfáticas (FERRARA e cols., 2005; ROY e cols., 2006). O VEGF apresentam também alguns co-receptores como neuropilinas, heparam-sulfato, caderinas e integrinas, que se liga a alguns elementos da família VEGF (NEUFELD e cols., 1999). O VEGF apresenta várias funções biológicas como proliferação, migração, e permeabilidade das células endoteliais pela ligação com VEGFR-2 (FERRARA, 2001). Além disso, pode ter um papel importante no desenvolvimento e na progressão da endometriose, por ser expresso em células epiteliais e estromais no útero humano e em células reguladas por estrogênio (HYDER e cols., 1996;. MUELLER e cols., 2000). Além disso, está localizado no epitélio dos implantes de endometriose, particularmente em lesões vermelhas (DONNEZ e cols., 1998; TAN e cols., 2002). Um dado importante é que os níveis de VEGF encontram-se elevados no fluído peritoneal e no soro de pacientes com endometriose. Diversos estudos têm investigado e observado que o mRNA e proteínas do VEGF são significativamente maiores em mulheres com endometriose (SHIFREN e cols., 1996; KUPKER e cols.,1998; FASCIANI e cols., 2000; TAN e cols., 2002; KHAN e cols., 2003; MATALLIOTAKIS e cols., 2003; GILABERT-ESTELLES e cols., 2007). Cosín e colaboradores, em 2009, observaram um aumento dos níveis de VEGF no endométrio e no fluído peritoneal de mulheres com endometriose sugerindo um aumento da atividade angiogênica, o que pode contribuir para a capacidade de implantação de células endometriais em locais ectópicos. (MCLAREN e cols., 1996, COSÍN e cols., 2009). Recentemente, tem sido demonstrado que o uso de anti-VEGF humano interfere com a manutenção e 21 crescimento da endometriose por inibição da angiogênese num modelo animal (NAP e cols., 2004). Além disso, uma família simples em duas gerações com quarto membros que têm endometriose mostrou que os níveis circulantes de VEGF foram altos em relação ao grupo controle indicando um papel importante do VEGF na susceptibilidade da doença. (MATALLIOTAKIS e cols., 2003; SIMPSON e cols., 2003). O fator de crescimento endotelial vascular é codificado pelo gene VEGF que está localizado no cromossomo 6p21.3 (VINCENTI e cols., 1996) e é composto por oito éxons e sete íntrons exibindo splicing alternativo para formar uma família de proteínas (FUKUMURA e cols., 1998; LAMBRECHTS e cols., 2003). O splicing alternativo do gene VEGF gera nove isoformas que apresentam em comum a região do éxon 1 a 5, sendo elas: VEGF-A121, VEGF-A145, VEGFA148, VEGF-A162, VEGF-A165, VEGF-A165b, VEGF-A183, VEGF-A189, VEGFA 206 (SHIBUYA, 2011). As isoformas do VEGF diferem entre si devido a presença ou ausência dos éxons 6a, 7b, 7a e 7b do gene VEGF-A e exibem diferentes padrões de expressão o que sugere diferentes funções fisiológicas (ROBINSON e STRINGER, 2001). Um crescente número de trabalhos vem mostrando o interesse em se estudar a influência de fatores genéticos em VEGF e o desenvolvimento da endometriose (ATTAR e cols, 2010; COSÍN e cols., 2009; EMAMIFAR e cols., 2012; ZHAO e cols., 2008; LIU e cols., 2009; ALTINKAYA e cols., 2011; BHANOORI e cols., 2005; GENTILINI e cols., 2008; IKUHASHI e cols., 2007; KIM e cols., 2005). Até o momento já foram descritos diversos polimorfismos de um único nucleotídeo (SNPs) na região promotora, 5’UTR e 3’UTR do gene VEGF, conforme ilustrado na figura 4 (JAIN, e cols., 2009). 22 Figura 4.- Estrutura do gene VEGF e a localização dos SNPs -2578C>A (rs699947), -2489C>T (rs1005230), -460C>T (rs833061), -1154G>A (rs1570360), +405G>C (rs2010963), -7C>T (rs25648), +936C>T (rs3025039) e +1612G>A (rs10434). A linha tracejada indica a região codificante (CDS) com a presença de sete íntrons. UTR refere-se a região não codificante (Adaptado de LOKESH JAIN, e cols., 2009). Associações entre polimorfismos do gene VEGF e outras doenças têm sido relatadas em estudos caso-controle, tal como câncer de mama (JAIN, 2009), diabetes, retinopatias (RAY e cols., 2004) e câncer de próstata (LIN e cols., 2003). Em relação à endometriose, já foram estudados os SNPs rs699947, rs833061, rs1570360, rs2010963 e rs3025039 do VEGF em diversas populações, entretanto, os resultados das análises são controversos (HSIEH e cols., 2004; IKUHASHI e cols., 2007; KIM e cols., 2005; KIM e cols., 2008; GENTILINI e cols., 2008 e BHANOORI, e cols., 2005). Na tabela 1 estão resumidos dados de frequência dos SNPs rs833061, rs2010963 e rs3025039 estudados por diferentes grupos em populações chinesas, japonesas, indianas, italianas, coreanas e australianas (ZHAO e cols., 2008). 23 Tabela 1- Dados de frequência genotípica de SNPs de VEGF em pacientes com endometriose e em mulheres sem a presença de endometriose incluída como grupo controle. Adaptado de ZHAO e cols., 2008. 24 Com relação aos SNPs que ocorrem em regiões regulatórias 5´UTR e promotor (-2578C>A, -460T>C e 405G>C) foi observada uma associação entre o SNP -460T>C e a endometriose em mulheres chinesas (HSIEH e cols., 2004 e LIU e cols., 2009) e japonesas considerando os estágios III e IV da endometriose (IKUHASHI e cols., 2007). Para o SNP -2578C>A foi observada uma associação com a endometriose em mulheres chinesas (LIU e cols., 2009), enquanto que o SNP 405G>C foi associado com o risco do estágio avançado da endometriose na população coreana e na população caucasiana (KIM e cols., 2005; GENTILINI e cols., 2008). Em contraste, na população australiana não houve associação significativa entre os SNPs localizados na região 5'UTR (-2578C>A, -460T>C e 405G>C) e o desenvolvimento da endometriose (ZHEN e cols, 2008), bem como em mulheres estonianas e caucasianas quando analisada a associação entre os SNPs -1154 G>A e 405G>C com a endometriose (LAMP e cols., 2010; COSÍN e cols., 2009). Considerando o SNP localizado na região 3´UTR (936C>T) foi observada uma associação positiva entre os estágios III e IV da endometriose em mulheres japonesas (IKUHASHI e cols., 2007), e em mulheres caucasianas (COSÍN e cols., 2009). Entretanto, não foi observada associação entre o SNP 936C>T do VEGF e a endometriose tanto na população coreana (KIM e cols., 2008) quanto em mulheres Chinesas (LIU e cols., 2009), australianas (ZHEN e cols., 2008) e estonianas (LAMP e cols., 2010). Em virtude dos dados controversos dos estudos de associação entre SNPs do VEGF e endometriose (BHANOORI e cols., 2005), e em virtude do possível papel fundamental do VEGF na patogênese da endometriose (HSIEH e cols., 2004 e RAMÓN e cols., 2011), torna-se necessário investigar a real associação dos SNPs do VEGF e o desenvolvimento da endometriose, especialmente em mulheres brasileiras, já que não existem dados nesta população. Foram estudados cinco tipos de SNPs do VEGF, -2578C>A, -460T>C, 1154 G>A, 405G>C e 936C>T, todos localizados em regiões regulatória do gene, pois estas regiões influenciam na expressão da proteína VEGF.j 25 2- OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral: Caracterizar a frequência de polimorfismos no gene VEGF e avaliar se existe associação com o desenvolvimento da endometriose. 