Rev.Port. ORL. n." 41, n.o4, ................, Dez.embro 2003 ARTIGODE REVISAO TERAPEUTICA FARMACOTOGICA DA OTOSCTEROSE: ESTADODA ARTE PHARMACOLOGICAL THERAPEUTICS OFOTOSCLEROSIS: STATE OFTHEART. Freire F*,Adónis Mortins C**,Leondro Veigo V**** JP***,Goboo sualÁnro Os outores opresentom umo revisõo sobre o eslodo do orte do teropêutico Íormocológico do otosclerose, boseodo numo pesquiso bibliogrófico boseodo essenciolmente em ortigos cotologodos no Medlìne, umo dos moiores boses de dodos de ortigos científicos de Medicino O surgimenlo relotìvomente recenfe de certos Íórmocos promissores, como é o coso dos bifosfonotos, que do ponto de visto teórico opresentom potenciol poro umo oplicoçõo clínico o este nível, motivou esto pesquiso. Concluímos que o único teropêutico possível de ser utilizodo octuolmente com fundomento cientifico é o Íluoreto de sódio, emboro continue o nõo ser universolmenteoceite. O uso dos biÍosfonolos corece de moìor comprovoçõo científico, e o possibìlidode de eÍeitos nefostos e controproducentes é umo reolidode presente, que tem de ser tomodo em consideroçõo nos estudos futuros. PALAVRAS CHAVE: OÌosclerose; Fluoreto de Sódio; BiÍosfonotos. ABSTRACT: The present phormocologic theropeutics of otosclerosis is the subjeci of thìs orticle revìew, bosed on o Medline seorch. The relotively.l::"nt otlq promìsÌng group oÍ biphosphonotes, showìng o theoreticol potentiol for clinicol use in this porÌiculor diseose moiivoted the perÍor m r n g o t Ì h r s b r b l r o g Í o p h r c o ls e o r c h . The outhors conclude thoÌ the only sufficiently proved compound for use in olosclerosis still ìs sodium Íluroride, though not universolly occepted. The clini col use oÍ biphosphonotes, ot this time, connoi be recommended, locking fu*her clinìcol lriols, keeping in mind the onÁecdocticol but neverÌhelessolorming reports of worsening of the clìnìcol condìiion in o Íew potients. KEY-WORD5: Otosclerosis; Sodium Fluoride; Biphosphonotes. TNTRODUçAO A luz dos conhecimenÌos octuois,o Otoscleroseé umo doençodo metobolismo ósseolocolizodo ò cópsuloótico,cuio fisiopotologio nõo esÌó oindo perfeitomenteesclorecido.Certos outoressugeremque resultoriode um processo de outo-imunidode controo cologénio tipoll presentenos remonescentes cortiloginosos embrie nórios persistentes opós o processode ossificoçõo encondroldo ouvido internor.Estudos recentes,nomedomenlepelo técnico do PCR ("Polymerose Choin Reoction") têm confirmodo o existêncio de RNA do vírusdo soromponos focosoloscleróticos, sugerindoque esteqgente infeccioso possodesempenhor um popelcomo cefoctor no potogénesedesto doenço, nõo sendooindo contudocloro por que meconismos2'3. Outros foctores,de ordem genéticoe endócrino,sõo clinicomente evidentese estõo ôerÌomentetombémenvolvidos no etiopotogen io do otoscleroseemborocontinuepor esclorecer em concretode que formo- ocentuondo o corócter multifoctoriol destopotologio. Independentemente do etiologio própriomentedito,é clóssico, emboroum poucoredutor, descrever-seo otosclerosecomo umo doençocom duos foseshistológicos distintos: lnterno do 5a ono do lnt. Comp. de ORL do Serviço de ORL do Hospitol Fernondo Fonseco lnÌerno do 4n ono do Ini. Comp. de ORt do Serviço de ORL do Hospiiol Fernondo Fonseco Assitente Hospitolor de ORL do Serviço de ORL do Hospitol Fernondo Fonseco Director do Servico de