CARTA DE ATENAS. Foi criada em novembro de 1933. Assembléia do CIAM. CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura. Principais motivos que culminaram na Carta de Atenas. -Descongestionamento do Centro das Cidades. - Aumento das Densidades. - Aumento dos Meios de Circulação. - Diminuição das Áreas Verdes. Primeira Parte – Generalidades. A Cidade e Sua Região. Explica como a cidade se desenvolveu e se constitui. - Influência do Meio. - Geográfica e Topográfica. - Econômica e Política. - Circunstâncias Particulares. - Defesa Militar. - Descobertas Científicas. - Administração. - Desenvolvimento das Comunicações. - Desenvolvimento dos Meios de Transporte. Segunda Parte – Estado Atual Crítico das Cidades. A segunda parte da carta mostra as generalidades que envolvem a cidade no âmbito da: - Habitação. - Lazer. - Trabalho. - Circulação. - Patrimônio Histórico das Cidades. HABITAÇÃO. Um dos problemas abordados na Carta de Atenas se refere a especulação imobiliária, onde os bairros mais densos se localizam em zonas menos favorecidas, como encostas mal orientadas, setores invadidos por nevoeiros, gases industriais , e as zonas ricas são favorecidas com espaços grandiosos e com vistas paisagística: como mar, lagos, monte e áreas com insolação constante, com isso postulou-se a seguinte teoria. O SOL, A VEGETAÇÃO E O ESPAÇO São as três matérias-primas do Urbanismo. HABITAÇÃO. -Os espaços habitacionais devem respeitar a topografia do local. - Densidades razoáveis devem ser impostas. - Horas mínimas de insolação para cada moradia. - Proibição do alinhamento das habitações. - Construção de edificação elevada afim de se liberar espaço para áreas verdes. LAZER. As observações relacionadas ao lazer se devem quanto à disposição de áreas verdes que ainda resistem ao avanço da cidade, essas áreas estão dispostas em sua maioria na periferia, no coração de uma zona residencial luxuosa, ou em forma de parques ou reservas de proteção ambiental. LAZER Devem ser feitos parques que atendam as necessidades dos frequentadores . Levar em consideração a existência de áreas de lazer do tipo cotidiana, semanal e anual. TRABALHO. - As Indústrias devem se fixar ao longo da passagem da matéria - prima. - Cidades Indústrias Lineares. - Indústria separada da zona urbana. - Artesanato se instala no interior da zona urbana. - Zona de Negócios deve se interligar com todos os setores. CIRCULAÇÃO. -Separar os pedestres dos veículos mecânicos. - Dar uma circulação particular para as cargas pesadas, - Considerar para a grande circulação vias de acessos especiais que diferem das usuais, destinadas para as de pequena circulação. CIRCULAÇÃO. As ruas devem ser destinadas de acordo com sua finalidade, residência, de passeio, de transito etc. Todas essas vias não devem se interligar, salvo os locais de intersecção e com zonas de vegetação. PATRIMÔNIO HISTÓRICO DAS CIDADES. Propõe que os valores arquitetônicos devem ser salvaguardados, porém somente os que constituem valores culturais passados e se correspondem de maneira geral. Propõe também que áreas desabitadas ou zonas mortas que se instalaram próximas dos monumentos históricos devem ser demolidos e no lugar deverá ser implantados zonas verdes, afim de mudar o ambiente, e por consequência a valorização dos bairros vizinhos. PLANO PILOTO DE BRASÍLIA Lucio Costa Arquiteto e Urbanista 1902 - 1998 O PLANO PILOTO Desenvolvido por Lucio Costa o plano piloto compreende a área delimitada a leste pela orla do Lago Paranoá, a oeste pela Estrada Parque Industria e Abastecimento (EPIA), ao norte pelo córrego Bananal e ao sul pelo córrego Vicente Pires. Essa área abrange Brasília, Cruzeiro e Candangolândia. O PLANO PILOTO Segundo Lucio Costa o plano piloto foi desenvolvido da seguinte forma: • A princípio foram feitos dois traços se cruzando formando ângulos retos (fig. 1); • Arqueou –se os eixos em busca do escoamento das águas devido a topografia local, e dispôs – se ao longo desse eixo o setor residencial (fig. 2); O PLANO PILOTO • O eixo arqueado seriam as vias naturais de acesso com função circulatória, pistas laterais de acesso e centrais de velocidade (fig.3); • Então a área administrativa, centro de lazer, quartéis, pequenas industrias e a estação ferroviária foram dispostas ao longo do eixo transversal eixo MONUMENTAL, designado as criações de Oscar Niemeyer , (fig. 4); O PLANO PILOTO • O eixo monumental ainda foi destinado a localização dos bancos, do comercio, escritórios de pequenas empresas e profissionais liberais e ao varejo comercial . Lateralmente forma dispostas áreas verdes como se fossem dois pulmões, onde se encontram o Jardim Botânico, a Hípica e o Zoológico(fig. 4); • O cruzamento entre os eixos acarretou em um grande trafego nessa área, o que acabou destinando esse local como o centro de diversões e entretenimento da cidade (fig. 5); • A área térrea inferior coberta pela plataforma tornou – se estacionamento de veículos e onde se localiza a estação rodoviária interurbana, com acesso aos passageiros na parte superior da plataforma. As pistas de velocidade são subterrâneas até chegar ao mesmo nível da esplanada dos ministérios (fig. 6); O PLANO PILOTO • Como apresentado nos itens anteriores pode – se observar que o trafego de automóveis e de ônibus no centro e na área residencial flui sem cruzamentos . Para os caminhões obteve – se uma rota alternativa com galerias de acesso sem interferência no sistema anteriormente apresentado(fig. 7); O PLANO PILOTO • Nos setores centrais e residenciais foram estabelecidas vias para o trafego de pedestres. Automóveis e pedestres foram separados, segundo a concepção de Lucio Costa, a fim de fornecer maior comodidade a ambos. Os blocos residenciais apenas teriam que respeitar um máximo de seis pavimentos e a construção em pilotis(fig. 8); O PLANO PILOTO • Edifícios destinados aos três poderes ficaram dispostos em triângulo eqüilátero, na chamada Praça dos Três Poderes estão localizadas as casas do Governo e do Supremo Tribunal na base e no vértice o Congresso, no lugar mais alto devido a topografia local(fig. 9); O PLANO PILOTO • Ao longo da esplanada com um gramado destinado a desfiles, paradas e pedestres estão dispostos os ministérios: relações exteriores e justiça no canto inferior, os militares em uma praça e os demais em sequência terminando com o da educação. Espaço destinado também a Cidade Universitária e a Catedral disposta lateralmente com o intuito de destacar o monumento (fig.10); • Na face fronteira da plataforma foram edificados os cinemas e teatros constituindo um conjunto arquitetônico com galerias, terraços e cafés, os andares foram envidraçados para dar visão a esplanada inferior e ao eixo monumental (fig. 11); O PLANO PILOTO • Torre monumental das estações radio emissoras e de televisão, de concreto aparente e estrutura metálica com um mirante a meia altura, tratada como elemento de composição geral (fig. 12); O PLANO PILOTO • Teve como solução para a questão residencial criar uma sequência de quadras em ordem dupla ou única emoldurando a faixa rodoviária envolta por uma arborização. Localizadas entre as vias de serviço e rodoviária ocorre o acesso a igreja, escolas, varejo do bairro CONFORME A SUA CLASSE (fig. 13); • As lojas dispõe de vitrines com passei coberto para pedestres e com estacionamento na face oposta, as lojas ficam geminadas duas a duas, porém todas elas constituem um único corpo (fig.14); O PLANO PILOTO • Foi previsto uma área ilhada, cercada por arvores, destinada as casas individuais, de modo que as casas construídas no topo tenham destaque na paisagem e fiquem afastadas uma das outras devido as arvores , podendo assim existir construções de alto padrão arquitetônico(fig. 15); O PLANO PILOTO • Segundo Lucio Costa o plano é de fácil execução constituída apenas por dois eixos, dois terraplenos, uma plataforma de ligação, duas pistas largas num sentido e uma rodovia no outro. As quadras seriam arborizadas sem calçada e nem meio fio. • “Sendo monumental é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional.” Lucio Costa. Enfim o plano piloto completo na figura a seguir: Polinucleação e escalonamento urbano. • Comunidade (Primário) • Sociedade (Secundário) PRIMÁRIO. • Contato entre as pessoas são desinteressados, às vezes íntimos • Família e vizinhança exercem forte controle sobre o indivíduo SECUNDÁRIO. • Contato entre as pessoas são interessados, instrumentais, interpessoais e por vezes indiretos. • Família perde o controle sobre o indivíduo (anônimo, só na multidão). POLINUCLEAÇÃO. • Década de 30, urbanistas planejam reestruturar as cidades em pequenas comunidades de vida independente e por vezes até autônomas. • Divididas conforme o número populacional (Unidade Residencial, Unidade de Vizinhança, Setor e Centro Metropolitano). UNIDADE RESIDENCIAL. • • • • • • • 1000 à 3000 habitantes. Aproximadamente 200 metros de raio. Escolas (maternal e jardim da infância). Comercial (quitanda, farmácia, padaria...). Social (pequena área social). Espaços livres (garagem, jardim, vias arborizadas...) Infra - estrutura (água, esgoto, gás, telefonia pública, caixa de correspondência). UNIDADE DE VIZINHANÇA. • • • • • População de 3000 à 15000 habitantes. Escola (1º grau). Social (capela, biblioteca, sala de reuniões, cinema). Comercial (comércio local, supermercado...). Espaços livres (Jardins, playground, quadras poliesportivas, piscina pública...). • Infra – estrutura (telefones públicos, posto policial, subagência de correios) • Indústrias leves e terciárias. SETOR. • População de 15.000 à 60.000 habitantes. • Escolas (2º grau, centro cultural, igrejas). • Comercial (centro comercial, mercado público e hotéis). • Saúde (hospital geral, p.s., hospital psiquiátrico, maternidade, previdência social). • Espaços livres (estádio desportivo, parques, cemitério). • Geral (subprefeitura, sub - delegacia, correios, bombeiros) • Indústrias leves e prestação de serviços. CENTRO METROPOLITANO. • Acima de 60.000 habitantes. • Escolar, cultural e religioso (ensino superior, catedral e museu histórico). • Comercial (shopping, armazém geral e comércio atacadista). • Saúde (hospital geral, especializações, p.s. especializado). • Geral (Adm. Local, estação ferroviária e rodoviária, aeroporto). • Indústrias pesadas e gerais (dentro da malha urbana). • Perigosas (fora da malha urbana).