2.2. Objetivos específicos: Determinar a frequência alélica, genotípica e haplotípica dos polimorfismos VEGF -2578C>A (rs699947), -460T>C (rs833061), -1154 G>A (rs1570360), 405G>C (rs2010963) e 936C>T (rs3025039) em mulheres diagnosticadas com endometriose e em mulheres com diagnóstico negativo da doença; Avaliar se existe associação entre os polimorfismos de VEGF (-2578C>A, 460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T) e a endometriose em mulheres brasileiras. 26 3. MATERIAIS E MÉTODOS: 3.1. População estudada O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) (N° 09010/11) (Anexo 1) e pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro - HFSE-RJ (N° 000.414) (Anexo 2). Este projeto trata-se de um estudo caso - controle, onde todas as mulheres convidadas a participar receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e foram orientados a lê-lo cuidadosamente e a inquirir a respeito de qualquer dúvida quanto ao projeto. As pacientes que concordaram com as condições estipuladas no TCLE (Anexo 3 e 4), após assinarem, foram incluídas no projeto. As participantes do estudo receberam o Questionário Demográfico (Anexo 5) que visa à obtenção de dados pessoais de identificação e informações demográficas. Tais informações destinam-se a assegurar a abrangência e restringir eventuais tendências da amostra populacional. Todas as informações pessoais estão mantidas em sigilo e são utilizadas apenas pelos investigadores envolvidos no presente estudo. Critérios de inclusão: Mulheres com idade entre 18 e 48 anos; Diagnóstico cirúrgico de endometriose; Ausência de neoplasia maligna de qualquer natureza. Critérios de exclusão: Não preencher os critérios de inclusão; Gravidez confirmada ou suspeita. 27 3.2. Extração de DNA e genotipagem Após a assinatura do TCLE e preenchimento do Questionário Demográfico, foi feita a coleta de sangue para posterior extração do DNA. O DNA genômico foi extraído do sangue periférico das voluntárias participantes do estudo utilizando o kit de extração de DNA genômico (Real Biotech Corporation, Taiwan, China), conforme procedimentos recomendados pelo fabricante. Em resumo, foram adicionados 300 µl de sangue, em um tubo eppendorf contendo uma solução RBC Lysis Buffer para lise do RBC. Em seguida, foi centrifugado e descartado o sobrenadante. Depois, foram adicionados 200 µl de GB Buffer no tubo eppendorf para a lise das células, incubando-o por 10 minutos, após mistura no vórtex. O processo de extração foi realizado com etanol (96-100%), seguido da retenção do DNA em coluna específica (Real Biotech Corporation). O DNA foi recuperado com o tampão de lavagem Wash Buffer e centrifugação. E para finalizar, foi adicionado ao DNA extraído o tampão de eluição Evolution Buffer. As amostras de cada participante foram colocadas em tubos eppendorf de 1500 µl, devidamente etiquetados com o código interno do voluntário, a data de extração, e em seguida, foram armazenadas em geladeira (4 a 8ºC) para posterior análise de genotipagem. A análise dos polimorfismos do gene em estudo (VEGF) foi realizada pela técnica de PCR em tempo real no Laboratório de Pesquisa de Ciências Farmacêuticas (LaPesF) do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO). O DNA genômico para os cinco polimorfismos do gene VEGF foi amplificado utilizando primers e sondas específicas do Sistema TaqMan (Tabela 2). 28 Tabela 2- Características do ensaio PCR em tempo real para os polimorfismos -2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T do VEGF. SNPs Primer Sondas -2578A>C (rs699947) 5’-GGATGGGGCTGACT AGGTAAGC-3’ 5’-AGCCCCCTTTTCCT CCAAC-3’ GCCAGCTGTAGGCCAGACCCTGGCA[A/C]GATCTGGGTGGATAATCAGACTGAC - 460T>C (rs833061) 5′-TGTGCGTGTGGGGTTGAGAG-3′ 5′-TACGTGCGGACAGGGCCTGA-3′ GAGTGTGTGCGTGTGGGGTTGAGGG[C/T]GTTGGAGCGGGGAGAAGGCCAGGGG -1154G>A (rs1570360) 5’-TCCTGCTCCCTCCT CGCCAATG-3’ 5’-GGCGGGGACAGGC GAGCATC-3’ AGCCCGGGCCCGAGCCGCGTGTGGA[A/G]GGGCTGAGGCTCGCCTGTCCCCGCC +405G>C (rs2010963) 5′-TTGCTTGCCATTCCCCACTTGA-3′ 5′-CCGAAGCGAGAACAGCCCAGAA-3′ CGCGCGGGCGTGCGAGCAGCGAAAG[C/G]GACAGGGGCAAAGTGAGTGACCTGC +936C>T (rs3025039) 5’-AAGGAAGAGGAGAC TCTGCGC-3’ 5’-TATGTGGGTGGGT GTGTCTACAG-3’ GCATTCCCGGGCGGGTGACCCAGCA[C/T]GGTCCCTCTTGGAATTGGATTCGCC Para todos os ensaios, as reações de PCR em tempo real foram realizadas em um volume final de 8 µl, com 30 ng de DNA, 1x Taqman Universal Master Mix (Applied Biosystems), 1x de cada ensaio específico de oligonucleotídeo e sonda, e H2O q.s.p. As condições da PCR foram: 95ºC por 10 minutos, acompanhados de 40 ciclos de desnaturação a 92ºC por 15 segundos e anelamento a 60ºC por 1 minuto. A detecção dos alelos foi realizada após 1 minuto a 60ºC no aparelho 7500 Real-Time System (Applied Biosystems) e, em seguida, os genótipos foram determinados diretamente. 