ORL do Hosoitol Fernondo Fonseco 355 MARTINSFREIRE F.ADONISC LEANDRO JP,GABÃOVEIGAV umo primeirofose, chomodofose litico ou oto-espongiotico, em que se verifico umo intensooctividodeosteoclóstico de reobsorçõo ósseo,sendosubstituído o ossoencondroldo cópsulo ótico por focos de osso esponioso (sinolde Schworfz)'. hipervosculorizodo E nesto fose que se verificoum oumentodos concentroçõesde enzimosproteolíticos o nívellocol e no périlinfot,resultodo do ocçõodos osÌeoclostos,comoé o cosodo tripsino,ossimcomodo cologenose,A-quimotripsino, fosfotoseócido, colepsinoB, ribonucleose e outros,poÌenciolmentenefostos poro o ligomento espirole poro o strio vosculoris(originondoo suo otrofio e poro hiolinizoçõo), bem como (eventuolmente) o s p r ó p r i o sc é l u l o cs i l i o d o s . A esto fose segue-se umo outrq de remodeloçõoósseo,em que os osteoblostos depositom um ossomoisdensoe minerolizodo, de ospecto lomelor, sendo por isso chomodo, por olguns,fqse otosclerótico propriomente dito. Se esteprocessose desenvolver, como é oliós frequente,oo níveldo fissuloonte fenestrom,o consequêncio é o onquilosedo plotino do estriboò ioneloovol originondoo quodro corocterísticode surdez de conduçõo com oboliçõo do reflexoestopédico.Convémno enÌonÌorelembrorque o otosclerose clínico, cuio incidênciose estimoentre0,1 o 2"/" no roço bronco,é cercode l0 vezesmenosfrequenteque o otosclerose histológicou. Sendo o surdezde conduçõoo monifestoçõoclínicomoisfrequente e notóriodo otosclerose,o suoteropêutico tem incididode umo formo progmóticoe eficoz no microcirurgio otológico,que mercêde um coniuntode vorìontescirúrgicos tem por obiectivoultropossor o onquilose do plotinoe restobelecer o funçõode conduçõodo som pelo ouvidomédio,o que é conseguidoem moisde 90% dos cosos,com (mosnõo desprezíveis). riscosdiminutos Contudo,os monifestoções clínicosdo otonõo se cingem,comoé sobido,o umo sclerose surdezde conduçõo,podendosurgircom freq u ê n c i of o r m o sd e h i p o o c ú s idoe t i p o m i s t oo u _ 356 mesmo,emboro seio muito mois roro, puromentesensorio-neurois de evoluçõoprogressivo -"otosclerose cocleor"-cuio diognóstico, oliós, nõo é fócil; este últimoé sugeridopor umo históriofomiliorde otosclerose, um início de surdezentreo segundoe o quintodécodos d e v i d o , u m o g r o v o m e n tcoo i n c i d i n d o com o grovidez,um sinolde schwortzou um otingimentosensorio-neurol biloterolcom ossociodo onquiloseestopédico uniloterolz'8. Hó iguolmente o consideroro presençofre quenlede ocufenose, bem mois roromente,o otingimento vestibulor comqueixosvertiginosose. Estosmonifestoções motivomo monutençõo de olgum interessepelo teropêuficoformocológico do otosclerose, opesor de os seus resulÌodos seremolgo polémicose poucoconsensuois.O odventode novos ogentesteropêuticoscom bons resultodosem potologios h i s t o l ó g i c o m e n tper ó x i m o s d o o t o s c r e r o s e , como é o coso do uso dos bifosfonotos no doenço de Pogete no osteoporose, relonço quonÌoo nós,o interesse por estetemo,o que motivoupor porte dos outoreso pesquisodo estododo orte o esteresoeito. TERAPÊUTICAFARMACOTóGICA PARA A OÏOSCTEROSE l. O Fluoreto de sódio F o r o mS h o m b o u g h e S c o t tq u e m p r i m e i r o sugeriuo utilizoçõode fluoretode sódio(NoF) no otosclerose, ocomponhondo o conhecimento científico do épocoque sugerioo utilizoçõo 