Definição: A Fibrose Cística (FC) ou mucoviscidose é uma doença autossômica recessiva caracterizada por secreções anormalmente densas das glândulas mucosas, insuficiência pancreática (80%) e aumento de três a cinco vezes na concentração de sódio e cloreto no suor (90%). Características Clínicas: A FC apresenta diversas manifestações clínicas: No recém-nascido: obstrução intestinal; ausência de aumento de peso; eliminação de grandes e frequentes massas intestinais; apetite excessivo. Lesões pulmonares progressivas; infecção e produção de um muco denso que acarreta obstrução completa ou parcial dos bronquíolos. Atelectasia em placas, aeração irregular, aprisionamento de ar (alterações na radiografia torácica). Pneumonia, bronquiectasia, abcessos, pneumotórax e hemoptise. Esterilidade em 99% dos homens adultos. Diminuição da fertilidade em mulheres. Doença pancreática mínima ou ausente. OBS: a morte na FC é principalmente devida a infecção pulmonar extrema que produz insuficiência respiratória. Genética Expansão do gene da mucoviscidose Codificação anormal da proteína CFTR Defeito na regulação de íons através da membrana apical das células epiteliais Esquema lineal del gen CFTR con un espectro de mutaciones y su consecuencia en la proteína: cuadrado negro, posición de un cambio de aminionácido; triángulo punta arriba deleción de aminoácidos; círculo azul, truncamiento; círculo celeste, mutación de encuadre, mutación del mRNA (ref. 16). *O gene anormal se transmite como um fator recessivo autossômico. Pais heterozigotos: Chance de nascer uma criança com doença é de 1:4; criança normal 1:4; e portador da doença (heterozigoto) 2:4. 70% dos cromossomos da fibrose cística em todo mundo possuem mutações do tipo F508 no locos CFTR Baixa prevalência no Brasil por causa da grande mistura de raças em nosso país. Representación terciaria y cuaternaria de la proteína CFTR con su posición en la membrana celular y la disposición de los dominios, regiones y la región afectada por la mutación A508F. Diagnóstico Suspeita clínica História familiar Teste do suor Epidemiologia Ocorre predominantemente em caucasianos com freqüência de 1 em cada 2000 nascidos vivos A freqüência gênica é de 1 em 20 na população caucasiana A ocorrência em negros corresponde a menos de um décimo que em caucasianos No Brasil há cerca de 1,5mil pessoas fibrocísticas A prevalência da doença no estado do Rio é de 1 para cada 6902 nascidos vivos Tratamento O tratamento é individualizado Consiste na terapêutica dos vários sintomas orgânicos provocados pela doença A fibrose cística pode ser detectada pelo teste do pezinho TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA Uso de potente preparação pancreática em cada refeição como pancreatina(viokase) ou pancrelipase(cotazym) Redução de gordura na dieta Uso liberado de multivitaminas Alta TRATAMENTO DAS DOENÇAS PULMONARES Drenagem postural Realização de atividades físicas Uso de antibióticos para o controle das infecções Tratamento com aerossol em pacientes com bronquiectasia e/ou broncoespasmo Caso Clínico Paciente do sexo feminino, com baixa estatura, baixo peso, tosse produtiva, dispnéia crônica, esteatorréia e com dosagem de Cloro no suor = 100mEq/l (normal até 50mEq/l); MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada radiografia digital do tórax em aparelho Kodak CR 800 e tomografia computadorizada do tórax e abdome superior em tomógrafo Sytec 2000 IGE. Fig 1-Radiografia digital do tórax com infiltrado intersticial e micronódulos de permeio Essas alterações pulmonares são observadas em quase todos os pacientes com Fibrose Cística, constituindo as complicações mais sérias da doença. Esse fato deriva de secreções mucosas espessas das glândulas submucosas da árvore respiratória, com obstrução secundária e infecção das passagens aéreas. Os bronquíolos são muitas vezes distendidos por muco espesso em associação com acentuada hiperplasia e hipertrofia das células secretoras de muco. Figura 2 Fig 2 - Dilatações bronquiectásicas Fig 3 - Imagens de árvore em brotamento Figura 3 Figura 4 Figura 5 Fig 4 - Degeneração gordurosa do pâncreas Fig 5 - Esteatose hepática avançada. Na tomografia computadorizada do abdome superior observou-se a presença de degeneração gordurosa do pâncreas (Fig.4) provavelmente devido à obstrução completa e em longo prazo da glândula, que resulta em atrofia completa das porções acinares, com substituição por material fibroadiposo.Foi observado também na tomografia abdominal inferior Esteatose hepática avançada (Fig.5) decorrente do tamponamento dos canalículos biliares por material mucinoso. OBRIGADO!!!