3.3. Análise estatística A frequência alélica e genotípica do gene VEGF foi determinada por contagem direta dos alelos, e em seguida foi calculado o equilíbrio de HardyWeinberg (HWE). O teste Qui-quadrado de Pearson (X2) ou quando se aplicava o teste exato de Fisher foram usados para fazer a comparação da distribuição da 29 freqüência dos alelos e dos genótipos de VEGF nos subgrupos da população estudada (casos e controles). As frequências haplotípicas, o coeficiente de ligação (D’) e o coeficiente de correlação (r2) foram determinados utilizando o programa Haploview (http://www.broad.mi-t.edu/mgp/haploview/tutorial.php). O D’ indica o grau de desequilíbrio de ligação em uma população e o r2 é a correlação ao quadrado entre a presença e ausência de alelos em diferentes locus. A diferença entre as variáveis demográficas e clínicas do grupo caso e controle foi avaliada pelo Teste T no programa Excel. A razão de chance (OR) foi utilizada para avaliar a magnitude da associação entre as frequências genotípicas e haplotípicas e o desenvolvimento da endometriose. Além disso, foi determinado o intervalo de confiança de 95% (IC 95%) para estas comparações. Os programas utilizados para a realização de todas as análises estatísticas foram o Vassar (http://vassarstats.net/odds2x2.html?), o Epi Info (http://epiinfo.com.br/ead/course/category.php?id=4) e o Excel, e o nível de significância foi fixado em P menor ou igual 0,05. 30 4. RESULTADOS Foram recrutadas para o grupo caso 150 mulheres, sendo 20 pacientes do Hospital HFSE-RJ e 130 do Hospital da FMUSP. Todas as pacientes foram diagnosticadas com endometriose através de cirurgia e com comprovação histopatológica. Um total de 35 mulheres brasileiras, sem evidência laparoscópica da doença, também recrutadas no Hospital da FMUSP foi incluído no grupo controle. A identificação dos genótipos de VEGF (-2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T) por PCR em tempo real está ilustrada na figura 5, a qual mostra o perfil de cada genótipo específico. Figura 5- Resultado da determinação dos genótipos de VEGF por PCR em tempo real dos SNPs (a) -2578C>A, (b) -460T>C, (c) -1154G>A, (d) 405G>C e (e) 936C>T. a) -2578C>A 31 b) -460T>C c) -1154G>A 32 d) 405G>C e) 936C>T 33 Em azul estão os indivíduos com genótipo homozigoto variante; em verde, os heterozigotos e, em vermelho, os homozigotos selvagens. Em preto é mostrado o controle negativo. Os dados demográficos e clínicos das mulheres participantes do estudo estão apresentados na tabela 3. A amostra populacional deste estudo foi composta por 150 mulheres com endometriose (casos) e 35 mulheres saudáveis (controles). A idade média dos casos foi de 35 anos semelhante ao grupo controle, 31 anos (P=0,456). Em relação ao peso médio dos casos foi de 60 kg (40-103) diferentemente ao grupo controle, 70 kg (49-104) (P=0,037), corroborando com o que foi descrito em 2005 e 2012 por Ferrero e colaboradores e Hsu e colaboradores, respectivamente. A altura média das mulheres no grupo caso foi de 1,64 cm (1,47-1,82) equivalente ao grupo controle, 1,67 cm (P=0,102). O tabagismo também foi avaliado e comparando casos e controles não houve diferença entre os sub-grupos analisados. Em relação aos sintomas descritos na tabela 3, houve uma diferença entre as mulheres do grupo caso e do grupo controle, sendo a disparêunia o sintoma com maior frequência (66%) no grupo caso e a dismenorréia (30%) no grupo controle. Além disso, o grupo caso apresentou infertilidade (41%), ao passo que o grupo controle não apresentou esse sintoma. Considerando o grupo caso, o local mais acometido com focos de endometriose foi a região retro-cervical (85 mulheres). Além do ovário, peritônio, bexiga, reto e septo retrovaginal também foram encontrados focos de endometriose no ureter, íleo, apêndice e intestino, discriminados como “outros” na tabela 3. Em relação a agressividade da doença, 112 pacientes (75%) apresentaram endometriose profunda, que é caracterizada pelos implantes alcançarem uma profundidade superior a 0,5 cm e por envolverem outros órgãos como os ligamentos útero-sacros, bexiga, ureteres, septo reto-vaginal e intestino, podendo formar nódulos que atingem o reto, sigmóide, órgãos genitais, vagina e algumas vezes o intestino grosso e íleo. 34 Tabela 3- Características demográficas e clínicas das pacientes com endometriose (casos) e das mulheres saudáveis (controle). Dados demográficos Média (mínimo e máximo) Idade em anos * Peso em quilos * Altura em centímetros * 35 31 (22-46) (22-37) 60 70 (40-103) (49-104) 158 166 (147-182) (155-177) Tabagismo N (%) Fumante 10 (7%) 4 (11%) Ex-fumante 13 (9%) 3 (9%) Nunca fumou 116 (77%) 14 (40%) Não informou 11 (7%) 14 (40%) Dor pélivica crônica 64 (43%) 5 (14%) Dismenorréia 87 (59%) 11 (30%) Dispareunia 98 (66%) 4 (11%) Infertilidade 61 (41%) 0 Ovário 51 (34%) - Peritônio 53 (35%) - Bexiga 20 (13%) - Reto 56 (37%) - Retro-cervical 85 (57%) - Sintomas Órgão ou local dos focus de Endometriose 35 Septo Retovaginal 32 (21%) Outros 25 (17%) - 112 (75%) - Gravidade da Endometriose Profunda * Teste T com p<0,05 4.1. Frequências alélicas dos polimorfismos do VEGF Considerando a população geral estudada, as frequências dos alelos variantes -2578A, -460C, -1154A, 405C e 936T foram 41%, 44%, 25%, 35% e 14%, respectivamente. Fazendo uma comparação entre os casos e controles, conforme as frequências ilustradas na figura 6, não foram encontradas diferenças significativas para nenhum dos SNPs analisados. 36 Figura 6- Frequências alélicas dos polimorfismos do VEGF em casos e controles. 4.2. Frequências genotípicas dos polimorfismos do VEGF A distribuição dos genótipos de VEGF envolvendo os SNPs -2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T está mostrada na tabela 4. A frequência observada para a população geral de mulheres brasileiras está de acordo com o equilíbrio de Hardy-Weinberg (tabela 5). Entretanto, considerando o SNP 405G>C, foi encontrada uma divergência com o HWE para o grupo controle. Comparando a frequência dos genótipos, entre os casos e controles, identificou-se uma diferença significativa na distribuição dos genótipos apenas do SNP 405G>C (P = 0,0249). A frequência do 405 GG e CC foi 37 aproximadamente duas vezes maior no grupo casos (45% e 13%, respectivamente) do que no grupo controle (26% e 6%, respectivamente). Tabela 4- Frequência dos genótipos de VEGF em pacientes com endometriose e em mulheres do grupo controle. Genótipos N (%) -2578 CC AC -460 AA CC (N = 148) CT -1154 TT GG (N = 150) GA 405 AA GG (N = 82) GC 936 CC CC (N = 150) CT TT (N = 133) Casos 49(33) 75(51) 24(16) 26(17) (N = 35) 78(52) 46(31) 48(59) (N = 33) 27(33) 7(8) 68(45) 63(42) 19(13) (N = 15) 3(75) (N = 34) 30(23) 100(2) (N = 23) Controles 14(40) 16(46) 5(14) P 0.740 7(20) 16(49) 10(31) 0.865 10(67) 3(20) 2(13) 0.577 Teste Qui-Quadrado de Person ou teste exato de Fisher 9(26) 23(68) 0.024 2(6) 0(65) 8(35) 0.432 15(0) 38 Tabela 5- Equilíbrio de Hardy-Weinberg dos polimorfismos do VEGF. SNPs População Total P Casos P Controles P -2578C>A 63 91 29 CC AC AA 0,683 49 75 24 0,598 14 16 5 0,901 -460T>C 56 94 33 TT TC CC 0,553 46 78 26 0,471 10 16 7 0,898 -1154G>A 58 30 9 GG GA AA 0,095 48 27 7 0,269 10 3 2 0,087 405G>C 77 86 21 GG GC CC 0,681 68 63 19 0,465 9 23 2 0,016 936C>T CC CT TT 115 38 3 0,945 100 30 3 0,676 15 8 0 0,312 Na tabela 6 é apresentada a frequência descrita na literatura para diversas populações dos SNPs de VEGF (-2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T), comparando com os resultados do presente estudo. 