'o'". do NoF poro o trotomento do osteoporose Com efeitoo NoF temumo boo obsorçõointesÌinol,e tem um efeitoestimulodor e miÌogénico nos osteoblostos, induzindo o suo multiplicoçõo e o consequente deposiçõode cristois de fluoroopotite, que sõo mois resistentes ò reobsorçõoosteoclóstico que o hidroxiopotite ( p r i n c i p oclo m p o n e n tm e i n e r odl o o s s o ) ' 'P . oro olém destospropriedodes, o NoF tem iguol- IERAPÊUTICA FARMACOLOGICA DA OTOSCLEROSE: ESTADO DA ARTE menteum efeitodirectode inibiçõoenzimótico, nomedomente em reloçõo q vórios enzimos proteolíticos,do que resulÌorioum efeito protector do cócleo nestes doentes, como odvogomos Cousse,Shombough e Bretlout,'3. EsteúlÌimo,ossimcomoFisch,reolizorom estudos prospectivos duplomente cegose controlodos com plocebo'o''',quedemonstrorom, emboroem populoçõesrelotivomente pequenos,umo eficócio estoÌísticomente significoÌivo no diminuiçõo do progressõodo surdezneurosensoriol de couso otosclerótico nosgrupostrotodoscom NoF. A i n d o s e g u n d o e s t u d o sr e o l i z o d o sp o r L i n t h i c u mH, o u s ee A l t h o u s ,o N o F t e m u m efeitopromotordo moturoçõoe estobilizoçõo do foco oto-espongiotico, frenondoo progressõo do doenço.Segundoestesoutores,o eficócio do NoF é moisnotórioem doentescom surdez neurosensoriol rópidomente evolutivo(presumivelmenle os que opresentom focosde otoespongiose moisoctivos)ró. Tombémno HouseEorInstitute tevelugorum estudoretrospecÌivo boseodoem doentesoperodos por otosclerose, tendo-se que em concluído doentescom surdezpuromente de conduçõoo follow-uppós-operotório pode ser muito mois espoçododo que em doenÌescom surdezde tipo misto,poro os quois odvogomcontroles oudiométricos onuoise trotomento com NoF no cosode surdezneuro-sensoriol progressivor/. Outroevidênciodo influêncio do fluornesro potologioprovemde um estudoprospectivo finq u e o s n í v e i sd e f l u o rd o l o n d ê sq, u e c o n c l u í u óguo potóvel,oo cobo de cercode l0 qnosde follow-up,determinom diferenços significotivos (tontono conduçõoósseo o níveloudiométrico como oéreo o l, 2 e AKhz)em doentescom otosclerose nõo operodos'8. No que diz respeitoò disfunçõovestibulor ossociodoò otosclerose, os estudosindicom iguolmenÌeporo um efeito benéficodo NoF, comcontrolosignificotivo do sintomotologio'0,'0. Subsiste, no entonto,olgumocontroversio quonto òs dosogenspreconizodos,que voriom segundoos outoresentre2 e ó0 mg/dio. Poro olém disso, o NoF porece ter umo reduzido,com níveistóxicos ioneloteropêutico muito próximosdos teropêuticos, tol como foi demonstrodo em reloçõoò osteoporose'''" em q u e o u t i l i z o ç õ od o N o F c o n t i n u oo n õ o s e r consensuol, porecendoindicodoopenosporo os cosos restritosem oue se verifico osteoporoseoxiol mos com boo densidodeósseo corticolperiférico. lsÌoporquese chegouò conclusõoque, no cosodo osteoporose, um terço dos doentesnõo respondeoo trotomenTo, ou selo, nõo opresentooumentodo densidode ósseo,e por outrolodo, o ossocorticolporece responderpouco,oo contróriodo ossotrobeculordo esqueleto oxiol. Poroolém disso,o incidênciode frocturos com doseselevodosde NoF. ooreceuoumenÌor o próprioJBCousse Jó no cosodo otosclerose, sugereque poro dosessuperiores o 50 mgr/dio existeo risco de reconstruçõo com osso pseudo-hoversiono e obliteroçõo do cócleo". Quontooos efeitoscoloterois do teropêutico