39 Tabela 6- Frequência dos alelos de VEGF em uma amostra da população brasileira e em outras populações étnicas. SNPs N 1.625 -2578C>A 115 61 102 60 -460T>C 959 180 1.625 61 102 -1154G>A 959 180 140 102 959 405G>C 180 140 253 353 199 936C>T 959 180 427 Referências Freathy e cols., 2006 Maltese e cols., 2008 Calderón e cols., 2009 Summers e cols., 2005 Attar e cols., 2010 Zhao e cols., 2008 Cosın e cols., 2009 Freathy e cols., 2006 Calderón e cols., 2009 Summers e cols., 2005 Zhao e cols., 2008 Cosın e cols., 2009 Gentilini e cols., 2008 Summers e cols., 2005 Zhao e cols., 2008 Cosın e cols., 2009 Gentilini e cols., 2008 Fang e cols., 2009 Guan e cols., 2009 Lamp e cols., 2010 Zhao e cols., 2008 Cosın e cols., 2009 Hofmann e cols., 2008 Caucasiano % Afro-americanos % População Estudada % 37 41 50 47 51 41 44 51 49 33 24 31 25 30 31 31 31 30 35 31 31 13 12 17 14 15 10 15 40 Para avaliar a magnitude de associação entre os genótipos de VEGF e a endometriose, os genótipos selvagens de todos os SNPs (-2578C>A, -460T>C, 1154G>A, 405G>C e 936C>T) foram padronizados como referência em comparação aos genótipos heterozigostos e homozigotos variantes, conforme a tabela 7. Nesta análise o polimorfismo 405G>C apresentou associação estatisticamente significativa com a endometriose com um aparente efeito protetor pela presença de pelo menos um alelo variante (OR: 0,434, 95% IC: 0,189 – 0,992), já que a frequência dos genótipos variantes (GC + CC) foi significativamente maior no grupo controle (n = 25, 74%) quando comparado aos casos (n = 82, 55%). Tabela 7- Genótipos de VEGF e a magnitude de associação com a endometriose. SNPs -2578C>A -460T>C -1154G>A 405G>C 936C>T Genótipos Casos N (%) Controles N (%) OR (95%IC) CC 49 (33) 14 (40) 1 (AC + AA) 99 (67) 21 (60) 1.346 (0.631 -2.874) TT 46 (31) 10 (30) 1 (TC + CC) 104 (69) 23 (70) 0.983 (0.433 - 2.230) GG 48 (59) 10 (67) 1 (GA + AA) 34 (41) 5 (33) 1.416 (0.444 -4.518) GG 68 (45) 9 (26) 1 (GC + CC) 82 (55) 25 (74) 0.434 (0.189 - 0.992) CC 100 (77) 15 (65) 1 (CT + TT) 33 (25) 8 (35) 0.618 (0.240 - 1.590) 41 4.3. Frequências haplotíplicas dos polimorfismos do VEGF Com base nos cinco polimorfismos (-2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T) genotipados neste trabalho foi possível inferir os haplótipos de VEGF (figura 5) que se encontram listados na tabela 8. No grupo caso foi observado que os SNPs da região 5´-UTR (-2578C>A, 460T>C, -1154G>A e 405G>C) encontram-se em desequilíbrio de ligação com um valor de D´ próximo a 1 nas comparações par a par (figura 7) e um valor de r2 entre 0.017 a 0.893. Considerando o grupo de mulheres brasileiras “saudáveis” (controle) observou-se um desequilíbrio de ligação entre os 4 SNPs da região 5´UTR e também entre os SNPs -1154G>A e 936C>T, todos com um valor de D´ igual a 1 nas comparações par a par (figura 7) e um valor de r2 entre 0.035 a 0.774. Não foi encontrada associação dos haplótipos de VEGF envolvendo os SNPs (-2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T), com a endometriose (tabela 8). Figura 7- Desequilíbrio de ligação dos polimorfismos (-2578C>A, -460T>C, 1154G>A, 405G>C e 936C>T) de VEGF nos grupos casos e controles Os números nos boxes indicam valores decimais de D’. 42 Tabela 8- Frequência dos haplótipos de VEGF em uma amostra da população brasileira (pacientes com endometriose e em mulheres controle) e a magnitude de associação com a endometriose. Haplótipos (-2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C, 936C>T) Casos (%) Controles (%) OR (95% IC) CTGCC 27,5 33,9 1 CTGGC 22,6 12,0 2,18 (0,98 - 5,46) ACAGC 19,6 21,8 1,07 (0,49 - 2,32) ACGGC 14,2 10,6 1,55 (0,60 - 4,13) CTGCT 6,2 6,2 ACAGT 5,2 1,6 CCGGC 2,4 2,9 ACGGT 1,9 5,4 1,10 (0,34 - 3,77) 2,31 (0,46 - 15,68) 1,16 (0,20 - 8,48) 0,43 (0,10 - 2,02) 43 5. DISCUSSÃO Este é o primeiro trabalho a descrever a frequência alélica, genotípica e haplotípica de polimorfismos no gene VEGF (2578C>A, -460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T) em mulheres brasileiras com endometriose e em mulheres “saudáveis”. Diversos estudos tem apontado a influência do VEGF na fisiopatologia da endometriose (MACHADO e cols., 2008; DUN e cols., 2010; TAYLOR, e cols., 2002; DONNEZ, e cols., 1998;), e nesse contexto, estudos caso-controle estão sendo realizados para avaliar a associação entre polimorfismos em VEGF e o desenvolvimento da endomtriose, entretanto, os dados ainda são contraditórios (ALTINKAYA, e cols., 2011; ATTAR, e cols., 2010; COSÍN, e cols., 2009; EMAMIFAR, e cols., 2012; LAMP, e cols., 2010; LIU, e cols., 2009; ZHAO, e cols., 2009; HSIEH e cols., 2004; IKUHASHI e cols., 2007; KIM e cols., 2005; KIM e cols., 2008; GENTILINI e cols., 2008; BHANOORI, e cols., 2005; ROTMAN e cols., 2012), conforme discussão apresentada na tabela 9. O VEGF é um importante fator pró-angiogênico que apresenta um papel fundamental como regulador da proliferação celular endotelial e da permeabilidade vascular (TROVÓ DE MARQUI, 2012). O processo de angiogênese é de extrema importância na fisiopatologia da endometriose, pois o tecido endometrial ectópico necessita de uma nova rede vascular para seu desenvolvimento (ROBERT, e cols., 2009). Já foi observado que os níveis de mRNA e da proteína do VEGF é significativamente maior em mulheres com endometriose quando comparado com o grupo controle (FASCIANI, e cols., 2000; MATALLIOTAKIS e cols., 2003; GILABERT-ESTELLES e cols., 2007; EMAMIFAR, e cols., 2012). E uma hipótese para explicar essa diferença se dá pelo fato do gene VEGF ser altamente polimórfico (JAIN, e cols., 2009). 44 Tabela 9- Resumo de dados da literatura e do presente estudo avaliando a magnitude de associação dos SNPs de VEGF com a endometriose. SNPs -2578A>C -1154G>A - 460T>C +405G>C Referências População N Associação com a endometriose Zhao e cols., 2008 Australiana 958 Não Liu e cols., 2009 Chinesa 344 A Lamp e cols., 2010 Estônia 150 C Liu e cols., 2009 Chinesa 344 A Lamp e cols., 2010 Estônia 150 Não Ratman e cols., 2012 USA 24 Não Hsieh e cols., 2004 Chinesa 122 T Bhanoori e cols., 2005 Sul da Índia 215 Não Kim e cols., 2005 Coreana 215 Não Ikuhashi e cols., 2007 Japonesa 147 Não Zhao e cols., 2008 Australiana 958 Não Cosín e cols., 2009 Espanha 186 Não Liu e cols., 2009 Chinesa 344 Não Attar e cols., 2010 Turquia 51 Não Altinkaya e cols., 2011 Turquia 98 Não Emamifar e cols., 2011 Norte do Irã 480 Não Bhanoori e cols., 2005 Sul da Índia 215 C Kim e cols., 2005 Coreana 215 C Ikuhashi e cols., 2007 Japonesa 147 Não Gentilini e cols., 2008 Italiana 203 C Zhao e cols., 2008 Australiana 958 Não Cosín e cols., 2009 Espanha 186 Não Attar e cols., 2010 Turquia 51 C Altinkaya e cols., 2011 Turquia 98 C Emamifar e cols., 2011 Norte do Irã 480 C Ikuhashi e cols., 2007 Japonesa 147 T Zhao e cols., 2008 Australiana 958 Não +936C>T Presente Estudo Não Não Não C Não 45 Cosín e cols., 2009 Espanha 186 T Liu e cols., 2009 Chinesa 344 Não Lamp e cols., 2010 Estônia 150 Não - aumento do risco no desenvolvimento da endometriose. - diminuição do risco no desenvolvimento da endometriose. Considerando o SNP VEGF -2578C>A, localizado na região promotora, três trabalhos distintos mostraram resultados completamente diferentes (ZHAO, e cols., 2008, LIU e cols., 2009 e LAMP e cols., 2010), conforme consta na tabela 9. Os nossos resultados corroboram com Zhao e colaboradores, que em 2008, após analisarem 958 pacientes não observaram associação do SNP -2578C>A com a endometriose. Três trabalhos, com resultados controversos, estudaram a associação do SNP VEGF -1154G>A com a endometriose (LIU e cols., 2009; LAMP e cols., a2010; ROTMAN e cols., 2012), e semelhante ao nosso estudo, LAMP e colaboradores, em 2010, e ROTMAN e colaboradores, em 2012, também não encontraram associação deste SNP com a doença. Dos dez estudos já publicados na literatura, em relação a associação do SNP VEGF -460T>C com a endometriose, apenas um observou associação positiva quando analisaram 122 mulheres chinesas (Hsieh e cols., 2004). Em 2009, Liu e colaboradores estudaram 344 chinesas e não observaram associação desse SNP com a endometriose, corroborando com nosso estudo. Para o SNP VEGF +936 C>T, localizado na região 3’UTR, o presente estudo não observou associação com a endometriose de acordo com o que já foi descrito para população australiana, chinesa e da Estônia (ZHAO e cols., 2008; LIU e cols., 2009; LAMP e cols., 2010), entretanto, dois estudos diferentes observaram uma associação quando analisaram mulheres (IKUHASHI e cols., 2007; COSÍN e cols., 2009). japonesas e espanholas 46 E finalmente para o SNP VEGF +405 G>C, localizado na região 5’UTR, a associação observada pelo nosso grupo, em que a presença do alelo 405C diminui o risco do desenvolvimento da endometriose, também foi descrita por Bhanoori e cols. (2005) e Altinkaya e cols. (2011), quando estudaram mulheres do sul da Índia e da Turquia, respectivamente. Contrariamente, três trabalhos não encontraram associação (IKUHASHI e cols., 2007; ZHAO e cols., 2008; COSÍN e cols., 2009) e quatro observaram um efeito oposto, em que a presença do alelo 405C aumenta o risco do desenvolvimento da endometriose (KIM e cols., 2005; GENTILINI e cols., 2008; ATTAR e cols., 2010; EMAMIFAR e cols., 2011). Um dado importante que justifica o resultado encontrado pelo nosso grupo em relação a diminuição do risco do desenvolvimento da endometriose, na presença do alelo 405C, já foi discutida por WATSON e colaboradores, em 2000, que mostrou que o SNP VEGF +405 G>C encontra-se dentro de um sitio de ligação do fator de transcrição MZF1. Sendo assim, na presença do alelo C ocorre redução da especificidade de ligação sugerindo que a menor produção de VEGF, observada na presença do alelo C, é devido ao rompimento do sítio de ligação MZF1, consequentemente diminuindo o processo de angiogênese, já que o VEGF é um dos principais indutores angiogênicos. Em conclusão, não ocorrendo o processo angiogênico, que é fundamental para a sobrevivência dos focos de endometriose, possivelmente, a mulher não irá desenvolver endometriose (WATSON e cols., 2000). As análises realizadas no presente estudo, envolvendo polimorfismos do VEGF e a associação com a endometriose, são extremamente importantes, pois além dos resultados serem controversos, não existem estudos na população brasileira. Algumas limitações deste estudo foram: (i) o número reduzido de participantes do grupo controle em função da dificuldade de se encontrar mulheres com os critérios de inclusão (ver metodologia); (ii) os possíveis vieses na seleção dos participantes; (iii) o desconhecimento da influencia de cada SNP na função do VEGF e (iv) o SNP 405G>C, no grupo controle, não estar em equilíbrio de Hardy – Weinberg, o qual pode ser justificado pelo número reduzido de participantes do grupo controle. Mesmo assim, resultados negativos devem ser 47 considerados, bem como a realização de metanálises para validação dos achados. A contínua investigação para o melhor conhecimento da funcionalidade de diversos polimorfismos localizados no gene VEGF e sua associação com o desenvolvimento da endometriose deve prosseguir, pois levará a uma melhor compreensão do comportamento e da fisiopatologia da doença podendo influenciar nos aspectos terapêuticos, bem como nos estudos clínicos. 48 6. CONCLUSÃO As frequências dos genótipos VEGF (incluindo os SNPs -2578C>A, 460T>C, -1154G>A, 405G>C e 936C>T) em mulheres brasileiras estão de acordo com o equilíbrio de Hardy-Weinberg e são similares às frequências relatadas para outros grupos populacionais. Os SNPs -2578C>A, -460T>C, -1154G>A e 405G>C de VEGF em brasileiros ocorrem em forte desequilíbrio de ligação, conforme relatado para outros grupos populacionais, e o haplótipo de VEGF CTGCC é o mais frequente tanto em pacientes brasileiras com endometriose quanto em mulheres brasileiras saudáveis. A frequência genotípica do SNP 405G>C é significativamente diferente entre casos e controle, sendo que foi observado um aparente efeito protetor na presença de pelo menos um alelo variante. 