com NoF,os moisfrequentes sõo o intolerôncio gostro-intestinol e o síndrome dos estremidodes inferiores dolorosos. A p e s o r d e s t e so r g u m e n t o s o , literoturo recentecontinuoo montero indicoçõoporo o trotomento com NoF,essencíolmente noscosos de otosclerose com componentecocleorprogressivoem que o evoluçõodo doençoporece serefectivomente frenodo'u''t'", sendosugerido que os doenÌesque poderõorespondermois fovorovelmente sõo oquelesque opresentom sinoisde moior octividqdedo doenço, com toxosde progressõo de surdezsensorio-neurol m o i sr ó p i d o s( > 5 d B H L/ o n o ) " . Os trotomentos prolongodosnõo porecem ser suoeriores em resultodos oos trotomenros curtosde I o 2 onos'6, e o dosogemmoisconsensuolrondoróos 4Omg/diode NoF. 2. Os Bifosfonqtos Os bifosfonotos constituemum grupo teropêutico relotivomenterecente, cuio estruturo 357 _ MARTINSFREIRE F,ADONISC, LEANDRO JP,GABÃO VEIGAV moleculorestó próximo do pirofosfoto (r. inibidordo precipitoçõodos cristoisde hidroxiopotite nos tecidos).Estescompostosopresentom o copocidodede diminuireficozmente o remodeloçõoósseo (ou "turnover")otrovésdo inibiçõo do reobsorçõoósseo mediodo pelos osteoclostos. No bose desteefeitosobese hoie que eslóo inibiçõodo enzimosintosedo fornesil difosfoto,umo enzimodo vio do biosíntese do colesÌerol,impedindodesto moneiroo sínlesede umo proteínoregulodoro,o que levo ò inoctivoçõo do osteoclosto2z. Atendendoò estreito reloçõo fisiológicoexistenteo nível celulor entreosteoclostos e osteoblostos, condicionondo um emporelhomento enïreos processos de reobsorçõoósseoe deposiçõode novomoiriz28, verifico-seque, o prazo,o ocçõo dos bifosfonotos diminuisignificotivomente o processoreobsortivo, mosde iguolformo,ocobo por nõo resultor num processoonobólicoimporlontede mosso ósseo.Emdoençosdo esqueleto com "turnover" oumentodo,o deposiçõorópidode novomotriz resuhopelo conïrório,numossomoisvolumoso, mos ultro-estructurolmente menos orgonizodo, moisfrógile menosminerolizodo. Os bifosfonotos têm umo obsorçõointesÌinol difícil(cercode l0% do totolingerido),e umo semi-vidoplosmóticoreduzido, porque sõo rópidomenle incorporodos no esquelefo, odsorvendo-sefortementeoos cristoisde hidroxiopotite.A suosemi-vido no ossoé pelocontrório extremomente longo, pelo que olguns bifosfonotospodempermonecer no esqueleto poro o restodo vido do doente.A moior portedos bifosfonotosnõo sõo metobolizodos,sendo excretodos inolterodos no urino''. O primeirobifosfonotoo ser qprovodoe o s e r u t i l i z o d o c l í n i c o m e n t en o s E U A f o i o etidronoto, e é tombémo que opresento moior efeitoinibidordo minerolizoção destegrupo. A experiêncioclínicosusbsequente mostrou que o inibiçõodo minerolizoçõo constituio umo desvontogem, podendooriginoro longo ptozo o surgimento de osteomolocio. Os bifosfonotos de segundoe terceirogeroçõo,poro olém de _ 358 muitomoispotentesno inibiçõodo reobsorçõo ósseo,possuem um efeitoinibidordo minerolizoçãoósseomuitomoisreduzidor2. Com efeito, os bifosfonotos mois recentes, como o pomidronoto(usoendovenoso), o olendronoto (usoentérico)ou o risendronoto sõo muitomois potentesque o etidronoto,mos o suo outorizoçõo poro utilizoçõoclínicopelo FDAdoto openosdo segundometodedo décodode 90, pelo que os primeirosresultodos dos estudosclínicos sõo muitorecentes, emboroouguremum futuro promissorporo