49 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALTINKAYA, S.O.; UGUR, M.; CEYLANER, G.; OZAT, M.; GUNGOR, T.; CEYLANER, S. Vascular endothelial growth factor +405 C/G polymorphism is highly associated with an increased risk of endometriosis in Turkish women. Arch Gynecol Obstet. Feb; 283(2):267-72, 2011. AMERICAN FERTILITY SOCIETY. Revised American Fertility Society classification of endometriosis. Fertil Steril. 43:351 – 352, 1985. ASRM - AMERICAN SOCIETY FOR REPRODUCTIVE MEDICINE. 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Polymorphisms in the vascular endothelial growth factor gene and the risk of familial endometriosis. Mol Hum Reprod. 14(9):531-8, 2008. 60 8. ANEXOS ANEXO 1: Aprovação do Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina Universitária de São Paulo. 61 ANEXO 2: Aprovação do Comitê de Ética do Hospital Federal dos Servidores do Estado. 62 ANEXO 3: Termo de Consentimento Paciente. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Caracterização de polimorfismos em genes envolvidos com a predisposição do desenvolvimento da endometriose Pesquisador Responsável: Dr. Plinio Tostes Berardo Você está sendo convidada para participar, como voluntária, em uma pesquisa. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está impresso em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizada de forma alguma. Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Federal dos Servidores do Estado - RJ. Introdução: Esta pesquisa visa estudar melhor uma doença chamada endometriose que significa a presença de um tumor benigno feito de tecido endometrial (o mesmo que existe dentro do útero) que pode causar dor e dificuldade para engravidar, e desta maneira muitas vezes deve ser retirado através de cirurgia. O objetivo desta pesquisa é tentar entender por que algumas mulheres desenvolvem endometriose e outras não. Para isso, nós iremos estudar o perfil genético de mulheres com endometriose. Desenho do estudo e objetivo(s): Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo. Durante o acompanhamento clínico no HFSE, após o diagnóstico da endometriose, você deverá ter visitas ambulatoriais trimestrais, depois de um ano sem sintomas as visitas serão semestrais por mais um ano quando deverá estar apta para alta do HFSE para acompanhamento de rotina ginecológica em unidade primária ou secundária de saúde com encaminhamento detalhado feito em guia de contra-referência segundo as normas de funcionamento do Serviço de 63 Ginecologia do HFSE. No caso de falha do tratamento inicial ou retorno dos sintomas a frequência de visitas e procedimentos adicionais será individualizada de acordo com o seu caso, sendo assegurado todas as medidas necessárias para o tratamento de sua doença. Se você concordar em participar deste estudo, uma pequena e única quantidade de sangue (3ml) será coletada para se obter o seu DNA (material genético de características únicas de cada pessoa) e identificar as características dos genes relacionados com o desenvolvimento da endometriose. Desta maneira, os objetivos deste projeto incluem: (a) Determinar se existem alterações genéticas que podem estar relacionadas ao desenvolvimento da endometriose em mulheres diagnosticadas com a doença, tendo o benefício de saber se você ou sua família tem maior risco de desenvolver a doença e com isso poder definir condutas de prevenção e diagnóstico precoce; (b) Avaliar se estas alterações têm relações com a idade, tipo dos sintomas ou agressividade da doença. Descrição dos procedimentos: A sua participação no estudo é VOLUNTÁRIA, e caso você concorde em participar do estudo você deverá passar pelas seguintes etapas: (a) entrevista com um profissional da saúde da equipe de pesquisa que lhe explicará as etapas e procedimentos do estudo e poderá esclarecer as suas dúvidas em relação a este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e ao Questionário ClínicoDemográfico; (b) assinatura deste Termo de Consentimento; (c) preenchimento do Questionário Clínico-Demográfico, que visa a obtenção de informações clínicas e demográficas das pacientes envolvidas no estudo (Anexo II), tais informações destinam-se a assegurar a abrangência e restringir eventuais tendências da amostra populacional; (d) coleta de uma única amostra de sangue que será utilizada para a análise de alterações genéticas relacionadas ao desenvolvimento da endometriose as quais serão realizadas no Laboratório de Tecnologia em Produção de Fármacos (LTF) da Universidade Estadual da Zona Oeste (UEZO). 64 Segurança do voluntário e Benefícios do estudo O Comitê de Ética em Pesquisa do HFSE aprovou este estudo, considerando-o ético e seguro. A sua participação no estudo é voluntária e mesmo que concorde em participar, você tem o direito de desistir e interromper a sua participação a qualquer momento, sem necessidade de justificar esta decisão e neste caso você não terá nenhum prejuízo quanto à continuidade de seu tratamento na Instituição. No caso de desistência o seu material biológico (sangue) armazenado assim como os seus dados pessoais será prontamente descartado de forma definitiva. Este estudo não trará nenhum benefício imediato para você assim como não receberá qualquer tipo de recompensa pela sua participação. Confidencialidade: É garantida a confidencialidade das informações obtidas, não sendo divulgados seus dados pessoais em momento algum. Seus dados pessoais somente serão conhecidos pelos médicos e demais profissionais que participam deste estudo. Os resultados de suas análises serão do seu conhecimento caso manifeste esta vontade. Qualquer publicação que seja feita com os resultados desta pesquisa não incluirá nome ou outros identificadores dos participantes da pesquisa. O pesquisador se compromete a utilizar os dados e o material coletado somente para pesquisas relacionadas à endometriose, assim o material que não for utilizado ficará estocado para estudos futuros por um período de cinco anos no Laboratório de Tecnologia em Produção de Fármacos (LTF) da Universidade Estadual da Zona Oeste (UEZO) o qual tem todas as condições adequadas para estocagem de material biológico. Caso manifeste desejo de desistência em participar do estudo, em qualquer momento poderá retirar seu consentimento para armazenamento de amostra biológica (sangue) bem como de seus dados pessoais. 65 Despesas e compensações: Não haverá despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Não há compensação financeira relacionada à sua participação. Você não está abrindo mão de qualquer direito legal ao participar deste estudo. Com quem devo entrar em contato em caso de dúvidas? Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O investigador principal é o Dr. Plinio Tostes Berardo que pode ser encontrado no Serviço de Ginecologia no 7º andar do prédio principal do HFSE ou pelos telefones: 22913131 ramal: 3767; 22031408 ou 96615884. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa do HSE, situado no 5º andar do prédio dos ambulatórios do mesmo hospital, que é o órgão responsável em avaliar a parte ética das pesquisas com seres humanos além de assegurar o bem estar e os direitos dos sujeitos da pesquisa durante o desenvolvimento da mesma. Rio de Janeiro, ___ de _______________ de 201__. _________________________________________________________________ Dr. Plinio Tostes Berardo - Pesquisador responsável 66 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu,______________________________________________,RG_____________ _____ CPF_______________________, _____________________________, Prontuário nº Matrícula nº ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo Caracterização predisposição do de polimorfismos desenvolvimento da em genes endometriose, envolvidos como com sujeito. a Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador Plinio Tostes Berardo sobre a pesquisa e os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento. Rio de Janeiro ____ de __________________ de 201__. Nome e Assinatura do sujeito: _________________________________________________________ Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar. Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores): Nome:__________________________________________________ Assinatura: _____________________________________________ Nome:__________________________________________________ Assinatura: _____________________________________________ 67 ANEXO 4. Termo de Consentimento Controle. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Caracterização de polimorfismos em genes envolvidos com a predisposição do desenvolvimento da endometriose Pesquisador Responsável: Dr. Plinio Tostes Berardo Você está sendo convidada para participar, como voluntária, em uma pesquisa. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está impresso em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizada de forma alguma. Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Federal dos Servidores do Estado - RJ. Introdução: Esta pesquisa visa estudar melhor uma doença chamada endometriose que significa a presença de um tumor benigno feito de tecido endometrial (o mesmo que existe dentro do útero) que pode causar dor e dificuldade para engravidar, e desta maneira muitas vezes deve ser retirado através de cirurgia. O objetivo desta pesquisa é tentar entender por que algumas mulheres desenvolvem endometriose e outras não. Para isso, nós iremos estudar o perfil genético de mulheres com endometriose e de mulheres saudáveis como você. Desenho do estudo e objetivo(s): Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo. Durante o acompanhamento clínico no HFSE, se você concordar em participar deste estudo, uma pequena e única quantidade de sangue (3ml) será coletada para se obter o seu DNA (material genético de características únicas de cada pessoa) e identificar as características dos genes que podem estar relacionados com o desenvolvimento da endometriose. Dessa maneira, os objetivos deste projeto incluem: (a) Determinar se existem alterações genéticas 68 que podem estar relacionadas ao desenvolvimento da endometriose em mulheres diagnosticadas com a doença e em mulheres saudáveis como você, tendo o benefício de saber se você ou sua família tem maior risco de desenvolver a doença e com isso poder definir condutas de prevenção e diagnóstico precoce. Descrição dos procedimentos: A sua participação no estudo é VOLUNTÁRIA, e caso você concorde em participar do estudo você deverá passar pelas seguintes etapas: (a) entrevista com um profissional da saúde da equipe de pesquisa que lhe explicará as etapas e procedimentos do estudo e poderá esclarecer as suas dúvidas em relação a este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e ao Questionário ClínicoDemográfico; (b) assinatura deste Termo de Consentimento; (c) preenchimento do Questionário Clínico-Demográfico, que visa a obtenção de informações clínicas e demográficas das voluntárias saudáveis envolvidas no estudo (Anexo II), tais informações destinam-se a assegurar a abrangência e restringir eventuais tendências da amostra populacional; (d) coleta de uma única amostra de sangue que será utilizada para a análise de alterações genéticas relacionadas ao desenvolvimento da endometriose as quais serão realizadas no Laboratório de Tecnologia em Produção de Fármacos (LTF) da Universidade Estadual da Zona Oeste (UEZO). Segurança do voluntário e Benefícios do estudo O Comitê de Ética em Pesquisa do HFSE aprovou este estudo, considerando-o ético e seguro. A sua participação no estudo é voluntária e mesmo que concorde em participar, você tem o direito de desistir e interromper a sua participação a qualquer momento, sem necessidade de justificar esta decisão e neste caso você não terá nenhum prejuízo quanto à continuidade de seu tratamento na Instituição. No caso de desistência o seu material biológico (sangue) armazenado assim como os seus dados pessoais será prontamente descartado de forma definitiva. Este estudo não trará nenhum benefício imediato para você assim como não receberá qualquer tipo de recompensa pela sua participação. 