estofomílioformocológico. De focto,o usoteropêuticodos bifosfonqtos tem vindo o ser codo vez mois obrongente, sendoutilizodosno prevençõotontodo osïeoporosepós-menopousico como do osteoporose induzido pelos glucocoriicoides, mos iguolmenteem oncologio,consïituindo o trotomento de primeiroescolhono hipercolcémio ossociodo o neoplosios'o e hovendoindicoçõode que possomter um efeitopreventivono surgimento de metostoses ósseos,bem como dq morbilidode que lhesestó ossociodo3o, no coso dos neoplosios do momo,do próstotoe no mielomo múltiplo.Os bifosfonotos têm iguolmente umo utilizoçõocomprovodomente eficoz em doençosdo metobolismo ósseoem que existo um oumentodo remodeloçõo ósseo,comoé o coso do doençode Poget(osfeifisdeformonsl, poro o quol consÌituem hoieem dio o teropêutico incontestodode primeiro linho''," conseguindoremissões prolongodose índicesde "turnover"ósseodentrodo normolidqdett. Apesorde constituirem duosenlidodesclínicos bem definidose distintos,o doenço de Pogetportilhocom o otosclerose vóriossemelhonçost' rozõo que levou olguns investigodoreso testoros bifosfonotos no otosclerose, e que motivouiguolmente o revisõobibliogrófico presente. Com efeito,o doençode Pogetconstituiumo doençodo metobolismo ósseode cousooindo por esclorecere provóvelmente multifoctoriol, mosem que estudosrecentes de imunoflurescêncio indirecto,imunoperoxidose e PCRdemons- TERAPEUTICA FARMACOLOGICA DA OTOSCLEROSE: ESTADODA ARTE trom vestígiosde infecçõopelo vírusdo sorompo, bem como de outrosporomixovírus(vírus sinciciolrespirotório, vírusdo "distemper" conino) indicondoque possomter um popel no géneseou no desenvovimento destopotologio. Do ponto de visÌo histológicoverifico-seo existêncio simultôneo de zonosde reobsorçõo ósseo ocelerodo, hipervosculorizodos, com zonos de deposiçõode motrix ósseo olgo onórquico,conferindo umospecÌomormoreodo oo ossono observoçõocom o microscópio óptiprevolêncio co. A suo é difícilde ovolior,visto que muitosvezesé ossintomótico e se troÌode um ochodo rodiológico(visuolizondo-se um ossoespessodo e grosseiro, semdiferencioçõo cortico-medulor). A opresentoçõoclínico ê funçõo do extensõodo doenço e dos ossos envolvidos. com um desenvolvimento insidioso e progressivo, sendopor ordemde frequêncio moiscomumo otingimenÌo do pélvis,seguido dos fémures,ossosdo crônio,tíbiosetc...As queixos sõo vorióveis,sendo frequentesos podendosurdoresfociois,dos extremidodes, gir frocturospotológicos cordío, insuficiêncio co de olto débito por "shunts"orterio-venosos presentesnos ossos hipervosculorizodos dos foses precoces,ou envolvimentoneurológico periférico e centrolpor compressõo3t. Cercode terço um dos doentescom doenço de Poget sofremde hipoocúsio3', predominontemente de (8O% com otingimento tipo neuro-sensoriol cocleor,sendomenosfrequenteo origemretrococleor,por estrongulomento do Vlll por no conol ouditivointerno'u); o hipoocúsio de conduçõoé moisroro nestesdoentes,descrevendo-secontudoo possibilidode de onquilose ossiculor ou de fixoçõo estopédico(o doenço de Pogetfoz porte do diognósticodiferencioldo otosclerose). No que diz respeito òs monifestoções otológicosdo doençode Poget,Londoe col. '1988 descreviomem dois cososde doentes com doençode Pogetque virom o suo perdo ouditivoestobilizodo opós um trotomento com etidronotoe colcitonino3z. A Íortecopocidodefrenodorodo reobsorçõo ósseodos bifosfonotos. oliodo ò suqeficóciono controledo doençode Poget,que por suo vez opresentosemelhonços o vóriosníveiscom o otosclerose, torno tentodoroo oplicoçõodestes fórmocosno Ìrotomento médicodo oÌosclerose. I n s p i r o d o sn o s c o n c l u s õ e sd e L o n d o , Kennedye col. reolizoromum estudopiloto publicodoem 1993. TroÌovo-se de um estudo prospectivocom o duroçõo de dois onos, duplomentecego, em que o obiectivoero ovolioro efeitodo etidronotono trotomenlo do surdezprogressivo em vintee seisdoentescom otosclerose3o. O seguimento consistio em ovolioperiódicos. otológicos e oudiométricos ções Nõo se verificorom diferenços estotísticomente significotivos, emboro houvesse,segundoos outores,umo tendêncioporo o estobilizoçõo o u m e s m op o r o o m e l h o r i od o s l i m i o r e so u d i tivos,tontono conduçõoósseocomono oéreo, em olgumosfrequêncios. Nõo se registorom nesteestudo. efeitossecundórios significotivos Posteriormente foi publicodoum estudopreliminorenvolvendo 545 doentessupostomente (cuiodiognóstico com otosclerose ero boseodo em critériosimogiológicos), tendo-se concluído que os sintomosotoneurológicos do otosclerose (ocufenos, vertigens,surdezsensorioneurol e mesmo,segundoos outores,sÍndromede Menière)poreciomsignificotivomente diminuídos opós o teropêuticocom etidronoto3 Ambos os outoresconcluíomdo necessidode de estudosprospectivos mois prolongodos envolvendo moiornúmerode doentesbem como outrosbifosfonotos. O optimismo que estonovoperspectivo teropêutico originovo foi contudo ensombrodo, principolmente por dois relotospreocupontes: o m o i so n t i g o ,d o o u t o r i od e B o u m o nes c o l . , de Roterdõo,referioque inicioromo uso de pomidronoÌo em duosdoentescom otosclerose com componente sensorioneurol progressivo3e (com ontecedentes de intervençõocirúrgico uniloterol codo umo),boseondo-se no eficócio demonstrodo destefórmocono trotomento do 35 9_ MARTINSFREIRE F,ADONISC LEANDRO.JP, GABAOVEIGAV doençode Poget.Ambos os doenteshoviom sido préviomente trotodoscom NoF, mos sem resultodo.Duronteo primeìroono de trotomento com pomidronotoendovenoso, nõo houve olteroçõessignificotivos; contudo,no segundo ono verificou-se um ogrovomenÌo rópido,inesperodoe biloterolem poucossemonos, otingindo níveispré-cofóticos em ombosos doenres. O segundoreloto,originóriodo Turquio,tesÌe munhovo os cosos de duos doentes com (codoumocom umo ontecedentes de otosclerose que cirurgiooÌológìcoprévionos ontecedentes) foromtrotodosporo o osteoporose cometidronoto orolcíclico,cólcioe viÌominoD'0.As duosdoentes opresentorom um ogrovomento importonte do suo surdez, com perdos sensorioneurois biloterois groves,opóso segundociclode etidronoto. Com efeiÌo,estoevoluçõorópidomente progressivonõo é hobituolno otosclerose, e o coincidênciotemporolcom o teropêutico com bifosfonotos nestesrelotosé evidenïe. Convémreferiroue no literoturo mundiol.de ocordo com o nossopesquiso,nõo se encontrom estudosrecentesque incidomsobre os formocolóoico bifosfonotos e o terooêutico do otosclerose. boro se descrevom tombémdoresdo oporelho musculo-esquelético, dermotitee fluorose,no coso de intoxicoçõo. No cosodos bifosfonotos comoteropêutico formocológico poro o otosclerose, e com bose no bibliogrofioconsultodo,verificomosque por um lodo os estudosreolizodossõo cloroporo se retiror umo conmente insuficientes c l u s õ o d e