69 Confidencialidade: É garantida a confidencialidade das informações obtidas, não sendo divulgados seus dados pessoais em momento algum. Seus dados pessoais somente serão conhecidos pelos médicos e demais profissionais que participam deste estudo. Os resultados de suas análises serão do seu conhecimento caso manifeste esta vontade. Qualquer publicação que seja feita com os resultados desta pesquisa não incluirá nome ou outros identificadores dos participantes da pesquisa. O pesquisador se compromete a utilizar os dados e o material coletado somente para pesquisas relacionadas à endometriose, assim o material que não for utilizado ficará estocado para estudos futuros por um período de cinco anos no Laboratório de Tecnologia em Produção de Fármacos (LTF) da Universidade Estadual da Zona Oeste (UEZO) o qual tem todas as condições adequadas para estocagem de material biológico. Caso manifeste desejo de desistência em participar do estudo, em qualquer momento poderá retirar seu consentimento para armazenamento de amostra biológica (sangue) bem como de seus dados pessoais. Despesas e compensações: Não haverá despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Não há compensação financeira relacionada à sua participação. Você não está abrindo mão de qualquer direito legal ao participar deste estudo. Com quem devo entrar em contato em caso de dúvidas? Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O investigador principal é o Dr. Plinio Tostes Berardo que pode ser encontrado no Serviço de Ginecologia no 7º andar do prédio principal do HFSE ou pelos telefones: 2291-3131 ramal: 3767; 220-31408 ou 9661-5884. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa do HSE, situado no 5º andar do prédio dos ambulatórios do mesmo hospital, que é o órgão responsável em avaliar a parte 70 ética das pesquisas com seres humanos além de assegurar o bem estar e os direitos dos sujeitos da pesquisa durante o desenvolvimento da mesma. Rio de Janeiro, ___ de _______________ de 201__. _________________________________________________________________ Dr. Plinio Tostes Berardo - Pesquisador responsável 71 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu,______________________________________________,RG_____________ _____ CPF_______________________, _____________________________, Prontuário nº Matrícula nº ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo Caracterização predisposição do de polimorfismos desenvolvimento da em genes endometriose, envolvidos como com sujeito. a Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador Plinio Tostes Berardo sobre a pesquisa e os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento. Rio de Janeiro ____ de __________________ de 201__. Nome e Assinatura do sujeito: _________________________________________________________ Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar. Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores): Nome:_________________________________________________ Assinatura: _____________________________________________ Nome:_________________________________________________ Assinatura: _____________________________________________ 72 ANEXO 5: Questionário Clínico – Demográfico Pacientes e Controles. CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFISMOS EM GENES ENVOLVIDOS COM A PREDISPOSIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA ENDOMETRIOSE QUESTIONÁRIO CLÍNICO-DEMOGRÁFICO Data da Entrevista: _____/______/________ Origem : Nº do prontuário: Cirurgia: _____________________ Nome: Peso: _________ Altura: ___________ Possui endometriose? ( ) Não apresenta ou apresentou? 1. Infiltrativa intestino 2. Ovários 3. Peritônio █ 4. Parede ( Data de Nascimento: _____________ ) Sim. Qual o tipo de endometriose que 5. Infiltrativa bexiga █ 6. Outros. Especifique _____________ 7. Infiltrativa retrocervical Já realizou procedimentos cirúrgicos para remoção dos focos de endometriose? 1. Não vezes _____________ 2. Sim. Número de vezes _____________ vezes _____________ 2a. Laparoscopia █ 2b. Laparotomia Número de Número de Fez algum tipo de tratamento antes do procedimento cirúrgico para remoção dos focos de endometriose? . 1. Não █ 2. Sim. Qual tratamento _____________________________________________ _________________________________________________________________ Fez dosagem do CA125 ANTES de remover os focos de endometriose? . 1. Não 73 2. Sim. Valor _____________________ Fez dosagem do CA125 APÓS remover os focos de endometriose? 1. Não 2. Sim. Valor _____________________ Já teve dificuldades de engravidar? . 1. Sim 2. Não Precisou usar técnica de reprodução assistida? 1. Sim 2. Não Possui filhos? █ 1. Não █ 2. Sim, quantos? ______ PC:________ Aborto:________ PN:_______ Possui ou já possuiu ciclo menstrual irregular? 1. Sim 2. Não Quantos dias em média dura o fluxo menstrual? ________ Qual o intervalo médio entre as menstruações (do início de uma menstruação ao início da próxima)? ________ Você sente ou sentia dor durante a menstruação (dismenorréia)? 1. Não 2. Pouca █ 3. Moderada █ 4. Intensa Já precisou ir ao hospital devido a dores durante o período menstrual? █ 1. Sim 74 █ 2. Não Você sente ou sentia dor durante o ato sexual (dispareunia)? 1. Não 2. Pouca █ 3. Moderada █ 4. Intensa Você sente ou sentia dor pélvica crônica (> 6 meses)? . 1. Não █ 3. Moderada 2. Pouca █ 4. Intensa Possui algum familiar que tem ou já teve endometriose? 1. Não 2. Sim. Especifique o grau de parentesco ___________________________ Possui alguma doença? 1. Diabetes 2. Pressão Alta 3. Insuficiência Cardíaca █ 4. Gastrite/úlcera █ 5. Hipertireoidismo █ 6. Hipotireoidismo █ 7. Asma/Bronquite 8. Câncer – especifique _______________ 9. Outras – especifique _______________ Já fez uso de contraceptivos orais ou hormônios? Medicamento Tempo de uso 1)__________________ _________________ Dose Frequência ______________ _________________ 2)__________________ _________________ ______________ _________________ 3)__________________ _________________ ______________ _________________ 75 Faz uso de algum medicamento atualmente: Medicamento Dose Tempo de uso 1)__________________ ______________ ____________ Frequência _________________ 2)__________________ ____________ ______________ _________________ 3)__________________ ____________ ______________ _________________ Histórico de tabagismo? 1. Fumante Responsável pelo preenchimento: 2. Nunca fumou █ 3. Ex-fumante