f i n i t i v o ,q u e r p e l o s e u e s c o s s o número,como pelos omostrogens reduzidos, como oindo pelos bifosfonotos estudodos(o etidronotofoi o primeiroo ser oprovodo,mos hoie em dio foi cloromenÌe preteridoem fovor d o s b i f o s f o n t o sm o i s r e c e n t e s ,q u e s õ o mois ootentese com menor simultôneomente efeito onti-minerolizoçõo). Existemvorióveis que nôo foromcontrolodos, comoos teropêuticos onteriores,os niveis de fluor do òguo ingeridopelos doentesestudodos,o próprio e o posologiodos bifosvio de odministroçõo fonotos.Nolgunsestudos, os critériosde diognósticodo otosclerose e o suo corocrerizocõo clínicomerecem-nos olgumosreservos. Por seu turno, os relotos dromóticosde doentesotoscleróticos, medicodoscom bifosfonotos,que sofreromogrovomentos súbitose pronunciodosdos seus défices ouditivos,de formo nodo usuolno evoluçõonoÌuroldo otosDtscussÃo clerose,opesorde seremonedóticospelo seu número,tornométicomenÌe difícil o reolizoçõo O trotomenÌocoodiuvontedo otosclerose de novosensoiosclínicos,tol comoo demonstro com NoF, opesor de nõo ser universolmenÌe o escossezde publicoçõesrecentessobre o consensuol, tem os seusfervorososodeptos, temo.SeriodeverosimportonÌe o desenvolvimennomeodomente no escolofronceso,que opreto de um modeloonimolde otosclerose ooro se sento umo experiêncioclínico de cerco de moisfidedignos. Tolvezcom chegoro conclusões quorentoonos''. Porece-nos o odvento de novos estudoselectrofisiológicos iustificodoo seu uso, principolmente nos cososde otosclerose obietivose moisprecisos,como sõo os potencicom componente progressivo, sensorioneurol e ois evocodosouditivosestocionórios, se possom em fosesinicioisdo doenço,em que supostofozerprogressos no experimentoçõo onimol. menteo octividodeosÌeoclóstico seró moior. A s d o s o g e n sn õ o e s t õ o o i n d o c l o r o m e n t e definidosno liÌeroÌuro, emboronosporeçoque coNcrusÃo 3 0 o 4 0 m g / d i o s e i o u m o d o s o g e mc l í n i c o menteeficoze seguro.Os efeiÌosindeseióveis A terooêuticodo otoscleroseossentohoie intolerônciooóstrico.emsõo essenciolmente em dio essenciolmente em soluções cirúrgicos, _ 360 IERAPÊUTICA FARMACOLOGICA DA OTOSCLEROSE: ESTADO DAARTE que sofreromum espontoso desenvolvimento no segundometodedo séculoXX,e que,de formo progmótico, devolvem oo doenteumoportesignificotivodo ocuidodeoudiÌivooerdido. No entonto,e ò medidoque o Ciênciovoi desvendondo novostrilhosporo o conhecimento do etiopotogenio do otosclerose, o possibilidode de umo teropêutÌco formocológico, por enquonto porentepobre do trotomento destesdoentes, poderóvir o ossumìrno futurooutrodestoque. No momentopresente, openoso teropêutiporece co com NoF estorsuficientemente fun- domentodoporo ser utilizodo,sobretudoem doentescom otosclerose com componente neurosensoriol progressivo. A ideio tentodorodo utilizoçõodos bifosfonotosnestesdoentes,opesorde, do ponÌo de vistoÌeórico,ser opelotivo,corecede comprovoçõoclínico e os relotospreocupontes, e m b o r op o n t u o i sd, e o g r o v o m e n t soú b i t od o estodoouditivode olgunsdoentesfozemcom que o suooplicoçõono otosclerose nõo posso s e re n c o r o i o d oò, l u z d o sc o n h e c i m e n t o cs t u oi s . 79-84. sol 1979; 222121: BIBTIOGRAFIA I 2 3 4 5 Yoo TJ. Etiopothogenesis of otosclerosis: o hypothesis. 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